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OSTENSIVO I REV.1
OSTENSIVO NAV-03
MARINHA DO BRASIL
MÓDULO DE NAVEGAÇÃO
– NAV –
2a edição
Rio de Janeiro
2023
OSTENSIVO II REV.1
OSTENSIVO NAV-03
exemplares
Rio de Janeiro, RJ
20090-070
http://www.dpc.mar.mil.br
secom@dpc.mar.mil.br
SUMÁRIO ............................................................................................ IV
OSTENSIVO IV REV.1
OSTENSIVO NAV-03
OSTENSIVO V REV.1
OSTENSIVO NAV-03
OSTENSIVO VI REV.1
OSTENSIVO NAV-03
ANEXOS:
APRESENTAÇÃO
Você aprenderá “o que se faz e como se faz”. Mas, mesmo se tratando de uma obra
prática, procuraremos, sempre que possível, explicar os “porquês”; dando-lhe a conhecer a
base teórica que lhe permita, raciocinar e resolver os problemas que serão apresentados,
ampliando assim o seu horizonte de conhecimentos profissionais.
A navegação é uma ciência e uma arte; o seu conhecimento vai possibilitar a escolhada
derrota mais segura, isto é, do caminho a ser navegado durante a travessia entre o ponto de
partida e o ponto de chegada.
Você conhecerá a navegação costeira, que é aquela que se faz com terra à vista, e a
navegação estimada, que se baseia na velocidade, tempo e distância navegada e nos efeitos
de ventos e correntes.
Contudo, tenha sempre presente que navegar bem não significa simplesmente navegar
com segurança, tampouco significa seguir pelo caminho mais curto; É o conjunto dessas
condições e a justa avaliação de certos elementos que constituem uma boa navegação.
Esperamos que, ao final do curso, você esteja capacitado a conduzir sua embarcação, com
segurança, ao longo da costa brasileira.
METODOLOGIA
✓ Realizar a auto-avaliação.
✓ Realizar as tarefas.
OSTENSIVO IX REV.1
OSTENSIVO NAV-03
2. Conteúdos da unidade
Leia com atenção o conteúdo, procurando entender e fixar os conceitos por meio dos
exercícios propostos. Se você não entender, refaça a leitura e os exercícios. É muito
importanteque você entenda e domine os conceitos.
4. Auto-avaliação
São testes que o ajudarão a se auto-avaliar, evidenciando o seu progresso. Realize-
os à medida que apareçam e, se houver qualquer dúvida, volte ao conteúdo e
reestude-o.
5. Tarefa
Dá a oportunidade para você colocar em prática o que já foi ensinado, testando
seu desempenho de aprendizagem.
Apresentar uma revisão dos princípios básicos da navegação; a Terra e seus planos,
tipos de navegação, como se orientar e trabalhar com ângulos e coordenadas geográficas;
dando ao aluno o embasamento necessário à resolução dos problemas de navegação.
OSTENSIVO X REV.1
OSTENSIVO NAV-03
OSTENSIVO XI REV.1
OSTENSIVO NAV-03
V – Avaliação do módulo
VI – Símbolos utilizados
Este lhe diz que há uma visão geral da unidade e do que ela trata.
Este lhe diz que há, no texto, uma pergunta para você pensar e
responder arespeito do assunto.
Este lhe diz que há uma tarefa a ser feita por escrito.
Este lhe diz que esta é a chave das respostas para os testes de auto-
avaliação.
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS DA NAVEGAÇÃO
A arte de navegar;
Tipos de navegação;
A terra e seus planos;
Como se orientar na esfera terrestre;
Operações com ângulos;
Coordenadas geográficas; latitude e longitude
Unidades de medida em navegação – a milha e o nó.
Para que isto seja conseguido, é necessário um estudo prévio da derrota, isto é, do
caminho a ser seguido, que deverá ser o mais safo de perigos e o mais curto possível. O
caminho mais curto representa menor gasto de combustível e viagem mais rápida.
➢ Navegação Costeira
➢ Navegação Estimada
➢ Navegação Astronômica
É aquela que se vale da observação dos corpos celestes (Sol, Lua, planetas, estrelas) para
a determinação da posição da embarcação. Normalmente, só é utilizada em alto-mar e a mais
de 50 milhas da costa.
➢ Navegação Eletrônica
A Terra tem uma forma própria, conhecida como geóide, sendo achatada no
sentido vertical e, conseqüentemente, dilatada no sentido horizontal. A figura geométrica que
mais se aproxima dessa forma é o elipsóide de revolução. Porém, para fins de navegação,
considera- se a terra perfeitamente esférica – esfera terrestre – sem que com isso sejam
introduzidos erros intoleráveis. (figura 1.1)
Rotação – A Terra gira em torno de si mesma de oeste para leste. Este movimento
que é denominado de rotação é o responsável pela sucessão dos dias e das noites.
Na esfera terrestre é chamado de eixo a linha em torno da qual a terra executa o seu
movimento de rotação; os extremos de eixo aparente de rotação da Terra são os pólos (pólo
norte e pólo sul), motivo pelo qual o eixo aparente é também chamado de eixo polar.
Se cortarmos a esfera terrestre por um plano horizontal que contenha o seu centro, ou
por planos verticais que contenham o eixo polar, as linhas resultantes dessas intersecções
serão os chamados círculos máximos: o horizontal é chamado de equador e os verticais
meridianos.
Todo plano que contenha o centro da esfera terrestre determina círculos máximos e
quaisquer outros planos que não contenham o centro da esfera determinam círculos
menores.
Lembre-se:
A menor linha que une dois pontos na superfície da esfera terrestre é sempre
parte deum círculo máximo, ou seja, uma curva, e não uma reta, como veremos mais
adiante.
Tarefa 1.1
Com base no que você estudou, descreva com suas palavras, ou responda ao que se
pede:
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
1.1.3) Como são chamados os círculos máximo que passam pelos pólos?
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Preste atenção, porque este assunto é muito importante para todo bom navegante.
O lado no qual o Sol nasce foi denominado de LESTE, que tem como abreviatura a letra
Conhecidos esses dois pontos (onde o Sol nasce e onde ele se põe), foram criados
maisdois outros: o NORTE, com abreviatura a N, e o SUL com abreviatura S.
Pois bem, esses quatro pontos são denominados de pontos cardeais. Observe a
figura 1.9 e veja como é simples determinar os pontos cardeais.
S E
Figura 1.9 – Orientação pelo Sol.
Você deve ter percebido que os pontos cardeais nos dão apenas 4 direções (Norte,
Sul, Leste e Oeste). Entretanto, entre estas, existem outras direções. Em vista disso, foram
criadas,entre os pontos cardeais, direções que foram denominadas de pontos laterais.
Note que, na formação dos pontos colaterais, sempre o nome do ponto cardeal vem na frente
do lateral.
Para concluir, podemos dizer que o conjunto formado pelos pontos cardeais, laterais
e colaterais formará a rosa dos ventos, também conhecida como rosa dos rumos, ou ainda
rosa circular.
É a rosa dos ventos que fornece ao navegante as direções de que ele necessita para
executar a navegação. (Figura 1.10)
Você deve ter percebido que entre os pontos cardeais, laterais e colaterais existem
muitas outras direções intermediárias. Para permitir a navegação em qualquer direção,
inclusive essas intermediárias, é que a rosa dos ventos, utilizada atualmente, apresenta-se
graduada de 0º a 360º graus, ou seja, é dividida em ângulos, de grau em grau, conforme
mostra a figura 1.11.
Pois bem, com essa rosa dos ventos qualquer direção tem sua identificação por meio de
uma medida angular. Por exemplo: leste é 090º, sul é 180º, e assim por diante.
X = ângulo
AO e OB = segmentos de reta
Vamos dar alguns exemplos, para você entender melhor esses conceitos.
Exercício resolvido 1 1
Se adotarmos como referência os pontos cardeais, qual será a medida do ângulo formado
entreo norte e o leste?
Solução:
Observe a figura 1.13 e verifique que o ângulo formado entre os pontos cardeais norte
(N) eleste (E) é de 90º (ângulo reto).
Muito bem, podemos concluir com o exercício 1.1 que cada quadrante formará um
ângulode 90º, certo? Raciocinando dessa forma, podemos afirmar que a soma dos ângulos
formados pelos quadrantes é 360º. Veja a figura 1.14.
Mas nós sabemos que a medida angular pode ser fracionada e, portanto, o grau
tem como submedida o minuto, que é abreviado com uma vírgula acima e à direita do
número: 30’
= trinta minutos. Um grau corresponde a sessenta minutos.
Por sua vez, o minuto tem como submedida o segundo, que é abreviado com duas
vírgulas acima e a direita do número: 30”= trinta segundos. Um minuto corresponde a
sessenta segundos.
E x er c íci o r e s o l v i d o .2
Lembre- se:
E x er c íci o r e s o l v i d o .3
1º, 5 é o mesmo que 1º + 0,5 º = 1º + (0,5º x 60) = 1º 30’. (Um grau e trinta minutos)
E x er c íci o r e s o l v i d o .4
Converta dois minutos e vinte cinco décimos de minuto (2’. 25) em minutos e segundos.
2’. 25 é o mesmo que 2’ + 0,25’ = 2’ + (0,25’ x 60) = 2’ 15’’. (dois minutos e quinze
segundos)
Qual é o resultado da soma de dois ângulos que medem 30º 45’ 20” e 45º 14’ 40”?
Solução:
É uma simples operação aritmética:
30º 45’ 20”
+ 45º 14’ 40”
75º 59’ 60” como 60” = 1’
_ 1’ _
75º 60’ como 60’ = 1º
1º _
76º
E x er c íci o r e s o l v i d o .6
Qual é o resultado da subtração do ângulo de 120º menos o ângulo de 35º 24’ 43”?
Solução:
Para facilitar a operação aritmética, vamos pegar o ângulo de 120º e transformá-lo em graus
minutos e segundos.
120º → 119º 59’ 60”
- 35º 24’ 43’’
E x er c íci o r e s o l v i d o .7
Solução:
Isto significa que 450º corresponde a uma volta completa mais 90º. Observe a
figura1.15, na qual usaremos, mais uma vez, a rosa dos ventos para exemplificar.
Latitude (cujo símbolo é a letra grega φ (FI)) é a distância em graus (ou o arco
de meridiano) compreendida entre o equador e o paralelo da posição que se
quer definir. A latitude é contada de 00º (equador) até 90º para o norte (pólo
norte) ou para o sul (pólo sul). Observe com atenção a figura 1.16.
Muito bem, agora podemos concluir que, com as coordenadas geográficas, isto é,
coma latitude e a longitude, conseguiremos determinar a posição de qualquer ponto na
superfície da Terra e, sem dúvida, isto é de fundamental importância para o navegador.
Mas, para você entender melhor esses conceitos, faça a alguns exercícios.
Resposta:
Ponto A = Lat: 40º N Long: 20º WPonto B = Figura 1.18 – Coordenadas dos pontos A e B.
Lat: 25º S Long: 10º E.
1. 6. 1 Unidade de Distância
É a milha náutica. Como é fácil compreender, a menor distância entre dois pontos quaisquer
na superfície terrestre pode ser medida sobre o grande círculo que passa por esses pontos. É
lógico, portanto, que a unidade de arco, o minuto, seja a unidade padrão para a medida de
distância. Tal unidade de arco, entretanto, deve ser retificada. Para tanto, sabendo que a
circunferência da Terra vale 40.000 km e que uma circunferência tem 360º, deduzimos que
um grau valerá
40.000 = 111 Km .
360
Como um grau tem 60 minutos, um minuto de arco valerá 111 = 1852 metros.
60
Esse valor foi adotado pelo Bureau Hidrográfico Internacional em 1929 como o
valorpadrão para a milha náutica.
A milha náutica é considerada para inúmeros fins de navegação como tendo 2.000
jardas.
Antes de passarmos para a unidade de tempo que tal mais uma tarefa?
Tarefa 1.2
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________
1.2.4) Qual é o resultado da operação 310º 35’ 50’’ – 160º 50’ 45’’?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
D D = Distância
T= V
V = Velocidade
T = Tempo
Resposta:
12,0
Usando a fórmula acima temos; T = = 1,5 h
8,0
Mas temos que converter os décimos de hora em minutos, assim 1,5 h = 01 h 30 min.
Logo, o tempo de viagem de A até B = 01h30min.
Faz-se assim: cobre-se com a mão a unidade que se deseja calcular; com as duas
unidades que restarem efetua-se a operação. Se elas estiverem na mesma linha multiplica-se
uma pela outra. Se estiverem uma em cima e a outra embaixo, divide-se.
Resumindo:
D D
T= D =V . T V=
V T
Considerações Finais
1.1) Qual é a origem da contagem das latitudes e quais são os valores dos
seus limites emgraus?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
(a) 0º à 360º
(b) 0º à 270º
(c) 0º à 180º
(d) 0º à 90º
1.1.1) Navegação costeira é aquela que é realizada com terra à vista, na distância de
3 a 50 milhas da costa, valendo-se a navegante de acidentes naturais ou
artificiais, em terra, para determinar a posição da embarcação.
1.1.2) Navegação em águas restritas é aquela realizada a menos de 3 milhas da costa
nas proximidades de portos, baías, canais, rios e lagos.
1.1.3) Meridianos.
Tarefa 1.2
1.2) 090º S
1.3) Serve como referência para a contagem das longitudes. É conhecido como
primeiromeridiano.
1.4) Distância percorrida e o tempo de viagem entre 2 pontos.
CAPÍTULO 2
AGULHAS NÁUTICAS
O magnetismo terrestre;
A agulha magnética;
A declinação magnética e o desvio da agulha;
A compensação da agulha magnética;
A agulha giroscópica;
A agulha fluxgate
(Sêneca)
Para navegar, ventos favoráveis não são suficientes, logo a embarcação para chegar ao
porto de destino, precisa de uma boa condução, rumos bem traçados e todas as máquinas e
equipamentos de bordo em pleno funcionamento. Nessa perspectiva, a agulha náutica é a
bússola que aponta a direção correta do caminho a seguir.
2.1 C L A S S I F I C A Ç ÃO DAS A G U L H A S N Á U T I C A S
2.1.1 T i p o s d e A g u l h a
Antigamente, era comum os navios terem duas agulhas magnéticas: uma instalada no
tijupá, exposta ao tempo e o mais livre possível das influências dos ferros de bordo,
denominada agulha padrão. Pelo padrão é que se tomavam as marcações e se determinavam
os rumos (como continua sendo até hoje). Uma outra agulha, colocada no passadiço, logo por
ante a vante da roda do leme, chamada de agulha de governo, servia para o governo do
navio. Posteriormente, suprimiu-se a agulha de governo, sendo instalado na maioria dos
navios um sistema de leitura da agulha padrão do local de governo no passadiço, por meio de
um periscópio.
São as agulhas que indicam os rumos, e com elas são tomadas as marcações e
azimutes. (Figuras. 2.1 e 2.2).
Não mais se usam, hoje em dia, agulhas com graduações quadrantais, mas certas
tábuas de navegação ainda às utilizam. Por isso, torna-se necessário o seu conhecimento.
Quando a agulha obtém sua força diretiva do campo magnético terrestre, tem-se a
“agulha magnética”. A “agulha giroscópica” obtém sua força diretiva do movimento de
rotação da Terra.
2.2 NO ÇÕ E S DE M A G N E T I S M O
Desde a mais remota Antiguidade, observou-se que certos corpos têm a propriedade
de atraírem e serem atraídos ou repelidos por outros corpos que se encontrem nas suas
vizinhanças. Essa propriedade ficou conhecida como magnetismo. Os minerais que possuem
essa propriedade são denominados de ímãs ou magnetos.
Observado isto, devemos ressaltar que, no caso de ímãs com formas regulares e
simétricos, serão gerados campos magnéticos homogêneos, isto é, formados por linhas
de força magnética regulares (conforme a figura 2.5). Conseqüentemente, ímãs de forma
irregular terão campos magnéticos formados por linhas de força também irregulares. Veja a
figura 2.6.
Chama-se região polar norte do ímã àquela que fica voltada para o pólo
norte da terra a região polar sul àquela que fica voltada para o pólo sul.
Desta forma, podemos concluir que qualquer barra imantada livremente suspensa se
orientará pelo campo magnético da Terra. Ou seja: o pólo norte magnético (-) atrairá o pólo
positivo da barra, assim como o pólo sul magnético (+) atrairá o pólo negativo da barra. Essa é
Muito bem, agora que você já sabe o que é magnetismo e que o planeta Terra se
comporta como um grande ímã vai ficar mais fácil entender o funcionamento básico de uma
agulha magnética.
A agulha magnética nada mais é que uma haste, ou várias hastes de ferro imantadas
e dispostas por baixo de um círculo graduado de 0º a 360º, denominado rosa-dos-
ventos,suspensa por um estilete de forma a poder girar livremente e, portanto, dar indicações
de direções em relação a uma referência na superfície da terra, referência essa que como
vimos é
o norte magnético.
➢ sensibilidade
➢ estabilidade
Essas duas propriedades são incompatíveis, ou seja, se uma aumenta, a outra diminui.
Pela estabilidade o rumo que a agulha indicar deve ser mantido a despeito de outros
movimentos do navio: caturro, arfadas e balanços. A agulha que atende a essa característica é
aagulha líquida.
Não convém que a agulha de bordo seja muito sensível, por isso a agulha magnética
líquida é a mais usada a bordo e será aqui descrita.
As agulhas líquidas devem ter a cuba sempre bem cheia, sem bolhas.
Entretanto, sabemos que a Terra comporta-se como um grande ímã de forma irregular,
este fato faz com que os meridianos magnéticos se apresentem também irregulares. Veja a
figura 2.10.
Lembre-se:
Tarefa 2.1
Veja, também, que a declinação magnética (dm) poderá ser leste (E), ou seja, o
meridiano magnético passará a direita do meridiano verdadeiro. Neste caso, quando
somarmos a declinação magnética à direção fornecida pela agulha, obteremos a direção
verdadeira. Veja a figura 2.12.
___________________________________________________________________________
1. Todo navio com AB (arqueação bruta) igual ou maior que 150 deve estar equipado com uma
agulha magnética padrão e uma agulha magnética de governo, a menos que seja claramente legível
pelo timoneiro a informação do rumo pela agulha padrão.
Mas a declinação magnética (dm) também poderá ser oeste (W), quando o meridiano
magnético passar à esquerda do meridiano verdadeiro. Neste caso ao subtrairmos a
declinação magnética da direção fornecida pela agulha magnética, obteremos a direção
verdadeira. Veja afigura 2.13.
Importante:
Estando uma embarcação na área em cuja carta consta a figura 2.14, calcule a declinação
magnética do local para o ano de 2007.
Solução:
A declinação magnética registrada na carta acima é de 4º 15’ W para 1990, com decréscimo
anual de 8’ (E). Logo, como estamos navegando nesta área em 2007, precisamos atualizar a dm.
Para tanto, basta um simples cálculo:
Como, para cada ano que passa diminui, 8’ ; logo 17 x 8’ = 136’, que é o mesmo que 2º e
16’, então:
Observe que a declinação magnética (dm) para 2007, naquela área, sendo 2º para Oeste
(W), isto significa que o meridiano magnético passa à esquerda do meridiano verdadeiro. Veja
a figura 2.15
Você pode verificar também que, para obter direções verdadeiras, bastará subtrair
A agulha magnética, como você viu, deve apontar para o norte magnético da Terra.
Entretanto, se a levarmos para bordo ela seguramente não apontará para aquela direção. Por
quê?
Qualquer embarcação possui a bordo (ou para lá levamos) objetos de ferro ou aço. Tais
materiais e os equipamentos elétricos de bordo possuem magnetismo, tendo cada um
delesseu campo magnético próprio.
Essa composição do campo magnético terrestre do local com o campo magnético dos
ferros de bordo impedirá que a agulha magnética aponte para o norte magnético, como
vimos anteriormente.
A agulha magnética estará apontando, então, para uma direção que tem como
referência um norte imaginário, que denominamos de norte da agulha (na), e varia
deembarcação para embarcação. Ao ângulo formado entre a direção que a agulha deveria
apontar e aquela que efetivamente aponta denominamos de desvios de agulha. (da) (Figura
2.16)
Assim como a declinação magnética, o desvio da agulha (da), também poderá ser para
ser para leste (E) ou para oeste (W) em relação ao norte magnético – Nmg.
Perceba que, como o desvio da agulha (da) é uma variação que ocorre por influência
dos ferros de bordo, verifica-se que para cada proa (rumo) da embarcação haverá um desvio
correspondente.
Co m o ob te r o des v i o da a g u l h a ?
Essa tabela ou curva de desvios residuais da agulha (desvios que não se consegue
eliminar) possibilitará ao navegante obter, a qualquer momento, o desvio da agulha
magnética em relação à proa (rumo) da embarcação.
Para usar curva de desvios, entra-se com o rumo magnético na coluna vertical da
esquerda e anda-se na horizontal até encontrar a curva, sobe-se na vertical e acha-se o desvio
da agulha, para este rumo.
Estando a embarcação “CIAGA” com o rumo na sua agulha magnética de 90º, qual é o
desvio da agulha (da) para esta proa?
Solução:
Consultando curva de desvios do ANEXO 1 (entrando com o rumo magnético) verificamos
que, para uma proa de 90º a curva indica um desvio de 3º E, o que significa que para esta proa
os ferros de bordo alteram a direção fornecida pela agulha magnética em 3º para a direita do
norte magnético. Veja a figura 2.17
Neste caso, fica fácil entender que, para corrigirmos o desvio da agulha (da), basta
somarmos 3º ao rumo da agulha para acharmos o rumo magnético. Entendeu?
Tarefa 2.2
2.2.1) Por que a agulha magnética líquida é mais usada a bordo e qual é
o tipo de líquidousado nela?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2.2.2) Por que o pólo norte magnético não coincide com pólo norte verdadeiro?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2.2.3) Como é conhecido o ângulo formado entre norte magnético e o norte da agulha?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
A variação total da agulha (VT) nada mais é do que a soma algébrica das duas
correções que têm que ser feitas à direção fornecida pela agulha magnética,
ou seja, a declinação magnética (dm) e o desvio da agulha (da), a fim de obter
a direção verdadeira, é o que interessa ao navegante.
E x er c íci o r e s o l v i d o 2 3
A embarcação “CIAGA” esta navegando com um rumo fornecido pela sua agulha magnética
de 090º, em uma região onde a declinação magnética é de 12º E. Qual é a variação total a ser
aplicada à direção fornecida pela agulha para termos a direção verdadeira?
Solução:
Basta somarmos algebricamente os 12º E, referentes à declinação magnética (dm) com
os 3º E, referentes ao desvio da agulha (da) fornecido pelo diagrama para esta proa (90º).
VT = dm ± da
VT = 12ºE + 3ºE
VT = 15º E
Você já tomou conhecimento de que a proa de uma embarcação pode ter três nortes
de referência: norte verdadeiro, norte magnético e o norte da agulha.
Analise a figura 2.18, na qual aparecem três ângulos que são contados de 000º a 360º,
partindo de cada norte, no sentido horário, até a proa e que são chamados de rumos.
ATENÇÃO:
Este assunto será abordado com mais detalhes na unidade 4 deste modulo.
Observe a figura 2.19 (solução gráfica do exercício 2.3 acima) e verifique, através do
calunga, que é este desenho do Norte Verdadeiro (Nv), Norte Magnético (Nmg) e do Norte da
Agulha (Na), como fica mais claro entender o que é variação total.
Sempre que você fizer um cálculo deste tipo, faça o calunga também, pois
facilitará oentendimento e a compreensão da soma algébrica.
Exercício resolvido 2. 4
Solução:
Fazendo a soma algébrica entre a declinação magnética e o desvio da agulha, agora com
sinais diferentes, isto é, uma é leste (E) e a outra é oeste (W). Na verdade, haverá uma subtração.
Observe o calunga da figura 2.20.
VT = dm ± da
VT = 23º W – (3º E)
VT = 20º W
Uma agulha magnética instalada a bordo de um navio, sofre a influência das seguintes
forças magnéticas:
A compensação é operação que tem por fim anular ou reduzir a valores muito
pequenos, os desvios da agulha causados pelos ferros de bordo. Após a compensação, os
desvios não eliminadospassam a ser chamados desvios residuais.2
Por norma, uma agulha magnética deve ser compensada sempre que seus desvios
excederem 3º.
___________________________________________________________________________
➢ alinhamentos; e
É o procedimento corrente mais utilizado nos navios para determinação dos desvios
da agulha.
Nas embarcações em que é possível tomar marcações pela agulha magnética (através
douso de um círculo azimutal ou alidade), basta apenas dispor de um alinhamento, que deve
ser bem visível e definido e estar representado na carta náutica.
Os desvios da agulha (da) nas várias proas são obtidos pela comparação entre a
marcação magnética do alinhamento (Mmg) e as marcações da agulha (Ma) anotadas. As
diferenças constituem os desvios.
Uma cópia da curva de desvios deve ser afixada no camarim de cartas para consulta
quando da adoção de rumos e tomada de marcações.
Tarefa 2.3
2.4 A G U L H A GIR O S C Ó P I C A
Para você entender como melhor utilizar uma agulha giroscópica, é interessante
que conheça o funcionamento básico do giroscópio; para tanto, vejamos qual é o seu
princípio de funcionamento:
Inércia Giroscópica
A inércia giroscópica faz com que o rotor tenda a conservar sua direção
noespaço, por mais variados que sejam os movimentos impostos à sua base.
Em outras palavras, a inércia giroscópica (ou rigidez no espaço) é a
propriedade que ogiroscópio livre tem em manter seu eixo apontado sempre
para um mesmo ponto no espaço, a despeito dos movimentos de sua base.
Precessão:
Um giroscópio livre não serve como agulha, mas, aproveitando as duas propriedades
acima descritas e aplicando forças convenientes nos locais apropriados, consegue-se
estabilizar o eixo de rotação no meridiano e na horizontal, transformando-o numa agulha
giroscópica.
Portanto:
Quando uma agulha giroscópica é alimentada, isto é, quando o seu rotor é posto a
girar e atinge a velocidade normal de operação (6000 RPM em média), ela começa
automaticamente ase “orientar” em busca do norte verdadeiro, qualquer que seja a direção
em que se encontre quando parada. Quanto mais próxima estiver do norte verdadeiro, mais
rápida será sua orientação.
O qu e v em a s er a “I n ér c ia gi r o sc ó p i c a ” ?
2.5 A G U L HA E L E T R Ô N I C A ( F L U X G A TE )
A agulha eletrônica, conhecida como FLUXGATE, é uma agulha magnética que, embora
use o campo magnético terrestre como referência, não utiliza a conhecida e sempre oscilante
“rosa dos ventos” e sim sensores eletrônicos que permitem uma leitura compatível com os
modernos sistemas eletrônicos de navegação.
A fluxgate pode ser usada da mesma maneira que uma agulha magnética comum,
exceto pelo fato de que ela admite mais de um indicador (repetidora) e que tais indicadores
apresentam a informação de rumo mais claramente do que a agulha magnética comum.
O sistema fluxgate permite ainda que a declinação magnética possa ser introduzida
pelo utilizador permitindo assim leituras de valores verdadeiros.
Quanto ao desvio da agulha, por estar seu sensor, normalmente longe das maiores
influências magnéticas de bordo, a maioria desse tipo de agulha tem uma contínua e
automática compensação, dispensando cálculos para correções.
– Requer pouca (quase nenhuma) – Não é tão precisa e fácil de usar como a
manutenção. agulha giroscópica.
Agulha gi roscópica
Tarefa 2.4
Responda as perguntas:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.4.2) Quais são as forças que atuam sobre uma agulha magnética instalada a bordo?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Considerações finais
(b) estilete.
(c) cuba.
2.2) O ângulo formado entre o norte verdadeiro e o norte magnético é conhecido como?
2.3)
e do
Responda às perguntas:
Tarefa 2.1
2.1.2) Porque o tijupá é o local menos afetado pelo magnetismo dos ferros de bordo.
Tarefa 2.2
2.2.1) Por ser mais estável do que a seca. O liquido é uma mistura de água e álcool.
Tarefa 2.3
Tarefa 2.4
2.4 337º.
CAPÍTULO 3
CARTAS NÁUTICAS
(Fernando Pessoa)
erios, linha da costa, sondagens, pontos notáveis em terra e demais dados úteis à navegação.
3.1 S I S T E M A S DE P R O J E Ç ÃO
Como você sabe, a superfície da Terra é curva e deve ser representada em um plano
denominado de carta ou mapa, para tanto é necessário que se utilize processos próprios para
confeccionar a carta náutica que é a carta que nos interessa. Isto é feito através dos sistemas
de projeção.
Portanto, a projeção é a técnica utilizada para representar a Terra ou, parte dela em
um plano. Existem vários sistemas de projeção, porém, a princípio, a projeção mais adequada
paraa confecção de cartas náuticas é a projeção cilíndrica centrográfica, que consiste em
projetaros pontos da superfície da Terra em um cilindro que a envolve, tangente ao equador,
tendo como ponto de vista o seu centro e, depois, desenvolver (abrir) essa superfície,
transformando-aem um plano.
3. 1 . 1 C l a s s i f i c a ç ã o d a s c a r t a s q u a n t o à s u p e r f í c i e d e p r o j e ç ã o
a) Planas
b) Por desenvolvimento
Projeção por desenvolvimento: é aquela em que a Terra é envolvida por uma superfície
auxiliar que se desenvolve num plano. Essa superfície auxiliar pode ser a superfície de um
cilindro, de um cone, e superfícies poliédricas. (Figura 3.1)
3.2 A PR O J EÇ Ã O DE M E R C A T O R
Não se poderia representar a Terra, que é uma superfície esférica, num plano,
sem que não ocorressem deformações. Assim, os diversos sistemas de projeção
procuraram conservar algumas propriedades em detrimento de outras. O tipo de
projeção que mais atende às necessidades do navegante é aquela que nãodeforma
os ângulos nem pequenas áreas e na qual os rumos são representados por linhas
retas. Essas condições indispensáveis à navegação são atendidas pela projeção
Mercator, nome latino de seu idealizador Gerhard Kramer, cartógrafo nascido em
1512 e utilizada até hoje.
Cilíndrica: pois a superfície de projeção é um cilindro, isto é, a superfície da Terra (ou parte
dela) é projetada em um cilindro.
Devido ao efeito das latitudes crescidas, quando comparada com o globo, a projeção
deMercator exibe enormes deformações de áreas nas altas latitudes.
3. Círculos máximos, exceto o equador e os meridianos, não são representados por linhas
retas (limitação notável nas cartas de Mercator de pequena escala, representando uma
grande área).
As linhas que limitam as bordas das cartas são graduadas de acordo com a escala.
Um excelente hábito que todo navegante deve ter é, antes de utilizar uma carta,
verificare estudar sua escala, observando o valor das graduações.
A escala é sempre representada nas cartas náuticas como uma fração ordinária,
da seguinte forma: o numerador a unidade (1) e o denominador o número de
vezes em que foi dividido o trecho.
Veja, a seguir, alguns exercícios resolvidos, que servirão de exemplos para você
entender melhor.
E x er c íci o r e s o l v i d o 3 1
Solução: Indica que o trecho da Terra representado pela carta náutica foi dividido 200
000 vezes, ou seja, cada unidade na carta vale 200 000 unidades na Terra (realidade).
Veja que, se a distância entre dois pontos, nesta carta, é de 5 cm, na realidade isto
significa:
E x er c íci o r e s o l v i d o 3 . 2
Com qual comprimento gráfico seria representada uma distância de 500 metros em uma
carta na escala de 1 : 1000 000?
Solução:
Exercício resolvido 3. 3
Com qual comprimento gráfico seria representada a mesma distância de 500 metros em
uma carta na escala de 1 : 25.000?
Solução:
1 mm ----------------------------------→ 25.000 mm = 25 m
mm → 500 m
500
= = 20 mm
25
Lembre-se:
Várias classificações quanto a escalas são empregadas, tais como: pequena escala,
média escala e grande escala.
De acordo com as escalas, as cartas náuticas publicadas pela DHN são, geralmente,
classificadas em:
Muito bem! Agora que você já sabe o que é escala, fica fácil entender por que as cartas
náuticas são classificadas pela escala que apresentam. Veja como utilizá-las:
➢ Cartas Gerais – são cartas que abrangem um extenso trecho e que apresentam escala
muito pequena, ou seja, o denominador da escala, que divide a unidade é um número muito
grande. A carta geral é utilizada para planejar grandes derrotas oceânicas, não sendo
adequadas para executar a navegação. Na figura 3.4, a carta geral é representada pela carta
nº. 1, que mostra toda a costa brasileira e ilhas ao largo.
➢ Cartas Particulares – são cartas de grande escala, isto é, têm como denominador um
número pequeno em relação ao das cartas gerais. São utilizadas para a aproximação dos
portos e em águas costeiras restritas.
portos, baias, ancoradouros, canais, trechos de rios, e são utilizadas para uma navegação que
exija muitos detalhes e precisão.
Como norma, sempre que uma determinada área for abrangida por cartas
náuticas de escalas diversas, deve-se navegar na carta de maior escala, que
apresentará sempre maior grau de detalhes na apresentação tanto do relevo
submarino como da parte emersa.
3.4 IN F O R M A Ç Õ E S C O N T I D A S NA S CA R T A S N Á U T I C A S
É importante você saber como obter as informações que são fornecidas pelas cartas
náuticas e esteja certo, elas são de fundamental importância para a execução de uma
navegação segura.
Para falarmos dos dados contidos em uma carta náutica, é necessário citarmos uma
publicação denominada carta 12 000 que, apesar de ser chamada de carta, atualmente vem
sendo editada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação em forma de um livreto.
A carta 12 000 contém todos os símbolos, abreviaturas e termos utilizados nas cartas
náuticas e segue um padrão internacional. Se você estiver embarcado, procure ver se a bordo
há uma carta 12 000. Caso haja, procure acompanhar este assunto consultando-a. Caso você
não esteja embarcado, ou se em sua embarcação não houver uma carta 12 000, solicite ao
Orientador de Aprendizagem o empréstimo dessa publicação para que você possa
familiarizar- se com ela.
➢ Título da Carta – indica o país e o trecho representado pela carta e, logo abaixo
do título, apresentam-se informações referentes ao levantamento e características daquele
➢ Notas sobre precauções: devem ser geralmente em letras vermelhas e lidas sempre
com atenção pelo navegante.
➢ Outras cartas de maior precisão existentes no trecho: os limites de tais cartas são
Outras informações nos indicam, também, os perigos existentes, tais como: pedras
submersas, perigos isolados, cascos soçobrados, bancos, altos-fundos, recifes, natureza do
fundo, cabos e dutos submarinos, áreas de exercícios, fundeadouros, etc.
Para não ficar cansativo faça uma pequena pausa, e responda à tarefa abaixo.
Tarefa 3 . 1
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3.1.2) Qual é o tipo de projeção mais usada para confeccionar uma carta náutica?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Aqui, você aprenderá a trabalhar nas cartas náuticas; mas, para tanto, é necessário
quetenha providenciado a régua de paralelas, compasso, lápis macio e borracha.
Atenção, qualquer traço na carta (rumo ou plotagem) deve ser feito somente a
lápis, esem forçar o risco, pois desta forma poderá ser apagado e a carta reutilizada várias
vezes.
Para determinar a direção de uma linha traçada na carta, a régua de paralelas deve
ser deslocada para uma das rosas dos ventos, representada na carta náutica, com o cuidado
de mantê-la sempre paralela à direção de referência, durante todo o movimento da régua.
Alcançada a rosa dos ventos com uma das faces da régua passando pelo seu centro faz-se a
leitura da direção verdadeira desejada, tendo-se o cuidado para não tomar a recíproca.
Para traçar uma linha de rumo ou marcação em uma determinada direção, parte-se da
rosa dos ventos e desloca-se a régua de paralelas para a posição desejada, com o cuidado de
mantê-la sempre paralelas à direção de referência.
Existem réguas de paralelas (tipo “Capitão Fields”) que possuem graduação nas bordas
que facilitam o seu uso, pois dispensam o deslocamento da régua até a rosa dos ventos,
utilizando como referência para leitura das direções qualquer meridiano (ou paralelos)
representado na carta, em conjunto com a graduação da régua.
Se você dispuser deste tipo de régua, treine como usá-la, pois é bem prática.
Antes de iniciar o trabalho nas cartas, é necessário treinar o uso da régua de paralelas.
Veja bem, isto é simples, porém é preciso que você treine. Acompanhe as instruções e a
seqüência da figura 3.9 (a, b, c).
➢ Segure com cada uma das mãos os pontos de apoio da régua (Figura 3.9 a)
Figura 3.9 a
➢ Fixe uma das mãos e com a outra movimente a régua de forma a abri-la (Figura
3.9 b)
Figura 3.9 b
➢ Agora, com a mão que movimentou, passe a fixar, e com mão que
anteriormente fixou,passe a movimentar no sentido de fechá-la (Figura 3.9 c)
Figura 3.9 c
➢ E assim sucessivamente.
Desta forma, você poderá caminhar com a régua de paralelas para qualquer ponto dacarta,
transportando a direção (rumo ou marcação) para o ponto desejado.
Muito bem, agora em uma mesa de superfície lisa, treine caminhar com a régua, de cimapara
baixo, de baixo para cima e nas laterais.
A régua de paralelas é de fácil manejo, porém, tenha atenção para que seu
deslocamento seja feito corretamente. Lembre-se que na leitura da rosa o
observador está no seu centro.
Podem ser do tipo mostrado na figura 3.10 (a), de ponta seca e feitos para serem
utilizados com uma só mão, ou de tipo usado em desenho técnico, com ponta de grafite,
ilustrada na figura 3.10 (b)
Qualquer linha traçada na carta implica termos duas direções. Uma a direção
verdadeira do movimento pretendido ou desenvolvido e a outra a direção oposta a este
movimento, ou seja, a recíproca deste movimento. (figura 3.11)
Uma direção e sua recíproca sempre são diferenciadas de 180º. (no exemplo são 60º e
240º)
Como já visto, se a embarcação navegou com a velocidade de 15 nós, isto significa que
elapercorreu a distância de 15 milhas em uma hora.
Concluindo:
E x er c íci o r e s o l v i d o 3 . 6
D 12
V = = = 12 nós
1
E x er c íci o r e s o l v i d o 3 . 7
E x er c íci o r e s o l v i d o 3 . 8
Para exemplificar, observe a figura 3.15 deste módulo. A embarcação que navegava de
um ponto a outro cobriria a distância total de 7’ + 7’ + 7’ + 5’ = 26’. Considerando a singradura
de 4 horas, então, a velocidade média em 4 horas, seria:
Vamos, então, trabalhar na carta. Mas, antes, observe a carta de exercícios constante
do ANEXO 2 deste módulo, que é uma reprodução, em miniatura, da carta nº 13.006. Procure
obter uma reprodução dessa carta com o seu orientador ou na DHN, pois ela servirá para você
fazer os exercícios propostos.
Notas Importantes:
Só se traçam na carta marcações e rumos verdadeiros.
Trabalha-se na carta apenas com lápis, nunca com caneta.
Se a posição na carta está plotada (ponto A) e você deseja saber suas coordenadas
faça o seguinte:
1) Com centro no ponto A, abra o compasso o suficiente para que, ao girar, ele
tangencieo paralelo mais próximo de sua posição (no caso o de 23º).
2) Sem alterar a abertura do compasso, caminhe com ele sobre o paralelo e coloque
uma das suas pontas no cruzamento do paralelo com a escala de latitude e gire-o na direção
da posição até que corte a escala de latitude.
Exercício resolvido 3. 4
Ponto na carta: se você souber a latitude e longitude de um ponto qualquer, facilmente poder
colocar esse ponto em uma carta náutica, usando uma régua e um compasso. Por exemplo:
suponha que você deseje plotar o ponto de Lat : 22º 51’S Long : 042º 44’ W.
2) Coloque a régua passando por este ponto, mantendo-a paralela ao paralelo mais
próximo (no caso o paralelo de 23º S).
5) Abra o compasso desse ponto ao meridiano mais próximo (no caso o meridiano de 43º
W).
Obs: Pode-se plotar, ainda, o ponto apenas utilizando a régua de paralelas, traçando com
ela o seu paralelo e o seu meridiano; o ponto estaria na intercessão das duas linhas.
Tarefa 3 . 2
Ponto A Lat = 23º 10’ 00” S Long = 043º 05’ 00” WPonto B Lat = 23º
13’ 00” S Long = 042º 30’ 00” W
Soltar um rumo significa traçar uma linha de rumo (direção) a partir de um determinado
ponto. Para fazer isso, proceda da seguinte maneira.
Tarefa 3.3
3.3.1) Com base na tarefa 3.2 anterior, solte um rumo de 090º a partir do ponto A.
Solução na carta.
Problema típico nº. 4
Com a ajuda da régua de paralelas, trace uma linha reta ligando os dois pontos. Em seguida,
mantendo a aresta da régua na direção da linha traçada, transporte esta direção (caminhando
com a régua) até o centro da rosa, e verifique qual é o rumo que une os dois pontos, (neste
caso, rumo = 280º). Veja a seqüência (A, B, C) na figura 3.14.
E x er c íci o r e s o l v i d o 3 . 5
Como exercício, verifique qual é o rumo a navegar do ponto B para o ponto A, que
você já plotou na sua carta de exercício (tarefa 3.2).
1) Após plotar os pontos na carta (se for o caso), uma-os por uma linha reta, com
o auxilioda régua de paralelas.
4) Após obter o valor da distância, registre-o sob a linha que une os dois pontos,
precedido da abreviatura d; neste caso, d = 26m.
Vale Lembrar!
“Sempre que estiver usando uma carta de pequena escala, ou seja, de grande
variação de latitude entre seus pontos extremos, não esqueça: na medida de
distâncias leve em consideração a variação do comprimento do minuto de
latitude devido às latitudes crescidas”.
Por isso, a medida deve ser feita em torno da latitude média entre dois pontos.
Tarefa 3.4
3.4.1) Explique como se determina a direção de uma linha traçada na carta náutica.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3.4.2) Quais são os tipos de rumos que se traçam nas cartas náuticas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3.4.3) Explique como se procede para soltar um rumo a partir de um ponto plotado na
carta.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
As cartas eletrônicas são conhecidas como carta RASTER e carta VETORIAL (conhecida
como CEN)
As cartas eletrônicas são a reprodução digital fiel das cartas tradicionais de papel,
obtidaspelo sistema “scanner” ou pelo método “vetorial”.
Pelo sistema de “scanner” se produz a carta “RASTER”, que é uma reprodução da carta
de papel, como uma operação de fotocópia, realizada de modo automático. A cópia colorida
resulta muito nítida. A apresentação no vídeo simplesmente reproduz a imagem digitalizada
retirada de seu arquivo de dados, que é único.
Pelo método “vetorial”, são produzidas as cartas tipo “CEN” (Carta Eletrônica de
Navegação). A reprodução da carta de papel é feita como uma operação do tipo “decalque”,
ou seja, com uma pena eletrônica passando por sobre toda a estrutura cartográfica de
interesse, que é memorizada como elementos diferentes, em vários arquivos separados, para
poderem ser usados de forma seletiva e com a possibilidade de ser sobreposta como se fosse
“transparente”. Este procedimento é mais demorado, mas oferece vantagens; ele contém um
programa gráfico para produzir certos símbolos, linhas, áreas coloridas e outros elementos da
carta. O programador pode alterar os elementos individuais no arquivo, selecionar a
Os arquivos da carta CEN são menores e mais versáteis que os da carta RASTER.
A IMO recomenda oficialmente o formato de carta CEN, por estar de acordo com os
seus padrões, e ser adequada para a utilização no sistema de passadiço integrado - ECDIS
(Electronic Chart Display and Information System). Todavia a carta RASTER tem seu uso
autorizado em virtude de ser mais simples a sua utilização e os pilotos terem mais experiência
nesse tipo de carta
O sistema usa a tela do radar com forma de plotador ou carta eletrônica e a derrota
da embarcação pode ser vista movendo-se em tempo real. É quase como se o navegador
tivesse uma “vista aérea” do seu barco e de seu avanço em relação à terra e a outros barcos.
Este tipo de mostrador contém uma grande quantidade de informações, porém requer
também uma considerável quantidade de interpretações.
As informações contidas nas cartas Raster são apresentadas em uma imagem tipo
BITMAP idêntica à imagem em papel. Apesar de a carta raster permitir a navegação em tempo
real e possuir alguns recursos inexistentes na carta em papel, a sua utilização não dispensa o
uso da última. (Observe a figura 3.17)
Além disso, as cartas vetoriais, por serem baseadas em banco de dados, não possuem
limites definidos e têm a capacidade de incorporar informações de diversas fontes (Roteiros,
Lista de faróis, Tábuas das Marés, Avisos aos Navegantes, Meteorologia, etc.)
IMPORTANTE:
Embora ainda esteja distante o dia em que as nossas cartas náuticas impressas em
papel passarão a ser apenas “back up” das cartas eletrônicas, é necessário que seja
dada atenção ao assunto.
Além disso, um outro aspecto que merece atenção é relativo à atualização de cartas
náuticas via comunicações por satélite. Embora não tenha adotado, ainda, as cartas
eletrônicas, a Agência Cartográfica de Defesa dos Estados Unidos (DMA) já vem utilizando, há
alguns anos as comunicações por satélite para a atualização das cartas náuticas que publica.
Qualquer navio dotado de equipamento de comunicações por satélite pode, por meio do canal
Telex Satcom, dialogar com o computador do DMA e obter todas as correções em vigor
paraas cartas náuticas de seu interesse.
3.9.1 Litoral
Constituindo o litoral uma das partes a ser reconhecida pelo navegante, são
estabelecidas as seguintes definições:
d) Costa – parte situada acima da linha da costa que o mar não atinge, mas cuja
fauna,flora e clima são puramente marítimos.
e) Praia – parte em que as vagas trabalham direta e intensamente e que fica
compreendida entre a linha da maré mínima e a linha da costa.
3. 9 . 2 F o r m a s s u b m a r i n a s p r i n c i p a i s
Talude cont inental – declividade com que o extremo inferior da plataforma continental
se comunica com as águas profundas, tem em média 4000 metros de altura, caindo da
plataforma até o fundo abissal.
Fundo abissal – é a região mais profunda e a mais extensa dos oceanos. Fundos de 3000
a 6000 metros ocupam mais de 76% das bacias oceânicas, 1% supera 6000 metros. É de
aspecto extremamente acidentado.
Dorso – elevação extensa e estreita, com inclinação mais acentuada que a da soleira.
Planal to – extensa, porém mal definida elevação do fundo submarino, cuja parte superior
pode conter formas secundárias de elevações e depressões.
Mesa submar ina – elevação isolada e extensa com a parte de cima plana.
Pico submar ino – elevação a pique e isolada, com forma aproximadamente cônica, cuja
elevação, em relação às circunvizinhanças, excede a 1000 metros.
Al to- fundo – elevação do fundo do mar, qualquer que seja a matéria de sua composição,
que não oferece perigo à navegação de superfície.
Banqueta – borda que cerca uma elevação submarina, a profundidades maiores que 100
metros.
Depressão – extenso e largo rebaixo do fundo do mar, tendo os lados e inclinação suaves.
Baixo, Baixa ou Baixio – elevação do fundo do mar, qualquer que seja a matéria de
sua composição, podendo aflorar, e que oferece perigo à navegação.
Reci fe – elevação do fundo submarino, de pedra ou coral, que oferece perigo à navegação.
Parcel – sítio do mar, plano e de pouca água, que se estende muito e, às vezes, aflora.
Agulha – ponta que se eleva do fundo do mar, em forma de pirâmide ou cone agudo,
podendo aflorar.
Banco – elevação mais ou menos extensa do fundo do mar, que oferece perigo à
navegação, e que às vezes descobre.
Coroa – elevação do fundo do mar ou de rios, de areia ou lama, que descobre na baixa-
mar ou na vazante do rio.
3. 9 . 4 P a s s a g e n s m a r í t i m a s
Canal – parte de uma extensão de água, cuja profundidade é suficiente para ser utilizado
para a navegação através de uma região de pouco fundo ou situado entre duas partes de
terra.
Est rei to – canal relativamente estreito, entre duas porções importantes de mar, ou entre
duas costas, comunicando o mar dos dois lados.
I lha – extensão de terra, circundada de água, tendo vegetação, ainda que parca.
Lage – pedra de superfície lisa e quase plana, mais ou menos horizontal, com pouca
elevação sobre ou sob omar.
Cachopo – rochedo que sai pouco de fora d’água, sobre o qual o mar às vezes arrebenta,
podendo cobrir na preamar.
Considerações finais
a) Responda ás perguntas:
3.1) Para efeitos de cartografia náutica, como está dividida a costa do Brasil?
3.5) Por que as cartas de Mercator não devem ser utilizadas nas altas latitudes?
3.6) Quais são as linhas isobáticas que passam ao sul do farol de Cabo Frio?
3.7) Qual é à distância do farol da Ilha Rasa ao farol das Ilhas Maricas?
3.10) Plote na carta o ponto A que tem as coordenadas: lat = 23°05` 00” S e long = 043°20`
W.
3.12) Marque sobre o rumo traçado uma distância de 17,5 milhas, a partir do ponto A,
o que determinará o ponto B.
3.15) Se a velocidade do navio fosse 10 nós, quanto tempo ele levaria (em horas e
minutos) para navegar entre A e B?
Tarefa 3.1
Tarefa 3 . 2
Tarefa 3 . 3
Tarefa 3 . 4
3.4.1) Usa-se a régua de paralelas, que deve ser deslocada desde a linha traçada na
carta atéa rosa dos ventos com o cuidado de mantê-la sempre paralela à direção que se deseja
saber durante o movimento da régua. Alcançando o centro da rosa dos ventos, faz-se a leitura
da direção verdadeira na escala da rosa.
3.4.3) Após plotar o ponto a partir do qual será traçado o rumo, coloca-se a régua de
paralelassobre a rosa dos ventos, de forma a posicionar uma das suas arestas coincidindo com
o centro da rosa e orientada na escala da rosa na direção do rumo desejado. Em seguida,
movimenta-sea régua de paralelas até o ponto plotado e traça-se o rumo.
Teste de Auto-Avaliação
3.1) Costa Norte: do Cabo Orange ao Cabo Calcanhar; Costa Leste: do Cabo Calcanhar
ao Cabo Frio; Costa Sul: do Cabo Frio ao Arroio Chuí.
3.4) As “cartas gerais” são utilizadas para planejamento de grandes derrotas oceânicas,
nãosendo adequadas para executar a navegação.
3.5) Porque nas altas latitudes, acima de 60º as deformações são excessivas, causadas
pelas“latitudes crescidas”.
3.8) 77 metros.
3.14) Rv = 315º
CAPÍTULO 4
RUMOS E MARCAÇÕES
Veja como identificar o rumo a seguir, ou seja, a direção necessária para navegar a
fimde chegar ao ponto desejado.
Rumo: é o ângulo horizontal medido entre uma direção de referência e a direção paraa
qual aponta proa do navio. É, pois, a direção do movimento da embarcação, quando
navegando.
Proa: é a direção para a qual o navio está apontando num determinado instante.
Porinfluência do estado do mar a direção em que se navega varia em torno do rumo
desejado.
➢ Norte Magnético; e
➢ Norte da Agulha.
Porém, o Norte que interessa ao navegante é o verdadeiro, ou seja, aquele que inicia
acontagem da rosa dos ventos (000º).
Como você já sabe, o instrumento de bordo que fornece as direções, são as agulhas
náuticas, que nem sempre indicam as direções que têm como referência o Norte verdadeiro
– Nv.
Ou ao contrário:
Observe que o navegante sempre precisará converter Rumo verdadeiro (Rv) para
Você trabalhará sempre com três ângulos, partindo de cada Norte e que indicam
o Rumo verdadeiro (Rv), o Rumo Magnético (Rmg) e o Rumo da Agulha (Ra). Você
aprenderá comofazer conversões entre esses três rumos, mais adiante.
➢ Proa de Navio.
Muito bem! Concluímos, assim, que a marcação, como qualquer outra direção, tem
sempre como referência um norte, ou a proa. Observe a figura 4.7 (conhecida como
calunga) na qual se utilizam os nortes como referência.
Figura 4. 7 – Marcações.
Neste caso, denominamos este tipo de marcação como Marcação Relativa (Mr).
Quando o objeto está exatamente na proa ou exatamente na popa, não faz sentido se
exprimir valores de marcação polar. Diz-se simplesmente: pela proa ou pela popa,
conforme o caso.
• Sempre que a Marcação Polar for Boreste ela será igual à Marcação
Relativa.
(figura 4.15)
Mp BE = Mr
• Sempre que a Marcação Polar for Bombordo, ela será igual a 360º
menos a
MP. BB = 360 – Mr
Antes de passar para o próximo assunto desta unidade, faça uma reflexão do
que vocêestudou até agora e realize a tarefa que se segue:
Tarefa 4.1
Responda as perguntas:
4.1.1) A qual norte se refere o rumo quando se utiliza uma agulha magnética
com desvio?
4.3 C O N V E R S Ã O DE RUMO S E M A R C A Ç Õ E S
4. 3 . 1 C o n c e i t o s s o b r e c o n v e r s õ e s d e d i r e ç õ e s
Conversões de direções – você verificou que os rumos ou marcações podem ser não
somente referidos ao Norte Verdadeiro, como também ao Norte Magnético, ou ainda
ao Norte de Agulha, dependendo da referência que adotou.
Assim, quando você lê na agulha magnética uma direção, ela está representando uma
direção da agulha, ou seja, defasada da direção verdadeira, pelos valores da declinação
magnética e do desvio da agulha, impossibilitando que ela seja transferida de imediato
103
para uma carta náutica.
NAV 01
Contrariamente, quando você traça na carta náutica uma linha de direção, quer
de rumo, quer de marcação, terá a direção verdadeira, porém precisará saber a direção
da agulha correspondente, para poder navegar no rumo da agulha ou observar uma
marcação previamente estabelecida.
• Variação Total (VT) – nada mais é que a soma algébrica dos valores da
declinação magnética e do desvio da agulha.
A conversão de rumos deve ser bastante familiar ao navegante, que nada mais fará do
que somar ou subtrair a declinação magnética e o desvio da agulha ao rumo dado.
Para facilitar a operação de converter rumos, o navegante deve considerar que, a bordo,
ele sempre está vendo o rumo da agulha (quando usando agulha magnética), mas
colocarána carta o rumo verdadeiro.
E, quando estiver trabalhando na carta, precisa levar o rumo verdadeiro para a agulha
(para o governo do navio pelo timoneiro).
Exercício resolvido 4. 1
Solução:
Faça o calunga da forma que foi explicado, conforme mostra a figura 4.16:
Depois de fazer o calunga, fica claro visualizar que, para navegar em um rumo
verdadeiro – Rv de 130o, é preciso governar com um rumo da agulha – Ra de 160o.
Exercício resolvido 4. 2
O patrão de um barco de pesca, ao retornar para terra após uma faina no mar, governava
sua embarcação com um rumo da agulha – Ra de 250o. Qual é o rumo verdadeiro – Rv, que
ele está navegando e que deve estar traçado na carta, sabendo-se que nesta área a declinação
magnética é de 25o E, e o desvio de sua agulha para esta proa é de 5o W?
Solução:
Faça o calunga começando pelo Nv, a partir do qual deve ser aplicada a dm para se
obter o Nmg. Em seguida, aplique o da, a partir do Nmg, quando então poderá desenhar o Na.
Certamente, você terá construído um calunga igual ao apresentado na figura 4,17:
Observando o calunga deste exemplo, você conclui que a variação total – VT, neste caso,
é de 20o E, ou seja, o ângulo formado entre o Nv e o Na, contado a partir do Nv, é de 20opara
leste. Portanto, o rumo verdadeiro em que a embarcação está navegando é de 270o. Correto?
O método gráfico, isto é, o método de fazer o calunga, é muito eficaz, pois com
ele você tem a oportunidade de visualizar o problema e entendê-lo, sem a necessidade
de decorar fórmulas e regras. Além do mais, com o passar do tempo, você
verificará não ser maisnecessário fazer o calunga no papel, sendo capaz de fazê-lo “de
cabeça”.
Método algébrico – consiste em uma soma algébrica das correções (da e dm) ao rumo da
agulha (Ra) determinando, desta forma, o rumo verdadeiro – Rv e vice-versa. Para tanto, é
necessário estabelecer que os da, dm e VT para leste sejam positivos (+) e, quando forem para
oeste, sejam considerados negativos (–). Veja como fica a fórmula:
Rv = Ra ± da ± dm como VT = da + dm W (–)
E (+)
Rv = Ra ± VT
Os sinais a serem usados são os mesmos obtidos na tabela de desvios (para o desvio
das agulhas) e na carta (para a declinação magnética).
Ra = Rv ± da ± dm como VT = da ± dm W (+)
E (–)
Ra = Rv ± VT
Porém tenha, cuidado. Isto é uma soma algébrica, portanto, caso o da, a dm ou a
VT
sejam negativos (–), em vez de somar você terá que subtrair. Confira o exercício
resolvido.
Solução:
Rv = 130o
dm = 25o W (–)
da = 5o W (–)
Ra = ?
Como VT = dm ± da logo: VT = (– 25) + (– 5o) = – 30o
ou seja, 30ºW (+).
Aplicando a fórmula Ra = Rv ± VT
teremos:
Ra = 130o + 30o
Ra = 160o
Solução:
Ra = 250o
dm = 25 E (+)
da = 5o W (–) logo VT = 25o + (– 5o) VT = 20o E (+)
Rv = ?
Aplicando a fórmula: Rv = Ra ± VT
Rv = 250 + 20o
Rv = 270o
4. 3 . 3 C o n v e r s ã o d e M a r c a ç õ e s
− O navegante deve considerar que a bordo ele está sempre vendo a marcação
da agulha (quando usando agulha magnética) e que coloca na carta a marcação
verdadeira. Quando estátrabalhando na Carta terá de levar a marcação verdadeira para
a agulha.
Solução:
O mestre de um rebocador navegava com Ra = 025o, quando, às 12h00min horas, fez uma
marcação relativa de 090o do farol da Ilha Rasa, ou seja, marcou o farol exatamente pelotravés
de boreste. Qual é a marcação verdadeira correspondente, para que possa ser traçadana carta,
sabendo-se que a dm = 21o W e o da para esta proa é de 4o W?
Solução: Faça o calunga e depois compare com o da figura 4.19:
E (–)
Mv = Ma ± VT
Quando se faz a conversão da Mv para a Mag, adota-se o inverso do que foi dito acima,
os valores da “da” e “dm”, terão seus sinais invertidos, tal como foi quando daconversão
de rumos.
então: Ma = Mv ± da ± dm W (+) ou Ma = Mv ±
VT
E (–)
Mv = Rv + Mr Mv = Rv + Mp (BE) Mv = Rv - Mp (BB)
Logo, Mv = 255o
Exercício resolvido 4. 8
Ra = 025o
Mr = 090o
dm = 21o W (–)
da = 4o W (–)
Rv = ?
Mv = ?
Utilizando a fórmula de conversão de rumos, teremos?
Rv = Ra ± dm ± da → Rv = 025o + (– 21) + (– 4o) → Rv = 025º - 25 = 000º
Agora podemos aplicar a fórmula da marcação.
Mv = Mr + Rv → Mv = 000o + 090o
Logo, Mv = 090o
Se a marcação relativa é maior que 180º (Mr 180º), a marcação polar será por
bombordo. Então, subtrai-se de 360º à marcação relativa e dá-se o nome bombordo.
Tarefa 4 . 2
Responda às perguntas .
4.2.1) Quando dizemos que um farol está a 30º da proa por BE, qual é o tipo de
marcação queestamos fazendo?
4.2.2) Qual é o nome do rumo em que o timoneiro está navegando quando utiliza
uma agulhamagnética com desvio?
Mr = 360º – Mp
BB
Mr = 360º – 085º
Mr = 275º
Mr = Mv – Rv
Mr = Mmg – Rmg
Quando a marcação for menor que o rumo (M < R), subtrai-se 360º da marcação
negativa encontrada.
Considerações finais
4.1) Rosa I: Sendo o Rv = 000º, a Mv (do farol) = 150º, sabe-se que a declinação
magnética nolocal é de 15ºW e que a agulha apresenta um desvio de 2º E. Quais serão,
então, o rumo magnético, o rumo da agulha e a marcação da agulha?
Ra:
Rmg Ma=
4.2) Rosa II: Sendo Rv = 030º, Mv: 190º, marcação da agulha = 176º,
declinaçãomagnética = 16ºE. Quais serão o desvio da agulha e a marcação magnética?
Ma = Mrel: Mp:
4.4) Rosa IV: Sendo a VT = 30ºW, quais serão o rumo da agulha, a marcação da
agulha e amarcação polar do farol?
Mrel: Mp:
4.6) Rosa VI: Sendo o farol marcado pela proa e a declinação magnética = 20º E,
quais são a:Mmg: Mr: Mp: ?
4.7)
Tarefa 4 . 1
Tarefa 4 . 2
Teste de Auto-Avaliação
4.7) R ag = 027º
4.8) R ag = 030º
4.9) M ag = 335º
4.10) M ag = 285º
4.11) Rv = 038º
4.12) M v = 347º
4.13) MP = 030º BB
MUITO BEM!
Mais uma etapa foi vencida. Prossiga no seu caminho em busca da próxima
unidade de estudo, que vai tratar de um assunto de suma importância para o navegante:
“Posição no mar”.
CAPÍTULO 5
POSIÇÃO NO MAR
Henrique F. Baron, diz que os barcos têm alma, portanto, é como se as embarcações
tivessem sentimentos, assim como os seres humanos. É comum ouvirmos dos “homens do
mar” a expressão: “O comportamento do navio é X”. Desse modo parece mesmo que essas
magníficas construções, que flutuam, externam seus sentimentos. O comportamento da
embarcação revela a sua situação no mar, o cheiro e o ruído das máquinas, a estabilidade,
enfim, como o conjunto está realmente funcionando, para que garanta a sua segurança
durantetoda a viagem.
Mas, para que este assunto seja mais bem entendido, é necessário que você estude
alguns conceitos e técnicas que possibilitam determinar a posição no mar. Portanto, muita
atenção.
Para uma boa navegação costeira, é necessário ter conhecimentos sobre os princípios
envolvidos e, além disso, manter uma constante vigilância e alerta mental, pois que, na
maioria das vezes, existe pouca ou nenhuma oportunidade para se cometerem erros.
Para determinar a sua posição, o navegante recorre ao emprego das Linhas de Posição
(LDP).
Chama-se Linha de Posição (LDP) ao lugar geométrico de todas as posições que o navio
pode ocupar, tendo efetuado certa observação, em um determinado instante.
Sempre que em navegação costeira olhamos um determinado objeto, podemos dizer que a
linha de visada ligando observador — objeto determina uma linha de posição (LDP).
As LDP têm formas geométricas diferentes, de acordo com as observações que lhes
deram origem. À exceção das isobatimétricas, que podem assumir as curvas mais caprichosas,
as LDP habituais têm, geralmente, as formas de retas ou circunferências, o que torna o seu
traçado sobre a carta rápido e simples.
➢ reta de marcação;
➢ reta de alinhamento;
Uma única Linha de Posição indicará ao navegante o lugar geométrico das múltiplas
posições que o navio poderá assumir em um determinado instante, fruto da observação que
efetuou, mas não a sua posição. Por exemplo, se for observado que, às 10:32, o navio está na
distância de 5 milhas de uma certa ilha, o navegante saberá que, nesse instante, o navio se
encontra em algum ponto da circunferência com centro na ilha e raio de 5 milhas (Figura 5.1).
a) Reta de marcação
É, talvez, a LDP mais utilizada em navegação costeira e em águas restritas. Confira na Figura
5.2, lembrando-se sempre que na carta só se traçam marcações verdadeiras.
b) Reta de alinhamento
Alinhamento: é a linha na qual o observador pode ver dois objetos identificáveis na mesma
marcação. Pode ser usado para dar ao oficial de serviço uma indicação rápida de sua posição,
ou de sua direção. (Figura 5.4).
Figura5.4 – Alinhamento.
A reta de alinhamento, conforme o que mostra a figura 5.5, é a LDP de maior precisão
enão necessita de nenhum instrumento para ser obtida, sendo determinada por observação
visual direta, a olho nu.
Condições essenciais:
Exemplo:
Caso você obtenha a distância de um ponto notável qualquer, basta fazer o seguinte:
Trace na carta a LDP de igual distância com o compasso centrado no objeto (ajustado
na escala de latitudes, com uma abertura igual à distância medida).
Veja, portanto, que circunferências de igual distância são linhas de posição, já que
emum dos pontos do círculo, e somente um, está a posição da embarcação.
• A isobática é uma LDP aproximada, mas que tem grande emprego como LDP
de segurança, para se evitar áreas perigosas (a profundidade limite pode, inclusive, ser
ajustada no alarme do ecobatímetro).
Exemplo:
Quando você utilizar uma linha de igual profundidade como LDP, convém usar sempreuma
que conste da carta náutica na qual navega.
Você aprendeu que uma única linha de posição contém a posição do navio, mas não a
define. Para determinar a posição, é necessário cruzar duas ou mais linhas de posição, do
mesmo tipo ou de naturezas diferentes.
Dessa forma você pode determinar a posição da embarcação, ou seja, o ponto onde
se situa a embarcação, através do cruzamento de duas ou mais linhas de posição derivadas
de marcações e/ou distâncias obtidas no mesmo momento. Acompanhe.
Ao fazer as marcações simultâneas, é necessário tomar alguns cuidados.Veja quais são eles:
• O ângulo formado entre as duas marcações não deve ser nem muito fechado
(menor que 30º) nem muito aberto; (maior que 120º). Caso isso aconteça poderá incorrer em
erros, sendo que o melhor ângulo de corte é de 90º (figura 5.9)
É bom você saber que existe um número infinito de posições possíveis ao longo de uma
linha de posição ou sobre um único círculo de distância. Portanto, para a obtenção da posição
de nossa embarcação, em um determinado instante, é necessário que tenhamos duas ou mais
marcações, duas ou mais distâncias de objetos diferentes, ou uma combinação de marcação
e de distância, alinhamentos e profundidades.
Mesmo que seja apenas um observador determinando as duas LDP, elas poderão ser
consideradas “simultâneas”, desde que o intervalo de tempo entre as observações seja o
mínimo possível.
Quando uma posição é determinada por LDP simultâneas, as linhas de posição não
necessitam ser individualmente identificadas, rotulando-se apenas a posição, com hora e o
odômetro correspondentes, conforme mostrado na Figura 5.10.
Exercício resolvido 5. 1
Solução: Proceda conforme explicado na fase anterior e trace as duas linhas de posição.
No cruzamento das duas linhas, o qual determina o ponto onde se situa a embarcação, faça um
pequeno círculo em volta • , que significa ser esta uma posição observada. Muito bem, agora,
com a ajuda do compasso ou da régua de paralelas, determine as coordenadas deste ponto.
Esse método produz bons resultados, pois as duas LDP cortam-se num ângulo de 90º,
o que constitui condição favorável. É especialmente indicado quando se combinam uma
marcação visual e uma distância radar a um mesmo objeto, pois ambos os tipos de LDP
apresentam boa precisão.
Exercício resolvido 5. 2
O navegante marcou o farol da Ilha Rasa, próximo da barra do Rio de Janeiro, aos 000º
verdadeiros e, simultaneamente, obteve, através de seu radar, a distância de 10 milhas náuticas
dessa ilha. Qual é a posição (coordenadas) de sua embarcação?
Solução: Após traçar, com a régua de paralelas, a marcação da ilha Rasa, pegue o
compasso e, na escala de latitude (laterais da carta), faça uma abertura igual a 10’, que
corresponde a 10 milhas náuticas; em seguida, com a ponta do compasso na Ilha Rasa, faça um
pequeno traço de forma a cruzar com a marcação. No cruzamento das linhas de posição (reta e
curva), que é ponto onde se encontra a embarcação, faça um pequeno círculo emvolta • .
Agora é só tirar as coordenadas do ponto = 23º 14’ 00’’ S e = 043º 08’40’’ W.
Acompanhe na figura 5.14, na qual o ponto A foi plotado a partir de duas distâncias de
terra: Lj Marambaia a 3,5’ milhas e I. Urupira a 3.0 milhas. A posição é encontrada no
cruzamento das duas circunferências traçadas, com o compasso posicionado em cada ponto
de terra, com a abertura correspondente às suas distâncias em milhas.
Exercício resolvido 5. 3
Você obteve, através do seu radar, as distâncias simultâneas da ilha Rasa com 13,4 milhas
e das ilhas Maricás com 12,5 milhas. Qual é a posição de sua embarcação?
Solução: com abertura do compasso igual a 13,4, usando na escala de latitude (escalas
laterais da carta), coloque a ponta seca do compasso sobre a ilha Rasa e trace a curva de mesma
distância. Em seguida repita o procedimento para as ilhas Maricás, só que com a abertura de
12,5 milhas. Verifique que as curvas se cortaram em dois pontos, um em terra e outro na área
de mar, logo não há ambigüidade, já que não é possível estar navegando em terra. No ponto de
cruzamento da área de mar se situa a embarcação e, portanto, é onde você
vai fazer um pequeno círculo. Agora é só tirar as coordenadas do ponto: = 23º 13’ 00’’ S e
= 042º 58’ 00’’ W.
Embora seja um processo pouco preciso, pode fornecer um ponto razoável, na falta de outras
alternativas. É conveniente escolher uma profundidade correspondente a uma dasisobáticas
representadas na carta. Além disso, melhores resultados são obtidos quando a marcação corta
a isobática o mais perpendicularmente possível.
Exemplo:
Na figura 5.15, o navio marcou o farol aos 262º e, simultaneamente, sondou 20 metros
com o ecobatímetro. A posição estará na interseção da reta de marcação com a isobática de
20 metros, representada na carta.
A posição determinada por apenas duas LDP pode conduzir a uma ambigüidade (ver Figura
5.16), por isso, sempre que possível, é conveniente obter uma terceira LDP, queeliminará
qualquer possibilidade de dúvida, como mostrado nas Figuras 5.17 e 5.18.
Figura 5.17
Posição determinada por três
Figura 5.18
marcações visuais.
Determinação da posição
por três distâncias.
Tarefa 5.1
5.1.2 Para determinar a posição onde se encontra a embarcação, basta uma linha de
posição?Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5.1.3
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5. 4 . 2 T r i â n g u l o d e i n c e r t e z a
Quando se tomam três retas de marcações e elas não se cruzam em um ponto, gera-se
um triângulo de incerteza (Figura 5.19), cujas principais causas são:
5. erro de plotagem; ou
Figura 5.19 – Posição pela interseção de três Linhas de posição – triângulo de incerteza.
Dessa forma:
a . se o triângulo de incerteza for pequeno: adota-se o seu centro para a posição do navio;
d . se a posição for obtida por interseção de 4 LDPS, poderá ser gerado um quadrilátero de
incerteza, e o procedimento adotado deve ser idêntico ao acima descrito.
Linha de Posição (LDP) é a linha, reta ou curva, onde em um dos seus pontos,e
somente um, se situa a embarcação.
Esta técnica de se obter a posição da embarcação, tendo somente um ponto notável à vista,
também é distinguida por alguns autores como navegação de segurança. Podemos dizer que
existe uma série delas. Isto porque, na verdade, todas utilizam o método de resolução de
triângulos, ou seja, marca-se um ponto notável, navega-se um período e, em seguida, marca-
se novamente o mesmo ponto notável. Observe na figura 5.20 que um triângulo está formado,
entre a ilha Urupira a posição A e a posição B, sendo seus lados: a primeira marcação, a
distância navegada (d) e a segunda marcação.
Muito bem, assim, forma-se um triângulo isósceles (dois lados iguais), onde a distância
navegada (d, ou A-B) é igual à distância ao ponto notável (I. Urupira) por ocasião da segunda
(ponto B à I. Urupira), e pode-se determinar a posição da embarcação. Veja como formar esse
tipo de triângulo.
5 . 5 . 2 . 1 S e g u n d a ma r c a ç ã o d u p l a d a p r i me i r a
Consiste em, utilizando marcações polares (Mp), marcar duas vezes um mesmo ponto notável,
e a segunda marcação, do ponto, deve ter o dobro da primeira (ex: 30º e 60º, 45º e90º,
etc). Com esta técnica, forma-se um triângulo isóscele, onde um dos lados é a distância
navegada (d), que é conhecida do navegante, e será a mesma distância que o separa do ponto
notável na segunda marcação (que é o 2º lado do triângulo). Veja isso sequencialmente:
Marcação polar
E x er c íci o r e s o l v i d o 5 . 4
Um rebocador navega aos 100º verdadeiros e com marcha média (velocidade média) de
8 nós (milhas por horas). Às 08:00 horas, o mestre marcou o farol da ilha Brava, aos 145º
verdadeiros. Utilizando a técnica da segunda marcação o dobro da primeira para obter a
posição da embarcação, calculou e plotou na carta a segunda marcação, que aconteceu às 08:30
horas. Quais são a Mp e a Mv referentes à segunda marcação e a distância ao farol?
Solução:
A distância navegada também pode ser obtida por meio do odômetro, equipamento
que mede a distância navegada. Mais adiante, veremos como ele funciona. Observe a figura
5.21 que representa o exercício 5.4: (onde a distância A-B é igual à distância B-Farol)
5 . 5 . 2 . 2 T r a n s p o r te d a p r i me i r a ma r c a ç ã o
Consiste em marcar um ponto notável, deixar que passe um período a fim de que a
marcação varie, e marcar uma segunda vez o mesmo ponto notável. Em seguida, usando a
régua de paralelas, transporta-se (desloca-se) a primeira marcação para o tempo da segunda.
O cruzamento das marcações determina o ponto (posição) onde se situa a embarcação.
Vamos ver isso sequencialmente:
E x er c íci o r e s o l v i d o 5 . 5
Um barco de pesca navega com rumo verdadeiro de 000º e com marcha média (velocidade
média) de 10 nós (milhas por hora). Às 10:00 horas, o patrão marcou o farolete da ilha Comprida
aos 050º verdadeiros e, às 11:00 horas, marcou novamente o mesmo farolete aos 110º
verdadeiros. Como determinar a posição da embarcação, somente com estas duas marcações?
Solução:
Atenção:
Marcações sucessivas nem sempre são precisas, isto porque dependem de uma
marcha média confiável, o que nem sempre ocorre devido à influência de
As seis regras para a navegação estimada são as seguintes, (confira na Figura 5.24):
NOTAS:
A figura 5.25 mostra a navegação estimada efetuada por um navio entre 08:00 horas
e 12:00 horas, cumprindo as regras para a navegação estimada anteriormente enunciadas.
Já vimos que, quando saímos de algum lugar com destino a outro, estamos
percorrendo uma trajetória sobre a superfície das águas que denominamos de derrota. Nossa
derrota necessita ser constantemente verificada e corrigida, para que atinjamos o destino
desejado. Estas correções, que temos que fazer com alguma freqüência, ao longo da
singradura, são provocadas por uma série de fatores que têm influência sobre a embarcação,
fazendo com que ela se desvie do caminho planejado (Figura 5.26). Nesta figura o ponto
Na prática, todos os fatores que fazem com que a embarcação se desvie de sua
derrotasão chamados de efeitos da corrente. Entre tais fatores os mais importantes são:
➢ correntes oceânicas;
➢ correntes de maré;
➢ ventos;
➢ estado do mar;
As correntes de marés são produzidas pelo fenômeno das marés e para o fim do nosso
estudo consideraremos que elas comportam-se de maneira idêntica às correntes oceânicas
superficiais.
5.7.1.3 Ventos
Um mau timoneiro poderá causar o mesmo efeito sobre a nossa derrota que uma
corrente. Um ziguezague constante, além de diminuir a velocidade da embarcação em relação
ao rumo a ser seguido, poderá afastá-lo dele.
se o valor da leitura pelo número de horas navegadas¸ uma vez que velocidade deve ser
expressa em nós.
Observe na figura 5.27, que o navio saiu do ponto A, com destino a B, onde deveria
chegar às 13:00 horas, mas chegou em C. Portanto, o navio sofreu um abatimento para
5.7.4 Abatimento
Você já sabe que, para determinar os elementos de uma corrente, necessita plotar a posição
estimada da embarcação e compará-la à posição observada no mesmo instanteconsiderado.
Será, então, formado um triângulo chamado triângulo da corrente. Acompanhe nafigura 5.29.
Ângulo BAC – diferença entre o rumo da embarcação (estimado) e o seu rumo verdadeiro
correto (ou rumo no fundo). Essa diferença angular denomina-se abatimento (abt).
não coincide com a estimada, havendo inclusive uma diferença angular entre o rumo traçado
e o efetivamente seguido pela embarcação, pode concluir que o navio sofreu um abatimento
(abt).
Assim, se, a partir da posição observada (C) você, nada fizer, é certo que não chegará
aodestino final (D)l. Se ligar a posição observada atual ao ponto de destino final (D),
será determinado um novo rumo para alcançá-lo. Entretanto, caso a corrente existente
permaneça atuando, produzirá também novo abatimento no novo rumo. Assim é que, na
tentativa de eliminar o efeito da corrente, aplique ao novo rumo a ser seguido, a partir da
posição observada atual, uma correção de valor idêntico ao do abatimento, porém em sentido
contrário ao dele. Portanto, se ocorrer, por exemplo, um abatimento de 10º BB, deve ser
aplicada ao novo rumo desejado uma correção de 10º BE. Esse rumo corrigido será
chamado de rumoverdadeiro corrigido.
Tarefa 5 . 2
5.2.1) Cite um dos cuidados que deve ser tomado, ao se fazer marcações simultâneas.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Mas, antes, entenda a diferença entre os alcances mais comumente usados no mar.
D=2 h (1)
Exercício resolvido 5. 6
d = 6 milhas
d = 2( h = H) (2)
Exercício resolvido 5. 7
Se você sabe que sua altitude acima do nível do mar é de 9 metros e que o objeto a ser
visado tem uma altitude de 100 metros, pode dizer que, em boas condições de visibilidade,
quando do seu avistamento (boiar) a distância aproximada (D) para ele será a soma da sua
distância ao horizonte (D1) com a distância do Farol ao horizonte (D2).
ou seja: D = D1 + D2.
Usando a formula (2) acima, temos, que a distância (D) ao farol será:
D=2( 9 + 100 )
D = (2 x 3) + (2 x 10) = 6 + 20
D = 26 milhas
Para facilitar o navegante, foi construída uma tabela que resolve este calculo. O ANEXO
3 deste módulo é uma Tabela de Alcance Geográfico. Consulte-a e acompanhe o exercício a
seguir.
Exercício resolvido 5. 8
Solução:
Utilizando a Tabela de Alcance Geográfico, entra-se na horizontal com a altura dos olhos
do observador e na vertical com a elevação (altitude) do farol. Obtém-se, no cruzamento, a
distância de 12,9 milhas. Caso você utilize a fórmula, encontrará como resultado 13,5 milhas,
isto porque o coeficiente da fórmula está arredondando para 2, quando na verdade é 1,92, sendo
feito para facilitar os cálculos. Portanto, recomendamos que, sempre que possível, utilize a tabela
em vez da fórmula, tendo em vista ser aquela mais precisa.
dxH
D=
1852 x L
Exercício resolvido 5. 9
H 1.050
D=d = 0,6 x 70 = m = 0,57 milhas
L 0,04 1852
Este método também pode ser usado horizontalmente, quando se tem um objeto de
comprimento conhecido. Neste caso, a régua deve ser segurada horizontalmente, com o braço
esticado, devendo ser medida, sobre a escala da régua, a dimensão de objeto visado.
➢ Método de dedo
D = Distância
C = Comprimento da ilha
Exercício resolvido 5. 10
Na figura 5.34, sobre a ilha de comprimento C=2’ o observador estimou que o polegar, ao
se deslocar, aparentemente, da posição 1 para a posição 2, percorreu a porcentagem P = 30%
de C.
D = P% x C x 10 = 0,3 x 2 x 10 = 6 milhas.
Embora elementar, esse método oferece resultados cada vez melhores com o aumento da
prática, na estimativa percentual do deslocamento aparente do polegar.
Lembre-se:
Considerações Finais
Nesta unidade, você estudou o tema “Posição no mar”, que é um dos mais importantes
deste módulo.
Você aprendeu como determinar a posição no mar pelos processos mais variados
sempre utilizando as “linhas de posição”. Conheceu as técnicas e regras para as navegações
costeira e estimada. Aprendeu como anular os efeitos da corrente sobre a trajetória da
embarcação, mantendo, assim, sua derrota planejada, e por fim, conheceu alguns métodos
para determinar a distância a um objeto que “boiou” ou “alagou” no horizonte. Você já
pode
planejar e executar uma pequena viagem, sendo necessário apenas treinar bastante e
respeitar as regras aqui ensinadas.
5.4) Qual é o ângulo ideal de corte entre duas marcações simultâneas para se
reduzir apossibilidade de erros na determinação da posição da embarcação?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5.8) A qual distância estará um farol que tenha 30 metros de altitude, quando
“boiar” nohorizonte de um navegante que esteja a 10 metros de elevação?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5.10) Determine as coordenadas do ponto obtido pela marcação verdadeira do farol das
ilhasMaricás aos 000º e na distância de 8 milhas do mesmo farol.
5.11) Determine as coordenadas do ponto obtido por distâncias simultâneas do farol das
ilhasMaricás a 12 milhas e do farol da Ponta Negra a 15,3 milhas.
Chave
Corrija e veja qualde
foiRespostas das Tarefas
o seu rendimento nestae unidade
do Teste5.de Auto-Avaliação
Tarefa 5.1 da Unidade5.
5.1.2) Não, porque são necessárias, no mínimo, duas linhas de posição para que haja o
cruzamento que determina o ponto em que se encontra a embarcação.
5.1.3) Alinhamento é a linha, na carta, na qual o observador pode ver dois objetos
identificáveis em uma mesma de marcação.
Tarefa 5.2
5.2.1) Identificar na carta, com toda certeza, os pontos notáveis a serem marcados.
5.2) Quando se tomam 3 retas e elas não cruzam em um ponto forma-se um triangulo
deincerteza que denuncia um erro cometido. Suas principais causas são:
– Erro de plotagem; e
– Erro na carta.
– Retas de marcações;
– Retas de alinhamentos;
5.4) 90º
5.6) Correntes oceânicas, correntes de marés, vento, estado do mar, mau governo,
Parabéns!
CAPÍTULO 6
•
• As características físicas e luminosas da sinalização;
• As luzes de auxilio a navegação;
• Os limites de visibilidade das luzes;
• O sistema de Balizamento adotado no Brasil
(Abraham Lincoln)
Para fins deste estudo, dividiremos a Sinalização Náutica existente em dois tipos:
➢ Farolete – normalmente tem uma construção menor do que um farol e possui luz com
alcance inferior a 10 milhas, sendo, geralmente, empregados para orientação do
navegante emáguas abrigadas ou restritas.
➢ Radiofarol – são faróis que emitem sinais codificados em Morse (pontos e traços), e
através deles podem ser feitas marcações, determinando-se a posição da embarcação.
➢ Os faróis e faroletes por não serem padronizados, são construídos com características
físicas próprias e sempre exibirão sinais luminosos distintos para uma melhor
identificação noturna. (Figura 6.1)
➢ Bóias – São dispositivos flutuantes com características próprias, que poderão ser
luminosos ou cegos, e são presas ao fundo do mar por poitas.
➢ Balizas – São hastes de ferro ou cimento armado que não exibem luz. São fixadas ao
fundo, porém, possuem características de tope próprias para sua identificação.
➢ As bóias e as baliza têm características físicas padronizadas, isto é, para cada formato
e cor de uma bóia ou baliza corresponde um significado. Veja figura 6.2.
➢ Durante o dia:
➢ Durante a noite:
Importante!
Veremos, mais adiante, com detalhes, ainda nesta unidade, o sistema de balizamento
adotado no Brasil, sendo muito importante que você o conheça.
Exercício resolvido 6. 1
Estando uma embarcação em faina de pesca na costa do Rio Grande do Norte, o patrão
avistou um farol, conforme a figura 6.3, e perguntou-se: — Que farol é esse?
Muito bem, é desta forma que, de dia, identifica-se um sinal; obviamente que com o
passar do tempo, o navegante vai ficando experiente e identifica o farol somente pela sua
posição geográfica, facilmente.
Importante!
Caso você esteja embarcado, certamente em sua embarcação haverá uma Lista de
Faróis. Verifique como se apresentam as descrições físicas dos faróis e faroletes.
Observe que os faróis são sempre identificados, inclusive nas cartas náuticas, por
um nome que normalmente corresponde ao local geográfico onde foiconstruído,
enquanto bóias e balizas não têm nomes, porém toda a sinalização
náutica tem um numero de ordem.
Ao chegar à noite, não é mais possível identificar faróis, faroletes e até mesmo bóias
pelas suas características físicas, ficando então a identificação por conta da emissão de luz.
Vamos ver melhor este assunto?
E Encarnada Amarela
B Branca
Verde Az Azul
Muito bem, se você está com uma Lista de Faróis, leia os capítulos referentes à
“Características das Luzes” e a “Abreviaturas usadas na Lista de Faróis”, para melhor
familiarizar-se com esta importante publicação. Se você não dispõe da Lista de Faróis não se
preocupe, ela será estudada, em detalhes, na Unidade 9 deste módulo.
Característica: é a aparência pela qual as luzes são identificadas, obtida pela combinação de
seus principais aspectos, ritmo e cor. O ritmo é formado por uma determinadaseqüência de
emissões luminosas e eclipses, de durações específicas e regularmente repetidas. No que se
refere à cor, as luzes podem ser brancas ou de cor (encarnada, verde, amarela ou âmbar).
Assim sendo, a característica de uma luz de auxilio à navegação é composta pelo seu ritmo e
sua cor.
Luz rítmica = luz exibindo-se intermitentemente, com uma periodicidade regular (luz de
lampejo, degrupo de lampejos, luz rápida, etc.)
Luz de lampejo = quando o tempo em que a luz aparece tem duração menor do que o do
tempoem que permanece “apagada”.
Luz de ocultação = quando o tempo em que a luz fica “apagada”, ou oculta, é menor do
que otempo em que é visível (acessa).
Luz isofásica = luz na qual o tempo de luz acesa é igual ao tempo em que fica apagada (eclipse).
Luz intermitente = luz com lampejos contínuos, podendo ser luz rápida R (50 a 80 lampejos
por minuto) ou muito rápida (MR) (de 80 a 160 Lampejos por minuto), com tempo de
duração da luzigual ou de obscuridade.
Intensidade luminosa = o fluxo luminoso que parte de uma fonte de luz, em uma dada
direção,expresso em candelas.
Fase = é cada um dos aspectos sucessivos que compõem o período (emissão luminosa
eeclipse).
O “setor de visibilidade” é a indicação dos limites, em graus, dentro dos quais a luz é
visível. Vem indicado na carta por meio de um círculo de linha tracejada, em torno do farol.
É bom você saber que a distância da qual se avista um farol fica muito aumentada se o
observador aumentar sua elevação. Um observador colocado no mastro da embarcação
poderá avistar um farol com muito mais antecedência do que um observador que esteja no
convés.
A “refração atmosférica” poderá fazer com que a luz de um farol seja avistada de
distância muito maior, sem que tenha sido atingido seu limite de visibilidade.
Durante a noite, o clarão da luz de um farol pode ser avistado, ainda que ele não esteja
visível.
Para isso, deverá conhecer bem os símbolos e abreviaturas existentes nas cartas
náuticas, cujos significados constam da carta nº. 12000, já referida.
Embora a Lista de Faróis ensine a identificá-los, faremos aqui uma breve referência ao
assunto:
✓ um farol pode ter a luz de uma só cor (branca, encarnada, verde, etc.);
✓ um farol pode mostrar luz com mais de uma cor, isto é, cores alternadas:
brancas eencarnadas; branca e verde; etc.
Exercício resolvido 6. 2
Observe que o farol da Ilha Vitória apresenta um setor de visibilidade que não é de
360ºe, nesse caso, estará registrado na carta náutica o setor de visibilidade e o setor cego
(sem visibilidade).
Tarefa 6 1
Existem duas regiões internacionais de balizamento estabelecidas pela IALA; região “A”
(IALA A) e região “B” (IALA B), onde os sinais laterais diferem, como veremos a seguir. As
divisões geográficas dessas duas regiões estão indicadas no mapa que se encontra no final
desta unidade (figura 6.21)
Na região “B”, o presente sistema apresenta normas que se aplicam a todos os sinais fixos e
flutuantes (exceto faróis, luzes e sinais de alinhamento, barcas-faróis e superbóias), servindo
para indicar:
➢ novos perigos.
♦ Bombordo – deve ser deixado por bombordo de quem entra nos portos ou
rios. As bóias ou balizas são numeradas, sua numeração é par e cresce da barra para o porto
(do mar para a terra).
Cor: verde.
Formato: cilíndrico, pilar ou charuto.
Tope: cilindro verde.
Luz: verde.
Ritmo: qualquer um, exceto Lp (2 + 1)
♦ Boreste – deve ser deixado por boreste de quem entra nos portos ou rios. As
bóias oubalizas são numeradas, sua numeração é ímpar e cresce da barra para o porto (do
mar para terra).
Cor: encarnada
Formato: cônico, pilar ou charuto.
Tope: cone encarnado com vértice para cima.
Luz: encarnada.
Ritmo: qualquer um, exceto Lp (2 + 1).
➢ Sinais de Águas Seguras – são sinais que indicam que, em torno de sua posição,
aságuas são navegáveis e seguras. Veja a figura 6.12 que mostra esse sinal.
➢ Sinais Especiais – são sinais utilizados para indicar uma área especial, que tenha
sido especificada em carta náutica ou em outro documento náutico apropriado. Os sinais
geralmente não têm o objetivo de orientar a navegação, mas sim o de indicar ao navegante
uma área onde ocorram exercícios militares, dragagem, tubulação submarina e outras, onde
serequer maior atenção e cuidado veja a figura 6.13.
Cor: amarela.
Formato: opcional, mas sem conflitar com outros sinais.
Tope: um “X” amarelo..
Luz: amarela
Ritmo: qualquer um, diferindo dos ritmos dos sinais
cardinais, perigo isolado ou águas seguras.
➢ Sinais Cardinais – são empregados para indicar o setor onde as águas são
navegáveis. E como o próprio nome está dizendo os sinais cardinais são: Norte, Sul, Leste e
Oeste.
⧫ chamar a atenção para um ponto notável num canal tal como uma
mudança dedireção, uma junção, uma bifurcação ou o fim de um baixio.
É importante que você entenda que o nome de um sinal cardinal (Norte, Sul,
Leste e Oeste) indica o quadrante em que o navegante deve se manter, para ficar
“safo” de um perigo.
Cada um dos quatros quadrantes cardinais (norte, leste, sul e oeste) é limitado por
duas das direções verdadeiras: NW-NE; NE-SE; SE-SW e SE-NW. Estas direções verdadeiras são
tomadas a partir do ponto a ser coberto pelo sinal. (Figura 6.15)
Quadrante norte:
Limites – NW-NE
Quadrante leste:
Limites – NE-SE
Quadrante sul:
Limites – SW-SE
Quadrante oeste:
Limites – SW-NW
Acompanhe, agora, através das figuras 6.16, 6.17, 6.18 e 6.19, a descrição e formato
das bóias e balizas que compõem os sinais cardinais.
Cardinal Norte:
Cor: preta sobre amarela
Tope: dois cones pretos, um sobre o outro, com os vértices para cima.
Formato: pilar ou charuto.
Luz (quando houver): branca.
Cardinal Leste:
Cor: preta com uma faixa larga horizontal amarela. Tope: dois cones
pretos, um sobre o outro, base a base.Formato: pilar ou charuto.
Luz (quando houver): branca.
Ritmo: (R) rápido (3) 10segs ou (MR) muito rápido (3) 5segs
Cardinal Sul:
Cor: amarela sobre preta.
Tope: dois cones pretos, um sobre o outro, com os vértices para baixo.
Formato: pilar ou charuto.
Luz (quando houver): branca.
Ritmo: (R) rápido (6) + LpL. 15segs ou (MR) muito rápido (6) + LpL. 10segs
Cardinal Oeste:
Cor: amarela com faixa larga horizontal preta.
Ritmo: (R) rápido (9) 15segs ou (MR) muito rápido (9) 10segs
➢ Novos perigos
Os novos perigos devem ser balizados de acordo com as presentes normas. Se o perigo
oferecer risco especialmente grave à navegação, no mínimo um dos sinais usado parabalizá-
lo deverá ser duplicado por um sinal adicional.
Qualquer sinal luminoso com o propósito de assinalar novos perigos deve ter a
características luminosa cardinal ou lateral (MR) ou (R).
Qualquer sinal usado para duplicação deve ser idêntico ao seu par em todos os
aspectos.
Um novo perigo pode ser defendido por um sinal de racon codificado “D”, mostrandoum
comprimento de uma milha náutica na tela radar.
O sinal usado para duplicação pode ser retirado quando se julgar que o novo perigo,que
ele assinala, já teve sua existência suficientemente divulgada.
Tarefa 6 2
Responda as perguntas:
Os sinais visuais cegos fixos, quando situados na margem esquerda (sendo, portanto,
deixados por boreste de quem sobe o rio), devem ter os seus símbolos confeccionados com
material retrorefletivo de cor encarnada. Quando situados na margem direita (sendo,
portanto, deixados por bombordo de quem sobe o rio), devem ter os seus símbolos
confeccionados com material retrorefletivo de cor verde. O material retrorefletivo, do tipo
empregado em sinalização rodoviária, permite que o balizamento cego seja também
utilizadoà noite, através do uso de holofote pelos navios que trafegam na hidrovia.
Caso uma travessia mais difícil ou um trecho do rio realmente crítico à navegação
exijam sinais luminosos, os sinais da margem esquerda exibirão luz encarnada, enquanto que
os da margem direita exibirão luz verde.
Além dos sinais que indicam ao navegante as ações a empreender para manter-se no
canal, as regras para o balizamento fluvial prevêem, ainda, símbolos para indicação de perigo
isolado e de bifurcação de canal:
Notas de precauções:
I) Em condição de frio, e mais particularmente com mudanças rápidas do tempo, gelo, geada
ou umidade, podem se formar nas lentes das lanternas, reduzindo muito a visibilidade, e
III) A distância de um observador a uma luz não pode ser estimada por seu brilho
aparente.
V) Os limites de setor da luz, na maioria dos faróis, podem não ser confiáveis. Eles não são
bem definidos e a mudança da luz para um setor obscuro ou de uma cor para outra ocorre
gradativamente, às vezes alguns graus acima.
VI) A distinção entre as cores não deve ser confiável. As condições de propagação da luz
através da atmosfera e o desempenho fisiológico do olho podem reduzir drasticamente a
possibilidadede discriminação das cores. À noite, é particularmente difícil distinguir entre uma
luz branca e uma amarela, ou uma luz azul vista sozinha, exceto em pequena distância. Certas
condições atmosféricas podem fazer com que uma luz branca adquirida uma cor
avermelhada. De dia,as cores vistas contra o sol perdem sua distinção; tintas encarnadas
luminosas tendem a uma cor alaranjada.
VII) Quando uma luz é obstruída pela curvatura da Terra, a marcação na qual ela aparece
oudesaparece variará com a distância e a altura do olho do observador.
VIII) As luzes com fases de diferentes intensidades luminosas podem mudar suas
características aparente em distâncias diferentes, porque algumas fases podem não ser
visíveis.
IX) A visão de uma luz pode ser afetada por um fundo fortemente iluminado.
XI) As bóias de luz não devem ser consideradas confiáveis tanto no que se refere ao
posicionamento quanto ao funcionamento.
Figura 6.21 – Quadro ilustrativo dos sinais na entrada de um porto, de dia e à noite
(Região B).
Considerações finais
c) toda encarnada.
a) sinais cardinais.
b) sinais laterais.
c) perigo isolado.
d) águas seguras.
Responda as perguntas:
6.5) Qual é a diferença entre uma luz de lampejos e uma luz de ocultação?
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6.6) Ao entrar num porto nacional, por qual bordo do navio deve ser deixada a
bóia de corverde?
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6.10) Qual é o significado de uma baliza que tenha no tope dois cones pretos, um
sobre ooutro, com as pontas voltadas para baixo?
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6.12) Como se sabe qual é o tipo de balizamento adotado por um determinado país?
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1) 2) 3)
4) 5) 6)
7) 8) 9)
10) 11)
Tarefa 6 . 1
6.1.1) É uma bóia que emite um sinal luminoso, com características próprias, acionado
por umdispositivo instalado no seu interior.
Tarefa 6 . 2
6.2.1) Sinais laterais, sinais cardinais, sinais perigo isolado, sinais de águas seguras e
sinaisespeciais.
6.2.2) IALA B
6.2.3) Bóia com formato de pilar ou charuto, de cor preta com uma ou mais faixas
horizontais encarnadas, tendo no topo duas esferas pretas, uma sobre a outra; quando
luminosa emite uma luz de cor branca.
6.1) b 6.2) b
6.3) Pela forma e pela cor de sua estrutura; pela forma e cor da marca de tope exibida
(bóiase balizes): pela numeração; pelo sinal radioelétrico transmitido e pelo som emitido (se
houver).
6.5) A luz de lampejos tem o período de luz menor que o período de eclipse; na luz da
ocultação, o período de luz é maior que o período de eclipse.
6.7) Indicar que há uma bifurcação; diz que para entrar no canal principal o navio deve
guinar para BB, deixando a bóia por BE.
6.8) Indicam o setor no qual o navio deve navegar para manter-se “safo” dos perigos
6.9) Se o perigo oferecer riscos graves à navegação, no mínimo um dos sinais usados
deveser duplicado.
6.13) (1) perigo isolado; (2) águas seguras; (3) sinal lateral de BB; (4) sinal lateral de boreste;
(5) canal preferencial à boreste; (6) canal preferencial a bombordo; (7) cardinal Oeste;
(8) cardinal norte; (9) cardinal leste; (10) cardinal sul; e (11) sinal especial.
CAPÍTULO 7
Indicadores de direção;
Indicadores de velocidade e distância navegada;
Indicadores da profundidade;
que aumentam o poder da visão;
Instrumentos meteorológicos;
Indicadores das distâncias do mar.
(Ditado marinheiro)
➢ Odômetro:
➢ Medida de velocidade:
odômetro de superfície;
odômetro de fundo; e
odômetro Doppler
➢ Odômetro de superfície:
➢ Odômetro de fundo
⧫ de tubo Pitot;
⧫ eletromagnético (EM).
Ambos exigem que uma haste seja projetada através do casco, no fundo do navio. É
nessa haste que fica a unidade sensora (que pode ser um tubo de Pitot, ou um aparelho de
indução eletromagnética) que determinam, por medição indireta, a velocidade do navio.
Dentro da haste sensora existem dois tubos: um tubo que abre para vante e outro
que abre para ré. Quando o navio se movimenta para vante, a parte de vante da haste (tubo
de vante) é exposta a pressão total da água que nele entra. O tubo que abre para ré fica
A haste com o tubo de Pitot é projetada através do casco cerca de 0,60 m a 0,75 m,
e assim os orifícios de medição ficam fora da área da água agitada pelo movimento do navio.
(Figura 7.2).
➢ Odômetro eletromagnético
Na haste sensora existe uma bobina de indução que produz um campo magnético.
Dois eletrodos, instalados um em cada lado da haste, captam a voltagem do campo magnético,
quando da embarcação em movimento, medindo assim a velocidade.
Os odômetros eletromagnéticos
se baseiam no princípio fundamental do
eletromagnetismo, que diz:
➢ Odômetro DOPPLER
Que tal uma parada para colocar em prática o que você acaba de estudar?
Tarefa 7 1
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➢ Prumo de mão
O prumo de mão serve para sondar em volta do navio, quando este está encalhado,
para verificar a situação de encalhe, que é um dado importante para a operação de
salvamento. Ele serve também para indicar se o navio fundeado (“garra”). Para isso, larga-se
a chumbada no fundo, com um pouco de seio na linha, e amarra-se esta à borda. A inclinação
da linha indicase o navio está “garrando”.
➢ Ecobatímetro
Dessa maneira, o caminho percorrido pelo pulso é igual a duas vezes a distância
daquilha do navio ao fundo do mar. Então, a profundidade será dada pela fórmula a seguir:
onde:
v.t
d =
➢ Funcionamento do ecobatímetro
Acompanhe a descrição.
Figura 7.10
Figura 7.9 – Indicador gráfico.
Indicador digital com tela de cristal líquido (LCD).
Mas o nível do mar, também varia em função das marés. Assim, para comparar
aprofundidade medida por meio do ecobatímetro com a profundidade indicada na carta, é
preciso considerar a altura da maré no instante da indicação do ecobatímetro e subtraí-la, se
a altura da maré for positiva ou, eventualmente, somá-la se a altura for negativa (Maiores
detalhes sobre maré você verá no modulo de oceanografia).
➢ Limitações do Ecobatímetro
Assim, teremos mais precisão e confiança nas leituras efetuadas em fundos bons
refletores, isto é, fundos duros.
Para saber a qualidade do fundo, podemos consultar a carta de navegação (desde
que tenhamos uma posição estimada confiável) ou colher amostras do fundo com o prumo de
mão (neste caso, poderemos até comparar as leituras do prumo e do ecobatímetro, para
verificar se o ecobatímetro está regulado).
Anteriormente, dissemos que o ecobatímetro pode ser usado para gerar linha de
posição.
Caso você tenha um rumo no qual seja possível prever que cruzará uma linha
isobática, basta ligar o ecobatímetro e manter a atenção, a fim de anotar o momento que
indicará a profundidade da isobática.
Porém, é necessário que você tenha outra linha de posição, como já vimos
anteriormente, para cruzar com a isobática, e assim determinar o ponto (posição) onde se
encontra a embarcação.
Com base no que você estudou sobre indicadores de profundidade, faça a tarefa
abaixo.
Tarefa 7 2
Os binóculos são definidos pelos seus parâmetros óticos e designados por dois
números (exemplo: 7x50) que indicam a potência e o tamanho da objetiva, respectivamente.
sofrem um revestimento (COATING) que elimina essa perda e restaura a luz ao feixe
transmitido. Esse revestimento é evidente como uma película azul escura quando a lente
évista sob luz refletida.
Você acaba de estudar sobre os instrumentos que aumentam o poder da visão e são
muito úteis a bordo. Portanto, faça a tarefa a seguir.
Tarefa 7 3
Responda:
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As condições do tempo necessitam ser levadas em consideração por todo aquele que
freqüenta o mar. Um conhecimento mínimo sobre meteorologia, aliado a leituras de
indicadoresde pressão atmosférica, temperatura e umidade permitem que possamos fazer a
previsão de maneira adequar para evitarmos eventuais perigos.
➢ Anemômetro
Figura 7.14 –
Anemômetro portátil.
➢ Anemoscópio
Quando fazemos referência à direção do vento, estamos dizendo “de qual direção
ele está soprando”. Se quisermos fazer referência ao “rumo do vento”, necessitamos usar o
valorda recíproca, ou seja, a direção “para onde vai”. Assim, um vento que sopra de SW tem
a direção SW, porém seu rumo é NE. Um vento deve sempre ser expresso por seus elementos
que são a direção e a intensidade.
Tarefa 7 4
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Escala Beaufort
ATENÇÃO:
Higrômetro e Psicrômetro
Radar
Hoje em dia, as distâncias a objetos no mar são obtida com o radar, e menos
usualmentecom o sextante, ou processos práticos.
Você terá aqui uma noção básica do radar, porque este equipamento é complexo,
tem muitos recursos e seria aqui bastante difícil passar todas as informações sobre ele. Para
operá-lo e conhecê-lo bem existe um curso específico sobre radar no CIAGA.
Observe a figura 7.21, que representa a tela do radar que detectou a linha da costa e
a imagem real correspondente.
Muito bem, podemos então verificar que o radar fornece ao navegante, distâncias e
posições reais de objetos (linha da costa, ilhas, outras embarcações, etc.) e em uma
determinada escala. Logo, com o radar é possível executar uma navegação costeira, isto é,
fazer marcações e obter distâncias de ponto notáveis que estejam identificados pelas cartas
náuticas, principalmente quando existirem dificuldades de executar uma navegação visual,
como, por exemplo, quando se está navegando muito distante da costa, quando se está
navegando à noite ou em condições adversas de tempo (temporal, nevoeiro, etc.).
Além disso, o radar é muito útil para a segurança da navegação na entrada e saída de
portos, navegação fluvial e lacustre e para o controle do tráfego adjacente, ou seja, o controle
das embarcações que estejam navegando próximo, a fim de identificar se existem riscos de
colisão.
Indicador: produz uma indicação visual dos pulsos dos ecos, em uma maneira que
forneça as informações desejadas dos alvos detectados.
⧫ Relativo: o nosso navio fica parado no centro da tela, os alvos se ouvem com
rumo e velocidade relativos, a terra se move em relação ao rumo e à velocidade do nosso
navio.
Vantagens
✓ A posição pode ser obtida facilmente por meio de um único objeto fixo.
Desvantagens
✓ As cartas náuticas não são adaptadas para identificação na tela, o que causa
problemas quando comparamos os contornos de terra mostrados no radar com os da carta.
(Figura 7.21)
Que tal uma parada para verificar o que aprendeu até aqui?
Tarefa 7 5
7.6. 5 RACON
O pulso emitido pelo radar de bordo é recebido pelo RACON, amplificado e vai
disparar o transmissor do equipamento, que emite um sinal onidirecional. Este sinal é
recebido a bordo quando a antena do radar está orientada diretamente para o RACON,
aparecendo na tela do indicador, geralmente como um sinal em Código Morse, que se origina
na posição do RACON e se estende radialmente para fora, na direção da periferia da tela
(Figura 7.23).
Assim, o primeiro traço ou ponto indica a posição do sinal onde está instalado o
RACON. Desta forma, a distância deve ser medida tangenciando-se a borda interna do
primeiro pontoou traço do sinal codificado do RACON (isto é, a “margem mais próxima”). A
marcação é medida, ajustando-se o cursor de marcação a meio do sinal codificado.
a) Aterragem
c) Alinhamento
d) Marcações de ponte
e) Novos perigos
O RACON é usado para marcar um novo perigo à navegação, tal como um casco
soçobrado. Neste caso, deve responder com um sinal correspondente à letra “D” em Código
Morse (— • •).
O RACON pode ser usado para marcar e identificar uma estrutura “offshore”, tal
como uma plataforma de petróleo.
Considerações finais
Concluímos mais uma etapa de nosso estudo. Nesta unidade você conheceu os
principais equipamentos e instrumentos utilizados a bordo e que são importante para que a
navegação seja realizada com segurança. A série de equipamentos é bastante extensa; você
irá conhecê-los na integra quando embarcar. É importante que saiba operá-los bem para
poder obter as informações que servirão de base para auxiliar na sua decisão sobre como
manobrara embarcação.
Agora faça uma revisão desta unidade e confira seus conhecimentos respondendo
aoteste de Auto-Avaliação.
Tarefa 7.2
Tarefa 7.3
7.3.2) 10 vezes
Tarefa 7.4
Tarefa 7.5
Teste de auto-avaliação
7.2) A escala Beaufort serve para classificar a intensidade do vento numa escala de
0 a 12 e associar a força do vento ao estado do mar.
7.8) Para medir a pressão atmosférica. O tipo mais usado a bordo é o barômetro
aneróide.
Parabéns!
BOA SORTE!
CAPÍTULO 8
Entretanto, não se deve esquecer de que o GPS está sob total controle estrangeiro
e, até mesmo sob a forma Diferencial (DGPS), pode ter sua precisão degradada
intencionalmente sem que nada possamos fazer.
O segmento espacial foi projetado para garantir que pelo menos quatro satélites
estejam sempre à vista (acima do horizonte) em qualquer ponto da superfície da Terra,
fornecendo umacobertura global 24 horas por dia.
Todos os satélites transmitem seus sinais em duas freqüências da faixa de UHF, mas o
sinal de cada satélite é transmitido com uma modulação diferente, sob a forma de código, que
permite a perfeita identificação dos satélites pelo receptor GPS de bordo.
Essas modulações permitem dois tipos de serviços conhecidos como:
__________________________________________________________________________
3 A partir de 1º de maio de 2000, foi decidido pelos Estados Unidos a descontinuação
internacional dos sinais do GPS, mais conhecida como Disponibilidade Seletiva (AS).
Isto significa que o usuário GPS está habilitado a determinar sua posição com uma precisão
10 vezes maior do que vinha obtendo.
O receptor GPS de bordo recebe os sinais dos satélites e determina a posição deles (satélites)
por comparação dos dados.
b) O receptor GPS de bordo mede com muita precisão (por doppler) a distância
navio-satélite.
c) Sendo a posição dos satélites conhecidas e suas distâncias ao navio também,
o receptor GPS de bordo determina sua própria posição através de uma triangulação dos sinais
dos satélites (Figura 8.3)
d) Em poucos minutos, o equipamento efetua esses cálculos automaticamente
e fornecea latitude, a longitude e a hora de acordo com o relógio do satélite.
__________________________________________________________________________
3 A partir de 1º de maio de 2000, foi decidido pelos Estados Unidos a descontinuação
internacional dos sinais do GPS, mais conhecida como Disponibilidade Seletiva (AS).
Isto significa que o usuário GPS está habilitado a determinar sua posição com uma precisão
10 vezes maior do que
vinha obtendo.
8.1.1 . 4 Almanaque
Para que o receptor GPS de bordo possa operar, é necessário que tenha em suamemória
um almanaque com todas as informações sobre os satélites, que são seus dados orbitais.
8.1.Como o equipamento receptor GPS NÃO sai da fábrica com o “almanaque” inserido,
ele deve ser preparado para recebê-lo após a instalação a bordo. Assim as informações do
“almanaque” são memorizadas pelo receptor GPS por ocasião de sua primeira operação. Sem
dispor do “almanaque” em sua memória, a posição GPS não pode ser determinada. A partir
daí, cada vez que o receptor captar um satélite, ele consulta o seu “almanaque” e calcula
imediatamente a posição desse satélite.
Mas, sendo um equipamento diversificado, pode ser utilizado para uma infinidade de
funções, todas elas ligadas à navegação e sua segurança. Entre essas funções, as mais usuais
são:
– determinação da velocidade do navio em relação ao fundo;
Tarefa 8 1
8.1.2) Quais são os tipos de serviços que o sistema GPS fornece, e qual deles é
acessívelaos navegantes?
O DGPS (Diferencial GPS) é uma das mais sofisticadas formas de navegação GPS,
permitindo medidas muito precisas. O DGPS baseia-se nos sinais transmitidos a partir de uma
estação fixa, em terra, de posição bem definida. É um novo conceito de auxílio à navegação.
A técnica DGPS foi desenvolvida a fim de que fosse alcançada uma maior precisão, entre
8 e 20 metros, necessária à aproximação dos portos, navegação portuária e em águas
restritas, o que não se conseguia obter com o GPS.
Embora o sistema DGPS seja planejado para operar nas proximidades dos portos, seu
alcance ultrapassa os limites dessa área e pode cobrir águas até cerca de 250 milhas da costa.
O sistema emprega uma série de estações de referência (Radiofaróis) em pontos cujas
coordenadas são conhecidas com precisão. Em operação as estações de referência recebem
continuamente os sinais dos satélites GPS; comparam os valores recebidos com a sua própria
posição conhecida, computam a diferença e geram as correções na medida da distância para
cada satélite GPS. Estas correções são transmitidas pelas estações de referência para os
receptores DGPS instalados nas embarcações que trafegam na área, eliminando virtualmente
todos os erros nas medidas. Sua precisão pode chegar a dois metros (figura 8.4).
As transmissões são feitas em freqüências utilizadas pelos radiofaróis marítimos, sem prejuízo
da radiogoniometria.
Figura 8.5 – GPS portátil. Figura 8.6 – GPS com ploter. Figura 8.6.a – GPS Furuno.
Aqui, você aprenderá como operar um equipamento GPS do tipo básico, ou seja, um
equipamento que fornece, além dos dados provenientes do sistema (latitude e longitude),
alguns dados adicionais que são os mais comuns em qualquer equipamento. Desta forma,
você estará apto a operar um equipamento básico, assim como obter dados mais importantes
para a navegação em um equipamento mais sofisticado.
Cabe ressaltar que, devido à grande variedade de modelos hoje no mercado e de
fabricantes de origens diferentes (Estados Unidos, Europa e Japão), os termos e siglas
apresentados pelos equipamentos estão no idioma inglês, porém ainda não estão
padronizados. Isto significa que um termo ou sigla utilizada por um fabricante pode não
ser igual ao de outro, mas a função é a mesma. Portanto, não se preocupe com isso. O
importante é que você entenda a função operativa, pois desta forma, quando for operar o
GPS em que os termos ou siglas não sejam conhecidos, você facilmente descobrirá as funções
operativas de cada um deles. Além do mais, nós daremos os termos em português e, entre
parênteses, os termos e siglas mais comumente usadas pelos fabricantes, em inglês.
Ao ligar o aparelho, é necessário inserir algumas informações para que, quando receba
um sinal do sistema (satélites), possa decodificá-lo de forma a fornecer os dados (latitude e
longitude) corretamente.
A maioria dos GPS mantém essas informações em sua memória, mesmo depois de
desligados. Portanto, só devem ser inseridas novas informações caso haja modificações. Veja
quais são as principais informações:
✓ Hora local (Local time) – como o sistema utiliza a Hora Média de Greenwich
(HMG),é necessário que o navegante insira o fuso horário da região onde está navegando, a
fim de que as posições fornecidas tenham como registro a hora local. Para tanto, é
indispensável acionar a função UTC (universal time coordinated) e inserir o fuso. Quem navega
na costa brasileira, por exemplo, deve inserir + 3, que corresponde ao fuso da costa do Brasil.
✓ Datum – como existem pequenas distorções referentes às projeções das
cartas náuticas, é necessário que o navegante insira o datum, que é uma referência
cartográfica da projeção da carta, no equipamento. Desta forma, as posições fornecidas
estarão adequadas a distorções da projeção. As cartas náuticas brasileiras têm como datum
universal o WGS 84,que deve ser inserido no equipamento.
✓ Sistema Náutico – como o GPS é um equipamento utilizado para outros tipos
de navegação (aérea e terrestre), e cada uma delas utiliza-se de medidas características, é
necessário que o navegante coloque o equipamento no modo náutico, para que este forneça
as distâncias em milhas náuticas e as velocidades em nós.
Muito bem, feito isso, o GPS estará pronto para fornecer ao navegante, a todo instante,as
suas coordenadas (latitude e longitude).
de mudança de rumo) (ETE) ou a hora de chegada no ponto final (último waypoint). (ETA)
✓ Duração de travessia até um waypoint (Time To Go – TTG) – esta função
informa otempo que falta para chegar a qualquer ponto da derrota, a partir da posição atual.
Com estas informações, certamente você poderá utilizar qualquer GPS, porémaconselhamos
que, antes de operá-lo, consulte alguém com experiência, para que passe as informações
específicas daquele modelo. Caso seja possível, procure consultar o manual do equipamento,
o qual normalmente está no idioma inglês, mas já existem alguns traduzidos por revendedores
nacionais.
Como você pode observar, o GPS resolve as duas grandes questões tratadas na
navegação (o rumo a navegar e a determinação da posição da embarcação); porém deve-se
utilizá-lo com muito critério, porque a responsabilidade da navegação continua sendo do
próprio navegante.
A figura 8.10, a seguir, mostra a tela típica de um equipamento GPS. Procure identificar
todas as informações que ela fornece.
Não esqueça:
O sistema GPS é formidável, realmente. Entretanto, ele não dispensa, em hipótese
alguma, os tradicionais conhecimentos sobre navegação, principalmente quando
se navega em situações especiais relacionadas com a segurança, ocasião em que se
deve lembrar que o sistema tem um erro inerente a ele, que pode chegar a 100
metros.
Tarefa 8 2
8.2.3) Qual é a sigla que significa “ponto de mudança de rumo” na tela do GPS?
Para a total cobertura pelo GMDSS, os mares do globo são divididos em quatro áreas
deoperações dos navios, como se segue:
Área A1 – dentro do alcance de estações costeiras VHF (até cerca de 25 milhas da Costa) na
qual um alerta DSC contínuo esteja disponível (média freqüência).
Área A2 – dentro do alcance de estações costeiras, MF (até cerca de 150 milhas da costa),
na qual um alerta DSC (chamada seletiva digital) continua esteja disponível.
Área A3 – dentro do alcance do serviço das estações costeiras HF (mais de 150 milhas da
costa) e do satélite INMARSAT, cuja cobertura abrange todo o globo, exceto as regiões polares
e na qual um alerta DSC contínuo esteja disponível.
Área A4 – área remanescente, fora das áreas A1, A2 e A3.
Este sistema de satélites desenvolvido pelos EUA, Inglaterra, França, Canadá e Rússia é
dedicado a coletar mensagens de socorro transmitidas por navios ou por EPIRBs. O Sistema
está apoiado em satélites, em órbitas polares, e seu funcionamento pode ser resumido
comose segue.
O conceito básico do sistema COSPAS-SARSAT é mostrado na figura 8.12. Existem,
atualmente, três tipos de localizadores-satélite (satellite beacons) para emprego com o
sistemaCOSPAS-SARSAT:
8.2.2. 5 Navtex
Foi criado pela International Maritime Satellite Organization (INMARSAT) para prover
comunicações marítimas via satélite e, em conseqüência, melhorar as comunicações de
socorro salvamento e segurança da vida humana no mar.
O sistema INMARSAT emprega quatro satélites geoestacionários, provendo as estações
com recursos de alerta de socorro e a capacidade para estabelecer comunicações por
radioteleimpressão e radiotelefonia. Através do INMARSAT o navio pode transmitir
automaticamente uma mensagem de socorro com informações básicas: identificação do
navio, posição, hora do pedido de socorro e a natureza do socorro. O equipamento possui
ainda recursos para acessar as redes internacionais de telex, serviços de correio eletrônico e
computação de dados. A cobertura dos satélites INMARSAT abrange a faixa de latitude 70º N
a70º S.
Obs: O GMDSS será estudado mais detalhadamente em outro módulo deste curso.
Tarefa 8 3
– identificar navios;
– acompanhar a trajetória de outros navios;
– simplificar e promover a troca de informações;
– proporcionar informações adicionais para evitar colisões;
– reduzir as comunicações por voz quando usando os sistemas
obrigatórios de controle de navios (ships reports systems).
O AIS é uma fonte adicional de informações sobre a navegação. O AIS apóia, mas não
substitui os sistemas de auxílio à navegação, tais como o acompanhamento radar de alvos e
serviços VTS. Os dados recebidos via AIS aumentarão a qualidade das informações
disponibilizadas para o pessoal de bordo. Assim, ele se torna uma importante ferramenta para
O AIS trabalha com dois canais exclusivos na faixa de VHF, nas freqüências 161,975MHz
(AIS 1, canal 87 B) e 162,025 MHz (AIS 2, canal 88B). na prática a capacidade do sistema é
ilimitada, permitindo um grande número de navios operarem ao mesmo tempo.
O equipamento pode ter alcance entre 20 e 30 milhas, dependendo da altitude da antena.
Com o auxílio de estações repetidoras a cobertura tanto para os navios como para as estações
VTS pode ser aumentada.
O sistema é também compatível com os equipamentos DSC (chamada seletiva digital)
permitindo que estações GMDSS baseados em terra, por meio dos canais de operações do
AIS, possam, com custos reduzidos, estabelecer comunicações, identificar, rastrear e
monitoraros navios equipados com AIS.
De acordo com o SOLAS, capítulo V, regra 19, a partir de 31/12/2004, todos os navios
novos com arqueação bruta igual ou superior a 300 toneladas (Gross tonnage) engajados em
viagens internacionais, navios de carga com arqueação bruta igual ou superior a 500 AB não
engajados em viagens internacionais, e todos os navios de passageiros, de qualquer
tonelagem e tamanho, devem ser equipados com Sistema Automático de Identificação (AIS).
O AIS deve:
São quatro os tipos de informações contidas nas mensagens transmitidas pelo AIS dos
navios:
➢ Informações dinâmicas
➢ Relatório de viagem
– Calado do navio;
– Carga perigosa que transporta e tipo;
– Destino e ETA;
– Plano de viagem (way points), a ser introduzido manualmente no inicio da
viagem, acritério do comandante, e atualizadas sempre que necessário; e
– Pessoas a bordo; enviado somente por iniciativa do navio ou quando
interrogado.
As mensagens devem ser tão curtas quanto possível. O sistema permite mensagens comaté
158 caracteres.
Onde já existe um radar disponível, o AIS serve para fornecer a identificação positiva
dos navios, o que, de outra forma, não seria obtido exceto pela troca de mensagens fonia
peloVHF. Alguns portos e áreas VTS utilizam, portanto, o AIS como uma ferramenta do VTS
para aumentar a área de cobertura radar. Devido às diferentes formas de propagação da onda
de tráfego na faixa de VHF e sua capacidade de cobrir efetiva e acuradamente o tráfego em
áreas não cobertas pelo radar, o AIS aumenta a segurança da navegação em estreitos, áreas
de restrições radar ou em rios e canais onde a densidade do tráfego torne a tela do
radarcongestionada. (Figura 8.18)
Figura 8.18 – Comparação das telas do radar e do AIS em rio ou canal restrito
Tarefa 8 4
Responda as perguntas:
O VTS (Vessel Traffic Services) é definido pela resolução A.578 (14) da IMO, como:
8 . 4. 1 Os serviços VTS
Os serviços VTS podem ser destinados aos navios individuais contribuindo com as
atividades da navegação em curso a bordo, ou para embarcações em geral. Seu objetivo é
organizar o tráfego, prevenindo o desenvolvimento de situações perigosas e otimizando a
utilização das vias de acesso.
De acordo com a regra 12 do capítulo V do SOLAS, o serviço VTS será implantado
quando a administração do porto julgar conveniente, em função do volume de tráfego e de
riscos envolvidos, que o justifiquem.
Os seguintes serviços podem ser prestados:
A IMO definiu o VDR (Voyage Data Recorders) como um recurso para a manutenção
de arquivos de forma segura e que possam ser recuperados para fornecer informações
relativas à posição, movimentos, status físicos, comando e controle da embarcação antes e
depois de um acidente.
As informações servem como subsídios para administração, ou para o proprietário
durante qualquer investigação subseqüente sobre as causas do acidente.
Chamado de VDR o sistema é semelhante ao bem conhecido como “caixa preta” usado na
indústria aeronáutica.
De acordo com o SOLAS (regra 20, capítulo V), a partir de 01/07/2004, todos os navios
de passageiros e navios RoRo de qualquer porte, e outros navios que não de passageiros de
3000 toneladas (gross tonnage) ou mais, engajados em viagens internacionais devem possuir
o VDR instalado a bordo.
O VDR deve manter, continuamente, o registro seqüencial de dados pré-selecionados
Eledeve ser montado em uma cápsula protegida e colorida com uma cor brilhante (laranja),
como seu similar aeronáutico, e deve ser inteiramente automático em sua forma de operação
normal.
A “caixa preta marítima” deve flutuar livremente ou ser fixada na embarcação;
emambos os casos ela deve ser dotada de um dispositivo para ajuda na sua localização (ex:
um radiotransmissor submarino).
A localização da “caixa preta” a bordo deve ser no lado externo do passadiço e acessível
para os serviços operacionais e rotinas de manutenção, mas longe de combustíveis, ou de
fontes potenciais de fogo, para facilitar o seu recolhimento por um robô remotamente
controlado (ROV) ou por mergulhadores.
A fim de ser facilmente localizada e recolhida a cápsula protetora será marcada com a
legenda em inglês:
8 . 6. 1 Função do radiogoniômetro
Considerações finais
8.1) No sistema GMDSS, qual é o nome do equipamento que responde aos sinais do
radar donavio de salvamento?
8.9) Para calcular o ETA, qual é a velocidade do navio que o GPS usa?
8.10) Quais são as três informações básicas que o GPS fornece ao navegante?
Tarefa 8 . 1
8.1.2) Serviço de PPS e SPS. O serviço acessível aos navegantes é o SPS que é menos
preciso do que o PPS, destinados às forças armadas.
8.1.3) 27 Satélites, sendo 24 ativos e 3 de reserva.
Tarefa 8 . 2
8.2.3) WP ou WPT.
Tarefa 8 . 3
8.3.3) NAVTEX.
Tarefa 8 . 4
8.1) SART
8.4) COG = Rumo no Fundo 170º; SOG = Velocidade no Fundo 10,5 milhas e XTE = erro
ou afastamento lateral 0,05 milhas.
8.5)
Área A1 – Dentro do alcance das estações costeiras VHF (até cerca de 25 milhas da costa);
Área A2 - Dentro do alcance das estações costeiras HF (até cerca de 150 milhas da costa)
Área A3 - Dentro do alcance das estações costeiras HF (até cerca de 1,50 milhas da costa) ou
do serviço de satélite INMARSAT, cuja cobertura abrange todo o globo, exceto as regiões
polares;
Área A4 – Área remanescente, fora das áreas A1, A2 e A3.
Muito bem!
Você venceu, com seus próprios méritos, mais um capitulo em busca de sua
meta final.
Estude com entusiasmo a próxima unidade deste módulo, que trata das
“Publicações de Auxilio à Navegação”.
Insista, não desista nunca!
CAPÍTULO 9
São tábuas que contêm a previsão das marés com horas e alturas das preamares e
baixa-mares dos principais portos e barras da costa brasileira e alguns portos estrangeiros,
para todos os dias do ano.
A tábuas das marés, que é uma publicação anual, possibilita, também, a determinação
das alturas de marés em um instante dado, através de cálculos especiais.
Como exercício, verifique no extrato das Tábuas das Marés (a seguir) qual foi a hora e
a altura da PREAMAR e da BAIXAMAR no terminal de Alumar (Maranhão) no dia 8 de outubro
de 2008.
9.1.2. 3 Roteiro
III – Costa Sul – do cabo Frio ao Arroio Chuí, Lagoas dos Patos e Mirim; eIV – Rio
Paraguai – da Ilha Ita Piru ao Porto de Cárceres.
Veja a seguir um extrato do Roteiro – Costa Sul que deve ser lido acompanhando
nacarta náutica correspondente.
Baía de Guanabara
Carta 1501
A baía de Guanabara é considerada uma das mais belas e abrigadas baías do mundo.
Tem sua barra localizada entre as pontas de Santa Cruz e de São João, com uma largura de
1M; estende-se por 16M na direção N-S e tem uma largura máxima de 15M na direção E-W.
Na sua margem oeste ficam a cidade do Rio de Janeiro e seu porto, um dos mais importantes
do país; na margem leste estão a cidade de Niterói e seu pequeno porto; na porte norte, junto
à ilha do Governador localiza-se um dos principais terminais de petróleo do país; em ambas
as margens ficam, também, grandes estaleiros construtores e reparadores de navios.
RECONHECIMENTO DE DEMANDA
A pedra da Gávea é um ponto que pode ser reconhecido a 50M, de qualquer direção;
sua altitude (842m) e formato, com a parte superior plana e as faces laterais quase verticais,
sem vegetação, a tornam uma marca notável para aterragem.
Outros pontos notáveis são o pico do Corcovado, com a estátua do Cristo Redentor, e
o morro do Pão de Açúcar, este também identificando o extremo oeste da barra da baía de
Guanabara (vista III–3).
À noite, os clarões das cidades do Rio de Janeiro e Niterói e os faróis Ponta Negra, Rasa
e Maricás aparecem, nesta seqüência, para o navegante procedente do norte. Para quem vem
do sul, o farol Rasa, o Cristo Redentor iluminado do pico do Corcovado e as luzes rápidas das
torres de televisão da serra da Carioca e da torre do morro do Pico também são vistos de
grande distância.
Com má visibilidade, o radiofarol da ilha Rasa é importante auxílio na aterragem para quem
vem de alto-mar; quem navega próximo à costa, vindo do norte ou sul, tem a aterragem
facilitada pelas ilhas e pontos característicos da costa, que dão bons alvos na tela do radar.
Para demandar a barra, as ilhas ao largo e os picos e pontos existentes na costa, nas
proximidades da entrada da baía, facilitam o posicionamento do navio por processo visual ou
pelo radar. Os navios com calado igual ou superior a 11,28m (37 pés) devem navegar no canal
dragado a 17m (1979), que começa nas proximidades da ponta de Copacabana e é demarcado
nas cartas. Os navios com calado inferior a 11,28 (37 pés) podem deixar a ilha de Catunduba
por bombordo, seguindo de preferência as rotas mostradas no gráfico da página a seguir, até
alcançarem a barra, quando deverão navegar, obrigatoriamente, no canal varrido a 17m
(1990), demarcado nas cartas e que vai até os terminais de petróleo a leste da Ilha do
Governador, na parte norte da baía.
PONTOS CARACTERÍSTICOS
Ponta de Santa Cruz (22º56,3’S – 043º08,1’W) – No extremo leste da barra, rochosa e ocupada
por um antigo forte, onde fica o farol Santa Cruz (2432), uma torre hexagonal envidraçada,
branca, com luz na altitude de 26m e alcance de 17M.
Ilha Laje – No meio da barra e a oeste do canal varrido, também rochosa e ocupada por uma
antiga fortaleza. Nela está o farol Laje (2436), uma torre tronco piramidal de concreto armado,
Ilha da Boa Viagem (22º54,6’S -043º07,8’W) – Na Margem leste e ligada à cidade de Niterói
por uma ponte, elevada e coberta por vegetação. Em seu cume destaca-se uma igreja isolada,
pintada de branco.
Ilha de Villegagnon – 1,5M a W da ilha de Boa Viagem e ligada ao aeroporto Santos Dumont
por uma ponte, toda ocupada pela Escola Naval da Marinha do Brasil. Em seu extremo leste
fica o farolete Villegagnon (2444), uma torre tronco piramidal de concreto armado, verde, com
luz na latitude de 7m e alcance de 5M.
Ilha Fiscal (22º53,8’S – 043º10,0’W) – Na margem oeste ligada à ilha das Cobras por um molhe,
ocupada por um edifício em estilo gótico pintado de verde, onde uma torre com relógio se
destaca na sua parte central. Foi a sede da Diretoria de Hidrografia e Navegação no período
de 1914 a 1983.
Ilhas das Cobras – Na margem oeste, junto à ilha Fiscal e ligada à cidade do Rio de Janeiro por
uma ponte, é ocupada pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. No seu ponto mais elevado
há uma torre com um posto de sinais, com o qual todos os navios devem se comunicar nas
ocasiões mencionadas no item Controle de Movimentação da pagina “69”.
Ilha das Enxadas – 0,6M ao N da ilha das Cobras, totalmente edificada. Na sua parte central
há uma caixa-d’água elevada, que se destaca do conjunto de edificações pintados de branco.
Ponte Presidente Costa e Silva (Ponte Rio-Niterói) – Atravessa a baía na direção E-W, ligando
o Rio de Janeiro a Niterói e às cidades da região Norte do estado do Rio de Janeiro. As alturas
Freqüência: 4321 e 8462 kHz. Emissão: A1A. Potência: 1 kw. Horário de transmissão: 0600 e
1800.
Área marítima abrangida pelos avisos de área: NAVAREA V.
Trecho da costa abrangido pelos avisos costeiros e locais: Da baía do Oiapoque à foz do rio
Parnaíba inclusive os rios da bacia amazônica.
Administração: EMBRATEL, SNC.
Freqüência: 4321 e 8462 kHz. Emissão: A1A. Potência: 1,0 kw. Horário de transmissão: 0200 e
1400.
Área marítima abrangida pelos avisos de área: NAVAREA V.
Trecho da costa abrangido pelos avisos costeiros e locais: Da foz do rio Parnaíba, ao
porto de Ilhéus. Administração: EMBRATEL, SNC.
Horário de transmissão: A1A – 0500, 1330 e 2230; F1B – 0400, 1230 e 2130. Área marítima
abrangida pelos avisos de área: NAVAREA V.
Trecho da costa abrangido pelos avisos costeiros e locais: Toda a costa brasileira.
Observação: As freqüências de 4289 e 22530 kHz serão utilizadas a pedido das estações
receptoras, conforme a necessidade.
Freqüência: 4321 e 8462 kHz. Emissão: A1A. Potência: 1 kw. Horário de transmissão: 0800 e
2000.
Área marítima abrangida pelos avisos de área: NAVAREA V.
Trecho da costa abrangido pelos avisos costeiros e locais: do porto de Santos ao arroio
Tarefa 9 1
Responda:
9.1.1) Qual publicação deve ser consultada para você conhecer os recursos de um
porto?
9.1.2) Qual é a publicação que fornece informações sobre as estações costeiras que
divulgam, via rádio, os “Avisos aos Navegantes?
Figura 9.6 – Carta 12000 – símbolos, abreviaturas e termos usados nas cartas náuticas.
✓ Avisos Rádio Náuticos – São aqueles com informações que, devido à urgência
que se deseja com que cheguem aos navegantes, são transmitidos via rádio e / ou via satélite.
Em função da região em que a alteração ocorre e do tipo da navegação a que irá
primordialmente interessar, os Avisos-Rádios Náuticos são classificados em Avisos de Área,
Avisos Costeiros e Avisos Locais.
✓ Aviso Temporário (T) – é aquele que se refere às correções nas cartas náuticas
de natureza transitória. As correções decorrentes destes avisos devem ser feitas a lápis.
O registro das alterações temporárias e preliminares deve ser feito anotando-se a lápis, o ano
e o número aviso, junto ao local no qual foi feita a alteração. Ex: 2007/245 (T).
✓ Aviso Permanente Especial (APE) – é aquele que, embora não altere as cartas
náuticas, se destina a divulgar informações gerais de caráter permanente importantes para os
navegantes. São divulgados em sua totalidade somente Folheto nº. 1 de Avisos aos
Navegantes de cada ano.
O folheto de “Aviso aos Navegantes” (NAVAREA V) está também disponível para distribuição
gratuita nas Capitanias dos Portos e em suas Delegacias e Agências, nos serviços de sinalização
náutica e nos postos de venda de cartas.
Recomenda-se aos navegantes que façam uso sistemático das publicações de auxilio à
navegação em suas últimas edições corrigidas.
Semestralmente, nos folhetos nºs. 1 e 13 do ano sairá a “Relação numérica das cartas
afetadas” pelos Avisos dos semestres.
O Gabarito deve ser usado sobre a carta, em conjunto com o Aviso Permanente o qual
acompanha, observando-se o encaixe correto do reticulado representado próximo à correção
a ser efetuada.
AVISOS-RÁDIO
COSTA NORTE
NAVAREA V
2010
N 0627 01°34’.12 N Barra Norte do rio Amazonas - Carta 210 - Barca-farol Amazonas
n° 149º 01’.35 W (AM-1) - G0003 - Desaparecida
N 0658 01º 09' 64 N Barra Norte do rio Amazonas - Carta 201 - Bóia de luz Águas
Seguras 49° 33'.33 W n° 3 - NRORD 20 - Fora de posição.
N 0761 02º 12',67 S Bala de São Marcos - Carta 410 - Farol Pirajuba - G 0078 -
Luz inconfiável 44º 24'.17 W e respondedor radar (RACON) inoperante.
COSTA SUL
COSTEIROS
2010
S 4350 24º 01'.40 S Proximidades da ilha da Moela - Carta 1711 - Casco soçobrado
com
S 4163 27º 17’.74 S Ilha do Arvoredo - Carta 1903 - Farol Arvoredo - G 0562 - Luz
inconfiável.
48° 21'.37W
COSTA NORTE
AVISOS PERMANENTES
Porto de Suape • Trecho do pier destruído - Existência de farolete provisórioNome - Pier de Cargas
Múltiplas
Nova denominação - Pier de Granéis Líquidos e Gasosos (ver Aviso Permanente E 96/94)
Posição - 08° 23'.88 S 34° 57.41 W
Característica da luz F.A
Altura: 3 metros.
Tarefa 9.2
9.2.1) Quando um símbolo utilizado na carta é desconhecido pelo navegante, onde ele
deveverificar o seu significado?
Considerações Finais
Você concluiu mais uma etapa do seu curso. Ao longo desta Unidade, foram apresentadas as
principais publicações que você necessitará consultar ao realizar qualquer viagem. O
“Roteiro” a “Lista de Faróis” a “Lista de Auxílios-Rádio”, e os “Avisos aos Navegantes”, entre
outras, estão disponíveis a bordo, para serem utilizadas sempre que forpreciso.
Consulte-as mesmo nos momentos em que delas não precisar você aprenderá muito.
9.4) Explique como deve ser feita uma correção permanente numa carta náutica, e
onde seanota que a sua realização foi efetuada.
9.5) Explique qual é a finalidade do Aviso aos Navegantes do tipo Aviso-Rádio; como
ele édivulgado e por quem.
9.1.1 ) Roteiro.
Tarefa 9.2
Teste de Auto-avaliação
9.1) A Lista de Auxílio-Rádio fornece a maioria das informações referentes aos serviços e
equipamentos que utilizam ondas de Rádio (transmissão radioelétrica) para sua divulgação
aosnavegantes em horário e freqüências pré-estabelecidas.
9.4) Devem ser feita à tinta carmim (ou vermelha), e se for o caso, coladas na carta. Devem
serregistradas na margem inferior esquerda da carta correspondente, anotando-se o ano e o
número do aviso respectivo (ex: 2007/102).
9.5) São aqueles que contem informações que, devido à urgência com que se deseja que
cheguem aos navegantes, são transmitidos via rádio pela rede de estações costeira (RENEC)
ou via satélite.
9.6) Previsão das horas e alturas das baixa-mares e preamares para os portos nacionais e
alguns estrangeiros.
9.7) Em 4 volumes: Costa Norte, Costa Leste, Costa Sul e Rio Paraguai.
Parabéns !
Você está indo muito bem!
Falta apenas um pouquinho para chegar ao final da sua viagem. Agora
basta somente você navegar até a última Unidade de Ensino, que trata do
“Planejamento e Execução de uma Derrota”, onde você vai aplicar tudo que
aprendeu ao longo deste módulo.
Navegue com cautela, para chegar com segurança ao seu destino.
CAPÍTULO 10
Aqui você vai enfrentar o mar e aprender como planejar e executar uma viagem,
sendo, para tanto, necessário entender que planejar corresponde a organizar o que se
deseja executar quando for para o mar, ou seja, a navegação é a própria arte de planejar e
executaruma derrota.
10 . 1 FASES DA DERROTA
Como foi dito anteriormente, a derrota é um conjunto de medidas práticas tomadas pelo
navegante, para “levar a cabo” uma navegação segura, envolvendo desde o planejamento
atéa execução da navegação, do ponto de partida até o ponto de chegada.
Diante destes fatores, antes de iniciar uma navegação, você deve planejar o caminho
a seguir; calcular a distância a navegar e definir os pontos importantes e possíveis de se obter
posições confiáveis, capazes de facilitar a correção do rumo a seguir para chegar ao ponto
desejado.
A derrota simples é algo quase impossível de acontecer, isto porque sempre existem
fatores como correntes e ventos, que tiram a embarcação do rumo planejado, obrigando o
navegante a corrigir a derrota.
10 . 2 PLANEJAMENTO DA DERROTA
Este trabalho deve ser feito no porto, onde o tempo disponível e a facilidade de
obter qualquer tipo de informação são muitos maiores que no mar.
O planejamento se faz traçando-se a derrota nas cartas gerais e de grande escala, que
devem estar atualizadas, e compõe-se de cinco pontos distintos:
Por fim, deve-se preparar uma tabela com os dados da derrota planejada
(coordenadas dos pontos da derrota, rumos e distâncias ETD / ETA, duração das singraduras
e outras observações relevantes).
A tabela 10.1 apresenta um exemplo com os dados de uma derrota costeira, do Rio
de Janeiro a Natal.
3. RP = Rumos práticos
4 ETA = Estimated Time of Arrival (hora estimada da chegada)
Muito bem, para você entender melhor este assunto, pegue sua carta de exercícios e
acompanhe o planejamento de uma DERROTA, realizando a tarefa que se segue:
Tarefa 10 1
✓ ponto de partida (ponto A), marcações simultâneas do farol da ilha Rasa aos 295º
verdadeiros e farol das ilhas Maricas aos 030º verdadeiros;
✓ Na posição de marcação do farol de Cabo Frio, aos 322º verdadeiros, e a uma distância
radar de 3,5 milhas (ponto C), passa-se a navegar no rumo 000º verdadeiro,
em direção ao ponto D, onde fundeará ao chegar.
Tudo checado, e estando de acordo com o planejado, você pode passar à 2ª faseda
operação, que é a Execução da Derrota, quando for para o mar.
10 . 3 EXECUÇÃO DA DERROTA
A execução da derrota segue uma rotina, da qual o navegante não deve fugir, pois é
através dela que se tem êxito, tomando os cuidados necessários de forma que, a qualquer
momento, possa corrigi-la e chegar com segurança ao destino desejado.
Não esqueça que os símbolos utilizados para indicar a posição na navegação costeira e
estimada são:
Muito bem, agora, faça a tarefa a seguir, na qual você executará a derrota entre o
Rio deJaneiro e Arraial do Cabo, planejada na tarefa 10.1.
Tarefa 10 2
c) Às 10:00 horas marcou o farol da Ponta Negra aos 315º, e o farol da Ponta de
Saquarema aos 033º, ambas marcações verdadeiras (ponto B), quando mudou o rumo para
090º verdadeiro;
f) Às 12:00 horas marcou o farol de Cabo Frio aos 063º verdadeiros, na distância de 6
milhase confirmou que a embarcação estava sobre o rumo traçado, tendo cessado o efeito
da corrente, e, por isso, tirou os 3º de abatimento voltando a navegar no rumo verdadeiro
de 090º;
g) Às 13:00 horas marcou o farol de Cabo Frio aos 322º verdadeiros, na distância de
3,5 milhas e confirmou que a embarcação estava exatamente na posição planejada (ponto
C).Passou, então, a navegar no rumo verdadeiro de 000º em direção ao ponto de chegada
(ponto D), cujas coordenadas são: latitude 22º 55’ S e longitude 041º 57,5 W, aonde chegou
às 14:00 horas;
Considerações finais
Ao longo deste estudo você teve a oportunidade de aprender sobre a navegação básica, seus
princípios e suas regras.
Se porventura você encontrou dificuldades ao longo deste módulo, não fique desanimado,
em navegação é assim mesmo; há momentos em que se enfrenta mar grosso e condições de
tempo desfavoráveis, mas, após a tempestade vem a bonança, e a esperança de porto
seguro.
Esperamos que, ao final desta viagem, você encontre mares tranqüilos e ventos favoráveis,
e consiga, aplicando corretamente os conhecimentos adquiridos neste módulo, efetuar sua
navegação com toda segurança.
Muito Bem !
Para encerrar este Módulo falta somente você responder ao
Teste de Auto-Avaliação que lhe corresponde.
Demonstre o que aprendeu !
Considere: dm = 21º W
da = 2º W
Posição de saída: (Ponto A) às 21h 00 min, ao sul do farol de Cabo Frio e na distância de5
milhas:
Forneça:
Rv = ..............................................................................
Ra = ..............................................................................
I) Rv = ..............................................
II) Ra = ..............................................
III) Marcação relativa do farol das Ilhas Maricás quando estiver chegando
em C:
......................................
f) Sabendo que a sua elevação é 9 m acima do nível do mar, qual é a distância em que
“boiará”o farol das Ilhas Maricás?
I Rv = ................................................
II Ra = ................................................
Corri ja e veja como foi seu aprendizado. Tarefa 10 . 1 – Solução na Carta Náutica
Tarefa 10 . 2 – acompanhe a solução na carta de exercícios a segui r.
10.2.3) 6 horas
Teste de Auto-Avaliação
rumos.
10.6) É a diferença entre o rumo traçado na carta e o rumo realmente seguido pela
embarcação.
10.7) Circundar o ponto com o símbolo que representa a forma como foi obtido e
registrar ahora, e a distância navegada (odômetro).
a) I) Mv = 000º
II) Mv = 023º
b) I) Rv = 277º
II) Ra = 300º
c) I) 25 milhas
II) 10 nós
e) I) Rv = 250º
II) Ra = 273
III) Mr = 095º
f) 23,88 milhas
g) I) Rv = 292º
II) Ra = 315º
b) Rv = 080º e Ra = 098º
BIBLIOGRAFIA
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Navegar é Fácil. Edições Marítimas. Rio de Janeiro, 1994
BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Navegando com a Eletrônica. Editora Catedral das Letras.
Rio de Janeiro, 2006
1995.
MALONEY, Elbert S. Dutton’s Navigation and Piloting. Annapolis, Mariland, EUA, Naval
Institute Press, 1998.
SILVA, Renan dos Santos. Navegação Estimada e Costeira. Rio de Janeiro: CIAGA. 2000.
ANEXOS
ANEXO 1
ANEXO 2
Carta Náutica de Exercícios
ANEXO 3
Tabela de Alcance Geográfico