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Leane Tessaro de Araujo

Ano: 2021

MOVIMENTOS MUSICAIS

Uma das formas encontradas pelos negros escravizados de manter viva sua
cultura, tradição, a comunicação com os demais e a liberdade de expressão
durante a realocação nos continentes americanos, foi através da música.
Portanto, devido a esse período, ocorreu o desenvolvimento de novos
instrumentos e mistura dos estilos musicais trazidos pelos africanos com os
estilos já existentes na América do Norte, essa mistura ficou conhecida como
Black Music, ou Música Negra, no Brasil. Em suma, trata-se de um gênero
musical extremamente importante para a história. Pois, representa um
símbolo de luta e resistência dos escravos que sofriam diariamente. Depois
da abolição da escravatura, a Black Music continuou e ficou mais forte,
principalmente nos bairros onde os descendentes dos escravos viviam. Desse
gênero musical surgiram diversos outros, como o jazz, blues, soul music,
R&B, rap, hip hop, e também marcou presença na música gospel, devido ao
fato de que os afro-americanos escravizados eram evangelizados pela igreja
e dessa forma, a Black Music se tornou parte da religião. Assim, surgiu a
música da alma, ou soul music, que iria mais tarde influenciar o Jazz e o
Blues.
No Brasil, ocorreu uma mistura entre a Música Negra brasileira pré existente
com a Black Music vinda dos Estados Unidos. Assim, surgiram o Axé, o
Samba, Rap, Pagode, e também a Bossa Nova, que foi um estilo derivado do
samba mas com as batidas deveras mais leves, como em “Garota de
Ipanema”, uma das mais famosas da Bossa Nova Brasileira.
Mas a Música Negra se firmou no Brasil realmente na década de 60, quando
surgiram os Bailes Black, festas onde tocavam discos de Funky e Soul. Mais
tarde, após o auge do movimento Soul, outros estilos musicais como o Miami
Bass, Rap, Reggae, estiveram presentes. Nesse contexto, acontecia a
Ditadura Militar, o que impossibilitou as músicas negras brasileiras de terem
alta politização, mas não as impediu de serem uma importantíssima
afirmação estética e cultural da comunidade negra, além de ter proporcionado
uma melhora na autoestima dos membros desta, por meio da possibilidade
que surgia de terem mais voz na sociedade. Já no fim da década de 60,
surgiu o nosso queridíssimo Funk, influenciado pela Black Music
norte-americana e principalmente pelos gêneros Soul Music, R&B, e Rock, e
o Funk era inicialmente um estilo produzido pela e para a periferia, mas que
acabou se popularizando pelo país, e que está aí até hoje, com várias
ramificações como o mega funk, o brega funk, o pop funk, etc, apesar do
preconceito e discriminação que esse gênero musical sofre, que é
diretamente ligado ao racismo por se tratar de um estilo onde os MCs são em
sua maioria negros e/ou periféricos.
E apesar de tudo o que a Música Preta fez pela indústria musical mundial, a
maioria das pessoas não faz ideia do quão importante ela foi e é, devido ao
apagamento que a comunidade negra sofre na história, sem contar que ainda
hoje as pessoas negras são as que têm mais dificuldade de se firmar e
encontrar espaço na indústria da música, por causa do racismo estrutural e
institucional que sofrem.

INSTITUIÇÕES PORTA-VOZES

Ao longo da história tivemos várias instituições porta-vozes da luta por


direitos das pessoas negras, como a Frente Negra Brasileira, que foi fundada
em 16 de set de 1931 e foi a mais importante organização que a comunidade
negra logrou após a abolição da escravatura no Brasil, e oq eles faziam era
protestos em locais públicos contra a discriminação racial.

Tivemos tbm a Associação Cultural do Negro (1954-1976), e o Centro de


Cultura e Arte Negra (1971) que foi criada após o Teatro Experimental do
Negro, que surgiu em 1941 como um ato político pra lutar contra o racismo
nas artes, devido ao apagamento que o ator/atriz negra sofria, e o estopim
pro nascimento do TEN foi qnd pegaram um cara branco e pintaram o rosto
dele de marrom pra fazer o papel do cara negro no teatro.

E outra coisa bastante importante também para o movimento foi a


Conferência Mundial Contra o Racismo, organizada pela ONU em Durban
(2001), pois fortaleceu a criação de órgãos como o Instituto Nacional de
Combate a la Discriminación, na Argentina. Atualmente, existem também
várias organizações e instituições porta-vozes dos direitos dos negros e na
luta anti-racista, algumas existem desde muito tempo como o Movimento
Negro Unificado (1978), que é um dos mais relevantes pra história do
Movimento Negro brasileiro, a UNEafro que é uma instituição que promove
cursos pré-vestibulares para pessoas de cor, e trabalha ativamente na luta
antiracista e de outras pautas sociais, a Fundação Palmares, q recentemente
infelizmente teve seu presidente afastado por assedio moral e RACISMO, mas q
msm c essas conturbações continua sendo um dos pilares do movimento negro
brasileiro, também temos a Rede Nacional de Religiões Afrobrasileiras e saúde e
o Instituto da Mulher Negra, fundado em São Paulo em 1988.

CONCLUSÃO

Apesar de todas as mudanças ocorridas ao longo dos anos, das instituições


porta-vozes, dos ativistas que lutaram e lutam pelos direitos da comunidade
afrodescente, das organizações, e do espaço que a pessoa negra vem
ganhando em passos de formiga, ainda temos muito caminho a percorrer.
Tanto na questão da exclusão social e racismos, quanto na questão do
apagamento e muitas vezes tbm embranquecimento sofrido pela população
negra na história, (vejamos o exemplo de machado de assis), e
principalmente é necessário melhorias na questão da inclusão da pessoa
negra nas discussões políticas e em cargos públicos, porque só é possível
fazer mudanças realmente quando se tem influência pra isso, então
precisamos de mais pessoas afrodescendentes na política, ganhando espaço
e principalmente apoio governamental pra continuar nos esportes..
conquistando grammys.. pra tentar quebrar esse loop em que vivemos há
séculos.

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