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NOVOS CÉUS E NOVA TERRA (Ap 21)

V.1 – “E, vi um novo céu, e uma nova terra, por que já o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe”...

No princípio, portanto, Deus criou os céus e a terra. No texto original hebraico a palavra para
céus é (“shamayim”). A terminação “im” indica o plural. Isso pretende mostrar que há mais do
que somente um céu.

Na bíblia distingue-se pelo menos três céus: O céu inferior (auronos), o céu intermediário
(mesoranios) e o céu superior (eporanios).

CÉU INFERIOR: Por céu inferior entendemos o céu atmosférico. Isto é, o (“alto”) Onde
sobrevoam as aves e os aviões, passam as nuvens, descem as chuvas, se processam os trovões
e relâmpagos. Deus o chamou de ...” a face da expansão dos céus” ( Gn 1.20) e Jesus
de ...”extremidade inferior do céu”. (Lc 17.24).

CÉU INTERMEDIÁRIO: Por céu intermediário entendemos o céu estelar ou planetário,


chamado também o céu astronômico. A bíblia o chama de a (“altura).

CÉU SUPERIOR: Esse é chamado de as (“alturas”). Sl 93.4; At 1.9; Hb 1.3. É declarado em,
1 Co 12.2, como sendo” ...o terceiro céu””. O “Paraíso”, podemos chamá-lo de “o espiritual”,
e de “céu dos céus” por estar acima de todos (Ne 9.6; Jo 3.13). É o lugar onde habita Deus (Sl
123.1), Cristo (Mc 16.19), O Espírito Santo em seu retorno ( Ap 14.13) Os anjos ( Mt 22.30;
Jd 6); será também a morada dos salvos em Cristo ( Jo14.3).

DEUS CRIOU OS CÉUS PELO SUPREMO PODER DA PALAVRA (1 Cr 16.26; Jó


26.13; Sl 8.3).

OS CÉUS INCLUINDO A TERRA ( Ex 20.11; 31.17; Sl 89.11).

SÃO SUSTENTADOS PELO PODER DA SUA PALAVRA (Sl 33.9; 148.5; 2 Pe 3.5).

UMA VEZ QUE “O CÉU SUPERIOR” É ETERNO, NÃO É, POIS, SUJEITO A


NENHUMA MUDANÇA “...UM NOVO CÉ E UMA NOVA TERRA” IMPLICA A
TRANSFORMAÇÃO DOS (CÉUS ATMOSFÉRICOS E ASTRONÔMICOS) ELES
PASSARÃO COM GRANDE ESTRONDO NO DIA DO JUÍZO (Is 51.6; Mt 24.33; Mc
13.31; 2 Pe 3.7).

E O MAR JÁ NÃO EXISTE: Uma Omissão Da Nova Criação De Deus É O Oceano...

“E EU, JOÃO, VI A SANTA CIDADE, A NOVA JERUSALÉM, QUE DE DEUS DESCIA


DO CÉU, ADEREÇADA COMO UMA ESPOSA ATAVIADA PARA O SEU MARIDO”.

“A NOVA JERUSALÉM”: Esta linda cidade, vista por João corresponde a mesma do vs.10,
deste capítulo; porém, em relação ao tempo, uma visão está distante da outra cerca de 1000
anos. “Este trecho, ocupa-nos outra vez com o período milenial. O que foi dito em Ap 20.5,6,
é agora revelado plenamente, e temos uma descrição da noiva, a esposa do cordeiro, na sua
glória milenial, em relação a Israel e as nações sobre a terra.

A cidade em foco de gigantescas dimensões tendo o formato quadrangular, vista no v. 10,


descerá para a terra no início do milênio e, ficará “acima “da Jerusalém terrestre durante 1000
anos e, a iluminará v.23. Iluminada pela glória da Jerusalém celeste, a Jerusalém terrestre se
transformará também na cidade casada como descreve o profeta Isaías: “Nunca mais te
chamarão desamparada, nem a tua terra se denominará jamais assolada; mas chamar-te-ão
HEFZIBÁ; E A TUA TERRA BEULÁ... (Is 62.4). Aqui o profeta descreve a glória de Sião
durante o milênio. “A cidade desamparada, será chamada (Hephzibat) meu regozijo está
nela”; e a terra desolada, (Beulá) ou casada”. E o Senhor habitará em Sião e se regozijará
sobre ela como o noivo se regozija da noiva.

“E OUVI UMA GRANDE VOZ DO CÉU, QUE DIZIA: EIS AQUI O TABERNÁCULO DE
DEUS COM OS HOMENS, POIS COM ELES HABITARÁ, E ELES SERÃO O SEU
POVO, E O MESMO DEUS ESTARÁ COM ELES, E SERÁ O SEU DEUS”.

“O TABERNÁCULO DE DEUS”: O trecho de Ezequiel 37.27, mostra esse tempo futuro: “O


meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. No texto
presente, é nos dito com notável franqueza que a habitação de Deus está com os homens. A
expressão “grande voz” presente em cerca de 18 vs deste livro, e tão nossa conhecida, aparece
agora, pela última vez, para anunciar o tabernáculo de Deus com os homens. Como sabemos,
o tabernáculo era a tenda em que permanecia a glória de Deus, e onde, no deserto, o povo se
reunia para, através de sacrifícios e sacerdotes, aproximar-se do seu criador.

Agora, esta cidade será eterno tabernáculo, pois nela Deus mesmo estará com os homens. E a
fim de que não haja engano, as palavras são repetidas: “O mesmo Deus estará com eles”. E
então o pensamento é expressivo e um verdadeiro clímax de esperança “... eles serão o meu
povo”.

O antigo tabernáculo tinha a presença de Deus, na nova cidade isso sucederá supremamente.
O próprio tabernáculo fora construído de modo a permitir certa manifestação de Deus entre os
homens. Aqui, porém, agora, tudo que no passado era sombra, agora é realidade.

“E DEUS LIMPARÁ DE SEUS OLHOS TODAS AS LÁGRIMAS; E NÃO HAVERÁ MAIS


MORTE, NEM PRANTO, NEM CLAMOR, NEM DOR; PORQUE JÁ AS PRIMEIRAS
COISAS SÃO PASSADAS”.

“TODA LÁGRIMA”: No cap 7.17 deste livro a expressão “...toda lágrima” é atribuída aos
mártires da grande tribulação; a do presente texto, porém, a todos os santos de todos os
tempos. Agora como nos vs anteriores, essa cidade será o eterno tabernáculo, pois nele Deus
estará com seus filhos e nela não haverá “lágrimas, nem morte, nem luto, nem pranto, nem
dor. A lágrima é silenciosa, o pranto não. Na dor ou no sofrimento intenso sobrevém o pranto.
A lágrima é antes a expressão da dor surda, intensa, intima. Agora tudo isso é passado.

“... as primeiras coisas são passadas”. Hough observa que as lágrimas acompanham todos os
atos dos homens. Elas são contundentes em três fases principais da vida humana: AO
NASCER, NO VIVER E NA MORTE. As lágrimas afloram-nos aos olhos pelas tristezas,
pelos ideais perdidos ou frustrados, pelos defeitos e pelas vitórias que foram obtidas ou
perdidas. Porém, na nova terra, a última lágrima já foi derramada, e toda tristeza será
substituída por uma alegria eterna.

“E O QUE ESTAVA ASSENTADO SOBRE O TRONO DISSE: Eis que faço novas todas as
coisas. E me disse: escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis”.

“Eis que faço nova todas as coisas” - O vs em foco não diz quem está assentado sobre o trono.
O pai ou o filho. Sabemos que no estado eterno o trono será de Deus e do Cordeiro (22.1)
porque o reino é de Cristo e de Deus (Ef 5.5).

A presente voz, assim é do criador, visto dizer “eis que faço nova todas as coisas”, mas Cristo
estará também ali, pois “... sem ele nada do que foi feito se fez”.

Lemos neste livro sobre muitas coisas novas, como por exemplo:

Um novo nome (2.17); o novo nome de Cristo (3.13); novos céus e nova terra (21.1); a nova
Jerusalém (21.3,12); Todas as coisas (21.5).
Nesse vs há um fato extremamente singular: “Essa é a única vez que Deus Pai se dirige a
João, ou, de fato ( a parte de 1.8) ao menos fala. O silêncio quase inquebrantável atribuído a
Deus, no apocalipse, corresponde a razão divina, prescindível de dizer palavras, a dirigir as
coisas mortais por meio da sua retidão e poder.

“E DISSE-ME MAIS: ESTÁ CUMPRIDO. EU SOU O ALFA E O ÔMEGA, O PRINCIPÍO


E O FIM. A QUEM QUER QUE TIVER SEDE, DE GRAÇA LHE DAREI DA ÁGUA DA
VIDA”.

“O Alfa e Ômega” Em Ap 1.8, Deus é retratado como sendo o primeiro: Em sabedoria, poder,
santidade, justiça, bondade, amor, retidão e verdade.

Ele é o último, porque nele existe a potencialidade de toda vida e bem-estar. Nele também se
acha o cumprimento desses adjetivos. Nele há a consolidação de todas as promessas. Na
passagem já focalizada (1.8) esse título “O alfa e ômega” é dado a Deus; aqui nos parece ser
assim.

Em Ap 22.13 é aplicado a Cristo. Além das grandes promessas feitas ao vencedor, neste livro
aparece mais uma “...de graça lhe darei da água da vida”. O Senhor Jesus Cristo em sua vida
terrena, duas vezes declarou ter sede: No poço de Jacó e nos braços da cruz (Jo 4.7; 19,28).
Em ambas as ocasiões seus circunstantes lhe negaram, mas Jesus perdoa e exclama agora “...a
quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da água da vida”.

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