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PROPÓSITO
Apresentar os conceitos de máquinas térmicas e os tipos de usinas geradoras de energia.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora
científica ou use a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
MÓDULO 1
MÁQUINAS TÉRMICAS
MÁQUINA TÉRMICA É UM DISPOSITIVO QUE
ABSORVE CALOR DO AMBIENTE À SUA VOLTA
PARA PODER REALIZAR TRABALHO ÚTIL,
COMO O GIRAR DE UM MOTOR, PORÉM, PARA
QUE A CONVERSÃO DE CALOR EM TRABALHO
ÚTIL SEJA REALIZADA, É NECESSÁRIO
UTILIZAR UMA SUBSTÂNCIA DE TRABALHO.
Máquina a vapor
Na máquina a vapor, a substância de trabalho é a água, tanto em sua forma líquida, quanto em
sua forma de vapor.
Motores de automóvel
Já nos motores de automóvel, que são motores a combustão, a substância de trabalho é uma
mistura de combustível (etanol, gasolina ou GNV) e ar.
A fim de que o trabalho de uma máquina térmica seja realizado continuamente, a operação da
substância de trabalho deve ser em um ciclo, ou seja, deve fazer parte de um sistema fechado
que envolve uma série de processos termodinâmicos, denominados tempos. Esses tempos
sempre se repetem a cada ciclo.
Para entender o funcionamento de máquinas térmicas, precisamos verificar o que as Leis da
Termodinâmica podem nos informar sobre o funcionamento dessa classe de máquinas.
CARNOT
ATENÇÃO
Vale ressaltar que a máquina de Carnot é uma máquina ideal e que, na realidade, nenhuma
consegue chegar a este tipo de eficiência.
(Fonte: o Autor)
Figura 1: Esquema de um ciclo de Carnot.
Na figura, temos uma fonte quente (TQ) que fornece calor ao fluido o qual, ao se aquecer,
começa a se movimentar e a realizar trabalho (W), mas para que isso ocorra, é necessário que
haja uma fonte fria (TF), pois caso oposto, o sistema entra em equilíbrio térmico e então o fluido
para de se movimentar. Durante esse movimento, o fluido transfere para a máquina parte do
calor absorvido na fonte quente, na forma de trabalho. E a energia restante no fluido é
transferida para a fonte fria. Após a transferência para a fonte fria, inicia-se um novo ciclo, em
que o fluido retira calor da fonte quente, realiza trabalho e despeja o restante da energia na
fonte fria, permanecendo assim, enquanto houver energia na fonte quente e enquanto houver
fluido para realizar trabalho.
Da figura 1 podemos estabelecer que a energia retirada na fonte quente seja igual à soma da
energia fornecida na fonte fria com o trabalho realizado pela máquina térmica:
QQ = QF + W ( 1 )
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A seguir, temos um diagrama: pressão por volume (p-V) do ciclo de Carnot. O ciclo é indicado
pelas setas, e podemos perceber que ele é percorrido no sentido horário.
CICLO DE CARNOT
Na figura 2, além do ciclo de Carnot, está presente também um cilindro ideal fabricado de
material isolante, com um fluido no seu interior. Para compreender o ciclo de Carnot, utilizamos
como fluido de trabalho um gás ideal. Vamos considerar que o cilindro está disposto entre uma
fonte quente e uma fonte fria, como mostra a figura 1. Vamos considerar também que o gás
realiza trabalho quando se expande e empurra o êmbolo para cima, ou seja, possui um
trabalho positivo (W > 0), e que o gás sofre trabalho, quando o êmbolo o comprime e, assim,
reduz o seu volume, ou seja, possui um trabalho negativo (W < 0).
RESUMINDO
Em resumo, entre os processos 1 e 2, e 2 e 3, o fluido está se expandindo, realizando trabalho
positivo e elevando o êmbolo até sua altura máxima. Já entre os processos 3 e 4, e 4 e 1, o
fluido de trabalho está se contraindo, realizando trabalho negativo, o que significa que o
êmbolo está efetuando trabalho sobre o gás, comprimindo-o. O trabalho realizado pela
expansão do gás pode ser determinado calculando-se a área sob a curva 1-2-3, e o trabalho
realizado pelo êmbolo sobre o gás, que corresponde à contração do gás, pode ser determinado
calculando-se a área sob a curva 3-4-1. Então, o trabalho útil do sistema corresponde à
diferença entre os trabalhos de expansão e compressão.
através de um conceito conhecido como rendimento de uma máquina térmica (ε) (Letra grega
Épsilon.) . Tanto a eficiência como o rendimento, são duas formas de se chamar a mesma
coisa, e ambas são determinadas pela razão entre a energia utilizada para realizar trabalho (W)
e a energia que a máquina recebe da fonte quente (QQ):
W
Ε= ( 2 )
QQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
No entanto, medir o trabalho realizado, muitas das vezes, é uma tarefa bem difícil, porém,
como conhecemos as temperaturas das fontes quente e fria, podemos escrever a equação (2)
em função dessas temperaturas. Acompanhe a demonstração a seguir:
DEMONSTRAÇÃO:
W
Ε=
QQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
QQ - QF
Ε= ( 3 )
QQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
QQ QF
Ε= -
QQ QQ
QF
Ε=1- (4 )
QQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Uma vez que não há transformação de fase do fluido de trabalho, o calor envolvido é o calor
sensível, podemos reescrever (4) com:
MCTF
Ε=1- ( 5 )
MCTQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
TF
Ε=1- ( 6 )
TQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A equação (6) nos mostra que conhecendo a temperatura entre a fonte fria (TF) e a fonte
quente (TQ), conseguimos estimar a eficiência de uma máquina térmica. Podemos também
TF
Ε% = ( 1 - ) X100 ( 7 )
TQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Uma vez que TF < TQ, a máquina de Carnot possui uma eficiência térmica positiva e menor
que um, ou seja, menor que 100%. Este fato está demonstrado na figura 1, onde é possível
observar que somente parte da energia é convertida em trabalho, e o calor que resta é
transferido para a fonte fria. Mesmo as máquinas térmicas reais de maior eficiência possíveis
conhecidas pela humanidade, não podem ter rendimento maior do que a máquina térmica ideal
de Carnot.
A máquina térmica perfeita seria aquela que apresentasse um rendimento igual a 100%, ou
seja, que conseguiria converter toda a energia retirada da fonte quente em trabalho, mas isso
infelizmente não é possível, pois ao analisarmos a equação (7), veremos que para que o
rendimento seja igual a 100%, temos que ter duas condições: 1 - TF = 0 ou 2 – TQ = ∞ .
ATENÇÃO
Não se esqueça, a temperatura a ser considera nos cálculos de rendimento deve estar em
Kelvin (K).
Vamos considerar um motor a combustão que possui sua fonte quente em 232°C, e sua fonte
fria a 90°C. Vamos determinar o seu rendimento, e o quanto de energia que é perdida para a
fonte fria. Para determinar o seu rendimento, temos que primeiramente converter a temperatura
de °C para K:
TF = 90 + 273 = 363 K
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
363
Ε% = ( 1 - ) X100 = 28,12%
505
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Esse resultado nos informa que somente 28,12% da energia retirada da fonte quente é
convertida em trabalho útil, e que 71,88% é transferido para fonte fria, como demonstra o
cálculo abaixo:
REFRIGERADORES
Sabemos que o calor flui naturalmente de sistemas mais quentes para sistemas mais frios,
buscando o equilíbrio térmico. Porém, um refrigerador é um dispositivo que absorve calor de
um ambiente de menor temperatura e, então, o libera em um ambiente de maior temperatura.
Esse processo requer certa quantidade de energia externa, pois o calor não é conservado.
COMO O REFRIGERADOR PODE TRANSFERIR
ENERGIA DE UM AMBIENTE FRIO PARA UM
AMBIENTE QUENTE?
Nas geladeiras domésticas, por exemplo, esse processo é realizado pelo auxílio de um
compressor elétrico, que age retirando energia do ambiente onde estão guardados os
alimentos (fonte fria) e o envia para o meio externo (fonte quente). Em ar-condicionado, a fonte
quente é o ambiente a ser refrigerado, como uma sala ou um quarto de apartamento, e a fonte
fria é o meio externo ao apartamento.
Um aparelho refrigerador utiliza como fluido de trabalho uma substância que tem como
propriedade principal a capacidade de alterar o seu estado físico de gasoso para líquido
durante o ciclo de refrigeração. Esse fluido se torna gasoso ao retirar o calor do ambiente
quente, que quando entra em contato com o ambiente frio, perde calor e se liquefaz.
(Fonte: o Autor)
Figura 3: Representação de um refrigerador. Note que o ciclo de funcionamento é o inverso
de uma máquina térmica, como apresentada na figura 1.
ATENÇÃO
Para considerar um refrigerador ideal, ou seja, um refrigerador de Carnot, a figura 3 deve sofrer
uma pequena alteração, e ser igual a figura 4:
(Fonte: o Autor)
Figura 4: Representação de um Refrigerador de Carnot.
Nesse refrigerador de Carnot, não há trabalho realizado, mas, sim, a total transferência de
energia da fonte quente para a fonte fria.
ATENÇÃO
Para determinar o quão eficiente é um refrigerador, é necessário determinar o coeficiente de
desempenho (K), determinando a razão entre a energia retirada da fonte fria (QF) e a energia
Matematicamente temos:
QF
K= ( 8 )
W
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
QF
KC = ( 9 )
W
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
QF
KC = ( 10 )
QQ - QF
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
MCTF
KC =
MCTQ - MCTF
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Simplificando:
TF
KC = ( 11 )
TQ - TF
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
BOMBA DE CALOR
Uma bomba de calor é uma máquina térmica que pode transferir calor de um ambiente mais
frio para um mais quente e vice-versa, ou seja, pode funcionar como uma máquina térmica
aquecedora (figura 1) e como um refrigerador (figura 3). Esse processo exige certa quantidade
de energia externa, pois não há a conservação do calor.
O fluido de trabalho de uma bomba térmica percorre um ciclo termodinâmico absorvendo calor
no evaporador (QQ) (local de pressão e temperatura baixas), recebe trabalho no compressor
(W) e, então, cede calor no condensador (QF) (local que possui pressão e temperatura altas).
Ao escoar pela válvula de expansão, ocorre no fluido uma queda de pressão. Veja como
funciona, a seguir.
QQ
COP = ( 12 )
W
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ou
QF
COP = ( 13 )
W
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
TEORIA NA PRÁTICA
Em aplicações reais, o rendimento industrial de um ar-condicionado doméstico possui um
coeficiente de desempenho K ≈ 2,5, e o rendimento de uma geladeira doméstica um K ≈ 5.
Pela equação 11, podemos concluir que quanto menor for a diferença entre TF e TQ, maior é a
eficiência do refrigerador. Em países frios, como a Rússia, onde a temperatura externa de uma
sala é muito menor do que a temperatura interna desejada, a eficiência de um refrigerador é
muito baixa.
Vamos supor que um refrigerador está instalado em um local onde a temperatura da fonte
quente é de 38 °C. Para que ele tenha uma eficiência de 2,5, qual deve ser a temperatura da
fonte fria?
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
MÃO NA MASSA
A) 1000J
B) 1300J
C) 1594J
D) 1960J
A) 6000J
B) 4000J
C) 3000J
D) 2000J
A) 77,25
B) 50,97
C) 9
D) 60
4. UMA MÁQUINA TÉRMICA TEM SUA FONTE FRIA IGUAL A 12°C. QUAL
DEVE SER A TEMPERATURA DA FONTE QUENTE, PARA QUE SEU
RENDIMENTO SEJA DE 45%?
A) 245,18°C
B) 24,18°C
C) 518,18°C
D) 518,00°C
5. UMA MÁQUINA TÉRMICA DE CARNOT OPERA ENTRE UMA FONTE
FRIA E UMA FONTE QUENTE, COM UMA EFICIÊNCIA DE 10%. ASSINALE
A OPÇÃO QUE REPRESENTA TF:
A) 90% de TQ
B) 30% de TQ
C) 70% de TQ
D) 60% de TQ
A) 1,51
B) 1,53
C) 1,55
D) 1,78
GABARITO
QF=0,98 . 2000=1960J
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
2. Uma máquina térmica utiliza 2560J para realizar trabalho e transfere 3440J para a fonte
fria. O total de calor recebido pela fonte quente é igual a:
Temos que o calor da fonte quente é igual à soma do trabalho com o calor da fonte fria, assim:
QQ=W+QF
QQ=2560+3440=6000J
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
KC=TFTQ-TF
KC=36+27340+273-(36+273)=77,25
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Note que a todos os valores de temperatura foram adicionados o valor 273, devido ao fato de
termos que converter a temperatura de Celsius para Kelvin.
4. Uma máquina térmica tem sua fonte fria igual a 12°C. Qual deve ser a temperatura da
fonte quente, para que seu rendimento seja de 45%?
A alternativa "A " está correta.
0,45=1-12+273TQ
TQ=518,18 K=245,18°C
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
5. Uma máquina térmica de Carnot opera entre uma fonte fria e uma fonte quente, com
uma eficiência de 10%. Assinale a opção que representa TF:
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
6. Uma bomba térmica operando como máquina térmica tem um rendimento de 0,36.
Qual será sua eficiência quando esta bomba térmica trabalhar como um refrigerador?
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 30% de TQ
B) 30% de TF
C) 70% de TQ
D) 70% de TF
A) 2,51
B) 2,53
C) 2,55
D) 2,57
GABARITO
1. Uma máquina térmica de Carnot opera entre uma fonte fria e uma fonte quente, com
uma eficiência de 30%. Assinale a opção que representa a diferença de temperatura
entre TQ e TF:
O rendimento de uma máquina térmica, percentualmente é dado pela equação (7), assim:
Ε%=1-TFTQ X100
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Substituindo temos:
30=1-TFTQ X100
0,3=1-TFTQ
TFTQ=0,7
TF=0,7TQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
∆T=TQ-TF
∆T=TQ-0,7TQ
∆T=0,3TQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
2. Uma bomba térmica operando como máquina térmica tem um rendimento de 0,28.
Qual será sua eficiência quando esta bomba térmica trabalhar como um refrigerador?
Ε=1-TFTQ
0,28=1-TFTQ
TF=0,72TQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
K=TFTQ-TF
K=0,72TQTQ-0,72TQ=2,57
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
MÓDULO 2
NIKOLAUS OTTO
ATENÇÃO
Para ser considerado um motor de combustão interna, o motor deve utilizar os gases
provenientes da combustão como fluido de trabalho, ou seja, os gases devem realizar os
processos de compressão, queima, expansão e exaustão.
O que ocorre é o impulso dos pistões através do aumento da pressão interna da câmara por
uma frente de chama controlada, decorrente da quebra das ligações do benzeno. Isto é, não há
detonação dos gases oriundos do combustível, pois toda detonação, ou explosão, é uma
reação descontrolada.
Existem diversos tipos de motores a combustão, o que remete a diversos ciclos de combustão
de combustível, mas, dentre estes, vamos dar destaque a três:
CICLO DE OTTO
CICLO DE DIESEL
CICLO BRAYTON
Este ciclo descreve o que acontece a certa massa de gás, quando submetida a ciclos
termodinâmicos que envolvem a trocas de calor e variações de: pressão, temperatura e
volume. Tal ciclo realiza uma compressão isentrópica, a qual é um tipo de compressão em que
a entropia do sistema permanece constante. Ele também possui uma reação isocórica, com
adição de calor a volume constante, uma expansão isentrópica e, por fim, a rejeição de calor a
volume constante.
Em um motor que utiliza o ciclo Otto de quatro tempos, existem dois processos adicionais:
CICLO DE OTTO
Diagrama PV
Observando a figura, notamos que no ciclo de Otto não há transformação isotérmica, somente
duas transformações adiabáticas e duas transformações isocóricas, além das etapas de
admissão e exaustão. Tanto de B para C como de D para A, não há a realização de trabalho,
pois não existe variação de volume. Vamos então descrever as etapas desse diagrama:
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 4
ETAPA 5
ETAPA 1
ETAPA 3
A vela de ignição gera uma pequena faísca incendiando a mistura de ar com combustível,
aumentando a pressão na câmara. Essa explosão gera uma transformação isocórica e está
representada pela transição de B para C.
ETAPA 4
Após a ignição, o gás resultante da combustão da mistura combustível-ar sofre uma expansão
adiabática, empurrando o pistão para cima. Essa expansão adiabática está representada pela
transição de C para D.
ETAPA 5
(Fonte: o Autor)
Figura 7: Ciclo de funcionamento de um motor que utiliza o ciclo de Otto.
Até agora vimos como funciona o ciclo de Otto, ou seja, verificamos a teoria. A partir deste
momento, vamos olhar para a aplicação prática do ciclo de Otto.
(Fonte: Jalopnik)
A figura 8 explica cada etapa do funcionamento do motor a combustão que utiliza o ciclo de
Otto.
O rendimento teórico de um motor a combustão que utiliza o ciclo de Otto é determinado por:
1
Μ=1- ( 14 )
ΑΓ - 1
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
CP
Γ= ( 16 )
CV
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
constante. Em geral, ambos os valores são tabelados. Devemos nos lembrar que para um
comportamento ideal:
CP – CV = R ( 17 )
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Em que R é a constante dos gases ideais e tem valor igual a 0,082atm. L/mol. K.
O motor Diesel recebeu este nome devido ao seu inventor se chamar Rudolf Diesel. As
principais diferenças desse motor para um motor movido a gasolina são:
RUDOLF DIESEL
Rudolf Christian Karl Diesel (1858-1913) foi um engenheiro mecânico alemão que
idealizou um dos mais importantes sistemas mecânicos da história.
1. O motor a gasolina aspira por sua admissão a mistura gasolina + ar, como mostra o primeiro
tempo do motor de ciclo de Otto. Já o motor a Diesel, aspira somente ar, enquanto o óleo
Diesel é despejado controladamente no topo do cilindro, a uma taxa constante;
2. Como já vimos, a ignição de um motor a gasolina se dá pela ação de uma vela elétrica que
libera uma faísca sobre a mistura gasolina + ar. Porém, no motor Diesel a combustão acontece
quando o óleo Diesel é despejado no topo do cilindro, e inflamado de imediato devido à alta
temperatura oriunda da compressão do ar na câmara de combustão.
ATENÇÃO
Essa segunda diferença é o motivo por que o motor Diesel é mais econômico em consumo de
combustível do que o motor Otto.
CICLO DIESEL
Diagrama P-V
1
Há uma compressão isentrópica representada pela transformação de 1 para 2. Nessa
transformação, há realização de trabalho, que chamaremos de W12.
2
Há o fornecimento de calor à pressão constante para o fluido de trabalho, representada pela
transformação de 2 para 3. Como há mudança no volume (é possível ver no gráfico que o
volume aumenta de 2 para 3), há realização de trabalho (trabalho de um gás W = P ∆ V, em que
P é a pressão e ∆ V é a variação do volume), que chamaremos de W23.
3
Uma vez que houve o ganho de calor ( Q23 ) , o fluido de trabalho se expande de forma
isentrópica, representada pela transformação de 3 para 4. Chamaremos o trabalho realizado
nessa etapa de W34.
4
Após a expansão isentrópica, o fluido de trabalho libera o calor restante ( Q41 ) à fonte fria
isobaricamente, ou seja, sem realizar trabalho.
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Uma vez definido o trabalho do ciclo, o rendimento do motor Diesel é determinado como:
WCICLO
Η= ( 19 )
Q23
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Note que Q23 é o calor cedido ao sistema pela fonte quente, e Wciclo é o trabalho utilizado pelo
sistema.
CICLO BRAYTON
DIAGRAMA P-Ν
Assim, mesmo se tratando de um ciclo aberto, há a ejeção de energia na forma de calor para o
meio externo através dos gases ejetados pela turbina pós queima.
T1
Ε=1- ( 20 )
T2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
SAIBA MAIS
Tanto o ciclo de OTTO, como o ciclo DIESEL e o ciclo de BRAYTON possuem um fator comum.
O trabalho realizado por esta sequência pode ser determinado pelo cálculo da área dentro da
curva do ciclo que, pelo seu formato, em geral, é uma área aproximada a um trapézio, sendo
assim, o trabalho passa a ser determinado por uma simples equação de geometria plana:
(B+B) . H
W=A=
2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
(Fonte: o Autor)
Exemplos de trapézio: (a) trapézio comum e (b) trapézio de base reta.
DEMONSTRAÇÃO:
Em uma termoelétrica (usina que gera energia elétrica por queima de carvão mineral), o fluido
de trabalho utilizado é o gás da queima do carvão mineral. O carvão é queimado e a chama
criada é utilizada para aquecer água em uma caldeira, e essa água se torna vapor.
A expansão desse vapor é conduzida até as pás de uma turbina, a qual gira com o passar do
vapor por suas pás e, ao rodar, essa turbina gira um dínamo, que produz a eletricidade. Depois
disso, esse vapor é conduzido ao condensador e, então, o vapor muda de estado físico e se
torna água líquida novamente.
Vamos considerar um caso em que a energia elétrica gerada seja igual a 10% da eficiência de
uma máquina térmica que funciona com o ciclo de Brayton, que a temperatura da fonte quente,
ou seja, a temperatura do vapor d’água seja de 237°C e que o condensador esteja a 68°C.
Vamos considerar também que a queima do carvão gere uma energia de 1,3 x 1015J por
segundo. Então, quanto de energia elétrica essa usina gera por segundo?
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
TEORIA NA PRÁTICA
Os diagramas PV são importantes para compreender as transformações térmicas que estão
ocorrendo com o fluido de trabalho durante o funcionamento do motor, todavia, através deste
diagrama também é possível determinar o trabalho realizado por uma máquina térmica. Vamos
observá-lo:
(Fonte: o Autor)
Nesta figura, podemos ver que existem duas reações isobáricas e duas reações isocóricas.
Podemos notar também que é possível determinar o trabalho deste ciclo termodinâmico,
determinando a área desta curva em vermelho, que é a área de um retângulo, assim:
W = ( 10 - 5 ) . ( 12 - 6 ) = 30J
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Dessa forma, a máquina que funciona sobre este ciclo termodinâmico, demonstrado na figura,
executa um trabalho de 30J. Se supormos que essa máquina retira 100J da fonte quente, o
rendimento dessa máquina é de:
30
Ε= = 0,3 OU 30%
100
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
E podemos afirmar também que 70J de energia é cedido para a fonte fria.
MÃO NA MASSA
A) 10%
B) 27%
C) 50%
D) 100%
A) 34%
B) 24%
C) 66%
D) 76%
A) 0,52
B) 0,50
C) 0,23
D) 0,48
4. CONSIDERE O GRÁFICO:
A) 4,0x10-2J
B) 8,0x10-2J
C) 4,0x10-3J
D) 8,0x10-3J
B) 300,00°C
C) 315,00°C
D) 318,03°C
A) 35,55cal
B) 97,87cal
C) 100,00cal
D) 195,81cal
GABARITO
Ε=1-T1T2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim:
Ε=1-273373=0,27 OU 27%
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Η=WCICLOQ23
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Η=0,34Q23Q23=0,34 OU 34%
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
rendimento é de:
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
4. Considere o gráfico:
Sabendo que este diagrama PV corresponde ao funcionamento do ciclo de uma máquina
térmica qualquer, o trabalho realizado por esta máquina é igual a:
O trabalho realizado por esta máquina corresponde à área da figura no diagrama PV. Como se
trata de um trapézio de base reta, temos:
W=B+b·h2=12x10-3+8x10-3.7-32=40x10-3J=4,0x10-2J
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
5. Um motor de Brayton trabalha com um líquido de trabalho cuja massa é 4kg, e o calor
específico é de 2,89cal/g °C. Se ele recebe da fonte quente 2500kcal de energia, e tem
rendimento de 32%, a temperatura da fonte quente em Celsius é de:
Ε=1-Q1Q2=1-MCT1MCT2
0,32=1- 2500X1034000. 2,89T2
2500X1034000. 2,89T2=0,68
T2=318,03°C
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como a energia estava em calorias, não foi necessário converter nenhuma unidade.
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
PORQUE:
A) 350,55cal
B) 347,28cal
C) 300,00cal
D) 295,81cal
GABARITO
Porque:
A máquina térmica que utiliza o ciclo de Brayton é uma máquina térmica ideal voltada para
turbinas a gás, e nem mesmo ela chega a 100% de eficiência, pois seu rendimento é dado por:
ε=1-TFTQ. Desta forma, para ter 100% de eficiência, somente se a fonte fria estivesse em 0
Kelvin, ou a fonte quente tivesse temperatura infinita.
Η=WCICLOQ23
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim:
0,31=450Q∴Q=1451,61J
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Q=347,28CAL
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
MÓDULO 3
CICLO DE RANKINE
Ciclos de energia a vapor e a gás também são conhecidos como ciclo Rankine, que funciona
convertendo calor em trabalho e pode ser reversível. Neste ciclo, o calor é fornecido por uma
caldeira aquecida por uma fonte externa de calor, utilizando água como fluido de operação.
SAIBA MAIS
Utiliza-se esse ciclo para gerar cerca de 0,5% da energia elétrica de todo o mundo, incluindo
usinas que trabalham com energia solar, energia gerada por biomassa, carvão mineral e
energia nuclear.
(Fonte: Wikipedia)
Figura 12: Representação esquemática do ciclo Rankine.
WTURBINA - WBOMBA
Ε= ( 21 )
QCALDEIRA
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ATENÇÃO
O que diferencia o ciclo de Rankine do ciclo de Brayton é a existência de uma bomba d’água
para impulsionar a água de volta à caldeira, o gera um trabalho líquido, uma vez que a bomba
d’água adiciona energia ao sistema realizando trabalho sobre a água.
Como já verificamos, a usina termoelétrica utiliza o vapor d’água para girar uma turbina que
gira um dínamo. Esse vapor d’água é conseguido queimando-se carvão mineral, e a energia da
queima aquece a água para virar vapor d’água.
Porém, na verdade, esse tipo de usina não utiliza o vapor d’água (isso porque o vapor d’água
consiste em gotículas de água suspensa em meio ao gás gerado pela evaporação da água),
mas, sim, somente o gás, isso porque a temperatura em que o vapor d’água é aquecido é
acima 347°C à pressão de 1atm.
Essa temperatura é chamada de temperatura crítica e, a partir dela, não existe mais nenhum
resquício de gotículas d’água. Como só existe gás, o movimento das moléculas é bruscamente
caótico, assim sendo, o gás se expande mais rápido, visto que a sua energia cinética aumenta
bastante.
Vamos considerar que em uma usina a água adentra a caldeira com uma temperatura de 43°C,
e a caldeira se encontra a uma temperatura de 543°C. Vamos supor também que a caldeira
tem capacidade para 10.000L de água, e como a água tem densidade de 1g/cm³, cabem nessa
caldeira 10.000kg de água ou 10.000.000g de água.
Vamos supor que o processo de aquecimento da água até que a temperatura dela se equilibre
com a caldeira dure 2 segundos, ou seja, a cada 2 segundos a caldeira transforma 10 milhões
de grama de água, não em vapor d’água, mas em gás.
Essencialmente, a água deve ser aquecida até 100°C e se evaporar, então, primeiro temos que
considerar o calor latente:
Q1 = MC ∆ T ( 22 )
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Agora que a água chegou a 100°C, ela irá mudar de fase, do líquido para o vapor e, então, a
sua temperatura não mudará até que toda a transformação de fase esteja completa. Assim,
determinando a energia necessária para transformação de fase:
Q2 = ML ( 23 )
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Como a água se tornou vapor, ela irá aquecer até a temperatura de 543°C, porém o seu calor
específico muda. Na verdade, nesse estado da matéria, o calor específico muda de acordo
com o aumento da temperatura, porém existe um valor médio à pressão constante desse calor
específico que é 0,48 cal/g°C.
Então, agora que temos que descobrir quanto de energia é necessário para levar o vapor
d’água de 100°C para o completo estado de gás a 543°C. Como há mudança de temperatura,
consideraremos mais uma vez o calor sensível, assim:
Q3 = MC ∆ T
Q3 = 2.126.400.000CAL
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Diante disso, a energia necessária para levar a massa de água da caldeira de 43°C para o
estado de vapor a 543°C é:
QTOTAL = Q1 + Q2 + Q3 ( 24 )
QTOTAL = 570.000.000 + 5.400.000.000 + 2.126.400.000
QTOTAL = 8.096.400.000CAL
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Após a água se tornar gás, ele se expande consideravelmente sendo conduzido por dutos que
o levam até a turbina, e, ao passar pela turbina, o gás realiza trabalho sobre ela e esse
trabalho a faz girar.
Vamos agora considerar que o rendimento deste ciclo, nesta usina, é de 70%, e que a bomba
d’água está ligada à parte na rede elétrica, exercendo um trabalho sobre a água de 17.000J.
Utilizando a equação (21) podemos determinar o trabalho que o gás realiza sobre a turbina:
WTURBINA - WBOMBA
Ε=
QCALDEIRA
WTURBINA - 17.000J
0,7 =
8.096.400.000CAL
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ATENÇÃO
Você notou que o trabalho da bomba está em Joules enquanto a energia da caldeira está em
calorias? Precisamos corrigir isso e converter ou o trabalho da bomba para calorias, ou a
energia da caldeira para Joules.
Vamos então converter a energia da caldeira para Joules a fim de que possamos trabalhar no
sistema internacional de medidas (o contrário também poderia ser feito, e deixo para vocês
provarem que convertendo o trabalho da turbina para Joules, conseguiríamos o mesmo
resultado):
1CAL - - - - - - - - - - - 4,18J
8.096.400.000CAL - - - - - - - - - - X
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WTURBINA = 23.690.083.400J
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1CAL - - - - - - - - - - - - 4,18J
X - - - - - - - 23.690.083.400J
23.690.083.400
X= = 5.667484.066,99CAL
4,18
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TUDO BEM, MAS O QUE ACONTECE COM O
RESTANTE DA ENERGIA QUE FOI DADA PELA
CALDEIRA, DESAPARECE?
Assim, a quantidade de energia que o condensador retira do gás e transfere para o meio
ambiente (energia que se perde) é:
QPERDIDO = 2.428.920.000CAL
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Vamos verificar agora o quanto de energia elétrica é produzida por essa massa de água
aquecida, considerando que 50% do trabalho empregado pela turbina ao dínamo seja
convertido em energia elétrica:
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ou
EELÉTRICA = 2.833.742.033,49CAL
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Diante disso, podemos determinar a eficiência total da usina, considerando a razão entre a
quantidade de energia elétrica gerada e a quantidade de energia fornecida pela caldeira:
EELÉTRICA
ΕELÉTRICA = ( 25 )
QCALDEIRA
11.845.041.700J
ΕELÉTRICA = = 0,35 OU 35%
33.842.952.000J
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SAIBA MAIS
O vapor de água é invisível, o que enxergamos quando observamos uma névoa acima da água
em ebulição é, na verdade, um conjunto de minúsculas gotas de água líquida suspensas pelo
vapor. Podemos fabricar vapor d’água, fornecendo energia térmica (calor) a certa quantidade
de água. O calor aumenta o grau de agitação de suas moléculas e, por sua vez, a pressão
interna, enfraquecendo, assim, as ligações químicas de suas moléculas.
Em certo instante, a pressão interna da água líquida supera a pressão atmosférica, e a água
começa a vaporizar (entrar em ebulição), criando uma nuvem que carrega consigo uma parcela
do calor da água que ainda se encontra em estado líquido. Ao se tornar gás, o volume ocupado
se torna maior do que em estado líquido, pois corpos se dilatam quando aquecidos, mas os
gases são livres, então, sua dilatação é exponencialmente maior.
Tanto o volume do gás como a pressão podem variar, logo, o gás possui propriedade
amorfa (Que não possui forma determinada.) , sendo compressível (Que pode ser
comprimido.) .
A água, quando se torna vapor, não possui direção preferencial de locomoção, na verdade, o
vapor passa a subir devido ao fato de sua densidade ser menor do que a densidade do ar.
Todavia o gás se expande tridimensionalmente, ou seja, em todas as direções. Por isso, em
usinas termoelétricas é necessário conduzir este vapor para a turbina com auxílio de dutos a
fim de que a expansão seja direcionada.
TEORIA NA PRÁTICA
As turbinas a gás possuem duas classificações, as industriais e as aeroderivativas.
As turbinas industriais são utilizadas para poder gerar energia elétrica em usinas
termoelétricas. Essas usinas funcionam queimando carvão mineral para aquecer a água com
auxílio de uma caldeira, transformando-a em vapor, por sua vez, o vapor recebe uma taxa de
compressão, gerando uma explosão controlada que gira então um dínamo (turbina), que gera
energia elétrica por um potencial induzido, devido à variação do fluxo magnético em função do
tempo. Esse tipo de usina é bem efetivo em razão do seu alto rendimento, porém altamente
poluidora.
Vamos considerar que em uma usina termoelétrica, a caldeira ofereça uma energia de
200.000kcal devido à queima de carvão, e que 70% dessa energia sirva para girar a turbina
que gera a energia elétrica, se a bomba d’água realiza um trabalho de 12% da energia
fornecida pela caldeira, quanto de energia se perde para a fonte fria?
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
MÃO NA MASSA
A) 0,47%
B) 49%
C) 60%
D) 61%
A) 7.000J
B) 8.000J
C) 9.000J
D) 10.000J
A) -22,0%Qcaldeira
B) -24,0%Qcaldeira
C) -28,0%Qcaldeira
D) -32,0%Qcaldeira
A) 22,0%Qcaldeira
B) 24,0%Qcaldeira
C) 58,0%Qcaldeira
D) 62,0%Qcaldeira
A) 78.220J
B) 78.840J
C) 78.630J
D) 78.720J
A) 0,72
B) 0,75
C) 0,85
D) 0,88
GABARITO
1. Uma turbina a gás tem a caldeira cedendo 60.000J de energia para a água, que é
bombeada por um trabalho de 450J. Considerando que a turbina realiza um trabalho de
30.000J, o seu rendimento é de:
Ε=30.000-45060.000=0,49 OU 49%
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
2. Uma turbina a gás tem a caldeira cedendo 80.000J, com um trabalho realizado pela
turbina de 35.000J, com um rendimento total de 35%. O trabalho realizado pela bomba
d’água é igual a:
ε=Wturbina-WbombaQcaldeira
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Substituindo:
0,35=35.000-Wbomba80.000∴Wbomba=7.000J
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ε=WTURBINA-WBOMBAQCALDEIRA
0,60=0,38QCALDEIRA-WBOMBAQCALDEIRA
WBOMBA=0,38QCALDEIRA-0,60QCALDEIRA
WBOMBA=-0,22QCALDEIRA=-22,0%QCALDEIRA
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Ε=WTURBINA-WBOMBAQCALDEIRA
0,80=WTURBINA-(-0,22QCALDEIRA)QCALDEIRA
WTURBINA=0,80QCALDEIRA-0,22QCALDEIRA
WBOMBA=0,58QCALDEIRA=58,0%QCALDEIRA
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O resultado positivo indica que o líquido está realizando trabalho sobre a turbina.
5. O rendimento de uma turbina a gás é de 82%, e a energia cedida pela caldeira é de
69.000J. O trabalho líquido dessa turbina a gás é de:
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
6. Em uma turbina a gás, o módulo do trabalho de uma bomba sobre a água é igual a
10% da energia fornecida pela caldeira. Se o trabalho da turbina corresponde a 65%, o
rendimento dessa máquina térmica é igual a:
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) -20,8%Qcaldeira
C) -22,3%Qcaldeira
D) +20,8%Qcaldeira
GABARITO
1. Vamos supor que em um ciclo de Rankine, a eficiência seja de 62,8% e que o trabalho
da turbina seja de 42,0% da energia retirada da caldeira. Podemos afirmar que o trabalho
realizado pela bomba de pressurização é de:
Ε=WTURBINA-WBOMBAQCALDEIRA
0,628=0,420QCALDEIRA-WBOMBAQCALDEIRA
WBOMBA=0,420QCALDEIRA-0,628QCALDEIRA
WBOMBA=-0,208QCALDEIRA=-20,8%QCALDEIRA
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
2. Vamos assumir que o ciclo de Rankine possui seu funcionamento exatamente idêntico
ao funcionamento de um ciclo de Carnot. Assim podemos afirmar que seu diagrama
pressão versus volume (diagrama PV) apresenta:
De acordo com a figura 2, que apresenta o diagrama PV do ciclo de Carnot, essa máquina
realiza trabalho sem trocar energia com o meio ambiente externo, o que caracteriza uma
transformação adiabática, e durante a realização de trabalho, essa curva não altera a sua
temperatura.
MÓDULO 4
USINAS HIDRELÉTRICAS
ATENÇÃO
Podemos observar que para o funcionamento da hidrelétrica, é necessário que a água seja
represada. Construir uma represa não só é caro, como também altera o curso natural da água.
No entanto, a água é um recurso natural renovável, sem falar que esse tipo de energia não
produz gases poluentes que contribuem para o efeito estufa e degradação da camada de
ozônio. Essa fonte de energia é a principal no Brasil.
Observando a figura 13, vemos que existe uma comporta que permite a entrada da água na
usina. Essa comporta permite que certa massa de água entre nos dutos que a conduzem à
turbina, assim, além de determinar a massa de água que adentra a usina, o que garante uma
energia potencial gravitacional desejada, o duto também aumenta a velocidade da água, pelo
princípio de Bernoulli, o que aumenta a energia mecânica desta massa de água. Ao girar a
turbina, essa massa realiza trabalho e perde velocidade, e com a energia restante ela
abandona a usina hidrelétrica, sendo transmitida por fios suspensos em torres de energia até
indústrias, residências etc.
PRINCÍPIO DE BERNOULLI
Uma termoelétrica funciona com o princípio do ciclo de Rankine (módulo 3). As usinas
termoelétricas utilizam como fluido de trabalho a água, por isso elas sempre são construídas
perto de fontes naturais de água.
ATENÇÃO
Apesar de usar água como fluido de trabalho, esse tipo de usina não é considerado de fonte
renovável, uma vez que se torna necessário queimar algum tipo de combustível, em geral de
origem fóssil, como o carvão mineral, petróleo ou gás natural.
2. O vapor se dirige para as turbinas, realiza trabalho e então gira o eixo dessa turbina.
USINAS NUCLEARES
Uma usina nuclear, ou termonuclear, tem seu funcionamento similar ao de uma termoelétrica. A
diferença é que a energia fornecida não é mais por queima de um combustível fóssil, mas, sim,
pelo calor liberado das reações de fissão dos átomos de urânio. Esse tipo de usina,
atualmente, é responsável por ≈ 17% de toda a energia mundial produzida.
ATENÇÃO
Os riscos oferecidos à natureza são enormes, pois podem ocorrer vazamentos radioativos,
sem falar que o tratamento do rejeito nuclear é caro.
A vantagem da utilização de uma usina nuclear é que a fissão dos núcleos de urânio não emite
gases poluentes na atmosfera, deixando o ar mais limpo. Outra vantagem é que a fissão de um
único átomo de urânio fornece uma quantidade de calor maior do que uma tonelada de carvão
pode fornecer, o que acelera a produção de energia elétrica devido ao gás ser levado a uma
temperatura crítica muito maior do que a temperatura crítica alcançada por uma termoelétrica.
A USINA NUCLEAR TAMBÉM UTILIZA COMO
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO O CICLO DE
RANKINE E, ASSIM COMO A USINA
TERMOELÉTRICA, TRABALHA COM REAÇÕES
EXOTÉRMICAS PARA AQUECER A ÁGUA E
GERAR VAPOR.
TEORIA NA PRÁTICA
As usinas nucleares, por fazerem o vapor d’água atingirem temperaturas muito maiores do que
a usina termoelétrica, necessitam de mais bombas d’água para poder bombear a água de volta
à caldeira, pois precisam de mais etapas de resfriamento da água.
Vamos considerar que em uma usina nuclear existam 3 bombas d’água, como mostra a figura
15, e que a energia convertida em energia elétrica seja de 3500MJ, e que essa energia
corresponde exatamente ao trabalho que a turbina realiza. Digamos ainda que as três bombas
d’água são idênticas e realizam o mesmo trabalho, e que o trabalho da turbina corresponde a
65% do calor fornecido pela caldeira. Considerando a eficiência desse tipo de usina como 76%,
vamos calcular o trabalho que cada bomba realiza na água para que ela retorne a caldeira.
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
MÃO NA MASSA
A) Termoelétrica
B) Hidrelétrica
C) Geotérmica
D) Todas as Anteriores
A) Mecânica
B) Térmica
C) Calorífica
D) Nuclear
3. UMA USINA TERMOELÉTRICA UTILIZA UMA TURBINA A GÁS PARA
PODER GIRAR UM DÍNAMO E ENTÃO GERAR ENERGIA ELÉTRICA.
DIANTE DO CONTEXTO, ANALISE AS ASSERÇÕES REALIZADAS ABAIXO
SOBRE AS USINAS TERMOELÉTRICAS.
PORQUE
A) Exotérmica
B) Endotérmica
C) Conservativa
D) Derivativa
5. UMA USINA TERMONUCLEAR UTILIZA COMO FUNCIONAMENTO O
PRINCÍPIO DE:
A) Otto
B) Rankine
C) Diesel
D) Carnot
A) A energia mecânica inicial da massa d’água é igual à energia mecânica final da massa
d’água
B) A energia mecânica inicial da massa d’água é menor do que a energia mecânica final da
massa d’água
C) A energia mecânica inicial da massa d’água é maior do que a energia mecânica final da
massa d’água
D) A energia mecânica inicial da massa d’água pode ser maior ou menor do que a energia
mecânica final da massa d’água
GABARITO
O funcionamento de uma usina nuclear é similar ao de uma usina termoelétrica, por isso ela se
chama usina termonuclear, porque utiliza a energia da fissão nuclear para poder esquentar a
caldeira e girar um dínamo.
3. Uma usina termoelétrica utiliza uma turbina a gás para poder girar um dínamo e então
gerar energia elétrica. Diante do contexto, analise as asserções realizadas abaixo sobre
as usinas termoelétricas.
PORQUE
II- A queima quebra as ligações químicas do carvão mineral, e a quebra dessas ligações
geram energia na forma de calor.
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
A reação de fissão nuclear é uma reação exotérmica que libera uma quantidade muito grande
de calor.
5. Uma usina termonuclear utiliza como funcionamento o princípio de:
Uma usina termonuclear utiliza o vapor d’água para poder girar um dínamo da mesma forma
como descrito pelo princípio de Rankine.
No vídeo a seguir o professor vai desenvolver o cálculo que resultará na resposta desta
questão. Assista:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
PORQUE
GABARITO
PORQUE
II- Sua comporta delimita a massa de água que entra na usina em queda livre.
A energia mecânica não é puramente potencial gravitacional. Na verdade, sua maior parcela é
de energia cinética. Converte-se a energia potencial gravitacional em cinética, que realiza
trabalho na turbina. Logo, conclui-se também que a massa de água que gira a turbina não está
em queda livre.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos neste tema o funcionamento dos mais diversos tipos de máquinas térmicas, começando
pelo ciclo ideal de Carnot, passando pelos motores a combustão e chegando às turbinas
alimentadas a gás. Aprendemos que a energia elétrica utilizada atualmente pela sociedade é
produzida em usinas, e que essas usinas transformam energia mecânica ou química em
energia elétrica através dos ciclos de termodinâmicos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRUNETTI, Franco. Motores de Combustão Interna. São Paulo: Blucher, 2012.
CUTNELL, John D.; JOHNSON, Kenneth W. FÍSICA. 9 ed. RJ: LTC, 2016. v 1.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física. 10 ed. Rio de
Janeiro, RJ: LTC, 2016. v 1.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física. 10 ed. Rio de
Janeiro, RJ: LTC, 2016. v 3.
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros. 6 ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2014. v. 1.
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiros. 6 ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2014. v 2.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, leia:
Aplicação prática de uma bomba de calor. Bombas de calor em propriedades leiteiras.
In: Enc. Energ. Meio Rural, 2006;
Aplicação prática dos motores Diesel. Desempenho de motor diesel quatro tempos
alimentado com biodiesel de óleo de soja (B 100). In: Ciência e Agrotecnologia. v. 33,
n. 4, 2009;
CONTEUDISTA
Gabriel Burlandy Mota de Melo
CURRÍCULO LATTES