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Organizadoras

Carla Vaz dos Santos Ribeiro


Denise Bessa Leda
Liliam Deisy Ghizoni
Vanderléia de Lurdes Dal Castel Schilindwein

ANAIS
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE
PSICODINÂMICA E CLÍNICA DO TRABALHO
E
VII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
PSICODINÂMICA DO TRABALHO

TEMA: TRABALHOS, PRECARIZAÇÃO E


RESISTÊNCIA

VI EDIÇÃO

ISSN: 2674-8665

São Luís, 22 a 25 de outubro de 2019

São Luís

2020

Copyright © 2020 by EDUFMA


UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Prof. Dr. Natalino Salgado Filho


Reitor

Prof. Dr. Marcos Fábio Belo Matos

Vice-Reitor

EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO


Prof. Dr. Sanatiel de Jesus Pereira
Diretor

CONSELHO EDITORIAL
Prof. Dr. Esnel José Fagundes
Profa. Dra. Inez Maria Leite da Silva
Prof. Dr. Luciano da Silva Façanha
Profa. Dra. Andréa Dias Neves Lago
Profa. Dra. Francisca das Chagas Silva Lima
Bibliotecária Tatiana Cotrim Serra Freire
Prof. Me. Cristiano Leonardo de Alan Kardec Capovilla Luz
Prof. Dr. Jardel Oliveira Santos
Prof. Dr. Ítalo Domingos Santirocchi

EDIÇÃO
Sansão Hortegal

REVISÃO
Carla Vaz dos Santos Ribeiro
Denise Bessa Leda

CAPA
Mizael Melo

PROJETO GRÁFICO
Sansão Hortegal Neto

WEBDESIGNER
Sansão Hortegal Neto
www.congressopdt.k6.com.br

FICHA CATALOGRÁFICA

Anais do Caderno de Resumo do VI Congresso Brasileiro de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho e


do VII Simpósio Brasileiro de Psicodinâmica do Trabalho ± UFMA.

(01: 2020, São Luís ± MA)

Anais do Caderno de Resumos do VI Congresso Brasileiro de Psicodinâmica e Clínica do


Trabalho e do VII Simpósio Brasileiro de Psicodinâmica do Trabalho ± UFMA, São Luís, 2020 /
Carla Vaz dos Santos Ribeiro, Denise Bessa Leda, Liliam Deisy Ghizoni e Vanderléia de Lurdes Dal
Castel Schilindwein (editores e organizadoras)
São Luís: EDUFMA, 2020.1.

308 p.

ISSN: 2674-8665

1. Trabalho. 2. Psicodinâmica. 3. Clínica. 4. Carla Vaz dos Santos Ribeiro. 5. Denise Bessa Leda.
6. Liliam Deisy Ghizoni. 7. Vanderléia de Lurdes Dal Castel Schilindwein.
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CLÍNICA DO TRABALHO COMO AÇÃO DE RESISTÊNCIA ÉTICO-POLÍTICA

Soraya Rodrigues Martins


Doutora em Psicologia Clínica (PUCSP)
Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF Rio das Ostras)

João Batista Ferreira


Doutor em Psicologia Social e do Trabalho (UnB)
Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Elisete Soares Traesel


Doutora em Psicologia
Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF Campos)

Sergio Dias Guimaraes Junior


Doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

RESUMO: Este simpósio se propõe apresentar e discutir experiências de clínica do trabalho e


da ação realizadas no estado do Rio de Janeiro, utilizando como ponto de partida e eixo de
discussões a questão "como escutar clinicamente as situações de trabalho?" As experiências
apresentadas se referem às práticas realizadas em atividades de pesquisa, extensão e práticas
supervisionadas de estágios curriculares do curso de graduação em psicologia (UFF-Rio das
Ostras; UFF ± Campos, UFRJ) e graduação e pós-graduação (UFRJ). Os quatro autores relatam
práticas em clínica do trabalho, partindo de diferentes referenciais teóricos em diálogo com a
psicodinâmica do trabalho. Os estudos revelam a importância no fazer do clínico do trabalho,
buscando a articulação entre clínica e política em diálogo constante com diferentes disciplinas,
na construção de uma escuta sensível e qualificada, como forma de ação de resistência ético-
política. A inserção de ações em clínica do trabalho em atividades de ensino, pesquisa e
extensão na graduação e pós-graduação, destacam a importância de alavancar na academia uma
formação crítica e reflexiva para ações ético-políticas, conectadas com a realidade e com o
contexto contemporâneo do trabalho, a fim de construir continuamente argumentos para
intervenções participativas pautadas na confiança e de promoção de saúde do trabalhador.
Palavras-chave: clínica do trabalho; saúde e trabalho; processos de subjetivação;
psicodinâmica do trabalho

Introdução

Este simpósio tem como objetivo a apresentar e discutir experiências de clínica do


trabalho e da ação realizadas no estado do Rio de Janeiro, utilizando como ponto de partida e
eixo de discussões a questão "como escutar clinicamente as situações de trabalho?" As
experiências aqui apresentadas se referem às práticas realizadas em atividades de pesquisa,
extensão e práticas supervisionadas de estágios curriculares do curso de graduação em
psicologia (UFF-Rio das Ostras; UFF ± Campos, UFRJ) e graduação e pós-graduação (UFRJ).
Na primeira secção, Traesel apresenta argumentos teóricos e metodológicos de
intervenções em Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT) na região norte do RJ, focadas
no trabalhador e na preservação da saúde. Apoiada em dados históricos, ressaltando a
importância do olhar bioético e dos aportes da Psicodinâmica do Trabalho (PdT), dentro de uma
perspectiva integrada e interdisciplinar entre trabalho, organizações e gestão de pessoas, dando
relevância às vivências dos trabalhadores e à subjetividade nas organizações.
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Na segunda secção, Martins caracteriza a implantação de ações em clínica do trabalho


pautadas na construção de espaços de escuta qualificada na modalidade individual e na
modalidade coletiva na região dos Lagos do RJ, articulando nessa escuta conhecimentos da Pdt,
psicanálise, psicologia, e psicologia institucional, destacando a interface entre clínica e política.
Nas sessões coletivas dentro do dispositivo de Oficinas, destaca o uso de instrumentos de
mediação para a mobilização e expressão do vivido e circulação da palavra.
Na terceira secção, Ferreira destacando as dimensões ontológica, ética e política do
trabalhar apresenta o dispositivo da clínica das formas de vida no trabalho (CFVT) que vem
sendo realizada em atividades de pesquisa e intervenção do Núcleo Trabalho Vivo da UFRJ na
cidade do Rio de Janeiro. Nas práticas realizadas procura articular conceitos e noções da Pdt
com outros campos do saber, como: psicologia política, psicologia do trabalho, análise
institucional e filosofia (Foucault, Deleuze, Agamben, Lapoujade).
Na quarta secção, Guimarães Junior, pesquisador do Núcleo Trabalho Vivo da UFRJ,
a e en a a n amen de a e i a de me ad , den minada P ei a de ida:
e cei i a , f ma de d mina e e i ncia c m in e en cl nica junto a um coletivo
de trabalhadores e trabalhadoras terceirizados, que prestam serviços de limpeza em uma
universidade pública. Os referenciais teórico-metodológicos utilizados no estudo partem da
filosofia, da psicodinâmica do trabalho e da sociologia do trabalho.

Primeira secção: “Um olhar pra gente..”: pressupostos para intervenções éticas e
promotoras de saúde no contexto de práticas em POT - por Elisete Soares Traesel
Apresentaremos nesta seção argumentos teóricos e metodológicos para práticas de POT
Psicologia Organizacional e do Trabalho, focadas no trabalhador e na preservação de sua
saúde. Com base nesses pressupostos, estamos norteando o projetos de pesquisa,
desenvolvimento acadêmico e extensão, do curso de Psicologia da UFF de Campos dos
Goytacazes, na região norte do RJ, sob coordenação e supervisão da autora dessa secção (Elisete
Soares Traesel), em especial em instituições públicas. O cerne dessas ações está na prevenção
e promoção de saúde nesse contexto, visando despertar o protagonismo dos trabalhadores de
modo a possibilitar ações cooperativas e mediar relações de trabalho mais humanas e saudáveis
em um ambiente de precarização crescente. Assim, apresentamos aqui os principais
pressupostos que sustentam essas práticas.
O contexto contemporâneo do trabalho vem convocando a Psicologia a fortalecer suas
práticas no interior das instituições e organizações produtivas, potencializando os coletivos,
abrindo espaços de criação, exercício da singularidade e da inteligência, bem como, construindo
argumentos para transformações que impulsionem modos de gestão mais favoráveis à
promoção de saúde, aliados à emancipação profissional.
Em favor do trabalho como potente instrumento emancipatório, podemos ressaltar a
partir da ótica dejouriana e el c n i c m mi a e em alcan ad en e
abalh e a de (Dej , 2011, .28). Ne a di e , a e al a e h gani a e
mais favoráveis à saúde mental, pois mesmo diante de contradições o trabalho também pode
propiciar o melhor, sendo mediador de emancipação e não somente de alienação. Defende,
ainda, que o trabalho pode ser organizado de formas diferentes, mais voltadas à vida e à saúde.
Entretanto, adverte que para que isso aconteça, precisamos pensar a ação no trabalho e construir
argumentos para sustentar práticas mais éticas.
No que se refere ao campo de atuação da Psicologia no mundo do trabalho do Brasil, a
longo da história, podem ser identificadas três faces: a psicologia industrial que atuava a partir
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dos pressupostos tayloristas, focando na produtividade, na eficiência industrial, na psicotécnica


e na seleção de pessoal; a psicologia organizacional, que apresenta ampliação na visão do
psicólogo e uma maior compreensão da organização para além dos postos de trabalho, e, ainda
à elaboração de técnicas voltadas ao treinamento e ao desenvolvimento humano e
organizacional e ao estudo das relações humanas, mas ainda focada em produtividade,
aplicando suas técnicas no incremento de resultados para alcançar as exigências por eficiência
e eficácia, em um ambiente altamente competitivo. (Goulart e Sampaio, 2013).
É apenas mais recentemente que emerge outra face da psicologia na qual fundamentam-
se nossas práticas: a psicologia do trabalho, cuja preocupação está centrada em compreender o
papel do trabalho para o sujeito, focando as questões da saúde para além dos resultados
organizacionais. Essa última face surge a partir da reação dos psicólogos às consequências dos
modelos anteriores sobre a saúde dos trabalhadores e coloca a categoria trabalho em um lugar
de relevância, visando, em especial, compreender os impactos do trabalho sobre a vida do
sujeito, buscando dar-lhe voz e alcançar novos patamares de realização e emancipação através
de seu fazer.
A partir dessa visão crítica sobre o contexto social do trabalho, emerge a POT que
envolve três domínios: trabalho, organizações e políticas e práticas de gestão de pessoas que
formam três eixos interligados de pesquisa e atuação e não práticas isoladas de intervenção,
constituindo campos intradisciplinares que configuram a psicologia organizacional e do
trabalho na atualidade. (Zanelli, Bastos & Rodrigues, 2014).
Não podemos deixar de abordar ainda que essa visão de atuação em POT, aplicada em
nossos campos de estágio, pesquisa e extensão fundamenta-se na premissa de que precisamos
construir uma bioética para a saúde do trabalhador no interior das organizações. Nessa direção,
Santos (2007), considera que o mundo moderno está alicerçado em um processo de produção
de ine i ncia den minad en amen abi al . Ne a l gica, c e ma e cl
baseada na invisibilidade de certas existências que, ao serem colocadas do outro lado da linha
abissal, perdem a força e o poder, anulando-se enquanto possibilidade de vida e inclusão social.
Por outro lado, o avanço para um pensamento pós-abissal no contexto do trabalho, caminha no
sentido de vencer as dicotomias, construindo pontes e articulando intervenções baseadas em um
processo participativo e reflexivo sobre os processos e relações de trabalho e de produção. O
olhar bioético no mundo do trabalho volta sua atenção para o campo da invisibilidade, ou seja,
para contextos que são percebidos como imutáveis porque a reflexão sobre os nós críticos de
seus problemas se encontram em situação de invisibilidade. (Lins, Vasconcelos & Palàcios,
2015).
Considerando os argumentos acima apresentados, buscamos nos campos de estágio
orientar nossos futuros psicólogos do campo do trabalho a desenvolver práticas de POT
bioéticas, centradas no protagonismo do sujeito que trabalha e na abertura de espaços de ação e
efle be abalh n in i de deflag a ica de ge c m e a (Da el e
Vergara, 2013). Iniciamos com um processo participativo e psicoeducativo, respeitando as
singularidades e levando ao conhecimento das organizações de trabalho, sejam elas públicas ou
privadas, a importância do trabalho/trabalhador e a amplitude de atuação da POT, abrindo
campos de estágio dentro de uma perspectiva integrada e intradisciplinar entre trabalho,
organizações e gestão de pessoas, buscando mediar propostas sustentáveis de gestão que
promovam um sujeito saudável e que não degradem as relações, a convivência e a cooperação
autêntica.
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Segunda secção: Possibilidades e desafios da escuta qualificada no fazer da clínica


do trabalho - por Soraya Rodrigues Martins
Nesta secção, apresentamos as linhas gerais os fundamentos e os dispositivos clínicos
das ações em clínica do trabalho desenvolvidas por nossa equipe junto ao Serviço de Psicologia
Aplicada (SPA) da UFF- Rio das Ostras, congregando graduandos de psicologia nas atividades
de pesquisa, extensão e de práticas de estágio curricular em clínica do trabalho, formando um
coletivo de clínicos-pesquisadores. Essas ações caracterizam-se pela implantação e construção
de espaços de escuta clínica qualificada, tanto na modalidade individual como na modalidade
coletiva. Está apoiada na centralidade do trabalho nos processos de subjetivação e nos
processos de saúde. Entendendo o trabalho, no sentido ontológico, condicionando formas de
vida de ser e de estar no mundo (Ferreira, Martins & Vieira, 2016). Nessa clínica, a escuta
qualificada procura dar visibilidade ao vivido, ao não dito, ao não formalizado, ampliando a
compreensão dos aspectos psicodinâmicos inerentes ao trabalhar, contemplando a análise da
dinâmica entre organização do trabalho, sofrimento e saúde. Nas intervenções, o uso do método
clínico, privilegia a escuta clínica qualificada mediante a fala dos trabalhadores. Fazem parte
do dispositivo clínico, também, a supervisão e orientação semanal com discussão ampliada
junto ao coletivo de clínicos pesquisadores.
Nesse contexto, construção da escuta clínica qualificada em nosso coletivo de trabalho
e a iada na e c a icanal ica e na e c a a i cada a ela ic din mica d
trabalho (Dejours, 2012) procurando a articulação entre clínica e política, destacando que no
dispositivo individual também pode-se escutar o coletivo, o social. (Martins, 2009). Durante o
processo clínico tenta-se integrar o afeto, as vivências associadas a trabalhar (o fazer) as
repetições, as manifestações da transferência, mediante ao processo de perlaboração do vivido.
De acordo com os casos clínicos supervisionados, as pessoas tendem a cindir as vivências
relacionadas ao trabalho, de seus afetos e da sua forma de vida. Durante o processo de
intervenção clínica, ao reintegrar e ressignificar essas dimensões, observamos uma maior
integração entre o sentir, pensar e agir, melhorando a qualidade de suas relações.
Por outro lado, as ações coletivas procuram o estabelecimento de espaço coletivo de
discussão junto a coletivo de trabalhadores procurando a reflexão implicada subjetivamente dos
modos de trabalhar, tendo como foco a análise da organização do trabalho. As articulações das
contribuições da psicanálise de grupos, da psicologia institucional e a psicodinâmica do
trabalho auxiliam na compreensão do processo grupal e no manejo da dinâmica inconsciente
das relações e processos intersubjetivos grupais e institucionais das situações de trabalho
(Martins & Mendes, 2012; Martins, 2015). Apoiada nos pressupostos do grupo operativo
(Pichon Riviere) e do conceito de oficinas (Paulo Freire), as sessões coletivas configuram-se
como um lugar onde se aprende fazendo junto com os outros (Afonso, 2002). Na construção da
escuta clínica qualificada do clínico do trabalho, a escuta arriscada procura estar apoiada na
constante indagação operativa descrita Bleger (1980) - procurando contemplar a história
e al e d c le i ( e icalidade), ce a al e c e a i e ag a c m a
totalidade dos membros (horizontalidade) e as múltiplas determinações sociais, políticas,
econômicas e culturais (transversalidade). As ações em clínica do trabalho têm sido realizadas,
de acordo com a demanda, em diferentes coletivos, tais como profissionais da educação (rede
municipal), trabalhadores vinculados a sócio educação (CRIAAD DEGASE) - que abriga
menores em conflito com a lei, em regime semiaberto) e estagiários em clínica médica
(ambulatorial e hospitalar) do curso de nutrição da UFRJ.
Para ilustrar as dificuldades, potência, impasses e desafios das ações coletivas em clínica
do trabalho apresentamos alguns apontamentos dessa clínica junto servidores vinculados a
socioeducação. A partir do fazer do clínico-pesquisador e da escuta clínica de servidores do
CRIAAD - DEGASE no interior do RJ, pretendemos abordar alguns aspectos psicodinâmicos
e institucionais acerca das dificuldades e resistências do fazer em socioeducação e da própria
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prática clínica. Dentre os resultados do dispositivo das oficinas em Clínica do trabalho e outras
intervenções em psicologia institucional destacamos: sofrimento, perda de sentido do trabalho,
estigmatização, adoecimentos, falta de relações sócio profissionais pautadas na confiança, no
reconhecimento pelo trabalho do outro e cooperação. Para negação do sofrimento no trabalho
e manutenção do instituído observamos o uso de estratégias coletivas de defesa como cinismo
viril e o silenciamento, acarretando conflitos e segregação entre os profissionais e adolescentes
promovendo mais sofrimento e adoecimento. Bem como, o distanciamento de um trabalho vivo
e instituinte, dificultando avanços na socioeducação (tal como é preconizada pelo ECA), do
pensar reflexivo e da própria continuidade das sessões coletivas, trazendo desafios frente a
construção de dispositivos clínicos que promovam a ação de resistência ético-política da clínica
do trabalho.
Terceira secção: Clínica das formas de vida no trabalho como micropolítica da
existência - por João Batista Ferreira
A clínica das formas de vida no trabalho (CFVT) é um dispositivo de análise e
intervenção nos processos de subjetivação das relações entre vida-trabalho-sa~de. Busca
instaurar espaços micropolíticos de expressão, discussão e mobilização individual e coletiva
para potencializar ações de transformação dos riscos que ameaçam a saúde e a vida digna
(Ferreira, 2017a, 2017b). A CFVT articula perspectivas transdisciplinares da filosofia
(Foucault, Deleuze, Agamben, Lapoujade), psicologia (política, do trabalho, psicodinâmica do
trabalho) e análise institucional. Foi desenvolvida com base nos estudos, pesquisas e práticas
do Núcleo Trabalho Vivo - Pesquisas e Intervenções em Arte, Trabalho e Ações Coletivas, do
Instituto de Psicologia e ao Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal
do Rio de Janeiro da UFRJ, coordenado pelo autor desta secção. As práticas clínicas são
realizadas desde 2017, no estágio curricular na clínica-escola da Divisão de Psicologia
Aplicada (DPA) do Instituto de Psicologia da UFRJ; com a participação de graduandos de
psicologia (nos atendimentos clínicos), e de doutorandos e mestrandos (nas supervisões
coordenadas pelo professor orientador). A CFVT busca instaurar situações clínicas de
problematização dos instituídos objetivos e subjetivos produtores de sofrimento e adoecimento
no trabalho, de modo a amplificar as potências dos sujeitos para enfrentá-las e transformá-las.
Entre as condições de instauração e legitimação da CFVT, destacamos a escuta
acolhedora, como abertura sensível às ressonâncias e modulações das experiências do paciente
no processo clínico. É uma escuta-olhar para narrativas, gestos, posturas corporais, expressões
faciais que expressam e podem criar, a todo instante, modos de existência menores, diversos,
simultâneos ± existências mínimas (Lapoujade, 2017). É um trabalho de atenção e acolhimento
à experiência de falar-significar do paciente: o que nunca foi dito, o que foi dito (mas não
significado), o que não pode ser dito (mas se apresenta nos interstícios do que é dito), o que não
pode deixar de ser dito. A escuta acolhedora é fundamental para a construção do vínculo
clínico, realizada com os modos de existência do cliente que buscam transformações. Tal
vínculo, por sua vez, é condição para instaurar o processo que nomeamos circuito experiencial
da clínica, com qual se busca instaurar experiências das experiências relacionadas aos
tensionamentos entre prescrito e real do trabalho, os afetos e mobilizações subjetivas
decorrentes (na conservação ou transformação destas situações) e os efeitos de significação,
saúde e adoecimento dos pacientes.
Enquanto dispositivo de análise, o circuito experiencial da clínica busca problematizar:
a) normatividades fixadas que produzem relações de poder-dominação, exacerbadas pelo
produtivismo dos modelos gerencialistas do capitalismo financeiro e dicotomizações que
sinalizam lugares de verdades, em contraposição às diferenças ameaçadoras que precisam ser
caladas ou excluídas (pela violência, por exemplo); b) práticas que geram (e são geradas) por
processos paradoxais de exclusão-inclusiva (Agamben, 2004, 2017), nos quais as contribuições
dos trabalhadores, por um lado, são reconhecidas e produzem inclusões aparentes no mundo do
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trabalho; mas, por outro, as críticas dos trabalhadores às adversidades da organização do


trabalho são rechaçadas, e são produzidos impedimentos ao exercício do direito ao trabalho
digno, resultando em situações como: sobrecarga de trabalho, extrapolação da jornada de
trabalho, entre outros; c) inscrições institucionais que propagam a cultura da despolitização e
da naturalização do não-acesso aos direitos, na qual se constituem as forças normativas das
ideologias defensivas, adaptativas e de conformidade aos instituídos.
Enquanto dispositivo de abertura de horizontes de sentidos, o circuito experiencial da
clínica busca-se: a) perceber e intensificar afetos relacionados à experiência sensível do real
(do paciente e do clínico-pesquisador); b) ver e fazer ver como se produzem os movimentos de
conformação e enfrentamento das adversidades, para que os pacientes se percebam também
como testemunhas dessas situações; c) potencializar modos de subjetivação em defesa de
direitos ao trabalho digno; d) amplificar a instauração de espaços-tempos singulares que
possibilitem a apropriação ético-política da vida (Ferreira, 2017c).
A CFVT busca instaurar processos críticos e micropolíticos de subjetivação que se
contraponham aos dispositivos de captura e seus ordenamentos instrumentalmente instituídos.
Mesmo em atendimentos individuais, procura-se analisar as incidências das dimensões sociais
mais amplas nas quais o trabalho se insere. A CFVT assim é, por princípio, uma clínica social.
Ao desconstruir a lógica individualizante da produção de afetos fixados, pode-se contribuir para
amplificar os espaços coletivos na produção de resistências, mobilizações e transformações,
buscar ressonâncias e articulações com campos políticos mais amplos, como as lutas dos
trabalhadores por reconhecimento e afirmação de direitos. Ao problematizar os dispositivos de
captura das formas de sentir, pensar, agir e criar, a CFVT possibilita experiências de autonomia
ética subjetiva (Dejours, 2012). Mesmo transitórias, estas experiências são pontos de partida
para enfrentamentos e transformações das adversidades adoecedoras. A CFVT configura-se,
assim, como micropolítica da existência, como dispositivo de resistência às lógicas
hegemônicas e naturalizadas da dominação, como estratégia de produção de autonomia
temporária (tendo em vista as injunções poderosas e plásticas dos campos de dominação);
instrumento para produção de subsídios das ações coletivas (como ações sindicais) de defesa
da dignidade e saúde dos trabalhadores. Possibilita a construção coletiva e plural de formas de
vida ética e politicamente qualificadas, que contribuam para a construção e a afirmação de
políticas públicas.

Quarta secção: O pesquisar enquanto dispositivo clínico: embaraços ético-políticos


entre terceirização, formas de dominação e resistências – por Sérgio Dias Guimarães
Junior
A intenção principal da presente seção é apresentar apontamentos críticos acerca dos
aspectos ético-políticos do trabalho de pesquisa a partir de sua dimensão clínica. Para tal, serão
a e en ada inali a e de m e d in i lad P ei a de ida: e cei i a , f ma de
d mina e e i ncia ealizado com trabalhadoras e trabalhadores
subcontratados/terceirizados de uma universidade pública brasileira. A proposta, então, é
pensar o trabalho de pesquisa em seus efeitos de reconfiguração e desvio das formas instituídas
de trabalhar e viver que são atravessadas pelo jogo dos dispositivos de captura e ruptura em
permanente tensionamentos e articulação com processos de subjetivação. Desdobramentos,
sinalizações e dados do trabalho de pesquisa tomados aqui em sua dimensão crítica,
transgressora, em seu caráter desviante e, portanto, enquanto dispositivo clínico.
Diante do mosaico dos contextos laborais contemporâneos, observa-se crescente
rigidez das formas de precarização e flexibilização do trabalho que formam um cenário de
desabilitação de direitos e encontram no processo de terceirização sua faceta mais extrema
(Druck, 2016). As recentes decisões político-jurídicas a respeito da terceirização no contexto
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trabalhista brasileiro revelam a acentuada consolidação desta prática e afirmam a natureza


global da fragilização dos vínculos laborais na contemporaneidade. A autorização legal da
subcontratação irrestrita no Brasil (coroada pela aprovação do Projeto de Lei nº 13.429/2017 e
ainda reforçada pela recém-a ada Ref ma T abalhi a - Lei n.º 13.467/2017) e o
crescimento de sua capilarização pelo país estão acompanhados de forte ameaça aos
mecanismos de proteção social, saúde, organização e resistência dos sujeitos envolvidos neste
processo - saúde aqui considerada enquanto normatividade vital, a partir da perspectiva
canguilheniana, em sua dimensão processual de permanente movimento instaurador de novas
normas (Canguilhem, 2009; Safatle, 2011). Estudos como os realizados por Guimarães Junior
e Ferreira (2018), Guimarães Junior e Assunção-Matos (2018), Guimarães Junior, Oliveira e
Assunção-Matos (2017) e Barbati et al. (2016) reafirmam esta tendência, especificamente no
que tange ao trabalho de sujeitos subcontratados em universidades públicas do país.
A partir de tais considerações, o objetivo do estudo em questão foi analisar
criticamente as formas de resistência mobilizadas por sujeitos subcontratados diante de
contextos de trabalho constituídos por relações laborais injustas e excludentes, que ameaçam a
garantia de seus direitos e a afirmação de formas de trabalho dignas e ético-politicamente
referenciadas. A proposta então foi pensar tais resistências a partir da noção de dispositivo
(Foucault, 2005; 1988; Deleuze, 1996; Agamben, 2005), no que tange ao tensionamento entre
os dispositivos de captura e ruptura, e sua articulação com processos de subjetivação (Ferreira,
2017c).
Os referenciais teórico-metodológicos utilizados como base para as reflexões
empreendidas partiram da filosofia, da psicodinâmica do trabalho e da sociologia do trabalho.
Participaram da pesquisa treze trabalhadoras e trabalhadores (dez mulheres e três homens),
todos com vínculo contratual terceirizado, que prestam serviços de limpeza e manutenção em
uma universidade pública brasileira. Foram realizados, na própria instituição, dez encontros
coletivos e uma entrevista individual de caráter semiestruturado. Também foram elaborados
diários de campo por parte dos pesquisadores envolvidos no estudo que posteriormente foram
analisados juntamente com os dados provenientes dos outros recursos e convites
metodológicos.
A partir das sinalizações obtidas no trabalho de campo, observa-se o
tensionamento entre formas de dominação e resistências que estão em jogo no contexto da
universidade e os impactos subjetivos que lhes são subjacentes. Por um lado, é possível observar
formas de controle e dominação materializadas na rigidez das prescrições das tarefas a serem
cumpridas pelos subcontratados, nos processos de vigilância, exclusão e invisibilidade que
atravessam seu cotidiano e o modo como seus direitos trabalhistas são constantemente
de e ei ad , eja a a ala iai ela em e a fan a ma e de a a ecem de
forma repentina sem deixar rastros sobre seu paradeiro. Tais dispositivos de captura produzem
vivências de sofrimento que, como parte de uma dinâmica marcada por medos e constantes
ameaças de punições ou demissão, são silenciadas e pouco compartilhadas pelos/entre os
subcontratados. Vale salientar, em paralelo, a emergência, durante os encontros, de temáticas
referentes a questões étnico raciais e de gênero que trazem consigo a reprodução de injustiças
históricas, desigualdades sociais e lógicas paradigmáticas de exclusão e discriminação
instituídas no seio dos contextos laborais.
Também foi possível observar, por parte dos sujeitos participantes, mobilizações
de diferentes formas de resistência: por meio da produção de mecanismos de defesa contra o
sofrimento, como maneira de buscar não adoecer; pelo envolvimento de caráter político em
movimentos coletivos de lutas em prol da garantia de seus direitos; e até mesmo nos possíveis
quadros de adoecimento que, no limite, representam também uma forma extrema de resistir ao
trabalho extremamente precarizado. Resistências sempre singulares, de diferentes tipos, que se
colocam em jogo em meio aos diversos dispositivos de controle e dominação presentes no
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contexto observado. Identificou-se também que os subcontratados se sentem mais reconhecidos


no trabalho pelos estudantes do que por outros profissionais da universidade. Essas
trabalhadoras e trabalhadores atribuem valor ao seu fazer cotidiano quando afirmam que suas
funções são indispensáveis para a continuidade das atividades de ensino, aprendizagem e
produção de conhecimento da instituição. Trabalho cujos efeitos e relevância são notados,
muitas vezes, somente em situações de paralisação ou greve. Percebidos pela sua ausência.
Fazer que não é visto senão quando não é realizado (Lhuilier, 2012).
Observa-se, portanto, que as formas de resistência analisadas provocam abalos
e incitam reconfigurações micropolíticas na solidez das lógicas instituídas dos contextos
laborais contemporâneos marcados por processos de dominação e exclusão e são fatores
fundamentais para a continuidade da luta pela garantia de direitos e formas de trabalho pautadas
na dignidade da vida. Diante da atualidade do contexto brasileiro, a tarefa de debruçar-se sobre
a temática em questão revela-se enquanto convocação necessária em tempos marcados por
retrocessos de diferentes níveis propagados sob a forma de simulacros desenvolvimentistas que
escondem, em suas intenções, o desmonte de direitos trabalhistas e, no limite, a desabilitação
de direitos de existência.

Considerações Finais
As experiências relatadas nesta apresentação com base em diferentes referenciais
teóricos, abordaram a importância do dispositivo da clínica do trabalho, buscando articulações
entre clínica, política, saúde e trabalho em diálogo constante com campos diversos do saber, na
construção de uma escuta sensível e qualificada às demandas dos trabalhadores.
Com base nestas experiências, busca-se indicar aspectos importantes para a instauração
e legitimação das situações clínicas do trabalho. Sem estes cuidados, não é possível construir
espaços de discussão voltados para afirmar os direitos de trabalho digno, especialmente nos
contextos de precarização crescentes das situações de trabalho contemporâneas, que se
apresentaram de modo significativo nas pesquisas apresentadas.
A inserção das clínicas do trabalho em atividades de ensino, pesquisa e extensão, nos
âmbitos da graduação e da pós-graduação nas instituições de filiação das autoras e autores desta
apresentação, destacam a importância de ampliar na academia a formação crítica e reflexiva
para ações ético-políticas, conectadas com a realidade brasileira e com o contexto adverso do
trabalho contemporâneo, na busca da construção permanente de argumentos e propostas para
intervenções participativas fundadas em relações de confiança e de promoção de saúde do
trabalhador.
Salientamos, à luz da PdT, e em ressonância com as demais abordagens aqui discutidas
com perspectivas inter e transdisciplinares, que o trabalhador é ativo, com a potência para
enfrentar, para transformar a realidade e para emancipação. Porém, esses processos precisam
ser mediados pela criação de espaços de fala e escuta, pela criação de espaços de discussão
sobre a ação no trabalho e as possibilidades de produção de alternativas em direção a saídas
para os impasses e constrangimentos advindos de contextos organizacionais rígidos e
precarizados pela intensificação e controle do trabalho.
Assim, precisamos dar voz e visibilidade aos sujeitos que trabalham e dedicam à
organização seu saber-fazer, o que, por sua vez, torna o trabalho vivo e amplifica possibilidades
de sentido, agregando valor à organização e à sociedade. Tal como proposto pela ótica
dejouriana, a organização não é um bloco imutável e unicamente gerador de adoecimento, mas
passível de transformação, possibilitando novas formas de vida e realização. Ressignificar
histórias de vida marcadas pela dor do fracasso e da humilhação vivenciados no trabalho,
através da escuta atenta e autêntica, fortalecer o tecido social do trabalho e tornar a organização
mais humana e propícia à saúde é o nosso papel e de todas as pessoas implicadas com a defesa
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da vida digna no trabalho e além do trabalho. Os protagonistas dessa nova história a ser
construída coletivamente e ativamente são os trabalhadores.

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