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O Companheiro do Liam

(Bala de Prata 8,5)


De: Olivia Black

Liam McMillian anseia pelo futuro após seu passado trágico. Querendo
ajudar a matilha de lobos que o acolheu, arruma um emprego no Bala de
Prata. Uma noite, enquanto recolhia os copos vazios, percebe um lindo
estranho o verificando do outro lado do salão. Quando o vampiro vai para o
calabouço, Liam o segue.
Oscar Fitzgerald é um regular no clube. Quando vê Liam trabalhando,
a atração é instantânea. Ele vai para o calabouço quando seus amigos chegam
e o tigre o segue. O que começa como um jogo sexy de gato e rato logo se
transforma em algo totalmente diferente quando o shifter começa a entrar em
pânico.
Capítulo Um

Liam McMillian sentou-se à mesa da grande cozinha cercado por seus


irmãos, Sam e Conner, e seus companheiros. Desde que entrou para a matilha
de lobos em Nova Orleans, sua vida mudou drasticamente e as coisas estavam
finalmente começando a melhorar para todos os irmãos McMillian. Conner
encontrou o seu companheiro, um dos membros do bando, Montana York. Sam
estava inteiro, saudável e contente com seu novo companheiro, um vampiro
chamado Charles Montgomery. E o mais jovem McMillian, Kevin, tinha
oficialmente acasalado com o médico do bando, Stephen Pollis.
Quando olhou em volta, ficou claro para que era o único sem um
companheiro. Mas, não sentiu nenhuma amargura ou inveja. Em vez disso,
estava feliz por finalmente estarem livres de seu pai abusivo e sua antiga raia
tigre. Sua infância não foi arco-íris e pirulitos, mas pela primeira vez em anos,
o futuro parecia brilhante. A conversa em torno dele cessou e Liam olhou para
cima, vendo Kevin e seu novo companheiro, Stephen, entrando na cozinha.
Vaias e assobios soraram pelo ambiente e Liam se juntou quando Kevin fez um
arco em comprimento.
— Estávamos prontos para enviar uma equipe de busca se os dois
não tivessem aparecido. — Disse Conner.
— Sam está aqui desde o café da manhã esperando com impaciência.
— Liam acertou Sam levemente no ombro.
O McMillian mais velho morava com o seu companheiro próximo ao
clube de propriedade do bando, o Bala de Prata. Desde que Kevin ficou doente
e inconsciente, Sam vinha todos os dias de carro para vê-lo. Por um lado, foi
bom porque os quatro puderam passar algum tempo juntos e se conhecerem
como adultos. A última vez que estiveram todos juntos, Sam era apenas um
adolescente.
— Parece que aparecemos no momento certo. Preciso de um pouco
de comida antes de Stephen me trancar no quarto de novo. — Disse Kevin e
Liam riu da sugestão sexual.
Kevin beijou o companheiro antes de vaguear até a mesa e se sentar.
O sorriso em seu rosto dizia tudo o que Liam precisava saber. Stephen estava,
obviamente, tratando bem seu irmão.
— Vamos para o Bala de Prata hoje à noite. Querem se juntar a nós?
— Liam perguntou a Kevin quando Stephen se juntou a eles com um prato de
comida.
Só esteve no clube uma vez. A primeira e única vez para
encontrarem Sam... O que não correu muito bem. Desta vez, queria se soltar e
ter algumas bebidas, talvez até mesmo encontrar um parceiro disposto a
dançar. Do que viu, o Bala de Prata era um refúgio para qualquer homem gay.
O clube tinha de tudo.
— Vai trabalhar hoje à noite, Sam? — Kevin perguntou quando pegou
o garfo e deu uma mordida.
— Sim, um pouquinho. — Sam assentiu. — Na verdade, estamos à
procura de gente nova para contratar. Estou preso com as entrevistas com
Gideon e Sean.
Essa pequena notícia pegou Liam de surpresa. Ele vinha se sentindo
como um sanguessuga desde que foi aceito no bando. Conseguir um dos
cargos oferecidos mudaria tudo. Queria mostrar ao Alfa e aos outros membros
do bando que os irmãos McMillian pertenciam e eram dignos de fazerem parte
daquela “matilha”.
— Era bom trabalhar três dias direto e poder dormir em cima do
clube antes de conhecer Conner, mas agora... — Montana sacudiu a cabeça. —
Quero estar em casa na minha própria cama com o meu homem.
— Eu poderia trabalhar no clube com você. — Sugeriu Conner.
Montana riu.
— Claro que sim, assim não teríamos qualquer trabalho feito. — O
lobo sorriu e Conner sorriu maliciosamente.
— Estava pensando em me candidatar. Não sabia que as entrevistas
estavam sendo agendadas para hoje à noite. É tarde demais? — Liam
finalmente perguntou.
— Não, ficaríamos contentes em tê-lo trabalhando lá. Preciso de
outro homem atrás do bar. — Disse Sam, e Liam já não tinha mais certeza de
que realmente era uma boa ideia.
Não sabia nada sobre ser um bartender. Inferno, nunca teve um
emprego “real”, já que não tinha permissão para deixar o composto da família.
Só fez alguns biscates em torno da propriedade para o seu pai.
— Não tenho nenhuma experiência. Apenas pensei em ajudar a
limpar ou algo assim. — Liam olhou ao redor, esperando que os outros homens
na mesa não pensassem que era um completo idiota. Sabia que seus irmãos
não o julgariam, mas não conhecia os outros homens muito bem.
— Preciso conseguir um emprego também. — Acrescentou Kevin, e
Liam ficou aliviado por não estar sozinho. — Estou tão ferrado como Liam. Nós
nunca... — Ele parou de repente e Liam sabia qual era o resto da frase. Nunca
tivemos um emprego antes.
— Pode fazer o que quiser. — Disse Stephen, e Liam viu quando ele
se virou para Kevin e segurou o seu rosto suavemente. — Seja o que for, vou
ajudá-lo. Quer ir para a escola? Quer trabalhar no Bala de Prata? Podemos
fazer isso acontecer. — O momento era tão terno que Liam teve que engolir o
nó na garganta. — Espero que saiba que eu estou aqui por você e acredito em
você.
— Obrigado. — Kevin sussurrou e Liam se perguntou se o momento
era demasiado pessoal para estar assistindo. — Eu te amo por dizer isso.
Precisava ouvir isso.
— Eu também te amo. — Stephen disse a ele.
— Ele está certo, Kevin. Estamos todos aqui para você, e não é como
se estivéssemos com problemas de dinheiro. — Sam disse sério. — Inferno,
está acasalado a um médico.
Liam riu. Era verdade. Seu irmão caçula não precisava se preocupar
com dinheiro.
— Não sei o que quero fazer a longo prazo, mas seria divertido
trabalhar no Bala de Prata com meus irmãos. — Acrescentou Kevin e Liam
acenou com a cabeça concordando.
— Vocês não precisam vir para uma entrevista. Fazem parte deste
bando agora. Se querem trabalhar no Bala de Prata, vou falar com Gideon. —
Disse Sam.
Embora Liam apreciasse Sam estar lhe dando tratamento especial,
era importante que ele ganhasse a posição.
— Eu perdi muita coisa. — Kevin suspirou. — Sou muito grato por
Gideon ter nos aceitado em sua matilha. Gostaria de trabalhar no clube. É
importante que Gideon e os outros membros do bando nos vejam participando
e ajudando ativamente. Sei que não é esperado ou requerido. Gideon é um
bom Alfa, sei disso. Ele ajudou Sam e o aceitou. Isso me diz tudo o que preciso
saber sobre o homem. Acredito que este lugar será muito bom para todos nós.
— Estamos todos começando de novo. — Disse Conner, puxando
Montana para mais perto dele.
— Bem, parece que eu sou o estranho no ninho. — Liam resmungou.
Talvez estivesse com um pouco de ciúme. Também quero alguém que
me ame.
Kevin se levantou de onde estava sentado e passou os braços em
volta do pescoço de Liam e o abraçou com força, lhe dando o conforto tão
necessário.
— Vai encontrar o seu companheiro em breve e será muito feliz,
prometo. Nunca soube até que conheci Stephen. Pode fazer mais do que
limpar a sujeira dos outros. Tenha mais fé em si mesmo. Vá para a entrevista
e mostre a Gideon e Sean o homem incrível que você é. — Kevin sussurrou em
seu ouvido.
Lágrimas encheram os olhos de Liam e ele abaixou a cabeça,
tentando lutar contra as lágrimas. O apoio e amor deixou seu coração mais
leve. Era bom ter alguém que acreditasse nele. Respirando fundo, Liam
assentiu.
Farei. Vou entrar nessa entrevista e provar que posso ser útil e
ajudar o bando. Não sou um inútil.
— Bem, é hora de tomar banho e fazer a barba. — Ele se levantou e
abraçou o seu irmão. — Tenho um Alfa para impressionar.
— Vá pegá-los, tigre. — Montana disse e Liam congelou por um
momento antes de jogar a cabeça para trás e rir.
Depois de dizer um rápido adeus a todos, Liam correu até as escadas
que levavam ao seu quarto. Não tinha muito tempo para tomar banho, fazer a
barba e chegar ao clube. Fechando a porta do quarto, Liam tirou suas roupas e
as deixou onde caíram. Correu para o banheiro e ligou o chuveiro.
Só tinha um par de horas para se aprontar antes que as entrevistas
começassem. O trajeto até o centro de New Orleans levaria pelo menos uma
hora. Entrando no box de vidro, mal sentiu a cascata de água quente caindo
em cima dele enquanto corria através de sua rotina normal.

Capítulo Dois

Oscar Fitzgerald estava sentado sozinho em sua mesa de sempre à


espera de seus amigos se juntarem a ele. Chegariam tarde, novamente. Não
estava surpreso. Seus três melhores amigos, Andrew Porter, Charles
Montgomery e Jack Hearst, encontraram os seus Verdadeiros Companheiros de
Sangue. Todos estavam felizes e apaixonados, vivendo a vida que ele próprio
desejava.
Quando encontrarei meu Verdadeiro Companheiro de Sangue?
Quando encontrarei o homem que pode fazer o meu sangue cantar?
Olhando em volta, tentou apreciar a paisagem. Homens jovens e
velhos, seminus, músculos e carnes suadas dançavam ao redor, se esfregando
uns contra os outros. Girou o copo, o líquido âmbar balançou na borda, mas
não derramou uma gota. Estava entediado. Não importava que o ar estava
espesso com testosterona, feromônios e suor. Era uma dura verdade que ele
finalmente admitiu.
Bem, parece que ficarei depois de tudo.
— Desculpe, Oscar, Jayden levou um tempo para se espremer em
suas novas calças de couro. — Andrew riu, segurando uma cadeira para
Jayden antes de se sentar ao lado dele.
— Hey. — Jayden reclamou. — Isso não é verdade. Andrew puxou
as calças para baixo quando viu quão grande a minha bunda ficou nelas. Culpa
dele. — Jayden apontou um dedo acusador para Andrew e o homem deu de
ombros, não negando a alegação.
— Pobre Jayden. — Oscar riu. — Não é grande coisa. — Ele deu de
ombros com indiferença, como se a demora não tivesse importância. Esteve
sentado sozinho tempo suficiente para ter duas bebidas, mas não falaria isso.
Não queria que seus amigos se sentissem culpados. — Sabe onde Jack e
Holden e Sam e Charles estão?
Tentou entender que seus amigos, de mais de 70 anos, encontraram
suas almas gêmeas. Isso era mais importante do que encontrá-lo em seu
antigo ponto de encontro. Embora, fosse decepcionante. Não se sentia mais
tão importante quanto da última vez.
— Sam entrou com Gideon e Sean para entrevistar potenciais
empregados mais cedo esta noite. Deve estar por aqui em algum lugar. —
Jayden se levantou e esticou o pescoço, olhando para a área do bar sobre o
ombro de Oscar. — A menos que... — Ele se sentou novamente. — Esteja lá
baixo no calabouço com Charles.
— Jack e Holden vão aparecer? — Oscar olhou entre Andrew e
Jayden.
Há quanto tempo ele estava esperando para sair com seus amigos?
Costumavam se encontrar algumas vezes por semana. Queria expressar sua
frustração, mas manteve a boca fechada. Talvez fosse hora de obter novos
amigos? Estava começando a se sentir como se fosse o último homem de pé.
— Querem uma bebida? — Perguntou Oscar, olhando em volta, na
esperança de encontrar um garçom.
— Sim, claro. — Jayden sorriu. — Algo frutado para mim, por favor.
— Esta rodada é por minha conta. — Andrew se levantou antes que
Oscar pudesse objetar. — Seu habitual?
— Não, eu quero algo frutado. — Oscar disse, imitando a voz doce de
Jayden. Ele sorriu e piscou para o jovem, e Jayden riu para ele.
— Pare de flertar. — Andrew revirou os olhos.
Oscar se inclinou para trás. Olhou em torno do clube, na esperança
de detectar um jovem bonito com quem pudesse jogar no calabouço. Olhando
através da multidão, facilmente encontrou alguns parceiros em potencial, e
então, ele o viu. O homem mais bonito do mundo.
Sentindo um choque de excitação, Oscar se inclinou para frente,
estudando suas feições. Ele tinha cabelos louro-escuros, maçãs do rosto
salientes, um queixo quadrado e lábios adoráveis. Oscar se animou
imediatamente, seu pênis endureceu instantaneamente.
Sua noite estava melhorando. Agora tudo o que precisava fazer era
convencer o jovem a se juntar a ele no calabouço.
— Quem está olhando com tanto interesse? — Perguntou Jayden, se
movendo para a cadeira ao lado de Oscar.
— Não tenho certeza. — Oscar murmurou. — Ele deve ser funcionário
novo, porque nunca o vi antes. Você o conhece? — Perguntou, inclinando a
cabeça na direção do homem lindo fazendo o seu caminho ao redor da pista de
dança, pegando copos vazios.
— Ele é um novo membro do bando. Seu nome é Liam McMillian. Ele
é um dos irmãos mais novos do Sam. — Jayden lhe deu uma cotovelada,
Oscar virou a cabeça e levantou uma sobrancelha.
— O quê? — Perguntou.
— Você provavelmente deve ficar longe dele. — Jayden disse, a voz
firme.
— E por que? — Oscar praticamente rosnou a questão.
Sabia o que Jayden ia dizer. Ele tinha uma reputação e a notícia se
espalhou rapidamente através dos submissos no clube. Oscar era um Dom
conhecido, mas nunca jogou mais do que uma ou duas vezes com um homem.
Nunca disse a ninguém as verdadeiras razões, não queria ficar
emocionalmente ligado ou se comprometer com alguém, quando nenhum dos
homens era o seu Verdadeiro Companheiro.
Ele era um regular, todos os funcionários sabiam qual era a sua
bebida favorita e todos os subs que frequentavam o calabouço sabiam como
gostava de jogar. Não havia mais nenhuma emoção.
Oscar soltou um suspiro antes de virar o resto de sua bebida. Colocou
o copo vazio na mesa e se levantou para sair. Foi quando viu seus amigos
tecendo através da multidão de corpos oscilantes. Inclinando o queixo, os
cumprimentou antes de se sentar novamente.
Era praticamente impossível ter um relacionamento real, quando a
possibilidade de encontrar o homem que era para ser dele, pudesse entrar em
sua vida a qualquer momento.
— Ele já passou por muita coisa. Não precisa de se apaixonar e ter o
seu coração partido. — As palavras de Jayden o feriram, mas Oscar colou um
sorriso no rosto.
Não queria ferir os sentimentos de ninguém ou quebrar quaisquer
corações. Os paranormais compreendiam, mas os humanos não. Como poderia
explicar que seu sangue era bom o suficiente para consumir, mas não o
deixava ligado?
— Ficarei longe dele, mas ainda posso olhar. — Oscar fez uma cara
séria e Jayden envolveu um braço em volta dos seus ombros, lhe dando um
meio abraço. — Ele é absolutamente lindo.
— Você é um vampiro bom. — Disse Jayden e Oscar riu. — Vai
encontrar o seu Verdadeiro Companheiro, e quando o fizer, espero que se
atrase.
— Poderia até mesmo não aparecer. — Oscar murmurou.
— Nossa, não demorei nenhum um par de minutos... — Andrew
disse, colocando as bebidas em cima da mesa. — Não pode tê-lo. — Brincou.
— Devemos ir para o calabouço ver se os outros estão aqui? —
Perguntou Oscar.
— Sim, vamos. — Andrew estendeu a mão para Jayden e o lobo a
tomou se levantando.
Oscar se juntou a seus amigos e pegou o seu copo. Olhou para a
pista de dança na direção de Liam e seus olhos se encontraram. Havia uma
faísca de interesse nos olhos do tigre e Oscar desejava que pudesse ter de
volta suas palavras. Seus dedos coçavam para tocar no homem.
Sua pele era tão suave como parecia? Será que aqueles lábios se
sentiriam bem contra os seus? Como se pareceria sem aquela roupa colada em
sua pele?

Capítulo Três

Liam sorriu e balançou com a música enquanto caminhava ao redor


do Bala de Prata pegando copos descartados e os colocando dentro da grande
bandeja que estava carregando. Não tinha certeza de como conseguiu o
trabalho, mas agora já era o estagiário oficial de Sam. Aprenderia a função e
se tornaria um bartender. Era bom ter um emprego. Agora, poderia ganhar o
seu dinheiro. Seu novo objetivo era abrir uma conta bancária e iniciar uma
poupança. Nunca teve nada para chamar de seu, mas agora, teria. Sorrindo
para os clientes, Liam fez o seu caminho ao redor da pista de dança.
Os cabelos na parte de trás do seu pescoço se levantaram, enviando
arrepios pela sua espinha e ele endureceu. Liam se virou e seus olhos se
encontraram com um homem incrivelmente sexy do outro lado da pista de
dança. A partir da distância que os separava, Liam não poderia cheirar o
homem, mas sabia, sem dúvida, que era um predador.
Seu rosto estava sério, quase como se estivesse com medo de abrir
um sorriso ou mostrar um gesto de simpatia para um estranho. Seu cabelo era
curto, preto e ondulado. Seus olhos escuros, preto puro, tornavam impossível
para Liam ler qualquer emoção real. Seu nariz era perfeitamente reto,
juntamente com a estrutura óssea do rosto. Sua melhor característica, na
opinião de Liam, era sua mandíbula com barba por fazer e boca. Seus lábios
estavam entreabertos enquanto olhava para Liam com interesse.
Liam o olhou de cima a baixo, verificando seus músculos. O homem
estava além delicioso, e Liam se sentiu como se estivesse morrendo de fome
por apenas um gosto.
Olhando nos olhos do estranho, Liam tentou transmitir seus
pensamentos. Sua ligação foi interrompida quando alguém bateu nele,
enviando a bandeja que estava carregando ao chão. Quando Liam finalmente
se endireitou, o homem misterioso sexy e um par de outros homens estavam
indo em direção a uma grande porta de aparência medieval. Sua curiosidade
foi aguçada e Liam foi direto em direção ao bar. Queria saber o que estava por
trás daquela porta e quem era o homem misterioso que estava ali antes de
desaparecer.
— Ei, o que tem naquela porta de metal ali? — Liam perguntou ao
seu irmão Sam, inclinando a cabeça em direção à porta e para o homem lindo
ainda de pé na frente dela com seus amigos.
— Esse é o calabouço. — Disse Sam, girando tranquilamente um par
de garrafas. Serviu os líquidos coloridos juntos em um copo de vidro alto e
fino.
— Oh. E... uh... Aquele homem? — Ele tentou agir indiferente
quando, na realidade, seu coração batia tão rápido que parecia prestes a sair
do seu peito. — O parado na porta, com o cabelo escuro curto. Está vestindo
uma camiseta preta.
— Esse é Oscar Fitzgerald. Ele é um vampiro e um dos melhores
Doms aqui no Bala de Prata. Ele é um regular. — Sam deu de ombros,
entregando uma bebida para um cliente e recolhendo o dinheiro.
Ele foi até a caixa registradora e completou a ordem, deixando Liam
para ver o homem passando pela porta pesada e desaparecer.
Oscar Fitzgerald.
Ele rolou o nome em torno de sua mente e o testou em sua língua. O
nome não fez justiça ao homem lindo. Não parecia se encaixar com a
personalidade perigosa. Era quase como se esse nome pertencesse a um
homem vestindo um terno de negócios em vez da camisa preta, jeans e botas.
— Não deposite suas esperanças ali, amigo. — Disse um cliente,
puxando Liam de seus pensamentos, fazendo-o levantar uma sobrancelha. Não
estava interessado no que o humano pensava. Ele estava perguntando ao seu
irmão. — Esse homem é um destruidor de corações. Nunca leva o mesmo
submisso mais que uma vez. Ouvi dizer que nunca sequer deu seu colarinho a
alguém. Ele só joga casualmente. Confie em mim. Não vai querer se misturar
com o Mestre Oscar. — O homem se virou e foi embora.
— Ignore-o. Sabe por que paranormais mantém as coisas casuais. —
Sam olhou para ele com conhecimento de causa e Liam sorriu.
Era verdade. A maioria dos paranormais não desenvolvia
relacionamentos porque a qualquer momento, quando menos esperasse, o
destino intervinha e lhes enviava a combinação perfeita.
— Por que não vai dar uma olhada? Pegue a bandeja e recolha os
copos vazios. Finja que está trabalhando. — Sam sorriu, entregando-lhe uma
bandeja de plástico vazia. Sam se aproximou e sussurrou: — Meu código é 0-
3-1-1.
— Eu não sei. — Liam sacudiu a cabeça.
Era a sua primeira noite. Será que realmente queria ir lá embaixo
para o calabouço? A palavra em si era decepcionante. Só porque achou um
homem muito atraente não queria dizer que era uma boa ideia. Liam começou
a mordiscar o lábio inferior, executando uma lista de prós e contras dentro de
sua mente. Fazia tanto tempo desde que foi beijado ou mesmo tocado. Sentia
falta de ter um par de mãos fortes e capazes percorrendo o seu corpo. Não
podia ser tão ruim assim. Com a mente feita, agarrou a bandeja de plástico e
sorriu.
— Sim, senhor, chefe, vou recolher os copos vazios. — Liam piscou
para o seu irmão mais velho, antes de colocar a bandeja debaixo do braço.
Podia ouvir uma risada atrás dele, mas continuou andando.
A batida da música o levou em direção a grande porta de metal
preta. Ele a manteve em sua visão quando caminhou através da multidão.
Estava nervoso e animado para ver o que existia por trás da porta acenando
para ele. Quando finalmente chegou, colocou no código de Sam e ouviu um
grande bloqueio desengatar.
Puxando a pesada porta, Liam entrou. Ficou lá por um minuto quando
o silêncio o rodeou. O único som que se ouvia era do seu próprio batimento
cardíaco.
As paredes eram cobertas de um metal preto fosco que descia a
escada. Agarrando o corrimão, Liam tentou controlar sua respiração enquanto
descia lentamente. Arandelas de aparência medieval cobriam as paredes,
fornecendo o mínimo de iluminação. Dando uma atmosfera de algo proibido e
um pouco assustador. Ele se perguntou se isso realmente era uma boa ideia.
Quando chegou ao final das escadas, se encostou a parede mais próxima e
estudou o quarto.
Várias peças de mobiliário estavam espalhadas pelo espaço e Liam se
sentiu como se tivesse pisado em algum mundo desconhecido que não sabia
nada sobre ele. Homens enchiam o grande quarto, metade deles mal vestindo
qualquer roupa, suportes genitais e colares pareciam ser o código de
vestimenta. A outra metade estava completamente vestida, calça de couro ou
jeans, botas, camisetas ou camisas. Havia pequenas áreas criadas em torno do
quarto, casais fazendo coisas que Liam nunca tinha visto ou ouvido falar. Os
homens em exposição pareciam ser o entretenimento para aqueles que
estavam assistindo.
Foi uma sobrecarga sensorial e Liam não tinha certeza para onde
olhar ou o que fazer. Com as mãos trêmulas foi até a entrada do quarto,
procurando pelos copos vazios. Precisava fazer o seu trabalho. Encontrou
alguns copos vazios e os colocou dentro da bandeja. Um tapa soou alto
seguido de um grito e Liam pulou para trás, batendo na parede e deixando
tudo cair. Suas garras saltaram livres e as fincou na parede de metal enquanto
tentava recuperar o fôlego.
Fechando os olhos, percebeu que esta foi uma ideia muito ruim. Os
sons lhe lembravam muito do passado e o levaram de volta para um lugar que
nunca mais queria pensar novamente.
— Ei, você está bem? — Perguntou uma voz suave e Liam apertou
sua mandíbula. Ele só queria dar o fora daqui. — Meu nome é Jayden
Channing. Vou pegar sua mão e vamos sair. Tudo bem?
Ele está pedindo permissão para me tocar.
— E-eu tenho que recolher os copos para Sam. — Finalmente disse
depois de quase um minuto inteiro.
— Não se preocupe. Vou fazer isso. — Liam estalou os olhos abertos
e olhou para o jovem.
Ele o tinha visto antes na casa do bando. Balançando a cabeça, Liam
retraiu suas garras e deixou os braços cair. Sentiu-se um idiota, mas estava
mais do que grato. Não queria que todos o vissem em pânico. Foi
constrangedor o suficiente que Jayden tivesse notado em tudo.
Jayden estendeu a mão e Liam a tomou.
— Obrigado. — Ele murmurou.
— Não se preocupe. Este lugar não é para todos. — Ele levou Liam
de volta para as escadas. — Só para que saiba, o calabouço é muito seguro e
tudo o que acontece é consensual. Ninguém está aqui contra a sua vontade.
Há câmeras monitorando os quartos e todos os que andam ao redor do
calabouço, certificando-se de que nada saia do controle.
— Foram os sons e o cara gritou e eu... — Ele parou.
Porra! Não queria que ninguém soubesse dos detalhes do seu
passado. Era ruim o suficiente que seus irmãos Conner e Kevin soubessem o
inferno que experimentou nas mãos de seu próprio pai.
— Não tem que explicar nada para mim. — Disse Jayden.
Liam subiu um degrau de cada vez, até que finalmente estava de
volta na parte principal do clube. A música assaltou os seus ouvidos, abafando
o som do seu coração.
— Por favor, não conte a ninguém. — Liam pediu, na esperança de
que o lobo mais jovem guardasse o seu segredo.
Não queria que seus irmãos soubessem ou os outros membros do
bando. A última coisa que precisava era de piedade.
Jayden balançou a cabeça.
— Não há nada para contar.
Liam acenou uma vez, largou a mão de Jayden, seus salva-vidas
temporário, e rapidamente se afastou. Quanto mais se movia para longe do
calabouço, melhor que se sentia e logo foi capaz de respirar um pouco mais
fácil. Havia tanto medo se agarrando em seu coração, que se perguntou se um
dia se sentiria seguro e inteiro novamente.

Capítulo Quatro

Oscar observou Liam de perto, enquanto o jovem Jayden o ajudava a


sair do calabouço. Foi difícil não correr e ajudar o homem ele mesmo, mas
ficou onde estava, do outro lado do quarto. Assim que Liam entrou no
calabouço, Oscar o viu imediatamente. Ele se perguntou se o homem o seguiu,
querendo um olhar mais atento ou talvez jogar.
Depois de alguns minutos, percebeu que o tigre estava em pânico.
Ele parecia tão perdido e aterrorizado, a expressão em seu rosto atingiu o
coração de Oscar, quebrando a casca dura. Era uma sensação estranha.
Levantando uma mão, Oscar esfregou o local em seu peito, acima do
seu coração. Era quase como se pudesse sentir a dor. Nunca olhou para
alguém e sentiu uma corrida de eletricidade através de seu sistema. Atirou-o
para fora do seu elemento. Parte dele queria se aproximar para que pudesse
cheirar o tigre. Era muito difícil de sentir o cheiro dele a partir da distância que
os separava com tantos outros aromas.
Poderia o homem ser o seu Verdadeiro Companheiro de Sangue? Ou
estava apenas se sentindo protetor de alguém que estava em perigo?
— Foi uma ideia enviar Jayden até lá. — Disse Andrew e Oscar
simplesmente assentiu. — Você está bem, cara?
— Eu não sei. — Ele balançou a cabeça.
Esteve perto de Liam já por duas vezes. Do que ouviu, Andrew nunca
sentiu o perfume de Jayden. Mais tarde, quando não podia digerir nenhum tipo
de sangue, foi quando Andrew percebeu que havia entrado em contato com o
seu Verdadeiro Companheiro. Seu sangue reconheceu sua combinação
perfeita, mesmo que o homem não tivesse sentido o perfume.
Por que estou pensando nisso? Liam não é o meu Verdadeiro
Companheiro. Só estou com pena dele.

****
Oscar estava pronto para ir para casa.
Estava sentado em torno do calabouço por quase uma hora, mas não
conseguia parar de pensar em Liam. O rosto do tigre parecia ter sido tatuado
em seu cérebro. Estava irritado. Queria o homem fora de sua cabeça. Era tão
diferente dele se importar. Inferno, nem sequer sabia quem era Liam.
Então por que estou pensando nele?
Um homem magro com grandes olhos azuis se aproximou dele. Sem
dizer uma palavra, ele caiu de joelhos em um movimento fluido ao lado da
cadeira do Oscar.
— Mestre Oscar, ficaria honrado em ser seu sub esta noite.
— Não, obrigado, já estou saindo, quem sabe uma outra vez. — Disse
Oscar tão educadamente quanto pôde antes de se levantar e sair.
Não se incomodou em dizer adeus a seus amigos. Saiu do calabouço,
deixou o clube e não parou até que estava do lado de fora no ar fresco ao lado
do seu carro. Respirou profundamente algumas vezes e passou a mão pelos
cabelos em frustração. O que tinha aquele maldito tigre que o chamava? Uma
ideia o golpeou e Oscar sabia que não seria capaz de relaxar até que testasse
sua teoria.
Olhando em volta, viu um homem encostado a parede fumando um
cigarro.
Ele vai servir.
Aproximando-se do homem com uma confiança que não sentia, Oscar
ordenou.
— Incline a cabeça para o lado. — O homem obedeceu
imediatamente.
Levantando uma mão, a envolveu em torno da parte de trás do
pescoço do homem para segurá-lo no lugar. Seus dentes alongaram e
cresceram em pontas afiadas. Ele o golpeou, suas presas perfurando a veia no
pescoço do desconhecido. Sangue encheu sua boca e engoliu rapidamente.
Depois de um minuto, se afastou e lambeu a marca da mordida fechando-a.
— Obrigado. — Murmurou antes de caminhar de volta para o seu
carro.
Sentia-se muito melhor. Agora, poderia empurrar Liam fora de sua
cabeça. Provou o seu ponto ingerindo o sangue de outra pessoa. Não havia
nenhuma maneira que Liam fosse seu Verdadeiro Companheiro.
Quando chegou ao seu carro, seu estômago começou a se agitar e
suor irrompeu ao longo de sua testa.
Merda, não me sinto bem.
Abriu a porta do lado do motorista, se sentou e se inclinou para
frente, colocando sua cabeça entre as pernas. Bile subiu em sua garganta e
antes que pudesse se conter, Oscar vomitou sangue.
Ouviu pés batendo contra o concreto e ergueu os olhos, ao mesmo
tempo em que Jack parou ao seu lado.
— Jesus, Oscar, o que diabos está acontecendo?
— Ele é meu Verdadeiro Companheiro. — Conseguiu dizer entre
arfadas até enquanto despeja tudo o que havia em seu estomago. Ele ofegava,
tentando recuperar o fôlego. — Porra. É verdade. Eu não queria acreditar,
mas é verdade.
— Quem? — Jack perguntou a Oscar antes de virar a cabeça para o
seu Verdadeiro Companheiro, Holden. — Querido, pode ir lá dentro e trazer
para Oscar uma garrafa de água?
— Sim, já volto. Aguenta aí, Oscar. — O jovem disse antes de
decolar para dentro do clube.
— Liam McMillian. Eu o vi do outro lado do salão e algo dentro de mim
disse que era importante. Senti coisas que nunca senti antes. — Ele balançou
a cabeça, sentindo-se perdido.
O jovem tinha problemas. Era óbvio pela sua reação a uma cena
bastante simples dentro do calabouço.
O que aconteceu em seu passado? O que trouxe o medo em seus
olhos?
Não havia nenhuma maneira que o jovem voltasse a pisar naquele
lugar novamente e Oscar sabia que não forçaria a questão. Oscar realmente
era o companheiro certo para alguém como ele? Ele era um homem duro e
Liam precisava de um toque suave e palavras doces. Seria capaz de fazer isso?
Poderia realmente ser o homem certo para alguém que pode estar danificado
devido ao seu passado?
Não conseguia se lembrar da última vez que sentiu emoção real por
alguém que não a amizade pelos os homens que conhecia pela maioria de sua
vida. Agora, era como se houvesse uma corda firmemente em volta dele,
puxando-o para o clube e para o tigre dentro de seus muros.
— Deve voltar para o clube e deixar que sinta o seu perfume. Ele é
um shifter. Vai encontrá-lo. — Jack sugeriu e Oscar balançou a cabeça,
sentindo-se derrotado.
— Não sou um homem gentil. — Ele disse honestamente.
Nunca falou palavras de amor antes. Gostava do sexo duro e áspero.
Pensando sobre Liam, sabia que não havia nenhuma maneira de que fosse
capaz de ser assim. Ele foi a escolha errada.
— Não me venha com essa besteira. É um grande homem e um
amigo maravilhoso. O destino não comete erros. Ele é seu Verdadeiro
Companheiro. Isso significa que ele precisa de você em sua vida e você precisa
dele. — A voz de Jack estava firme. O homem estava usando sua voz de Dom
voz e os lábios de Oscar contraíram.
— Você não entende. — Oscar insistiu, erguendo a voz ligeiramente.
Jack não estava lá. Não viu Liam ou a reação do homem.
— Então me faça entender. Faça-me entender por que você não seria
um bom companheiro para Liam. Você nem sequer conhece o homem.
Conhece? Você ao menos falou com ele? — Jack pressionou e Oscar exalou
alto.
— Foram seus olhos, tudo bem? Havia tanta dor e medo. — Oscar
balançou a cabeça, lembrando a reação de Liam. — Quando estava dentro do
calabouço, ele estava apavorado. Nunca vi nada parecido.
— O que aconteceu? Que tipo de cena? Pode ser que simplesmente
não saiba muito sobre o estilo de vida. Ou talvez a cena fosse um pouco
intensa demais. Pode ser um pouco intimidante para iniciantes. — Jack ignorou
a preocupação de Oscar.
— Não. Ele não estava observando a cena. Foi outra coisa. Acho que
os sons podem ter desencadeado alguma lembrança do seu passado. Algo ruim
aconteceu com ele. — Oscar sabia no fundo do seu coração. Essa foi a razão
que havia enviado Jayden para escoltar Liam para fora do calabouço. O
homem parecia estar com dor, enquanto suas memórias o agrediam.
— Oh, merda. — Sam sussurrou e Oscar virou a cabeça para o lado.
Não tinha sequer ouvido a abordagem do homem.
— Quanto você ouviu? — Perguntou Jack, cruzando os braços e Oscar
estava curioso também.
— O suficiente para saber que Liam é o Verdadeiro Companheiro de
Sangue do Oscar. — Declarou Sam e Oscar gemeu. — Me desculpe. Não
deveria ter escutado. Holden entrou e disse que estava vomitando sangue.
Aqui... — Ele entregou a Oscar uma garrafa de água e ele imediatamente
tomou um gole, enxaguando a boca. — Liam estava perguntando sobre você
antes.
— Então você o enviou para o calabouço? — Ele praticamente rosnou.
Como Sam poderia enviar seu próprio irmão até o calabouço sem
prepará-lo? Por que colocaria Liam nessa situação?
— O calabouço não é um lugar perigoso... Sabe disso. Há regras
rígidas e todos estão seguros lá e tudo é consensual. Sam não fez nada de
errado. — Jack defendeu o tigre e olhou para Sam. Ele parecia triste e Oscar
estava feliz por estar sentindo um pouco de remorso.
— Olha. — Oscar exalou alto. — Estou indo para casa. Preciso ficar
sozinho por um tempo e pensar.
— O que sobre o sangue? Huh? Não pode ficar sem se alimentar por
muito tempo ou vai acabar morrendo de fome. — Salientou Jack e Oscar se
absteve de revirar os olhos. Sabia que precisaria do sangue do homem.
— Obrigado por sua preocupação, Jack. Posso cuidar de mim mesmo.
— Disse Oscar.
Só precisava de um tempo sozinho para pensar e depois conversaria
com Liam. Fechando a porta do carro, Oscar ligou o motor e partiu, deixando
Jack e Sam parados no estacionamento.

Capítulo 5

— O que devemos fazer? — Sam perguntou a Jack, esperando que o

homem tivesse uma ideia.


Não conhecia Oscar muito bem. O homem mantinha-se a uma
distância confortável. Se era o companheiro de Liam, Sam tinha que fazer
algo. Não podia deixar o vampiro desaparecer da vida de Liam. Seria uma
sentença de morte para Oscar e forçaria Liam a ficar sozinho. Shifters só
recebem um companheiro e Liam merecia amor e felicidade, depois de uma
infância no inferno.
— Não sei. Oscar pode ser muito teimoso. Se não acha que Liam pode

lidar com sua personalidade áspera, temo de que pode não procurá-lo. — Jack
não parecia muito positivo e preocupou Sam.
— Vou levar Liam para casa depois do trabalho. Vou pegar meus

irmãos e Charles, e podemos falar com ele. — Liam só estava na vida de Sam
por um tempo curto. Esperava ser capaz de ter Conner e Kevin a bordo. Se
todos falassem com Liam, talvez o homem entendesse e, pelo menos, enviasse
um pouco de sangue para Oscar.
— Acha que pode ser capaz de convencê-lo a encher um saco de

sangue? — Perguntou Jack.


— Acho que sim. — Ele balançou a cabeça. —Charles levará um saco

de sangue para Oscar esta noite. E vou falar com Liam sobre BDSM e dar-lhe
algumas informações. — Ele ajudou Jayden, quando o jovem estava com medo
de se aproximar seu companheiro, Andrew. — Eu não deveria tê-lo enviado
para a masmorra sozinho. Eu nunca pensei... — Ele balançou a cabeça.
— Não se culpe. Ele vai ficar bem. — Jack acariciou suas costas, e os

dois voltaram dentro da bala de prata.

*****
Liam terminou seu turno, trabalhando lado a lado com Sam. Sentia-
se bem sobre o trabalho. Gostou do trabalho e os frequentadores que teve
contato. A noite passou rapidamente depois que deixou o calabouço. Tentou
parar de pensar em Oscar, mas, por alguma razão, não podia tirar o lindo cara
de sua mente. A única coisa positiva sobre a experiência no calabouço era que
o homem não o tinha visto surtar.
Olhando para fora do para-brisa do carro de Sam, Liam observou o
cenário voando.
Mal podia esperar para chegar à casa da matilha. Ele queria se
despir, tomar um chuveiro e dormir. Os dois sentaram num silêncio confortável
quando chegaram mais perto do Castelo. Inclinando a cabeça para trás, Liam
fechou os olhos. Estava exausto.
Quando o carro rolou para uma parada abrupta, abriu os olhos,
surpreso que tinha realmente cochilado por um tempo. Liam esticou e saiu do
carro, fechando a porta. Sorriu para Sam e subiu as escadas que levavam para
a casa.
— Ei, viria para a clínica comigo? — Perguntou Sam e Liam deu de

ombros, mas acenou com a cabeça.


Seguiu Sam até as escadas e para a clínica. Quase tropeçou nos
próprios pés quando viu Conner, Montana, Kevin, Stephen e Charles. Todos os
olhos estavam sobre ele, fazendo-o sentir-se desconfortável.
— O que está acontecendo? — Perguntou Liam, olhando para todos os

homens que estavam na clínica.


— Precisamos tirar um pouco de sangue. — Sam deixou escapar.

— Uh... Por quê? Há algo de errado comigo que não estou ciente? —

Liam dirigiu sua pergunta para Stephen, o médico do bando.


— Você não disse a ele, bebê? — Charles perguntou Sam.

— Não tinha certeza do que dizer. Tentei... — Sam parecia inseguro,

de repente, colocando Liam na borda.


— Estou enlouquecendo um pouco. O que está acontecendo? —

Perguntou Liam, à espera que alguém lhe dissesse o que diabos estava
acontecendo.
Isso estava começando a irritá-lo. Estava de pé num lado da sala com
todos os outros do outro, de frente para ele.
— Lembre-se do cara da noite anterior? Oscar Fitzgerald? — Sam

perguntou-lhe e Liam queria rir.


Claro que lembrava. Pensou sobre o homem ao longo de todo o seu
turno.
— Sim. — Simplesmente declarou.

— Ele é um velho amigo meu e um vampiro. Não tenho certeza de

quanto sabe sobre vampiros. — Charles estudou-o de perto e Liam sacudiu a


cabeça. Não sabia muito. Nunca tinha encontrado um antes de morar em Nova
Orleans. — Os vampiros são muito parecidos com shifters no sentido de que
temos um companheiro. Chamamos-lhes de verdadeiro companheiro de
sangue. Isso significa que faz o nosso sangue cantar. Uma vez que
encontramos o nosso verdadeiro companheiro de sangue, não podemos se
alimentar de qualquer outra pessoa. Nossos corpos podem reconhecer nosso
verdadeiro companheiro sem precisar de perfume. Pode ser algo tão simples
como estar na mesma sala.
— E está me dizendo isso porque... — Liam fez uma pausa.

Não queria assumir nada, por isto esperou.


— Você é o verdadeiro companheiro de sangue de Oscar. — Conner

disse sem rodeios e Liam deu um passo atrás, encostando na parede.


Precisava do apoio, enquanto digeria a informação.
— E ele precisa de seu sangue. — Acrescentou Sam.

— Ok. Onde ele está? — Perguntou Liam, olhando ao redor da sala.

O vampiro não estava dentro da clínica ou em qualquer lugar perto


deles. E se era o companheiro de Liam, teria sido capaz de farejá-lo quando
entraram na casa. Nunca estava perto o suficiente dentro do clube, mas,
agora, sabia onde cada membro do bando estava dentro do Castelo. Isso o fez
se perguntar onde o vampiro estava.
— Ele foi para casa. — Sam disse a ele, mas Liam sabia que havia

mais nessa história.


— Você quer meu sangue num saco, para enviar a ele, porque... Por

quê? — Não fazia sentido para Liam.


Se o vampiro realmente pensava que estavam destinados a ficar
juntos, não deveria estar ali no Castelo, falando com Liam? Ele não era um
humano. E parecia que Oscar era seu companheiro, mas não estava disposto a
reivindicá-lo.
— Uh... — Sam olhou em volta como se não soubesse o que dizer.

— Deixe-me adivinhar, sua reputação é real. Não quer ser amarrado

num compromisso de verdade, ou devo dizer, não me quer. Mas quer o meu
sangue, porque não quer morrer. — Liam não podia acreditar que isso estava
acontecendo com ele.
Quando avistou Oscar, quis o homem instantaneamente. Não
conseguia entender seus sentimentos naquela hora, mas agora entendia.
Sabia, lá no fundo, que o homem era significativo. Agora, o pensamento o fez
sentir-se mal do estômago. Estava muito cansado para lidar com isso.
— Não, acho que não. — Liam sacudiu a cabeça, enquanto olhava ao

redor da sala. — Não vou te dar o meu sangue. Se aquele bastardo quer viver,
pode vir e me enfrentar, como um homem. — Girando nos calcanhares, ignorou
as vozes gritando após correr até as escadas em direção de seu quarto.
Batendo a porta do quarto, Liam a fechou. Estava frustrado. Oscar foi
o primeiro homem que chamou a besta dentro dele e o idiota não o queria.
Como isso era possível? Não havia algo instintivo em todos os paranormais que
os empurrava a querer estar com seus companheiros? Com raiva de andar,
movia-se para trás e para frente, sentindo-se como um animal enjaulado.
Queria mudar e ir para uma corrida, mas não queria ver qualquer um dos
homens lá embaixo.
Por que se sentiu como se Sam não estivesse do seu lado? Por que
todos os homens na sala o olhavam como se fosse um tipo de idiota por não
dar o seu sangue? Quanto mais pensava sobre isso, mais queria gritar a sua
dor. Seu companheiro o havia encontrado e o... Rejeitou? Por quê?
Parando na frente de um espelho de corpo inteiro, olhou para si
mesmo. Não era bonito o suficiente? Umidade encheu seus olhos e tentou
segurar as lágrimas, mas não podia. Não era forte o suficiente.
Caiu no chão e passou os braços em volta dos joelhos, tentando dar a
si mesmo o conforto de que precisava.
Não importa. Não quero ser uma parte de sua vida também. Não
quero ir para aquele calabouço horrível, nunca mais. Essa coisa toda tem que
ser um erro.
Uma batida na porta puxou-o de seus pensamentos. Antes que
pudesse dizer uma palavra, a porta abriu e Sam entrou, fechando a porta atrás
de si.
— Sinto muito. — Sam se sentou ao lado dele. — Não deveria ter

mandado você para o calabouço. Vi a centelha de interesse em seus olhos


quando perguntou sobre Oscar. Ele é um cara bom. Não é nada disso. A
verdade é que ele te viu dentro do calabouço. — A boca de Liam abriu e seus
olhos fecharam.
Merda. Agora tudo faz sentido. Por que o vampiro iria me querer? Viu
como sou fraco. Sabe que estou quebrado.
— Eu não disse nada lá embaixo na clínica, porque não queria

envergonhá-lo. Não deve se sentir assim. A masmorra pode ser intensa. Você
deve saber que BDSM não é apenas sobre chicotes e correntes. Às vezes, é
simples como um homem deixando outro tomar as decisões em seu
relacionamento. Se tiver alguma dúvida, estou aqui para você. — Disse Sam,
inclinando o ombro contra Liam em apoio.
— Não acho que posso voltar para o calabouço novamente. Não é sua

culpa. Não o culpo por nada. Esse lugar só trouxe de volta muitas memórias do
passado. Nunca serei capaz de ser pressionado ou amarrado, sem entrar em
pânico. Se for disto que Oscar gosta, não sou o jogo certo para ele. Talvez ele
estivesse certo em ir para casa. — E me deixar para trás. Liam olhou para o
tapete na frente dele.
— Um bom Dom cuida de seu submisso e todas as suas necessidades.

Oscar é um bom homem. Vai cuidar de você. Por favor, mantenha a mente
aberta, se puder, e dê uma chance a Oscar. Ele é um vampiro muito velho,
mas tenho certeza que ainda pode aprender novos truques. — Sam resmungou
e abriu um sorriso para isso.
— É esse o tipo de relacionamento que tem com Charles? Ele é seu

Dom? — Perguntou.
— Não, ele é meu mestre. — Liam sacudiu a cabeça para o lado e

olhou para Sam, surpreso. — Charles me ajudou de uma forma que ninguém
mais poderia. Há limites e palavras seguras, mas sei que Charles nunca faria
nada para me machucar. Ele me ama, orienta e protege. Ele me dá o que
preciso.
— O que você precisa? — Perguntou Liam.

— Às vezes, preciso da dor que me dá para que possa deixar minhas

emoções irem e realmente sentir. Gosto do bruto amoroso. Faz-me sentir


seguro, amado e pertencente. Sei que pode ser difícil de entender, mas
Charles me dá tudo que preciso. Ele não machuca, bate ou rejeita. — Sam era
tão honesto e sincero com as suas palavras que Liam se viu engolindo o nó de
emoção na garganta.
Ele queria se sentir assim. Queria acabar com a dor do passado e ter
alguém ao seu lado, que realmente o amasse.
Horas depois de Sam o deixar sozinho dentro de seu quarto, Liam
ainda não tinha certeza de como se sentia sobre todo o estilo de vida BDSM.
Apreciava a honestidade de Sam quando falou como o seu próprio
relacionamento era com Charles, mas não tinha certeza se era certo para ele.
Entendeu que BDSM não era como o abuso que sofreu nas mãos de seu pai.
Havia regras... São, Seguro e consensual.
Depois muito pensar, ainda havia uma pergunta que permanecia.
Conseguiria superar seus próprios medos para ser o companheiro que Oscar
precisava?

Capítulo 6

Uma semana depois

Oscar manteve-se trancado dentro de sua casa. Ignorou a porta e o


telefone, precisando de tempo para pensar e sentir. Sua saúde estava em
declínio quando lentamente começou a morrer de fome. Conhecia os sinais. Só
as dores da fome o mantinham de pé. As dores de estômago e garganta seca o
deixavam louco. Queria correr para o Castelo e se alimentar de seu Verdadeiro
companheiro, mas não podia, não até que soubesse exatamente o que dizer
para o tigre.
Esteve no controle por muito tempo, mantendo todos à distância. As
únicas pessoas que com que se preocupava eram seus melhores amigos:
aqueles homens eram mais família do que meros amigos. Inclinando a cabeça
para trás, olhou para o teto, seguindo os padrões com os olhos. As coisas
estavam mudando. O problema era que não sabia se poderia mudar quem era.
Como uma bomba explodindo dentro de sua mente, Oscar se sentou.
Depois de uma semana, finalmente tudo ficou claro para ele e queria se bater
na cabeça.
Uma vida sozinho não vale a pena viver.
Será que realmente queria sentar dentro de sua casa, solitário, como
estava agora? Era no calabouço que queria passar todo o seu tempo?
Posso mudar. Quero ser um bom companheiro para Liam. Ele merece
o melhor.
Empurrando-se para fora da cadeira estofada, pegou as chaves e foi
em direção a porta da frente. Era hora de conhecer oficialmente Liam
McMillian, seu verdadeiro companheiro de sangue. Tinha certeza de que
precisaria explicar algumas coisas para o tigre e esperava ter a chance. Seria
um bom companheiro.
Abrindo a porta, ficou cara a cara com três semblantes carregados.
Parecia que os irmãos McMillian tinham vindo vê-lo.
— Senhores, gostaria de convidá-los a entrar, mas estou realmente
saindo. — Disse Oscar.
— Que tipo de bastard... — Kevin, o irmão mais novo, começou e
Oscar cortou.
— O tipo que precisava de algum tempo para ter a sua merda
recolhida. Estou indo para o Castelo agora. Sei que amam seu irmão. Respeito-
os por virem aqui preparados para colocar algum sentido em mim, mas estou
fraco de fome e tenho algum rastejamento para fazer. Então, se não se
importam... — Oscar fez contato visual com cada homem, vendo suas
expressões chocadas.
— Aqui. — Sam levantou uma bolsa de sangue. — Liam não queria
que morresse de fome. — Ele jogou-a para Oscar e ele mal pegou.
— Deixe-me lhe dizer algo. — Conner apontou para ele, seu rosto
uma máscara de fúria. — Nosso irmão é amável e generoso. Sacrificou-se mais
vezes do que eu gostaria de contar para proteger Kevin e eu. E mesmo com a
sua rejeição, estava preocupado com a sua saúde e nos enviou aqui com seu
sangue. Você o machucou e ele não merece mais nenhuma dor. Então, deixe-
me dizer-lhe isto, Sr. Fitzgerald, se causar a meu irmão mais qualquer dor
desnecessária, vamos matá-lo e enterrá-lo.
— Acredito em você. — Ele balançou a cabeça. — Ferir Liam e ficar
longe dele todo esse tempo foi incrivelmente estúpido. Ele não é o único com
questões do passado, sabe? Preciso dele tanto quanto precisa de mim.
Ele não ia se explicar aos irmãos de Liam. A única pessoa que
precisava ouvir sobre o seu passado era o seu verdadeiro companheiro.
— Talvez seja hora de ir ver o seu verdadeiro companheiro. Tenho a
sensação de que podem curar um ao outro. — Sam disse, mostrando-lhe um
pouco de compaixão.
— Provavelmente deve beber isso. — Kevin fez um sinal com a cabeça
para a bolsa de sangue na mão de Oscar. — Vai precisar de sua força. Os
tigres são um pouco mais difíceis de lidar do que imagina. — Os três homens
compartilhavam uma risada secreta, à sua custa, tinha certeza, antes de se
afastar.
Oscar levantou o saco ao nariz e inalou. O cheiro sozinho fez suas
presas afiadas alongarem. Colocou a bolsa contra sua boca e perfurou o
plástico transparente. O gosto de sangue de seu verdadeiro companheiro
acariciou sua língua e deslizou em sua garganta. Gemeu, seu pau endureceu,
quase empurrando-o num orgasmo. O sangue cheirava incrível e o sabor era
infinitamente melhor do que qualquer outro doador em sua longa vida. Doce.
Tentador. Perfeito. O sangue de Liam encheu seu estômago, dando-lhe força e
poder.
Quando tinha sugado para fora a última gota, puxou o saco longe de
sua boca e lambeu os lábios. Jogou o saco dentro de sua casa, trancou a porta
da frente e saltou para sua BMW. Puxando para a estrada principal, sorriu em
antecipação.

*****
Desde descobrir que Oscar era seu companheiro, Liam guardava
tudo para si. Trancava a porta do quarto e ficava lá dentro, querendo ficar
sozinho. A primeira noite foi um choque, mas a cada dia que passava, percebia
que Oscar não viria reivindicá-lo. Depois de uma semana, sua raiva se
transformou em preocupação. Não queria que o vampiro morresse de fome.
Indo para a clínica, encheu um saco de sangue e entregou-o a Sam.
Sabia que seu irmão levaria para Oscar. Depois que seus irmãos saíram, tirou
a roupa e mudou. Correr ao redor da propriedade de propriedade da matilha
ajudava a se sentir um pouco melhor sobre toda a situação. Não queria pensar
sobre Oscar ou o seu futuro. Estava sozinho e odiava ficar sozinho.
Distinguindo uma grande árvore, Liam usou o último de sua energia.
Deu um início de corrida e subiu a árvore, usando seus músculos poderosos.
Os ramos balançavam sob o seu peso, mas não o impediram de subir.
Encontrou um ramo forte, deitou-se e ficou mole. Fechou os olhos e relaxou
quando a brisa soprou em seu rosto, despenteando seu pêlo.
Liam acordou de sua soneca com um aroma doce enchendo seu nariz.
Abriu os olhos, olhou para baixo e viu Oscar de pé na base da árvore. Rosnou
baixo, lambendo os lábios. Era verdade. Oscar realmente era seu companheiro.
Liam olhou para ele, o momento de silêncio se estendendo até que finalmente
Oscar falou.
— Eu... uh... Nem sei por onde começar. Pratiquei um discurso no
caminho para cá, mas agora... — Ele balançou a cabeça, parecendo incerto. —
Não consigo encontrar as palavras certas. Você não é o único com um passado
e bagagem. Não sou nada especial, confie em mim. Não sou um prêmio. — As
palavras de Oscar machucaram Liam.
Não gostava de ver a luta vampiro autoconfiante para falar. O
homem era seu companheiro. Ele era perfeito, perfeito para ele.
— Eu criei um personagem quando me mudei para Nova Orleans. Não
queria que ninguém me visse tão fraco como estava há muito tempo. Sofri um
monte de abuso de meu próprio pai. — Começou e Liam sentiu como se não
pudesse respirar.
Suas garras cresceram para fora, segurando o grande galho de
árvore quando pensou em tudo que o seu companheiro tinha sofrido. Não tinha
certeza do quão semelhantes eram seus passados, mas tinha uma melhor
compreensão de por que Oscar ficou afastado. Fazia sentido por que Oscar
ficou interessado em BDSM. O homem precisava do poder de um papel
dominante, para provar que tinha poder sobre sua própria vida.
— Meu pai não era um homem fácil de agradar e aprendi rapidamente
que eu não era suficientemente bom, que nunca seria bom o suficiente. A
verdade é que sou filho bastardo do homem. Centenas de anos atrás era uma
coisa muito ruim de ser. Ele teve uma amante antes de encontrar sua
verdadeira companheira de sangue e, embora não seja comum engravidar
alguém que não seja uma verdadeira companheira, aconteceu. — Ele deu uma
profunda respiração, antes de continuar. — Quando finalmente sai e me
mudou para cá, tornou-se fácil desempenhar um papel e manter todos a
distância. Não quero que ninguém veja o homem no interior. Não queria que
ninguém soubesse que me sentia quebrado e indigno de amor. E, agora, estou
com medo de que vou decepcioná-lo. Não preciso do calabouço. Eu preciso
apenas de você.
Liam começou a escalar a árvore. Quando estava perto do chão,
pulou e facilmente caiu em suas patas ao lado de Oscar. Tentando dar a seu
companheiro conforto, esfregou seu corpo contra as pernas do homem,
ronronando suavemente.
— Obrigado. — Oscar passou os dedos pelo pêlo de Liam, acariciando-
o e arranhando-o atrás da orelha. — Me desculpe, fiquei longe por tanto
tempo. Não tive a intenção de te machucar. — Ele fez uma pausa e Liam sabia
que o pedido de desculpas era sincero. — Eu só precisava pensar. Não quero
fingir com você. Não quero ser o personagem que criei. Quero ser só eu, mas
não consigo lembrar quem sou.
Liam mudou, querendo dar mais conforto. Assim que estava de volta
em sua pele humana, passou os braços ao redor de Oscar e puxou o homem
para um abraço. Ficaram ali, abraçados, e Liam suspirou. Sentia-se bem por
finalmente ter Oscar com ele. E, independentemente do que Oscar disse, ele
realmente era um prêmio. O exterior duro foi embora e Liam pode dar uma
espiada no homem no interior. Ele tinha um coração de ouro.
— Vamos aprender juntos. Temos tempo. Vamos conhecer um ao
outro. Quero ser um bom companheiro para você. — Liam limpou a garganta,
sua voz soando um pouco instável.
— Pode me perdoar por ficar longe tanto tempo?— Perguntou Oscar.
— Você não precisa pedir o meu perdão. Nós dois precisávamos de
algum tempo para nos adaptar e pensar. Estou feliz que esteja aqui agora. —
Liam lhe disse honestamente.
— Você já é um companheiro incrível. Você me deu compreensão e
paciência, quando muitos não o fariam. — Oscar deu um beijo na garganta de
Liam e ele estremeceu, arrepios irrompendo por sua pele. — Quero que me
marque. Vai me deixar reivindicar você? — Liam congelou. Estava esperando
ouvir essas palavras, pois eram a concretização de que tinha um companheiro.
— Sinto muito, é cedo demais?
Liam sacudiu a cabeça.
— Não. Quando o vi no clube, foi uma atração instantânea. Senti isso
e sabia que seria alguém importante na minha vida. Só não sabia que éramos
companheiros.
— Vai ser um homem tão fácil de se apaixonar... — Disse Oscar e os
olhos de Liam ficaram úmidos, porque se sentia da mesma maneira.
Estava tão aliviado por finalmente ter seu companheiro tão perto e
queria mais, mas, primeiro, precisavam de uma cama. Deixando cair os
braços, Liam estendeu a mão e pegou a de Oscar, entrelaçando os dedos. —
Vamos entrar. Vou te mostrar o meu quarto. — Oscar sorriu e acenou
ansiosamente. Juntos caminharam para o interior do castelo até o quarto de
Liam.

Capítulo 7

Quando a porta do quarto fechou e o bloqueio clicou, Oscar começou


a se sentir nervoso. Aquele era um momento significativo e não queria arruiná-
lo. De pé no meio da sala, esperou Liam para fazer o primeiro movimento.
Movendo as mãos de seus quadris para os lados, tentou encontrar uma posição
confortável, mas, em vez disso, se sentiu ainda mais estranho.
No passado, os seus parceiros não o tocavam. Normalmente,
estavam amarrados e implorando, mas, desta vez, queria as mãos de Liam em
seu corpo. Tinha muito a aprender sobre Liam, não queria ir forte demais e
assustar o homem.
Quando foi a última vez que foi um amante gentil? Quando foi a
última vez que esteve com outro homem que não fosse em alguma forma de
BDSM? Vasculhou seu cérebro e não conseguia pensar numa única vez
— O que está esperando? Não vai tirar a roupa? — Liam perguntou
quando subiu na cama.
Deitou no meio, gloriosamente nu, à espera de Oscar. Quando ergueu
uma sobrancelha, Oscar começou a se mover, tirando sua camiseta e jeans.
Uma vez que estava nu, foi para a cama. Subiu e se aproximou um
pouco. Deitado de lado, enfrentou Liam e os dois homens levaram um par de
minutos apenas olhando um para o outro. Estendeu a sua mão esquerda e
gentilmente tocou o peito de Liam, usando apenas as pontas dos dedos. O
tigre deixou escapar um pequeno ronronar, dando a Oscar a permissão que
precisava para explorar um pouco mais.
Movendo seu corpo mais perto, Oscar puxou seu verdadeiro
companheiro em seus braços. Era tão bom finalmente ter o tigre ao seu lado.
Ficou afastado por muito tempo, tentando descobrir o que fazer, quando, na
realidade, deveria estar ao lado de Liam. Inclinando-se, beijou os lábios de
Liam, empurrando lentamente a língua na boca do homem. Liam congratulou-
se com ele, beijando-o de volta.
Oscar mergulhou, chupando sua língua. Devagar, devagar, devagar.
Entoou as palavras dentro de sua mente, mas seu corpo não queria cooperar.
Suas mãos vagaram pelas costas do tigre, a bunda firme do homem. Apertou
as nádegas, puxando Liam impossivelmente mais perto para que pudesse
sentir a pele do homem contra o seu próprio. Liam estava muito duro. Ele
moveu os quadris, moendo seu pênis contra o abdômen de Oscar.
Virando Liam de costas, Oscar parou e esperou para ver se o seu
novo amante iria reagir mal com ele por cima. Quando o tigre continuou a
bombear seus quadris, Oscar sorriu. Colocou beijos no pescoço e peito do
homem, até chegar aos mamilos de Liam. Circulou sua língua ao redor do
pequeno disco, sugando suavemente e provocando. Em resposta, Liam gemeu
e pegou um punhado de cabelo de Oscar. Era bom. As reações de seu
verdadeiro companheiro eram emocionantes. Arrastou sua língua para o outro
mamilo e deu-lhe a mesma atenção. Lambeu e chupou até Liam rosnar.
Ele se moveu mais abaixo, rodando sua língua e colocando pequenas
mordidas de amor abaixo das costelas de Liam e em torno de seu abdominal
perfeitamente delineado. Seu homem era além de sexy. Mesmo em seus
sonhos mais selvagens, Oscar não teria sido capaz de imaginar alguém como
Liam.
Esfregou o nariz nos pêlos pubianos de Liam, inalando o cheiro forte
de macho do qual poderia facilmente tornar-se viciado. Liam abriu mais as
pernas, empurrando nos ombros de Oscar, encorajando-o a chupar seu pênis.
Oscar sorriu, sentindo-se pronto. Ele olhou para o homem, lambendo
lentamente até seus pênis.
Sua língua seguiu a grande veia na cabeça, antes de sugá-la em sua
boca. Os quadris de Liam se ergueram e apertou seu abraço no cabelo de
Oscar.
— Oh, Deus... Sim!— Liam gemeu.
Oscar envolveu seus lábios ao redor da coroa de Liam e chupou suas
bochechas. Balançando a cabeça para cima e para baixo, ouviu quando Liam
gemeu, gemeu e fez pequenos ruídos sensuais.
— Ai... — Liam ofegava e Oscar olhou para cima, tendo seu foco em
seu deleite saboroso. Liam lhe entregou uma garrafa de lubrificante, com um
enorme sorriso no rosto. — Deixe-me pronto. Quero o seu pênis.
Oscar pegou o frasco e abriu a tampa. Despejou uma quantidade
generosa sobre seus dedos, antes de deslizar os dedos na entrada de Liam,
acariciando-a. Num movimento surpreendente, Liam empurrou para baixo,
forçando Oscar a lhe violar.
— Devagar... — Oscar murmurou, tirando sua boca do eixo duro.
— Não, quero você. Não quero esperar. — Liam gemeu quando Oscar
torceu o dedo até encontrar a glândula do homem.
O gemido se transformou num grito quando passou o dedo sobre ela.
— Jesus! Ai. Faça isso de novo! — Ordenou e Oscar obedeceu às
ordens do homem, acariciando sua glândula.
Acrescentou outro dedo no calor apertado de seu verdadeiro
companheiro. Liam balançou para cima e para baixo. Oscar chupou a cabeça
do pênis de Liam de volta em sua boca, enquanto acrescentava um terceiro
dedo, estendendo a bunda de Liam.
— Oh, foda-se! Eu vou... Oh, Deus! Estou gozando, Oscar! — O gozo
de Liam explodiu em sua boca e engoliu cada gota.
Lambendo os lábios, deu um beijo na coroa do pênis de Liam, antes
de pegar o lubrificante. Cobriu seu eixo rígido e jogou a garrafa de lado.
— Você está pronto para mim? — Ele perguntou ao tigre, sentindo-se
incerto por um momento. Não queria colocar Liam numa posição
desconfortável.
Liam levantou seus pés, segurando em suas coxas.
— Sim. Quero que me reivindique.
Oscar sentiu suas presas alongando só de olhar para Liam. Ele era
incrivelmente sexy com sua linda bunda exposta e pronta para seu pênis.
Alinhando a cabeça de sua ereção com a entrada de Liam, lentamente
empurrou para dentro. Oscar parou uma vez que cabeça de seu eixo de
entrou, esperando o corpo de Liam relaxar e se ajustar.
Assim que os músculos internos do homem relaxaram, deslizou seu
pênis bem lubrificado até ao fundo. Inclinando-se sobre Liam, levou os lábios
do homem num beijo apaixonado, tomando cuidado para não cortar
acidentalmente Liam com seus dentes afiados.
Liam quebrou o beijo, inclinando a cabeça para o lado.
— Morda-me. Marque-me.
— Você precisa me morder, também, querido. — Oscar disse a ele e
os olhos de Liam brilharam.
Ele continuou a mover os quadris, balançando para frente e para trás.
Colocando seu rosto contra o pescoço de Liam, lambeu a veia grossa
e latejante, antes de afundar seus dentes profundamente. Encheu a boca de
sangue, engolindo o delicioso néctar e seus olhos giraram de prazer. Liam
gritou seu nome, seu pau atirou jato após jato de esperma quente entre eles.
O orgasmo de Oscar correu através dele, fazendo-o tonto, enquanto seu pênis
se esvaziava nas profundezas do corpo de Liam.
Puxando os dentes de volta, lambeu seu pescoço, fechando a marca
que fez.
— Morda-me! — Oscar ofegava, pressionando seu ombro na boca de
Liam.
O tigre não precisou de um segundo pedido. Adagas afiadas, os seus
dentes afundaram dura e rapidamente. Oscar gritou, chocado, quando outro
orgasmo explodiu seu pênis. Estremeceu, todo o seu corpo tremia quando caiu
em cima de Liam. Respirando profundamente, passou os braços em torno de
seu verdadeiro companheiro de sangue e o manteve perto, inalando seus
aromas combinados.
Pela primeira vez em sua longa vida, sentia-se em paz. Se pudesse,
nunca iria deixar o conforto dos braços a sua volta.
— Meu companheiro. — Liam murmurou, aninhando o rosto contra
Oscar.
Ele sentiu que poderia matar qualquer dragão com a maneira como
Liam disse companheiro. Era importante para alguém. Esse conhecimento
abriu seu coração, deixando Liam entrar e preenchê-lo.
— Sinto-me seguro em seus braços. Eu poderia cair no sono apenas
assim. — Disse Liam com um bocejo.
Oscar deu um leve aceno de cabeça, fechando os olhos.
— Hmmm, vamos tirar um cochilo. Quando acordarmos, podemos
tomar banho e posso levá-lo para um encontro de verdade.
— Eu gostaria disto. — Liam sussurrou.
— Eu também. — Oscar concordou.
Mal podia esperar para comer e beber do seu homem. Iria mostrar a
ele tudo o que Nova Orleans tinha para oferecer. Se o jovem quisesse viajar,
Oscar lhe mostraria o mundo.
— Vou te amar. — Essas foram as últimas palavras que Liam falou
antes de adormecer.
Sua respiração mudou e seus músculos ficaram moles por baixo de
Oscar. Deu um beijo no peito de Liam. Estava cansado, mas não queria dormir.
Estava com medo de que Liam pudesse desaparecer. Apertando seu abraço,
deixou o som dos batimentos cardíacos de Liam acalmá-lo para dormir.
— Já estou me apaixonando por você... — Oscar disse a seu tigre
adormecido.

FIM

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