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A mediação fundada no princípio da dignidade da pessoa humana constitui-se

como uma ferramenta capaz de traduzir o conteúdo da norma em concretude


de comportamento humano superando a visão dogmática tradicional da justiça.

A prática da mediação traz o resgate da cidadania a partir do momento em que


o indivíduo toma para si, através de sua vontade, a condução de seu destino
de forma livre, através de um processo mais rápido e menos oneroso, porque
possibilita às partes envolvidas participarem da busca de solução tornando-os
corresponsáveis pela mesma.

A mediação tem aplicabilidade em vários contextos relacionais: família, escola,


instituições, empresas, comunidade tendo em vista o reconhecimento da
autonomia da vontade dos interessados e da sua capacidade de resolução de
seus próprios conflitos. No âmbito familiar ela foi concebida inicialmente para
prevenir os danos causados por divórcios litigiosos, mas atualmente ela pode
ser aplicada em todas as situações de conflito familiar, inclusive nos casos de
violência contra a mulher.

Visando que a violência contra a mulher ocorre principalmente no espaço


doméstico, geralmente é cometida por parceiros, ou outras pessoas com quem
as vítimas mantêm relações afetivas ou íntimas, incluindo filhos, sogros, primos
e outros parentes. Está profundamente arraigada nos hábitos, costumes e
comportamentos socioculturais, de tal forma que, as próprias mulheres
encontram dificuldade de romper com situações de violência, e entre outras
coisas, por acreditarem que seus companheiros têm direito de puni-las, se
acham que elas fizeram algo errado ou infringiram as normas que eles
determinaram.

A violência afeta mulheres de todas as idades, raças e classes sociais e tem


graves repercussões sociais. Agravos à saúde física e mental, dificuldades no
emprego, na aprendizagem, riscos de prostituição, uso de drogas e outros
comportamentos de risco. Segundo diversos estudos, com populações de
várias partes do mundo, e em diferentes culturas, um grande número de
mulheres relata que já foi agredida física, psicológica ou sexualmente, pelo
menos uma vez na vida. A violência física, no mínimo é acompanhada da
violência psicológica. Essa diferenciação faz sentido apenas na discussão da
abordagem, para que se possa compreender melhor a necessidade que a
vítima apresenta ao buscar ajuda. Em qualquer situação, porém, o olhar sobre
o problema deve ser o mais amplo possível, para que a mulher, criança ou
adolescente agredida, seja vista e acompanhada na sua integralidade.
Deixando claro que a mediação na visão jurídica hoje tornou-se a maneira
melhor para solucionar conflitos em qualquer relacionamento, assim
garantindo os direitos fundamentais como a dignidade humana.

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