Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Há 90 anos nascia, na África do Sul, a renomada cantora e ativista, Miriam Makeba. Faleceu
em Itália, em 2011. Deixou um importante legado artístico, de luta panafricanista e de grande
generosidade. Do exílio, levou avante a luta contra o Apartheid, intensificando-a precisamente
na sequência do massacre de Sharpeville, ocorrido a 21 de março de 1960. Esse trágico evento
está na origem da proclamação, pela ONU, do Dia Internacional pela Eliminação da
Discriminação Racial - 21 de março.
Os seus assinalaram, contudo, a data com uma cerimónia na sala que traz o seu nome num
liceu em Pretória.
Uma das participantes foi Abgail Kubeka, companheira de arte que a considera como uma
mãe. “Ela fez de mim aquilo que sou hoje” -afirma esta cantora de 82 anos de idade. Ela
considera que os jovens de hoje, na África do Sul, conhecem sim interpretações canoras de
Miriam Makeba, mas não o tipo de pessoa que era: generosa, ajudou tanto os outros de várias
formas. Estava sempre pronta a ajudar os outros - acrescenta. Há que dar a conhecer esta
faceta e Abgail Kubeka está convicta de que a “Miriam Makeba Foudation” irá fazer mais
neste sentido.
Também o neto de Miriam Makeba, Lumumba Mandela Lee, acha que o projeto de vida da
avó não é suficientemente conhecido pelas novas gerações no mundo.
Neste Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial apraz recordar esta
grande artista que percorreu o mundo levando, mesmo até às Nações Unidas, o anseio dos sul-
africanos pelo fim do Apartheid e por uma África sem colonialismo. “Ela pôs a África do Sul
no mapa” - afirma Abgail Kubeka.
Trazemos então aqui a emissão “África em Clave Feminina: música e arte” que lhe dedicamos
na quadra dos seus 90 anos. Para além das duas figuras acima citadas, a crónica de Filinto
Elísio, da Casa Editora Rosa de Porcelana, permite percorrer os grandes momentos da vida de
Miriam Makeba.
Viveu mais de 30 anos no exílio, mas pode enfim voltar ao seu país, onde repousa.
Fonte:https://www.vaticannews.va/pt/africa/news/2022-03/miriam-makeba-a-diva-das-
divas.html
Neste dia 31 de julho, Dia da Mulher Africana, relembramos a obra de mulheres artistas
envolvidas na luta por emancipação no continente. Pela música de Lydia Dola, conhecemos a
língua das mulheres do Quênia, Sudão e Tanzânia; na poesia falada de Linda Kouamé,
denunciamos as violências e a marginalização às quais as mulheres da Costa do Marfim estão
submetidas; e nas palavras escritas de Noémia de Souza aprendemos sobre a resistência e
irmandade negra entre mulheres de Moçambique e os povos negros do mundo.
Essas mulheres fazem parte da história e da cultura dos seus países e territórios, e se somam
às vozes de tantas outras mulheres de luta. No continente, uma artista que inspirou tantas
outras e marcou a luta pelos direitos das mulheres em diversos países africanos foi Zenzi
Miriam Makeba. Neste artigo, traçamos um perfil de Miriam Makeba e reunimos
depoimentos de militantes da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) do Zimbábue, Quênia e
da Costa do Marfim, sobre suas contribuições na luta das mulheres africanas.
Biografia
Aos 17 anos, Miriam começa a dar os primeiros passos de sua carreira musical. Sua carreira
na música se inicia com a participação no grupo The Cuban Brothers; mas é no grupo de jazz
africano Manhattan Brothers que a cantora grava uma de suas músicas mais conhecidas até
hoje, Pata Pata (1956). Ainda nos anos 50, ela funda a banda de mulheres cantoras The
Skylarks e, no final da década, sua participação no filme Come Back Africa, que denuncia a
segregação racial, a torna mais conhecida em seu país e internacionalmente.
Sua atuação política é intensa ao longo de toda a vida. Miriam, chamada de “Mama Africa”,
se tornou uma figura importante do movimento pan-africanista, que defende a união dos
povos do continente. A perseguição do governo da África do Sul durante o regime do
apartheid, a forçou a viver em exílio por três décadas.
Vivendo nos Estados Unidos, apresentou músicas Xhosa e Zulu ao público internacional.
Nesse período, a artista se casa com um membro importante do movimento Panteras Negras
[Black Panthers], Stokely Carmichael, em 1968. “Em razão do seu engajamento, ela é expulsa
dos Estados Unidos e é exilada na Guiné, onde se envolve com a escrita e a interpretação de
canções militantes”, explica Solange Koné.
A luta continua
Sobre a contribuição da música de Miriam para a luta das mulheres africanas, Sefu Sanni, da
MMM do Quênia, fala que ela “não foi só uma voz de sua geração — ela foi uma voz da
revolução. Thomas Sankara diz que ‘não pode haver revolução sem a emancipação total das
mulheres’. Mao afirma que ‘as mulheres sustentam metade do céu’. E é verdade. E essa foi a
voz que Miriam Makeba teve para as mulheres de África”.
“Na música dela, quando ela canta ‘A Luta Continua’, ela convoca as pessoas a saírem e
continuarem lutando”. Sefu compartilha que uma de suas canções preferidas da artista é
“Hapo Zamani”, que significa “há algum tempo”, e é cantada em suaíli. “Ela diz: ‘foge,
homem branco, porque eu vou voltar para a minha terra’. Ela estava sendo perseguida por
causa da luta, por usar a música e a voz para lutar pelos direitos da classe trabalhadora, que
estava sendo discriminada, por lutar contra o apartheid. Ela chegou a ser deportada. Mas ela
disse que voltaria — e de fato voltou”.
Siphathisiwe compartilha que, depois que Miriam se aposentou da carreira musical, seu
trabalho na Fundação Miriam Makeba teve um grande papel na organização social,
oferecendo espaços seguros para meninas em situação de vulnerabilidade e crianças de rua,
além de dar visibilidade e realizar campanhas contra o abuso de drogas e conscientização
sobre HIV.
Sobre as formas de inspiração de Makeba para as militantes africanas, Sefu completa: “em
termos de questões de propriedade da terra, mulheres na liderança política, direitos sexuais e
reprodutivos das mulheres e, claro, mulheres como artistas, ela representou essas vozes. Para
as mulheres africanas, ela representa liberdade, emancipação, direitos das mulheres sobre a
própria terra, o direito de fazer parte das decisões, de ter um lugar à mesa, de serem
lideranças, de cuidarem dos filhos, para que o trabalho doméstico faça parte do sistema
econômico. Ela representa a totalidade da libertação”.
Para Solange, isso “inspirou mulheres da sua geração e das gerações posteriores, que
seguiram seu exemplo de expressar seu engajamento e militância em defesa dos direitos dos
oprimidos. O outro ponto está no nível político, em que ela mostrou o caminho para as
mulheres se envolverem na política com o objetivo de promover os direitos fundamentais para
todos”.
Fonte: https://capiremov.org/cultura/miriam-makeba-uma-voz-de-luta-pelas-mulheres-africanas/
info@capiremov.org.
Discografia
Álbuns de estúdio
Álbuns ao vivo
Compilações
• The Best of Miriam Makeba (LP) Canada: RCA Victor LSP-3982, 1968
• Harry Belafonte and Miriam Makeba (2xLP) RCA International (Camden) PJL2-8042, 1975
• Miriam Makeba (LP) Italy: Record Bazaar RB 254, 1980
• The Queen of African Music (CD) Verlag Pläne 831 655–938, 1987
• Africa (CD) Germany: Novus 3155-2-N/ND 83155, 1991
• Miriam Makeba and The Skylarks: Volume 1 (as Miriam Makeba and The Skylarks;
Remastered from 78/45 RPM recorded between 1956 and 1959) (CD) TELCD 2303, 1991
• Folk Songs from Africa (CD) SAAR CD 12514, 1994
• En public à Paris et Conakry (CD), 1996
• Hits and Highlights (CD), 1997
• Miriam Makeba and The Skylarks: Volume 2 (as Miriam Makeba and The Skylarks;
Remastered from 78/45 RPM recorded between 1956 and 1959) (CD) TELCD 2315, 1997
• The Best of Miriam Makeba (CD) BMG/RCA, 2000
• Legend (CD) Next Music CDSL21, 2001
• Mama Africa: The Very Best of Miriam Makeba (CD), 2001
• The Guinea Years (CD/LP) STCD3017/SLP48, 2001
• Mother Africa: The Black Anthology (CD), 2002
• The Best of Miriam Makeba: The Early Years (CD) Wrasse WRASS 088, 2002
• The Definitive Collection (CD) UK: Wrasse WRASS 062, 2002
• Her Essential Recordings (2xCD) Manteca MANTDBL502, 2006
• Mama Afrika 1932–2008 (CD) Gallo, 2009
Extended plays
• Makeba – Belafonte (com Miriam Makeba e Harry Belafonte) (Vinil, 7", 45 RPM) Germany:
RCA Victor EPA 9035, 1961
• The Click Song (Vinil, 7", EP) France: London RE 10.145, 1963
• Chants d'Afrique (Vinil, 7") France: RCA Victor 86.374, 1964
Singles
• "Duze" (1956) (10 polegadas goma laca 78 rpm mono Gallotone GB.2062)
• "Pass Office Special" (1957) (10 polegadas goma laca 78 rpm mono Gallotone GB.2134)
• "The Click Song" / "Mbube" (1963) (7 polegadas vinil Londres HL 9747)
• "Malaika" / "Malcolm X" (1965) (7 polegadas vinil Quênia: Sonafric SYL 565)
• "Pata Pata" (1967) (7 polegadas vinil Reprise 0606) #12 (US)[1]
• "Malayisha" (1967) (7 polegadas vinil Reprise)
• "What is Love" (1968)[2]
• "Emavungwini" (1968) (7 polegadas vinil França, Espanha: Reprise)
• "I Shall Be Released" / "Iphi Ndilela (Show Me the Way)" (1969) (7 polegadas vinil Alemanha:
Reprise RA 0804)
• "Pata Pata" / "Click Song Number 1" (1972) (7 polegadas vinil Alemanha, Holanda: Reprise REP 14
217)
• "We Got to Make It" / "Promise" (1975) 7 polegadas vinil com Instrumentalgruppe German
Democratic Republic: AMIGA 4 56 044, 1974, e França: Disques Espérance
• "Pata Pata" / "Malayisha" (1976) (7 polegadas vinil Itália: Reprise 14 267, feito na França em 1978)
• "Hauteng" / "Talking and Dialoging" (1978) (7 polegadas vinil França: Disques Espérance ESP
155027)
• "Comme une symphonie d'amour" (1979) (7 polegadas vinil França: Disques Espérance ESP
65.009)
• "Give Me a Reason" / "Africa" (1989) (7 polegadas vinil Itália: Philips 875 308-7)
• "Pata Pata 2000" (2000) (CD Putumayo PUTU 919-S)
Referências
1.