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O AUGUSTO TRIBUNAL DO UNIVERSO

EDMARIO DE JESUS
Relação entre Daniel 2 e Daniel 7
Existe uma clara CORRELAÇÃO entre o panorama das nações apresentado na SÉRIE DE METAIS no capítulo 2 e
a SÉRIE DE ANIMAIS no capítulo 7. Portanto, esses dois capítulos devem ser ESTUDADOS EM CONJUNTO. As
correlações envolvem, em primeiro lugar, o fato de que ambas as profecias apresentam uma VISTA GERAL DO
DOS QUATRO REINOS no qual o quarto SERÁ DIVIDIDO. Por sua vez, essa divisão está indicada por uma
MISTURA DE FERRO E BARRO no capítulo 2 e pelo surgimento dos DEZ CHIFRES no capítulo 7.
Em algum momento após a ocorrência dessa divisão, O REINO DE DEUS SERÁ ESTABELECIDO. Isso é
representado pelo REINO DE PEDRA no capítulo 2 e pela referência ao REINO NO QUAL OS SANTOS DO
ALTÍSSIMO habitarão no capítulo 7. Em se tratando de RELAÇÕES HISTÓRICAS, portanto, essas duas profecias
podem ser vistas como descrevendo basicamente A MESMA SUCESSÃO DE ENTIDADES HISTÓRICAS.
1. O QuartoConexões linguísticas e temáticas entre 1.os“Sobremodo
reino será “forte” quatro reinos:
forte”, Quarto reino
Aramaico, taqqîp, 2.40 Aramaico, taqqîp, 7.7

2. Forte como “ferro” Aramaico, parzel, 2.40 2. “Dentes de “ferro” do quarto animal
Aramaico, parzel, 7.7,19

3. O quarto reino “fará em pedaços” Aramaico, deqaq, 2.40 3. “fazia em pedaços” quarto reino Aramaico, deqaq, 7.19, 23

4. Quarto reino “dividido” 2.41 4. Não é o mesmo, mas os 10 chifres significam as divisões, 7.7

5. Divisões = “reis”, 2.41 5. “Reis” = dez chifres, 7.24


“Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um Ancião de dias se assentou: o seu vestido era
branco como a neve, e o cabelo da Sua cabeça como a limpa lã; o seu trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo
ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante Dele milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões
estavam diante Dele: assentou-se o juízo, e abriram-se os livros”. VERSOS 9-10
Como tratamos na INTRODUÇÃO deste 7º capítulo, ele encerra o CALENDÁRIO PROFÉTICO DA
CIVILIZAÇÃO num período de mais de 26 SÉCULOS DECORRIDOS. Os grandes acontecimentos internacionais,
relativos À POLÍTICA E À RELIGIÃO, estão nele sabiamente CONDENSADOS pela inspiração.
O papel de cada um dos GRANDES IMPÉRIOS anunciados nesta profecia – Babilônia; Medo Pérsia; Grécia;
Roma Imperial e Papal foi desempenhado no palco da História COM MAIOR EXATIDÃO. Agora, a cena
seguinte e final desta grande profecia é a DO JUÍZO NO AUGUSTO TRIBUNAL DO UNIVERSO.
Segundo a sequência dos acontecimentos preditos e COMPROVADOS PELOS FATOS HISTÓRICOS que os cumpriram na
ORDEM CRONOLÓGICA como dados nesta revelação, o tribunal do Todo Poderoso deveria ter INSTALADO SUA
PRIMEIRA SESSÃO num tempo depois do término do PODER TEMPORAL DO PAPADO, ou seja depois do ano de 1798.
Além disso, a “HORA DO JUÍZO” chegaria quando o evangelho eterno, segundo o Apocalipse 14.6-7,
fosse proclamado NUM GRANDE MOVIMENTO RELIGIOSO MUNDIAL. E isso só poderia ser
possível nestes últimos tempos com A CIENCIA E A TECNOLOGIA MODERNA, que foi dada ao
mundo principalmente por meio da IMPRENSA e todo o meio de LOCOMOÇÃO E
COMUNICAÇÃO. Quando chegarmos aos capítulos 8.14 e 9.25 ESTABELECEREMOS A DATA
EXATA E PROFÉTICA do assento deste juízo de investigação, e ali devemos considerá-la.
Na época de Daniel não havia COMPUTADOR OU MÁQUINA DE ESCREVER, não havia
ITÁLICO OU NEGRITO, mas ao escrever os versículos 9 a 10 no GENERO POÉTICO e
formando uma estrutura especial, ele aponta a IMPORTANCIA desse julgamento celestial.
Os versos 9-10 falam de um julgamento no céu, em hebraico eles ESTÃO EM VERSO não em PROSA como
1-8, 11-12, esta seção da forma OCUPA O CENTRO DA VISÃO, destacando o julgamento divino:

I. Relato da Visão (ver. 1-14)


A. Prefácio (ver. 1)
B. Visão propriamente dita (ver. 2-14)
a) Bestas e chifres (ver. 2-8), cena terrestre (prosa)
b) Ancião de dias (versos 9-10), cena celestial (verso)
c) Bestas e chifres (ver. 11-12), cena terrestre (prosa)
d) Filho do Homem (versos 13-14), cena celestial (verso)
II. Relato da interpretação (ver. 15-28)
A. Diálogos interpretativos (ver. 15-27)
a) Daniel pergunta (versículos 15-16), para ser terreno (prosa)
b) O anjo responde (ver. 17-18), ser celestial (prosa)
c) Daniel pergunta (versículos 19-22), para ser terreno (prosa)
d) O anjo responde (verso 23-27), ser celestial (verso)
B. Epílogo (ver. 28)
O Chifre Pequeno perseguiu aos santos por 1260 anos nos tribunais da “SANTA INQUISIÇÃO", eles
morreram COMO HEREGES pelo poder religioso da época. O Apocalipse revela que não apenas o chifre
pequeno JULGA E OPRIME OS SANTOS, mas o próprio Satanás OS ACUSA diante de Deus dia e noite
(Apoc. 12.10-11). Mas o julgamento celestial é estabelecido para PURIFICAR E VINDICAR OS SANTOS,
a linguagem desses versículos tem a ver com o PERDÃO E PURIFICAÇÃO DO POVO DE DEUS.
O vestido do Ancião era “branco como a neve; o cabelo de sua cabeça, como lã limpa ”, foi o que Deus OFERECEU AO SEU
POVO CORRUPTO NO TEMPO DE ISAÍAS, quando os chama para PERDOÁ-LOS“ Isaías 1.18, isso implica na PUREZA E
SANTIDADE SO JUÍZ CELESTIAL, a oferta divina e a intenção é torná-los TÃO PUROS QUANTO ELE. A vestimenta e a
aparência do Juiz celestial não são condenatórias, MAS SALVÍFICAS. Deus não é um Juiz SEVERO e o Filho um ADVOGADO
BEM HUMORADO que luta para dissuadir um DEUS IRADO. Se Jesus era tão bom que MORREU POR NÓS, é porque o Pai
também NOS AMOU DE TAL MANEIRA que deu o seu Filho unigênito (João 3.16-17).
A palavra aramaica “FOGO" em Dan. 7.9 conota “LUZ" e “BRILHO" aludindo à GLÓRIA DIVINA em vez do
poder devorador da palavra "fogo" usada em Dan. 9.11. A extrema PUREZA DO ANCIÃO DE DIAS e a glória do
fogo de seu trono, as rodas deste e o rio de fogo que dele procede O TORNA INACESSÍVEL, porém, Jesus pode
entrar em sua presença, de igual para igual EM SANTIDADE E GLÓRIA um como "Filho do Homem" (7.13).

Como já dissemos, este julgamento é ANTERIOR AO REINO DE CRISTO em sua 2ª vinda e APÓS OS
1260 ANOS DE SUPREMACIA DO CHIFRE PEQUENO, ou seja, após 1798. Luís Alonso Schokel
comentando Dan 7.9 reconhece que “já nas escatologias proféticas é celebrado UM JUÍZO
UNIVERSAL, antes que Deus estabeleça o seu reino ”e cita Joel 4.12-1 e Isa 24.21-23 e 66.5s como
suporte. Luís Alonso Schökel, Bíblia do Peregrino, nota para Dan 7.9-10.
Alguns pensam que o tribunal é estabelecido PARA JULGAR O CHIFRE PEQUENO, ele é o vilão, não os santos.
Mas na época do AT, O INOCENTE OU AGREDIDO ERA JULGADO, o juiz estava lá para defender "a viúva e o
órfão", o mais forte podia SE DEFENDER SOZINHO, mas o indefeso precisava da INTERVENÇÃO DE ALGUÉM
MAIS PODEROSO, é por isso que na parábola de Cristo é A VIÚVA IMPLORA AO JUÍZ INJUSTO que a julgue
de seu adversário (Lucas 18.1-8). O LIVRO DE JUÍZES mostra como o povo de Deus foi oprimido por um
adversário, até que se arrependeram e clamaram a Deus, então Deus levantava UM JUÍZ QUE OS DEFENDIA E
OS LIVRAVA DOS SEUS ADVERSÁRIOS. Os juízes não eram temidos, mas desejados.
O próprio Daniel (cap. 6) e seus 3 companheiros (cap. 3) FORAM INJUSTAMENTE JULGADOS por
transgredir as leis político-religiosas, MAS DEUS OS JULGOU INOCENTES E OS LIBERTOU, após isso
foram punidos os seus inimigos. Em Daniel é tão IMPORTANTE ENFATIZAR que Deus é o juiz dos justos
que seu próprio nome significa “DEUS É MEU JUÍZ”. No AT, O INOCENTE É SEMPRE JULGADO,
resgatado, justificado e, então, O CULPADO É JULGADO, DESMASCARADO E DESTRUÍDO.
Nos Salmos, Davi clama inúmeras vezes a Deus por julgamento, por exemplo: Ergue-te, Senhor, na tua ira;
levanta-te contra o furor dos meus inimigos; desperta-te, meu Deus, pois tens ORDENADO O JUÍZO... O
Senhor julga os povos; JULGA-ME SENHOR. Salmo 7.8; Tu, Senhor, o viste, não te cales; Senhor, não te
alongues de mim. Acorda e desperta PARA O MEU JULGAMENTO, para a minha causa, Deus meu, e
Senhor meu. Salmo 35.22,23; FAZE-ME JUSTIÇA, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra uma nação
ímpia; livra-me do homem fraudulento e iníquo. Salmo 43.1; Alegre-se o monte Sião, regozijem-se as filhas
de Judá, POR CAUSA DOS TEUS JUÍZOS. Salmo 48.11; Pois o Senhor JULGARÁ O SEU POVO, e se
compadecerá dos seus servos. Salmo 135.14. O salmista não pede a Deus para julgar seus opressores, mas ele,
e o povo de Deus se regozijará no julgamento
Dentre os circunstantes que TOMARAM ASSENTO nos tronos dos juízes, DE UM APENAS SE MENCIONA –
do “Ancião de Deus”, O JUÍZ. Milênios antes de iniciar-se o grande júri, a AMBOS OS VIDENTES lhes fora
permitido tão somente CONSTATAR A SUA PRESENÇA NO TRIBUNAL – de um modo representativo em
harmonia com o significado da visão – e CONTEMPLAR SUA INENARRÁVEL GLÓRIA. João simplesmente diz:
“E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra de jaspe e sardônica”. Apocalipse 4.3. E Daniel
limitou-se apenas a referir-se à Sua veste “branca como a neve” e a Seus cabelos “como a pura lã”.

Em suas alvas vestes e em seus cabelos brancos, podemos ver A PUREZA E A ETERNIDADE
do Altíssimo Deus como Juiz, especialmente NESTA HORA SOLENE DO JULGAMENTO.
Temos, pois, de tratar com um Juiz ETERNAMENTE PURO E SANTO, em que a EQUIDADE
ABSOLUTA é a base de SEU VEREDITO no trato com os réus de Seu tribunal
Fora a IMENSURÁVEL GLÓRIA que circundava a majestade do eminente Juiz, que vedou,
tanto a DANIEL QUANTO A JOÃO, verem-no mesmo em visão. Em outra visão apocalíptica
o profeta declara que a terra e o céu DESAPARECERAM DE SUA PRESENÇA, ao assentar-se
em Seu Augusto Trono para JULGAR E SENTENCIAR. Tal é a imensidade de Sua glória que
Daniel a descreve como UM RIO DE FOGO ABRASADOR, fazendo especial menção de Seu
trono como de FOGO ARDENTE. Aí está a glória do Magistrado Supremo diante do qual
todos teremos de PRESTAR CONTAS de tudo quanto fez em todo o tempo que viveu no
mundo de Sua criação. Devemos pensar no AJUSTE DE CONTAS com o Juiz da eternidade.
“E ABRIRAM-SE OS LIVROS”
Aqui estão DOIS GRUPOS ANGÉLICOS na sala do júri, além dos que compõem a corte do Venerável Juiz e com
Ele se acham assentados em tronos. O primeiro grupo – MILHARES DE MILHARES – é o dos anjos que servem
no tribunal do juízo, considerados OFICIAIS DE JUSTIÇA encarregados da LEITURA DOS AUTOS OU
PROCESSOS referentes aos réus em julgamento. O segundo grupo – MILHÕES DE MILHÕES – é o dos anjos que
estão EM PÉ DIANTE DO EXCELSO JUÍZ prontos para depor como TESTEMUNHAS OCULARES verdadeiras e
relatores DAS OBRAS dos que são citados e levados ao SUPREMO TRIBUNAL UNIVERSAL.
Esta mesma solene declaração – E ABRIRAM-SE OS LIVROS – encontra-se em Apocalipse 20.12, onde TRATA TAMBÉM DO
JUÍZO. Ninguém pense que pode andar só, UM MINUTO SEQUER DA VIDA. Um SER INVISÍVEL vigia, acompanha nossos
passos e nossas obras diárias e FAZ UM PERFEITO RELATÓRIO que é colocado nos REGISTROS DO DIVINO TRIBUNAL
consecutivamente. Um dia cada indivíduo RESPONDERÁ por seus atos em juízo diante do Altíssimo Deus.
Uma amostra de que Deus tem um REGISTRO PERFEITO DE CADA OBRA é o que vemos nestas palavras do
salmista: “O Senhor, ao fazer descrição dos povos, dirá: este é nascido ali”. Salmos 87.6. No céu tudo está
registrado, até mesmo a RESIDENCIA DE CADA UM AQUI NA TERRA. Atos 10.5-6.
Duas classes de livros de registros são abertos no tribunal. Alguém que falou com autoridade, declarou: “Os livros
são abertos – o livro da VIDA e o livro da MORTE. O livro da vida contém as BOAS OBRAS DOS SANTOS; e o
livro da morte também as MÁS OBRAS DOS ÍMPIOS “No livro memorial de Deus toda ação de justiça SE ACHA
IMORTALIZADA. Ali, toda tentação RESISTIDA, todo mal VENCIDO, toda palavra de terna COMPAIXÃO que
se proferir, acha-se FIELMENTE HISTORIADA. E todo ATO DE SACRIFÍCIO, todo sofrimento e tristeza,
SUPORTADO POR AMOR A CRISTO, encontra-se registrado. GC, E. G. White, pág. 481.
Assim como os traços da fisionomia são reproduzidos
com PRECISÃO INFALÍVEL sobre a polida chapa
fotográfica, assim o caráter é fielmente DELINEADO
NOS LIVROS DO CÉU. Todavia, quão pouca,
solicitude é experimentada com referência àquele
registo que deve ser posto sob o olhar dos seres
celestiais! Se se pudesse correr o véu que separa o
mundo visível do invisível, e os filhos dos homens
contemplassem UM ANJO REGISTRANDO TODA
PALAVRA E AÇÃO, que eles deverão novamente
encontrar no juízo, quantas palavras, que diariamente
se proferem ficariam SEM SER FALADAS, e quantas
sem ser PRATICADAS. No juízo será examinado o
uso feito de cada talento... Como usamos nosso
TEMPO, nossa pena, nossa VOZ, nosso DINHEIRO,
nossa influência? Que fizemos por Cristo, na pessoa
dos POBRES, AFLITOS, ORFÃOS E VIÚVAS? GC, E.
G. White, pág. 485, 486.
PRÓXIMO TEMA:
AS FASES DO JUÍZO

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