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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO - UnC

CURSO DE OPTOMETRIA

FRANKLIN KERBER

PESQUISAS COMPLEMENTÁRIAS AO ESTÁGIO SUPERVISIONADO iii

CANOINHAS
2015
FRANKLIN KERBER

PESQUISAS COMPLEMENTÁRIAS AO ESTÁGIO SUPERVISIONADO iii

Pesquisa de tópicos complementares


apresentado como exigência para
avaliação na disciplina Estágio
Supervisionado III, da Universidade do
Contestado - UnC, sob orientação da
prof. Isabella Murara Vieira

CANOINHAS

2015
1 Olho Seco

1.1 Fisiologia

A glândula lacrimal principal produz cerca de 95% do componente


aquoso da lágrima e as glândulas lacrimais acessórias de Krause e Wolfring
produzem o restante. A secreção lacrimal possui componentes básicos
(repouso) e reflexos muito maiores. A secreção reflexa ocorre em resposta à
estimulação sensorial ceratoconjuntival, à ruptura do filme lacrimal e à
formação de pontos secos ou inflamação ocular, sendo reduzida por anestesia
tópica. (KANSKI, 2004)
Leitman (2009) diz que embora no passado a secreção básica tenha
sido atribuída às glândulas lacrimais acessórias e a secreção reflexa às
glândulas lacrimais principais, acredita-se agora que toda a massa de tecido
lacrimal responda como uma uni-o dade. O filme lacrimal pré-corneano
consiste em três camadas: (a) lipídica, (b) aquosa e (c) mucínica, cada uma
das quais com funções separadas.

1.2 Causas

Os termos "olho seco" e "ceratoconjuntivite sicca" (KCS) são


sinônimos. As duas principais categorias são: hipossecretora, que pode ser
Sjógren ou não-Sjógren, e evaporativa, embora os dois tipos não sejam
mutuamente exclusivos. (KANSKI, 2004)
A KCS hipossecretora Sjogren, ou Síndrome de Sjógren é um processo
inflamatório citocina e receptor mediado que afeta os ácinos e ductos da
glândula lacrimal, conduzindo a anormalidades no filme lacrimal que resultam
em doença da superfície ocular.
KCS não-Sjogren podem ser primária relacionada à idade (mais
comum), secundária a destruição do tecido lacrimal por tumor ou inflamação
(por exexemplo pseudotumor, doença ocular tireoidiana e sarcoidose); por
ausência de glândula lacrimal após remoção cirúrgica (ou raramente
congênita); por obstrução dos ductos da glândula lacrimal em conseqüência de
cicatrização conjuntival severa (por exemplo: penfigóide cicatricial e tracoma),
ou ainda por lesões neurológicas tais como disautonomia familiar (síndrome
Riley-Day) (KANSKI, 2004; LEITMAN, 2009).
A KCS evaporativa ocorre em conseqüência de deficiência lipídica – é
mais freqüentemente secundária à disfunção obstrutiva da glândula
meibomiana - ou por defeito de lubrificação do olho pelo filme lacrimal como
resultado de anormalidade na congruência pálpebra-bulbo ocular ou defeito no
pestanejar. (KANSKI, 2004; LEITMAN, 2009)
2 Relação da Escavação (Relação Escavação/Disco Papilar)

O tamanho da papila óptica varia moderadamente, com um diâmetro


médio de aproximadamente 1,6 mm. Pode ser circular, mas, é ligeiramente
oval verticalmente. Sua coloração é rósea e as bordas nítidas. Em muitos
olhos, as fibras nervosas, que deixam o folheto da retina para ganhar o canal
escleral e formar o nervo óptico, não preenchem completamente esta abertura
na esclera, deixando um vazio na porção central: a escavação. O tamanho da
escavação é determinado pela relação entre a extensão da abertura (através
das capas oculares) e o volume do tecido de suporte. A forma da escavação é
determinada pela distribuição deste tecido nas porções intra- escleral,
intracoróidea e intra- retiniana do nervo óptico. (DIAS; ALMEIDA, 2000).
A escavação é uma depressão pálida no centro do disco óptico, não
ocupado por tecido neural. Na oftalmoscopia direta, é mais bem avaliada se
observarmos a deflexão dos vasos que cruzam a papila, enquanto na
biomicroscopia indireta podemos ver as bordas da escavação
tridimensionalmente. A coloração pálida da escavação é resultado da
exposição da lãmina cribrosa e falta de tecido glial no centro do disco óptico. O
tamanho da escavação depende do tamanho do disco.
Um disco pequeno terá uma escavação pequena, pois as fibras se
aglomeram ao deixar o olho, enquanto um disco grande possui uma escavação
ampla, porque há mais espaço para as fibras passarem. (KANSKI, 2004).
A escavação da papila inexiste em 25% dos indivíduos normais. Nos
75% restantes, há uma escavação fisiológica que pode alcançar até o nível da
lamina crivosa. Os vasos retinianos emergem na sua porção central,
perpendicularmente ao seu assoalho, para atingir o nível retiniano, em alguns
casos, ultrapassá-lo, antes de curvarem-se para a superfície da retina. A papila
projeta-se anteriormente e, com freqüência é mais elevada na porção nasal
que na temporal. (DIAS; ALMEIDA, 2000).
Figura 1 - Disco Óptico normal mostrando escavação e rima neural.

Fonte: Remo; Medeiros (2004).

Figura 2 - Papila normal não escavada

Fonte: Kanski, 2004

Figura 3 - Papila normal com escavação fisiológica

Fonte: Kanski (2004)


Relação escavação – disco óptico

Indica o diâmetro da escavação como fração do diâmetro do disco óptico


e deve ser medida nos meridianos vertical e horizontal. Esta relação é
determinada geneticamente e também depende do tamanho do disco óptico. O
anel neuro retiniano ou rima neural (veja a seguir) ocupa uma área
relativamente semelhante em diferentes olhos; portanto, discos amplos
possuem escavações amplas com maiores relações escavação - disco. A
maioria dos olhos normais possui relação c1d de 0,3 ou menos; somente 2%
possuem c1dmaior que 0,7. Relações maiores que 0,7 devem ser tratadas com
suspeita apesar de não necessariamente serem patológicas. Assimetria de 0,2
ou mais entre os olhos de qualquer indivíduo deve ser considerada como
suspeita até excluirmos glaucoma. (KANSKI, 2004).

Figura 4 - Determinação do tamanho da escavação

Fonte: Remo; Medeiros (2004)

Relação Disco-Escavação:

Escavação pequena fisiológica.


Fonte: (KANSKI, 2004).
Escavação fisiológica grande
Fonte: (KANSKI, 2004).

Escavação glaucomatosa total


Fonte: (KANSKI, 2004).

REFERÊNCIAS

DIAS, José Francisco Pinheiro; ALMEIDA, Homero Gusmão de. Glaucoma.


Biblioteca Brasileira de Oftalmologia. 2ªed. Rio de Janeiro: Cultura Médica,
2000.

KANSKI, Jack J. Oftalmologia clínica: uma abordagem sistemática. 5ª Ed. Rio


de Janeiro: Elsevier, 2004.

REMO. SUSANNA Jr.; MEDEIROS, Felipe Andrade. Nervo óptico no


Glaucoma. 1ªed. Rio de Janeiro: Cultura Medica, 2004.
BIBLIOGRAFIA
KANSKI, Jack J. Oftalmologia clínica: uma abordagem sistemática. 5ª Ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

LEITMAN, Mark W. Manual de Exame e Diagnóstico Ocular. 7. Ed. São


Paulo: Editora Santos, 2009.

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