Tecido Epitelial
Domínio Apical
1. Características Morfológicas Gerais
É um tecido avascular, sendo que os vasos sanguíneos que
transportam substâncias para as células do Epitélio se localizam no Tecido
Conjuntivo subjacente e a troca é realizada por Difusão, sendo que as
células do Tecido Epitelial possuem alta capacidade de renovação, por
sofrerem intenso desgaste.
1.1 Componentes Coesivos Gerais
As células epiteliais apresentam intensa adesão mútua e para
separá-las são necessárias forças mecânicas relativamente grandes.
• Moléculas de Adesão: às células epiteliais se mantêm unidas através de
especializações de união celular e por Moléculas de Adesão Celular
(CAM, Cellular Adhesion Molecules do inglês), como as Caderinas, as
Selectinas e Integrinas, que dependem de Cálcio extracelular para
consolidarem a ligação intercelular, e as moléculas pertencentes à
família das Imunoglobulinas independente de Cálcio.
• Glicocálice: é a cobertura glicídica presente na face externa da
membrana plasmática da célula epitelial, estando associada à proteção
da membrana e ao reconhecimento de substâncias próximas às células.
O reconhecimento adequado é importante para realização de diversos
processos biológicos, como aqueles envolvidos com a defesa do corpo,
com a organização das células na formação dos tecidos e órgãos durante
a embriogênese e com a inibição por contato percebido durante o
processo de cicatrização dos tecidos lesionados.
• Membrana Basal: em determinadas regiões do organismo, verifica- se,
logo abaixo da Lâmina Basal, um acúmulo de Fibras Reticulares
associadas a Polissacarídeos, também denominada de Lâmina Reticular.
A associação da Lâmina Basal a essa estrutura chama-se Membrana
Basal que é condicionado por essa interação. Os tecidos epiteliais não
possuem vasos sanguíneos (avasculares). As trocas gasosas, água,
nutrientes e produtos metabólicos nitrogenados, são feitas por “difusão”
célula a célula, desde o tecido conjuntivo subjacente (vascularizado).
• Lâmina Basal: todos os epitélios estão associados a ela, porque está em
contato com o tecido conjuntivo subjacente. Esta lâmina glicoproteica,
acelular e permeável aos metabólitos é discutida por muitos autores
quanto à sua origem (epitelial ou conjuntiva), sendo que apresenta
cinco elementos principais: colágeno tipo IV, laminina, heparansulfato,
entactina e fibronectina. Nas micrografias eletrônicas, a lâmina basal
exibe duas regiões distintas: a Lâmina Lúcida, localizada logo abaixo do
epitélio, e a Lâmina Densa. A Lâmina Lúcida consiste principalmente
de glicoproteínas extra-celulares (a laminina e a entactina), além das
integrinas e das desmogleínas, que fixam a membrana plasmática da
célula epitelial à lâmina densa. A laminina possui sítios de ligação para
o colágeno tipo IV, para o heparansulfato e para as integrinas (proteínas
da membrana da célula epitelial). Esses elementos mantém a célula
epitelial aderida à lâmina basal. A Lâmina Densa compreende uma rede.
• Lâmina Reticular: é formada por feixes de fibrilas colagenosas,
predominantemente de colágeno do tipo III (classicamente designadas
como fibras reticulares), além das fibrilas colagenosas de colágeno tipo
VII (fibrilas de ancoragem). Tais fibras reticulares interagem com as
fibrilas de ancoragem, que se encontram interligadas através do
colágeno tipo IV. A lâmina reticular representa a interface entre a
lâmina basal e o tecido conjuntivo subjacente, sendo produzida pelos
fibroblastos do tecido conjuntivo. Sua espessura varia de acordo com a
quantidade de forças de atrito impressa ao epitélio.
1.2 Polaridade das Células Epiteliais
É a superfície que se encontra direcionada para a parte livre do
epitélio (meio externo) e esse domínio é responsável pelos sentidos das
células, podendo o mesmo apresentar especializações para ajudar no
reconhecimento de sentidos, tendo como principais estruturas.
• Planura Estriada/Microvilosidades: é a designação conferida as
microvilosidades presentes nas células endodérmicas, essas projeções
estão sustentadas por um eixo central formado por filamentos de actina
dispostos paralelamente e de forma ordenadas muito presente no
intestino, são responsáveis por aumentar a superfície de contato da
célula. Normalmente, possui glicoproteínas específicas na face
extracelular da membrana plasmática, designado como Glicocálice.
A planura estriada está associada aos processos de absorção,
como realizado pelas células intestinais. Contudo, também há células que
podem apresentar projeções microscópicas, mas não são tão regulares
como àquelas presentes nas células epiteliais de revestimento da via
digestória. Nesse caso, para diferenciá-las das microvilosidades
recomenda-se designar essas projeções como Micropregas ou
simplesmente Micro-projeções. Como exemplo de células com
micropregas pode-se citar as células hepáticas, cuja membrana forma
micro-projeções da membrana tanto para a superfície voltada para o
canalículo biliar quanto para o espaço perivascular.
• Borda em Escova: é a designação conferida às microvilosidades
presentes nas células epiteliais de origem mesodérmica, ela exibe
dimensões maiores quando comparadas a planura estriada, porém são
menos regulares e estão presente nas células de revestimento do rim.
• Estereocílios: correspondem às micro-projeções longas, que podem ser
ramificadas, e diferem dos cílios por não apresentarem um arranjo de
microtúbulos em seu interior, eles desempenham a função de absorção e
são observados nas células de revestimento do epidídimo e do ducto
deferente.
• Cílios: se projetam da superfície apical de determinadas células
epiteliais, como as células cilíndricas que revestem a traquéia e os
brônquios e também são visualizadas nas células de revestimento das
tubas uterinas atuando no deslocamento do ovócito ou do próprio
zigoto, a movimentação dos cílios se deve a uma organização especial
dos elementos do citoesqueleto, os cílios facilitam o transporte de muco
e outras substâncias sobre a superfície do epitélio das vias respiratórias.
• Flagelos: possuem a mesma estrutura básica dos cílios, embora sejam
mais longos e pouco numerosos. Nos mamíferos, somente os
espermatozóides possuem flagelos, estando relacionados à sua
movimentação. Todavia, a presença de flagelos é observada em
protozoários flagelados (Giardia lamblia). Nos cnidários, certas células
epiteliais (coanócitos) apresentam flagelos, que auxiliam na captura de
alimento.
1.3 Domínio Lateral
É a região de contato entre células vizinhas, onde se observa a
presença de complexos juncionais que podem ser de diversos tipos.
• Junções Oclusivas: unem as células epiteliais entre si e formam uma
barreira impermeável, através dessas junções e, por isso, o trânsito de
material pelo espaço intercelular através do epitélio é evitado.
• Junções de Ancoragem ou Adesão: funcionam na manutenção da
adesão célula-célula ou na adesão célula-lâmina basal, podendo ser 2
tipos de junções de aderência, as zônulas de aderência e os
 desmossomos, sendo que a participação do citoesqueleto é primordial
para que atuem corretamente.

• Junções Comunicantes: permitem o trânsito de íons ou de moléculas

sinalizadoras entre as células devido à formação de canais intercelulares
também denominados conexônios.

• Interdigitações Laterais: correspondem às projeções de membrana

entre células vizinhas, que se encaixam umas às outras.

1.4 Domínio Basal

É a região onde a célula se associa a membrana basal através

dos hemidesmossomos se fixam na membrana plasmática da membrana
basal.

2. Funções Gerais

Revestimento das superfícies externas, cavidades internas e

órgãos ocos. Absorção (epitélio do intestino). Secreção (observável nas
várias glândulas). Sensorial (neuroepitélios). Proteção (pele).

3. Classificação Geral

Geralmente, a classificação é feita de acordo com sua estrutura e

função, em dois grandes grupos: Revestimento e Glandulares. Esse
critério é um tanto arbitrário, pois existem epitélios de revestimento em
que todas as células secretam muco (epitélio de revestimento do
estômago), ou então, em que apenas algumas células são glandulares
(células calciformes do epitélio da traqueia e do intestino).