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GESTÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SUA RELAÇÃO COM O

DESEMPENHO EMPRESARIAL EM INDÚSTRIAS BRASILEIRAS

1. INTRODUÇÃO
As alterações do clima vêm ampliando a preocupação e o debate global, devido aos seus
possíveis efeitos e impactos para a sociedade e as organizações. Assim as mudanças climáticas
têm se tornado um importante desafio para governantes e líderes mundiais, os quais buscam
estabelecer políticas de gerenciamento e minimizar as consequências para o ecossistema
representados pelos inúmeros riscos à saúde humana (RIFKIN et al., 2018), a produção
agrícola, a segurança alimentar, a economia e o desenvolvimento dos países (EEKHOUT; DE
VENTE, 2019; CHEN et al., 2020).
Linnenluecke, Griffiths e Mumby (2015), indicam que a partir de evidências
científicas sobre mudanças climáticas, há oportunidades para envolver o setor de negócios e,
assim, incentivar ações de adaptação. Os autores constatam que há dificuldade para os gestores
identificarem os impactos das mudanças climáticas em suas empresas em um curto período de
tempo e espaço, a mudanças climática tende a ser tratada juntamente com uma infinidade de
outras responsabilidades sociais corporativas.
Conforme Nikolaou et al. (2015) as mudanças climáticas provavelmente têm um forte
efeito no desempenho econômico das empresas, devido aos seus riscos físicos, que podem
aumentar significativamente os custos. Paralelamente os autores afirmam que ao adotar
estratégias para responder as mudanças climáticas as empresas tendem a aumentar seus custos
totais, no entanto quando essas estratégias estão alinhas à inovações, pode haver também
impactos positivos na imagem e reputação das empresas para vários stakeholders, podendo
assim obter uma vantagem competitiva de mercado.
Verifica-se assim, a necessidade dos setores econômicos se adaptarem à essas
mudanças, buscando integrar em suas estratégias e gestão, políticas e ações que busquem
minimizar os efeitos das mudanças climáticas. Entre os setores, destaca-se a indústria,
responsável por grande parte das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Dessa forma, visto a relevância da temática e os desafios das organizações em adaptar-
se as mudanças climáticas integrando-a estrategicamente visando à obtenção de vantagem
competitiva e maior desempenho empresarial elabora-se a questão fundamental da presente
pesquisa: De que forma a gestão das mudanças climáticas se relacionam com o desempenho
das empresas industriais?
Seles et al (2018) ressaltam que é fundamental investigar os desafios e as
oportunidades geradas a partir da crise climática e como as organizações estão respondendo,
principalmente em países em desenvolvimento como a América do Sul. Além disso, os autores
ressaltam a importância de estudos que analisem como as organizações desenvolvem os
recursos internos para lidar com desafios apresentados pelas mudanças climáticas, bem como a
eficiência de práticas de gestão de operações de baixo carbono adotadas e a relação entre a
adoção de estratégias, ações e práticas para mitigar ou adaptar-se às mudanças climáticas e as
melhorias nas operações organizacionais desempenho internacional.
Conforme o exposto, este estudo se torna relevante no sentido de identificar de que
forma as indústrias estão realizando a gestão das mudanças climáticas, as práticas de mitigação
e adaptação adotadas e suas possíveis relações com o desempenho empresarial. Assim, espera-
se a partir dos resultados, contribuir para o avanço dos estudos acadêmicos em relação as
mudanças climáticas, sendo essa uma temática emergente e de grandes impactos no contexto
econômico e social.

2. CONTEXTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS EMPRESAS


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O posicionamento estratégico de uma empresa em relação as mudanças climáticas pode
ser a solução para a redução das emissões de GEE com sucesso financeiro. De acordo com
Hoffman (2004), as empresas devem realizar novos questionamentos e novos tipos de análise
referentes, por exemplo, a eficiência energética de suas operações, quantidade de emissão de
GEE, conhecimento sobre tecnologias disponíveis para reduzir as emissões ou para ganhar
eficiência energética e seus custos, preparações futuras em relação a redução de emissões e
benefícios econômicos na redução dos impactos das mudanças climáticas.
No contexto nacional, o Ministério do Meio Ambiente instituiu em 2016 o Plano
Nacional de Adaptação (PNA) as mudanças climáticas considerando os 11 setores, dentre eles
o setor de Indústria e Mineração. Conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (2013) o Plano Setorial de Reduções de Emissão da Indústria representa um
compromisso da sociedade brasileira, setor público e privado, na busca pelo desenvolvimento
sustentável. O Plano visa preparar a indústria nacional para cenários futuros, que já se
configuram, onde a produtividade-carbono, será tão importante quanto a produtividade do
trabalho e dos demais fatores para definir a competitividade internacional da economia.
Nesse sentido, Gasbarro et al. (2017) buscaram identificar os riscos e oportunidades das
mudanças climáticas em multinacionais, baseado no questionário climáticos do Carbon
Disclosure Project com dados de 1.896 empresas de diferentes países. Gasbarro et al. (2017)
concluíram que o foco ainda está nos riscos e não em oportunidades quando considera-se a
temática, e que tal fato seja consequência dos altos custos de produção ou consumo de produtos
e serviços sem identificar o real benefício de adotar políticas de minimização de emissão de
gases de efeito estufa.
Quanto as principais oportunidades identificadas pelas empresas relacionadas as
mudanças climáticas destacam-se a mudança comportamento do consumidor, a reputação,
impostos e regulamentos de combustível/energia, regulamentos e padrões de eficiência do
produto, mudança na temperatura média, e os principais impactos esperados correspondentes
são: aumento da demanda por produtos/serviços existentes, novos produtos/serviços
empresariais, custos operacionais reduzidos. Por outro lado, os principais riscos percebidos
pelas empresas são os riscos climáticos físicos extremos, riscos regulatórios do clima a médio
prazo, riscos relacionados a reputação, riscos climáticos regulatórios a curto prazo, mudança de
precipitação a curto prazo extremos e riscos de secas (GASBARRO et al., 2017).
No entanto, mesmo identificando os potenciais impactos, riscos e oportunidades das
mudanças climáticas, as organizações podem encontrar obstáculos para o desenvolvimento de
sua políticas. Conforme Klein et al (2014) esses obstáculos também poder ser identificados
como barreiras ou restrições e podem ser físicos, biológicos, econômicos, financeiros,
humanos, institucionais, sociais e culturais.
Herrmann e Guenther (2017), acreditam que os obstáculos são concentrados no
ambiente institucional, e podem ser resumidos no conhecimento corporativo, objetivos
corporativos, processos corporativos, conhecimento coletivo, incentivos corporativos e na
cultura corporativa. Dependendo das fragilidades destes fatores, estratégias para reagir as
mudanças climáticas podem não ser implementadas, Klein et al (2014), acreditam que há uma
propensão dos gestores avaliarem indicarem a necessidade de grandes investimentos e por essa
razão muitas vezes decidem por não implantar as estratégias.
Ao explorar os estudos científicos na área de gestão, no que tange a temática das
mudanças climáticas percebe-se que há dois conceitos inerentes, relacionados aos aspectos de
mitigação e adaptação. Conforme Moraes e Filho (2013) em razão da diversidade dos estudos
e metodologias propostas para estudar as mudanças climáticas, é necessário organizar e
delimitar as correntes metodológicas, os autores ainda afirmam que considerar as avaliações
em efeitos de mitigação e adaptação, permite uma comparação importante para os órgãos de
desenvolvimento de políticas e de gestão.
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Apesar de evidenciar as diferenças dos conceitos de adaptação e a mitigação, Duguma
et al. (2014) não excluem a sinergia que há entre estes conceitos. Corroborando Berry et al.
(2014) afirma que sinergias e conflitos entre adaptação e mitigação não são frequentemente
mencionados em estudos. Na literatura encontra-se uma gama de estudos abordando as
temáticas de mitigação e adaptação (GIFFORD, 2011; MOSER, 2012; AGUILERA et al.,
2013; BOSE, 2016; KONGSAGER et al., 2016; LUCENA et al., 2018), no entanto, poucos
apresentam uma definição dos termos.
A partir do exposto pode-se constatar que a mitigação está relacionada diretamente a
redução dos GEE e a adaptação envolve a redução da vulnerabilidade frente as mudanças
climáticas. Assim, percebe-se que ações de adaptação e mitigação apesar de serem conceitos
diferentes, possuem uma grande interface na prática das empresas. Alkaya et al (2015)
acreditam que as medidas de adaptação só podem ter sucesso se forem combinado com os
esforços de mitigação, em razão de que tal fato ajuda as empresas diminuem a necessidade de
adaptação.
Para finalizar esta seção desenvolve-se um quadro síntese com os principais aspectos
abordados e autores, que abrangem a gestão das mudanças climáticas

Quadro 1 – Definições de conceitos

Definição Autores
Riscos Impactos negativos e ameaças das Seles et al. (2018); FGV (2015) Gasbarro et al.
mudanças climáticas para a operação da (2017); Demertzidis et al. (2015)
empresa.
Oportunidades Possibilidade de ganhos a partir das Hoffman (2004); FGV (2015); Gasbarro et al.
mudanças climáticas. (2017); MNA (2016)
Barreiras Aspectos que impedem a eficiência da Herrmann e Guenther (2017); Paul et al. (2017);
gestão das mudanças climáticas. Abuzeinab, Arif e Qadri (2017); Klein et al. (2014)
Envolvimento Formas de envolvimento da empresa Kolk e Pinkse (2009); Sprengel e Busch (2011);
político e em atividades políticas, engajamento Andrew e Cortese (2011), FGV (2015); Hickmann
stakeholders dos seus stakeholders e comunicação. (2017); Wang, Cui e Peng (2018)

Práticas de Ações que objetivam a redução de Forouli et al. (2019); Damert et al. (2017);
mitigação emissões de gases de efeito estufa Michailidou et al. (2016), Cadez e Czerny (2016)
(GEE) e/ou melhoram os sumidouros IPCC (2014b); Fischedick et al. (2014); Fujimori
de GEE. et al. (2014) Rao e Thamizhvanan, (2014); Halady
e Rao (2010)
Práticas de Ações em resposta aos impactos atuais Debels et al. (2009); Agrawala et al. (2011); May e
adaptação e potenciais da mudança do clima, Vinha (2012); West et al. (2013) Rao e
buscando minimizar possíveis danos e Thamizhvanan, (2014); IPCC (2014a);
aproveitar as oportunidades potenciais. Alkaya et al. (2015); ECLA (2015); MNA (2016)

Na próxima seção será abordado a temática do desempenho empresarial, suas dimensões


e indicadores.

2.2 Desempenho Empresarial

A busca por processos eficientes e uma gestão preocupada com os aspectos ambientais,
sociais e econômicos são fundamentais no cenário competitivo dos negócios. Conforme Shad
et al. (2019) medir o desempenho da organização possibilita identificar informações sobre os
objetivos organizacionais e quão bem eles foram alcançados. Para os autores, o desempenho de
uma empresa é um fator estratégico e monitorado pelos investidores, e é conforme ele que
muitos investidores tomam suas decisões de investimentos.
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Os indicadores são considerados ferramentas essenciais na mensuração de
desempenho, visto que conseguem demonstrar se os objetivos estabelecidos foram atingidos,
tendo em vista que buscam informar sobre um determinado fenômeno, bem como comunicar
aspectos peculiares ao desenvolvimento de alguma atividade (SILVA; CÂNDIDO, 2012).
Segundo Souza e Lopes (2010),o Global Reporting Initiative - GRI é u m s i s t e m a
d e i n d i c a d o r e s d e d e s e m p e n h o q u e s e destaca-se dos demais indicadores,
devido a o seu objetivo de satisfazer a necessidade das organizações de terem uma
comunicação clara e transparente, de forma que o compartilhamento de estruturas de
conceitos tenha uma linguagem coerente e que seja global, ou seja, propõe um padrão de
comunicação global sobre ações empresariais sustentáveis. O GRI considera em seus relatórios
três dimensões para mensurar o desempenho sustentável, são elas: a econômica, ambiental e
financeira. A dimensão econômica refere-se aos impactos da organização sobre as condições
econômicas de seus stakeholders em nível local, nacional e global, essa dimensão se divide em
variáveis de desempenho econômico, presença no mercado e impactos econômicos indiretos
(GRI, 2006).
Outras temáticas, como a questão da inovação, também estão sendo relacionados ao
desempenho das organizações. Gunday et al. (2011) desenvolveram um estudo com o intuito
de explorar os efeitos das inovações organizacionais, de processo, de produto e marketing nos
diferentes aspectos do desempenho da empresa. Para tal, Gunday et al. (2011) evidenciam
quatro indicadores de desempenho relacionadas aos efeitos da inovação sendo elas:
desempenho financeiro (Rentabilidade geral da empresa; Retorno sobre as vendas; Retorno
sobre o ativo; Fluxo de caixa), desempenho inovador (Renovação do sistema administrativo em
sintonia com o ambiente de empresa. Percentagem de novos produtos presentes no portfólio de
produtos existente. Número de inovações sob a proteção da propriedade intelectual. Inovações
introduzidas em processos de trabalho e métodos. Qualidade dos novos produtos e serviços
introduzidos. Número de novos projetos em produtos e serviços.), desempenho de produção
(Flexibilidade de produção (volume); Produção e velocidade de entrega; Qualidade e
conformidade; Custo de produção.) e desempenho de mercado (Participação de mercado.
Satisfação dos clientes. Vendas Totais).
Assim, Gunday et al., (2011) concluem em seu estudo que as inovações realizadas nas
empresas significativas têm impactos significativos no desempenho inovador, principalmente
a inovação de produto, além disso as variáveis financeiras, de produção e mercado tem relação
direta com o desempenho. Nesse sentido os autores acreditam que os gestores das empresas
devem investir e apoir inovações, pois parece ser o principal instrumento para alcançar um
poder competitivo sustentável, ao melhorar sua capacidade inovadora espera-se também uma
melhoria de sua produção, de mercado e de retornos financeiros.
Nessa perspectiva, Papadopoulos e Martín (2010) apresentam uma importante medida
para avaliar o desempenho empresarial, no âmbito das exportações. A partir desse estudo, os
autores fundamentam e validam indicadores de performance sob duas dimensões empresariais,
a econômica (Vendas de exportação; - Lucratividade Exportadora) e a estratégia (- Apoio
recebido para a entrada no mercado de exportação. - Ações para aumentar a conscientização
social e ambiental dos produtos/empresa - Mecanismos de resposta à pressão do competidor. -
Melhorias trazidas a partir de expansão em mercados estrangeiros - Aumento na rentabilidade
da empresa - Impactos advindos da diversificação de clientes/consumidores - Aumento de
oferta no portfólio de produtos).
A partir da compreensão dos diferentes indicadores de desempenho empresarial, será
apresentado na próxima seção a influência que as mudanças climáticas podem ter nestes
indicadores.

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3. METODOLOGIA

Quanto à abordagem, os procedimentos foram de natureza qualitativa do tipo


exploratória, onde os dados foram coletados por meio de fontes primárias e secundárias, tais
como entrevistas semiestruturadas, documentos disponibilizados pelas empresas e consultas a
websites. Segundo Yin (2015) uma das fontes mais importantes e frequentemente encontradas
na pesquisa qualitativa é a entrevista, que refletem conversas guiadas normalmente por um
roteiro ou protocolo. Para Godoy (2006), as entrevistas semiestruturadas se mostram adequadas
quando o pesquisador deseja compreender e se aprofundar na opinião do entrevistado, e são
aplicadas a partir de um guia de tópicos.
Assim, para a coleta de dados, foi elaborado um protocolo de entrevistas baseado no
modelo conceitual composto por perguntas abertas. No que se refere a gestão das mudanças
climáticas nas empresas, busca-se compreender as suas principais características a partir do
contexto e das práticas corporativas de mitigação e adaptação, e o desempenho empresarial
tendo como variáveis a performance financeira, inovadora, de produção, de mercado e
exportadora conforme Quadro 2.
Quadro 1 – Categorias de Análise

Categorias de Análise Variáveis

Gestão das Mudanças Climáticas


Riscos Mapeamento dos principais ameaças envolvendo
as mudanças do clima para a operação da indústria.
Oportunidades Oportunidades geradas a partir das mudanças
climáticas nas indústrias
Contexto Barreiras Aspectos que impedem a eficiência da gestão das
Das mudanças climáticas na indústria.
Mudanças Envolvimento Envolvimento político da indústria no contexto
Climáticas político e com das mudanças climáticas
stakeholders
Envolvimento dos stakeholders

Divulgação de seus relatórios de sustentabilidade


com foco nas mudanças climáticas
Práticas de Ações ou atividades que visem minimizar as
Mitigação emissões de gases de efeito estufa da indústria.
Práticas Práticas de Ajustes e modificações que estão sendo
corporativas Adaptação realizados para reduzir os riscos e a vulnerabilidade dos
sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e
esperados da mudança do clima.
Desempenho empresarial
- Formas de mensuração do desempenho
Desempenho Empresarial empresarial.
- Relação do desempenho com os investimentos
em sustentabilidade no âmbito das mudanças climáticas.

Fonte: Desenvolvido pela autora com base em Gasbarro et al. (2017); Herrmann e Guenther (2017);
FGV (2015); Sprengel e Busch (2011); IPCC (2014b); Damert et al. (2017); MMA (2016); Kneipp (2016);Gunday
et al. (2011); Papadopoulos e Martín (2010).

Dessa forma, para atender o objetivo proposto pelo estudo, foram realizadas quatro
entrevistas em empresas brasileiras do setor industrial e que possuíam indícios de práticas
sustentáveis no âmbito das mudanças climáticas. As entrevistas foram gravadas com a
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autorização dos respondentes e posteriormente transcritas, para melhor compreensão das
informações.
Foram seguidas as recomendações de Godoy (2006) que destaca que o registro das
entrevistas pode ser realizado por meio de gravação e/ou anotações consentidas pelo
entrevistado. Foram entrevistados os gestores responsáveis pela área de sustentabilidade, no
período de novembro de 2019 a janeiro de 2020 com duração média de 40 minutos cada.
Buscando complementar os resultados, foram realizadas análise de documentos, como os
relatórios de sustentabilidade e de gestão das empresas participantes.
Como método de análise foi utilizado a análise de conteúdo, que, conforme Bardin
(2011), refere-se ao desvendamento de significações de diferentes tipos de discursos, baseando-
se na inferência ou dedução, mas que, simultaneamente, respeita critérios específicos
propiciadores de dados em frequência, em estruturas temáticas, entre outros.
Além disso, na análise dos relatórios e documentos foram examinadas evidências
que abordaram a questão das mudanças climáticas e sustentabilidade, corroborando assim com
a análise das entrevistas. Para apoio das análises, foi utilizado o Software Nvivo, buscando
categorizar e organizar os dados para apresentação dos resultados.

4. RESULTADOS

Nesta etapa, primeiramente é abordado a caracterização das empresas, após as


evidências relacionadas a gestão das mudanças climáticas e por fim a relação com o
desempenho empresarial.

4.1 Caracterização das empresas

A identificação e análise do perfil da organização foi realizada com base na análise


das entrevistas e de documentos e relatórios. No Quadro apresenta-se a caracterização das
empresas industriais participantes do estudo, a partir das suas características. Essas
características se referem o tempo de existência, setor, localização, número de colaboradores,
receita, atuação internacional, certificações e relatório de sustentabilidade.
Quadro 3 – Caracterização das empresas estudadas

Especificações Empresa Alpha Empresa Beta Empresa Gama Empresa Delta

Ano de Fundação 1946 2002 1997 1979

Setor industrial Químico Químico e Plástico Agricola Cerâmico

Localização Sumaré (SP) Brasil, Estados Unidos, Sorriso (MT) Tijucas (SC)
Alemanha e México

Número total de 3400 8008 funcionários 3300 3240


colaboradores funcionários funcionários funcionários

Receita operacional 3 bilhões 7.1 bilhões 20 bilhões 1.3 bilhões


bruta

Atuação Sim Sim Sim Sim


internacional

Tipo de ISO 9001 e ISO ISO 9001, ISO 14001, ISO 9001 e ISO ISO 9001
certificações 14001 OHSAS-18001, Verdes, 14001

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ISO/TS 16949, RCMS, ISO
17025, ISO 50001

Divulga relatório de Sim Sim Sim Sim


Sustentabilidade

Divulga dados de Sim Sim Sim Sim


emissões

Conforme os dados apresentados, pode-se perceber que as empresas industriais


entrevistadas possuem significativa experiência no mercado, duas empresas possuem mais de
quarenta anos de existência, e as outras duas possuem mais de quinze anos. Quanto ao porte
percebe-se que empresas participantes da pesquisa são consideradas de grande porte conforme
critério de renda bruta e número de funcionários do Sebrae (2014).
Após a apresentação do perfil, apresenta-se a seção correspondente a análise da gestão
de práticas relacionadas as mudanças climáticas nas empresas entrevistadas.

4.2 Gestão das Práticas relacionadas às Mudanças Climáticas


A gestão das práticas relacionadas ás mudanças climáticas foi abordada em duas
dimensões, a primeira que trata do contexto da empresa frente as mudanças climáticas e a
segunda as respostas as mudanças climáticas envolvendo práticas de mitigação e adaptação. O
contexto das empresas industriais frente as mudanças climáticas foi analisada sob diferentes
variáveis, os quais envolvem os riscos, oportunidades, barreiras, envolvimento político e
stakeholders e por fim comunicação.
Pode-se observar que a partir das entrevistas, que apenas para uma empresa industrial
as mudanças climáticas não representam riscos para sua operação (Empresa Gama). As demais
empresas entrevistadas afirmam que as mudanças climáticas podem afetar a sua empresa de
algum modo. Pode-se observar que duas das empresas destacam os riscos físicos, que podem
surgir devido as variações hídricas. Tal fato, demonstra a importância das empresas
desenvolveram planos de adaptação para estes cenários. Conforme o Centro de Gestão e
Estudos Estratégicos (2014) o risco no abastecimento de água e do funcionamento dos sistemas
hídricos está diretamente relacionado as incertezas climáticas, o que requer uma adaptação do
sistema para estas situações adversas oriundas da variabilidade climática. Além disso, prevê-se
que a mudança climática global seja desproporcional, afetando principalmente regiões que já
sofrem com baixas precipitações e em países menos desenvolvidos ( MATSUMOTO, 2019).
Os resultados encontrados quanto aos riscos físicos relacionados a questão hídrica vem
ao encontro de uma preocupação nacional, estando em consonância com Marengo (2015), o
qual destaca que a crise hídrica traz também consequências para a economia e a indústria,
afirmando que a Fiesp estima que 60 mil estabelecimentos, o que representa quase 60% do PIB
industrial do estado, sejam afetados pela falta de água.
Percebe-se que as empresas entrevistadas acreditam que as mudanças climáticas
podem gerar oportunidades, principalmente relacionado a receitas, tecnologia, diferenciação de
marca, inovação de produtos e processos, podendo levar ao ganho de vantagem competitiva.
Tal fato, pode comprovar a influência das mudanças climáticas no processo inovador e
tecnológico das empresas, o que pode levar posteriormente a diferenciação, maiores receitas e
vantagens frente a concorrência. Corroborando com esse achado, Gasbarro et al. (2017), afirma
que um contexto com restrições de carbono pode estimular o desenvolvimento de novos
mercados, como energias renováveis, produtos de baixo carbono, construção ecológica e novos
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serviços financeiros. Dessa forma, Ooi et al. (2018), constatam que as empresas que possuem
uma estratégia de negócios orientadas às mudanças climáticas podem obter da melhor maneira
possível legitimidade para operar continuamente na comunidade, subsequentemente levar a
resultados financeiros.
A evidenciação do Brasil, como um país que possui uma matriz energética mais limpa
em comparação com outros países, como exposto pela Empresa Beta, pode ser encarado como
uma potencialidade para impulsionar práticas de mitigação e adaptação. Esse resultado, vai ao
encontro de dados do Relatório da CNI (2018), a qual afirma que a consolidação de uma
economia de baixa emissão de carbono deve ser percebida como uma importante alavanca de
oportunidades para a indústria brasileira, a qual pode gerar vantagens competitivas no mercado
externo devido as baixas intensidades de emissões de GEE em relação a concorrentes
internacionais.
Nas empresas que os entrevistados identificaram a existência de barreiras para
enfrentar as mudanças climáticas, predominou-se a questão dos custos e da tecnologia, e ainda
fica evidente a preocupação com a responsabilidade destes custos já que muitas vezes pode
encarecer o produto para o consumidor. Observa-se que embora as empresas tenham
consciência do impacto das mudanças climáticas, as barreiras podem inibir a formulação de
estratégias para uma mudança organizacional. As barreiras financeiras e tecnológicas, também
foram identificadas em outros estudos (HERRMANN; GUENTHER, 2017; ABUZEINAB;
ARIF; QADRI, 2017), em conjunto com barreiras biológicas, social e organizacionais.
Percebe-se a partir das evidências, que todas as empresas possuem uma significativa
diversificação de atuação em fóruns e comitês de discussões políticas referente
sustentabilidade, e consequentemente das questões climáticas. Esse achado corrobora com o
estudo de Kolk e Pinkse (2007), identificando que as multinacionais estudadas possuem uma
estratégia de envolvimento político voltada para uma uma ampla gama de outros atores
políticos, como grupos empresariais, programas governamentais, ONGs ambientais e
instituições internacionais.
A relação com os stakeholders também parece ser um importante impulsionador da
gestão das mudanças climáticas nas empresas entrevistadas. As quatro empresas buscam
monitorar e avaliar seus fornecedores quanto a sua atuação sustentável, em alguns casos há um
maior envolvimento com programas específicos para otimizar práticas sustentáveis nos
fornecedores. Percebe-se na maioria dos casos que as mudanças climáticas são tratadas de
forma ampla, no âmbito da sustentabilidade, no entanto a empresa Beta parece tratar as
mudanças climáticas de forma distinta, evidenciando ações com fornecedores específicas para
minimizar emissões de gases de efeito estufa. Corroborando para Ferguson et al. (2016), as
organizações somente terão sucesso nas suas respostas às mudanças climáticas se os seus
fornecedores e outros grupos de partes interessadas também assumirem essa responsabilidade.
Ainda, quanto os stakeholders, percebe-se que o engajamento com as questões
climáticas acontece no âmbito dos fornecedores, não foi possível identificar um envolvimento
com clientes e outros parceiros. Nesse sentido, seria importante que as empresas buscassem
envolver os demais stakeholders nos assuntos pertinentes as mudanças climáticas, pois devido
a vulnerabilidade e ao efeito ao longo da cadeia é essencial esse engajamento conjunto (MMA,
2016, Wang, Cui e Peng (2018).
Verifica-se a partir da análise das entrevistas e de documentos que as empresas
entrevistadas comunicam suas ações por meio de relatórios de sustentabilidade, elaborados
conforme as diretrizes do GRI. Conforme Andrew e Corterse (2011), os relatórios e as diretrizes
fazem parte de exemplos de como as empresas podem comunicar suas ações.
Além disso, as quatro empresas entrevistadas divulgam seus relatórios de
sustentabilidade de forma pública, contendo dados de emissões e práticas de gestão das
mudanças climáticas, no entanto verifica-se que em duas das empresas esses dados são tratados
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de forma ampla dentro do contexto da sustentabilidade e nas outras duas já há um destaque para
as questões climáticas. Tal achado demonstra indícios de pró-atividade das indústrias brasileiras
frente a questão climática, que no Brasil, as empresas não possuem obrigatoriedade legal de
elaborar relatórios de sustentabilidade, incluindo as mudanças climáticas, e reportar ao
mercado, sendo considerada essa uma prática voluntária (SOUZA, 2016).
Assim, pode-se inferir que as empresas estão em direção a uma maior evidenciação e
divulgação dos seus dados e ações de gestão das mudança climáticas. Tal resultado vai de
encontro ao estudo de Vogt et al. (2016) que constata que grande parte das empresas brasileiras,
não disponibiliza seus Relatórios de Sustentabilidade, sendo que outras divulgam, porém não
evidenciam informações ambientais.
Na próxima seção será exposto os principais achados sobre as respostas as mudanças
climáticas nas quais destacam-se as práticas de mitigação e adaptação.
4.2.1 Práticas de Mitigação e Adaptação
As principais evidências encontradas no que se refere às práticas corporativas de
mitigação e adaptação às mudanças climáticas das indústrias, considerando as seguintes
categorias de análises: práticas de mitigação e práticas de adaptação, serão apresentadas e
discutidas a seguir
Percebe-se que as empresas industriais possuem uma consciência sobre riscos e
oportunidades que as mudanças climáticas podem gerar para suas operações. Para estas
empresas as mudanças climáticas podem impactar negativamente de forma física e regulatória.
Paralelamente as alterações climáticas podem influenciar positivamente as empresas na forma
de regulações, inovação de produto e tecnologia, financeira e reputacional.
As principais barreiras para uma gestão de práticas relacionadas as mudanças
climáticas ainda estão representadas pelas questões financeiras e econômicas, para duas das
quatro empresas estudadas as práticas de mitigação e adaptação demandam altos investimentos,
o que dificulta a implementação de uma gestão em prol das questões climáticas.
No que tange ao posicionamento abrangendo os stakeholders, as empresas industrias
demonstram com propensão o envolvimento dos seus fornecedores em práticas relacionadas as
mudanças climáticas. Ainda, verifica-se que há um interesse das mesmas em participar de
políticas e negociações que envolvam temática, e também de divulgar em seus relatórios de
sustentabilidade os seus compromissos para com as questões climáticas.
Verifica-se que todas as empresas industriais estudadas na fase qualitativa possuem
práticas de mitigação e adaptação as mudanças climáticas. As práticas de mitigação
evidenciadas pelas indústrias vão ao encontro das práticas abordas pelo IPCC (2014b) e
Fischedick et al. (2014), concentrando-se na eficiência energética e na redução de emissões,
com destaque para a busca por processos, tecnologias e produtos mais limpos, com menor
potencial de emissões mas que mantenha a mesma eficiência da produção. Percebe-se que tais
práticas acarretam em melhorias de produtos e/ou serviços, e sobretudo contribuem para
inovações e processos renováveis. Além disso, práticas de reciclagem, reutilização também
foram destacadas pelas empresas.
Apesar de verificar que os gestores acreditam que há uma carência de incentivos no
âmbito das mudanças climáticas, a presença das ações de mitigação informadas podem estar
relacionadas a existência do Plano Nacional da Indústria. Tal plano busca incentivar e financiar
política climáticas, colaborar para a implementação de práticas de baixa emissões de GEE,
baseado em tecnologias, inovação, reciclagem e reaproveitamento (CNI, 2018). Para o CNI
(2018) o setor industrial brasileiro já vem investindo na inovação de processos e tecnologias
para o desenvolvimento da economia de baixo carbono no país, buscando aumentar a

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competitividade da indústria, o que corrobora com as práticas de mitigação destacadas pelas
empresas industriais participantes deste estudo.
A partir das evidências coletadas, observa-se que as práticas de adaptação parecem ser
moderadas se comparadas as práticas de mitigação. Há uma predisposição para práticas de
adaptação relacionadas principalmente a questão dos recursos hídricos, assim como nas práticas
de mitigação, no entanto parecem ser ainda práticas reativas aos cenários de riscos. A
predominância de práticas relacionadas a questão da água fica evidente e parece estar em
conformidade com os estudos de May e Vinha (2012), Agrawala et al. (2011), Alkaya et al
(2015), os quais destacam que ações encontradas em setores industriais estão relacionadas a
fatores como escassez de água.
É importante destacar que a empresa Beta parece estar em um estágio mais avançado
de práticas se comparada as demais, além das práticas de mitigação, a empresa realiza um plano
de adaptação a partir do mapeamento e monitoramento dos riscos climáticos, seguindo todos as
dimensões do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (2016). A empresa Beta,
ainda, se destaca em estratégias pró-ativas, buscando novos pontos de capitação e a
possibilidade de dessalinização da água do mar.
Fica evidente que as empresas industriais estudadas possuem pontos convergentes no
que se refere a percepção e enfrentamento das mudanças climáticas. Apesar disso, também há
particularidades quanto ao setor e a abrangência das ações de mitigação e adaptação. Verifica-
se que existe uma consciência em prol de um desenvolvimento sustentável em todas as
empresas estudadas, mas ainda parece haver uma carência no que se refere as questões
climáticas no âmbito estratégico.
Na próxima seção será discutida a dimensão desempenho empresarial.

4.3 Desempenho empresarial e relação com a gestão das mudanças climáticas


Na dimensão desempenho empresarial, objetivou-se analisar os principais indicadores
de mensuração nas empresas industriais estudadas. Além disso, a partir das evidências
encontradas, também apresenta-se a relação entre o desempenho e a gestão das mudanças
climáticas.
A partir das entrevistas pode-se perceber que há relação entre a gestão das mudanças
climáticas e o desempenho empresarial. Destaca-se que todas as empresas verificam que as
questões climáticas possuem uma relação com o seu desempenho inovador, principalmente
relacionado a questões tecnológicas. Esses achados contribuem com a percepção de Haney
(2017), De Stefano et al. (2016), Pinkse e Kolk (2010) e demonstra a transversalidade da
temática, já que as mudanças climáticas podem promover o desempenho inovador ao mesmo
tempo a capacidade inovadora e tecnológica podem reduzir a vulnerabilidade das empresas as
mudanças climáticas.
Além disso, há evidências da influência climática no desempenho exportador das
empresas estudadas. Para os entrevistados o mercado externo valoriza e exige das empresas
uma postura ambientalmente correta, o que envolve a adequação às questões climáticas. Nesse
sentido verifica-se uma relação positiva entre a adoção das práticas de mitigação e adaptação
as mudanças climáticas, fato também evidenciado no estudo de Chakrabarty e Wang (2013).
Pode-se perceber que as mudanças climáticas impactam também no âmbito financeiro e
sustentável das empresas, mesmo de forma indireta ou como consequência.

5. CONCLUSÃO

10
A partir do modelo conceitual, fundamentado nos estudos de Gasbarro et al. (2017), Herrmann
e Guenther (2017), Damert et al. (2017), IPCC (2014b), MMA(2016) Kneipp (2016) com base
em Gunday et al. (2011), Papadopoulos e Martín (2010), pode-se compreender como as
empresas industriais brasileiras estão se posicionando e adotando práticas como respostas para
enfrentar o cenário de mudanças climáticas. Além disso foi possível verificar como a gestão de
práticas orientada às mudanças climáticas pode se relacionar com o desempenho empresarial
nas indústrias. Apresenta-se a seguir o Quadro 4, com o resumo das evidências qualitativas.
Quadro 4 – Resumo das evidências qualitativas

Empresa Alfa Empresa Beta Empresa Gama Empresa Delta

Riscos Regulatórios Físicos - Físicos


Oportunidades Regulatórios; Inovação de Reputação Reputação
Inovação de produto e Produtos e
tecnologia Tecnologia; Impactos
Financeiros
Barreiras Econômicas/ - - Econômicas/
Financeiras Financeiras

Envolvimento Sim Sim Sim Sim


Político e
Stakeholders
Práticas de Eficiência energética Eficiência energética Eficiência Eficiência
Mitigação e eficiência de e eficiência de energética e energética e
emissões; emissões; eficiência de eficiência de
Reutilização e Reutilização e emissões; emissões;
reciclagem; reciclagem; Reutilização e Reutilização e
Melhorias em Melhorias em reciclagem; reciclagem;
Produto/serviços Produto/serviços Melhorias em Melhorias em
Produto/serviços Produto/serviços
Práticas de Investimentos em Mapeamento de Investimentos em Investimentos em
Adaptação reuso, dessalinização áreas de risco; serviços de reuso,
e fontes alternativas Inclusão do “risco ecossistemas dessalinização e
de obtenção de água e climático” em todas fontes alternativas
energia. as ações de de obtenção de água
planejamento das e energia
indústrias;
Investimentos em
reuso, dessalinização
e fontes alternativas
de obtenção de água e
energia.
Relação da Inovador Inovador Inovador Inovador
gestão das Exportador Exportador Exportador Exportador
mudanças
climáticas e o
Desempenho
Empresarial

Percebe-se que as questões ambientais e climáticas afetam as empresas industriais


brasileiras de diferentes formas. A frequência cada vez maior da ocorrência de eventos extremos
(WMO, 2019), pode causar significativos impactos de infraestrutura industrial, crises hídricas
11
desabastecimento da cadeia de suprimentos, entre outros fatores inesperados que podem levar
a perdas significativas da indústria. Assim, conforme os achados pode-se constatar que os
principais riscos percebidos envolvendo as mudanças climáticas se referem aos riscos físicos e
regulatórios, enquanto as principais oportunidades percebidas referem-se a inovação,
reputação, ganhos financeiros e de regulamentação. As barreiras econômicas e financeiras
foram destacadas pelos gestores.
As empresas estudadas demonstram desenvolver ações de mitigação e de adaptação
frente as mudanças climáticas. No âmbito da mitigação atuam principalmente na eficiência
energética e na minimização das emissões, na melhoria de produtos e processos e em práticas
de reciclagem e reutilização. Quanto a adaptação, é predominantemente evidenciado práticas
relacionadas a questão da água, o que está de acordo com os riscos e as vulnerabilidades
apresentadas pelas empresas industriais. Nesse sentido, devido a vulnerabilidade e a
dependência desse recurso, pode-se constatar que uma gestão estratégica do uso da água é
fundamental no âmbito das mudanças climáticas, no cenário brasileiro.
De forma geral, os resultados encontrados proporcionaram um maior entendimento das
questões climáticas no cenário brasileiro, foi possível verificar riscos, dificuldades, benefícios
e as principais iniciativas das empresas para enfrentar essas mudanças. Além disso, a gestão de
práticas para o enfrentamento das mudanças climáticas também é vista como um fator de
diferenciação para as empesas industriais, podendo influenciar sua performance financeira,
inovadora e de exportação.
Embora este estudo amplie o conhecimento sobre as respostas das empresas às
mudanças climáticas, importantes limitações são consideradas. A primeira limitação refere-se
ao tamanho da amostra estuda, visto que. Outra limitação se refere as escolhas teóricas, visto
que a temática ainda é incipiente para a ciência administrativa, e por fim o fato das informações
corporativas estarem pautadas em percepções individuais.
Esse estudo permite muitos insights e sugestões para estudos futuros. Uma das sugestões
se refere a ampliação dos casos estudados, permitindo a verificação da influência do segmento,
atuação internacional, do porte, no posicionamento das empresas para com as questões
climáticas. Além disso, este estudo concentrou apenas empresas industrias, seria interessante
também expandir para empresas de outros setores como de serviço, observando assim possíveis
divergências e sinergias dentre os setores.
Não obstante as limitações do presente estudo, foi possível compreender e apresentar
evidências do comportamento das empresas, em termos de posicionamento e práticas, no
contexto das mudanças climáticas, além da relação com o desempenho empresarial. Assim,
além da multidisciplinariedade, foi possível identificar de forma teórica e empírica, elementos
importantes e direcionadores para o avanço dessa área do conhecimento.

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