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Simples Nacional - Cálculo da relação entre a folha de salários


e a receita bruta
Procedimento Atualizado: Em face da publicação da Lei nº 14.451/2022 (DOU de 22.09.2022), este
procedimento foi atualizado. Tópico atualizado: 2.4.1 Definição de remunerações.
Resumo: Este procedimento trata do cálculo da relação entre a folha de salários e a receita bruta.
Sumário
1. QUADRO SINÓTICO

2. PROCEDIMENTOS PARA O CÁLCULO DO DAS

2.1 Definição de fator "r"

2.2 Objetivo

2.3 Atividades sujeitas

2.4 Composição da folha de salários

2.4.1 Definição de remunerações

2.4.2 Conceito de encargos

3. RECEITAS AUFERIDAS X REMUNERAÇÕES PAGAS

4. CÁLCULO DO FATOR "R"

4.1 Atividades sujeitas a outros anexos

4.2 Início de atividade

4.2.1 Período de apuração inferior a 13 meses

5. CÁLCULO DA ALÍQUOTA EFETIVA

6. EXEMPLOS

6.1 Anexo III

6.2 Anexo V

7. LISTA DAS PARCELAS QUE INTEGRAM A REMUNERAÇÃO PARA FINS DE FATOR "R"
(INDEPENDENTE DA INCIDÊNCIA DOS ENCARGOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E FGTS OU DE
APENAS UM DELES)

7.1 Manual da GFIP


.
1. QUADRO SINÓTICO
Desde 1º.01.2018, as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples
Nacional que aufiram receitas das atividades a seguir relacionadas deverão, para fins da apuração dos
tributos e contribuições devidos nesse regime, calcular a razão entre a folha de salários e a receita
bruta da pessoa jurídica. Se resultar em valor inferior a 0,28, deverá aplicar o Anexo V. No entanto, caso
resulte em valor igual ou superior a 0,28, deverão aplicar o Anexo III.
Veja, no quadro a seguir, as atividades de prestação de serviços que estão sujeitas ao reenquadramento
dos anexos:
Atividades Anexo III Anexo V Base legal
Se a razão Se a razão Art. 18 , §§ 5º-B, XVI, e 5º-
entre a folha entre a folha M, I da Lei Complementar nº
de salários e a de salários e 123/2006 e art. 11 , III da
· fisioterapia receita bruta a receita Lei Complementar nº
for igual ou bruta for 155/2016 ; Resolução CGSN
superior a inferior a nº 140/2018 , art. 25 , V
0,28 0,28
· administração e locação de imóveis de
terceiros;
· academias de dança, de capoeira, de ioga
e de artes marciais;
· academias de atividades físicas,
desportivas, de natação e escolas de
esportes;
· elaboração de programas de
computadores, inclusive jogos eletrônicos,
desde que desenvolvidos em estabelecimento
do optante; Se a razão Se a razão Art. 18 , §§ 5º-D e 5º-M, II
· licenciamento ou cessão de direito de uso entre a folha entre a folha da Lei Complementar nº
de programas de computação; de salários e a de salários e 123/2006 e art. 11 , III da
· planejamento, confecção, manutenção e receita bruta a receita Lei Complementar nº
atualização de páginas eletrônicas, desde que for igual ou bruta for 155/2016 ; Resolução CGSN
realizados em estabelecimento do optante; superior a inferior a nº 140/2018 , art. 25 , V
· empresas montadoras de estandes para 0,28 0,28
feiras;
· laboratórios de análises clínicas ou de
patologia clínica;
· laboratórios de análises clínicas ou de
patologia clínica;
· serviços de tomografia, diagnósticos
médicos por imagem, registros gráficos e
métodos óticos, bem como ressonância
magnética;
· serviços de prótese em geral.
· arquitetura e urbanismo; Se a razão Se a razão Art. 18 , §§ 5º-B, XVIII, XIX,
· medicina, inclusive laboratorial, e entre a folha entre a folha XX e XXI, e 5º-M, I da Lei
enfermagem; de salários e a de salários e Complementar nº 123/2006
· odontologia e prótese dentária; receita bruta a receita e art. 11 , III da Lei
· psicologia, psicanálise, terapia for igual ou bruta for Complementar nº 155/2016
ocupacional, acupuntura, podologia, superior a inferior a ; Resolução CGSN nº
fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de 0,28 0,28 140/2018 , art. 25 , V
vacinação e bancos de leite.
· medicina veterinária;
· serviços de comissaria, de despachantes,
de tradução e de interpretação;
· engenharia, medição, cartografia,
topografia, geologia, geodésia, testes, suporte
e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa,
design, desenho e agronomia;
· representação comercial e demais
atividades de intermediação de negócios e Se a razão Se a razão
serviços de terceiros; entre a folha entre a folha Art. 18 , §§ 5º-I e 5º-J da Lei
· perícia, leilão e avaliação; de salários e a de salários e Complementar nº 123/2006
· auditoria, economia, consultoria, gestão, receita bruta a receita e art. 11 , III da Lei
organização, controle e administração; for igual ou bruta for Complementar nº 155/2016
· jornalismo e publicidade; superior a inferior a ; Resolução CGSN nº
· agenciamento, exceto de mão de obra; 0,28 0,28 140/2018 , art. 25 , V
· outras atividades do setor de serviços
que tenham por finalidade a prestação de
serviços decorrentes do exercício de atividade
intelectual, de natureza técnica, científica,
desportiva, artística ou cultural, que constitua
profissão regulamentada ou não, desde que
não sujeitas à tributação na forma dos
ANEXOS III ou IV da Lei Complementar nº
123/2006 .

Importante
Veja também matéria sobre este assunto na aba Previdenciária - Custeio - Microempresas (ME) e
Empresas de Pequeno Porte (EPP) - Simples Nacional .
 Nota
Considera-se administração e locação de imóveis de terceiros, a gestão e administração de imóveis de
terceiros para qualquer finalidade, incluída a cobrança de aluguéis de imóveis de terceiros.
.
2. PROCEDIMENTOS PARA O CÁLCULO DO DAS
Conforme mencionado anteriormente, desde janeiro de 2018, com a entrada em vigor da Lei
Complementar nº 155/2016 , tivemos diversas alterações para fins de cálculo do Simples Nacional.
Dentre essas alterações, destacamos a determinação do fator "r" para determinadas prestações de
serviços, sujeitando a microempresa (ME) ou a empresa de pequeno porte (EPP) ao cálculo do Simples
Nacional com base no Anexo III ou V da referida norma, conforme o resultado obtido pela determinação
do fator "r".
.

2.1 Definição de fator "r"


O fator "r" deve ser calculado com base na relação entre a folha de salários e a receita bruta, assim
consideradas:
a) folha de salários, incluídos encargos, o montante pago, nos 12 meses anteriores ao período de
apuração.
 Nota
Considera-se folha de salários, incluídos encargos, o montante pago nos 12 (doze) meses
anteriores ao do período de apuração a título de remuneração a pessoas físicas decorrentes do
trabalho e de pró-labore, acrescido do montante efetivamente recolhido a título de contribuição
patronal previdenciária e para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
b) receita bruta, os montantes auferidos nos 12 meses anteriores ao período de apuração.
(Lei Complementar nº 123/2006 , art. 18 , §§ 5º-K e 24; Lei Complementar nº 155/2016 , art. 11 , III;
Resolução CGSN nº 140/2018 , art. 26 ; Resolução CGSN nº 145/2019 )
.

2.2 Objetivo
A determinação do fator "r" tem por objetivo definir em qual Anexo a ME ou a EPP estará sujeita para
fins de cálculo no Simples Nacional.
Assim, será aplicado:
a) o Anexo III, quando o fator "r" for igual ou superior a 0,28; ou
b) o Anexo V, quando o fator "r" for inferior a 0,28.
Vale ressaltar que, durante os meses do ano-calendário de apuração, a ME ou EPP poderá ser tributada
com base no Anexo III ou Anexo V, dependendo do fator "r" determinado. Assim, os anexos poderão ou
não se alternar mês a mês, a depender do resultado do fator "r".
.

2.3 Atividades sujeitas


Estão sujeitas à determinação do fator "r", tão somente as prestações de serviços relacionados no
tópico 1.
(Resolução CGSN nº 140/2018 , art. 25 , § 1º, V)
.

2.4 Composição da folha de salários


Considera-se folha de salários, o montante pago, incluídos encargos, nos 12 meses anteriores ao do
período que está sendo apurado, observando que deverão ser consideradas tão-somente as
remunerações informadas na GFIP (art. 26 , § 2º, incisos I e II da Resolução CGSN nº 140/2018 ).
 Nota
O montante pago corresponde às remunerações pagas (regime de caixa) informadas na GFIP.
Importante
A lista dos proventos que integram as remunerações do fator "r" constam do item 7 a seguir,
independentemente da incidência dos encargos de Previdência Social e FGTS ou de apenas um deles.
.
2.4.1 Definição de remunerações
O valor da folha de salários inclui as remunerações dos 12 meses anteriores ao período de apuração de
cálculo (regime de caixa), efetivamente pagas e informadas em GFIP, a saber:
a) para o empregado e trabalhador avulso (veja a Nota a seguir) - a remuneração auferida em uma
ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma,
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de
convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;
b) remunerações pagas a segurados contribuintes individuais (pró-labore e pagamentos a
autônomos) - a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade
por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo do salário de contribuição;
c) os valores informados na GFIP - fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da
contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do
FGTS (Lei nº 8.212/1991 , art. 32 , IV).
Vale lembrar que não integram o valor da FS12, porque não são remunerações decorrentes de trabalho
nem pró-labore, entre outros:
a) valores pagos a título de aluguéis e de distribuição de lucros;
b) valores pagos a estagiários; e
c) valores pagos ao MEI.
Importante
Na legislação previdenciária, tanto a folha de salários como a GFIP, observam o critério competência,
veja que o conceito de remuneração determina que, assim são considerados os rendimentos pagos,
devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês. Portanto, na legislação previdenciária não se
observa o critério caixa.
 Nota
A relação das parcelas que integram a remuneração não é exaustiva, assim, considera-se:
a) salário: para efeitos trabalhistas, compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os
efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do
serviço: as gorjetas, as gratificações legais e de função, as comissões, a ajuda de custo que exceder a
50% da remuneração mensal, o auxílio-alimentação pago em dinheiro. Também integram o salário, a
habitação, o vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa forneça habitualmente ao
empregado por força do contrato ou do costume;
No âmbito previdenciário, o conceito de remuneração é mais amplo, englobando a totalidade dos
rendimentos pagos, devidos ou creditados, a qualquer título, efetuado para retribuir o trabalho ou o
tempo à disposição do empregador;
b) pró-labore: remuneração pela contraprestação de serviços dos sócios e/ou administradores, desde
que haja concordância manifestada expressamente em cláusula no contrato social entre os
beneficiários desse direito.
c) trabalhador avulso: aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a
diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do sindicato da
categoria ou, quando se tratar de atividade portuária, do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO).
(Lei nº 8.212/1991 , art. 12 , VI; Regulamento da Previdência Social - RPS , aprovado pelo Decreto nº
3.048/1999 , art. 9º , VI;Decreto-Lei nº 5.452/1943 , art. 442-B - Consolidação das Leis do Trabalho (
CLT ), com as alterações da Lei nº 13.467/2017 , art. 1º ; Resolução CGSN nº 140/2018 , art. 26 ;
Perguntas e Respostas Simples Nacional - Questão nº 5.11)
.

2.4.2 Conceito de encargos


Como vimos anteriormente, o valor da folha de salários dos últimos 12 meses inclui os encargos, ou
seja, o montante efetivamente recolhido:
a) de Contribuição Patronal Previdenciária (inclusive a recolhida dentro do Simples Nacional); e
b) para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
(Resolução CGSN nº 140/2018 , art. 26 ; Resposta à Pergunta do Simples Nacional nº 7.11)
.
3. RECEITAS AUFERIDAS X REMUNERAÇÕES PAGAS
No cálculo do fator "r", a RBT12r (Receita bruta acumulada dos 12 meses anteriores ao período de
apuração relativo ao cálculo), inclui as receitas auferidas (regime de competência) no mercado interno
e externo nos 12 meses anteriores ao PA de cálculo.
Diferentemente, a FS12 (Folha de salários dos 12 meses anteriores ao período de apuração relativo ao
cálculo) inclui as remunerações pagas nos 12 meses anteriores ao PA de cálculo (regime de caixa) ,
informadas em GFIP.
Portanto, conclui-se que para fins de apuração do fator "r" deve ser considerado o seguinte:
a) RBT12, com base regime de competência; e
b) FS12, com base no regime de caixa.
 Nota
Ressalta-se que para a ME ou EPP que optar pelo regime de caixa, a receita mensal recebida é utilizada
apenas para efeito de determinação da base de cálculo mensal na apuração dos valores devidos no
Simples Nacional. Assim, até para essas empresas, a receita mensal apurada pelo regime de
competência continua a ser utilizada para fins de determinação do fator "r".
(Lei Complementar nº 123/2006 , art. 18 , 5º-K; Lei Complementar nº 155/2016 , arts. 1º e 11 , III)
.
4. CÁLCULO DO FATOR "R"
O cálculo do fator "r" é determinado pela seguinte fórmula:
.
FÓRMULA
Fator "r" = FS12/RBT12r

Onde:
FS12: folha de salários dos 12 meses anteriores ao PA
RBT12r: receita bruta acumulada dos 12 meses anteriores ao PA (mercado interno + externo)
.

4.1 Atividades sujeitas a outros anexos


Mesmo que a empresa possua mais de uma atividade sujeita a outros anexos, a ME ou a EPP deve
considerar a folha de salários e a receita bruta como um todo. Portanto, ela deve segregar por atividade
para fins do cálculo do fator "r".
Se FS12 = 0 e RBT12r = 0, o fator "r" = 0,01
Se FS12 = 0 e RBT12r >0, o fator "r" = 0,01
Se FS12 > 0 e RBT12r = 0, o fator "r" = 0,28
.

4.2 Início de atividade


No mês de abertura da empresa não existe FS12 e RBT12r. Para o cálculo do fator "r" será considerado
a folha de salários do PA (FSPA) e a receita bruta do PA (RPA), conforme determina o art. 26 , § 6º da
Resolução CGSN nº 140/2018 .
.
FÓRMULA
Fator "r" = FSPA/ RPAr

Onde:
FSPA: folha de salários do PA
RPAr: receita bruta do PA (mercado interno + externo)
Se FSPA > 0 e RPAr = 0, o fator "r" = 0,28
Se FSPA = 0 e RPAr >0, o fator "r" = 0,01
 Nota
Considera-se data de início de atividade a data de abertura constante do CNPJ.
.

4.2.1 Período de apuração inferior a 13 meses


Para empresas em início de atividade, se o período de tempo decorrido entre a data de abertura e o
período de apuração for inferior a 13 meses, o fator "r" será determinado proporcionalmente conforme
abaixo:
.
FÓRMULA
Fator "r" = soma das FS desde o mês da data de abertura até o mês anterior ao do PA / soma das RPAr
desde o mês da data de abertura até o mês anterior ao do PA

O Fator "r" é utilizado para determinar o enquadramento nos Anexos III ou V, conforme regra
estabelecida no art. 18, §§ 5º-J e 5º-M da Lei Complementar nº 123/2006 .
Se o Fator "r" for maior ou igual a 0,28, o enquadramento será no Anexo III;
Se o Fator "r" for menor que 0,28 o enquadramento será no Anexo V.
(Resolução CGSN nº 140/2018 , arts. 2º , V e 25, §1º, inciso V, e art. 26 , § 6º e 7º; Resolução CGSN nº
145/2019 ; Perguntas e Respostas - Portal do Simples Nacional; e Manual do PGDAS-D e DEFIS 2018)
.
5. CÁLCULO DA ALÍQUOTA EFETIVA
O valor devido mensalmente pela ME ou EPP optante pelo Simples Nacional será determinado mediante
aplicação das alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas dos
ANEXO I a V da Lei Complementar nº 123/2006 , com a redação dada pela Lei Complementar nº
155/2016 , sobre a base de cálculo.
A alíquota efetiva é o resultado de:
RBT12r X ALIQ - PD/RBT12r

Em que:
- RBT12r: receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao período de apuração;
- Aliq: alíquota nominal constante dos ANEXO I a ANEXO V da Lei Complementar nº 123/2006 ;
- PD: parcela a deduzir constante dos ANEXOS I a V da Lei Complementar nº 123/2006 .
Para efeito de determinação da alíquota nominal, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada
nos 12 meses anteriores ao do período de apuração.
(Lei Complementar nº 123/2006 , art. 18 , §§ 1º e 1º-A; Lei Complementar nº 155/2016 , arts. 1º e 11 , III;
Resolução CGSN nº 140/2018 , art. 21 )
.
6. EXEMPLOS
.

6.1 Anexo III


Tomemos, por hipótese, uma empresa de fisioterapia, optante pelo Simples Nacional, que apresente os
seguintes dados:
a) esteja apurando o mês de janeiro/20X1, cuja receita no mês tenha sido de R$ 60.000,00;
b) tenha auferido receita bruta nos 12 meses anteriores ao período de apuração no valor de R$
500.000,00;
c) tenha como montante pago nos 12 meses anteriores ao período de apuração (janeiro a
dezembro/20X0), a título de folha de salários no valor de R$ 150.000,00.
Aplicando a fórmula:
Fator "r" = Folha de salários/Receita bruta

Fator "r" = R$ 150.000,00/R$ 500.000,00

Fator "r" = 30%

Nessa hipótese, como a razão resultou em 30%, portanto maior que 0,28, será aplicado o Anexo III, e
não o Anexo V:
.
ANEXO III - ALÍQUOTAS E PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL - LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS E
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (VIGÊNCIA A PARTIR DE 1º.01.2018)
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 6,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00

a) cálculo da alíquota efetiva:


RBT12r X ALIQ - PD/RBT12r

R$ 500.000,00 x 13,5% - R$ 17.640,00/R$ 500.000,00

Alíquota efetiva = 9,972%

b) cálculo do valor devido no Simples Nacional, a ser recolhido no Documento de Arrecadação


Simplificada (DAS):
RBA x Alíquota efetiva

R$ 60.000,00 x 9,972%

DAS = R$ 5.983,20
.

6.2 Anexo V
Tomemos, por hipótese, uma empresa de consultoria, optante pelo Simples Nacional, que apresente os
seguintes dados:
a) esteja apurando o mês de janeiro/20X1, cuja receita no mês tenha sido de R$ 100.000,00;
b) tenha auferido receita bruta nos 12 meses anteriores ao período de apuração no valor de R$
1.500.000,00;
c) tenha como montante pago nos 12 meses anteriores ao período de apuração (janeiro a
dezembro/20X0), a título de folha de salários no valor de R$ 250.000,00.
Aplicando a fórmula:
r = Folha de salários/Receita bruta

r = R$ 250.000,00/R$ 1.500.000,00

r = 16,66%
Nessa hipótese, como a razão resultou em 16,66%, portanto menor que 28%, será aplicado o Anexo V, e
não o Anexo III:
.
ANEXO V - ALÍQUOTAS E PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL - RECEITAS DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS RELACIONADOS NO § 5º-I DO ART. 18 DA LEI COMPLEMENTAR Nº 123/2006 (VIGÊNCIA A
PARTIR DE 1º.01.2018)
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 15,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,00% 4.500,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% 540.000,00

a) cálculo da alíquota efetiva:


RBT12r X ALIQ - PD/RBT12r

R$ 1.500.000,00 x 20,5% - R$ 17.100,00/R$ 1.500.000,00

Alíquota efetiva = 19,36%

b) cálculo do valor devido no Simples Nacional, a ser recolhido no DAS:


RBA x Alíquota efetiva

R$ 100.000,00 x 19,36%

DAS = R$ 19.360,00

.
7. LISTA DAS PARCELAS QUE INTEGRAM A REMUNERAÇÃO PARA FINS DE FATOR "R" (INDEPENDENTE
DA INCIDÊNCIA DOS ENCARGOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E FGTS OU DE APENAS UM DELES)
Diante do universo de parcelas que integram a remuneração, não há como estabelecer uma relação
exaustiva.
Entretanto, reproduzimos nos subtópicos a seguir, as relações de parcelas que integram e não integram
a remuneração para fins de Previdência Social e FGTS (bases de incidência e não incidência)
constantes do Manual da GFIP, já com os alertas (no quadro em destaque) decorrentes da reforma
trabalhista instituída pela Lei nº 13.467/2017 , alterada pela Medida Provisória nº 808/2017 .
Lembramos que as alterações decorrentes da reforma trabalhista vigoram desde 11.11.2017.
Importante
É importante observar que as parcelas informadas na GFIP constantes dos itens da lista abaixo devem
integrar o valor da remuneração para fins de cálculo do fator "r".
Lembramos, ainda, que devem ser informados na GFIP os fatos geradores, base de cálculo e valores
devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho
Curador do FGTS.
.

7.1 Manual da GFIP


O Item 15 do Manual da GFIP trata das Bases de incidência (subitem 15.1) e não incidência dos encargos
sociais (subitem 15.2), entre outros (subitens 15.3 e 15.4).
15.1 - Integram a remuneração para fins de cálculos dos valores devidos à Previdência Social e a serem
recolhidos para o FGTS, dentre outras, as seguintes parcelas:
I - Abonos ou gratificações de férias, excedentes aos limites legais (art. 144 da CLT );
II - Abonos de qualquer natureza, exceto aqueles cuja incidência seja expressamente excluída por
lei;
III - Adicionais de insalubridade, periculosidade, trabalho noturno, por tempo de serviço, por
transferência de local de trabalho ou função;
IV - Auxílio-doença (quinze primeiros dias de afastamento);
V - Aviso prévio trabalhado;
VI - Bonificações;
VII - Comissões;
VIII - Décimo terceiro salário;
IX - Diárias para viagem, pelo seu valor total, quando excederem a cinqüenta por cento da
remuneração mensal do empregado;
 Nota
Embora o item IX se refira a diárias para viagem pelo seu valor total quando exceder a 50% da
remuneração, lembramos que a Lei nº 13.467/2017 determinou que, a partir de 11.11.2017, as diárias
para viagem, independentemente do valor não integram a remuneração para efeitos trabalhistas e
previdenciários.
X - Etapas (marítimos);
XI - Férias normais gozadas na vigência do contrato de trabalho (inclusive um terço constitucional);
XII - Gorjetas (espontâneas ou compulsórias);
XIII - Gratificações ajustadas (expressas ou tácitas);
XIV - Horas extras;
XV - Prêmios contratuais ou habituais;
 Nota
Embora o item XV se refira a integração do prêmio à remuneração, lembramos que a Lei nº
13.467/2017 determinou que, a partir de 11.11.2017, os prêmios não integram a remuneração para
efeitos trabalhistas e previdenciários.
Para tanto, são considerados prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador, até duas vezes
ao ano, em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado, grupo de empregados ou
terceiros vinculados à sua atividade econômica em razão de desempenho superior ao
ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
XVI - Produtividade;
XVII - Quebra de caixa;
XVIII - Repouso semanal remunerado;
XIX - Representação;
XX - Retiradas de diretores não empregados equiparados aos trabalhadores sujeitos a regime do
FGTS (art. 16 da Lei nº 8.036/1990 );
XXI - Salário in natura;
XXII - Salário-família, que exceder ao valor legal obrigatório;
XXIII - Salário-maternidade;
XXIV - Salário;
XXV - Saldo de salário.
15.2 - Não integram a remuneração para fins de cálculos dos valores devidos à Previdência Social e ao
FGTS, exclusivamente:
I - Abono do Programa de Integração Social - PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público
- Pasep;
II - Abonos de férias - pecuniário correspondente a conversão de 1/3 das férias (art. 143 da CLT ) e
aquele concedido em virtude de contrato de trabalho, regulamento da empresa, convenção ou
acordo coletivo de trabalho cujo valor não exceda a 20 dias (art. 144 da CLT );
III - Ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929 , de
30.10.1973;
IV - Ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de
local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT ;
 Nota
Embora o item IV se refira a não integração da ajuda de custo em parcela única, recebida
exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, lembramos que a
Lei nº 13.467/2017 determinou que, a partir de 11.11.2017, a ajuda de custo limitada a 50% da
remuneração mensal não integra a remuneração para efeitos trabalhistas e previdenciários.
Portanto, não se exige mais que seja em parcela única.
V - Alimentação, habitação e transporte fornecidos pela empresa ao empregado contratado para
trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força
da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego;
VI - Assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870 ,
de 01/12/65;
VII - Benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, salvo o salário maternidade;
VIII - Bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494
, de 07/12/77;
IX - Bolsa de ensino, pesquisa e extensão pagas pelas instituições federais de ensino superior, de
pesquisa científica e tecnológica e pelas fundações de apoio, em conformidade com a Lei nº 8.958
, de 20/12/94;
X - Complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade
dos empregados da empresa;
XI - Diárias para viagens, desde que não excedam a 50% da remuneração mensal do empregado; ou
quando pagas a servidor público federal, ocupante exclusivamente de cargo em comissão;
 Nota
Embora o item XI se refira a diárias para viagens que não exceda a 50% da remuneração,
lembramos que a Lei nº 13.467/2017 determinou que, a partir de 11.11.2017, as diárias para viagem,
independentemente do valor não integram a remuneração para efeitos trabalhistas e
previdenciários.
XII - Direitos autorais - valores recebidos em decorrência da sua cessão;
XIII - Férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à
dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da CLT ;
XIV - Ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário por força de lei;
XV - Indenização a que se refere o art. 9º da Lei nº 7.238 , de 29/10/84 - dispensa sem justa causa
até trinta dias antes da data base;
XVI - Indenização compensatória de quarenta por cento do montante depositado no FGTS, como
proteção à relação de emprego contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, previstas no
inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias ;
XVII - Indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do contrato - art.
14 da Lei n° 5.889 , de 08/06/73;
XVIII - Indenização por despedida sem justa causa do empregado nos contratos por prazo
determinado - art. 479 da CLT ;
XIX - Indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não
optante pelo FGTS;
XX - Indenização recebida a título de incentivo à demissão;
XXI - Indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da CLT ;
XXII - Licença prêmio indenizada;
XXIII - Multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas constantes
do instrumento de rescisão do contrato de trabalho, conforme previsto no § 8º do art. 477 da CLT ;
XXIV - Parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo
Ministério do Trabalho, nos termos da Lei nº 6.321 , de 14.04.1976;
XXV - Participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com
lei específica;
XXVI - Plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei n° 9.394/de
20.12.1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades
desenvolvidas pela empresa, desde que este não seja utilizado em substituição de parcela salarial e
que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo;
XXVII - Previdência complementar, aberta ou fechada - valor da contribuição efetivamente paga
pela pessoa jurídica, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes,
observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT ;
XXVIII - Reembolso babá, limitado ao menor salário-de-contribuição mensal e condicionado à
comprovação do registro na carteira de trabalho e previdência social da empregada, do pagamento
da remuneração e do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em conformidade com a
legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança;
XXIX - Reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite
máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas;
XXX - Ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando devidamente
comprovadas;
XXXI - Serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o
reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-
hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e
dirigentes da empresa;
 Nota
A Lei nº 13.467/2017 que instituiu a reforma trabalhista, determinou que desde 11.11.2017, não
integram a remuneração para efeitos trabalhistas e previdenciários, as despesas com assistência
médica, odontológico e reembolsos de despesas, independentemente de abrangerem a totalidade
de empregados e dirigente.
XXXII - Vale transporte, recebido na forma da legislação própria;
XXXIII - Vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no
local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;
XXXIV - Valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro
de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível a
totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9° e 468 da CLT ;
XXXV - Valor despendido por entidade religiosa ou instituição de ensino vocacional com ministro de
confissão religiosa, membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa
em face do seu mister religioso ou para sua subsistência, desde que fornecido em condições que
independam da natureza e da quantidade do trabalho executado.
Importante
As parcelas acima relacionadas, quando pagas ou creditadas em desacordo com a legislação
pertinente, integram a remuneração para todos os fins e efeitos.
15.3 - Integram a remuneração exclusivamente para fins de cálculos dos valores a serem recolhidos ao
FGTS:
I - Aviso prévio indenizado (inclusive o previsto na Lei n° 10.218/2001 );
II - Décimo terceiro salário correspondente ao aviso prévio indenizado (inclusive o previsto na Lei n°
10.218/2001 );
III - Remuneração que seria devida ao empregado afastado para prestar serviço militar obrigatório;
IV - Remuneração que seria devida ao empregado afastado por motivo de acidente de trabalho.
Importante
O aviso prévio indenizado e o seu correspondente 13º salário somente podem ser informados na
guia para o recolhimento rescisório do FGTS. Eles não devem ser informados em GFIP/SEFIP.
15.4 - Integram a remuneração exclusivamente para fins de cálculos dos valores devidos à Previdência
Social:
I - Adicional pago pelo sindicato a dirigente sindical;
II - Valores pagos pela Justiça do Trabalho e Tribunais Eleitorais aos magistrados classistas;
III - Remuneração paga a Agente Público;
IV - Remuneração paga a contribuintes individuais sem FGTS;
V - Remuneração paga a Agente Político;
VI - Remuneração paga a Servidor Público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão;
Servidor Público ocupante de cargo temporário;
VII - Remuneração paga a Servidor Público titular de cargo efetivo, magistrado, membro do
Ministério Público e do Tribunal e Conselho de Contas.
Legislação Referenciada
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Regulamento da Previdência Social
Decreto-Lei nº 5.452/1943
Lei Complementar nº 123/2006
Lei Complementar nº 155/2016
Lei n° 10.218/2001
Lei nº 13.467/2017
Lei nº 4.870
Lei n° 5.889
Lei nº 5.929
Lei nº 6.321
Lei nº 6.494
Lei nº 7.238
Lei nº 8.036/1990
Lei nº 8.212/1991
Lei nº 8.958
Medida Provisória nº 808/2017
Resolução CGSN nº 140/2018
Resolução CGSN nº 145/2019

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