Você está na página 1de 10

THOMAS EDISON

Decididamente, o professor não gostava dele. “O garoto é confuso da cabeça, não consegue
aprender”, queixava- se o reverendo Engle daquele menino de 8 anos, agitado e perguntador, os
cabelos eternamente despenteados, que se recusava a decorar as lições, como faziam todos os
alunos — e ainda por cima ouvia mal.
Naquele ano de 1855, o reverendo Engle era o único professor da única sala de aula da
cidadezinha de Milan, no estado americano de Ohio, perto da fronteira com o Canadá — e, assim,
o implacável diagnóstico fulminou, três meses depois de ter começado, a carreira escolar do
estudante Thomas Alva Edison. Foi irremediável: nunca mais ele voltaria a frequentar um lugar de
ensino.
Ele provavelmente não teria ido muito longe se não tivesse tido a mãe que teve. Ex-professora,
casada com um pequeno comerciante chamado Samuel Edison, Nancy sentia por Thomas
especial carinho, talvez por ter sido ele o caçula de seus sete filhos, três falecidos em criança,
todos bem mais velhos que o menino.
[...] E assim passou a educá-lo em casa, cercando-o de livros de História e Ciência, peças de
Shakespeare e romances de Charles Dickens. O filho não a decepcionaria.
Não só para pagar os materiais necessários a suas experiências mas principalmente para ajudar
no sustento da casa, Thomas arranjou emprego no trem diário que ligava Port Huron a Detroit, a
futura capital mundial do automóvel. Eram três horas e meia para ir, outras tantas para voltar e
seis horas entre uma viagem e outra — tempo mais que suficiente para vender a bordo frutas,
balas, bombons, biscoitos e chocolates (na ida), tudo isso mais a edição vespertina do Free
Press, o principal jornal de Detroit (na volta), e ainda para longas sessões de leitura, seja no
bagageiro do trem, seja na biblioteca pública da cidade.
Com o dinheiro que lhe rendia a venda de guloseimas e jornais, comprou em Detroit uma
impressora de terceira mão para publicar um mal escrito semanário de avisos e fofocas, The
Weekly Herald, O Arauto Semanal, inteiramente produzido por ele próprio no trem.
Aos 15 anos, solitário e tímido, não sabia se queria ser jornalista ou telegrafista. Ganhava
dinheiro com o jornalismo e a telegrafia, vendendo por preços exorbitantes os papéis impressos
em Detroit com as notícias mais quentes da guerra. [...]
Com 21 anos, telegrafista em Boston, morando num quarto de pensão transformado num misto
de biblioteca e laboratório, Tom, como já era chamado, descobriu um rumo para a vida — ser
inventor. “Tenho muito que fazer e o tempo é curto”, teria dito a um companheiro de pensão. “Vou
arregaçar as mangas.”
O que ele entendia por arregaçar as mangas logo tomaria forma na invenção pela qual recebeu a
primeira patente — uma máquina de votar para o Congresso dos Estados Unidos. Tratava-se,
portanto, de um ancestral do sistema eletrônico de votação hoje usado em muitos parlamentos,
inclusive no Brasil.
Edison conhecia eletricidade, mas não conhecia os políticos. Para sua imensa surpresa eles não
manifestaram o menor interesse pela engenhoca. Já em Nova York, onde desembarcou sem um
centavo no bolso, passou semanas a fio à custa de um ou outro conhecido. Sua dieta limitava-se
a café com pastel de maçã.
Logo Edison inventou um teletipo para registrar automaticamente numa fita de papel as cotações
das ações na Bolsa. [...] Morando em quarto alugado, sem se importar com sono, comida e
roupas, começava o dia às 6 da manhã e só se recolhia depois da meia–noite. De negócios,
entendia pouco e gostava menos.
Trabalhava pelo prazer de remover os problemas no caminho de seus inventos, sempre pelo
método do ensaio e erro. Era persistente como um obcecado, paciente como um sábio. Entrou
para a história a sua frase: “Gênio é um por cento inspiração e 99 por cento transpiração”. Em
1876, aos 29 anos, construiu por conta própria aquilo que os historiadores consideram seu maior
invento — o primeiro laboratório não universitário de pesquisas industriais de que se tem notícia.
O próprio Edison inaugurou seu fonógrafo, ou “a máquina de falar”, como ficaria conhecida no
começo, recitando os versos da mais famosa canção infantil em língua inglesa: Mary had a little
lamb (“Mary tinha um carneirinho”). O fonógrafo fez de Edison, então com 31 anos, uma
celebridade nacional — e desse pódio ele jamais desceria até morrer, meio século mais tarde.
Apesar disso, o invento permaneceu praticamente tal e qual durante quase uma década.
A lâmpada elétrica foi a invenção que lhe daria mais problemas e trabalho. Durante mais de um
ano, ele e seus assistentes faziam e testavam filamentos de todos os materiais possíveis e
imagináveis. [...] Edison passou a ser chamado de mágico e gênio para cima. Tornara-se
provavelmente o homem mais admirado do mundo.
Uma das últimas invenções de Edison a marcar profundamente a civilização moderna foi o
projetor de cinema, que ele chamava de cinetoscópio e estava para a imagem como o fonógrafo
para o som. [...]
Em 1903, no primeiro estúdio de cinema dos Estados Unidos, em West Orange, Nova Jersey, ele
produziu ”O grande assalto ao trem”, o primeiro filme a contar uma história de ficção. Consagrado
como “o mais útil cidadão americano”, Thomas Alva Edison viveu intensamente até o fim. Morreu
em 1931, aos 84 anos, certo de algumas verdades básicas. Como a de que “pensar é um hábito
que ou se aprende quando se é moço ou talvez nunca mais”. No dia de seu enterro, todas as
luzes dos Estados Unidos foram apagadas durante 1 minuto.
WALT DISNEY - SUA VIDA E SEU LEGADO
Walt Disney foi o criador de Mickey Mouse e de muitos outros personagens de nossa infância.
Fundador de uma moderna companhia de multimídia e parques temáticos, dentre estes a
Disneylândia e a DisneyWorld, Walt Disney contribuiu significantemente para o campo do
entretenimento, assim como para nossas fantasias de infância. Sua imaginação mudou o mundo
para sempre.
Walt Disney nasceu no dia 5 de dezembro de 1901, em Chicago, nos Estados Unidos. Sua família
era pobre e seu pai, Elias, vivia mudando de estado, perseguindo novas ideias que ele acreditava
que o tornariam rico, nunca sendo bem-sucedido. Ele foi um pai agressivo e batia em seus cinco
filhos, por isso Walt e os irmãos saíram de casa assim que tiveram oportunidade.
Ainda criança, Disney já se interessava por desenho. Na adolescência ele cursou Arte por
correspondência e, aos sábados, ia ao museu. Aos 17 anos, durante a Primeira Guerra Mundial,
Disney deixou a escola e alistou-se na Cruz Vermelha.
Em 1919, Disney voltou para a cidade de Kansas, onde vivia antes de ir à Guerra. Ele iniciou sua
carreira como ilustrador de comerciais, e por volta de 1922, abriu, junto com um sócio, seu próprio
escritório.
Disney estava decidido a explorar uma nova área: a animação.
Seus primeiros anos de carreira foram difíceis. Disney vivia em um estúdio em condições
precárias e mal tinha dinheiro para comprar comida. Como se não bastasse, sua primeira criação
comercialmente viável, Oswald the Lucky Rabbit (o Coelho Sortudo), foi roubada.
Em 1923, a vida de Disney começou a melhorar, quando ele mudou-se para Hollywood e se
tornou sócio de seu irmão mais velho, Roy. Disney era responsável pela criação, enquanto Roy
cuidava das finanças.
Os dois começaram o negócio na garagem de um tio.
Em 1928, Disney criou seu primeiro sucesso, Mickey Mouse em Steamboat Willie, o primeiro
desenho animado a utilizar som totalmente sincronizado.
Disney reinvestiu seus lucros para fazer desenhos melhores e sua firma começou a crescer. Ele
era um editor extremamente talentoso e insistia na perfeição técnica de suas animações,
inovando nos efeitos sonoros.
Disney criou e introduziu outros personagens, tais como Pato Donald, Minnie e Pateta, e lançou
desenhos como "Os três porquinhos". Na década de 1930, seus trabalhos haviam alcançado
sucesso mundial e foram os melhores anos para Disney em termos artísticos.
Ele permaneceu chefe de sua empresa, e os lucros já eram estratosféricos. Seus personagens
eram usados em propagandas e produtos de franquia. Além disso, Disney abriu uma escola de
treinamento para criar uma nova geração de animadores.
Disney apostou alto e investiu muito na produção de seu primeiro filme de animação, "Branca de
Neve e os Sete Anões" (1937), um sucesso que rendeu mais de um milhão de dólares, feito
inédito para a época.
Em seguida, vieram "Pinóquio" (1940), "Fantasia" (1941) e "Bambi" (1942). Seu estúdio também
produziu "A ilha do tesouro" e "Mary Poppins", que foi seu maior sucesso.
Nas décadas de 1950 e 1960, a Walt Disney Produções Ltda. era uma das maiores indústrias de
filmes para cinema e televisão. Além disso, os negócios de Disney se expandiram em áreas como
livros infantis e gibis.
Em 1954, Disney entrou para a televisão, sendo apresentador de um programa por quase uma
década.
O programa foi um sucesso e serviu para promover os produtos Disney.
Em 18 de julho de 1955, foi inaugurada a Disneylândia em Anaheim, na Califórnia, o parque de
diversões de Disney, e desenhado, em boa parte, por ele. A Disneylândia representava a
modernidade de planejamentos urbanos e também um lugar onde fantasias eram produzidas,
proporcionando experiências emocionantes.
A ideia de criar a Disneylândia surgiu quando Walt levou suas filhas a um parque de diversões e
as viu se divertindo. Por volta de 1966, a Disneylândia era o parque mais bem-sucedido do
mundo e havia sido visitado por 6,7 milhões de pessoas.
Em 1971 foi inaugurado outro parque temático de Walt Disney, a DisneyWorld em Orlando, na
Flórida.
Desde então, Tóquio e Paris também ganharam parques temáticos Disney. Walt sonhava
também em desenvolver uma cidade do futuro, sonho este realizado em 1982 com a abertura do
Protótipo Experimental para a Comunidade de Amanhã (EPCOT), que teve custo inicial de $900
milhões.
Os parques de Disney continuaram a crescer com o Disney - MGM Studios (Estúdios da MGM), o
Animal Kingdom (Reino Animal) e o complexo de esportes, em Orlando.
Além dos parques temáticos, Disney criou uma universidade, o Instituto Californiano de Artes,
conhecida como Cal Artes. O objetivo da universidade era de ser um lugar onde pessoas de
vários ramos artísticos se juntariam para criar a arte do futuro.
Walt Disney teve câncer aos 65 anos, e morreu com problemas de circulação em 15 de dezembro
de 1966 no Hospital St. Joseph, em Los Angeles. Naquela época, os estúdios Disney já contavam
com 21 longas-metragens de animação, 493 curtas, 47 filmes, sete episódios de "A vida como ela
é", 330 horas do Mickey Mouse Club e 360 outros programas de televisão.
SOICHIRO HONDA
Quantas vezes você se sentiu fracassado? Quantas vezes você sentiu vontade de jogar tudo para
o alto, de desistir de tudo? Com certeza, Soichiro Honda desconhecia a palavra fracasso, e a
persistência foi a chave do seu sucesso.
Soichiro Honda (1906 – 1991)
Em 17 de novembro de 1906, nascia na aldeia de Komyo, na cidade de Hamamatsu, no Japão, o
filho mais velho de um ferreiro. Seu nome, Soichiro Honda. Era uma criança curiosa, que desde
muito cedo ficava observando os motores, encantado com seus barulhos, cheiros e segredos!
Nunca foi um bom aluno, mas nem por isso não era inteligente, pois apesar de não se interessar
pelas teorias dos livros, tinha muita habilidade com a prática das coisas.
Aos 8 anos, já havia construído uma bicicleta e, aos 13, já tinha uma série de pequenas
“invenções”. Aos 16 anos, Honda vai para Tóquio como aprendiz numa oficina mecânica, e
poucos anos mais tarde volta para Hamamatsu e abre a sua própria oficina.
Trabalha dia e noite, inclusive dormindo na própria oficina. Para poder continuar nos negócios,
empenha as joias da própria esposa. Quando apresentou o resultado final de seu trabalho a uma
grande empresa, dizem-lhe que seu produto não atendia ao padrão de qualidade exigido.
Sr. Honda desiste? Não! Volta à escola por mais dois anos, sendo vítima da maior gozação dos
seus colegas e de alguns professores que o tachavam de “visionário“.
Sr. Honda fica chateado? Não! Após dois anos, a empresa que o recusou finalmente fecha
contrato com ele. Durante a guerra, sua fábrica é bombardeada duas vezes, sendo que grande
parte dela é destruída.
Sr. Honda se desespera e desiste? Não! Reconstrói sua fábrica, mas, um terremoto novamente
a arrasa.
Essa é a gota d’água e o homem desiste? Não! Imediatamente após a guerra segue-se uma
grande escassez de gasolina em todo o país e este homem não pode sair de automóvel nem para
comprar comida para a família.
Ele entra em pânico e desiste? Não! Criativo, ele adapta um pequeno motor à sua bicicleta e sai
às ruas. Os vizinhos ficam maravilhados e todos querem também as chamadas “bicicletas
motorizadas“. A demanda por motores aumenta muito e logo ele fica sem mercadoria.
Decide então montar uma fábrica para essa novíssima invenção. Como não tem capital, resolve
pedir ajuda para mais de 15 mil lojas espalhadas pelo país. Como a ideia é boa, consegue apoio
de mais ou menos 5 mil lojas, que lhe adiantam o capital necessário para a indústria.
Encurtando a história: hoje a Honda Motor Company é um dos maiores impérios da indústria
automobilística japonesa, conhecida e respeitada no mundo inteiro. Tudo porque o Sr. Soichiro
Honda, seu fundador, não se deixou abater pelos terríveis obstáculos que encontrou pela frente.
Portanto, se você adquiriu a mania de viver reclamando e sempre colocar a culpa no destino,
pare já com isso! O que sabemos é uma gota d’água. O que ignoramos é um oceano.
LAÍSSA SOBRAL, ESTUDANTE E EX-CATADORA DE LIXO
Ex-catadora de lixo criada em uma comunidade de São Paulo alcançou o 4º lugar em uma das
universidades públicas mais concorridas do Brasil.
Laíssa trabalhou como catadora de lixo até 2011, quando passou no vestibular para o curso de
Gestão Ambiental.
Uma catadora de lixo criada em uma comunidade carente de São Paulo passou por cima de
todos os preconceitos em busca de um sonho. Com 19 anos de idade, Laíssa Sobral Martins
conquistou uma vaga, dentre centenas de concorrentes, em uma das universidades públicas mais
concorridas do Brasil.
O interesse em ajudar a cooperativa em que trabalhava como catadora motivou a jovem a
batalhar por uma vaga em um curso superior.
Laíssa trabalhou como catadora de lixo até 2011. O trabalho era pesado: separar rapidamente o
lixo orgânico exige força física e eram poucos jovens que trabalhavam nessa função. Segundo a
mãe dela, Maria Lúcia Sobral, atual presidente da cooperativa, a jovem sempre foi motivada e
nunca reclamou da pesada rotina de trabalhar e estudar.
“Não é difícil fazer a coleta seletiva, mas sim mudar o hábito de não reciclar. Buscamos
conscientizar todos sobre isso, mostrando a importância do trabalho dos catadores”, explica
Laíssa.
Ela foi criada em um barraco de lona, na zona sul da capital paulista, onde morava com a família.
Com pouco dinheiro, sobrevivia por meio de muito trabalho. A estudante utilizava cadernos e
livros encontrados em lixeiras. Ela arrancava as folhas que estavam escritas e usava as que
estavam em branco.
Enquanto isso, a mãe de Laíssa recolhia de feiras livres alimentos que ficavam no chão. “As
pessoas diziam que era um pecado eu levar meus filhos para buscar comida comigo, mas erro
mesmo era deixá-los lá na favela, à mercê do tráfico”, afirma Mara Lúcia.
Desde pequena, a universitária já ia atrás de seus objetivos. Com apenas 8 anos quis saber
quem era seu pai. “Não queria falar, pois sofri muito por ele não assumir a responsabilidade, mas
disse a ela que morava no mesmo bairro que nós e se chamava Luiz”, contou a mãe.
Com essas informações, encontrou um homem com a mesma feição na rua de seu bairro e,
sozinha, o abordou: estava frente a frente com o próprio pai. A partir daquele dia não se
separaram mais, até a morte dele, em 2009.
Luta por causas importantes
Militante de causas sociais, Laíssa defende os catadores de resíduos recicláveis por meio do
Movimento Nacional dos Catadores. Já teve um encontro com a ex-presidenta Dilma Rousseff,
em que ela e a mãe reivindicaram apoio para a coleta seletiva em São Paulo.
Também participa do Movimento da População em Situação de Rua, Movimento Negro Unificado,
na Rede de Comunidades do Extremo Sul e na ONG Um Teto Para Meu País (UTPMP). Essa
última reúne jovens e universitários voluntários, de 18 a 30 anos, para a construção de casas de
emergência, feitas de madeira pré-fabricada, em comunidades carentes.
“Laíssa participou quatro vezes no mesmo ano como voluntária. É uma pessoa extrovertida e fácil
de fazer amizades. Os outros universitários admiraram a história de vida dela”, lembra o diretor de
formação e voluntariado da ONG UTPMP, Júlio Lima.
Vaga na universidade pública
Ainda como catadora, em 2011, ingressou em uma universidade particular, no curso de Gestão
Ambiental.
Enfrentava dificuldades em arcar com os estudos, já que também ajudava com as despesas da
família.
Nesse meio tempo, participou do curso de Introdução à Economia Solidária e conquistou uma
vaga para trabalhar em uma incubadora de empreendimentos solidários na ITCP - USP
(Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade de São Paulo).
O novo trabalho oferecia um salário menor ao da cooperativa. Então, resolveu prestar vestibular
para as vagas remanescentes da USP, no mesmo curso que fazia. Mas a lista de livros para
auxiliar na prova da universidade era grande e as condições para obtê-los não eram favoráveis.
Teve ajuda de todos os lados. Um blog divulgou sua dificuldade em conseguir os livros e, com
isso, o material chegava até mesmo pelo correio. Outras pessoas próximas da estudante também
a ajudaram nesse processo.
Depois de muito estudo, ela passou em 4º lugar. “Não procurei a USP por ser a melhor
universidade, mas sim, porque ela tem que ser espaço de pobres. As pessoas que vivem em
condições inferiores devem explorar as oportunidades e se preparem, sempre. Devemos lutar
pelas oportunidades e não abaixar a cabeça para o capitalismo”, afirma Laíssa.
ALBERT EINSTEIN
Einstein nasceu em Ulm (Württemberg, sul da Alemanha) no dia 14 de março de 1879. Seu pai,
Hermann Einstein, possuía uma oficina eletrotécnica e tinha um grande interesse por tudo que se
relacionasse com invenções elétricas. Não obstante, seus negócios não prosperavam e, logo que
seu filho nasceu, viu-se obrigado a se transferir para uma cidade maior, na esperança de que as
finanças melhorassem. Escolheu Munique, capital da Bavária, porque já poderia abrir uma oficina
em sociedade com o irmão Jacob.
Foi nessa cidade que Albert recebeu sua educação primária e secundária. Quando criança, não
apresentava nenhum sinal de genialidade; muito pelo contrário, seu desenvolvimento se deu de
modo bastante moroso até a idade de 9 anos. No entanto, a sua paixão em contemplar os
mistérios da natureza começou muito cedo - aos 4 anos - quando ficou maravilhado com uma
bússola que ganhara de presente do pai.
"Como é que uma agulha pode se movimentar, flutuando no espaço, sem auxílio de nenhum
mecanismo?" - perguntava a si mesmo.
Na escola, Albert sentia grande dificuldade para se adaptar às normas rígidas do estudo. Os
professores eram muito autoritários e exigiam que os alunos soubessem tudo de cor.
Um de seus professores mais exasperados chegou a dizer que Albert nunca iria servir para nada
e que, além disso, sua presença desatenta em classe era considerada negativa, porquanto
influenciava seus colegas, o que o levou a ser suspenso várias vezes.
Fez seus estudos superiores na Escola Politécnica de Zurique e, em 1900, graduou-se em
Matemática e Física. Depois de se formar, Einstein procurou emprego durante muito tempo.
Contando com o salário do registro de patentes para assegurar-lhe uma vida modesta, e com
obrigações profissionais pouco exigentes, sobrava-lhe tempo para a contemplação. Liberto,
então, de preocupações rotineiras, seu raciocínio criador pôde se desenvolver a passos largos.
Rapidamente sua reputação ultrapassou os percalços iniciais, e Einstein começou a receber uma
série de convites de universidades importantes. No início de 1909, a Universidade de Zurique
convidou-o para assumir uma cadeira, como professor-assistente, por três semestres.
Einstein deixou Berna e mudou-se para Zurique. Como professor, não era eloquente em suas
exposições, em parte porque não dispunha de tempo para se preparar, e também porque não
apreciava desempenhar o papel de dono da sabedoria.
Para Einstein, não existia a verdade absoluta. A mesma paisagem podia ser uma coisa para o
pedestre, outra coisa totalmente diversa para o motorista, e ainda outra coisa diferente para o
aviador. A verdade absoluta somente podia ser determinada pela soma de todas as observações
relativas.
A confirmação da Teoria da Relatividade Generalizada por duas expedições inglesas que fizeram
observações durante um eclipse solar em 1919 tornou-o reconhecido mundialmente.
Sua audácia de investigação o fez insuperável, e sua teoria revolucionária fez mudar os principais
conceitos físicos que explicavam o Universo até então. Com tal feito, não havia dúvida de que
Einstein era um dos maiores gênios que a humanidade já havia produzido.
O fato de Einstein ser judeu, somado à sua posição contrária a toda forma de nacionalismo e
militarismo, e ainda a sua fama mundial, aumentaram a inveja e o ódio dos imperialistas
reacionários, que se organizaram contra ele, sob a égide do físico ultranacionalista Philipp von
Lenard. E as ações desse grupo se tornaram ainda mais ofensivas após 1921, quando Einstein
recebeu o prêmio Nobel.
Demitiu-se da Academia em 1933. Suas posses foram confiscadas e sua cidadania alemã (da
qual ele já havia renunciado voluntariamente) foi cassada e, quando a situação ficou
insustentável, já não estava mais na Alemanha.
Em 1939, foi persuadido a escrever uma carta ao presidente Roosevelt, recomendando a
aceleração das pesquisas que levariam à criação da bomba atômica. O contexto histórico
praticamente o obrigou a tal atitude: os alemães estavam também desenvolvendo idêntico projeto
e, se viessem a produzir a bomba antes, os efeitos poderiam ser muito mais trágicos.
A destruição de Hiroshima pela bomba atômica, porém, constituiu-se no pior dia de sua vida.
Einstein sempre pareceu mais velho do que realmente era. A efervescência intelectual esgotou
prematuramente suas reservas físicas. Na manhã de 18 de abril de 1955, sua vida se extinguiu.
Morreu com a mesma simplicidade e humildade com que sempre viveu: calma e
imperturbavelmente, sem remorsos.

STEPHEN HAWKING
Ele não é apenas um gênio paralisado. Também é um homem, casado duas vezes. Um
aventureiro que viajou o mundo. Conheça o outro lado do cientista mais famoso do planeta.
Stephen William Hawking nasceu saudável em Oxford, na Inglaterra, em 9 de janeiro de 1942 –
no exato
aniversário de 300 anos da morte de Galileu Galilei. O pai era médico, a mãe formada em
Filosofia, e o
pequeno Stephen era o caçula de quatro irmãos numa casa cheia de livros empilhados – e ideias
apimentadas.
Quando Hawking tinha 8 anos, a família se mudou para a periferia de Londres. Não deu muito
certo. Eles eram considerados esquisitos pelos vizinhos, e na escola o menino logo ganhou o
apelido
de “Einstein”. Deve ter sido pela aparência, porque bom aluno Hawking não era: fazia os
trabalhos sem
capricho e sua caligrafia era um terror. Odiava Matemática, que achava fácil demais. Gostava de
Física
e Astronomia – porque ajudavam a entender questões existenciais, como de onde viemos e por
que
estamos aqui. “Eu queria sondar as profundezas do Universo”, escreve em seu livro.
Hawking era precoce. Com 17 anos, ganhou uma bolsa para estudar Física na Universidade de
Oxford.
Os colegas eram dois anos mais velhos, e ele se sentiu sozinho e deslocado.
O acidente de patins
O jovem físico percebeu que estava ficando cada vez mais desastrado. Caía, derrubava objetos,
parecia não
controlar direito o que fazia. Um dia, caiu de patins e não conseguiu levantar. Foi levado a um
médico, que
o diagnosticou com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença incurável que leva à perda
de movimentos – e, segundo o médico, levaria à morte em no máximo três anos. Hawking tinha
21.
Teve alta, foi para casa e, pouco tempo depois, conheceu Jane Wilde, amiga de uma de suas
irmãs.
Namoraram e casaram (ele se apoiou numa bengala durante a festa). Mas Hawking foi piorando,
não
conseguiu mais cuidar dos filhos e, em 1970, parou de andar. Para se locomover, começou a
usar uma
cadeira de rodas e um carrinho elétrico de três rodas. Com seu típico bom-humor, conta que às
vezes
usava o carrinho para dar carona. “Eu transportava passageiros ilegalmente”, diz.
Nos anos seguintes, sua saúde piorou muito. Passava longos períodos com falta de ar e, em
1985, durante
uma viagem à Suíça, contraiu pneumonia. Ficou tão debilitado que os médicos sugeriram desligar
o respirador artificial que o mantinha vivo. Jane, sua primeira esposa, não aceitou e levou o
marido de volta para Cambridge. [...] A partir daí, o físico se comunicaria usando um computador
– com a voz eletrônica pela qual é conhecido. De lá para cá, surgiram sintetizadores que
produzem um tom de voz mais natural. Mas Hawking prefere continuar soando como robô. “Não
vou trocar [de voz]”, diz.
Em 1988, veio o grande momento de sua carreira. O físico publicou Uma Breve História do
Tempo, livro
que fala sobre a origem do Universo. Apesar do tema complexo, Hawking tentou escrever em
linguagem
simples, para leigos. Acertou em cheio: o livro se tornou um sucesso gigantesco, vendeu 10
milhões de
cópias e foi traduzido em mais de 30 idiomas. E Stephen Hawking virou o cientista mais famoso
do mundo.
A doença pode ter trazido enormes dificuldades, mas não fez Hawking ficar parado. Tirando a
Oceania, ele
já esteve em todos os continentes. Já andou de submarino, voou num balão e até num voo da
empresa
americana Zero Gravity, em que o avião faz uma série de manobras para produzir uma situação
de gravidade zero. “Me senti livre da minha doença”, conta.

Você também pode gostar