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CITOPLASMA
No citosol acontece a maior parte das
atividades celulares, sempre associado RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO:
às organelas. A síntese de proteínas,
por exemplo, é uma das reações mais Todas as células eucarióticas possuem
importantes. retículo endoplasmático (RE). Sua
membrana em geral constitui mais do
que a metade da membrana total de
uma célula animal, o RE e as regiões chamadas retículo
membranas nucleares formam uma endoplasmático rugoso, ou RE rugoso;
folha contínua envolvendo um espaço regiões do RE sem ribossomos ligados
interno único, chamado de lúmen do são chamadas de retículo
RE ou espaço cisternal do RE, que endoplasmático liso, ou RE liso.
costuma ocupar mais de 10% do volume
celular total.
O RE tem um papel central na
biossíntese de lipídeos e proteínas,
servindo também como um local de
armazenamento intracelular de Ca2+,
que é usado em muitas respostas de
sinalização celular. Além disso,a
membrana do RE é também o local
onde é feita a maioria dos lipídeos
A grande maioria das células possui
para as membranas mitocondriais e
regiões limitadas de RE liso, e o RE é,
peroxissômicas e quase todas as
com frequência, parcialmente liso e
proteínas que serão secretadas para o
parcialmente rugoso
exterior celular – acompanhadas
↳ RE transicional: São áreas do
daquelas destinadas ao lúmen do RE,
RE liso que possui vesículas com
ao aparelho de Golgi ou aos lisossomos
proteínas recém-sintetizadas e
– são enviadas inicialmente ao lúmen
lipídios que se desprendem para
do RE.
serem transportados para o
complexo de golgi.
Em certas células especializadas, o RE
liso é abundante e tem funções
adicionais, que expandido acomoda
enzimas as quais fazem o colesterol e o
modificam para formar os hormônios.
Principal tipo celular no fígado, o
hepatócito também possui uma
quantidade significativa de RE liso. Ele
é o principal sítio de produção de
partículas de lipoproteína, que
carregam lipídeos a outras partes do
corpo via corrente sanguínea. As
➤ O retículo endoplasmático é
enzimas que sintetizam os lipídeos
estrutural e possui funcionamento
estão localizadas na membrana do RE
diverso:
liso, a qual também contém enzimas
↳ Uma das especializações mais
que catalisam uma série de reações
notáveis é RE rugoso!
para destoxificar substâncias
As células de mamíferos começam a
lipossolúveis e vários compostos
importação de proteínas para o RE
danosos produzidos pelo metabolismo.
antes da síntese completa da cadeia
↳ Citocromo P450: Realizam as
polipeptídica. No transporte
reações de destoxificação.
contraducional, o ribossomo que está
sintetizando a proteína está
Outra função crucial do RE na maioria
diretamente aderido à membrana do
das células eucarióticas é sequestrar
RE, permitindo que uma ponta da
Ca2+ do RE para o citosol e sua
proteína seja translocada para o RE
subsequente recaptação estão do
enquanto o restante da cadeia
citosol. A liberação de Ca2+ envolvidas
polipeptídica está sendo sintetizado.
em muitas respostas rápidas a sinais
Esses ribossomos ligados à membrana
extracelulares. Uma bomba de Ca2+
cobrem a superfície do RE, criando
zenamento de Ca2+ que se ligam a para a membrana do RE por uma
Ca2+ transporta Ca2+ do citosol para o sequência-sinal do RE, a qual inicia a
lúmen do RE. O arma-no lúmen do RE é sua translocação por um mecanismo
facilitado pelas altas concentrações de comum. De acordo com a hipótese do
proteínas lá existentes. sinal, a diferença no tamanho reflete a
As células musculares presença inicial de uma
possuem um abundante RE liso sequência-sinal que direciona a
modificado, denominado retículo proteína secretada à membrana do RE
sarcoplasmático. A liberação e a e é, então, clivada por uma
recaptação de Ca2+ pelo retículo peptidase-sinal na membrana do RE
sarcoplasmático disparam, antes que a cadeia polipeptídica tenha
respectivamente, a contração e o sido completada. Os sistemas livres de
relaxamento das miofibrilas, durante células, nos quais as proteínas são
cada ciclo de contração muscular. importadas para os microssomos,
↳ Microssomos: O RE quebra-se em oferecem procedimentos de análise
fragmentos e recompõe-se na forma de eficazes para identificação, purificação
pequenas vesículas. Microssomos são e estudo de vários componentes da
facilmente purificados e representam maquinaria molecular responsável
versões autênticas do Retículo pelos processos de importação do RE.
Endoplasmático (RE), capazes de várias
funções, como translocação de
proteínas, glicosilação proteica,
captação e liberação de Ca2+ e síntese
de lipídeos. Existem microssomos
rugosos (com ribossomos) e lisos (sem
ribossomos), originados de diferentes
partes do RE e outras organelas, sendo
mais fáceis de separar em células
hepáticas e musculares devido à
grande quantidade de RE liso ou
retículo sarcoplasmático. A presença de
ribossomos torna os microssomos
rugosos mais densos, permitindo a
separação por centrifugação de
➤ Uma partícula de reconhecimento de
equilíbrio. Microssomos desempenham
sinal (SRP) direciona a sequência-sinal
um papel crucial na compreensão
do RE para um receptor específico na
molecular da função do RE.
membrana do RE rugoso!
A sequência-sinal do RE é guiada à
➤ As sequências-sinal foram
membrana do RE por, pelo menos, dois
descobertas primeiro em proteínas
componentes: uma partícula de
importadas para o RE rugoso.
reconhecimento de sinal (SRP,
O RE captura proteínas selecionadas
signal-recognition particle), que circula
do citosol assim que elas são
entre a membrana do RE e o citosol e
sintetizadas. Essas
liga-se à sequência-sinal, e um
proteínas são de dois tipos: proteínas
receptor SRP na membrana do RE.
transmembrana, que são apenas
As sequências-sinal do RE variam na
parcialmente translocadas através da
sequência de aminoácidos, mas cada
membrana do RE e tornam-se
uma possui oito ou mais aminoácidos
“embutidas” na membrana, e proteínas
apolares no seu centro.
solúveis em água, que são totalmente
A SRP é uma estrutura do tipo haste,
translocadas através da membrana do
que envolve a subunidade ribossômica
RE e liberadas no lúmen do RE. Todas
maior com uma ponta ligando a
essas proteínas, apesar do seu
sequência-sinal do RE à medida que
subsequente destino, são dirigidas
emerge do ribossomo como parte da
cadeia polipeptídica recém-produzida; receptor traz o complexo
a outra ponta bloqueia o sítio de ribossomo-SRP a um translocador
ligação do fator de elongamento na proteico não ocupado na mesma
interface entre as subunidades grande membrana. A SRP e o receptor SRP são
e pequena do ribossomo. Esse evento então liberados, e o translocador
provoca uma pausa na síntese proteica transfere a cadeia polipeptídica
tão logo o peptídeo-sinal tenha crescente através da membrana.
emergido do ribossomo. A pausa
transitória provavelmente dá tempo
suficiente ao ribossomo para ligar-se à
membrana do RE antes de completar a
síntese da cadeia polipeptídica,
garantindo, desse modo, que a
proteína não seja liberada no citosol.
COMPLEXO DE GOLGI
No microscópio eletrônico, aparece
como várias estruturas saculares/
cisternas delimitadas por membrana,
planas e empilhadas e extensões
tubulares inseridas em uma rede de
➘ A rede cis do complexo Golgi (CGN) é
microtúbulos, próximo ao centro
representada pelas vesículas
organizador de microtúbulos.
achatadas na superfície convexa
Pequenas vesículas envolvidas no
externa, enquanto as vesículas planas
transporte vesicular são observadas
na região convexa interna constituem a
em associação com as cisternas.
rede trans do complexo Golgi (TGN). A
O complexo de Golgi é ativo tanto em
partir da TGN, ocorre brotamento de
células que secretam proteínas por
várias vesículas (1). Essas vesículas são
exocitose quanto em células que
liberadas (2) e, por fim, transformam-se
sintetizam grandes quantidades de
em vesículas secretoras (3).
membrana e proteínas associadas à
As vesículas de transporte revestidas
membrana, como as células nervosas.
por COP-II transportam as proteínas
As células secretoras que apresentam
recém-sintetizadas do RER para a CGN. provavelmente utiliza vesículas
Então, seguem o seu trajeto dentro das não revestidas por clatrina e na
vesículas de transporte de uma maioria das células, possui
cisterna para a seguinte. sinais de seleção específicos,
À medida que passam através das que orientam os processos de
pilhas de Golgi, as proteínas e os seleção na TGN.
lipídios sofrem uma série de - Membrana plasmática
modificações pós-tradução, que basolateral: as proteínas
envolvem a remodelagem dos direcionadas para o domínio
oligossacarídios de ligação N basolateral também têm um
previamente adicionados no RER. sinal de seleção específico
Proteínas e lipídios sofrem glicosilação ligado a elas pela TGN. Todas as
por enzimas de processamento de proteínas integrais de
carboidratos que adicionam, removem membrana plasmática
e modificam os componentes de destinadas aos domínios tanto
açúcares das cadeias de apical quanto basolateral são
oligossacarídios. A M-6-P é adicionada inicialmente transportadas da
às proteínas destinadas a seguir o seu TGN para a membrana
trajeto para endossomos maduros e plasmática basolateral.
lisossomos. Assim, ambas as proteínas sofrem
A clivagem proteolítica - mecanismo endocitose e são selecionadas em
comum de ativação ou inativação de compartimentos endossômicos jovens.
enzimas envolvidas principalmente na As proteínas basolaterais são
digestão e na coagulação sanguínea - recicladas de volta à membrana
de certas proteínas também é iniciada basolateral, enquanto as proteínas
nas cisternas. apicais são transportadas através do
citoplasma para a membrana celular
apical por transcitose.
- Endossomos ou lisossomos
- Citoplasma apical
A seleção e o acondicionamento de
proteínas em vesículas de transporte
ocorrem na rede trans do complexo de
Golgi.
As proteínas que chegam à TGN são
distribuídas para diferentes
localizações dentro de vesículas de
transporte. O destino intercelular de
cada proteína depende dos sinais de
seleção incorporados à cadeia
polipeptídica da proteína. A seleção e a
adequação efetiva das proteínas na
TGN baseiam-se principalmente nos
sinais de seleção e nas propriedades
físicas.
As proteínas saem do complexo de
- Sinais de seleção: representados
Golgi a partir da TGN.
pelo arranjo linear das
Essa rede e o arranjo tubulovesicular
moléculas de aminoácidos ou de
associado atuam na seleção para o
carboidratos associados, possui
transporte de vesículas que liberam
a finalidade de direcionar a
proteínas nos seguintes locais:
proteína para dentro da vesícula
- Membrana plasmática apical:
de transporte revestida.
muitas proteínas extracelulares
- Propriedades físicas: são
e de membrana são liberadas
importantes para o
nesse local. Muito
acondicionamento de digestão pelas enzimas hidrolíticas. Os
complexos proteicos lisossomos e os endossomos maduros
funcionalmente associados, contêm bombas de prótons (H+), que
esses grupos de proteínas são transportam íons H+ para o lúmen
inicialmente distribuídos em lisossômico, mantendo um pH baixo.
balsas lipídicas separadas, que A membrana lisossômica também
mais tarde são incorporadas contém proteínas de transporte, que
nas vesículas de transporte transportam os produtos finais da
destinadas a uma organela-alvo. digestão (aminoácidos, açúcares,
nucleotídeos) para o citoplasma, nos
quais são usados nos processos de
LISOSSOMOS síntese da célula ou sofrem exocitose.
São organelas digestivas, ricas em O tráfego intracelular que leva à
enzimas hidrolíticas, como proteases, entrega de muitas enzimas
nucleases, glicosidases, lipases e lisossômicas solúveis nos endossomos
fosfolipases. maduros e lisossomos envolve o sinal
Representa um compartimento da M-6-P e seu receptor. Entretanto, as
digestivo que degrada macromoléculas que não possuem sinais da M-6-P,
vindas das vias endocíticas, bem como devem ser direcionadas para os
da própria célula, em um processo lisossomos por um mecanismo
conhecido como autofagia. Os diferente.
lisossomos são formados em uma série O sinal de direcionamento para as
de vias que convergem para os proteínas integrais de membrana é
endossomos maduros, representado por um domínio
transformando-os em lisossomos. C-terminal citoplasmático curto,
Essas vias são responsáveis pela reconhecido por complexos da
liberação direcionada de enzimas proteína adaptina, e acondicionado
lisossômicas (são sintetizadas no RER e dentro de vesículas revestidas por
selecionadas no complexo de Golgi, clatrina.
com base na sua capacidade de Essas proteínas alcançam o seu
ligação aos receptores de M-6-P) destino por uma de duas vias:
recém-sintetizadas e proteínas - Via secretora constitutiva: as
lisossômicas estruturais de membrana LIMPs saem do complexo de
em endossomos maduros. Golgi em vesículas revestidas e
Contêm uma coleção de enzimas são liberadas na superfície
hidrolíticas e são circundados por uma celular. A partir daí, sofrem
membrana singular, que resiste à endocitose e, por meio dos
hidrólise pelas suas próprias enzimas. compartimentos endossômicos
A membrana lisossômica é uma jovem e maduro, alcançam
estrutura fosfolipídica que contém finalmente os lisossomos.
colesterol e ácido lisofosfatídico, um - Via secretora das vesículas
lipídio peculiar que atua na restrição revestidas derivadas do
das enzimas hidrolíticas dirigidas complexo de Golgi: as LIMPs,
contra a membrana. após seleção e
As proteínas estruturais da membrana acondicionamento, saem do
lisossômica são classificadas, em sua complexo de Golgi em vesículas
maioria, em proteínas de membrana revestidas por clatrina.
associadas a lisossomos (LAMPs), Essas vesículas de transporte seguem o
glicoproteínas da membrana seu trajeto e sofrem fusão com
lisossômica (LGPs) e proteínas integrais endossomos maduros em decorrência
da membrana lisossômica (LIMPs). da interação de componentes
As moléculas de açúcar cobrem quase endossômicos específicos das
toda a superfície luminal dessas proteínas de ancoragem v-SNARE e
proteínas, protegendo-as, assim, da t-SNARE.
A maior parte do material digerido A degradação hidrolítica do conteúdo
provém de processos de endocitose. dos lisossomos produz um vacúolo
No entanto, a célula também utiliza os repleto de resíduos, corpo residual. Nos
lisossomos para digerir suas próprias neurônios, os corpos residuais são
partes obsoletas, organelas não denominados pigmentos da idade ou
funcionais e moléculas desnecessárias. grânulos de lipofucsina. Os corpos
Existem três vias para a digestão: residuais caracterizam o
- As partículas extracelulares envelhecimento celular. A ausência de
grandes (bactérias, restos certas enzimas lisossômicas pode
celulares e outros materiais causar acúmulo patológico de
estranhos) sofrem fagocitose. substrato não digerido nos corpos
Um fagossomo, formado residuais. Isso pode levar a vários
quando o material é distúrbios chamados de doenças de
internalizado no citoplasma, armazenamento lisossômico.
recebe subsequentemente
enzimas hidrolíticas,
transformando-se em PEROXISSOMOS
endossomo maduro, que será São organelas pequenas e esféricas(0,5
amadurecido no lisossomo. μm de diâmetro), limitadas por
- As partículas extracelulares membrana que possui enzimas
grandes, tais como bactérias, oxidativas (catalase e peroxidases).
restos celulares e outros Quase todas as enzimas oxidativas
materiais estranhos, são produzem peróxido de hidrogênio
engolfadas no processo de (H2O2) como produto da reação de
fagocitose. Um fagossomo, oxidação.
formado quando o material é A catalase regula o conteúdo de H2O2
internalizado no citoplasma, da célula ao degradá-lo, protegendo,
recebe subsequentemente assim, a célula. Além disso, os
enzimas hidrolíticas, peroxissomos contêm D-aminoácido
transformando-se em oxidases, enzimas de betaoxidação e
endossomo maduro, que será numerosas outras enzimas.
amadurecido no lisossomo As enzimas oxidativas são importantes
- As partículas extracelulares nas células hepáticas, hepatócitos,
pequenas (proteínas pois realizam processos relacionados a
extracelulares, proteínas da desintoxicação, como do álcool
membrana plasmática e ingerido, convertendo-o em
complexo ligante-receptor) são acetaldeído. E também promove a
internalizadas por pinocitose e betaoxidação dos ácidos graxos.
por endocitose mediada por As proteínas contidas no lúmen e na
receptor. membrana do peroxissomo são
Essas partículas seguem a via sintetizadas nos ribossomos
endocítica por meio dos citoplasmáticos e importadas no
compartimentos endossomais jovem e peroxissomo. É necessário que uma
maduro e, por fim, são degradadas nos proteína destinada aos peroxissomos
lisossomos. tenha um sinal de direcionamento
- As partículas intracelulares peroxissômico ligado à sua
(organelas inteiras, proteínas extremidade carboxiterminal. O número
citoplasmáticas) são isoladas da de peroxissomos contidos em uma
matriz citoplasmática por célula aumenta em resposta à dieta, ao
membranas do retículo uso de fármacos e ao estímulo
endoplasmático, transportadas hormonal. Na maioria dos animais, mas
para os lisossomos e não nos seres humanos, os
degradadas (autofagia). peroxissomos também contêm urato
oxidase (uricase), que frequentemente
aparece como inclusão cristaloide entram na corrente sanguínea. Além
(nucleoide) característica. disso, quando um excesso de H2O2
Vários distúrbios metabólicos humanos acumula-se na célula, a catalase o
são causados pela incapacidade de converte em
importação de proteínas 2 H2O2 → 2 H2O + O2
peroxissômicas para dentro da A principal função das reações
organela, por causa de um sinal de oxidativas realizadas nos peroxissomos
direcionamento peroxissômico é a quebra de moléculas de ácido
defeituoso ou um defeito do receptor. graxo. O processo denominado
Na doença hereditária mais b-oxidação encurta as cadeias alquil
comumente relacionada com dos ácidos graxos em blocos de dois
peroxissomos disfuncionais, a síndrome átomos de carbono por vez,
de Zellweger, que resulta em morte convertendo assim os ácidos graxos
precoce, os peroxissomos perdem a sua em acetil-CoA (acetil-coenzima A).
capacidade de funcionar, em virtude da Os peroxissomos exportam acetil-CoA
ausência das enzimas necessárias. Ela ao citosol para utilizá-la em reações
é causada por uma mutação no gene biossintéticas.
que codifica o receptor para o sinal de Nas células de mamíferos, a b-oxidação
direcionamento peroxissômico, que não ocorre nas mitocôndrias e nos
reconhece o sinal Ser-Lys-Leu na peroxissomos. Possui, também, a
extremidade carboxiterminal das finalidade de catalisar as primeiras
enzimas que atuam em peroxissomos. reações na formação de
Até o momento, os tratamentos para os plasmalogênios, que são a classe mais
distúrbios peroxissômicos têm sido abundante de fosfolipídeos na mielina.
insatisfatórios. A deficiência de plasmalogênios causa
➤ EXPLICAÇÃO ALBERTS: anomalias profundas na mielinização
São envolvidos por uma única camada dos axônios das células nervosas,
de membrana e não possuem DNA ou sendo essa uma das razões por que
ribossomos, logo todas as suas muitos distúrbios peroxissômicos levam
proteínas são codificadas no núcleo. a doenças neurológicas. Eles podem
Eles obtêm suas proteínas por conter diferentes conjuntos de enzimas
importação seletiva do citosol, embora e também podem adaptar-se de forma
algumas entrem pelo RE. Possuem um notável a mudanças de condições.
núcleo cristalóide devido a alta Uma sequência específica de três
presença de catalase e urato oxidase aminoácidos (Ser-Lys-Leu) localizados
(enzimas oxidativas). Assim como as na região C-terminal de muitas
mitocôndrias, os peroxissomos são os proteínas dos peroxissomos atua como
principais sítios de ligação de oxigênio. um sinal de importação.
Possuem uma ou mais enzimas que Outras proteínas peroxissômicas
utilizam o oxigênio molecular para contêm uma sequência-sinal próxima à
remover os átomos de hidrogênio de região N-terminal. Se uma dessas
substratos orgânicos específicos (‘’R’’) sequências está ligada a uma proteína
em uma reação oxidativa que produz citosólica, a proteína é importada para
H2O2. RH2 + O2 → R + H2O2 peroxissomos.
A catalase utiliza o H2O2 gerado por Os sinais de importação são primeiro
outras enzimas na organela para reconhecidos pelos receptores solúveis
oxidar uma variedade de outros de proteínas no citosol.
substratos (ácido fórmico, formaldeído Várias proteínas distintas, chamadas
e álcool) pela reação “peroxidativa”: de peroxinas, participam no processo
H2O2 + R’ H2 → R’ +2 H2O de importação, que é movido por
Esse tipo de reação oxidativa é hidrólise de ATP. Um complexo de pelo
importante nas células do fígado e do menos seis diferentes peroxinas forma
rim, nas quais os peroxissomos uma proteína translocadora na
destoxificam moléculas tóxicas que membrana do peroxissomo. Mesmo
proteínas oligoméricas não precisam Muitas proteínas das membranas dos
ser desdobradas para que sejam peroxissomos são feitas no citosol e
importadas. Acredita-se que o poro inseridas na membrana de
formado pelo transportador seja peroxissomos preexistentes, enquanto
dinâmico em suas dimensões, outras são primeiro integradas na
adaptando seu tamanho às membrana do RE, onde são
moléculas-carga a serem empacotadas em vesículas precursoras
transportadas. Um receptor de peroxissômicas especializadas.
importação solúvel, a peroxina Pex5, Novas vesículas precursoras podem
reconhece o sinal de importação então se fundir umas com as outras e
C-terminal peroxissômico. Ela começar a importação de proteínas
acompanha sua carga até o interior peroxissômicas adicionais, usando sua
dos peroxissomos e, após a liberação própria maquinaria de importação de
da carga, retorna ao citosol. Após a proteínas para tornarem-se
entrega de sua carga para o lúmen do peroxissomos maduros, os quais
peroxissomo, Pex5 sofre ubiquitinação. podem sofrer ciclos de crescimento e
Essa modificação é necessária para fissão.
liberar Pex5 no citosol novamente, onde
a ubiquitina é removida.
Uma ATPase composta de Pex1 e Pex6
aproveita a energia da hidrólise do ATP Mitocôndria :
para ajudar na liberação de Pex5 dos
peroxissomos. Há muito se discute se
Para manter seu alto grau de
novos peroxissomos originam-se de
organização em um universo que está
outros preexistentes por crescimento e
constantemente se dirigindo rumo ao
fissão da organela ou derivam-se como
caos, as células apresentam uma
um compartimento especializado do
necessidade contínua de um
RE.
suprimento abundante de ATP. Nas
células eucarióticas, a maior parte do
ATP que fornece energia para os
processos vitais é produzida por
organelas conversoras de energia,
estruturas especializadas e delimitadas
por membrana. Existem dois tipos
distintos. As mitocôndrias, que ocorrem
em quase todas as células de animais,
➘ Um modelo explica como os plantas e fungos, “queimam” moléculas
peroxissomos proliferam e como um do alimento para produzir ATP pela
novo peroxissomo se forma. Vesículas fosforilação oxidativa.
precursoras peroxissômicas brotam do Etapa 1: os elétrons de alta
RE. Ao menos duas proteínas de energia (derivados da oxidação de
membrana peroxissômicas, Pex3 e moléculas do alimento, de pigmentos
Pex15, seguem essa via. A maquinaria excitados pela luz solar ou de outras
que dirige a reação de brotamento e fontes descritas adiante) são
que seleciona apenas proteínas transferidos ao longo de uma série de
peroxissômicas para o empacotamento complexos proteicos transportadores
nessas vesículas depende de Pex19 e de elétrons que formam uma cadeia
outras proteínas citosólicas ainda transportadora de elétrons embebida
desconhecidas. em uma membrana. Cada elétron
Vesículas precursoras de transferido libera uma pequena
peroxissômicas podem então quantidade de energia que é usada
fusionar-se com outras ou com para bombear prótons (H+) e desse
peroxissômicas preexistentes. modo gerar um grande gradiente
eletroquímico através da membrana. de um complexo proteico de membrana
Esse gradiente eletroquímico fornece para o seguinte, sendo transferido, em
uma forma de armazenar energia e cada passo, para um composto com
pode ser aproveitado para realizar um nível energético mais baixo, até
trabalho útil quando íons fluem de alcançar um complexo final no qual ele
volta através da membrana. se combina com oxigênio molecular
Etapa 2: os prótons fluem de (O2) para produzir água.
volta a favor do seu gradiente Em conjunto, esses complexos geram a
eletroquímico por meio de uma força próton-motriz aproveitada pela
elaborada máquina proteína de ATP-sintase para produzir ATP que
membrana denominada ATP-sintase, serve como moeda de energia universal
que catalisa a produção de ATP a na célula.
partir de ADP e fosfato inorgânico (Pi).
Essa enzima
ubíqua funciona como uma turbina na
membrana que, impulsionada por
prótons, sintetiza ATP . Desse modo, a
energia derivada do alimento ou da
energia solar na etapa 1 é convertida
em energia química de uma ligação de
um fosfato no ATP.
Os elétrons se movem através de
complexos
proteicos em
sistemas
biológicos por As mitocôndrias ocupam até 20% do
meio de íons volume citoplasmático de uma célula
metálicos eucariótica. Ainda que sejam muitas
firmemente vezes representadas como corpos
ligados ou por pequenos semelhantes a bactérias,
meio de outros com um diâmetro de 0,5 a 1 m, de fato
carreadores elas são extremamente dinâmicas e
que capturam e plásticas, movendo-se pela célula,
liberam mudando constantemente de forma,
elétrons dividindo-se e fusionando-se. Porém, as
facilmente, ou mitocôndrias também podem
ainda por permanecer fixas em locais de alta
intermédio de demanda energética.
pequenas As mitocôndrias também interagem
moléculas com outros sistemas de membranas na
especiais que célula, sobretudo com o retículo
recolhem endoplasmático.
elétrons em um Sem elas, as células dos animais
local e os entregam em outro. Para as modernos teriam de produzir todo o
mitocôndrias, o primeiro desses seu ATP por meio da glicólise
carreadores de elétrons é o NAD+. anaeróbica. Quando a glicose é
O NADH, para o NAD+ tornar-se NADH convertida em piruvato pela glicólise,
precisa de uma molécula hidrossolúvel apenas uma pequena fração de toda a
que captura dois elétrons e um H+, energia livre potencialmente disponível
transfere esses elétrons de locais onde é liberada. Nas mitocôndrias, o
as moléculas do alimento são metabolismo de açúcares é completo: o
degradadas para a membrana piruvato é importado para dentro da
mitocondrial interna. Lá, os elétrons do mitocôndria e em última instância
NADH rico em energia são transferidos oxidado pelo O2
em CO2 e H2O, o que possibilita a poros aquáticos através da membrana.
produção de 15 vezes mais ATP do que
o produzido apenas pela glicólise.
➢ Glicólise:
A glicólise é a primeira fase,
fundamental para os processos de
respiração celular e fermentação.
Tipos de respirações celulares: Através dela, a molécula de glicose (que
possui 6 carbonos) é oxidada, gerando
2 moléculas de ATP e duas moléculas
➢ Fermentação: de piruvato (cada uma com 3
A fermentação é outra via anaeróbica carbonos). Se estivermos falando de
para a quebra da glicose, uma via que respiração celular, esse piruvato é
é realizada por muitos tipos de convertido em Acetil-CoA e entra no
organismos e células. Na fermentação, Ciclo de Krebs. Se estivermos falando
a única via de extração de energia é a em fermentação, esse piruvato será
glicólise, com uma ou duas reações convertido em algum subproduto inútil
extras acrescentadas ao final; à célula, mas útil para regenerar as
A fermentação e a respiração celular coenzimas responsáveis pelo
começam da mesma maneira, com a transporte de elétrons nesses
glicólise. No entanto, na fermentação, o processos de geração de energia (NAD
piruvato produzido na glicólise não e FAD).
contínua através da oxidação e ciclo
do ácido cítrico, e a cadeia É o primeiro passo da “regulação da
transportadora de elétrons não glicose”. Catalisada pela enzima
acontece. Já que a cadeia Hexocinase (se lê quinase), tem
transportadora de elétrons não está característica de reação irreversível. É
funcional, o NADH produzido na gasta uma molécula de ATP,
glicólise não pode entregar seus adicionando um grupo fosfato ao
elétrons para voltar a formar NAD+; carbono 6 da Glicose, transformando-a
O propósito das reações extras na em Glicose 6-fosfato. Pode parecer
fermentação é, portanto, regenerar o contraproducente, para um processo
carreador de elétrons NAD+ a partir da que visa gerar energia, começar
NADH produzido na glicólise. As gastando um ATP, mas esta ligação de
reações extras conseguem isso um fosfato ao carbono 6' da glicose
permitindo que NADH entregue seus tem intuito de impedir que a glicose
elétrons a uma molécula orgânica (tal volte ao meio extracelular, pois o
como o piruvato, o produto final da grupamento fosfato tem é altamente
glicólise). Isso permite que a glicólise carregado negativamente, logo, não
permaneça funcionando pela garantia tem afinidade pela parte apolar da
de um suprimento constante de NAD+; bicamada lipídica que compõe a
- FERMENTAÇÃO DE ÁCIDO membrana citoplasmática. Vale
LÁTICO: observar que toda vez que uma enzima
Na fermentação do ácido lático, o tiver a terminação "cinase" ou "kinase",
NADH transfere seus elétrons se trata de uma transportadora de
diretamente ao piruvato, gerando o fosfatos.
lactato como subproduto. O lactato,
que é apenas a forma A Frutose é um monossacarídeo
desprotonada do ácido lático, dá o isômero da glicose (C6H12O6), isto é,
nome ao processo. As bactérias que possui a mesma fórmula molecular
produzem o iogurte realizam (mesmo conjunto de átomos) e
fermentação do ácido lático, assim
diferentes fórmulas estruturais 6ª REAÇÃO - Gliceraldeído 3-fosfato>
(organização desses átomos na 1,3-bifosfoglicerato
estrutura tridimensional). A ação da
enzima Fosfoglicose Isomerase se Quando o fosfato provém de um ATP,
transformará uma em outra, pois a ele é extraído de uma molécula
Frutose é uma molécula mais simétrica extremamente energética; energia essa
que a Glicose. A Glicose (6C) é repartida que é utilizada para realizar a ligação.
em duas moléculas de piruvato (3C, No caso do fosfato inorgânico (Pi), que
cada), então, como a frutose é mais é como um fósforo solto, não ligado à
simétrica, é mais facilmente repartida nenhuma estrutura, não há essa
ao meio posteriormente (gerando dois disponibilidade de energia, por isso a
compostos com três carbonos cada). enzima Gliceraldeído 3-fosfato
desidrogenase realiza a adição do
Como o nome do produto já adianta, é fosfato inorgânico ao gliceraldeído
adicionado um segundo grupo fosfato 3-fosfato em dois passos: no primeiro o
à estrutura, gastando uma segunda hidrogênio da função aldeído (lá em
molécula de ATP de “investimento”. cima, na estrutura) é transferido para
Dessa vez, o fosfato é adicionado ao um NAD+, transformando-o em NADH.
carbono 1', gerando uma Frutose No lugar do Hidrogênio entra uma
1,6-fosfato. Este processo é mediado hidroxila (OH-) extraída de uma
pela enzima Fosfofrutocinase e tem o molécula de água. O Hidrogênio que
intuito de tornar a molécula ainda mais sobra da água termina de compor o
simétrica, pois agora contém fosfatos produto NADH + H+. Observação: Como
nos dois lados (nos carbonos seis e está tudo duplicado, são produzidas
um). Agora ela está pronta para ser duas moléculas de NADH + H+! Na
partida ao meio, o que acontecerá na segunda etapa ocorre a fosforilação
próxima reação. do gliceraldeído. A adição da hidroxila
no lugar do hidrogênio é uma reação
4ª REAÇÃO - Frutose-1,6-bifosfato > de oxidação favorável, pois partiu de
Di-hidroxiacetona fosfato + um ponto energético maior para um
Gliceraldeído 3-fosfato menor. A adição do fosfato inorgânico
é uma reação de fosforilação
A molécula de Frutose 1,6-bifosfato desfavorável, pois sai de um nível
seria partida ao meio (o que justificou energético menor para um maior.
os esforços para torná-la mais Sozinha, a adição de fosfato
simétrica). As duas moléculas inorgânico seria impossível. Ela só é
resultantes serão Di-hidroxiacetona passível de acontecer quando
fosfato e Gliceraldeído 3-fosfato, ambas combinada com a oxidação favorável
com três carbonos. A enzima que do gliceralderído 3P, pois a energia
catalisa esta reação é a Aldolase. É para a ligação do Pi é obtida através
uma questão apenas conformacional da oxidação. Isso justifica o gasto de
que as diferencia, já que são isômeras uma molécula de água nesse
(ambas têm fórmula química C3H5O3P). intercurso. No final, obtemos duas
Quem seguirá o caminho na glicólise moléculas de 1,3 bifosfoglicerato a
será o Gliceraldeído 3-fosfato, então a partir de duas moléculas de
enzima Triose Fosfato Isomerase acaba gliceraldeído 3-fosfato.
por transformar a
5ª Di-hidroxiacetona fosfato em 7ª REAÇÃO - 1,3 Bifosfoglicerato >
Gliceraldeído 3-fosfato (5ª reação); 3-fosfoglicerato
por isso, a partir desta etapa, os
produtos serão em dobro, não em “um” Nesta etapa, há reposição dos dois ATP
como vinha sendo antes. gastos na fase de investimento (já que
a partir da 4ª reação, todos os
produtos estão duplicados). O
grupamento fosfato que acabou de ser objetivo da glicólise é fornecer os
agregado à molécula de precursores para o Ciclo de Krebs
1,3-bifosfoglicerato será desprendido (piruvato), onde será gerado a maior
para compor (junto com dois ADP) duas parte dos NADH, NADPH e FADH2.
novas moléculas de ATP. A enzima que Esses sim, são a chave para geração de
media esta reação é a fosfoglicerato energia, nos processos aeróbicos que
cinase. A 6ª e a 7ª reação são vêm depois da glicólise: Ciclo de Krebs
dedicadas a repor os ATPs. Como o e Cadeia Respiratória. Em resumo,
Fosfato inorgânico (Pi) é pobre em podemos dividir a glicólise em três
energia, se utiliza da energia da momentos:
oxidação para formar uma molécula - As reações 1, 2 e 3 são chamadas
onde depois será removido para de FASE DE INVESTIMENTO, pois
integrar o ADP, resultando em duas são gastas duas moléculas de
moléculas de ATP, devolvendo o que foi ATP para regular e modelar a
gasto na preparação da frutose para molécula de glicose.
dividir-se corretamente e da glicose - As reações 4 e 5 compõem a
para que não evadisse do espaço FASE DE CLIVAGEM, pois, a
citosol. partir da bipartição da Frutose
8ª REAÇÃO - 3-fosfoglicerato > 1,6-Bifosfato são geradas duas
2-fosfoglicerato moléculas de três carbonos
cada.
Utiliza-se o grupamento fosfato - As reações a partir da 6
restante nos dois 3-fosfogliceratos compõem a FASE DE GERAÇÃO
para produzir mais 2 ATP. A enzima DE ENERGIA, pois são geradas 4
Fosfoglicerato mutase vai trocar o moléculas de ATP, resultando em
grupamento de carbono, passando do um saldo positivo de 2 ATP
Carbono 3 para o Carbono 2. Isso
ajuda pois deixa o grupo mais próximo
dos oxigênios lá de cima, que assim ➢ Ciclo de krebs:
como o fosfato, são altamente ➔ FORMAÇÃO DE ACETIL-COA:
eletronegativos. Isso cria uma repulsão,
colocando a situação do fosfato mais
Antes da glicose e outros açúcares, ác.
favorável para a saída da estrutura.
graxos e a maioria de aminoácidos,
9ª REAÇÃO - 2-fosfoglicerato >
entrarem no ciclo do ácido cítrico, os
Fosfoenolpiruvato
esqueletos de carbono dos açúcares e
Visa desidratar a molécula de
dos ácidos graxos são convertidos no
2-fosfoglicerato, provocando uma
grupo acetila da acetil-CoA, a forma na
redistribuição dos elétrons na
qual a maioria dos combustíveis entra
molécula, tornando a presença do
no ciclo. Também há o piruvato gerado
fosfato na molécula muito desfavorável.
no citosol pela glicólise é um ponto
O Carbono 2 que antes possuía dois
central no metabolismo dos
hidrogênios, agora não possui nenhum,
carboidratos, das gorduras e das
tornando-a molécula instável.
proteínas. O piruvato que entra na
10ª REAÇÃO - Fosfoenolpiruvato >
mitocôndria, após conversão em
Piruvato
acetil-CoA, pode ser oxidado pelo ciclo
Com a saída do grupo fosfato, há
do ácido cítrico para gerar energia, ou
formação de mais duas moléculas de
pode ser utilizado como precursor
ATP e o produto final da Glicólise
para a síntese de ácidos graxos e
aparece: DUAS MOLÉCULAS DE
esteróis. Há um terceiro destino
PIRUVATO. No final, o saldo total da
possível para o piruvato: como
oxidação total de uma molécula de
precursor para a síntese de
glicose foi de 2 Piruvatos, 2 ATP e 2
aminoácidos, assim, mesmo que haja
NADH. Pode parecer pouco o saldo de
oxigênio disponível para essa via; em
energia, mas é que na verdade, o
vez disso, o piruvato é simplesmente
reduzido a lactato no citosol, nase, do ciclo do ácido cítrico, e
regenerando o NAD1 para possibilitar a desidrogenase dos α-cetoácidos de
continuada produção de ATP pela cadeia ramificada, das vias de
glicólise. Em células normais (não oxidação de alguns aminoácidos.
tumorais), o piruvato é oxidado na ➔ O piruvato é oxidado a
matriz mitocondrial a acetil-CoA e CO2 acetil-CoA e CO2:
pelo complexo da
piruvato-desidrogenase (PDH). Esse A reação geral catalisada pelo
complexo de enzimas altamente complexo da piruvato-desidrogenase é
organizado – várias cópias de cada uma descarboxilação oxidativa, que é
uma das três enzimas – está localizado basicamente grupo carboxila é
na mitocôndria de todas as células removido do piruvato na forma de uma
eucarióticas. molécula de CO2
e os dois carbonos remanescentes são
convertidos no grupo acetila da
acetil-CoA.
O NADH formado nessa reação doa um
íon hidreto para a cadeia respiratória,
que transferirá os dois elétrons ao
oxigênio a um aceptor de elétrons
alternativo. A transferência de elétrons
do NADH ao oxigênio gera, ao final, 2,5
moléculas de ATP por par de elétrons.
➔ O complexo da
piruvato-desidrogenase requer
cinco coenzimas:
A desidrogenação e descarboxilação
do piruvato levando ao grupo acetila
da acetil-CoA requer a ação sequencial
de três enzimas diferentes e cinco
coenzimas ou grupos prostéticos
diferentes – pirofosfato de tiamina (TPP),
Catabolismo de proteínas, gorduras e dinucleotídeo de flavina-adenina (FAD),
carboidratos durante os três estágios coenzima A (CoA, CoA-SH,¬SH),
da respiração celular. Estágio 1: a dinucleotídeo de nicotinamida-adenina
oxidação de ácidos graxos, glicose e (NAD) e lipoato.
alguns aminoácidos gera acetil-CoA. Quatro vitaminas diferentes essenciais
Estágio 2: a oxidação dos grupos à nutrição humana são componentes
acetila no ciclo do ácido cítrico inclui vitais desse sistema: tiamina (no TPP),
quatro etapas, nas quais os elétrons riboflavina (no FAD), niacina (no NAD1) e
são removidos. Estágio 3: os elétrons pantotenato (na CoA).
carregados por NADH e FADH2 Reação geral catalisada pelo complexo
convergem para uma cadeia de
transporte H2O. Estes transportadores
de elétrons mitocondrial – a cadeia
respiratória –, reduzindo, no final, O2
fluxo de elétrons impele a produção de
ATP.
Por fim, o complexo da PDH é o
protótipo para dois outros importantes
complexos
enzimáticos:α-cetoglutarato-desidroge da piruvato-desidrogenase. As cinco
coenzimas participantes dessa reação cerca de 50 nm – mais de cinco vezes o
e as três enzimas que formam o tamanho de um ribossomo inteiro e
complexo são discutidas no texto. grande o suficiente para ser visto por
microscopia eletrônica. O complexo
As funções de FAD e NAD como tem dois e, em E. coli, três . Os domínios
transportadores de elétrons e de E2 são separados por conectores,
verificou-se que o TPP era a coenzima sequências de 20 a 30 resíduos de
da piruvato-descarboxilase. aminoácidos, ricos em Ala e Pro e
A coenzima A tem um grupo tiol reativo intercalados com α-cetoglutarato no
(¬SH) que é crucial para a função da ciclo do ácido cítrico e a oxidação dos
CoA como transportador de acilas em α-cetoácidos derivados da
diferentes reações metabólicas. O degradação dos aminoácidos de
grupo acila unido à coenzima A pode, cadeia ramificada
portanto, ser considerado “ativado” valina, isoleucina e leucina.
para transferência.
O lipoato, tem dois grupos tiol que Ácido
podem ser reversivelmente oxidados, lipóico
produzindo uma ligação dissulfeto (lipoato)
(¬S¬S¬). O lipoato atua como em ligação
transportador de elétrons (hidrogênio) amida com
e como transportador de acilas, como um resíduo
será visto. de Lys. A
porção
lipoil-lisina
é o grupo
prostético
da
di-hidrolipo Transacetilase. O grupo
lipoila ocorre na
Coenzima A (CoA). Um grupo hidroxila forma oxidada (dissulfeto) e reduzida
do ácido pantotênico está unido a uma (ditiol) e atua como transportador de
molécula de ADP modificada por uma hidrogênio e grupo acetila (ou outro
ligação fosfo-éster, e seu grupo grupo acila).
carboxila está ligado à
β-mercaptoetilamina por uma ligação O complexo da piruvato-desidrogenase
amida. O grupo hidroxila na posição 3′ é responsável por conduzir uma série
da molécula de ADP tem um grupo de cinco reações consecutivas para
fosfato que não está presente no ADP descarboxilar (remover o grupo CO2) e
livre. O grupo ¬SH da molécula de desidrogenar (remover elétrons) o
mercaptoetilamina forma um tioéster piruvato, uma molécula importante no
com o acetato para formar a metabolismo. Vamos detalhar essas
acetil-coenzima A (acetil-CoA) (à etapas:
esquerda, embaixo).
1. Primeira Etapa: Nesta etapa, o
➔ O complexo da complexo realiza uma reação
piruvato-desidrogenase consiste que é muito semelhante àquela
em três enzimas distintas: catalisada pela enzima
piruvato-descarboxilase. O C-1
do piruvato é liberado na forma
O complexo da PDH contém três
de CO2. O C-2, que estava
enzimas – piruvato-desidrogenase (E1) e
originalmente no estado de
di-hidrolipoil-desidrogenase (E2),
oxidação de um aldeído, se liga
di-hidrolipoil-transacetilase(E3).
ao grupo chamado TPP (tiamina
O complexo da PDH isolado de
pirofosfato) e forma um grupo
mamíferos apresenta um diâmetro de
hidroxietila. Esta primeira etapa novo ciclo de oxidação. Os
é a mais lenta de todas e, elétrons removidos do grupo
portanto, limita a velocidade da hidroxietila derivado do piruvato
reação global. Também é o são transferidos ao NAD+
ponto em que o complexo da através do FAD.
PDH confirma sua especificidade Todas essas etapas são essenciais
em relação ao piruvato. para o mecanismo do complexo da
piruvato-desidrogenase, e a
2. Segunda Etapa: Os resíduos flexibilidade dos braços de lipoil-lisina
carregados devido à primeira de E2 é crucial para receber e
etapa, chamados de conectores, transferir os elétrons e o grupo acetila
tendem a se estender e manter entre as várias partes do complexo.
os três domínios separados. No Todas as enzimas e coenzimas
sítio ativo de E1 (uma das partes envolvidas estão organizadas de
do complexo), a TPP ainda está maneira que os intermediários possam
ligada, enquanto no sítio ativo reagir rapidamente sem se afastarem
de E3-E2-E3, existe uma da superfície do complexo enzimático.
molécula de FADH (flavina O resultado é uma sequência de cinco
adenina dinucleotídeo) ligada. reações altamente coordenadas e
Duas proteínas reguladoras, eficientes, representando um exemplo
uma proteína-cinase e uma de canalização do substrato.
fosfoproteína-fosfatase, também
estão envolvidas no processo.
A succinato-desidrogenase está
firmemente ligada à membrana
mitocondrial interna. Os elétrons do
succinato passam pelo FAD e pelos
centros de ferro-enxofre antes de
entrarem na cadeia de transporte de O equilíbrio dessa reação é muito
elétrons da membrana mitocondrial deslocado para a esquerda sob as
interna. O fluxo dos elétrons do condições termodinâmicas padrão,
succinato ao longo desses porém, nas células intactas, o
transportadores até o aceptor de oxalacetato é continuamente removido
elétrons final, O2, é acoplado à síntese pela reação altamente exergônica da
de aproximadamente 1,5 molécula de citrato-sintase. Isso mantém a
ATP por par de elétrons (fosforilação concentração celular de oxalacetato
acoplada à respiração). O malonato, extremamente baixa, deslocando a
um análogo do succinato normalmente reação da malato-desidrogenase no
ausente nas células, é um forte inibidor sentido da formação de oxaloacetato.
competitivo da
succinato-desidrogenase.
➢ Cadeia respiratória:
7. Hidratação de fumarato a
malato: A hidratação reversível A cadeia respiratória é um processo
do fumarato a l-malato é fundamental no metabolismo celular
catalisada pela fumarase. O que ocorre nas mitocôndrias das
células eucarióticas. Ela desempenha transfere-os para o complexo IV.
um papel crucial na produção de Durante esse processo, mais prótons
energia na forma de trifosfato de são bombeados para o espaço
adenosina (ATP) a partir de substratos intermembranar.
energéticos, como glicose e ácidos
graxos. Vou explicar os principais - Complexo IV: O complexo IV recebe
passos da cadeia respiratória de elétrons do complexo III e, ao final do
maneira detalhada: processo, os combina com oxigênio
(O2) para formar água (H2O). Além
1. Glicólise: O processo começa na disso, prótons são bombeados para o
glicólise, que ocorre no citoplasma da espaço intermembranar.
célula. Na glicólise, uma molécula de
glicose é quebrada em duas moléculas 5. Acoplamento quimiosmótico: À
de piruvato, gerando um pequeno medida que os elétrons fluem através
montante de ATP e NADH. dos complexos da cadeia respiratória,
prótons são bombeados para o espaço
2. Transporte para as mitocôndrias: O intermembranar, criando um gradiente
piruvato produzido na glicólise é de prótons. Isso gera um potencial de
transportado para as mitocôndrias, membrana (força próton-motriz)
onde ocorre a maior parte da cadeia através da membrana interna
respiratória. Lá, o piruvato é convertido mitocondrial.
em acetil-CoA em uma reação
chamada descarboxilação oxidativa. 6. ATP sintase: A enzima ATP sintase,
também conhecida como complexo V,
3. Ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico): está localizada na membrana interna
O acetil-CoA entra no ciclo de Krebs, das mitocôndrias. Ela utiliza o
que ocorre na matriz das mitocôndrias. gradiente de prótons gerado para
Nesse ciclo, o acetil-CoA é oxidado, sintetizar ATP a partir de adenosina
gerando dióxido de carbono, NADH e difosfato (ADP) e fosfato inorgânico (Pi).
FADH2, bem como uma pequena Quando os prótons fluem de volta para
quantidade de ATP. a matriz mitocondrial através da ATP
sintase, a energia liberada é usada
4. Transporte de elétrons: A parte para a síntese de ATP.
central da cadeia respiratória ocorre
na membrana interna das Resumindo, a cadeia respiratória é um
mitocôndrias, onde se encontra uma processo altamente complexo que
série de complexos proteicos envolve a oxidação de compostos
conhecidos como complexos I, II, III e IV, orgânicos, como NADH e FADH2, a
bem como a coenzima ubiquinona (Q) e transferência de elétrons ao longo dos
a citocromo c. complexos proteicos e a geração de um
gradiente de prótons. Esse gradiente é,
- Complexo I: NADH é oxidado a NAD+ e, então, usado para produzir ATP na ATP
ao fazê-lo, transfere elétrons para o sintase. A água é formada na etapa
complexo I. Nesse processo, prótons final da cadeia respiratória quando o
(H+) são bombeados para o espaço oxigênio é reduzido. Esse processo é
intermembranar. essencial para a produção de energia
nas células e é conhecido como
- Complexo II: FADH2 é oxidado a FAD e fosforilação oxidativa.
também transfere elétrons para a
cadeia respiratória. Não bombeia
prótons.
Envoltório nuclear:
● Os íons e as moléculas
hidrossolúveis menores podem
cruzar os canais repletos de
água do CPN por difusão
simples. Esse processo é
inespecífico e não requer
proteínas de sinal nuclear. No
entanto, até mesmo proteínas
nucleares menores, capazes de
difusão, são seletivamente
transportadas, presumivelmente
Neoplasma:
- E2F
- Fatores de crescimento:
- EPO;
- pdgf;
O rastreamento genético, e, quanto
- egf.
maior o genoma, menor é a
Controlam a taxa celular,
probabilidade de que qualquer gene
pois liberam inibidores;
seja mutado. Os fenótipos simples são
- Complexo de quitina:
mais fáceis de detectar: pode-se
desfosforila CDKS e quitinas.
rastrear vários organismos de forma
- O aumento da nyc (proteína
rápida, por exemplo, para mutações
reguladora de transcrição) leva
que tornam impossível ao organismo
ao aumento de gene.
sobreviver na ausência de um
determinado aminoácido ou nutriente.
Mutações genéticas: Os indivíduos mutantes normalmente
funcionam enquanto as condições
“permissivas” prevalecem, mas
demonstram uma função gênica
anormal quando submetidos a
condições “não permissivas”
(restritivas). O gene sensível a
temperatura em um destes mutantes
normalmente contém uma mutação
pontual que causa uma alteração sutil
no seu produto proteico; por exemplo,
a proteína mutante pode funcionar
normalmente a temperaturas baixas,
porém desnatura a temperaturas mais
altas.
De forma semelhante, rastreamentos
por mutações sensíveis à temperatura
levaram à identificação de várias
proteínas envolvidas na regulação do
ciclo celular, assim como a várias
proteínas envolvidas no movimento de
proteínas através da via secretora em
levedura.
2. Fatores Ambientais:
- Exposição a Agentes
Carcinogênicos: Substâncias químicas
presentes no ambiente, como Tradução e a sua relação com a
poluentes industriais, compostos
expressão gênica:
presentes no tabaco e produtos
químicos agrícolas, podem danificar o Uma vez que o mRNA tenha sido
DNA e aumentar o risco de câncer. produzido por meio da transcrição e
- Radiação Ionizante: A exposição do processamento, a informação
a radiações ionizantes, como raios-X e presente em sua sequência de
radiação nuclear, pode causar danos nucleotídeos é usada para sintetizar
ao DNA e predispor ao uma proteína. Ocorre, portanto, uma
desenvolvimento de câncer. tradução da informação contida no
- Infecções: Certas infecções RNA para uma linguagem que envolve
virais, bacterianas e parasitárias estão uma sequência de aminoácidos que
associadas a um maior risco de câncer. dará origem a uma proteína. Isso
Exemplos incluem o vírus do papiloma ocorre por meio da aplicação de regras
humano (HPV) e o vírus da hepatite B e que são conhecidas como código
C. genético. A sequência de nucleotídeos
em uma molécula de mRNA é lida em
3. Hábitos de Vida: grupos consecutivos de três. O RNA é
- Tabagismo: O tabagismo é um um polímero linear de quatro diferentes
importante fator de risco para vários nucleotídeos, de tal forma que existem
tipos de câncer, incluindo pulmão, 64 combinações (4x4x4) possíveis de
boca, garganta, esôfago e outros. três nucleotídeos: os tripletes AAA, AUA,
- Dieta e Nutrição: Uma dieta rica AUG, e assim por diante. Entretanto,
em gorduras saturadas, alimentos somente 20 aminoácidos diferentes
processados e pobre em frutas, normalmente são encontrados nas
vegetais e fibras está associada a um proteínas. Ou alguns tripletes de
aumento no risco de câncer. nucleotídeos nunca são usados, ou o
- Inatividade Física: A falta de código é redundante e alguns
atividade física regular pode contribuir aminoácidos são determinados por
para a obesidade e aumentar o risco mais de um triplete. Essa segunda
de câncer. possibilidade é, de fato, a possibilidade
- Consumo de Álcool: O consumo correta, conforme demonstrado pelo
excessivo de álcool está associado a código genético completamente
diversos tipos de câncer, incluindo o de decifrado. Cada grupo de três
fígado, esôfago e mama. nucleotídeos consecutivos no RNA é
denominado códon, e cada códon
4. Fatores Hormonais: especifica ou um aminoácido, ou a
- Terapia Hormonal: Alguns finalização do processo de tradução. É
tratamentos hormonais, como a importante ressaltar que o código
terapia de reposição hormonal em genético é utilizado universalmente em
mulheres na menopausa, podem todos os organismos conhecidos.
➤ RIBOSSOMOS: A síntese de proteínas Quando 61 um códon de terminação é
é guiada pela informação presente nas encontrado, o ribossomo libera a
moléculas de mRNA. Para manter a fase proteína finalizada, e suas duas
de leitura correta e para assegurar a subunidades separam-se novamente.
exatidão, a síntese é realizada no Essas subunidades podem então ser
ribossomo, uma maquinaria catalítica utilizadas para iniciar a síntese de
complexa feita a partir de mais de 50 outra proteína sobre outra molécula de
proteínas ribossomais e diversas mRNA. Um ribossomo contém quatro
moléculas de RNA, os RNAs sítios de ligação para moléculas de
ribossômicos (rRNAs). Uma célula RNA: uma para o mRNA e três
eucariótica típica contém milhões de denominados sítio A, sítio P e sítio E,
ribossomos em seu citoplasma. As que são para tRNA. Uma molécula de
subunidades ribossomais eucarióticas tRNA adere fortemente aos sítios A e P
são montadas nos nucléolos pela apenas se seus anticódons formam
associação de rRNAs recém-transcritos pares de bases com o códon
e modificados com proteínas complementar na molécula de mRNA
ribossomais, as quais foram que está ligada ao ribossomo. Os sítios
transportadas para o interior do A e P estão suficientemente próximos
núcleo após sua síntese enocitoplasma. para que suas duas moléculas de tRNA
As duas subunidades ribossomais são são forçadas a formar pares de base
então transportadas para o com códons adjacentes na molécula de
citoplasma, onde serão unidas para mRNA. Essa característica do
realizar a síntese de proteínas. Os ribossomo mantém a fase de leitura
ribossomos eucarióticos e correta no mRNA.
procarióticos são muito similares tanto ➤ RNA transportador (tRNAs): A
em forma quanto em função. Ambos tradução do mRNA em proteína
são compostos de uma subunidade depende de moléculas adaptadoras
grande e de uma subunidade pequena que podem reconhecer e se ligar ao
que se encaixam para formar um códon e, em outra região de sua
ribossomo completo. A subunidade superfície, ao aminoácido. Esses
pequena fornece uma região sobre a adaptadores consistem em um
qual os tRNAs podem ser conjunto de pequenas moléculas de
eficientemente pareados sobre os RNA conhecido como RNAs
códons do mRNA, enquanto que a transportadores (tR-NAs), cada um com
subunidade grande catalisa a tamanho aproximadamente de 80
formação das ligações peptídicas que nucleotídeos. Quatro pequenos
unem os aminoácidos, formando uma segmentos do tRNA dobrado formam
cadeia polipeptídica. Quando a síntese dupla-hélices, produzindo uma
de proteínas não está ativa, as duas molécula que se assemelha a uma folha
subunidades do ribossomo estão de trevo quando desenhada
separadas. Elas se unem sobre uma esquematicamente. Essa é a estrutura
molécula de mRNA, normalmente do tRNA. Duas regiões de nucleotídeos
próxima à sua extremidade 5’, para não- pareados situadas em cada uma
iniciar a síntese de uma proteína. O das extremidades da molécula são
mRNA é então puxado através do cruciais para a função do tRNA na
ribossomo. Conforme seus códons síntese de proteínas. Uma dessas
encontram os sítios ativos dos regiões formam o anticódon, um
ribossomos, a sequência nucleotídica conjunto de três nucleotídeos
do mRNA é traduzida em uma consecutivos que pareiam com o
sequência de aminoácidos, usando os códon complementar em uma molécula
tRNAs como adaptadores para de mRNA. A outra é uma pequena
adicionar cada aminoácido na região de fita simples na extremidade 3’
sequência correta à extremidade da da molécula: este é o sítio onde o
cadeia polipeptídica em formação.
aminoácido que corresponde ao códon momento, ligado ao sítio P, deixando o
é ligado ao tRNA. sítio A livre. A síntese de proteína está,
portanto, pronta para iniciar. Nas
➱ Etapas da Tradução: A tradução bactérias, o mecanismo para
ocorre por três etapas subsequentes: selecionar o códon de iniciação é
iniciação, alongamento e terminação. diferente. Os mRNAs das bactérias não
possuem quepe 5’ para iniciar a
➱Iniciação: A tradução de um mRNA procura pelo início da tradução. Em vez
inicia com um códon AUG, e um tRNA disso, cada mRNA bacteriano contém
especial é necessário para iniciar a um sítio de ligação ao ribossomo
tradução. Esse tRNA iniciador sempre específico denominado sequência
carrega o aminoácido metionina, Shine-Dalgarno, o qual está localizado
portanto todas as proteínas uns poucos nucleotídeos acima do AUG
recém-formadas possuem metionina em que a tradução deve iniciar. Essa
como seu primeiro aminoácido em sequência nucleotídica forma pares de
suas extremidades N-terminal, a bases com o rRNA 16S da subunidade
extremidade de uma proteína que é ribossomal pequena para posicionar o
sintetizada primeiro. O tRNA iniciador códon de iniciação AUG no ribossomo.
pode ser especificamente reconhecido Um grupo de fatores de iniciação da
pelos fatores de iniciação, pois tem tradução orquestra essa interação e a
uma sequência nucleotídica distinta do subsequente montagem da
tRNA que normalmente carrega a subunidade ribossomal grande para
metionina. Nos eucariotos, o complexo completar o ribossomo. Diferentemente
iniciador metionina (Met-tRNAi) é de um ribossomo eucariótico, um
inicialmente depositado sobre a ribossomo bacteriano pode facilmente
subunidade ribossomal pequena, ligar-se de modo direto a um códon de
juntamente com proteínas adicionais iniciação que esteja no interior de uma
denominadas fatores de iniciação molécula de mRNA, desde que um sítio
eucarióticos ou eIFs. Apenas o tRNA de ligação ribossomal o preceda por
carregado com metionina é capaz de diversos nucleotídeos. Como resultado,
se ligar firmemente à subunidade os mRNAs bacterianos com frequência
ribossomal pequena, sem a presença são policistrônicos, ou seja, codificam
do ribossomo completo, sendo capaz várias proteínas diferentes, todas
de ligar diretamente ao sítio P. A seguir traduzidas a partir da mesma molécula
a subunidade ribossomal pequena se de mRNA. Em contraste, um mRNA
liga à extremidade 5’ de uma molécula eucariótico geralmente codifica uma
de mRNA, a qual 62 é reconhecida em única proteína (monocistrônico).
virtude de seu quepe 5’ e de seus dois
fatores de iniciação ligados, o eIF4E e o ➱Alongamento: Uma vez que a síntese
eIF4G. A subunidade ribossomal de proteína tenha sido iniciada, cada
pequena então se move para frente (5’ novo aminoácido é adicionado à
para 3’) sobre o mRNA, fazendo uma cadeia em extensão em um ciclo de
varredura e procurando pelo primeiro reações contendo quatro passos
AUG. Esse movimento é facilitado pelos iniciais: ligação do tRNA, formação da
fatores de iniciação adicionais, que ligação peptídica, translocação das
agem como helicases, impulsionados subunidades grande e pequena. Como
por ATP. A tradução então se inicia no resultado dos dois passos de
primeiro AUG encontrado pela translocação, o ribossomo completo
subunidade pequena. Nesse ponto, os move-se três nucleotídeos sobre o
fatores de iniciação dissociam-se, mRNA e é posicionado para dar início
permitindo que a subunidade ao próximo ciclo. Partindo do princípio
ribossomal grande se associe ao que alguns aminoácidos já foram
complexo e complete o ribossomo. O ligados entre si e que já existe uma
tRNA iniciador encontra-se, neste molécula de tRNA no sítio P no
ribossomo ligada covalentemente à processo. Os ciclos de associação dos
extremidade da cadeia polipeptídica fatores de extensão, hidrólise de GTP e
em crescimento, no passo 1 do dissociação asseguram que as
alongamento, um tRNA carregando o mudanças conformacionais ocorram
próximo aminoácido da cadeia liga-se em um sentido “para a frente” e, dessa
ao sítio A ribossomal, formando pares maneira, a tradução pode proceder
com o códon do mRNA lá posicionado. com maior eficiência.
Dessa forma, o sítio P e o sítio A contêm
tRNAs adjacentes ligados. No passo 2, a ➱ Terminação: O final da mensagem
extremidade carboxila da cadeia codificadora de uma proteína é
polipeptídica é liberada do tRNA no sinalizado pela presença de um de três
sítio P pelo rompimento da ligação códons de terminação: UAA, UAG ou
altamente energética entre o tRNA e UGA. Eles são reconhecidos por um
seu aminoácido. A carboxila é, então, tRNA e não determinam um
ligada ao grupo amino livre do aminoácido. Em vez disso, sinalizam
aminoácido ligado ao tRNA no sítio A, para o ribossomo o final da tradução.
formando uma nova ligação peptídica. As proteínas conhecidas como fatores
Essa reação central da síntese de de terminação ligam-se a qualquer
proteínas é catalisada por uma ribossomo que possua um códon de
peptidiltransferase contida na terminação posicionado no sítio A, e
subunidade ribossomal grande. No esta ligação força a
passo 3, a subunidade grande se move peptidil-transferase no ribossomo a
em relação ao mRNA que está preso à catalisar a adição de uma molécula de
subunidade pequena, o que interfere água em vez de um aminoácido no
nas hastes aceptoras dos dois tRNAs peptidil-tRNA. Essa reação libera a
que se encontram nos sítios E e P da extremidade carboxila da cadeia
subunidade grande. No passo 4, outra polipeptídica em crescimento de sua
série de modificações conformacionais conexão a uma molécula de tRNA.
move a subunidade pequena e o mRNA Tendo em vista que apenas essa
a ela conectado exatamente três conexão normalmente mantém unido o
nucleotídeos, reposicionando o polipeptídio em crescimento ao
ribossomo de tal forma que ele está ribossomo, a cadeia de proteína
pronto para receber o próximo finalizada é imediatamente liberada no
aminoacil-tRNA. O passo 1 é então citoplasma. O ribossomo, então, libera
repetido com a chegada de um novo o mRNA e separa-se nas duas
aminoacil-tRNA, e 63 assim por diante. subunidades grande e pequena, as
Dois fatores de extensão entram e quais podem associar-se sobre essa
saem do ribossomo a cada ciclo, cada mesma ou outra molécula de mRNA
um hidrolisando GTP em GDP e levando para iniciar um novo ciclo de síntese de
a modificação de conformações no proteínas.
processo. Esses fatores são
denominados EF-Tu e EF-G em
bactérias, e EF1 e EF2 em eucariotos.
Sob determinadas condições in vitro,
os ribossomos podem ser induzidos a
realizar a síntese proteica sem a ajuda ➤ POLIRRIBOSSOMOS: A síntese da
desses fatores de extensão e da maioria das moléculas de proteína leva
hidrólise de GTP, mas essa síntese é entre 20 segundos e alguns minutos.
muito lenta, ineficiente e inexata. O Porém, mesmo durante esse período
acoplamento de alterações mediadas bastante curto, é comum ocorrerem
pela hidrólise de GTP nos fatores de iniciações múltiplas sobre cada
extensão às transições entre os molécula de mRNA que está sendo
diferentes estados do ribossomo traduzida. Assim que o ribossomo
aumenta bastante a velocidade do precedente tenha traduzido o
suficiente da sequência nucleotídica sinais intracelulares e extracelulares,
para mover-se, a extremidade 5’ da sendo os danos no DNA um fator
molécula de mRNA é capturada por um crucial. Esses danos, resultantes de
novo ribossomo. As moléculas de mRNA reações químicas espontâneas, erros
que estão sendo traduzidas são, na replicação do DNA ou exposição a
consequentemente, de modo geral fatores ambientais, desencadeiam uma
encontradas sob a forma de via de sinalização envolvendo
polirribossomos, também conhecidos proteínas-cinase como ATM, ATR, Chk1 e
como polissomos. Estas estruturas Chk2.
consistem em grandes arranjos A ativação dessas proteínas-cinase
citoplasmáticos 64 compostos de leva à fosforilação de proteínas-alvo,
vários ribossomos separados por cerca incluindo p53, uma proteína reguladora
de 80 nucleotídeos sobre uma única central. P53 estimula a transcrição de
molécula de mRNA. Essas iniciações p21, uma proteína CKI, que inibe as
múltiplas permitem que a célula atividades de complexos G1/S-Cdk e
produza muito mais moléculas de S-Cdk, impedindo a entrada no ciclo
proteína em um espaço de tempo celular. Além disso, a resposta ao dano
determinado do que seria possível se do DNA envolve a inibição da atividade
cada ribossomo tivesse que completar da fosfatase proteica Cdc25, crucial
o processo antes que o próximo para a ativação da M-Cdk no início da
ribossomo o iniciasse. Tanto as mitose.
bactérias quanto os eucariotos Problemas durante a replicação do
utilizam polissomos, e ambos DNA, como a depleção de nucleotídeos,
empregam estratégias adicionais para levam à interrupção do ciclo celular,
acelerar ainda mais a taxa de síntese sendo esses eventos monitorados pelos
proteica. Tendo em vista que o mRNA mecanismos de reparo do DNA. O
bacteriano não necessita de acúmulo de danos no DNA ao longo do
processamento e que ele está acessível tempo, se não reparado
aos ribossomos ao mesmo tempo em adequadamente, pode resultar em
que está sendo produzido, os mutações genéticas, aumentando o
ribossomos podem ligar se à risco de câncer. A ataxia telangiectasia,
extremidade livre de uma molécula de uma doença genética, ilustra a
mRNA bacteriano e iniciar sua importância da resposta ao dano do
tradução, mesmo antes que a DNA na prevenção do câncer.
transcrição deste RNA esteja finalizada, Em casos graves de lesões no DNA, a
seguindo bastante próximos da resposta varia entre organismos
RNA-polimerase, à medida que ela se unicelulares e multicelulares. Enquanto
move sobre o DNA. Em eucariotos as os unicelulares podem interromper o
extremidades 5’ e 3’ do mRNA ciclo celular para tentar reparar os
interagem. Portanto, assim que um danos, às células multicelulares
ribossomo se dissocia, suas duas priorizam a saúde do organismo e
subunidades estão em uma posição podem induzir a apoptose em células
ótima para reiniciar a tradução sobre a com danos graves. A p53 desempenha
mesma molécula de mRNA. um papel crucial nesse processo,
sendo ativada para induzir a morte
celular programada.
Além disso, células humanas têm um
Regulação do ciclo celular e sua número limitado de divisões antes de
relação com a p53: entrar em senescência celular
Os danos no DNA desencadeiam uma replicativa, associada à diminuição
resposta complexa no ciclo celular, progressiva dos telômeros. A
influenciando diretamente a taxa de telomerase, enzima responsável pela
proliferação celular. A progressão do síntese dos telômeros, é ausente em
ciclo celular é controlada por diversos muitas células humanas, contribuindo
para a senescência. Em células Mutações nos genes que expressam
cancerosas, a capacidade de produzir
as proteínas reguladoras:
telomerase permite a manutenção da
função dos telômeros, evitando a As mutações nos genes que expressam
senescência. as proteínas reguladoras podem
Anormalidades na sinalização ocorrer de várias maneiras e em
mitogênica, muitas vezes causadas por diferentes níveis do processo genético.
mutações em genes como Ras e Myc, Vamos explorar esse processo
podem levar à interrupção do ciclo detalhadamente:
celular ou apoptose em células
normais. No entanto, em células 1. Origem das Mutações:
cancerosas, esses mecanismos de - Erro de Replicação do DNA:
proteção podem ser inativados por Durante a replicação do DNA, as
mutações em genes essenciais, enzimas responsáveis pela
permitindo a sobrevivência e duplicação podem cometer
proliferação de células mutantes com erros, como a inserção de bases
sinais de proliferação hiperativa. O incorretas.
sistema protetivo é frequentemente - Radiação e Agentes
inativado em células cancerosas por Mutagênicos: Exposição à
mutações em genes que codificam radiação ionizante, produtos
componentes essenciais dos químicos mutagênicos e
mecanismos de bloqueio, como Arf, p53 agentes ambientais podem
e proteínas associadas. causar danos diretos no DNA,
levando a mutações.
- Mecanismos Celulares Internos:
Processos normais dentro da
célula, como reações
metabólicas, podem gerar
radicais livres e substâncias
químicas capazes de danificar o
DNA.
2. Tipos de Mutações:
- Substituição de Bases: Uma
base nitrogenada é substituída
por outra. Pode ser:
- Silenciosa Não afeta a
sequência de aminoácidos.
- Missense:Altera um aminoácido
na proteína resultante.
Quando o DNA é lesionado, várias proteínas-cinase são - Nonsense:Cria um códon de
recrutadas ao local do dano e dão início a uma via de parada prematuro, levando a
sinalização que provoca a interrupção do ciclo celular. A
primeira cinase no local do dano é a ATM ou a ATR,
uma proteína truncada.
dependendo do tipo de dano. Outras proteínas-cinase, - Inserção ou Deleção de Bases
denominadas Chk1 e Chk2, são, em seguida, recrutadas
e ativadas, resultando na fosforilação da proteína
(Indels): Adição ou remoção de
reguladora de transcrição p53. A Mdm2 normalmente se uma ou mais bases no DNA,
liga à p53 e promove sua ubiquitinação e degradação afetando a leitura do códon.
nos proteassomos. A fosforilação da p53 bloqueia sua
ligação à Mdm2; o resultado é o acúmulo de altos níveis
de p53, estimulando a transcrição de vários genes, 3. Mecanismos de Reparo do DNA:
incluindo o gene que codifica a proteína CKI p21. A p21
se liga e inativa os complexos de G1 Cdk e S-Cdk,
- Sistemas de Reparo por
parando a célula em G1 /S-. Em alguns casos, os danos Correspondência: Corrigem
no DNA também induzem a fosforilação da Mdm2 ou um
decréscimo na produção da Mdm2, o que ocasiona um
erros de replicação,
aumento ainda maior da p53 substituindo a base errada.
- Excisão de Nucleotídeos: Remove que normalmente impediriam o
segmentos danificados de DNA crescimento descontrolado.
e os substitui por novos.
7. Câncer e Genes Oncogênicos:
4. Consequências das Mutações - Oncogenes: Algumas mutações
nos Genes Reguladores: podem converter
- Proteínas Reguladoras: proto-oncogenes em oncogenes,
Mutações podem afetar a promovendo o crescimento
estrutura ou função das celular descontrolado.
proteínas reguladoras, - Inativação de Supressores
comprometendo sua Tumorais: Mutações em genes
capacidade de controlar a supressores tumorais, como p53
expressão gênica; e BRCA1, podem ocorrer,
Mutação no TSG, que inibe a removendo os freios normais
PRB; sobre a divisão celular.
Deleção da p16;
Alterações no eixo da pRB;
Superexpressão da Aurora Predisposição genética ao erro na
quinase, pode levar a neuploida divisão celular:
que pode demarcar uma
proliferação especifica. A predisposição genética ao erro na
divisão celular pode ser influenciada
por diversos fatores genéticos que
- Vias de Sinalização: Mutações afetam os processos envolvidos na
em genes que participam de replicação e divisão celular. Aqui estão
vias de sinalização celular alguns aspectos relacionados a essa
podem levar a uma ativação ou predisposição genética:
inibição inadequada,
influenciando o ciclo celular e
● Integridade do DNA:
outros processos celulares.
Susceptibilidade a Mutagênicos
Ambientais:
Metabolismo de Xenobióticos:
Variações genéticas no metabolismo ↳ Todas as células que
de substâncias químicas ambientais compõem o embrião são
podem influenciar a resposta a potencialmente capazes de se
mutagênicos, aumentando a desenvolver em qualquer tipo
predisposição a danos no DNA. celular.
Isto quer dizer que os blastômeros
● Histórico Familiar de Câncer: ainda não estão diferenciados. A
fixação do destino funcional das
Hereditariedade: Algumas mutações células tem início na gastrulação,
que aumentam a predisposição a erros quando acontecem modificações nas
na divisão celular podem ser células embrionárias que determinam
seu futuro. Por exemplo, se tomarmos indicando a preservação da
um blastômero de Drosophila e o informação genética.
implantarmos na porção anterior de
um embrião de Drosophila em fase
mais adiantada de desenvolvimento,
este blastômero irá se dividir e se
transformará em uma célula do sistema
nervoso assim como as que já se
encontravam neste ambiente. Porém, se
esta operação for feita depois da
gastrulação, as células irão se
desenvolver com características
próprias do seu local destinado.
Logo, ainda nas fases iniciais do
desenvolvimento embrionário, antes
que a diferenciação aconteça, ocorre a
chamada determinação celular, que
decide o destino da célula.
Todas as informações necessárias para
a formação de uma célula
encontram-se “impressas” em seus
genes e que as células adquirem sua
identidade à medida que o
desenvolvimento embrionário avança. Então a possibilidade que restou seria
No princípio havia duas possibilidades: a dois, e a correta, assim o caminho
1. a perda progressiva de genes que conduz uma célula desde o estado
desnecessários ao metabolismo embrionário mais inicial até sua total
da célula diferenciada, à medida especialização consiste em uma série
que a diferenciação fosse de expressões e expressões gênicas
ocorrendo; controladas.
2. a ativação dos genes Sabe-se que a determinação celular
necessários acompanhada da pode acontecer de várias maneiras:
inativação daqueles 1. segregação citoplasmática de
desnecessários durante o moléculas determinantes no
processo de diferenciação momento da clivagem do ovo:
celular. Esta segregação ocorre de forma
Se a primeira possibilidade fosse assimétrica, separando diferentes
correta, a diferenciação celular seria componentes citoplasmáticos que
consequência da perda de informação tornarão o citoplasma das células
genética e a diferenciação celular não formadas qualitativamente diferentes.
resulta na perda de informação E isso, faz com que as características à
genética, como inicialmente sugerido. medida que as clivagens iniciais
Isso é evidenciado pelo fato de que ocorrem, os novos blastômeros
todas as células de um organismo, recebam diferentes conjuntos destes
independentemente do tipo, possuem componentes citoplasmáticos.
os mesmos genes. Experimentos de Os componentes determinantes
transplante nuclear em anfíbios na citoplasmáticos são moléculas capazes
década de 50 mostraram que ao inserir de influenciar diretamente a atividade
o núcleo de uma célula do epitélio dos genes, definindo deste modo, quais
intestinal de um girino em um ovócito as proteínas que serão produzidas na
anucleado de rã, o ovócito célula. Como cada blastômero recebe
transplantado começou a se dividir e um conjunto diferente destes
se desenvolveu em um girino normal, determinantes citoplasmáticos, em
cada uma destas células um conjunto
diferente de proteínas será produzido.
Assim, s. Uma vez que são as proteínas
que controlam todo o metabolismo
celular, podemos concluir que, a
linhagem celular que derivou daquele
blastômero e que recebeu fatores que
controlam os genes de proteínas
relacionadas.
Pluripotentes:
São células capazes de originar Bioética em relação às células
qualquer tipo de tecido sem, no tronco:
entanto, originar um organismo
LEI 11,105/2005:
completo, visto que não podem gerar a
Com a aprovação da Lei de
placenta e outros tecidos de apoio ao
Biossegurança, a realização de
feto. Formam a massa celular interna
pesquisas com células-tronco
do blastocisto depois dos quatro dias
embrionárias passa a ser permitida no
de vida e participam da formação de
Brasil, todavia, a lei estabelece algumas
todos os tecidos do organismo.
restrições para pesquisas com
● utilizadas na criação de animais
células-tronco embrionárias, como:
transgênicos;
● variedade de aplicações clínicas
… os embriões precisam estar
e comerciais;
congelados há pelo menos três anos;
● Presentes em indivíduos adultos;
são oriundas da medula óssea, e só podem ser usadas por meio de
podem gerar células do sangue, consentimento dos genitores; não será
ossos, cartilagem, músculo, pele permitido o comércio de embriões, nem
e tecido conjuntivo. sua produção e manipulação genética,
● Pluripotente induzida e ainda, são proibidas as clonagens
terapêuticas, para aplicação em
pesquisas e a reprodutiva. As terapias
com o uso de células-tronco ainda
estão em fase de pesquisa, podendo
ser aplicadas somente de forma
experimental por pesquisadores cujo
projeto de pesquisa tenha sido
aprovado previamente nos Comitês de
Ética em Pesquisa (CEPs)
● Existem duas linhas de
pensamento:
1. Pesquisadores;
2. Conservadores.