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Unidade I: Breve introduçâo ao estudo da biologia celular e molecular

A superfície do nosso planeta está povoada por seres vivos – interessantes fábricas
químicas, intrincadamente organizadas, que absorvem substâncias de seus arredores e as
utilizam como matérias-primas para gerar cópias de si mesmas. Esses organismos vivos
parecem extraordinariamente diversos.
O que poderia ser mais diferente do que um tigre e uma alga marinha, ou uma bactéria e
uma árvore?
No entanto, nossos ancestrais, sem conhecer nada de células ou de DNA, notaram que
todos esses organismos tinham algo em comum. Esse algo eles chamaram de “vida”,
maravilharam-se com ela, tiveram dificuldade em defini-la e tentaram explicar o que ela
era e como funcionava em relação à matéria não viva.
As descobertas do século passado não diminuíram o encantamento, pelo contrário, mas
removeram o mistério central em relação à natureza da vida.
Agora podemos ver que todos os seres vivos são compostos por células: pequenas
unidades, delimitadas por membrana, preenchidas com uma solução aquosa concentrada
de produtos químicos e dotadas de extraordinária habilidade de criar cópias de si
mesmas por meio de seu crescimento e, então, da divisão em duas.
Devido às células serem as unidades fundamentais da vida, é na biologia celular – o
estudo da estrutura, função e comportamento das células – que devemos procurar por
respostas às questões sobre o que a vida e como funciona.
Com um entendimento mais profundo das células e de sua evolução, podemos começar
a lidar com os grandes problemas históricos da vida na Terra: suas origens misteriosas,
sua diversidade fascinante e sua invasão de cada hábitat concebível. De fato, como
enfatizado há muito tempo pelo pioneiro em biologia celular E. B. Wilson, “a chave
para cada problema biológico deve finalmente ser procurada na célula; para cada
organismo vivo há, ou houve em algum momento, uma célula”.
Apesar de sua aparente diversidade, os seres vivos são fundamentalmente parecidos no
seu interior.
Toda a biologia é, desse modo, apresentada com certas caraterísticas como: Ser

constituído de célula, buscar energia para sobreviver, responder a estímulos do meio,

reproduzir, evoluir e ter metabolismo próprio.

1.1 – Conceitos basicos em biologia celular e molecular


A palavra biologia vem do grego bios “vida” e logos “estudo” ou “tratado”.
Podemos conceituar biologia como: a ciência que estuda os seres vivos e suas
manifestações vitais.
Essas manifestações vitais são utilizadas para diferenciar os seres vivos dos seres
brutos.

• Biologia celular e molecular é o estudo de um padrão de organização unificado;


• É a análise das moléculas e dos componentes celulares que constituem todas as formas
de vida.
A célula é a unidade estrutural e funcional fundamental dos seres vivos.
Matéria viva é composta pelos mesmos elementos que constituem o mundo inorgânico,
ainda que com diferenças em sua organização.
As células mais simples têm material genético, mas ele fica disperso.

Não existe um envoltório nuclear protegendo o DNA nem membranas separando as


diferentes estruturas.

Os seres vivos que possuem esse tipo de estrutura são conhecidos como procariontes, e
seus exemplos mais famosos são as bactérias.

Bactérias são seres básicos. Com tamanho entre 0,5 m e 1 m (micrômetro, ou


milionésima parte do metro), são os seres unicelulares mais simples que existem.

A parede da célula é formada por um polissacarídeo e por peptídeos (e algumas têm


flagelos para facilitar a locomoção).

Dentro da estrutura, os elementos celulares não são compartimentados. O citoplasma


possui uma molécula de DNA circular, ribossomos e, em muitos casos, pequenas
moléculas de DNA, os plasmídeos, que podem dar à bactéria resistência a antibióticos.

Os seres vivos celulares dividem-se em procariontes e eucariontes.

Os procariontes, como bactérias e/ou cianobactérias, possuem apenas membrana celular,


DNA e ribossomos.

Os eucariontes, como fungos, possuem uma célula completa.

Genética – As leis de Mendel

O padre e as leguminosas
Em 1856, em um mosteiro da cidade austríaca de Brünn (hoje Brno, na República
Tcheca), um padre agostiniano quarentão plantava ervilhas. Seu nome era Gregor
Mendel e o que ele estava fazendo era uma revolução na Biologia só comparável
àTeoria da Evolução.

Gregor Mendel, um padre do século XIX, descobriu as leis básicas da genética


estudando sua plantação de ervilhas.

Mendel descobriu que cada ser vivo recebe dois genes de seus ancestrais, mas passa a
seus descendentes apenas um. Essa é a chamada Primeira Lei de Mendel, ou da
Segregação.

O padre também notou que cada característica física é independente das outras, e a
passagem de um gene não depende da passagem de outro gene. Essa é a Segunda Lei de
Mendel, ou da Segregação Independente.

Mendel percebeu que algumas versões da mesma característica dominam outras

— por exemplo, no cruzamento de ervilhas verdes e amarelas, as descendentes eram


sempre amarelas. A isso ele chamou característica dominante; à outra, recessiva.
Quando se discute genética, os genes dominantes e recessivos são expressos por letras
maiúsculas e minúsculas.

Evolução – Lamarck, Darwin e o Neodarwinismo

A sobrevivência do mais apto

Quando o naturalista britânico Charles Darwin resolveu publicar A Origem das


Espécies, em 1859, estava apreensivo.

Ele passou quase 30 anos elaborando sua obra-prima e a levava a público por medo de
ser plagiado.

Aos 50 anos, era um cientista respeitado por seu trabalho de catalogar espécies e fósseis,
que havia começado com sua travessia ao redor do mundo no navio HMS Beagle, de
1831 a 1836, viagem na qual passou pelo Brasil e pelas ilhas Galápagos (Equador).

DIVERSIDADE

Em determinada população, existe diversidade entre os animais. Certas características


podem tornar esses animais mais aptos que outros. Por exemplo, suponha que os gnus
resolvam pastar onde existe um tipo de grama venenosa. Alguns deles podem comer
essa grama sem adoecer.

SELEÇÃO NATURAL

Os animais que são capazes de resistir à grama venenosa se alimentam melhor que os
outros. Isso significa que acabam escapando mais facilmente de predadores e
sobrevivendo mais a doenças. Em outras palavras, eles têm maior capacidade de
sobrevivência e, assim, se reproduzem mais. Nas gerações seguintes, a tendência é que
haja mais gnus capazes de comer erva venenosa que incapazes.

SELEÇÃO SEXUAL

Em certas espécies, como muitos mamíferos, os animais mais fortes e bem alimentados
também podem vencer em disputas por fêmeas, aumentando ainda mais sua vantagem
evolutiva.

NOVAS ESPÉCIES

Se há separação geográfica entre as populações, com o tempo a seleção natural


diferencial poderá criar espécies completamente novas, caso ocorra isolamento
reprodutivo.

Darwin não foi o primeiro a propor uma teoria da evolução. Lamarck tinha outra teoria,
que acabou se mostrando incorreta, mas abriu caminho para a aceitação da ideia de que
os seres vivos se modificam com o passar do tempo.

A ideia darwinista de que todos os animais descendem de um mesmo ancestral,


formando uma árvore que vai se dividindo, leva a uma dúvida: como surgiu o primeiro
ser vivo? Antigamente, acreditou-se que animais como moscas podiam surgir de matéria
morta em decomposição. Experiências provaram que isso é impossível. Mas o primeiro
ser vivo deve ter surgido da matéria inanimada — o nome dessa ideia é abiogênese.

Surgida nos anos 30, a abiogênese moderna acredita que o primeiro ser vivo pode ter
surgido em uma “sopa primordial” de compostos como amônia e metano nos oceanos,
sob efeito de tempestades elétricas e raios ultravioleta solares. Experiências provaram
que é possível criar certos aminoácidos dessa forma.
Uma explicação alternativa para a abiogênese, que está ganhando força, é a exogênese:
a ideia de que a vida veio parar na Terra por meio de um meteorito carregando bactérias
ou talvez apenas fragmentos de material genético.

Evolução –

Efeitos colaterais

Existem duas formas de seleção artificial. Uma é o trabalho milenar que o ser humano
realiza voluntariamente, tentando adequar plantas e animais à sua necessidade, o
melhoramento genético.

A outra são as consequências indesejadas das tentativas do homem de se livrar das


pragas que o afligem.

Ao introduzir elementos estranhos em um meio, o homem pode induzir seus habitantes


a entrar em um tipo de competição com consequências prejudiciais a seus interesses.

Isso ocorre marcadamente na pecuária e na agricultura, que utilizam intensamente as


técnicas de melhoramento genético.

INFESTAÇÃO

Plantações fornecem uma quantidade de alimento que gafanhotos não encontrariam na


natureza. Assim, sua população aumenta

COMBATE

Inseticidas conseguem, a princípio, controlar a população de gafanhotos. Mas isso tem


seu preço: o veneno se espalha pelo meio ambiente.

RETORNO

Por variação genética, alguns gafanhotos são resistentes ao veneno.

Resultado: esses são selecionados, geram descendentes, e o veneno perde sua eficácia

CONTAMINAÇÃO

Para piorar, o veneno, a essa altura, atingiu inocentes: insetos polinizadores e animais
que se alimentam de gafanhotos. Como eles se reproduzem mais devagar, não terão a
mesma chance que os gafanhotos de se adaptar ao veneno.
1.2 – Breve referencia as hipotes sobre a origem da vida

A origem da vida no planeta é um dos maiores problemas científicos ainda não


totalmente resolvido. Essa pergunta é muito antiga, vemos nos registros históricos e
arqueológicos diversos mitos sobre a origem do Universo, do planeta e da vida, os
chamados mitos cosmogônicos. Sem ferramentas científicas ou arsenal teórico, esses
mitos foram construídos baseados em tradições culturais e uma tentativa de explicação
dos fenômenos naturais. Muitos desses mitos são a base para diferentes crenças
religiosas que abordam o tema da criação, até os dias de hoje. O desenvolvimento
tecnológico e do método científico moderno, principalmente a partir do século 17,
permitiu que a natureza da vida, inclusive sua origem, pudesse ser estudada com uma
abordagem nova e baseada em observações da natureza, experimentos controlados e em
hipóteses testáveis, que serão o tema dessa aula.
Atualmente essa questão conta com o suporte de várias áreas da ciência que têm
contribuído para o aumento de nosso entendimento das condições ambientais da Terra
em seus primeiros milhões de anos. O paradigma que temos atualmente é que é
necessário um conjunto de condições mínimas: um ambiente favorável e a presença dos
ingredientes necessários, como visto na aula anterior. O desafio científico atual tem sido
o de desvendar essas condições necessárias e suficientes para que o fenômeno de
origem da vida aconteça, tentando replicar o processo em laboratório, mesmo que
dividido em etapas.

Formação planetária

As primeiras teorias modernas sobre o processo de formação

planetária foram formuladas no século 18, por Immanuel

Kant (filósofo alemão) e Pierre-Simon Laplace (matemático

francês), propondo que o Sistema Solar teria se formado

pela condensação de uma nebulosa de gás e poeira que

teria colapsado em rotação. Em seu centro, a gravidade

geraria uma região tão densa e quente que reações de Disco protoplanetário
fusão nuclear seriam possíveis, gerando energia térmica e luminosa que
contrabalancearia o colapso, tornando o sistema hidrodinamicamente estável. Esse é o
processo de nascimento da estrela central. Ao redor da mesma, a nebulosa continuaria
colapsando, mas o princípio de conservação angular faz com que o gás, em lenta rotação
inicialmente, aumente sua velocidade fazendo com que a

Origem e evolução da célula procarionte e eucarionte

Para a classificação dos seres vivos nos cinco grandes reinos, foram utilizados os
seguintes critérios:

Tipo de organização celular — define se os seres vivos são procariontes ou


eucariontes, isto é, se são destituídos ou possuidores de membrana nuclear, nucléolo e
organelas membranosas em suas células;

Número de células — considera se os seres vivos são unicelulares ou pluricelulares;

Tipo de nutrição — indica se os organismos são autótrofos ou heterótrofos; esse


critério também considera a maneira pela qual os heterótrofos obtêm o seu alimento: se
por absorção ou por ingestão do material orgânico disponível.

De acordo com o estabelecimento dos critérios de classificação mencionados, o mundo


vivo foi dividido nos seguintes reinos:

Reino Monera — Abrange todos os organismos unicelulares e procariontes,


representados pelas bactérias e pelas cianobactérias ou cianofíceas, também conhecidas
como algas azuis. Reino Protista — Compreende os organismos unicelulares e
eucariontes, como os protozoários e certas algas.

Reino Fungi — Compreende todos os fungos, que podem ser uni ou pluricelulares e
são organismos eucariontes e heterótrofos por absorção.

Reino Plantae ou Metaphyta — Abrange os organismos pluricelulares, eucariontes e


autótrofos. Nesse reino, também conhecido como reino das plantas, incluem-se as algas
pluricelulares, as briófitas (musgos e hepáticas), as pteridófitas (como samambaias e
avencas), as gimnospermas (como pinheiros e sequoias) e as angiospermas (ipês,
limoeiros, feijão, capim, etc).
Reino Animalia ou Metazoa — Compreende os organismos pluricelulares, eucariontes
e heterótrofos por ingestão. Esse reino abrange todos os animais, desde os poríferos até
os mamíferos.

Evolução

As espécies hoje existentes resultaram de espécies passadas que sofreram


transformações. Esse processo de transformações é chamado de evolução e para ele
concorrem dois fatores, entre outros:

 Mutação - modificação na molécula de DNA, provocada por falhas durante a sua


duplicação ou pela exposição do organismo a radioatividade ou a certos produtos
químicos.

Essa mudança na molécula de DNA pode levar ao aparecimento de uma nova


característica no organismo. Quando a mutação é vantajosa, isto é, quando produz uma
característica que aumenta a chance de sobrevivência do organismo ou sua
probabilidade de gerar mais filhotes, ela tende a se espalhar pela população: o número
de filhotes com a nova característica torna-se, pouco a pouco, superior ao número de
filhotes sem ela. Caso seja prejudicial, a mutação continuará rara e pode até mesmo
desaparecer;

 Seleção natural - processo pelo qual o ambiente determina quais organismos têm
maior possibilidade de sobrevivência e reprodução.

Desenvolvida pelo cientista Charles Darwin (1809-1882) em seu livro A origem das
espécies (1859), a ideia da seleção natural foi um marco na história da Biologia.

A bactéria Streptococcus iniae afeta o cérebro de peixes, causando a "doença do peixe


louco". A partir de 1995, os criadores de trutas de Israel começaram a vacinar seus
peixes. Apesar disso, em 1997, ocorreu uma epidemia causada por uma linhagem de
bactéria resistente à vacina. Os cientistas acreditam que essa linhagem surgiu por
pressão evolutiva induzida pela vacina, o que quer dizer que a vacina:

a) induziu mutações específicas nas bactérias, tornando-as resistentes ao medicamento.


b) induziu mutações específicas nos peixes, tornando-os suscetíveis à infecção pela
outra linhagem de bactéria.
c) causou o enfraquecimento dos órgãos dos peixes, permitindo sua infecção pela outra
linhagem de bactéria.

d) levou ao desenvolvimento de anticorpos específicos, que, ao se ligarem às bactérias,


as tornaram mais agressivas.

e) permitiu a proliferação de bactérias mutantes resistentes, ao impedir o


desenvolvimento das bactérias da linhagem original.

Principal diferença:
• Procariontes não têm membrana nuclear;
• Cromossomo dos procariontes ocupa um espaço dentro da célula
denominado nucleoide e está em contato direto com o resto do protoplasma.
• Células eucariontes têm um núcleo verdadeiro com um complexo envoltório
nuclear.

Figura:1.1- A célula procarionte vs eucarionte.


Células Reino Orgaismos representativos

Procariontes Monera Bactérias


Algas azuis
Eucariontes Protista Protozoários
Crisófitas
Fungos Bolores
Fungos verdadeiros
Vegetal Algas verdes, vermelhas e
pardas;
Briófitas
Traqueófitas
Animal Metazoários

Organização celular em procariontes e eucariontes


Estrutura Procariontes Eucariontes
Envoltório nuclear Ausente Presente
DNA Sem envoltório nuclear Ligado a proteinas
Cromossomos Únicos Multiplos
Nucléolos Ausentes Presentes
Divisão Fissão binaria Mitose ou meiose
Ribossomos 70S*(50S+30S) 80S (60S + 40S)
Endomembranas Ausentes Presentes
Mitocôndrias Ausentes Presentes
Cloroplastos Ausentes Presente em células
vegetais
Parede celular Não celulósica Celulosica em células
vegetais
Exocitose e endocitose Ausente Presentes
Citoesqueleto Ausente Presentes

• Procariontes antecedem os eucariontes


• Fósseis com data de três bilhões de anos apenas em procariontes,
• Eucariontes apareceram há um bilhão de anos.
• MAS NÃO SÃO SÓ DIFERENÇAS...
• Ambos tipos de celulares utilizam um mesmo código genético e uma maquinaria
semelhante para sintetizar proteínas.
PROCARIOTOS
• São esféricos, semelhantes a um bastão ou em forma de um saca-rolha;
•pequenos – apenas uns poucos micrômetros de comprimento, embora existam algumas
espécies gigantes, 100 vezes maiores;
• Frequentemente têm uma cobertura protetora resistente, chamada de parede celular,
envolvendo a membrana plasmática, que envolve um único compartimento contendo o
citoplasma e o DNA.
• Se reproduzem rapidamente, dividindo-se em duas;
• Sob condições ótimas uma célula procariótica pode duplicar-se em 20 minutos. Em 11
horas, um procarioto pode dar origem a mais de 8 bilhões de descendentes;
• Graças ao seu grande número, velocidade de crescimento rápido e capacidade de
trocar porções de material genético, as populações de células procarióticas podem
desenvolver-se rapidamente;
• Adquirindo rapidamente a capacidade de usar uma nova fonte alimentar ou resistir à
morte por um antibiótico novo.
UNIDADE II: CITOLOGIA

O nascimento da CITOLOGIA pode ser considerado quando Robert Hooke, em 1663,


colocou um pedaço de cortiça sob o microscópio e mostrou a seus colegas da Royal
Society de Londres.

Hooke descreveu e ilustrou muitos objetos em sua publicação: a cabeça de um alfinete,


muitos insetos pequenos e suas partes, penas, “enguias” [nematódeos] do vinagre, partes
de muitas plantas, cabelo, bolores, papel, madeira petrificada, escamas de peixe, seda,
areia, flocos de neve, urina, e, é claro, aquele pedaço de cortiça.

1.2 – A CÉLULA: INTRODUÇÃO GERAL

São unidades básicas dos organismos complexos, ou a sua estrutura morfológica e


funcional. São as menores unidades das matérias vivas, capazes de uma existência
independente e de reproduzir sua própria espécie. Alguns animais são constituídos por
uma única célula. Dicionário - É a menor unidade estrutural de matéria viva, contendo
uma massa de protoplasma envolto por membrana, usualmente contendo núcleo e capaz
de existência independente. Todos os organismos, exceto os vírus, são constituídos de
células. Existem dois tipos básicos de células. A mais simples e fundamental das
classificações dos organismos vivos se baseia na ausência ou presença de um núcleo.

PRO / CARIONTES

As células procariontes, procariotos ou procarióticas, também chamadas de protocélulas,


são muito diferentes das células eucariontes. A sua principal característica é a ausência
de carioteca individualizando o núcleo celular, pela ausência de algumas organelas.
Possuem DNA na forma de um anel não-associado a proteínas, como acontece nas células
eucarióticas, nas quais o DNA se dispõe em filamentos espiralados e associados à
histonas. Estas células são desprovidas de mitocôndrias, plasmídios, complexo de Golgi,
retículo endoplasmático e membrana nuclear o que faz com que seu DNA fique disperso
no citosol. A este grupo pertencem: bactérias e cianófilos (algas cianofíceas, algas azuis
ou Cyanobactéria)

EU / CARIONTES

Eu (grego) significa verdadeiro, real; Karion, significa núcleo, âmago. Essas células são
mais complexas, possuem membrana nuclear individualizada e vários tipos de organelas.
A maioria dos animais e das plantas é dotada deste tipo de células. São células que
possuem o núcleo bem individualizado e delimitado por envoltório nuclear. Nesse grupo
encontram-se: as células animais e as células vegetais

Um óvulo de sapo mede 1 mm de diâmetro. Se nós subirmos na escala e colocarmos a


bactéria do tamanho de uma pessoa. O óvulo ficará com 750 m de altura. Forma e
Movimento. Algumas possuem membrana plasmática e outras possuem também a parede
celular. Necessidades químicas.

Organização geral da célula eucariótica Células eucariontes apresentam duas partes


morfologicamente bem distintas. O CITOPLASMA que é envolto por uma membrana
plasmática e o NÚCLEO que possui um envoltório nuclear. O CITOSOL é a porção do
citoplasma onde estão imersas as organelas e inclusões, é formado principalmente de água
onde encontramos componentes inorgânicos e orgânicos dispersos. Também é chamado
de substância fundamental ou matriz citoplasmática.

A célula possui organelas membranosas e organelas não membranosas, as organelas


membranosas são circundadas por membranas e constituem microcompartimentos
intracelulares. As ORGANELAS são pequenos órgãos da célula, são estruturas ativas que
desempenham funções diferentes. Inclusões são componentes de armazenamento da
célula como grânulos de proteínas, glicogênio e lipídios.

ORGANELAS MEMBRANOSAS ORGANELAS NÃO MEMBRANOSAS

• Membrana celular • Microtúbulos

• Mitocondrias • Filamentos

• Retículo endoplasmático granular • Centríolos


• Retículo endoplasmático agranular • Ribossomos

• Complexo de Golgi

• Lisosomos

• Peroxisomos

MEMBRANA CELULAR

Uma célula é um sistema de moléculas reagindo dentro de um recipiente. Esse recipiente


é a MEMBRANA PLASMÁTICA que serve como barreira não permitindo que o
conteúdo da célula escape para o meio circulante. A membrana celular controla e
seleciona a troca de substâncias entre a célula e o meio externo. As organelas ou
compartimentos intracelulares são envolvidos também por membranas como a MP,
porém mantêm características diferentes dependendo da função da organela. É uma
estrutura limitante que envolve a célula e, além disso, ela participa de funções da célula.
Também chamada de membrana plasmática ou plasmalema. (MP).

Estrutura Molecular da MP A MP possui cerca de 7,5 nm de espessura e não é vista ao


MO. Ao ME a MP tem uma estrutura trilaminar que é formada por duas linhas finas com
uma área clara entre elas. A linha interna, citoplasmática é conhecida como folheto
interno e a linha externa é conhecida como folheto externo. Cada folheto é constituído de
uma camada de moléculas de fosfolipídios, esteróides (colesterol) e glicolipídios com
proteínas associadas. A molécula de fosfolipídio possui uma cabeça hidrofílica, gosta de
água, e uma cauda hidrofóbica, detesta a água.
A molécula de fosfolipídio é formada de uma cabeça polar, localizada na superfície da
membrana e duas caudas longas não polares, de ácidos graxos que se projetam para o
centro da MP. As regiões não polares estão voltadas uma para outra no interior da
membrana e formam fracas pontes não covalentes uma com a outra mantendo a bicamada
unida. As cabeças polares são formadas por glicerol, ao qual se liga um grupo
nitrogenado positivo através de um grupo fosfato negativo. As proteínas estão
mergulhadas na dupla camada de lipídios, ocupando parcial ou totalmente a sua
espessura, transmembrana. Como as proteínas estão em constante movimento laterais,
dando um caráter dinâmico à estrutura, criou-se o termo mosaico fluido. Esta estrutura é
chamada de Modelo do Mosaico Fluído.

GLICOCÁLIX

É uma cobertura floculada evidenciada ao ME. É um revestimento constituído de cadeias


de carbohidratos que estabelecem ligações covalentes com as proteínas transmembrana e
com as moléculas de fosfolipídios do folheto externo. Sua função mais importante é de
proteger a célula de interagir com proteínas inadequadas que causam danos químicos e
físicos, também agem na adesão célula-célula.

MITOCÔNDRIAS

São as mais notáveis organelas do citoplasma, estão presentes em todas as células


eucariontes, possuem a forma de salsicha, envolvida por duas membranas separadas. A
maioria das células animais possui um grande número de mitocôndrias, uma forma
estável de armazenamento de energia, que pode ser utilizada pela célula para as suas
atividades que exigem gastos de energia.

As mitocôndrias contêm seu próprio DNA e RNA, são móveis mudando de forma e
posição dentro da célula. Os primeiros citologistas acreditavam que as mitocôndrias eram
estruturas que haviam evoluído de um procarionte ancestral que estabeleceu uma
simbiose com a célula eucarionte hospedeira, as mitocôndrias possuem características em
comum com as bactérias, por este motivo é que muitos pesquisadores admitem este
conceito, embora ele seja um conceito especulativo.

Sua estrutura ao ME consiste em uma membrana externa lisa e uma membrana interna
pregueada. As pregas são conhecidas como cristas, aumentam a superfície da membrana
interna. O espaço estreito entre as membranas é conhecido como espaço
intermembranoso, e o grande espaço interno é conhecido como espaço da matriz (espaço
intercristas). Suas cristas variam em dimensões, forma e número nos diferentes tipos de
célula. A energia necessária para a manutenção da célula deriva da oxidação de nutrientes
que ocorrem nestas organelas. As mitocôndrias contêm as enzimas responsáveis pela
respiração celular. Estas enzimas catalisam as reações que geram na célula um composto
rico em energia que é o ATP (trifosfato de adenosina), esse é a principal moeda corrente
da energia química nas células.

RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO (RE)

É o maior sistema de membranas da célula, é um sistema de túbulos e vesículas


interconectados, cuja luz é denominada de cisterna. Os processos metabólicos que
ocorrem na superfície e no interior do RE são: síntese e modificação protéica, síntese de
lipídios e esteróides, destoxicação de certos compostos tóxicos (álcool e barbitúricos) e
formação de todas as membranas da célula. A membrana nuclear é contínua com o
retículo. Possui dois componentes chamados de retículo endoplasmático rugoso e liso.

Retículo endoplasmático rugoso (RER) É um verdadeiro labirinto de espaços entre


membranas, é o local onde a maioria dos componentes da membrana celular e o material
destinado à exportação pela célula é montado. Na sua superfície citoplasmática
encontramos polirribossomas. O RER atua na síntese e nas modificações de proteínas,
incluindo a glicosilação inicial das proteínas, síntese de fosfolipídios, montagem de
moléculas de proteínas e proteólise de seqüência de aminoácidos. Além disso, sintetiza
lipídios e proteínas integrais de todas as membranas da célula. A cisterna do RER é
contínua com a membrana nuclear.

RETICULO ENDOPLASMATICO LISO (REL)

É constituído por um sistema de túbulos anastomosados e de vesículas achatadas


revestidas de membranas. Acredita-se que a luz do REL seja contínua com o RER. Não
possui ribossomos ligados à sua membrana, sua função não está relacionada com a síntese
de proteínas, ao invés disso, possui uma função relacionada ao metabolismo de outras
substâncias com síntese de lipídios do grupo colesterol, hormônios esteróides,
destoxicação de drogas.

COMPLEXO DE GOLGI

É constituído por um amontoado de sacos achatados e delimitados por membranas, onde


recebe e modifica moléculas provenientes do Retículo Endoplasmático e redireciona tais
moléculas para o exterior da célula ou locais dentro da própria célula. Encontra-se situado
normalmente próximo ao núcleo.

A periferia de cada cisterna é dilatada e ladeada por vesículas que podem estar fundidas
ou não ao complexo de Golgi. Ele atua também na síntese de carbohidratos, especialmente
polissacarídeos As proteínas formadas e empacotadas no RER seguem uma via padrão
para o complexo de Golgi, para modificação e empacotamento. Cada pilha possui uma
região próxima ao RER que é a face-cis ou face de entrada, e o lado oposto, a face-trans
ou face de saída. As vesículas transportadoras do RER se fundem com o Complexo de
Golgi e liberam o conteúdo protéico na sua cisterna, sendo aí modificadas e empacotadas.

LISOSSOMOS

São organelas irregulares, membranosas, pequenas e estão presentes em quase todos os


tipos de células especializadas para a digestão enzimática intracelulares, são como sacos
de enzimas digestivas, libera nutrientes e destrói moléculas não desejadas. Seu número e
forma variam muito de célula para célula, de acordo com seu tipo e função.

A função dos lisossomos é a digestão de macromoléculas, fagocitose de microrganismos,


restos celulares e células, também do excesso de organelas velhas, tais como mitocôndrias
e RER. Já que sua função é lisar os vários componentes citoplasmáticos, é importante
que seu conteúdo enzimático encontre-se separado do restante do citoplasma por
membranas. Porém quando uma célula, devido a ausência de oxigênio ou outra razão,
entra em sofrimento e morre, os lisossomos rapidamente liberam suas enzimas no
citoplasma e realizam a digestão da célula. As enzimas dos lisossomos, sendo proteínas,
são sintetizadas no RER, conduzidas através de vesículas para o Complexo de Golgi.

Endocitose é o processo do qual a célula ingere macromoléculas, matérias específicas e


outras substâncias de espaço extracelular. Se a vesícula é grande, o método é denominado
de fagocitose (comida da célula) e a vesícula é o fagossoma. Se a vesícula é pequena
chama-se pinocitose (bebida da célula) e a vesícula é a vesícula de pinocitose. Fagocitose
é realizada normalmente por células especializadas, conhecidas como fagócitos, como os
glóbulos brancos do sangue, os neutrófilos e monócitos. Quando os monócitos
abandonam a corrente sanguínea para realizar o seu papel de fagocitose, eles são
chamados de macrófagos.
PEROXISSOMOS

São organelas pequenas, com forma de esféricas a ovóides, envolvidas por membranas.
Estão presentes em quase todas as células animais e funcionam no catabolismo de ácidos
graxos de cadeia longa. Fornecem o ambiente de contenção para reações onde um
perigoso agente químico é gerado e degradado – o peróxido de hidrogênio (H2O2) As
proteínas dos peroxissomos não são formadas no RER, e sim no citosol e são
transportadas para os peroxissomos.

RIBOSSOMOS

São partículas pequenas formadas de RNA ribossomal (rRNA). Sua função consiste em
participar da síntese de proteínas citoplasmáticas. Os ribossomos podem estar isolados ou
em grupos conhecidos como Polirribossomas ou Polissomas. Cada ribossomo é formado
de uma subunidade grande e uma pequena, que são formadas no nucléolo e liberadas para
o citosol. Ribossomos: Síntese de proteínas

Ribossomo tem três sítios de ligação: 1 para mRNA e dois para tRNAs. Um sítio é
chamado de sítio de ligação peptidil-tRNA, ou sítio P, prende a molécula de tRNA que
está ligada a extremidade crescente da cadeia polipeptídica. Outro sítio é chamado de
sítio de ligação aminoacil-tRNA, ou sítio A prende a molécula de tRNA com um
aminoácido que está entrando.

1) Uma molécula de tRNA se liga a um sítio A desocupado, adjacente a um sítio P


ocupado.

2) A cadeia se separa da molécula de tRNA no sítio P e se liga ao aminoácido ligado á


uma molécula de tRNA do sítio A.

3) A molécula de tRNA livre do sítio P é liberada do ribossomo.


4) O novo peptil-tRNA localizado no sítio A é deslocado para o sítio P.

5) O sítio A desocupado fica livre para uma nova molécula de tRNA.

A síntese continua até que o ribossomo encontre um códon de terminação, que sinaliza o
fim da cadeia de polipeptídios. Uma vez que a síntese é completada, as duas subunidades
ribossômicas se dissociam do mRNA e retornam ao citosol. Existem muitas moléculas de
tRNA diferentes, uma para cada tipo de aminoácido.

Código genético: três letras uma letra

GCA – Alanina – A

AGA – Arginina – R

INCLUSÕES

São consideradas como componentes não vivos da célula, não possuem atividade
metabólica nem são revestidos por membranas. As inclusões mais comuns são o
glicogênio, as gotículas lipídicas, os pigmentos e os cristais.

- Glicogênio: é a forma mais comum de armazenamento da glicose nos animais.

- Lipídios: é a forma de armazenamento dos triglicerídios.

- Pigmentos: o pigmento mais comum do corpo, ao lado da hemoglobina, é a melanina,


formada pelos melanócitos da pele.

- Cristais: não são normalmente encontrados nas células, acredita-se que sejam estruturas
cristalinas de certas proteínas.

CITOESQUELETO

A célula eucariótica possui a capacidade de organizar seus componentes e adotar uma


variedade de formas e de realizar movimentos O citoplasma contém um citoesqueleto,
que é uma intrincada rede tridimensional de filamentos protéicos, que são responsáveis
pela manutenção da morfologia celular. Além disso, o citoesqueleto participa no
movimento celular. Possui três componentes: filamentos finos (microfilamentos),
filamentos intermediários e microtúbulos.

Filamentos finos (microfilamentos)


• São constituídos de duas cadeias de subunidades globulares de actina (actina G e actina
F),

• Possuem 6 a 8 nm de espessura,

• Responsáveis pelo movimento das organelas dentro da célula e também pela exocitose
e endocitose.

Filamentos intermediários

A principal função deste filamento é proporcionar base estrutural para a célula. Esses
filamentos têm uma grande resistência à tração, são os mais resistentes e mais duráveis
dos três tipos. São semelhantes a cabos formados de muitos fios longos enrolados. Sua
grande força de tensão é importante para proteger as células do estresse e da tensão.
Incluem

– Queratina - células epiteliais

– Neurofilamentos - neurônios

– Desmina - músculo

– Vimentina - tecido conjuntivo

– Filamentos gliais - astrócitos

Microtúbulos

São estruturas cilíndricas longas, retas, rígidas e ocas. São estruturas dinâmicas que
modificam seu comprimento. As principais funções dos microtúbulos são proporcionar
rigidez e manter a forma da célula, têm função organizacional em todas as células
eucarióticas, regulam o movimento intracelular das organelas e vesículas e permitir a
capacidade do movimento ciliar. Na divisão celular formam os cílios e flagelos.

Centríolos
São estruturas pequenas e cilíndricas. Normalmente são estruturas pares, arrumadas
perpendicularmente um ao outro, e estão localizadas no centrossoma (citocentro), na
vizinhança do complexo de Golgi. Eles são formados de nove trincas de microtúbulos
arrumados em torno de um eixo central. Os centríolos parecem estar associados com a
organização da célula. Durante a atividade mitótica, os centríolos são responsáveis pela
formação dos fusos.

Vacuolos

São estruturas delimitadas por uma membrana existentes no interior do citoplasma e cujas
funções variam em diferentes tipos celulares. Alguns protozoários de água doce, por
exemplo, possuem vacúolos contráteis, que expulsam a água que entram em excesso na
célula. Em células vegetais maduras, geralmente há um grande vacúolo central que ocupa
grande parte da célula. Ele é o responsável pelo acúmulo de várias substâncias, como
água, sais minerais, enzimas, pigmentos, gotículas de óleo, entre outras.
Cloroplastos

São exclusivos das células vegetais. Assim como as mitocôndrias, os cloroplastos


são envoltos por duas membranas. Seu interior é preenchido por um líquido, o
estroma, no qual estão mergulhados ribossomos, enzimas, DNA próprio e um
sistema de membranas formado por diversos discos achatados, denominados
tilacoides. Os tilacoides dispõe-se em pilhas chamadas grama.
Os cloroplastos são responsáveis pelo processo de fotossíntese, no qual ocorre a
produção de glicídio e gás oxigênio pelas reações químicas entre dióxido de carbono e
água na presença de energia luminosa, captada pela clorofila, pigmento verde presente
nos cloroplastos.

Cílios

Constituído de NOVE DUPLAS de microtúbulos e de dois microtúbulos centrais.


Corpúsculo basal com nove trincas de microtúbulos.

Junções celulares

São especializações da membrana plasmática das células que tem como função a ligação
entre células vizinhas ou entre células e a matriz extracelular. São importantes para a
integração dos tecidos, mantém as células coesas e aderidas umas às outras. Existem
fundamentalmente três tipos de junções: junções de oclusão; junções comunicantes e
junções aderentes.

1. Junções de oclusâo: tem a função de vedar a passagem de substâncias entre as células


epiteliais,
2. Junções de Adesão: forma também um cinturão contínuo ao redor da célula que se une
às adjacentes através de ligações entre moléculas de adesão dependentes de Cálcio
(Caderinas). a) Desmossomos

3. Junções tipo GAP ou comunicantes: permite a comunicação entre as células vizinhas

O Núcleo

Contém o DNA, localiza-se normalmente em posição central, é limitado por dupla


menbrana nuclear, com poros (gaps) A membrana nuclear só torna-se visível pela
cromatina associada a si, corada pela hematoxilina

Posssui heterocromatina, inativa, cora-se pela hematoxilina, e a eucromatina, ativa,


representada por áreas claras. A informação genética das células está acumulada no DNA
do núcleo, sob uma forma codificada. A informação genética contida no DNA pode ser
duplicada (replicação) ou transcrita sob a forma de RNA que se traduz como proteína.

Quando uma célula se reproduz pela duplicação de seu DNA, ela passa a instrução
genética codificada para cada uma das células filhas. Esta é a razão pela qual os filhos se
parecem com os pais. Algumas vezes esta cópia não é perfeita e as instruções são
ocasionalmente corrompidas. Esta é a razão dos filhos nem sempre se parecerem com
seus pais. Quando as instruções genéticas são copiadas erradas acontecem danos
acidentais, alterações permanentes ou mutações. Às vezes a mutação pode beneficiar, no
entanto a maioria delas é prejudicial, sendo no homem responsáveis pela maioria das
doenças hereditárias.

Características gerais de núcleo: O núcleo é a maior organela da célula. Contém quase


todo o DNA que a célula possui. É envolvido por duas membranas lipídicas. Possui três
componentes:

a. Cromatina que é o material genético da célula.

b. Nucléolo que é onde ocorre a síntese de RNA.

c. Nucleoplasma que contém água, íons, aminoácidos e enzimas para a síntese de RNA e
DNA.
Geralmente é único, esférico ou ovóide, no entanto existem células binucleadas como as
células hepáticas, multinucleadas como as células de fibras musculares esqueléticas e
também anucleadas como as hemáceas.

Sua forma geralmente é arredondada, porém existem células com núcleos de forma
achatados como células glandulares das mucosas ou lobulado como nos neutrófilos,
glóbulos brancos do sangue. O tamanho e a forma do núcleo é constante para determinado
tipo de célula.

Núcleo na interfase

Como a maioria das células se divide por mitose (mitos = filamentos), costuma-se
estudar a célula segundo sua relação com a mitose. Interfase é a fase entre duas mitoses,
estudaremos o núcleo na interfase e o núcleo na mitose. Núcleo na interfase é
impropriamente chamado de núcleo em repouso, pois nesta fase o núcleo é muito ativo
metabolicamente (Síntese de DNA e RNA). No núcleo interfásico percebem-se os
seguintes componentes: envoltório nuclear, cromatina, nucleoplasma e nucléolos

Envoltório Nuclear

O núcleo é circundado pelo envoltório nuclear, visto no MO como uma linha corada
escura, ao ME é composto de duas unidades de membranas paralelas que são as
membranas nucleares interna e externas, separadas uma da outra por uma cisterna
perinuclear. Membrana Nuclear Interna – está em contato íntimo com a lâmina nuclear,
rede entrelaçada de filamentos intermediários. Membrana Nuclear Externa – é contínua
com o RER. Sua superfície é circundada por uma rede fina e frouxa de filamentos
intermediários e possui ribossomos na sua superfície.

Poros – em certos lugares do envoltório nuclear, a membrana externa é contínua com a


interna, criando os poros nucleares, que permitem a comunicação entre o núcleo e o
citoplasma.

O poro nuclear é circundado por uma estrutura não membranosa que formam o complexo
do poro nuclear, que controla seletivamente a passagem de material entre o núcleo e o
citoplasma. Complexo do Poro Nuclear – Possui cerca de 100 nm de diâmetro, constituído
por um complexo de monômeros protéicos formando 8 unidades que se associam
limitando o canal. A quantidade de poros varia de célula para célula, pode cobrir de 1,2
até 25 % da área do envoltório nuclear.
Cromatina

Designa, com exceção do nucléolo, toda a porção do núcleo que se cora e é visível ao
MO. A cromatina é constituída por desoxirribonucleoproteína que se apresenta em vários
graus de condensação.

a. Heterocromatina - Designa a porção de cromatina que aparece condensada no núcleo,


é a porção inativa da cromatina.

b. Eucromatina - É a cromatina espalhada (difusa) do núcleo, é a cromatina ativa, onde


o material genético está sendo transcrito em RNA.

A diferença existenye entre as c[elulas de um mesmo individuo se deve a existencia de


diferentes grupos de genes em atividades. Assim, podemos entender por que a celula
epitelial sao tao diferentes, apesar de terem como todas as outras celulas a mesma
colecçao de genes.

Cromossomos – a medida que a celua sai da fase de interface e se prepara para a mitose
ou meiose, as fibras de cromatina sao condensadas e formam os cromossomos que sao
visiveis ao MO. A cromatina, vista no ME é um material filamentoso, este filamento pode
ser desespiralado resultando em estruturas menores semelhante a conta de um calor, estas
contas sao denominadas nucleossomas e o calor é a molecula de DNA.

Estrutura do cromossomo – é formado de um unico filamento de cromatina dobrado varias


vezes sobre si mesmo, adquirindo um aspeto compacto em forma de bastonete. O
cromossomo apresenta um estrangulamento chamado de centrmero ou constriçao
primaria.

Dependendo do cetromero teremos:

Metacentrico – centromero no meio.

Submetacentrico – centromero um pouco afastado do centro.

Acocentrico – centromero bem proximo a um dospolos.

No centromero encontraremos um disco de proteinas, o cinetócoro, ao qual se prendem


os filamentos do fuso na divisao celular.

Genoma – é o numero de cromossomos nas celulas somaticas e é especifico para cada


especie. Na especie humana o genoma é 46 cromossos, sao 23 pares homologos de
cromossomos, sendo que um membro de cada par é derivado da mae e o outro do pai.
Dos 23 pares, 22 sao denominados autossomos e o restante que determina o sexo sao os
cromossomos sexuais. Os cromossomos sexuais da mae sao os dois cromossomos X (XX)
e o do pai sao formados de cromossomos X e Y (xy).

Cromatina sexual – é a cromatina inativa dos cromossomos X, ela é observada no interior


do envoltorio nuclear das celulas do sexo feminino.
UNIDAE III: TECNOLOGIA DA BIOLOGIA MOLECULAR
Uma das principais características dos seres vivos é a capacidade de transformar a
matéria; seja matéria presente no meio externo, seja aquela acumulada no próprio
organismo, fazendo parte da sua composição. Os fenômenos de transformação da
matéria realizados pelos seres vivos dão-se na maior parte dos casos por modificações
qualitativas das moléculas (reações químicas) catalizadas por enzimas. Desta forma
podemos dizer que os seres vivos são agentes de transformações químicas, sendo
responsáveis no ecossistema terrestre por um grande número de conversões de matéria e
energia, as quais permitem a vida em nosso planeta. Logo, a Bioquímica é a ciência que
estuda as reações químicas produzidas diretamente ou indiretamente pelos seres vivos,
que em seu conjunto constituem os processos biológicos. As proteínas são
macromoléculas orgânicas que apresentam a capacidade de atuar em conjunto com íons
ou outras moléculas orgânicas, sendo responsáveis por inúmeros fenômenos observados
nos seres vivos e, por conseguinte, têm um papel de destaque dentro dos processos
biológicos. Desta forma, iremos abordar algumas metodologias bioquímicas clássicas
utilizadas para estudar e analisar proteínas.

Aminoácidos

Dentre os inúmeros aminoácidos presentes na natureza, apenas 22 são considerados


proteinogênicos.

Os aminoácidos proteinogênicos são aqueles que podem ser encontrados como


constituintes de proteínas e que tenham sido incorporados à molécula protéica pelo
maquinário celular em função da existência de códon especificado no RNA mensageiro.

Logo, aminoácidos gerados pela modificação pós-traducional da molécula proteica não


são considerados proteinogênicos. Dentre os 22 aminoácidos proteinogênicos,
selenocisteína e pirrolisina ocorrem apenas em procariotos, apresentam mecanismo de
incorporação à molécula proteica específicos e são pouco abundantes. Por isso, não
serão abordados neste texto. Aminoácidos proteinogênicos são moléculas orgânicas
também conhecidas como aminoácidos do tipo alfa. Neste tipo de molécula, o carbono
alfa está ligado a um grupamento amino (-NH2), um grupamento de ácido carboxílico (-
COOH), uma cadeia lateral variada e um hidrogênio.

As cadeias laterais variam de acordo com suas estruturas, tamanho e carga elétrica,
fatores que irão influenciar na solubilidade dos aminoácidos em água. Em todos os
aminoácidos, exceto glicina, o carbono alfa é assimétrico (quiral ou oticamente ativo),
ou seja, apresenta um arranjo tetraédrico com quatro grupos substituintes diferentes que
podem ocupar disposições espaciais distintas, as quais são entre si imagens especulares
não superponíveis (estereoisômeros).

Esta característica faz com que moléculas que contenham centros quirais tenham
atividade ótica, ou seja, a propriedade de desviar a luz plano-polarizada, sendo a direção
desta rotação diferente para as duas formas.

A classificação e nomenclatura dos estereoisômeros foram baseadas em um composto


de referência, o gliceraldeído, através de análises por difração de raios-X. Desta forma,
as configurações relacionadas àquelas do L-gliceraldeído e do D-gliceraldeído são
designadas pela letra L e D, respectivamente (do latim laevus que significa esquerda e
dexter que significa direita). Assim, os dois estereoisômeros dos aminoácidos são
designados por L e D aminoácidos, em função da sua semelhança com o padrão
gliceraldeído. Os aminoácidos que compõem as proteínas são sempre L-
estereoisômeros.

1.2.1. Classificação

Os aminoacidos classificam-se em essenciais e não essenciais.

Essenciais, ou indispensáveis, são os aminoácidos que o organismo humano não tem a


capacidade de sintetizar. Assim, estes devem ser obrigatoriamente ingeridos através de
alimentos. Logo, a alimentação deve ser a mais variada possível para que o organismo
obtenha uma diversidade maior destes aminoácidos. A carne, o leite e o ovo são as
principais fontes destes aminoácidos. Por outro lado, aminoácidos não-essenciais, ou
dispensáveis, são os que nosso organismo pode sintetizar.

Aminoacidos

Essenciais Não-Essenciais
Arginina Alanina
Histidina Aspargina
Isoleucina Ácido Aspártico
Leucina Cisteína
Lisina Ácido Glutâmico
Metionina Glutamina
Fenilalanina Glicina
Treonina Prolina
Triptofano Serina
Valina Tirosina

Os aminoácidos não atuam somente como unidades estruturais para a formação das
proteínas, mas também desempenham diversas funções. São precursores de uma série
de substâncias biologicamente importantes como hormônios, alcaloides e pigmentos.
Dentre outras funções, a glicina, por ser um aminoácido altamente hidrofílico, é
frequentemente adicionada a outras moléculas para torná-las mais solúveis, de modo
que possam ser, excretadas pela urina.

1.1. Proteínas

Proteínas são as macromoléculas mais abundantes presentes em todos os sistemas


vivos. Elas representam cerca de 50 a 80% do peso seco das células.

As proteínas são compostas por uma combinação de até 22 aminoácidos e apresentam


uma grande variedade estrutural devido ao número expressivo de possibilidades de
sequências de aminoácidos.

Em teoria, um decapeptídeo (peptídeo composto por 10 aminoácidos) poderia


apresentar 2,2x10¹¹ (220 trilhões) de sequências (arranjos) diferentes com o mesmo
número de resíduos de aminoácidos na molécula. Mas como os aminoácidos são
capazes de formar proteínas? Os aminoácidos apresentam a capacidade de formar
ligações covalentes entre os grupos amino (NH2) de um aminoácido e carboxílico
(COOH) de outro, reação que é catalisada por um conjunto de enzimas, formando as
chamadas ligações peptídicas. Assim, eles originam cadeias polipeptídicas que ao
atingirem uma certa extensão (cerca de 50 resíduos) recebem o nome de proteína.

1.1.1. Funções

Por apresentarem uma grande variedade estrutural, as proteínas desempenham uma série
de funções biológicas e podem ser agrupadas de acordo com essas funções.
3.1-Metodologia de estudo da célula
CONCEITOS IMPORTANTES
Fixação: consiste no tratamento de células com soluções específicas que causam
sua morte, conservando-se suas propriedades físicas e químicas.

Coloração: visa corar determinados componentes celulares, namorando-os


demais, possibilitando seu estudo pelo contraste de regiões “escuras”
(coradas) e “claras” (não coradas).

Celula de hepatocito

Uredosporos de Puccinia psidii, agente causal da


ferrugem do Eucalipto

PORUE FIXAR AS AMOSTRAS

• Evitar a autólise (degradação) das amostras;

• Impedir a contaminação por bactérias e fungos;

• Endurecer as células para o corte pelo micrótomo;


Tratamento com:

– Microscopia óptica -> formol e glutaraldeído


– Microscopia eletrônica -> tetróxido de ósmio e glutaraldeído.
TÉCNICA DE COLORAÇÃO

 Melhor distinção de estruturas internas e contrastes em amostras celulares;

 Estudo de componentes específico dentro das células;

 Técnicas de coloração consistem em mergulhar a célula numa substância


denominada corante, capaz de tingir diferencialmente uma ou mais partes
celulares.
 Não existe uma tecnica de coloração que evidencie todas as estruturas
celulares;
 Afinidade depende da carga eletrica do PH;
 Podem matar ou não as celulas

No microscopio eletronico a coloração é feita com sais pesados, por isso a


imagem obtida é sempre em preto e branco.

CORANTES BÁSICOS OU CATIÔNICOS ESTRUTURAS


(liga-se à moléculas carregadas negativamente) EVIDENCIADAS
Azul de metileno Cora o núcleo de azul (DNA
e RNA)
Giensa Cromossomos e células do
sangue
Vermelho neutro Acumula-se em vacúolos
Azul de toluidina Fosfatos do DNA e RNA;
carboxila e sulfato presentes
nos polissacarídeos ácidos
Água iodada Cora o núcleo e amiloplastos
Hematoxilina Cora o núcleo
CORANTES ÁCIDOS OU ANIÔNICOS ESTRUTURAS
(liga-se à moléculas carregadas positivamente) EVIDENCIADAS
Eosina Citoplasma
Fucsina básica Citoplasma
Xilydine ponceau Cora grupamentos ácidos de
proteínas citoplasmáticas

Os corantes também podem ser classificados como naturais ou sintéticos de acordo


com a origem:
CORANTE NATURAL ORIGEM
Hermatoxilina Leguminosa
Carmin Ovario de um inseto-Cochonilha
Anil Anileira – papilionácea
Orcelina Líquen
Açafrão Estames de Crocus sativus

DESVENDANDO O INTERIOR DAS CÉLULAS…

• Corte em fatias finas pelo MICRÓTOMO;

• Amostra incluída e protegida por matriz ou resina


(facilitar o corte e proteger tecido);

• Microscopia óptica: parafina ou resina plástica:


– espessura 1 a 6 micrômetros (μm)
– micrótomo com navalha de aço

• Microscopia eletrônica: resina dura tipo Epóxi :


– espessura 0,02 a 0,1 micrômetros (μm)
– micrótomo com navalha de vidro ou diamante

MICROSCOPIA ÓPTICA (MO) X MICROSCOPIA ELETRÔNICA (ME)


MO = utiliza a luz visível para iluminar o espécime.

ME = utiliza feixes de elétrons, em vez de fótons, para a visualização de células ou


estruturas celulares.
Microscópio de luz: C.O. = ~500 nm (as menores células e as maiores organelas)
Microscópio eletrônico: C.O. = ~0,005 nm (ultraestruturas – 0,2 nm)
MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA - MEV

Bactéria
Hemácias
Fecundação

Estômato

Inseto

MICROSCOPIA DE VARREDURA

 Emprega feixes de elétrons;

 Complementar à microscopia de transmissão (transmissão tem maior poder de


resolução, varredura tem a vantagem de fornecer imagens tridimensionais);

O trajeto do feixe de elétrons é modificado fazendo com que percorra a


superfície do espécime, ponto por ponto, e ao longo de linhas paralelas
(varredura);

 Os espécimes não precisam ser cortados para serem examinados (objetos de 1


cm ou mais podem ser examinados);

 O material deve ser fixado, dessecado, e recoberto por uma delgada camada
condutora de eletricidade, em geral ouro ou platina depositados à vácuo.

MEV: amostras grossas podem ser utilizadas.


Neste caso, amostras fixadas quimicamente são desidratadas, secas no aparelho de ponto
crítico de secagem e cobertas como metal condutor (Ex: ouro).

MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO - MET

Mitocôndria Citoplasma

vírus
 Não se pode examinar células vivas, apenas fixadas e
completamente secas;

 Os cortes histológicos precisam ser realmente finos, sendo


necessária a utilização de micrótomos com navalha de vidro
fraturado ou diamante;

Os estudos de microscopia eletrônica transmissão são feitos principalmente em


ampliações em papel fotográfico, mais do que diretamente no microscópio.

MET: seções ultrafinas do espécime são necessárias para que o feixe de elétrons atravesse
a amostra e uma imagem seja formada.
Observação de celulas humanas e galinhas

Hemacias de galinha (com nucleo) Hemácias de humano (sem núcleo)

Leucocitos Neutrofilos
Preparação de um fluido biologico para se observar entre a lamina e a laminula.

 lâmina sem riscos e sem gordura;


 solução aquosa (água, soro fisiológico, tampões);
 material biológico;
 laminula.

Lamínula

Solução aquosa

Lâmina

Material
UNIDADE IV: ÁCIDOS NUCLUICOS

Os ácidos nucléicos são as maiores moléculas encontradas no mundo vivo. São


responsáveis pelo controle dos processos vitais básicos em todos os seres. Foram
descobertos em 1865, pelo bioquímico Frederich Miescher, no núcleo dos glóbulos
brancos do pus e no núcleo de espermatozóides. Acreditando que estas substâncias
fossem encontradas apenas no núcleo das células, denominou-as de “ácidos nucléicos”.
Atualmente sabe-se que os ácidos nucléicos também são encontrados nos cloroplastos e
nas mitocôndrias.

Conceito: São macromoléculas constituídas por unidades denominadas “Nucleotídeos”.


Ou seja, são polímeros de Nucleotídeos, ou ainda, são polinucleotídeos.

Função dos Ácidos Nucléicos

Coordenar a síntese das enzimas (e demais proteínas) determinando assim as


características dos indivíduos, como: cor dos olhos, cor da pele, estatura, tendências de
comportamento, doenças hereditárias (diabetes, hemofilia, daltonismo), etc. Dessa
forma controla o metabolismo, a reprodução e constituem o material genético ou
hereditário de todos os seres vivos.

Os Nucleotídeos

São as unidades constituintes dos ácidos nucléicos. Ou seja, são os monômeros dos
ácidos nucléicos.

Estrutura do Nucleotídeo

Basicamente, um nucleotídeo é constituído por três partes:

• Uma base nitrogenada

• Uma pentose

• Um grupo fosfato
As Bases Nitrogenadas · São compostos orgânicos nitrogenados de cadeia fechada.

Ocorrem dois tipos: Púricas e Pirimídicas.

• As Bases Púricas apresentam dois anéis.


São elas: adenina e guanina.

• As bases pirimídicas apresentam um só anel


• São elas: adenina, timina e uracila ou uracil.

Representação das bases nitrogenadas


Na formação dos ácidos nucléicos as bases púricas se combinam com as bases
pirimídicas da seguinte forma:
No DNA:
Puricas Pirimídicas
• Adenina (A) • Timina (T)
• Guanina (G) • Citosina (C)

No RNA:

Puricas Pirimídicas
• Adenina (A) • Uracil (U)
• Guanina (G) • Citosina (C)

As bases nitrogenadas dão nome aos nucleotídeos e ligam as duas fitas do DNA.

As pentoses → São monossacarídeos (oses) de cinco carbonos na cadeia. Têm a função


de dar sustentação a molécula. São elas:

Ribose no RNA

Desoxirribose no DNA

O Grupo Fosfato (PO4)


É derivado do ácido fosfórico (H3PO4) - é comum tanto ao DNA como ao RNA.

Tem a função de ligar os nucleotídeos de uma mesma fita.

4.1- DNA: Estrutura, replicação, reparação. recombinação e transposição

Conceito → É um polinucleotídeo de fita dupla, associado às proteínas (histonas). Ou


seja, é uma nucleoproteína.

Características do DNA

• Apresenta-se como fita dupla, formando uma dupla hélice (modelo de Watson e
Crick, 1972).
• Apresenta a pentose (ose) Desoxirribose com exclusividade;
• Apresentam a base nitrogenada “Timina” com exclusividade;
• Promove a Duplicação ou Replicação: Sintetiza cópias idênticas de si mesmo;
• Promove a transcrição: Sintetiza moléculas de RNAm (mensageiro);
• O DNA é encontrado em maior quantidade no núcleo (na cromatina) que no
citoplasma
(nas mitocôndrias e cloroplastos);

A Duplicação ou Replicação

É o processo através do qual uma molécula de DNA dá origem a uma outra molécula,
idêntica a molécula mãe.

A duplicação é semiconservativa, ou seja, cada molécula de ADN formada conserva


uma das fitas da molécula-mãe.

2.1 Etapas da Duplicação

• Em presença da enzima helicase e DNApolimerase, ocorre o afastamento das duas


fitas do DNA;
• Nucleotídeos com desoxirribose (desoxirribonucleotídeos), livres no núcleo,
encaixam-se nas fitas separadas;

• Ao final do processo, estão formadas duas moléculas de DNA, cada uma contendo
uma das fitas das moléculas – mãe.
Representação da duplicação:

A Transcrição → Consiste na síntese de uma molécula de RNAm (mensageiro) pelo


DNA. Esta molécula contém uma mensagem contida nos “códons” (trincas de bases),
para a síntese de uma proteína específica. A transcrição ocorre no núcleo.
• Etapas da transcrição:

Em presença da enzima RNA-polimerase, ocorre o afastamento de parte de uma das fitas


do DNA, denominada “fita molde” ou “fita ativa”;

Nucleotídeos contendo ribose (ribonucleotídeos) livres no núcleo, encaixam-se no


segmento de fita ativa que encontra-se afastado no DNA;
Formado o filamento de RNAm, este separa-se do DNA e migra para o citoplasma,
através dos poros da carioteca;

A enzima DNA-ligase, reconstitue o DNA;

Representação da transcrição:

4.2. RNA: RNA mensageiro, RNA ribossoma e de transferência. Transcrição

RNA: é um acido nucleico que se relaciona com a sintese de proteinas.

CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO RNA


a) É sintetizado pelo DNA (transcrição)
b) É constituído por fita única de nucleotídeos.
c) Apresenta as bases púricas adenina e guanina; e as bases pirimídicas citosina e uracilo.

LEMBRANDO: No RNA não ocorre à base timina. No seu lugar é encontrada a base
uracila ou uracila combinando-se com adenina.
d) Apresenta a Pentose ribose

e) É encontrado em maior quantidade no citoplasma, como _________________ ,

_______________e _____________________ . Em menor quantidade no núcleo,


como

_________________________, constituindo os nucléolos.

TIPOS DE RNA

• RNA m (mensageiro)

• RNA r (ribossomal)

• RNA t (transportador)

1) RNA m (mensageiro)

É sintetizado pelo DNA, no processo denominado transcrição ;

códons
Obs, também no DNA uma trinca de bases
denomina-se códon.

• Apresenta fita de comprimento intermediário;

• É o que se apresenta em menor quantidade;

• Conduz a mensagem do núcleo para o citoplasma, através de grupos de três


nucleotídeos (trincas de bases) denominados _______________________.

Obs. Cada molécula de RNAm corresponde a cópia de um gen ou gene do DNA.


\2) RNA r (ribossomal)

• É o de cadeia mais longa;


• É o mais abundante nas células;
• Origina-se na “zona sat” ou satélite dos cromossomos, constituindo os nucléolos;
• Migram para o citoplasma, associam-se a proteínas e formam os ribossomos.

Obs.: Os ribossomos são, portanto, grânulos de ribonucleoproteínas.


3) RNA t (transportador)

• Tem forma de folha de trevo;

• É o menor deles;

• Transporta os aminoácidos até o RNAm;

• Apresenta-se dobrado sobre si mesmo.


A Tradução

Ocorre no citoplasma celular e consiste na decodificação Da mensagem contida nos


códons do RNAm através da ação do RNAt e dos ribossomos, culminando assim

na síntese de uma proteína específica.

Etapas da Tradução

Os ribossomos percorrem o filamento do RNAm cobrindo dois códons por vez;


Um RNAt conduzindo um aminoácido específico, se aproxima de um ribossomo
combinando o seu anticódon com o códon correspondente do RNAm coberto pelo
ribossomo;
O RNAt deixa ali o aminoácido e um outro repete o mesmo processo no próximo códon;
Formam-se ligações peptídicas entre os aminoácidos;
Quando cada ribossomo chega ao final do RNAm está formada uma proteína
específica.
O conjunto de vários ribossomos associados a um filamento de RNAm recebe o nome de
“polissomo”.

UNIDADE V: Citogenética
5.1- O núcleo interfásico e em divisão: Estrutura e função específica

-Principal característica que distingue uma célula eucarionte de uma procarionte

-controla o metabolismo celular através da transcrição do DNA nos diferentes tipos de


RNAs, os quais, são traduzidos em diferentes proteínas

-Na intérfase, o DNA pode atuar de duas maneiras:

*autoduplicando-se (replicação)

*transcrevendo sua informação em RNA

DNA →→→→→→→ DNA

replicação
DNA →→→→→→→ RNA →→→→→→→ PROTEÍNAS

transcrição tradução

-Geralmente é central na célula animal e periférico nas células vegetais

-Pode existir um ou mais núcleos, dependendo do tipo celular, geralmente


acompanhando o formato da célula

-Tamanho do núcleo:

metabolismo celular intenso → núcleo volumoso

Envelope nuclear

Nucleoplasma

Nucléolo

Cromatina

ENVELOPE OU ENVOLTÓRIO NUCLEAR

-Separa o conteúdo do núcleo do citoplasma

-Constituído por dupla membrana. A membrana interna apresenta a lâmina nuclear e a


membrana externa apresenta ribossomos aderidos e é contínua com o retículo
endoplasmático rugoso

-Membrana lipoprotéica (30% de lipídeos e 70% de proteínas)


-Possui poros (é descontínuo)

POROS NUCLEARES

-Fusão da membrana nuclear interna com a externa

-Permitem o trânsito seletivo de macromoléculas entre o núcleo e o citoplasma


(complexo de poro - nucleoporinas)

-Células com alta síntese protéica possuem grande quantidade de poros

Poros no envelope nuclear

LÂMINA NUCLEAR

-Associada à superfície interna do envoltório nuclear

-Rede fibrosa de proteínas (laminas) (filamentos intermediários) que se interrompe nos


poros nucleares

-Mantém a forma e dá suporte estrutural ao envoltório nuclear, além de ser responsável


pela ligação das fibras cromatínicas ao envoltório Proteínas Laminas
NUCLEOPLASMA

-Solução aquosa de proteínas, RNAs, nucleotídeos e íons, onde estão mergulhados o


nucléolo e a cromatina.
MATRIZ NUCLEAR

- Estrutura fibrilar formando um endoesqueleto, com função de ancorar as alças


cromatínicas, as enzimas envolvidas na replicação e transcrição do DNA e as proteínas
envolvidas notransporte dos RNAs.

NUCLÉOLO

-É o local de síntese do RNA ribossômico

-O seu tamanho está relacionado com a intensidade de síntese protéica que ocorre no
citoplasma da célula

-Constituído principalmente por proteínas e RNA ribossômico

-Apresentam 3 componentes:

- centro fibrilar;

- componente fibrilar denso;

- componente granular.

Regiões de transcrição e processamento do RNAr e de montagem das subunidades


ribossômicas.

CROMATINA
-DNA + proteínas específicas associadas (histonas e não- histonas) + pequena
quantidade de RNA

-Organização é dinâmica, podendo ser alterada de acordo com a fase do ciclo celular

-No núcleo interfásico, a cromatina pode estar compactada e/ou descompactada,


dependendo do estágio funcional da célula. No núcleo em divisão, a cromatina está
altamente compactada, na forma de cromossomos

CROMATINA – estados funcionais da cromatina

HETEROCROMATINA ou região heterocromática

-É inativa (mais condensada), portanto não é transcrita em RNA

-heterocromatina constitutiva (seqüências gênicas repetitivas que não são transcritas)

-heterocromatina facultativa (podem ser transcritas, porém são inativadas)

Ex. cromossomo X – cromatina sexual

EUCROMATINA ou região eucromática

-10% é ativa (menos condensada), portanto é transcrita em RNA e o restante é inativo


(mais condensada)

-A transcrição ocorre somente durante a intérfase

Cromatinas: Toda a porção do núcleo que se cora, com exceção do nucléolo. É


formada por DNA complexado a proteínas

Heterocromatinas e eucromatinas: níveis de compactação dos filamentos de


cromatina Condensina: proteína que condensa a cromatina no cromossomo

Eucromatinas: fibras descondensadas - maior atividade gênica

Heterocromatinas: fibras condensadas – menor atividade gênica

CROMATINA – expressão da informação genética

-GENES: seqüência de nucleotídeos do DNA que é expresso em um produto funcional,


ou seja, em uma molécula de RNA ou em uma cadeia polipeptídica (proteína)

-Éxons – segmentos codificadores (codificam produtos finais)


-Íntrons – segmentos não-codificadores

GENE

Transcrito em uma longa molécula de RNA

Reduzida pela remoção e digestão dos íntrons (splicing) e junção dos éxons

RNA funcional

Cromossomos metafásicos

-Duas moléculas-filhas de DNA (duas cromátides) unidas pelo centrômero

De acordo com a posição do centrômero, os cromossomos podem ser classificados


como:

Metacêntricos: centrômero central, cromossomo com dois braços de tamanhos iguais


Submetacêntricos: centrômero fora do centro, cromossomo com braços desiguais

Acrocêntricos: centrômero subterminal

Telocêntricos: centrômero terminal

Nucleossomos: DNA associado a proteínas histonas

Nucleossomos: DNA associado a histonas


6.1- Ciclo celular e controlo do ciclo celular
A única maneira de formar uma nova célula é duplicando uma célula já existente. Esse
fato simples, inicialmente estabelecido na metade do século XIX, traz consigo uma
profunda mensagem de continuidade da vida. Todos os organismos vivos, da bactéria
unicelular ao mamífero multicelular, são produtos de repetidos ciclos de crescimento e
divisão celular que remontam aos primórdios da vida na Terra, há mais de 3 bilhões de
anos. Uma célula se reproduz ao executar uma sequência organizada de eventos em que
ela duplica seu conteúdo e, então, divide-se em duas. Esse ciclo de duplicação e divisão,
conhecido como ciclo celular, é o mecanismo essencial pelo qual todos os seres vivos se
reproduzem. Em espécies unicelulares, como bactérias e leveduras, cada divisão celular
produz um novo organismo completo. Em espécies multicelulares, sequências longas e
complexas de divisões celulares são necessárias à produção de um organismo funcional.
Mesmo no indivíduo adulto, a divisão celular normalmente é necessária à substituição
das células que morrem. Na verdade, cada um de nós deve fabricar milhões de células a
cada segundo simplesmente para sobreviver: se toda a divisão celular fosse
interrompida – por exposição a uma alta dose de raios X, por exemplo –, morreríamos
em poucos dias. Os detalhes do ciclo celular variam de organismo para organismo e em
diferentes fases da vida de um organismo. Certas características, contudo, são
universais. No mínimo, a célula deve executar sua tarefa fundamental: passar as
informações genéticas para a próxima geração de células. Para produzir duas células-
filhas geneticamente idênticas, o DNA de cada cromossomo deve primeiro ser fielmente
replicado para produzir duas cópias completas. Os cromossomos replicados devem
então ser acuradamente distribuídos (segregados) para as duas células-filhas, assim cada
uma recebe uma cópia completa do genoma (Figura 17-1). Além da duplicação do
genoma, a maioria das células também duplica suas outras organelas e macromoléculas;
se não fosse assim, as células-filhas ficariam menores a cada divisão. Para manter seu
tamanho, as células em divisão devem coordenar o crescimento (i.e., o aumento da
massa celular) com a divisão. Este capítulo descreve os eventos do ciclo celular e como
eles são controlados e coordenados. Começaremos com um breve panorama geral do
ciclo celular. Descreveremos o sistema de controle do ciclo celular, uma rede complexa
de proteínas reguladoras que disparam diferentes eventos do ciclo. Na sequência,
consideraremos de forma detalhada os principais estágios do ciclo celular, nos quais os
cromossomos são duplicados e então segregados em duas células-filhas. Por fim,
consideraremos como sinais extracelulares governam as taxas de crescimento e divisão
celular e como esses dois processos são coordenados.

6.1.1. CONTROLE DO CICLO CELULAR

Por muitos anos os biólogos celulares observaram os eventos de síntese de DNA, da


mitose e da citocinese, mas não faziam ideia dos mecanismos de controle desses
eventos. Não estava nem ao menos claro se havia um sistema de controle separado ou se
os processos de síntese de DNA, mitose e citocinese de algum modo se
autocontrolavam. Um avanço importante surgiu no final da década de 1980 com a
identificação das principais proteínas do sistema de controle, juntamente com a
percepção de que elas são distintas das proteínas que executam os processos de
replicação do DNA, de segregação dos cromossomos, entre outros. Nesta seção,
primeiro consideraremos os princípios básicos sobre os quais o sistema de controle do
ciclo celular opera. Em seguida, discutiremos os componentes proteicos do sistema e
como eles trabalham em conjunto para sincronizar e coordenar os eventos do ciclo
celular.

O sistema de controle do ciclo celular opera de forma muito semelhante a um


cronômetro que aciona os eventos do ciclo celular em uma sequência determinada
(Figura 17-9). Em sua forma mais simples –, como visto no ciclo celular de embriões
precoces de animais, por exemplo –, o sistema de controle é rigidamente programado
para fornecer uma quantidade fixa de tempo para a realização de cada evento do ciclo
celular. O sistema de controle nas divisões desses embriões precoces é independente dos
eventos que ele controla, para que seus mecanismos continuem a operar mesmo que
esses eventos falhem. Contudo, na maioria das células, o sistema de controle não
responde a informações recebidas dos processos que controla. Se algum mau
funcionamento impede a conclusão bem-sucedida da síntese de DNA, por exemplo,
sinais são enviados ao sistema de controle para retardar a progressão da fase M. Tais
atrasos fornecem tempo para a maquinaria ser reparada e também previnem o desastre
que poderia resultar se o ciclo seguisse prematuramente ao próximo estágio – e
cromossomos incompletamente replicados segregassem, por exemplo. O sistema de
controle do ciclo celular tem como base em uma série conectada de interruptores
bioquímicos, cada um dos quais inicia um evento específico do ciclo celular. Esse
sistema de interruptores possui muitas características importantes, as quais aumentam
tanto a precisão como a confiabilidade da progressão do ciclo celular. Em primeiro
lugar, os interruptores geralmente são binários (ativo/inativo) e desencadeiam eventos
de maneira completa e irreversível. Seria claramente desastroso, por exemplo, se
eventos como a condensação dos cromossomos ou a desintegração do envelope nuclear
fossem iniciados apenas parcialmente ou começados e não completados. Em segundo
lugar, o sistema de controle do ciclo celular é notavelmente intenso e confiável, em
parte devido a mecanismos de reserva e outras características que permitem que o
sistema opere de maneira eficiente sob várias condições, mesmo que alguns
componentes falhem. Por fim, o sistema de controle é altamente adaptável e pode ser
modificado para se adequar a tipos celulares específicos e para responder a sinais
intracelulares ou extracelulares específicos. Na maioria das células eucarióticas, o
sistema de controle do ciclo celular controla a progressão do ciclo celular em três
principais pontos de transição reguladora (ver Figura 17-9). O primeiro é o Início (ou
ponto de restrição) no final de G1, onde a célula se compromete à entrada no ciclo
celular e à duplicação dos cromossomos. O segundo é a transição de G2/M, onde o
sistema de controle dispara um evento mitótico precoce que leva ao alinhamento de
cromossomos no eixo mitótico na metáfase. O terceiro é a transição entre metáfase e
anáfase, onde o sistema de controle estimula a separação das cromátides-irmãs, levando
à conclusão da mitose e da citocinese. Se detecta problemas dentro ou fora da célula, o
sistema de controle impede a progressão através de cada uma dessas transições. Se o
sistema de controle identifica problemas na realização da replicação de DNA, por
exemplo, isso manterá a célula na transição G2/M até que esses problemas sejam
resolvidos. Similarmente, se as condições extracelulares não são apropriadas à
proliferação celular, o sistema de controle bloqueia a progressão ao Início, impedindo
dessa forma a divisão celular até que as condições se tornem favoráveis.
UNIDADE VII: A célula cancerosa e morte celular por apotose

O crescimento, o desenvolvimento e a manutenção de organismos multicelulares


dependem não apenas da produção de células, mas também de mecanismos que as
destroem. A manutenção do tamanho do tecido, por exemplo, requer que as células
morram na mesma taxa em que são produzidas.

Durante o desenvolvimento, padrões cuidadosamente orquestrados de morte celular


ajudam a determinar o tamanho e a forma dos membros e de outros tecidos. As células
também morrem quando se tornam danificadas ou infectadas, que é uma forma de
assegurar que elas sejam removidas antes que ameacem a saúde do organismo.

Nesses e em muitos outros casos, a morte celular não é um processo aleatório, mas
ocorre por uma sequência de eventos moleculares programados, nos quais a célula se
autodestrói sistematicamente e é fagocitada por outras células, não deixando traços.

Na maioria dos casos, essa morte celular programada ocorre por um processo chamado
apoptose – do grego, “cair”, como as folhas de uma árvore.

As células que morrem por apoptose sofrem modificações morfológicas características.


Elas se encolhem e condensam, o citoesqueleto colapsa, o envelope nuclear se desfaz, e
a cromatina nuclear se condensa e se quebra em fragmentos

. A superfície da célula frequentemente abaula para o exterior e, se a célula for grande,


rompe-se em fragmentos fechados por uma membrana, chamados corpos apoptóticos.

A superfície da célula ou dos corpos apoptóticos torna-se quimicamente alterada, sendo


rapidamente engolfada por uma célula vizinha ou um macrófago, antes que ela possa
liberar seus conteúdos.

Dessa maneira, a célula morre de forma ordenada e é rapidamente eliminada, sem


causar uma resposta inflamatória prejudicial. Pelo fato de as células serem fagocitadas e
digeridas rapidamente, em geral existem poucas células mortas para serem vistas,
mesmo quando um grande número de células tenha morrido por apoptose.

Ao contrário da apoptose, as células animais que morrem em resposta a um dano agudo,


como um trauma ou uma falta de suprimento sanguíneo, geralmente morrem por um
processo chamado de necrose celular.
As células necrosadas se expandem e explodem, liberando seus conteúdos sobre as
células adjacentes e provocando uma resposta inflamatória.

Em muitos casos, a necrose provavelmente é causada pela depleção energética, que leva
a defeitos metabólicos e perda de gradientes iônicos que normalmente ocorrem através
da membrana celular.

Uma forma de necrose, chamada necroptose, é uma forma de morte celular programada
disparada por um sinal regulador específico de outras células, embora estejamos apenas
começando a entender seus mecanismos básicos. Algumas formas de morte celular
programada ocorrem em muitos organismos, mas a apoptose é encontrada
primeiramente em animais.

7.1- Conceito e características da apoptose

Atualmente, a medicina regenerativa desponta como uma modalidade terapêutica


promissora, com a possibilidade de tratamento de diversas doenças, por exemplo a de
Parkinson, o diabetes, a insuficiência cardíaca crônica, a insuficiência hepática, dentre
muitas outras.

Cada célula possui um ciclo de vida. A apoptose é um processo de morte celular


programada, que está determinada geneticamente e é também influenciada por agentes
tóxicos do ambiente. Este processo envolve a ativação de um programa genético para o
desmantelamento da célula.

“Apoptose” é derivado do grego e significa “o ato de cair”, como caem as folhas das
árvores no outono, ou seja, é o mecanismo pelo qual as células promovem a sua
autodestruição de modo programado, no caso, necessária ao bom funcionamento e à
sobrevivência do organismo.

Segundo Duke et al (1996), apoptose é um fenômeno singular no qual milhões de


células de nosso organismo morrem a todo o momento. Há indicadores de que a saúde
de todos os organismos multicelulares, incluindo o homem, depende não somente da
capacidade do corpo de produzir novas células, mas também da capacidade de cada
célula se auto-destruir quando se torna enferma.

Sabemos que a maioria dos tecidos do nosso organismo sofre um freqüente processo de
renovação celular, mantendo constante o número de células, graças ao equilíbrio
existente entre a contínua proliferação e a morte das células. Neste caso, trata-se de uma
forma fisiológica normal de morte celular, que, ao contrário da morte celular acidental,
ou da simples falência descontrolada que ocorre na necrose, se caracteriza por um
processo ativo de alterações morfológicas e fisiológicas, conhecido como apoptose.

A apoptose foi inicialmente definida por critérios morfológicos, dentre os quais


encontra-se a condensação da cromatina no núcleo, a destruição do citoesqueleto, a
degradação do envelope nuclear e a fragmentação do DNA nuclear (Figura 9.1). O mais
importante é que a superfície celular é alterada, provocando a imediata fagocitose da
célula, tanto pelas células vizinhas como pelos macrófagos.

Uma característica marcante desse processo é que a apoptose é “silenciosa”. Não há,
como na necrose, a “desordem” da inflamação.

Em geral, as células apoptóticas são reconhecidas por macrófagos, um tipo celular


originado dos monócitos (glóbulos brancos) encontrados em todos os tecidos do
organismo. Fisiologicamente, a apoptose é um dos participantes ativos da homeostase
no controle do equilíbrio entre a taxa de proliferação e degeneração com a morte das
células, ajudando na manutenção do tamanho dos tecidos e órgãos. Portanto, consiste
em um tipo de morte programada, desejável e necessária, que participa na formação dos
órgãos e que persiste em alguns sistemas adultos, como a pele e o sistema imunológico.
7.2- Principais funções da apoptose do desenvolvimento e crescimento dos seres
vivos
Este capítulo se concentra nas principais funções da apoptose, seu mecanismo e
regulação, e como a apoptose excessiva ou insuficiente pode contribuir para doenças
humanas.

Apoptose elimina células indesejadas a quantidade de morte celular apoptótica que


ocorre no desenvolvimento e tecido animal adulto é surpreendente. No sistema nervoso
de vertebrados em desenvolvimento, por exemplo, mais da metade de tipos distintos de
células nervosas normalmente morrem assim que são formados. Parece um grande
desperdício que muitas células tenham que morrer, especialmente sendo a maioria
perfeitamente saudável no momento em que se matam.

7.2- Importância da apoptose do desenvolvimento e crescimento dos seres vivos


A morte celular ajuda a esculpir mãos e pés durante o desenvolvimento embrionário:
eles começam como estruturas em forma de pá, e os dedos individuais se separam
apenas quando as células entre eles morrem.

Em outros casos, as células morrem quando a estrutura formada por elas não é mais
necessária. Quando um girino se transforma em rã na metamorfose, as células da cauda
morrem, e a cauda, que não é necessária para a rã, desaparece.

A apoptose também funciona como um processo de controle de qualidade no


desenvolvimento, eliminando células que são anormais, posicionadas de forma
incorreta, não funcionais ou potencialmente perigosas ao animal.

Exemplos surpreendentes ocorrem no sistema imune adaptativo de vertebrados, onde a


apoptose elimina o desenvolvimento de linfócitos T e B que falham tanto em produzir
receptores antígeno-específicos potencialmente utilizáveis quanto em produzir
receptores autorreativos que originam células potencialmente perigosas, ela também
elimina muitos dos linfócitos ativados por uma infecção, depois que tenham ajudado a
destruir os micróbios responsáveis. Em tecidos adultos que não estão crescendo nem
condensando, a morte celular e a divisão celular devem ser firmemente reguladas para
assegurar que estejam em exato equilíbrio.

Se parte do fígado é removida em um rato adulto, por exemplo, a proliferação de células


do fígado aumenta para compensar a perda.
Ao contrário, se o rato é tratado com fenobarbital – que estimula a divisão de células do
fígado (e, consequentemente, o aumento do fígado) – e então o tratamento é finalizado,
a apoptose no fígado aumenta bastante até que o fígado tenha retornado ao seu tamanho
original, geralmente dentro de uma semana.

Então, o fígado é mantido em um tamanho constante por meio da regulação da taxa de


morte e de nascimento celular.

Os mecanismos de controle responsáveis por essa regulação são em grande parte


desconhecidos. As células animais podem reconhecer dano em suas várias organelas e,
se o dano for grande o suficiente, elas podem matar a si mesmas entrando em apoptose.
Um exemplo importante é o dano no DNA, que pode produzir mutações que promovem
câncer se não forem reparadas.

As células possuem várias vias de detecção de danos no DNA e entram em apoptose


caso não possam repará-los.
Referência bibliográfica
WATSON, James D.; CRICK, Francis H. Molecular Structure of Nucleic Acids: A
Structure for Deoxyribose Nucleic Acid. Nature, n. 171, p. 737-7388, April 1953.
ALBERTS, Dennis B. et al. Biologia molecular da célula. 4. ed. São Paulo: Artmed,
2004. AZEVEDO, Maristella de Oliveira et al. Técnicas básicas em biologia molecular.
Brasília: Editora UnB, 2003.
HAUSMANN, Rudolf. História da biologia molecular. 2. ed. Ribeirão Preto: Funpec–
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