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Álvaro de Campos: A Profunda Reflexão Existencial na Terceira Fase

Na terceira fase de minha trajetória poética, enveredei por um caminho de profunda reflexão
existencial, explorando os abismos da alma humana e os mistérios da condição humana. Nesse
contexto, obras como "Aniversário" e "Lisbon Revisited" emergem como testemunhos poéticos de
minha busca por significado em um mundo marcado pela transitoriedade e pela incerteza.
Em "Aniversário", mergulho nas profundezas do eu, confrontando-me com a passagem inexorável
do tempo e a efemeridade da existência. Versos como "Hoje completo vinte e seis anos. /A minha
idade já nem é a mesma, /Mas para o meu caso ainda é nova", revelam a angústia subjacente diante
da fugacidade da vida e a sensação de deslocamento em relação ao próprio tempo. A linguagem,
aqui, adquire uma tonalidade introspectiva, sondando os recantos mais sombrios da consciência e
confrontando-se com a finitude humana.
Já em "Lisbon Revisited", retorno às ruas da cidade que tanto me inspirou, mas desta vez sob uma
perspectiva melancólica e desencantada. Versos como "Já não sei se há ruas se há avenidas se há
vida /Se há cúmulos de ruído se há irremediável silêncio", ecoam a solidão e a desolação do eu
lírico diante de uma Lisboa em ruínas, refletindo meu próprio desencanto em relação às promessas
não cumpridas da modernidade. A linguagem, por sua vez, adquire uma tonalidade nostálgica e
desiludida, evocando imagens de decadência e desolação que ecoam os vestígios do passado.
Nessa terceira fase, a reflexão existencial se torna o cerne de minha poesia, impulsionando-me a
explorar os abismos da condição humana e os limites da linguagem. Em "Aniversário" e "Lisbon
Revisited", encontro um espaço para contemplar o sentido da vida e confrontar-me com as
incertezas do destino. É nesse diálogo íntimo com a existência que descubro novas dimensões de
significado e me reconecto com a essência mesma da poesia.

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