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Ficha Técnica
EBOOK
Bruno Caetano

REVISÃO
Angela Priuli

CAPA E ILUSTRAÇÕES
Angela Priuli

DIAGRAMAÇÃO
Shyrlene Mendonça

BRASIL — 2017
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F O R T E M E N T E | P R O G R A M A D E D E S E N V O LV I M E N T O P E S S O A L

Módulo II
O Comportamento

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Expressão do
incômodo e
desagrado

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Use a ATENÇÃO como reforçador

Conforme vimos no começo deste capítulo,

um comportamento emitido pode ser
reforçado ou não. Um reforçador simples e
superpoderoso é a ATENÇÃO. A atenção é
um reforçador global. Somos sedentos por
atenção, pelo reconhecimento, em sermos
socialmente aceitos e notados.

Até mesmo as pessoas tímidas almejam pelo reconhecimento e

atenção. O tímido evita maiores interações porque lá no fundo ele
tem medo de se a expor e com isto ser rejeitado, ou seja, reprovado.
Lembra que para nossos ancestrais a rejeição poderia resultar na
exclusão do grupo e consequente na morte?

Então...

Existe um registro no inconsciente humano de que a reprovação pode

representar a morte. Por este motivo, a atenção é um reforçador global.
Isto está na nossa memória biológica.

Não é só o elogio que reforça. Muitas vezes uma atenção vinda de

forma negativa como tentativa de punir pode também provocar efeito
contrário e ser reforçador.

Há algum tempo, eu estava ministrando uma pequena palestra e falei

da estratégia de ignorar um comportamento impróprio emitido por
uma criança. Uma mulher que assistia a apresentação disse: “Nossa!
Isto é horrível... Não existe nada pior que ignorar uma criança!”.

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O mais importante, é que aquela pessoa ainda não havia compreendido

a ideia de forma correta. O trabalho é de fazer o recorte certo daquilo
que você vai ignorar, ou privar de atenção. Você não vai ignorar A
CRIANÇA (ou o adulto), somente o comportamento ou a coisa imprópria
que ela disse ou fez. O trabalho é pinçar aquilo que valorizamos para
reforçar e deixar os atrevimentos para serem ignorados ou punidos.

Imagine um filho discutindo com o pai e reclamando da escola. Se o pai

entrar na onda dos ataques emitidos pelo filho, retrucar e argumentar,
ele terá dado atenção ao conteúdo negativo e reforçará o padrão de
“reclamão” do garoto. Este é o mecanismo de vício por conflitos. Ele é
nutrido pela atenção, nosso reforçador universal.

Ao invés de responder de forma ríspida à

insolência do garoto, o pai poderia, ignorar
completamente o atrevimento e perguntar:
“Então meu filho, o que você poderia fazer
para melhorar esta situação?”. Direcionando a
conversa para algo positivo e producente.

Ou numa medida menos recomendada, um castigo leve. A punição

jamais poderá ser muito dura ou violenta. Se você fizer isto, terá
problemas no futuro.

Uma senhora estava no supermercado com

sua netinha e na tentativa de controlar a
criança ela ameaçou: “Olha, se você continuar
fazendo isto eu vou te deixar para trás, não
vou te levar embora comigo”.

A neta atrevidamente respondeu: “Quero ver deixar!”.

E agora?!

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De fato, a avó não iria mesmo deixar a neta para trás.

A avó fingiu que não tinha escutado!
Brilhante!
Ela sabiamente ignorou e fingiu que não escutou o que a criança falou.

Eu sei que a maioria das pessoas teria partido para a disputa de

força e poder. Isto levaria ao reforço do comportamento atrevido
da criança, em outras palavras, aquele tipo de atitude da garotinha
aumentaria de frequência. Quando damos atenção à um determinado
comportamento, existe uma tendência de ele aumentar a frequência.

Não é fácil fazer este recorte na hora certa.

Exige treino.

Esteja alerta e tente usar a ATENÇÃO a seu favor assim que o

comportamento for emitido, logo em seguida. Desta forma, o reforço
será mais poderoso.

Com o tempo e a prática, você adquire uma habilidade mais refinada,

mais sutil.

Educar gasta energia, requer paciência, atenção e

esforço. Tem que estar disposto a pagar o preço, e às
vezes, abrir mão de orgulhos tolos. Lembre-se sempre
de fazer agrados, elogiar ou simplesmente manifestar
um contentamento quando o filho ou o cônjuge agir do
jeito que você gosta, para reforçar.

Não fique somente reprovando e criticando. A todo instante seus entes

queridos soltam “deixas” que podem ser utilizadas para enriquecer os
vínculos afetivos.

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“Papai, olha o cachorrinho com blusa de frio!”, isto é uma “deixa”.

“Nossa meu filho, que legal... Você viu que a dona dele leva um saquinho
de plástico para recolher o cocô... É para não deixar sujeira na rua!”.

Daí em seguida você aproveitou a deixa para

educar seu filho!
Viu só, que bom exemplo?!
Capture as “deixas” producentes e reforce, dê
atenção, elogie, faça um carinho, um afago.

Ignore os comportamentos impróprios, mas se for preciso grite, dê

uma bronca.

Não deixe que a criança se machuque!

Em alguns casos, um pequeno castigo (punição leve) pode ser bem

útil, mas tem que ser logo em seguida ao comportamento condenado.
Não use punições severas ou castigos maiores.

Utilize a atenção como reforçador.

Agindo dessa maneira você pode fortalecer vínculos afetivos e sociais.

Dê atenção às pessoas a sua volta, aproveitando as “deixas” para se

conectar com os outros. Isto fortalecerá seus relacionamentos e fará
a festa ficar mais divertida.

Crie mais um mantra mental: “o segredo está nos pequenos gestos”.

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Resumo da técnica

1 2
Fique atento/a e faça o recorte Ignore os conteúdos negativos
certo do que você deseja quando eles forem emitidos.
reforçar. Dê atenção, enfatize e Como se você fosse
faça elogios. transparente e aquilo tivesse te
Demonstre contentamento e atravessado e ido embora.
apreciação. Faça os devidos Tome cuidado para não ficar
comentários nutrindo e dando atenção
para conflitos, reclamações e
conteúdos negativos.

3 4
Pare e dê atenção quando Em situações extremas, para
alguém for lhe mostrar alguma preservar a integridade sua
coisa (“deixas”). e do outro, se precisar seja
Faça comentários saudáveis enérgico
sobre o assunto, expresse sua Proteja-se.
opinião, sem criticar.
Seja positivo/a.
Enriqueça a conversa.

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Dica do Samurai:

Procure deixar bem claro que a pessoa

será amada e/ou respeitada como ela
é.

Mas existem certos comportamentos

que não serão aceitos.

Coloque os limites.

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