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Licenciatura em Política, Economia e Sociedade

1ºano – 1º semestre
2023/2024
26/12/2023

Avaliação Final

Unidade curricular: Pensamento crítico


Docente: Daniela Freitas
Aluno: Francisco de Lacerda Salgado
Introdução
Um argumento não é apenas expressar e expor um ponto de vista, segundo
Cotrell, um argumento é a utilização de razões para suportar pontos de vista, de forma a
que audiências conhecidas e desconhecidas possam ser persuadidas a concordar. Assim,
um argumento pode ser algo considerado fundamental para a vida quotidiana.

1.1.

Um argumento é algo fundamentado por uma conclusão, segundo Weston,


argumentar é um conjunto de razões a favor de uma conclusão. Desta forma, Manuel
Loff usa uma série de conclusões intermédias com o suporte de premissas para atingir a
sua conclusão final.

Dito isto, a conclusão final do autor é a que “o problema não são os refugiados.
É a hipocrisia.”

A primeira conclusão intermédia que o autor destaca é a de que muitos políticos


são incoerentes. Isto deve-se ao facto de que muitos políticos mencionam “os valores
europeus”, como a solidariedade, e os direitos humanos nos seus discursos e depois
aplicam medidas que podem ser consideradas discriminatórias, visando o fecho das
fronteiras aos migrantes. Tal como podemos ver em “Os dramas humanitários suscitam
nos atores políticos doses substanciais de hipocrisia e de retórica humanitária”

A segunda conclusão intermédia que nos é apresentada é a de que existe uma


desigualdade de tratamento. Ou seja, segundo o autor, muitos países demonstraram
simpatia e empatia pelos refugiados sírios, mas fechavam as suas fronteiras a outros
refugiados: “não vejo sinais de mudança significativa relativamente ao ainda mais
antigo drama dos iraquianos, afegãos, paquistaneses, palestinianos, eritreus, sudaneses,
somalianos e de outros africanos”. O que acaba por ser uma crítica à seletividade feita
por estes países, um exemplo que nos é dado é o dos países ricos do Norte que mantém
uma política de encerramentos de fronteiras.

Por fim, é feita uma crítica à disparidade no esforço de acolhimento de


refugiados. Esta conclusão intermédia é sustentada através do facto de que países como
a Turquia e o Líbano acolheram milhões de refugiados enquanto outros países fecham
as suas fronteiras ou acolhem um número pequeno a comparar com estes países, por
exemplo a Alemanha que recebeu apenas 800mil. “E, por mais impressionante que
possa ser a sua disponibilidade em receber 800 mil refugiados num só ano, era bom
compará-la com o esforço que há anos sustenta o minúsculo Líbano que, segundo o
Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, acolhe um terço dos 3,9
milhões dos refugiados sírios fora do país,”.

Concluindo, podemos perceber que Manuel Loff, no texto. começa por


apresentar o seu ponto de vista, enunciando uma conclusão final. Posteriormente, são
nos dadas uma cadeia de conclusões intermédias apoiadas por inúmeras premissas.
Estas conclusões intermédias incluem críticas como à hipocrisia dos líderes europeus,
que enaltecem princípios como os direitos humanos, mas na prática fecham as suas
fronteiras acompanhadas de políticas discriminatórias, à seletividade no acolhimento de
refugiados e à falta de responsabilidade compartilhada. Assim sendo, estas conclusões
servem para reforçar a ideia inicial de que o problema não reside nos próprios
refugiados, mas na incoerência e na falta de ação eficaz por parte dos líderes europeus.

1.2.

Tendo em conta que um argumento tem de ser conciso e claro, usando uma
linguagem precisa e concreta para garantir uma plena compreensão dos leitores sem
qualquer dificuldade, é visível que Manuel Loff incorpora estes componentes no seu
texto. Para além disto, é de salientar que existe um grande cuidado e consideração por
de trás da estrutura deste texto, em que o autor começa por enunciar a sua conclusão que
é seguida por um encadeamento de conclusões intermédias que servem para reforçar e
justificar a sua conclusão apresentada no início.

No entanto, algo que eu considero que seja negativo é que as referências


utilizadas pelo escritor demonstram ser pouco fidedignas, o que gera premissas que
podem ser contestáveis. Isto torna-se compreensível quando ele escreve frases como “os
países ricos do Norte do mundo”, “uma parte seguramente importante da opinião
pública” e “alguns dirigentes europeus”.

2. A

Não é de negar que os avanços tecnológicos cada vez mais impactam as nossas
vidas e o surgimento de ferramentas como a inteligência artificial (AI) tem levantado
muitas controversas. Uma destas controversas é a AI, segundo um estudo da Unesco
feito a mais de 450 escolas e universidades mostrou que menos de 10% tinham políticas
institucionais e/ou orientações formais relativas à utilização de aplicações generativas
de IA. Na minha ótica, deveriam ser ciadas medidas contra o uso da AI no ensino
académico.

Primeiramente, a verdadeira aprendizagem envolve refletir criticamente, fazer


perguntas, discutir e realmente aplicar o conhecimento, e não apensas absorver
passivamente informações. Para além disto, uma dependência excessiva da inteligência
artificial na aprendizagem pode ter precauções. Uma destas precauções é o facto de que
os alunos deixam de progredir intelectualmente, ou seja, perdem competências críticas e
competências de resolução de problemas o que lhes impede de amplificar a sua vida
académica.

Em segundo lugar, a interação e comunicação entre alunos é crucial para o


desenvolvimento não só pessoal, mas também académico, pois aprendem a ser mais
críticos e aprimoram aptidões cognitivas. Sendo que isto é algo que a AI pois é incapaz
de produzir emoções linhas de raciocínio tão abundantes como as nossas.

Assim sendo, a ausência de políticas sobre o uso de ferramentas de AI traz


inúmeras preocupações, como uma dependência excessiva dos alunos à AI.
Dependência que acompanhada pela da falta de interação humana da AI pode afetar o
desenvolvimento crítico de um estudante.

Conclusão
Com este trabalho podemos concluir que a argumentação seguida de uma
reflexão analítica é algo essencial para a interação entre seres humanos e para o nosso
desenvolvimento pessoal e académico. Esta capacidade de formular argumentos
coerentes facilita a compreensão e a comunicação de ideias complexas.

Apreciação da UC
Na minha opinião, esta unidade curricular foi bastante interessante. O conteúdo
que eu achei mais valioso e substancial desta UC foi o facto de ter alcançado uma mente
mais crítica e avaliadora do que tinha antes, devido ao simples facto de que se
pensarmos bem quase tudo pode ser refutado.

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