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Física 3

Cap 19 - Máquinas Térmicas

Baseado em parte em slides pelo Prof. Carlos


Eduardo Souza
Máquinas Térmicas

Máquina Térmica: um dispositivo que opera em ciclos


convertendo calor em trabalho útil.

1ª máquina térmica conhecida:


Criada por Herão de Alexandria
(séc 1 d.c.)

Vídeo com versão caseira:


https://youtu.be/u2CbJNz_fFM?t=34s
Máquinas Térmicas
Exemplo: Usina a vapor
Máquinas Térmicas
Exemplo: Usina a vapor
Elementos
Um fluido de trabalho (vapor)

Dois reservatórios térmicos


(regiões ou objetos grandes o
suficiente para que calor seja
retirado ou adicionado delas sem
que sua temperatura mude muito)

• um reservatório quente, que


fornece o calor que alimenta a
máquina (fornalha)

• um reservatório frio onde é


depositado calor não aproveitado
(sistema de refrigeração – não
mostrado nessa figura)
Diagramas de transferência de energia
QF : módulo do calor transferido de/para um reservatório frio
QQ : módulo do calor transferido de/para um reservatório quente

nesse exemplo:
QF = QQ
Diagramas de transferência de energia
QF : módulo do calor transferido de/para um reservatório frio
QQ : módulo do calor transferido de/para um reservatório quente

QF = QQ
Máquinas Térmicas
ATENÇÃO: NOTAÇÃO

Numa máquina térmica, estamos interessados em usar o 'sistema


termodinâmico' como uma ferramenta para extrair trabalho útil

Por isso, é mais útil usarmos a ideia de trabalho realizado pelo


sistema, ao invés do trabalho realizado sobre o sistema, como
vínhamos fazendo até agora.

→ compressão: Wsobre>0 e Wpelo<0 (energia entra no sistema)

→ expansão: Wsobre<0 e Wpelo>0 (energia sai do sistema)


Máquinas Térmicas

Com essa nova convenção para o sinal do trabalho, a


1a Lei da Termodinâmica fica

Q = Wpelo +ΔEtérm

Obs: não mudamos a convenção para o sinal de Q!


(Continua >0 quando entra e <0 quando sai do sistema)

Interpretação: o calor que entra em um sistema pode ir


parar em dois lugares: ou sai na forma de trabalho, ou
aumenta a sua energia térmica
Máquinas Térmicas

Com essa nova convenção para o sinal do trabalho, a


1a Lei da Termodinâmica fica

Q = Wpelo +ΔEtérm

Ex.: Expansão Isotérmica:

ΔEtérm=0 → Q = Wpelo > 0

(sistema recebe calor e devolve a energia


realizando trabalho)
Máquinas Térmicas

Com essa nova convenção para o sinal do trabalho, a


1a Lei da Termodinâmica fica

Q = Wpelo +ΔEtérm

Ex. 2: Em um ciclo, tb vale:

ΔEtérm=0

→ Qciclo = Wpelo = Wútil


Teste conceitual

Você possui um sistema termodinâmico S


inicialmente à temperatura Ti . É possível
ocorrer um processo físico no qual:

- S recebe uma qtde W de trabalho


- S expele a mesma quantidade de calor
QF = W para um reservatório térmico a uma
temperatura TF
- Ao fim desse processo, S retornou para sua
condição inicial (realizou um ciclo) ?

A) Sim, desde que TF ≤ Ti


B) Sim, desde que TF ≥ Ti
C) Sim, independente do valor de TF
D) Não
Teste conceitual

Você possui um sistema termodinâmico S


inicialmente à temperatura Ti . É possível
ocorrer um processo físico no qual:

- S recebe uma qtde W de trabalho


- S expele a mesma quantidade de calor
QF = W para um reservatório térmico a uma
temperatura TF
- Ao fim desse processo, S retornou para sua
condição inicial (realizou um ciclo) ?

A) Sim, desde que TF ≤ Ti


B) Sim, desde que TF ≥ Ti
C) Sim, independente do valor de TF
D) Não
Ex: experiencia de Joule
Teste conceitual

Você possui um sistema termodinâmico S


inicialmente à temperatura Ti . É possível
ocorrer um processo físico no qual:

- S recebe uma qtde QQ de calor de um


reservatório térmico a uma temperatura TQ
- S realiza a mesma quantidade de trabalho
W = QQ
- Ao fim desse processo, S retornou para
sua condição inicial (realizou um ciclo) ?

A) Sim, desde que TQ ≤ Ti


B) Sim, desde que TQ ≥ Ti
C) Sim, independente do valor de TQ
D) Não
Teste conceitual

Você possui um sistema termodinâmico S


inicialmente à temperatura Ti . É possível
ocorrer um processo físico no qual:

- S recebe uma qtde QQ de calor de um


reservatório térmico a uma temperatura TQ
- S realiza a mesma quantidade de trabalho
W = QQ
- Ao fim desse processo, S retornou para
sua condição inicial (realizou um ciclo) ?

A) Sim, desde que TQ ≤ Ti


B) Sim, desde que TQ ≥ Ti
C) Sim, independente do valor de TQ
D) Não – 2a Lei da TD (veremos adiante por que!)
Máquinas Térmicas
Diagramas de transferência de energia

Qq : módulo do
calor trocado c/
Qq reservatório quente

Wútil
Qf Qf : módulo do
calor trocado c/
reservatório frio

Cons. de Energia (1a Lei): Wútil= Qq - Qf


Máquinas Térmicas

Na prática, gostaríamos de que a máquina térmica


realizasse a máxima quantidade de trabalho com a
mínima quantidade de calor...
Def:
Rendimento térmico
Qq
η = Wútil/Qq
Wútil= Qq - Qf
Qf
= 1 – Qf/Qq
Máquinas Térmicas

η = Wútil/Qq = 1 – Qf/Qq

2a Lei da TD implica:
Não existem máquinas
térmicas perfeitas!!
Necessariamente

η<1!
(Obs: ainda temos de provar isso!)
Teste Conceitual

A eficiencia da máquina térmica descrita na figura é

A) 0,25
B) 0,75
C) 4
D) Não dá para saber sem calcular QF
Teste Conceitual

A eficiencia da máquina térmica descrita na figura é

A) 0,25
B) 0,75
C) 4
D) Não dá para saber sem calcular QF
Relembrando – propriedades de gases ideais
Máquinas Térmicas

Exemplo: Motor a gasolina em 4 tempos (ciclo de Otto)

Combustão
Expansão
adiabática
QQ

QF Exaustão e
Compressão
admissão de
adiabática
novo ar
Teste conceitual
Consideremos um dispositivo cuja a substância de trabalho é
um gás ideal que descreve o ciclo abaixo no sentido horário

Em quais dos trechos do ciclo temos respectivamente calor


entrando de um reservatório quente, ou calor saindo para um
reservatório frio?

A) Entrando: ab e cd; saindo: bc e da


B) Entrando: só ab; saindo: só cd
C) Entrando: ab e bc; saindo: cd e da
D) Entrando: ab e da; saindo: bc e cd
Teste conceitual
Consideremos um dispositivo cuja a substância de trabalho é
um gás ideal que descreve o ciclo abaixo no sentido horário

Em quais dos trechos do ciclo temos respectivamente calor


entrando de um reservatório quente, ou calor saindo para um
reservatório frio?

Qbc
A) Entrando: ab e cd; saindo: bc e da
B) Entrando: só ab; saindo: só cd Qcd
Qab Qda
C) Entrando: ab e bc; saindo: cd e da
D) Entrando: ab e da; saindo: bc e cd
Turbina de avião a jato – ciclo Brayton (aberto)

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=MUxP3PCDRTE

Origem: Documentário “Whittle the Jet Pioneer” pelo estúdio Rendermedia CGI (UK)
Turbina de avião a jato – ciclo Brayton (aberto)

1 – ar frio é rapidamente comprimido ao se chocar com a parte frontal da turbina


2 – o ar é enviado a pressão constante através da câmara de combustão, onde é
queirmado com o combustível e aumenta de temperatura
3 – o ar quente expande rapidamente ao sair da câmara de combustão. Ao expandir
ele força a turbina a girar
4 – ar (ainda quente) é expelido pela parte traseira da turbina, enquanto novo ar frio
é admitido pela parte dianteira
Exemplo realista: Máquina Térmica com ciclo Brayton
(turbinas a gás, motores a jato)

No caso da turbina de avião, ao invés de se usar um trocador de calor


no trecho 4 -> 1, o gás quente é continuamente expelido para a
atmosfera, e novo gás frio é admitido à mesma pressão
Exemplo realista: Máquina Térmica com ciclo Brayton
(turbinas a gás, motores a jato)

Rendimento (v. quadro)

1
⌘Brayton = 1 ( 1)/
rp
1
'1 0,29
rp
(p/ gás diatômico)

onde rp = pmax / pmin


Exemplo realista: Máquina Térmica com ciclo Brayton
(turbinas a gás, motores a jato)

Dados (exemplo 19.3 - hélio):

1: P1 = 150kPa , V1 = 80cc, T1 = -73℃

2: P2 = 750kPa

3: P4 = 150kPa, V = 100cc, T4 = -23℃

Resultado:

Τ3 = 203℃ = 476K

QQ = 14,3 J; QF = 7,5 J

η = 1 - 7,5 / 14,3 = 0,47


Exemplo realista: Máquina Térmica com ciclo Brayton
(turbinas a gás, motores a jato)

Obs: Não esqueça


dos reservatórios
térmicos!
Refrigeradores: Transformando Trabalho em Calor

Qq
Wentrada = Qq - Qf

Qf

Obs: lembrando que já tomamos Qq, Qf em módulo


Refrigeradores: Transformando Trabalho em Calor

Na prática, gostaríamos de que o refrigerador retirasse


o máximo de calor do reservatório frio com o mínimo de
trabalho...
Def: Coeficiente de desempenho

Κ = Qf / Wentrada Qq
Wentrada
Por definição: 0 ≤ K ≤ ∞ Qf
obs: faixa de valores diferente da de η !
Refrigeradores: Transformando Trabalho em Calor

2A Lei da TD: Calor não pode fluir espontaneamente do


reservatorio frio para o quente

Isto implica que necessariamente Wentrada ≠ 0, i.e.

Κ = Qf / Wentrada < ∞
Qq
i.e.: refrigeradores perfeitos Wentrada
não existem!
Qf
Implicação: Máquinas Térmicas perfeitas não
existem (prova simples!)

(se uma MT perfeita existisse, poderíamos combiná-la com um


refrigerador comum e transformá-lo num refrigerador perfeito…
– só que este último é proibido pela 2a Lei da TD!)
Teste conceitual

Numa cozinha termicamente isolada, uma geladeira comum é deixada


funcionando de porta aberta. Podemos concluir que, após um tempo
longo, a temperatura na cozinha

A) permanecerá constante, devido à 1a Lei da Termodinâmica


B) permanecerá constante, devido à 2a Lei da Termodinâmica
C) diminuirá, devido à 2a Lei da Termodinâmica
D) aumentará, devido à 2a Lei da Termodinâmica
Teste conceitual

Numa cozinha termicamente isolada, uma geladeira comum é deixada


funcionando de porta aberta. Podemos concluir que, após um tempo
longo, a temperatura na cozinha

A) permanecerá constante, devido à 1a Lei da Termodinâmica


B) permanecerá constante, devido à 2a Lei da Termodinâmica
C) diminuirá, devido à 2a Lei da Termodinâmica
D) aumentará, devido à 2a Lei da Termodinâmica

W QF = W + QQ

QQ
P: Se rodamos o ciclo de uma máquina térmica ao contrário,
obtemos um refrigerador?

A) Sim

B) Não

C) Depende
P: Se rodamos o ciclo de uma máquina térmica ao contrário,
obtemos um refrigerador?

A) Sim

B) Não

C) Depende

1 - os reservatorios térmicos necessários para percorrer um


ciclo no sentido anti-horário têm em geral temperaturas TF e TQ
diferentes das usadas no sentido horário
Se rodamos o ciclo de uma máquina térmica ao contrário,
obtemos um refrigerador?

Ex.: 19.3 Refrigerador com Ciclo de Brayton


Se rodamos o ciclo de uma máquina térmica ao contrário,
obtemos um refrigerador?

Ex.: 19.3 Refrigerador com Ciclo de Brayton

TQ precisa
ser menor
que a do
gás no TF precisa ser maior que
trecho 2 - 3 a do gás no trecho 1- 4

Note: condições diferentes das necessárias para a Máq. térmica


Se rodamos o ciclo de uma máquina térmica ao contrário,
obtemos um refrigerador?

Ex.: 19.3. Ciclo de Brayton – Máquina Térmica

Q12=QQ=+14,3J

TQ ≥ Τ3= 476K Sentido horário

TF ≤ Τ1=200K
Máquina T.

Q41=QF=-7,5J

Wciclo = Wpelo = +6,8J


Se rodamos o ciclo de uma máquina térmica ao contrário,
obtemos um refrigerador?

Ex.: 19.3 Ciclo de Brayton - Refrigerador

Q12= QQ=-14,3J
Sentido antihorário
TQ ≤ Τ2=381K

TF ≥ Τ4=250K Refrigerador

Condições necessárias p/
esse refrigerador. São Q41=QF=+7,5J
satisfeitas, por exemplo,
no congelador da sua
cozinha!
Wciclo = Wsobre = 6,8J
P: Se rodamos o ciclo de uma máquina térmica ao contrário,
obtemos um refrigerador?

A) Sim

B) Não

C) Depende

1 - os reservatorios térmicos necessários para percorrer um ciclo


no sentido anti-horário têm em geral temperaturas TF e TQ
diferentes das usadas no sentido horário

2 – em alguns casos, pode ocorrer de TF > TQ !! Nesse caso o


‘refrigerador’ estará esquentando o lado que já está mais frio!
Ex.: 19.2 : sentido horário (máq. térmica)

Qbc

Ta = 300 K

Qab Qcd Tb = Td = 900K

Tc = 2700K

Qda
Qab=5kJ Qbc=21kJ Qq=+26kJ
Qcd=-15kJ Qda=-7kJ Qf= -22kJ
Wciclo = Wpelo = +4kJ
Ex.: 19.2 : sentido anti-horário (será isto um refrigerador?)

Qbc

Ta = 300 K

Qab Qcd Tb = Td = 900K

Tc = 2700K

Qda
Em um refrigerador, o calor que entra no sistema vem do reservatório
frio. Pela 2ª Lei, a temperatura do reservatório frio deve então ser
maior que a maior temperatura do sistema enquanto ambos
estiverem em contato.

Ex.: 19.2 Ta = 300 K

Tb = Td = 900K

Tc = 2700K
Qcd

TF ≥ Tc = 2700K
Qda
Em um refrigerador, o calor que sai do sistema vai pro reservatório
quente. Pela 2ª Lei, a temperatura do reservatório quente deve então
ser menor que a menor temperatura do sistema enquanto ambos
estiverem em contato.

Ex.: 19.2 Ta = 300 K


Qbc Tb = Td = 900K

Tc = 2700K
Qab

TQ ≤ Ta = 300K

TQ < TF ????!!
P: Se rodamos o ciclo de uma máquina térmica ao contrário,
obtemos um refrigerador? R: nem sempre!
Nesse exemplo não obtemos um refrigerador, mas um dispositivo “inutil”, que
gasta trabalho para fazer o que já ocorreria naturalmente !!

ATENÇÃO: Fig 19.19: setas impressas no livro c/ sentidos ERRADOS


A 2a Lei da Termodinâmica e os limites de eficiência de
máquinas térmicas.
Máquina Térmica Perfeitamente Reversível

Um dispositivo que possa ser operado como uma máquina térmica ou


como um refrigerador entre os mesmos reservatórios, efetuando as
mesmas transferências de energia, apenas em sentido inverso.
Máquina Térmica Perfeitamente Reversível

Não é óbvio que uma máquina assim possa existir! Veremos adiante que de fato pode sim
Máquina Térmica Perfeitamente Reversível
Já sabemos que a 2a Lei da Termodinâmica proíbe a construção
de máquinas térmicas perfeitas.

Na verdade, a proibição é ainda mais forte: dados dois


reservatórios térmicos, não é possível construir qualquer
máquina mais eficiente que uma máquina reversível !

Argumento (v. quadro p/ detalhes):


i) suponha que existisse uma “super” Máq. Térm. com
rendimento maior que uma MT reversível .
ii) considere o refrigerador R obtido rodando a MT reversível ao
contrário.
iii) Nesse caso, usando o W produzido pela ‘super’ como
entrada para R, seria possível enviar espontaneamente calor
do reservatório frio para o quente -> viola 2a Lei!
iv) Portanto (i) é falso.
P: mas seria mesmo possível construir uma MT reversível?

Que características uma máquina dessas precisa ter?


Máquina Térmica Perfeitamente Reversível

A 2ª Lei da Termodinamica diz que são processos irreversíveis


a) a conversão espontânea de trabalho em energia térmica (ie por
atrito)
b) o fluxo de calor de um corpo mais quente o para outro mais frio

Assim, uma Máq. Térm. Perfeitamente Reversível deve ser


constituída APENAS de:

• Interações Mecânicas com Q=0 (adiabáticas) e sem atrito


e/ou
• Trocas de calor Isotérmicas (ΔEtérm = 0)

Uma Máq. Térm. Perfeitamente Reversível é


conhecida como Máquina de Carnot
MT Perfeitamente Reversível mais simples - Ciclo de Carnot

2 adiabáticas e 2 isotermas

Maior eficiencia
Eficiência dessa possivel para uma
máquina
(v. quadro/livro):
ηCarnot = 1 – TF / TQ máquina operando
entre TF e TQ !
Teste Conceitual

P: as máquinas térmicas A e B são ambas reversíveis e atuam


entre os mesmos reservatórios térmicos. A máq. A percorre um
ciclo de Carnot usando um gás ideal, mas a máquina B percorre
um ciclo mais complicado envolvendo 6 trechos adiabáticos e 6
isotérmicos (v. quadro). É correto dizer que:

A) ηΑ = ηB necessariamente

B) ηΑ deve ser < ηB, pois uma máquina baseada em um ciclo de


Carnot é a mais simples possível

C) ηΑ deve ser > ηB, pois uma máquina baseada em um ciclo de


Carnot é a mais simples possível

D) Podemos ter ηΑ = ηB , < ηB, ou > ηB, dependendo dos


detalhes das duas máquinas.
Teste Conceitual

P: as máquinas térmicas A e B são ambas reversíveis e atuam


entre os mesmos reservatórios térmicos. A máq. A percorre um
ciclo de Carnot usando um gás ideal, mas a máquina B percorre
um ciclo mais complicado envolvendo 6 trechos adiabáticos e 6
isotérmicos (v. quadro). É correto dizer que:

A) ηΑ = ηB necessariamente

B) ηΑ deve ser < ηB, pois uma máquina baseada em um ciclo de


Carnot é a mais simples possível

C) ηΑ deve ser > ηB, pois uma máquina baseada em um ciclo de


Carnot é a mais simples possível

D) Podemos ter ηΑ = ηB , < ηB, ou > ηB, dependendo dos


detalhes das duas máquinas.
Ponto crucial

Qualquer máquina térmica, por mais complicada que seja,


mesmo que não se baseie na manipulação de gases ideais, não
pode ser mais eficiente que uma MT baseada em um ciclo de
Carnot de um gás ideal entre os mesmos reservatórios térmicos.

Na melhor das hipóteses, se for uma máquina reversível, ela


será tão eficiente quanto o ciclo de Carnot.
Refrigerador de Carnot

Um ciclo de Carnot rodando no sentido anti-horário


é um refrigerador de Carnot

Um argumento análogo ao que fizemos acima


mostra que este é o refrigerador com maior
rendimento possível entre todos os que operam
entre reservatórios com temperaturas TF e TQ

Rendimento desse refrigerador


(v. quadro/livro): ΚCarnot = TF / (TQ – TF)
Obs: note que KCarnot → 0 quando TF → 0.

Lembrando que K = QF / W, isto significa que, mesmo com o melhor refrigerador possível
(este aqui), o trabalho W que precisa ser dado para retirar cada J de calor QF do
reservatório frio vai a infinito quando TF fica pequeno !

Isto implica que seria necessário energia infinita para resfriar um corpo até T = 0 !
Problema: Uma máquina térmica funciona fazendo uma
amostra de gás ideal monoatômico descrever o ciclo
abaixo. Determine: n, Wciclo, Qresultante, h, hcarnot e a potência.

→ T3 =
300K
Máquinas Térmicas

Exemplo: Motor a gasolina em 4 tempos (ciclo de Otto)

Combustão
Expansão
adiabática
QQ

QF Exaustão e
Compressão
admissão de
adiabática
novo ar

Vmin VMax

ηotto = 1 – 1 / rV γ -1, onde rV = VMax / Vmin


Máquinas Térmicas

Exemplo: Motor a Diesel em 4 tempos (ciclo de Diesel)

QQ

QF
Problema: O ciclo mostrado representa o ciclo do motor a Diesel que
possui uma razão de compressão r = Vmáx / Vmín=10. O motor opera
com ar diatômico (γ=1,40) a 20oC=293K e pressão de 1,0atm. A
quantidade de combustível injetada em um ciclo têm calor de
combustão de 357J.
A) Determine P, V e T nos quatro vértices.
B) Qual o trabalho resultante em um ciclo?
C) Qual o rendimento térmico?
D) Quais as temperaturas dos reservatórios Q e F?
E) Qual a maior eficiência que poderia ser atingida por um motor de
Carnot que opera entre os mesmos reservatórios?

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