Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Através do uso dos quatro ventos, Daniel faz alusão aos quatro ventos que agitam o
grande mar, do qual saem quatro animais, no capítulo 7. Ao mencionar que o chifre
vem de um dos ventos, ele está indicando que ele tem sua origem em um dos
animais que emergem desse mar. O profeta intencionalmente não simboliza o
quarto reino como um animal porque quer manter a atenção de seus leitores
exclusivamente sobre dois animais: o carneiro e o bode (animais kosher, um dos
quais era usado no ritual do Yom Kippur), mantendo, assim, o teor levítico do
capítulo. Não somente essa característica, o autor predica várias outras
características neste capítulo que aludem ao Santuário.
Daniel 8.8-9
Poética
Genérica
“⁸e cresceram a aparência (f) de quatro (m) [chifres]* (f) em seu lugar,
para os quatro (m) ventos (f) dos céus (m). ⁹E de um (f) deles (m) saiu
um chifre pequeno, que cresceu para o sul, o leste e a glória.”
* o termo chifres foi ocultado no texto hebraico original por reticências elípticas
● “e [...] a visibilidade (f) de quatro (m) [chifres] (f)...
● “os quatro (m) ventos (f) dos céus (m)”
● “De um (f) deles (m)...”
Desse modo, a relação entre “de um (f) deles (m)” com “quatro (m) [chifres]
(f)” (o qual, como foi mencionado, nem aparece no texto — o que é muito
sugestivo) não é viável. Porém, entre os termos “ventos (f) dos céus (m)” e
“de um (f) deles (m)” o é, logo o antecedente deste é “ventos dos céus” em
vez de “a visibilidade de quatro”
Numérica
Verbal
A idéia de 8:9a não é que o “chifre pequeno” cresça de um dos ventos do céu, mas é
que ele se move de uma das direções da bússola. A ideia de expansão militar
também parece estar presente.
O chazom e o mareh
O conteúdo de Daniel 8 está separado em três seções: a visão (3-12), isto é, aquilo
que ele vê; a audição (13-14), ou seja, aquilo que ele ouve; e a explicação (15-25).
Implicitamente, os anjos definem aquilo que foi visto (visão) como chazom e aquilo
que foi ouvido (audição) como mareh: o anjo manda Gabriel explicar a mareh, mas
este ironicamente começa a explicar todo o chazom a Daniel. Só no final da
explicação, Gabriel se refere a mareh, e diz que a mareh das tardes e as manhãs é
verdadeira.
Daniel, mesmo depois da explicação, fica sem entender a chazom. Ele começou a
estudar as profecias de Jeremias, e entendeu que o tempo da libertação estava
próximo. Por isso, ele passou a orar em favor da libertação de seu povo. Como
reposta a suas orações, Gabriel vem explicar a aquilo que ele não explicou na
primeira explanação:
Dn 9:23: "Desde o começo da tua súplica, uma palavra foi pronunciada, e eu vim
para comunicá-la a ti; porque és o homem das predileções. Presta, portanto,
atenção à palavra e recebe a compreensão da mareh:” [BJ]
Os léxicos hebraicos definem mareh como aparição ou coisa vista. Aqui, os dois
santos conversando são a aparição.
Esses dois versos são muito mal traduzidos. Algumas traduções literais do inglês os
traduzem assim:
v. 17: “Mas ele disse a mim: entende, filho do homem, a chazom [conduz?] para o
tempo do fim.”
v. 19: “E ele disse: estou fazendo conhecido a ti o que será na última parte da ira,
pois o fim [da chazom?] [conduz?] para o mowed.”
Daniel 8 e 11
Daniel 9.24-27
Há nessa passagem de Daniel uma nuance sintática-estilística que deve ser notada:
O texto sugere um foco no Messias. Se o termo Santo dos santos e o pronome ele
não se referirem ao mesmo indivíduo, o texto perde a estilística rebuscada
(especificamente a alternação) característica do livro de Daniel.
Princípio dia-ano
Quiasma:
anos
70
70
semanas
Dn 2 Dn 3 Dn 4 Dn 5 Dn 6 Dn 7 →
Dn 2
Dn 3
Dn 4
Dn 5
Dn 6
Dn 7
Logo depois de Daniel ter escrito sobre 70 semanas no capítulo 9, ele se refere a
umas tais “3 semanas de dias” no capítulo seguinte. Por que ele especifica que está
tratando de semanas de dias? Porque, no capítulo anterior, ele mencionou semanas
de anos, então quis fazer uma distinção.