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(Organização)
O LUGAR
DA TEORIA
LITERÁRIA
2016
Paulo Franchetti
Do meu ponto de vista, uma resposta possível é que esse público era
constituído basicamente por professores e estudantes de literatura. De fato,
é nesse momento que vivemos, no Brasil, uma enorme expansão do ensino
universitário.
Como se sabe, a instituição universitária é muito tardia no Brasil.
Diferentemente de outros países americanos, que têm universidades desde os
anos de 1500, a primeira universidade brasileira, a Universidade de São Paulo
(USP), foi criada em 1936 – tendo como núcleo a Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas. Mas já em 1953 havia no Brasil 15 universidades.1
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Ver Azevedo (1963) e Havighurst; Moreira (1965).
analista não algo como “veja como eu sou e o que significo”, e sim algo
como “eis o enigma – você trouxe a chave?”
No que toca a Candido e Schwarz (e os que se guiam por um ou por
outro), o que há em comum é o fato de que a literatura é tomada como
algo de grande importância para a compreensão do processo de formação
nacional.
Daí que ambas as obras – principalmente a primeira – vão sofrer a
crítica desconstrucionista, que se encarregará de mostrar a teleologia da
428 construção histórica e da própria escolha dos temas, obras e autores.
Referências
AZEVEDO, Fernando de. A cultura brasileira. 4. ed. Brasília: Ed. da UnB, 1963.
BOSI, Alfredo (Org.). Leitura de poesia. São Paulo: Ática, 1996.
BOSI, Alfredo. Sobre alguns modos de ler poesia: memórias e reflexões. In: BOSI
(Org.). Leitura de poesia. São Paulo: Ática, 1996.
CANDIDO, Antonio. A passagem do dois ao três. Revista de História da
Universidade de São Paulo, n. 100, v. L, ano XXV, São Paulo, 1974.
CANDIDO, Antonio. Entrevista concedida ao Brasil de Fato. Disponível em:
<http://www.brasildefato.com.br/node/6819>. Acesso em: jul. 2011.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. 12.
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