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BIOQUÍMICA – Medicina UMC – 1/2024

TEMA 2 – Citocromo c e proteínas fibrosas

Profa Dra Katia Cristina Ugolini Mugnol


Universidade de Mogi das Cruzes
O material a seguir é para seu uso exclusivo,
sendo PROIBIDO gravar, fotografar, fazer
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ou parcialmente o seu conteúdo.

Art.20 da Lei 10.406


Art.5 da Constituição Federal
Art.184 do Código Penal
PROTEÍNAS GLOBULARES X
PROTEÍNAS FIBROSAS
Estrutura quaternária = estrutura tridimensional de
cadeias polipeptídicas distindas em subunidades que
podem ser iguais ou diferentes

FIBROSAS GLOBULARES

Cadeias dobradas em forma


esférica ou glóbulos.

Geralmente têm diferentes tipos


de estrutura secundária.

Geralmente são proteínas


reguladoras ou enzimas
Mioglobina

Hemoglobina

Citocromo c
Citocromo c
Citocromo - história
- 1880 – MacMunn – físico prático – estudos de tecidos e organismos vivos –
observação de bandas espectroscópicas e estudo de propriedades de óxido-redução de
pigmentos denominados histohematinas ou miomatinas – papel respiratório celular.

- Trabalho criticado por Hoppe-Seyler – bandas seriam de derivados da hemoglobina.


- Bandas foram demonstradas em tecidos de invertebrados (sem hemoglobina).

David Keilin – parasitologista - redescoberta do citocromo


- 1920 – cores da larva da mosca Gastropilus – durante metamorfose cor desaparecia,
mas retornava posteriormente no músculo das asas do inseto adulto.
- 1923 – espectroscopia - presença de quatro bandas típicas (604, 566, 550 e 520nm),
também encontradas em outras espécies animais e vegetais.

- Poder de oxidação e redução – estudos com músculos das asas do bicho da seda
Galleria mellonella – fixação da teoria do citocromo como carreador de elétrons.
. Repouso - Atmosfera com O2 – banda do hemocromo ferroso desaparecia.
. Atividade das asas ou atmosfera com N2 – banda reaparecia.
CITOCROMO - TIPOS
Tipos de citocromo – distinguíveis basicamente pelo espectro de absorção –
depende do grupo lateral que se encontra ao redor do anel porfirínico e da forma
como este se conecta à cadeia proteica.

Citocromo a : possui o Heme A, Citocromo b : possui uma Citocromo c : possui um Heme c


grupo prostético diferente dos protoporfirina férrica IX, similar à ligado covalentemente, através das
demais, com uma longa cauda que ocorre na mioglobina e na pontes tioéster, a dois resíduos de
isoprenóide ligada a um dos anéis. hemoglobina. O heme está ligado cisteína.
É similar à Ubiquinona, também de forma covalente à proteína
conhecida como Coenzima Q da
cadeia respiratória.

Citocromo f – complexo proteico presente na membrana tilacóide dos cloroplastos e possui como sexto
ligante do ferro hemínico a tirosina.
CITOCROMO C – ESTUDO EVOLUTIVO
Proteína conservada no decorrer da evolução – presença em inúmeros organismos –
universalmente distribuída entre os eucariontes
Citocromo c utilizado à partir de 1962 – quantidadede aminoácidos diferentes entre as
sequências era proporcional ao tempoem que viveu o ancestral comum das espécies –
princípio do “relógio evolutivo molecular”

Árvore filogenética criada à partir de estudos com


citocromo c. (Horton. Principles of Biochemistry;
2000)
Citocromo c mitocondrial
- Hemeproteína - pequena – cerca de 104 resíduos de aminoácidos ; FW 12Kda ;
grupo heme único – ligado covalentemente ao polipeptídeo por pontes tioéster.
- Proteína periférica - Localizada na face externa da membrana mitocondrial
interna – vantagens às suas propriedades – fácil dissociação da membrana –
relacionamento por interações eletrostáticas e pontes de hidrogênio.

Codificado por um gene


nuclear – transcrito por um
ribossomo citosólico –
translocado para o interior da
membrana – recebe o grupo
heme.

Participação :
- transporte de elétrons
Esquema das estruturas da - stress oxidativo
mitocôndria (a) e visualização das
mesmas à microscopia eletrônica (b). - apoptose

- estável e resistente a condições analíticas extremas – permite avaliar efeitos de substâncias


específicas sobre sua conformação. É facilmente obtido na forma pura e em altas
concentrações.
Apoptose
PROTEÍNAS GLOBULARES X
PROTEÍNAS FIBROSAS
Estrutura quaternária = estrutura tridimensional de
cadeias polipeptídicas distindas em subunidades que
podem ser iguais ou diferentes

FIBROSAS GLOBULARES

- Cadeias polipeptídicas arranjadas em longos filamentos ou


folhas.
- Estrutura terciária mais simples, geralmente com um único
tipo de estrutura secundária.
- A unidade estrutural fundamental é um elemento simples de
unidade secundária que se repete
- Geralmente atuam na formação, estruturação e proteção
externa de vertebrados = função estrutural
- Conferem força e/ou flexibilidade às estruturas nas quais
ocorrem
- São insolúveis em água pois têm alta concentração de
resíduos de aminoácidos hidrofóbicos no core e superfície da
proteína
- Ex: alfa-queratina, fibroína da seda, colágeno, matriz óssea
Bioquímica – Lehninger – capítulo 4

Colágeno Fibroína da seda

Queratina
Colágeno
COLÁGENO
- Encontrado nos tecidos conectivos – tendões, cartilagens,
matriz orgânica dos ossos e córnea.
- Estrutura secundária única, com sentido anti-horário e
com três resíduos de aminoácido por volta – terceiro é
sempre uma Glicina (representação Gli-X-Y onde o mais
comum é que X seja uma Prolina e Y uma 4-
Hidroxiprolina)
- Forma espiral enrolada mas com estrutura terciária e
quaternária distintas = 3 polipeptídeos separados,
chamados de cadeia alfa, supertorcidos no sentido
horário um sobre os outros.
- Empacotamento das cadeias garante resistência elástica.
- Variabilidade de formas garantem diferentes graus de
resistência.
- Mamíferos têm mais de 30 variantes estruturais e de
sequência de colágenos (específicos para cada função)
A hélice do 3 cadeias a se
colágeno é associam, num
uma giro para a
estrutura direita no sentido
secundária contrário ao da
singular, hélice de
diferente da colágeno,
a-hélice. O formando uma
seu giro é estrutura
para a superenovelada.
esquerda e
possui 3
resíduos de
aminoácidos
Cadeias a do por volta.
colágeno
- Prolina e 4-Hidroxiprolina favorecem torção acentuada
das hélices enquanto a Glicina (em vermelho) garante a
junção.
- Cada cadeia de colágeno possui de 1000 a 1500 aa.
Colágeno é a proteína mais abundante em vertebrados
Da mesma forma que as a-queratinas, o colágeno evloluiu no sentido de
fornecer resistência mecânica.
É encontrada em tecidos conjuntivos como tendões, cartilagens, na matriz
orgânica dos ossos e na córnea dos olhos.
COO COO
O colágeno apresenta, em geral H H
uma unidade repetitiva C C
+ +
H2N CH2 H2N CH2
tripeptídica
Gly-X-Pro ou Gly-X-HyPro, H2C CH H2C CH2
OH Prolina
onde X pode ser qualquer 4 Hidroxiprolina
resíduo de aminoácido. Apenas
os resíduos de glicina podem ser
acomodados nas junções
extremamente estreitas
existentes entre as cadeias a
individuais.

O colágeno
predominante
apresenta 35% de
glicina, 11% de
alanina e 21% de
prolina e
hidroxiprolina Glicina
Tropocolágenos alinhados de
forma escalonada e com
ligações cruzadas, formando
estrias transversais
características (visíveis por
microscopia eletrônica) =
Fibrilas de colágeno

1 Angstron = 0,1 nanômetro


Livro – Bioquímica Ilustrada
Colágeno I – 1mg/mL - (Mica 5 x 5 mm + 10 uL solução – Scanner 125 um – 160924 192921)
Colágeno 1,9 mg/mL – 3 campo mais extremo
COLÁGENO X ENVELHECIMENTO DA PELE
O aumento na rigidez e a
inelasticidade do tecido
conjuntivo, à medida que as
pessoas envelhecem, resulta
de um acúmulo de ligações
covalentes cruzadas nas
-CH-CH2-CH2-CH2-CH=N-CH2-CH-CH2-CH
fibrilas de colágeno.
OH

resíduo lisina menos


o e-amino grupo hidroxilisina
-CH-CH2-CH2-CH2-CH=N-CH2-CH-CH2-CH NH NH
OH
CH-CH2-CH2-CH2-CH=N-CH2-CH-CH2-CH

OH
C=O C=O
Desidrohidroxilisina norleucina
DOENÇAS do COLÁGENO
COLAGENOPATIAS
Defeitos em qualquer um dos
muitos passos da síntese das
fibras do colágeno podem
resultar em doenças genéticas
envolvendo a incapacidade do
colágeno em formar fibras
adequadamente e, assim, prover
os tecidos com a necessária
resistência à tensão
normalmente promovida pelo
colágeno.

Mais de 1.000 mutações foram


identificadas em 23 genes que
codificam 13 tipos de colágeno.
SÍNTESE DO COLÁGENO Livro: Bioquímica Ilustrada – Denise R Ferrier –
páginas 45 a 49
Livro: Bioquímica Ilustrada – Denise R Ferrier
https://step1.medbullets.com/biochemistry/102078/collagen

A síntese do colágeno ocorre intracelularmente, por


diferentes tipos celulares, principalmente por
condroblastos (tecido cartilaginoso), fibroblastos (tecido
conjuntivo) e osteoblastos (tecido ósseo)
Osteogênese imperfeita (OI)

Também conhecida como “ossos de vidro” e “doença de Ekman


Lobstein”.

Hereditária – afeta 1 em 20.000

Resulta de deficiência na produção de colágeno I ou de proteínas


essenciais para o seu processamento. Mais de 80% dos são causados
por mutações dominantes nos genes que codificam as cadeias a1 ou a2
no colágeno tipo I.

As mutações mais comuns causam a substituição de resíduos de


glicina (em –Gly–X–Y–) por aminoácidos com cadeias laterais
volumosas.
Troca de uma glicina por
alanina

Interrupção da sequência Gly-


X-Y implica em perda da
estrutura superhelicoidal na
região = fragilidade da fibra
Osteogênese imperfeita (OI)

Deficiência de colágeno afeta ossos, pele e vasos sanguíneos.

Fragilidade óssea difusa anormal, às vezes acompanhada de surdez


sensorineural, escleróticas azuladas, dentinogênese imperfeita (dentes
escuros e frágeis) e hipermobilidade articular. Deformidade na caixa
torácica pode levar a complicações pulmonares ou cardíacas).

O diagnóstico costuma ser clínico. Nem todos os pacientes têm


detectadas mutações no DNA.

Há 4 tipos, sendo que em todos de 50 a 65% dos pacientes têm perda de


audição.
Osteogênese imperfeita – tipo I
Autossômica dominante.

Forma mais leve.


Os sinais e sintomas de alguns pacientes
limitam-se às escleróticas azuladas (em
decorrência de uma deficiência do tecido
conetivo, o que permite que os vasos
subjacentes sejam visíveis) e às dores
musculoesqueléticas devido à
hipermobilidade articular.

Fraturas recorrentes podem estar


presentes na infância.

Pode aparecer entre 20 e 30 anos de


idade por perda de resistência óssea.
Osteogênese imperfeita – tipo II
Autossômica recessiva.

Osteogênese imperfeita congênita ou


tipo neonatal letal.

Forma mais grave e letal.

As fraturas múltiplas congênitas


provocam encurtamento das
extremidades. As escleróticas são
azuis.

O crânio é mole e, quando palpado, dá


a sensação de um “saco de ossos”.

Como o crânio é mole, traumas de


parto podem provocar hemorragia
intracraniana e natimorto ou recém-
nascidos que morrem subitamente
durante os primeiros dias ou semanas
de vida.
Osteogênese imperfeita – tipo III
Autossômica recessiva.

Forma não letal mais grave de


osteogênese imperfeita.

Pacientes com o tipo III têm baixa


estatura, curvatura da coluna e
fraturas múltiplas recorrentes.
Deformidades aumentam à partir das
fraturas espontâneas e do
encurvamento dos ossos.

Macrocefalia, face triangular e


deformidades do tórax são frequentes.

A esclerótica azul é variável.

Paciente com osteogênese grave


imperfeita que tem tórax em barril, coluna
vertebral curvada, deformidades ósseas
graves, frouxidão articular e deficit no
desenvolvimento muscular
Osteogênese imperfeita – tipo IV
Autossômica dominante.
Hormônio do crescimento auxilia no
Intermediário em gravidade. tratamento (o mesmo para a tipo I).

A taxa de sobrevida é elevada. Bifosfonatos são usados para


aumentar a densidade óssea e
Fraturas ósseas podem acontecer na diminuir a dor e o risco de fraturas.
infância antes da adolescência. Comuns - pamidronato IV (0,5 a 3
mg/kg, uma vez ao dia por 3 dias,
A esclerótica tem cor tipicamente repetido conforme necessário a cada 4
normal. a 6 meses) ou alendronato oral (1
mg/kg, no máximo 20 mg uma vez ao
dia.
A altura é moderadamente
prejudicada. Podem ter deformidades Cirurgias ortopédias, fisioterapia e
moderadas na coluna e curvatura nos terapia ocupacional diminuem risco de
ossos longos. fraturas.

O diagnóstico preciso é importante, Possibilidade de implante coclear se há


pois esses pacientes podem ser perda de audição
beneficiados pelo tratamento.
Síndrome de Ehlers Danlos (SED)

Hereditária (autossômica dominante). Doença do tecido


conjuntivo decorrente de erros inatos do metabolismo de
fibrilas de colágeno.

Caracterizada por hipermobilidade articular, hiperelasticidade


dermal e fragilidade tecidual generalizada. O diagnóstico é
clínico.

O tratamento é de suporte.
Síndrome de Ehlers Danlos
Diferentes mutações gênicas
afetam a quantidade, a estrutura ou
o conjunto dos diferentes
colágenos.

Pode ser causada por uma Existem 6 tipos principais:


deficiência de enzimas de •Clássica
processamento de colágeno (p. ex., •Hipermobilidade
lisil-hidroxilase ou N-pró-colágeno •Vascular
peptidase) ou de mutações na •Cifoescoliose
sequência de aminoácidos dos tipos •Artrocalasia
de colágeno I, III e V. •Dermatosparaxis
Forma clássica da SED - causada por Há outros tipos raros ou de difícil
defeitos no colágeno do tipo V - classificação.
caracterizada pela extensibilidade e
fragilidade da pele e hipermobilidade
articular A forma vascular, devido a defeitos no
colágeno tipo III, é a forma mais grave da
SED, porque está associada à ruptura arterial,
potencialmente letal.
Síndrome de Ehlers Danlos - complicações

Pequenos traumas – ferimentos extensos,


com pouco sangramento.

Fechamento cirúrgico dificultado (fragilidade


do tecido aos pontos)

Frequente – pequenos derrames articulares,


luxações e deslocamentos; hérnias
gastrointestinais e divertículos.

25% – apresentam cifoescoliose.


20% - têm deformidades toráricas
5% - têm pés equinovaros
90% - apresentam pés planos (chatos)
1% - desenvolvem displasia de quadril

Formas graves – prolapso valvular, fístula


arteriovenosa, ruptura visceral,
pneumotórax.
Síndrome de Alport
Nefrite hereditária, geneticamente
heterogênea.

Síndrome nefrítica (hematúria,


proteinuria, hipertensão, insuficiência
renal eventual), geralmente
acompanhada de surdez neurossensorial
e, menos comumente, de doenças
oftálmicas.

A causa é uma mutação genética que


afeta o colágeno tipo IV.

O diagnóstico é feito por história familiar,


exame de urina e biópsia (renal ou de
pele).

Tratamento comum aos das IRC, com


possibilidade de transplante renal.
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-
geniturin%C3%A1rios/doen%C3%A7as-glomerulares/s%C3%ADndrome-de-alport?query=alport
Síndrome de Alport

A doença é mais comumente herdada ligada a cromossomo X, apesar de


existir uma variedade autossômica recessiva e, raramente, há variedades
autossômicas dominantes.

Casos com herança ligada ao X podem ser clinicamente classificados como:


Forma juvenil (insuficiência renal se desenvolve entre 20 e 30 anos); Forma
adulta (insuficiência renal se desenvolve em pessoas > 30 anos).

Mutação no genes COL4A3, COL4A4, e COL4A5 que codifica a cadeia alfa-


5 do colágeno tipo IV e produz fitas alteradas de colágeno tipo IV.

O mecanismo pelo qual essa alteração causa doença glomerular é


desconhecido, mas presume-se que haja alteração de estrutura e função;
na maioria das famílias ocorre espessamento e adelgaçamento das
membranas basais glomerulares e tubulares, com multilaminação da
lâmina densa em uma distribuição focal ou local (padrão lamelar).
Eventualmente, evolui para cicatriz e fibrose intersticial.
LEITURA
Relações entre escorbuto, vitamina C e colágeno
Livro: Bioquímica Ilustrada – Denise R Ferrier
a-Queratina
a-Queratina
As α-queratinas são proteínas fibrosas encontradas somente
em mamíferos.

Constituem praticamente todo o peso seco de cabelos, pelos,


unhas, garras, penas, chifres, cascos e grande parte da
camada mais externa da pele.

Fazem parte da família de proteínas ditas FI (filamento


intermediário), junto com proteínas encontradas no
citoesqueleto de células animais.

Têm função estrutural, assim como todas as proteínas FI.

É rica em resíduos hidrofóbicos de alanina, valina, leucina,


isoleucina, metionina e fenilalanina
- A queratina é possui estrutura secundária –
alfa-hélice voltada para a direita.

Duas fibras de α-queratina,


orientadas em paralelo (com
os respectivos
aminoterminais na mesma
extremidade), enrolam-se
uma sobre a outra, formando
uma espiral enrolada
supertorcida (confere força e
resistência) = estrutura
terciária e quaternária
moduladas por esse arranjo

O sentido da hélice das Nas α-queratinas, as ligações


estruturas supertorcidas é
anti-horário, oposto ao da α- entre as cadeias que estabilizam a
hélice. estrutura quaternária são ligações
dissulfeto.
FIGURA 4‐11 Estrutura do cabelo. (a) A α-queratina do cabelo é uma
longa α-hélice com elementos mais densos próximos às extremidades
amino e carboxiterminais. Pares dessas hélices estão enrolados em um
sentido anti-horário para formar as duas cadeias em espiral enrolada.
Estas, por sua vez, combinam-se em estruturas mais complexas,
chamadas de protofilamentos e protofibrilas. Cerca de quatro
protofibrilas (32 moléculas de α-queratina ao todo) combinam-se para
formar um filamento intermediário. As duas cadeias em espiral enrolada
das várias subestruturas também parecem estar entrelaçadas, mas a
orientação destas torções e outros detalhes estruturais não são
conhecidos. (b) O cabelo é um conjunto de filamentos de α-queratina,
formado pelas subestruturas mostradas em (a). [Fonte: (a) PDB ID
3TNU, C. H. Lee et al., Nature Struct. Mol. Biol. 19:707, 2012.
Estrutura do fio do cabelo

- 2 peptídeos alfa-helicoidais
enrolados em sentido anti-
horário = protofilamento.

- 4 protofilamentos =
protofibrila

- - 4 protofibrilas (= 32
moléculas de alfa-
queratina) = filamento
intermediário

As ligações entre as cadeias que


estabilizam a estrutura
quaternária são ligações
dissulfeto.
A queratina na conformação a só ocorre em mamíferos. Cada mamífero possui
cerca de 30 variantes de queratina, cuja expressão varia de tecido para tecido.

Pontes dissulfeto inter cadeia estabilizam estas estruturas.

Nas a queratinas mais rígidas, como a dos chifres dos rinocerontes, até 18%
dos resíduos de aminoácidos são cisteínas envolvidas em pontes dissulfeto.
As a-queratinas
expostas ao calor
úmido podem ser
esticadas e
assumirem a
conformação ,
com o resfriamento
há reversão .

Bioquímica do
“permanente”
LEITURA

ELASTINA
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9
788582714867/pageid/58
ROTEIRO DE ESTUDOS

1. Qual a estrutura do citocromo c ?


2. Qual o papel biológico do citocromo c respiratório no organismo humano?
3. Como o citocromo c respiratório se relaciona ao processo de apoptose?
4. Quais as diferenças fundamentais entre proteínas globulares e proteínas fibrosas?
5. Como se estrutura o colágeno?
6. Quais características funcionais e estruturais do colágeno são modulados por sua estrutura
característica?
7. Qual o papel da glicina no colágeno e como sua substituição pode afetar a estrutura e a função desta
proteína fibrosa?
8. Por qual motivo a prolina e a 4-hidroxiprolina são os constituintes da maior parte dos diferentes
tipos de colágeno?
9. O que são as fibrilas de colágeno?
10. Como o envelhecimento afeta o colágeno?
11. Quais patologias podem ser associadas a problemas na estruturação do colágeno e como elas se
caracterizam?
12. Qual a estrutura da alfa-queratina?
13. O que são as protofibrilas, os protofilamentos e os filamentos intermediários?
14. Como as pontes dissulfeto afetam a estrutura da alfa-queratina?
15. Como se estrutura a fibroína da seda?
16. Quais as diferenças fundamentais entre a fibroína da seda e o colágeno e a alfa-queratina?
17. Como a estrutura da fibroína da seda confere flexibilidade às teias de aranha?
18. Porque a fibroína da seda difere de outras proteínas fibrosas quanto à elasticidade e porque isso
ocorre?

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