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GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL: POTENCIALIDADES E

OPORTUNIDADES NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.

Antonio Fabricio Nascimento Ferreira 1


Prof. Ms. José Felipe Oliveira da Silva 2
Prof. Ms. Joviano de Sousa Silva 3

RESUMO

As micro e pequenas empresas (PME´s) possuem uma representatividade que tem


impacto bem significativo na economia do país. As quetões ambientais passaram ter uma
recorrrência muito bem retratada no âmbito corporativo e começam a fazer parte do
universo das MPE´s. A legislação ambiental atinje todo o setor empresarial e as
exigências governamentais trazem os discursos ambientais com fortes exigências para
dentro das pequenas empresas. O novo mercado com determinação pela busca dos
requisitos do desenvolvimento sustentável, promulga que esse setor economicamente
expressivo, deve andar junto a esses aspectos ambientais e ecológicos. Com o advento
dessa temática ambiental dentro do campo das micro e pequenas empresas surge muitos
debates que se perpetuam na capacidade desse setor. São questões que atenuam para
aspectos finaceiros, para as estrutras e a habilidades que os gestores dessas empresas
dominam em relação a esses aspectos. Este trabalho buscou identificar quais
oportunidades o setor das micro e pequenas empresas podem obter ao incorporarem os
aspectos Gestão Ambiental em sua estrutura. Identificando quais as potencialidades que
essas empresas podem adquirirem ao adequarem os conceitos de desenvolvimento
sustentável em sua política administrativa. As empresas que incorporam os requisitos da
politica ambiental e caminham junto com as perspectiva, estão com grandes potenciais
perante este mercado e se destacam com um diferencial competitivo.
Palavras-chave: Gestão ambiental. Desenvolvimento sustentável. Oportunidades para
MPE´s.

1 Bacharel em Administração de Empresas. Auxiliar Administrativo da Faculdade do Maciço de


Baturité (FMB). E-mail: fabricionascimento1456@gmail.com
2 Doutorando em História Social (UFC). Professor da Faculdade do Maciço de Baturité (FMB). E-

mail: felipeoliveira1991@hotmail.com.
3 Professor. Mestre em humanidades (UNILAB-CE). Professor da Faculdade do Maciço de

Baturité (FMB). E-mail: jovianodesousa@hotmail.com


INTRODUÇÃO

No Brasil tem mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas, que totalizam


99% dos negócios do país. De acordo com o (SEBRAE) Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e
Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Cresce cada vez mais a temática das questões
ambientais e responsabilidade social sobre as empresas. Berté (2009) fala que ao
examinarmos a problemática ambiental, temos a chance de ver a interação dos meios
sociedade e físico/natural com uma visão holística e sistêmica de mundo.
Nos ditames de uma sociedade e governo cada vez mais preocupados com o futuro
ambiental que lhes aguarda, cresce de forma exponêncial os olhares para os processos
produtivos das empresas na utilização dos recursos naturais, seja para fabricação de seus
produtos ou oferecimento de seus serviços. Exige administração que trabalha as
estratégias e práticas administrativas voltado ao desenvolvimento sustentável, visando
utilizar da melhor forma esses recursos naturais, diminuindo os impactos ambientais das
empresas.
Gestão ambiental possui em sua estrutura métodos, práticas e ações que muitas
vezes são vistas pelas organizações como desnecessárias, Santiago (2010) ressalta que os
desafios primários de incorporar a temática ambiental nas MPEs está na capacidade do
desenvolvimento da visão dos seus representantes. Características de gestão centralizada.
Na alusão dessas informações é visto a necessidade que esse setor econômico
necessita trabalhar a sua política ambiental. Surge nesse contexto indagações. Quais as
vantagens e potencialidades as micro e pequenas empresas podem ter ao implementar,
adequar e trabalhar as estratégias da Gestão Ambiental em sua estrutura?
Mediante o exposto anteriormente, para atingir o objetivo do trabalho,
buscamos identificar quais os potenciais e oportunidades que a Gestão Ambiental pode
oferecer para a estrutura das pequenas e medias empresas, junto as vantagens e impactos
que a mesma traz para esse setor econômico. Para aproximar-se dos princípios requeridos
no objetivo procuramos, identificar quais as ferramentas, vantagens e o potencial que a
Gestão Ambiental pode proporcionar as micro e pequenas empresas; Analisar MPE`s que
já trabalham com a política da gestão ambiental em sua estrutura; Identificar quais
oportunidades e estratégias as MPE´s que já trabalharam a perspectiva ambiental
empresarial obtiveram.

.
REVISÃO DE LITERATURA

2.1 GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL E AS MICRO E PEQUENAS


EMPRESAS

Há muito se fala sobre gestão ambiental dentro das organizações, várias


correntes de pensamento atenuam essa temática em detrimento ao impacto e desgastes
dos recursos naturais que o universo corporativo deixa no âmbito de suas atividades
diárias. “Do ponto de vista empresarial, gestão ambiental é a expressão utilizada para se
denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível,
problemas para o meio ambiente” DIAS (2017, p.107)
Recorrente a conjuntura ambiental e a responsabilidade social, muitas empresas
estão na mira das cobranças para se adequar as práticas ambientais, na intenção de
diminuir seus imapctos socioambientais. A busca cada vez mais intensa das organizações
por uma política ambiental tem influências externas. Segundo Dias (2017), as
perspectivas de diminuição da contaminação pelas empresas é proveniente de forças que
não são identificadas na parte interna da organização, mas fora dela. Dentre essas forças,
estão: o Estado, a comunidade local, o mercado e os fornecedores.
A politica de gestão ambiental das empresas é abordado pela norma ISO 14.000,
que traz o sistema de gestão ambiental (SGA) que é a norma ISO 14001. São normas
certificadoras da política ambiental, que apoiam legislação ambiental. Oliveira e
Albuquerque (2009) sobre o SGA, afirmam que esse sistema engloba nas empresas
atividades de planejamento, práticas, procedimentos, processos, recursos e
responsabilidades afim de desenvolver, de implementar, de atingir, analisar e manter a
sua política ambiental. As ferramentas usadas por essa norma, foram estruturadas para
serem aplicadas a organizações que tenham impacto significativo no meio ambiente, são
organizações com uma grande estrutura, bem como as indústrias, com recursos
considerados elevados.

A capacidade das MPE´s é questionada no que possa abranjer os aspectos


ambientais, a gestão das empresas desse setor é muito interpelada nesse aspecto
sustentável. Outros pontos são abordados por Cabral e Albuquerque (2009), eles alertam
sobre o tamanho desse tipo de empreendimento, apontam problemas de ordem estrutural.
Eles citam a respeito do ciclo de vida da empresa, a baixa escala de produção e a baixa
capacidade de investimentos
Ainda em relação a capacidade estrutural das MPES, para adotarem aspectos da
gestão ambiental dentro de sua política empresarial, Cabral e Albuquerque (2009)
argumentam que esse setor econômico deixa de lado algumas das ferramentas necessárias
na implantação de métodos de redução de custos. Uma delas é de que pela baixa
capacidade estrutural não conseguem ter um custo fixo médio, como dito, por não
possuírem escala para diluir os gastos em muitas unidades produzidas. Outro aspecto que
relatam são as dificuldades de crédito para trabalharem nesse tema, o que dificulta a
aquisição dos investimentos destinados à proteção ambiental.
Em um estudo de caso realizado por Santiago (2010), apontou para autuação
governamental que algumas MPE´s sofreram, pelo fato de estarem com irregularidades
socioambientais. Para alguns embora possa parecer que as pequenas empresas não tenham
grande influência nos impactos ambientais, devido a amplitude desse setor, a longo prazo
pode trazer danos bem consideráveis dentro do consumo errôneo dos recursos naturais,
além da questão social que a empresa pode ser situada.
No que tange o potêncial das micro e pequenas empresas trabalharem uma
política ambiental, é compreensível que esse conceito é aplicável a todas as organizações,
ele parte de pequenas premissas, para grandes ações dentro dessa área. Dias (2017),
abordando a aplicabilidade gestão ambiental, diz que qualquer empresa de tamanho e
setor, consegue incorporar e aplicar os conceitos desta área. Aspectos como reduzir o
consumo de energia, de água, o uso de produtos recicláveis, pode ser trabalhado por
qualquer empresa.
Dentro das estratégias que as empresas podem aderir para sua política ambiental,
Barbiere (2016) fala sobre três medidas que podem ser adotadas, que são: O controle da
poluição, que estabelece práticas para impedir os efeitos da poluição gerada por algum
processo produtivo; Prevenção da poluição, em que a empresa atua sobre os produtos e
processos produtivos para evitar, reduzir ou modificar a geração de poluição, visa
empreender ações de produção mais eficiente e; Abordagem estratégica, a empresa
procura tratar os problemas ambientais como uma de suas questões estratégicas, portanto,
esta tática está ligada na busca de uma situação vantajosa no seu negócio atual ou futuro.

2.2 GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL E SUSTENTABILIDADE,


POTENCIALIDADES PARA MPE´S
Quanto a abordagem das empresas em relação a sua adequação para trabalharem
a gestão ambiental, dentro desse aspecto, a sustentabilidade sempre anda ao lado de todas
as práticas realizadas pelas organizações. Pereira (2007) discursa que, no âmbito
sustentável as organizações devem mensurar seus resultados em três esferas que não
podem ser separadas. Essas três esferas são chamadas de o tripé da sustentabilidade,
composta pela área econômica, a social e a ambiental. As decisões que as empresas irão
tomar devem seguir esse tripé.
Sobre outros aspectos da gestão ambiental empresarial, em relação aos seus
objetivos, as vertentes que tratam do assunto, sempre apontam sua ligação inseparável
com a sustentabilidade, quando trabalhada pelas empresas no viés ambiental. Dias (2017)
complementa que, objetiva-se com a gestão ambiental, manter sempre acima a capacidade
do meio ambiente de suportar as organizações em suas atuações, onde os impactos
ambientais não afetem essa capacidade, e define esse conceito como desenvolvimento
sustentável.
Os pressupostos ambientais junto aos presupostos economicos sempre estiveram
em cheque no que tange o desenvolvimento sustentável, estando assim na ótica da gestão
ambiental. Sempre ficou em loco que a balança do desenvolvimento sustentável teria a
dificílima incumbência de pesar de forma igualitária dois grandes aspectos, o
desenvolvimento econômico e a proteção ambiental. Guevara et al (2009) propõe que o
desenvolvimento sustentável é a conciliação e o equilíbrio desses dois apectos. Ainda
afirmam a definição de desenvolvimento sustentável, como o responsável por atender as
necessidades presentes, sem comprometer as necessidades futuras da humanidade.

Dentro das MPE´s a variável ambiental vem ganhando cada vez mais espaço, no
tocante de uma proposta que diminua os impactos ambientais. Entretanto, outro aspecto
vem incorporando o fato das MPE´s aderirem uma política ambiental. Dias (2017, p.65)
relata, “Ocorre que nos últimos anos a gestão ambiental tem adquirido cada vez mais uma
posição destacada, em termos de competitividade, devido aos benefícios que traz ao
processo produtivo como um todo e a alguns fatores em particular que são
potencializados.”
Muitos gestores das Micro e Pequenas Empresas alegam as dificuldades de
implantação e sobre os resultados de se trabalhar a perpectiva ambiental. De acordo
Silvestre Labiak Júnior, em entrevisata a revista locus em (2007) afima que, para as
empresas as ações sustentáveis oferecem um retorno quase que imediato, pois alteram os
processos, aumentam a produtividade, economizam matéria prima.
Dias (2017) tambem aborda esse pensamento e complementa afirmando que
quando a empresa se integra mesmo que parcialmente na perspectiva ambiental, ganhará
uma vantagem competitiva, onde pode haver melhorias na convivência social dentro das
organizações para com outros agentes socias. Ainda essa vantagem competitiva se dará a
curto prazo, não a médio nem longo prazo.

METODOLOGIA

Esta pesquisa é um estudo de cunho bibliográfico com intuito de gerar


conhecimentos, é uma pesquisa de natureza básica. Segundo Cervo (2007, p.60) a respeito
da pesquisa bibliográfica, “procura explicar um problema a partir de referências teóricas
publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. ”
Tem uma abordagem qualitativa afim de entender e contextualizar os processos
do objeto em estudo. A realização dos objetos se dará de forma descritiva. Os
procedimentos técnicos usados será de cunho bibliográfico.
A coleta de dados será bibliográfica, onde levantaremos dados para compreensão
e caracterização do objeto de estudo. Os dados serão obtidos de obras de autores do
assunto e artigos que abordam a temática do estudo.
A análise da pesquisa se dará com a obtenção dos aspectos necessários para
compreensão do objeto de estudo. Esses dados e informações obtidas através da
bibliografia, serão relacionados e cruzados para se obter a conclusão das indagações do
objeto em estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As práticas ambientais incorporadas nas micro e pequenas empresas trazem


diversas opiniões, principalmente dos gestores, quando se trata das questões jurídicas,
pois estes questionam sua efcácia. Mas quando a empresa age de acordo com as provisões
da licença ambiental que integra em sua estrutura, quando ela está amparada legalmente
tem-se benefícios como: Amparo jurídico para solucionar conflitos de denúncia de
concorrentes; Está preparada para lhe dá com reclamações da comunidade; Ampliação da
competitividade; Credibilidade no mercado.
Alinhar os eixos econômicos, ambiental e social é uma prática que pode trazer
para as empresas grandes oportunidades. Trabalhar a gestão ambiental empresarial
implica muitos desafios, pricipalmente quando falamos do quadro que se encaixa as
MPE´s. Onde são alegados muitos dispêndidos que além do quesito monetário, muito
pesa as particularidades que se apregoa aos principios de gestão. Mas que se esses
principios bem lapidados, de forma perspicaz e com determinação podem trazer junto a
essa temática muitos ganhos.
Entendendo as opiniões que cercam as MPE´s quanto sua estrutura, o Serviço
de apoio as pequenas e médias empresas (SEBRAE) disponibilisa a classificação das
empresas quanto ao número de funcionários. Tanto no setor da indústria quanto no setor
de comércio e serviço.

Tabela 1. Classificação do porte das empresas


NÚMERO DE NÚMERO DE
PORTE DA EMPRESA FUNCIONÁRIOS: FUNCIONÁRIOS:
INDÚSTRIA SERVIÇO E COMÉCIO
MICROEMPRESA com até 19 empregados até 9 empregados
PEQUENA EMPRESAS de 20 a 99 empregados de 10 a 49 empregados
MÉDIA EMPRESA 100 a 499 empregados de 50 a 99 empregados
GRANDE EMPRESA mais de 500 empregados mais de 100 empregados
Fonte: adaptado de SEBRAE (2018)

O objeto de estudo deste trabalho é o setor das micro e pequenas empresas, há


uma grande relevância de coompreender a estrutura onerosa dessa categoria, uma vez que
este fato atenua para as perspectivas das opiniões que rodeiam esse setor. O SEBRAE
tambem informa no setor das MPE´s classicação das empresas perante sua receita bruta
anual.
Figura 1. Classifiação das empresas de acordo com a receita bruta.
Fonte SEBRAE (2018)

As questões socioambientais nas organizações tomaram proporções


gigantescas de preocupação, na medida em que os recursos naturais apresentam riscos
de escassez e a sociedade que sofrendo com o descaso das empresas. O governo entra
tambem nesse aspecto como responsável por buscar soluções de extrema necessidade.
São muitas medidas que incentivam o mundo corporativo a aderirem a gestão ambiental.
Um estudo de caso realizado por Santiago (2010) apontou para dados de uma
análise de 35 MPE´s do estado de São paulo, onde indicou os principais motivos desse
setor da economia aderirem as práticas socioambientais. Dentre os pricipais fatores
motivadores estão: o cumprimento da legislação para evitar litígios e custos; o apoio e
informações do SEBRAE-SP e; as inovações tecnológicas socioambientais.
Vemos que a participação governamental tem muita influência no que tange ao
fato das organizações aderirem a práticas ambientais. Quando os gestores protelam contra
esses aspectos estam fadados a sofrerem as medidas que o governo lhes impõe. Essas
medidas são datadas por mexerem no principal pilar da estrutra corporativa, que são seus
recursos financeiros, por isso é um grande incentivador.
Dentre os demais motivadores citados está o acesso das informações pertinentes
as MPE´s na temática ambiental. Os dados relataram que as informações fornecidas pelo
SEBRAE-SP a essas empresas foram bastantes eficazes. Esse fato atenuam para outro
pensamento, que a falta de informações das questões socioambientais para as MPE´s
dificultam a adequação desse setor perante a gestão ambiental.
As inovações tecnológicas sociembientais são outro fator motivador, e são
consequência do acesso das MPE´s aos potenciais propostos pelas oportunidades da
sustentabilidade. Em concordância a esse aspecto da informação El-deir et al (2010), em
um estudo feito com 400 MPE´s de Pernambuco, apontam para uma proposta
metodológica para as empresas desse setor em face de uma de manda do SEBRAE-PE.
Que foi o desenvolvimento de três cartilhas e um livro técnico, voltados para o as
estruturas das micro e pequenas empresas. Neste trabalho essa proposta metodológica
visou os seguintes estratégias: Reduzir os impactos ambientais da produção; Definir
estratégias empresariais e governamentais sustentáveis; Operacionalizar um
planejamento ambiental; Delinear instrumentos econômicos focados na gestão ambiental
e; Elevar a consciência ambiental dos empresários.
O sistema de gestão ambiental (SGA) é um grande aliado das empresas na gestão
ambiental, como aborda Dias (2017) afirmando que esse sistema proporciona a
organização trabalhar a gestão ambiental de forma holística em sua estrutura. Ao mesmo
tempo, para alguns, nas MPE`s o sistema de gestão ambiental, se distancia perante sua
aplicabilidade nesse tipo de negócio, por suas difcuadades estruturais, como abordado por
Cabral e Albuquerque (2009).
A certificação ambiental comprova em suma, a eficiencia das organizações em
relação a sua política ambiental. A obtenção desse certificado passa por muitas etapas,
que vão desde a implementação do SGA até as auditorias feitas pelos orgãos
certificadores, o que reforça a dúvida desse sistema em relação as MPE´s. Em
contraponto a essas perspectivas a respeito das MPE´s Martins e et al (2015) em estudo,
analisou quatro empresas desse setor do ramo das indústrias, identificando que uma das
empresas possui uma certificação ambiental da norma ISO 14.001. Essa certificação foi
integrada a outro certificado que a empresa possuia, a ISO 9.001, que trata do sistema de
gestão da qualidade.
Ainda sobre o estudo desta empresa, foi identificado que ela possui diversas
práticas ambientais como desenvolvimeto de produtos com tecnologias ambientais e sua
certificação ISO 14.001. Esses dados corroboram para a abordagem estratégica
mencionada por Barbiere (2016). O produto da empresa proporciona beneficios para o
meio ambiente bem como, poupar água, reduzir o uso de materias-primas e mitigar a
poluição causada na atmosfera, hidrosfera e na litosfera.
Atenuante aos apectos do Sistema Gestão Ambiental e em detrimeno da sua
eficiencia e eficácia, Santos (2014) aborda a cerca de algumas vantagens que esse sistema
pode proporcionar. As vantagens recorrentes a dois ângulos, a da empresa e a do cliente.
Tabela 2. Vantagens do Sistema de Gestão Ambiental.
Vantagens do SGA Para a Empresa Vantagens do SGA Para os clientes
Criação de uma imagem “verde”, Segurança de estar consumindo
acesso a novos mercados. produtos ou serviços ambientalmente
corretos.
Redução de acidentes ambientais e Possibilidade de acompanhar a vida útil
custos de remediação. do produto
Conservação de energia e recursos Confiança de estar contribuindo para a
naturais conservação dos recursos naturais e
redução da poluição.
Segurança de estar participando,
Menor risco de sanções do poder mesmo que indiretamente, dos esforços
público dos países-membros da ONU para
solucionar os problemas ambientais do
planeta.
Redução de perdas e desperdícios
Maior economia
Fonte: adaptado de Santos (2014)

O uso das práticas sustentáveis pelas empresas, sobre uma ótica estratégica,
passa desde preocupações com legislação ambiental, para um miríade de oportunidades
de práticas sustentáveis e de crescimento para as organizações, e muito para as micro e
pequenas empresas.
O empresário Murilo Cunha proprietário da empresa de alimentos congelados
Twin Peaks instalada em Valinhos (SP), em entrevista ao jornal O Estadão (2012) relata
sobre as oportunidades e que empresa teve em trabalhar as práticas sustentáveis. Dentre
as práticas usadas ele destaca: O uso da energia solar, reduzindo o consumo de energia
para 30%; A redução do consumo de água em 60% através da captação de água da chuva
e; a destinação de 40 litros de gordura e óleo, resultante do processo produtivo diário,
para a fabricação de sabão por empresas certificadas.
Esses dados reforçam para alguns aspectos propostos pelas oportunidades do
desenvolvimento sustentável e logo a adequação da gestão ambiental pelas empresas.
Dando reforço ao que aponta alguns dos conceitos proposto pela literatura, bem como
nesses aspectos podem ser destacados a vantagem competitiva das empresas, o retorno a
curto prazo e redução dos custos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existe um mercado voltado para o desenvolvimento sustentável. Onde as
implicações empresariais precisam estar niveladas com as peculiaridades dos novos
clientes e que tambem não ultrapassarem os limites impostos pelo poder público, no que
abrange a idoneidade da legislação ambiental. Este é o contexto que trabalha a gestão
ambiental.
A certificação ambiental é uma etapa muito importante na conjuntura da gestão
ambiental. É uma tarefa que exige desse setor uma gestão bem entrelaçada com os
caminhos do desenvolvimento sustentável. Onde ela pode está amparada legalmente,
dentro da sua licença ambiental, que traz todas as provisões que ela precisa adotar
juridicamente. Assim obtendo e/ou ficando muito próximas de obterem essa certificação
ambiental.
A dimensão em que o campo das MPEs está situado, mostra a relevância de tratar
da Gestão ambiental empresarial nesse setor, dentro da proposta de desenvolvimento
sustentável exigido pelos consumidores, sociedade e governo atuais. Assim trazendo para
as empresas oportunidades como: Vantagem competitiva; criação de uma imagem verde;
amparo contra sanções do poder público; o retorno a curto prazo; e redução dos custos.
Dentro da administração de empresas, a discursão da relevância da
implementação das estratégias de Gestão Ambiental dentro das MPE´s, pode propiciar
uma equidade para essa relação econômica e socioambiental, que por muitos parece andar
em contramão. Com isso temos então a chance de conseguir olhar em uma mesma linha
as disparidades de duas vertentes, a de uma sociedade, consumidores e governo com uma
consciência de exigência ecológica, junto com as necessidades socioeconômicas das
MPE´s.
O estudo da gestão ambiental dentro do setor das micro e pequenas empesas
proporciona diversos caminhos a serem trabalhados do ponto de vista acadêmico, no
âmbito do curso de administração de empresas. Principalmente quando falamos de
necessidades, identificamos uma precisão de criação e direcionamento de ferramentas que
facilitem informações e a inclusão desse setor junto aos conceitos de desenvolvimento
sustentável.
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