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ARTIGO ARTICLE 141

Comparação do registro da produção


ambulatorial em oncologia no Sistema
Único de Saúde

A comparative analysis of the ambulatory care


production register in oncology in the Brazilian
Unified Health System

Saint Clair S. Gomes Jr. 1


Rosimary T. Almeida 1

Abstract Introdução

1 Instituto Alberto Luiz The response of healthcare services to new infor- O controle do câncer envolve um conjunto de
Coimbra de Pós-graduação
mation systems depends upon, among other ações nas mais diversas áreas. Uma dessas áreas
e Pesquisa de Engenharia,
Universidade Federal factors, their local organization. This study é a assistência oncológica, que, devido ao uso
do Rio de Janeiro, aimed at comparing the chemotherapy and ra- de tecnologias de alta complexidade e custo,
Rio de Janeiro, Brasil.
diotherapy production registers for the cities Rio demanda consideráveis recursos do Sistema
Correspondência de Janeiro and Belo Horizonte, Brazil, in the Único de Saúde (SUS) 1. Percebendo a necessi-
S. C. S. Gomes Jr. Ambulatory Information System of the Unified dade de criar mecanismos de controle e avalia-
Programa de Engenharia
Brazilian Health System (in Portuguese, SUS) ção da assistência oncológica prestada à popu-
Biomédica, Instituto Alberto
Luiz Coimbra de between November/1998 and February/2003. lação, o Ministério da Saúde (MS), em parceria
Pós-graduação e Pesquisa Both cities showed a pattern of increase for the com o Instituto Nacional de Câncer (INCA),
de Engenharia, Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
chemotherapy production series, while the ra- elaborou o Programa de Avaliação e Controle
C.P. 68.510, diotherapy series showed such increase only for em Oncologia, pioneiramente implementado
Cidade Universitária, Rio de Janeiro. Comparing Box-Jenkins models nos municípios de Belo Horizonte, Minas Ge-
Rio de Janeiro, RJ
21945-970, Brasil.
for each series, Rio de Janeiro showed a delay of rais, e Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro.
saint@peb.ufrj.br three months in recording production, due to Como principais pontos desse programa, pode-
public services. In Belo Horizonte, the delay was se destacar: auditorias permanentes nos servi-
shorter than in Rio de Janeiro and there was no ços de assistência oncológica, treinamento dos
difference between public and non-public ser- funcionários desses serviços para o preenchi-
vices. The observed differences between the cities mento dos novos formulários de controle da
seem to be associated with the fact that Belo produção realizada, incentivo ao desenvolvi-
Horizonte already had a mechanism to control mento de sistemas de informação específicos
and evaluate production before the introduc- para o faturamento dos procedimentos onco-
tion of the system in 1998. lógicos e outros 2.
A experiência adquirida durante a implan-
Time Series; Ambulatory Care Information Sys- tação do Programa de Avaliação e Controle em
tems; Medical Oncology Oncologia serviu de base para uma completa
reformulação do sistema de cobrança dos pro-
cedimentos oncológicos junto ao SUS, oficiali-
zada pelas portarias GM/MS 3.535 (Diário Ofi-
cial da União 1998; 14 out) e GM/MS 3.536 (Diá-

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rio Oficial da União 1998; 14 out). As principais Materiais e métodos


ações para essa reformulação foram: inclusão
de normas e procedimentos para o cadastra- Para este trabalho, foram utilizados dados da
mento de um prestador de serviço como Centro produção de serviços oncológicos dos municí-
de Alta Complexidade em Oncologia (CACON); pios do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, fa-
alteração nas descrições e valores dos procedi- turados no período de novembro de 1998 (mês
mentos de quimioterapia e de radioterapia; in- de implantação do módulo de oncologia no
corporação definitiva dos procedimentos de APACSIA/SUS) a fevereiro de 2003. Esses muni-
quimioterapia e de radioterapia ao Sistema de cípios foram selecionados por apresentarem
Informação das Autorizações de Procedimen- similaridade no perfil epidemiológico da po-
tos de Alta Complexidade (APACSIA/SUS) e ou- pulação, serem centros de referência para seus
tras 3. respectivos Estados e, ainda, por apresentarem
A reformulação também implementou a processos diferenciados de implantação do
necessidade de autorização prévia para a reali- módulo de oncologia do APACSIA/SUS. Quanto
zação dos procedimentos de quimioterapia e a esse último aspecto, cabe ressaltar que o Mu-
de radioterapia. Essa autorização é concedida nicípio de Belo Horizonte, diferentemente do
mediante a apresentação do laudo de solicita- Rio de Janeiro, participou do Programa de Ava-
ção de procedimentos oncológicos. As infor- liação e Controle em Oncologia e possuía, des-
mações desse laudo são parcialmente repassa- de 1993, uma política de avaliação e controle
das ao formulário de Autorização de Procedi- da produção de procedimentos de alta comple-
mentos de Alta Complexidade em Oncologia xidade 6. Por outro lado, o Município do Rio de
(APAC-Oncologia) e, posteriormente, sistema- Janeiro destaca-se por apresentar a maior rede
tizadas na base de dados do módulo de onco- pública de prestadores de serviço do país, in-
logia do APACSIA/SUS. Esse módulo é utiliza- cluindo as três unidades de serviço do INCA 7.
do para controlar o reembolso da produção de As séries históricas utilizadas neste traba-
quimioterapia e de radioterapia realizada pelas lho foram construídas a partir de dados dispo-
unidades prestadoras de serviço do SUS. O mó- nibilizados pelo DATASUS (Departamento de
dulo de oncologia do APACSIA/SUS armazena, Informática do SUS), no seguinte endereço ele-
além de dados de produção, uma série de da- trônico: ftp://msbbs.datasus.gov.br/Arquivos_
dos de interesse clínico-epidemiológico, tais Publicos/. Todo o processo de manipulação
como: localização primária do tumor, estadia- desses dados e a construção de um arquivo de
mento, finalidade do tratamento etc. 3. dados integrando diferentes períodos de fatu-
A associação dos dados armazenados no ramento são descritos em trabalho anterior 8.
APACSIA/SUS a outros conjuntos de dados dis- Após a obtenção da base de dados para a reali-
poníveis no SUS (produção hospitalar, mortali- zação deste trabalho, foram selecionadas as se-
dade etc.) torna-se um importante ingrediente guintes variáveis:
na construção de indicadores de avaliação e • Data de competência da APAC: data que
controle das políticas públicas de controle e define o período de faturamento da APAC-On-
prevenção do câncer 4. Contudo, antes de obter- cologia;
se tais indicadores, torna-se necessário avaliar • Tipo de tratamento realizado: quimiotera-
a qualidade do dado armazenado. Essa avalia- pia ou radioterapia;
ção envolve uma seqüência de análises que • Tipo de prestador de serviço: público (rede
abordam desde os atributos técnicos do siste- própria, municipal, estadual e federal ou uni-
ma, passando pela capacidade do usuário em dades universitárias financiadas pelo setor pú-
responder adequadamente ao sistema, até os blico), contratado (unidades privadas, inclusive
impactos resultantes de sua utilização 5. universitárias, e filantrópicas conveniadas ao
Tendo essa motivação, este trabalho visa SUS);
comparar o padrão de registro dos dados da • Município no qual o procedimento foi rea-
produção ambulatorial de quimioterapia e de lizado: Belo Horizonte ou Rio de Janeiro.
radioterapia dos serviços de dois municípios As séries históricas, estudadas neste traba-
com demandas semelhantes, porém com dife- lho, representam a quantidade de APAC-Onco-
rentes experiências de implantação do módulo logia faturadas mensalmente pelos prestadores
de oncologia do APACSIA/SUS. Com isso, bus- de serviço de cada município. A apresentação
ca-se avaliar o potencial dos dados de cada mensal da produção realizada de quimiotera-
uma dessas realidades na construção de ins- pia e de radioterapia é o que garante o ressarci-
trumentos de apoio ao planejamento e gestão mento do tratamento prestado aos casos de
de políticas de prevenção e controle do câncer. câncer para os prestadores de serviços oncoló-
gicos do SUS (públicos e contratados). Devido

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PRODUÇÃO AMBULATORIAL EM ONCOLOGIA NO SUS 143

a essa característica, os prestadores de serviço lores de AIC e SBC, melhor o ajuste do modelo
apresentam diferentes volumes mensais de proposto aos dados observados 10.
produção, o que prejudicaria as comparações. Dois pontos devem ser observados durante
Para poder comparar prestadores de serviço o processo de ajuste de uma série temporal ao
com diferentes volumes de produção, optou-se modelo de Box-Jenkins: período de observa-
por padronizar cada uma das séries pelos seus ção, que deve ser grande (n > 50), e distribui-
respectivos valores máximos observados. A pa- ção dos valores observados, que deve estar em
dronização realizada apenas reduz a escala dos torno de um valor médio constante. A última
valores da variável observada (quantidade de condição garante a estabilidade da série. Para
APAC-Oncologia apresentada no mês) para o séries não-estacionárias, é necessário que se-
intervalo entre zero e um, não alterando, entre- jam aplicadas técnicas de estabilização, tais
tanto, o padrão de distribuição dos valores da como: diferenças sucessivas da série original,
série. aplicação da função logaritmo, transformação
Para descrever e modelar eventuais padrões de Box-Cox etc. 9. A técnica de estabilização es-
de tendência, sazonalidade e, também, a estru- colhida foi a de diferenças sucessivas, que,
tura de dependência temporal da série, foi es- além da fácil implementação, apresenta bons
colhida a técnica de Box-Jenkins. De acordo com resultados quanto à suavização da componen-
Moretin & Toloi 9, essa técnica envolve um ci- te de tendência observada 9. Os modelos de
clo interativo baseado em três estágios, que são: Box-Jenkins ajustados a partir de séries dife-
• Identificação: realizada com auxílio de grá- renciadas são denominados Auto-Regressivos-
ficos dos dados brutos e das funções de autocor- Integrados-Média-Móveis (ARIMA) com parâ-
relação (FAC) e autocorrelação parcial (FACP). metros “p”, “d” e “q”, nos quais, “p” e “q” repre-
A análise da FAC e da FACP auxilia na identifi- sentam o número de observações passadas, e
cação da estrutura de formação da série, que “d”, o número de diferenças realizadas na série.
pode ser: auto-regressiva (AR) – quando o mo- Neste trabalho, a notação utilizada para re-
delo descreve uma série cujo valor presente é presentação dos parâmetros do modelo de Box-
uma combinação linear de “p” valores defasa- Jenkins foi a seguinte:
dos da própria série; média-móvel (MA) – quan- • Zt: para representar a quantidade de APAC-
do o modelo descreve uma série cujo valor pre- Oncologia apresentada em um determinado
sente é uma combinação linear de “q” diferen- mês “t” observado;
ças passadas dos valores observados em rela- • Zt-i: para representar a quantidade de APAC-
ção ao valor esperado para o mesmo período Oncologia apresentada em meses anteriores ao
observado (componente aleatório, ruído bran- mês “t” observado, com i variando de 1 até n-1;
co ou choque aleatório); ou uma combinação • at: para representar uma componente alea-
das estruturas AR e MA (ARMA). A análise da tória que o conjunto de dados observados não
FAC e da FACP também auxilia na definição do consegue explicar. Essa componente é calcula-
número máximo de parâmetros “p” e “q” que da considerando:
devem ser incorporados ao modelo 10; at = Zt - Ẑt ,
• Estimação: obtenção dos coeficientes de na qual, Zt representa a quantidade apresentada
ajuste do modelo de Box-Jenkins. Para estimar de APAC-Oncologia em um determinado mês “t’,
esses coeficientes, foi utilizada a função de ve- e Ẑt representa a quantidade esperada de APAC-
rossimilhança dos dados observados. Métodos Oncologia para um determinado mês “t”.
tradicionais de ajuste de modelos lineares (MQO: O módulo ETS (Estimation Time Series), do
Mínimos Quadrados Ordinários; e MQG: Míni- pacote estatístico SAS versão 8.2 (SAS Institute,
mos Quadrados Generalizados) não são ade- Cary, Estados Unidos), foi utilizado para iden-
quados, devido à presença de autocorrelação tificação, ajuste e escolha do modelo de Box-
serial do erro aleatório 11,12. Jenkins mais adequado a cada série.
• Diagnóstico: seleção do “melhor modelo”
por meio do critério de parcimônia, ou seja,
melhor ajuste com o mínimo de parâmetros. O Resultados
diagnóstico de ajuste dos modelos de Box-Jen-
kins foi realizado por meio da análise dos coe- Os dois municípios apresentam-se similares
ficientes AIC (Akaike’s Information Criterion) e quanto à distribuição percentual de casos no-
SBC (Schwars’s Bayesian Criterion). Esses coe- vos de câncer e de óbito, para os principais ti-
ficientes utilizam, para a escolha do “melhor pos de tumores, e por gênero, apesar de o Rio
modelo”, informação da função de verossimi- de Janeiro apresentar população e taxa bruta
lhança, do número de parâmetros e do tama- de incidência de câncer maior do que Belo Ho-
nho da amostra utilizada. Quanto menor os va- rizonte. A produção de quimioterapia e radio-

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terapia dos dois municípios é também similar crescimento em todas as séries de produção.
tanto para a quantidade total de procedimen- Para retirar ou suavizar essa tendência, optou-
tos quanto para os percentuais por tipo de pro- se por tomar diferenças sucessivas dos valores
cedimento, apesar de o Rio Janeiro ter um nú- da própria série. A análise das FAC e FACP das
mero maior de unidades prestadoras de servi- séries diferenciadas indicou que o procedi-
ço, sendo 69% dessas públicas (Tabela 1). mento foi suficiente para suavizar a compo-
A Figura 1 apresenta as séries históricas de nente de tendência observada nas séries origi-
quantidade de APAC-Oncologia de cada muni- nais. O resultado final do processo de ajuste
cípio, estratificadas por tipo de tratamento (qui- das séries aos modelos de Box-Jenkins encon-
mioterapia e radioterapia). Para essas séries, é tra-se representado na Tabela 2, no qual pode-
possível perceber que: se destacar que:
• as séries de quimioterapia de ambos os mu- • Modelo 1: a série de quimioterapia do Rio
nicípios apresentam tendência de crescimento de Janeiro ajusta-se a um modelo auto-regres-
no período observado. No início da implanta- sivo com parâmetro 3 – AR(3). Esse modelo in-
ção do sistema, o Rio de Janeiro apresentava dica que, para determinar a tendência da série,
produção inferior à observada em Belo Hori- são necessários três meses de observação. O
zonte. A diferença observada entre os dois mu- modelo para o prestador público (Modelo 1A) é
nicípios foi sendo reduzida ao longo do perío- semelhante ao do município como um todo.
do, tendo o Rio de Janeiro superado a produ- No entanto, o prestador contratado apresenta
ção de Belo Horizonte nos dois últimos anos da dependência temporal menor, pois se ajusta a
série (Figura 1a); um modelo AR(2), como mostra o Modelo 1B;
• a série de radioterapia de Belo Horizonte • Modelo 2: a série de radioterapia do Rio de
apresenta estabilidade temporal, com uma mé- Janeiro ajusta-se a um modelo ARMA(3,1) – au-
dia 621 APAC-Oncologia de radioterapia por to-regressiva e média-móvel com parâmetros 3
mês. É possível perceber que a série de radiote- e 1. O ajuste desse modelo indica que apenas
rapia do Rio de Janeiro apresenta maior varia- as observações passadas não são suficientes
bilidade do que a série de Belo Horizonte e, tam- para explicar o atual padrão de tendência da
bém, uma tendência de crescimento ao longo série, pois existem fatores aleatórios que o con-
do período (Figura 1b). junto de dados considerados não consegue ex-
A Figura 2 ilustra as séries padronizadas da plicar. Observa-se que o padrão geral de for-
produção de APAC-Oncologia estratificadas mação da série do município é determinado
por tipo de procedimento e prestador de servi- pelo prestador público (Modelo 2A). O presta-
ço para ambos os municípios, nas quais, obser- dor contratado (Modelo 2B) apresenta estrutu-
va-se que: ra AR(1), o que denota uma menor dependên-
• existe uma tendência maior de crescimento cia temporal entre seus valores;
da produção de quimioterapia nos períodos • Modelo 3: a série de quimioterapia de Belo
iniciais (novembro de 1998 a maio de 2001) para Horizonte apresenta estrutura de tendência
os prestadores públicos. A partir daí, a tendên- AR(1), o mesmo ocorrendo para ambos os tipos
cia de crescimento é semelhante, independen- de prestadores de serviço (Modelo 3A e 3B);
te do tipo de prestador analisado (Figura 2a); • Modelo 4: a série de radioterapia de Belo
• existe uma tendência de crescimento para Horizonte apresenta estrutura de tendência
ambos os tipos de prestadores. A série dos pres- AR(2), sendo toda a produção oriunda de pres-
tadores contratados apresenta tendência de alta tadores contratados.
até outubro de 2002, retornando, a partir de no- A partir desses resultados, verifica-se que o
vembro de 2002, ao mesmo patamar de produ- padrão de registro da produção de quimiotera-
ção observado em fevereiro de 2002 (Figura 2b); pia e radioterapia no Município do Rio de Ja-
• a série de produção de radioterapia de Belo neiro (Modelo 1 e 2) encontra-se significativa-
Horizonte apresenta-se estável, destacando-se mente associado à produção de até três meses
o fato de que essa produção, em Belo Horizon- passados. Verifica-se também que o padrão de
te, é realizada apenas pelos prestadores contra- registro dos dados observados no município se
tados (Figura 2c); caracteriza pela produção das unidades públi-
• existe uma tendência de crescimento da cas (Modelo 1A e 2A). Em Belo Horizonte, o pa-
produção de APAC-Oncologia para ambos os drão de registro da produção de quimioterapia
tipos de prestadores, ocorrendo, contudo, uma (Modelo 3) está associado à produção do mês
maior estabilidade na série de produção do anterior, enquanto que o padrão de radiotera-
prestador público (Figura 2d). pia (Modelo 4) está associado à produção de
A análise das funções FAC e FACP para to- dois meses anteriores.
das as séries (Figura 2) indicou tendência de

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PRODUÇÃO AMBULATORIAL EM ONCOLOGIA NO SUS 145

Tabela 1

Características demográficas, epidemiológicas e de produção dos dois municípios.

Variáveis Rio de Janeiro Belo Horizonte


N % N %

População* 5.988.642 – 2.294.226 –

Taxa bruta de incidência de câncer por gênero*


Geral 427,92 – 315,52 –
Feminina 440,84 – 326,03 –
Masculina 413,31 – 303,78 –

Estimativa do número de casos novos


para os principais tumores*
Geral 25.630 – 7.240 –
Pele não melanoma 3.740 15 1.300 18
Mama 3.800 15 860 12
Traquéia, brônquios, pulmões 1.860 7 380 5
Estômago 1.110 4 400 6
Colo do útero 970 4 300 4
Próstata 2.060 8 600 8
Cólon e reto 1.900 7 380 5
Esôfago 370 1 210 3
Leucemia 500 2 180 2
Boca 950 4 210 3
Pele melanoma 260 1 70 1
Outras localizações 8.110 32 2.350 32

Quantidade de óbitos por câncer


para os principais tumores**
Geral 10.213 – 3.427 –
Traquéia, brônquios, pulmões 1.447 14 315 9
Mama 1.001 10 261 8
Cólon e reto 912 9 230 7
Estômago 687 7 270 8
Próstata 607 6 197 6
Boca 483 5 126 4
Leucemia 390 4 165 5
Outras localizações 4.686 46 1.863 54

Quantidade e tipo de prestadores***


Geral 13 – 9 –
Contratado 4 31 7 78
Público 9 69 2 22

Quantidade e tipo de procedimentos


registrados por tipo de unidade***
Geral 265.674 – 281.255 –
Quimioterapia geral 232.183 87 248.961 89
Unidade contratada 6.034 3 217.695 87
Unidade pública 226.149 97 31.266 13
Radioterapia geral 33.491 13 32.294 11
Unidade contratada 12.464 37 32.294 100
Unidade pública 21.027 63 0 0

* Estimativas de incidência e mortalidade por câncer no Brasil.


(http://www.inca.gov.br, acessado em 26/Mai/2005).
** Sistema de Informação sobre Mortalidade.
(http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/sim/obtmap.htm, acessado em 26/Mai/2005).
*** Sistema de Informação Ambulatorial das Autorizações de Procedimentos de Alta Complexidade.
(http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/sia/pamap.htm, acessado em 26/Mai/2005).

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Figura 1

Série histórica da quantidade de APAC-Oncologia por tipo de tratamento e município de análise,


no período de novembro de 1998 a fevereiro de 2003.

a) Quimioterapia b) Radioterapia

7.000 1.200

6.000 1.000

5.000
800

4.000

Quantidade apresentada
Quantidade apresentada

600
3.000
400
Belo Horizonte
2.000 Belo Horizonte
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro 200
1.000

0
0

nov/98 nov/99 nov/00 nov/01 nov/02 nov/98 nov/99 nov/00 nov/01 nov/02
Competencia da APAC
Competencia da APAC

Discussão de quimioterapia e de radioterapia das unida-


des públicas do Rio de Janeiro; dois meses, pa-
As séries históricas de produção de quimiote- ra as séries de quimioterapia de unidades con-
rapia (Figura 1a) mostraram que ambos os mu- tratadas do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte;
nicípios apresentam uma tendência de cresci- e de um mês, para a série de radioterapia de
mento da produção. Essa tendência é maior pa- unidade contratada do Rio do Janeiro e de qui-
ra o Rio de Janeiro, que, apesar de ter iniciado mioterapia para as unidades públicas e contra-
com um menor volume de produção, finalizou tadas de Belo Horizonte (Tabela 2). Dessa for-
o período de observação com valores superio- ma, os modelos confirmam as hipóteses obti-
res aos observados para Belo Horizonte. Para a das na descrição das séries quanto ao maior
radioterapia (Figura 1b), no entanto, as séries atraso do registro da produção do Rio de Janei-
apresentam características bem distintas, sen- ro, em especial, para as unidades públicas. A
do a produção de Belo Horizonte relativamen- dependência máxima obtida nos modelos coin-
te estável e a do Rio de Janeiro mantendo, além cide com o prazo máximo de faturamento das
de muita irregularidade no padrão, tendência APAC-Oncologia, que é de três meses. Assim, o
de crescimento. Contudo, no final da série, es- máximo de tempo que uma unidade pode atra-
se padrão perde força, o que pode ser um refle- sar é de três meses, o que ocorre para as unida-
xo do empenho das unidades em aprimorarem des públicas do Rio de Janeiro. Cabe conside-
os seus sistemas de faturamento. A tendência rar que as unidades públicas do Rio de Janeiro,
de alta nas séries de produção, em parte, pode credenciadas para prestarem assistência onco-
ser explicada pela necessidade de as unidades lógica, são instituições de ensino e pesquisa. O
se adaptarem ao sistema de faturamento do maior atraso observado por parte dessas uni-
APACSIA/SUS. As Figuras 2a e 2d sugerem que dades é lamentável, pois deveriam ser essas as
está dificuldade foi maior para as unidades pú- unidades que melhor respondessem ao siste-
blicas do que para as contratadas, contudo, es- ma, uma vez que os responsáveis pelo serviço
sa diferença não é tão claramente observada são docentes envolvidos em ensino e pesquisa,
na Figura 2b. potencialmente os grandes interessados em
Os modelos de Box-Jenkins (Tabela 2) per- dispor de informação consistente para moni-
mitiram uma análise mais detalhada do padrão torar a assistência prestada e validar suas pes-
de registro de produção para cada uma das sé- quisas clínicas.
ries descritas acima. Identificou-se uma depen- Além do maior atraso, a série de produção
dência temporal de três meses, para as séries de radioterapia das unidades públicas do Rio

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PRODUÇÃO AMBULATORIAL EM ONCOLOGIA NO SUS 147

Figura 2

Série histórica padronizada da quantidade de APAC-Oncologia por tipo de tratamento e tipo de unidade prestadora
de serviço por município de análise, período de novembro de 1998 a fevereiro de 2003.

a) Quimioterapia, Belo Horizonte b) Quimioterapia, Rio de Janeiro


Quantidade padronizada pelo valor máximo

1,00

Quantidade padronizada pelo valor máximo


1,00

0,80 0,80

0,60 0,60

0,40 0,40

0,20 0,20
Prestador contratado Prestador contratado
Prestador público Prestador público
0,00 0,00

nov/98 nov/99 nov/00 nov/01 nov/02 nov/98 nov/99 nov/00 nov/01 nov/02
Competencia da APAC Competencia da APAC

c) Radioterapia, Belo Horizonte d) Radioterapia, Rio de Janeiro


Quantidade padronizada pelo valor máximo

Quantidade padronizada pelo valor máximo

1,00 1,00

0,80 0,80

0,60 0,60

0,40 0,40

0,20 0,20
Prestador contratado Prestador contratado
Prestador público
0,00 0,00
nov/98 nov/99 nov/00 nov/01 nov/02
nov/98 nov/99 nov/00 nov/01 nov/02
Competencia da APAC Competencia da APAC

de Janeiro tem um comportamento aleatório é determinado a partir de um único prestador,


predominante, isso pode estar indicando que que, sozinho, responde por mais de 60% de to-
as unidades prestadoras de serviço ou têm pro- da a produção. Assim, uma interrupção na pro-
blemas constantes nas condições de assistên- dução ou no faturamento desse prestador é ra-
cia (por exemplo: quebra de equipamento, fal- pidamente refletida no padrão da série.
ta de suprimentos ou de recursos humanos) ou Para Belo Horizonte, os modelos não iden-
no faturamento de sua produção. Nas Figuras tificaram diferenças significativas no padrão de
1b e 2d, podem ser observadas quedas abrup- registro dos dados de produção por parte dos
tas no registro da produção para alguns meses, prestadores de serviços. Isso, em parte, deve-se
em especial, para o mês de novembro de 2001, ao fato de a produção estar concentrada nos
quando a queda foi de 50%, tendo a série, a prestadores contratados, independente do tipo
partir daí, desacelerado o padrão de crescimen- de procedimento. Contudo, o padrão de regis-
to. Cabe considerar que o padrão geral de re- tro de produção de radioterapia das unidades
gistro das unidades públicas do Rio de Janeiro contratadas em Belo Horizonte apresenta uma

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Tabela 2

Modelos de Box-Jenkins para as séries históricas de produção de quimioterapia e radioterapia


para os municípios do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Brasil.

Procedimento Modelo Rio de Janeiro Belo Horizonte

Quimioterapia Todas as unidades Modelo 1 Modelo 3


Zt = 105,35 + Zt-1 - 0,5Zt-2 + 0,5Zt-3 Zt = 60,47 + Zt-1
Unidade pública Modelo 1A Modelo 3A
Zt = 101,84 + Zt-1 - 0,5Zt-2 + 0,5Zt-3 Zt = 13,57 + Zt-1
Unidade contratada Modelo 1B Modelo 3B
Zt = 3,41 + 1,41Zt-1 - 0,4Zt-2 Zt = 46,90 + Zt-1
Radioterapia Todas as unidades Modelo 2 Modelo 4
Zt = 12,45 - 0,13Zt-1 - 1,68Zt-2 - 0,55Zt-3 + at + 0,77at-1 Zt = 612,09 + 1,64Zt-1 - 1,64Zt-2
Unidade pública Modelo 2A Sem produção para este procedimento
Zt = 9,17 - 0,82Zt-1 - 0,47Zt-2 + 0,29Zt-3 + at - 0,37at-1
Unidade contratada Modelo 2B Igual ao modelo para todas as unidades
Zt = 3,08 + Zt-1

dependência temporal maior do que a obser- realizada. Esses autores avaliaram o SIH/SUS
vada para as unidades contratadas do Rio de (Sistema de Informação Hospitalar do SUS) e
Janeiro, só que com uma tendência inversa. Em identificaram que as unidades públicas enfren-
Belo Horizonte, a produção de radioterapia no tavam problemas na documentação da produ-
mês atual decresce com o aumento da produ- ção. Entre os motivos apontados pelos autores
ção nos dois meses anteriores. Isso pode ser para essa dificuldade, estava a falta de treina-
conseqüência do fato de os prestadores já te- mento do quadro de funcionários dos hospitais
rem atingido os seus tetos de faturamento e para o preenchimento das guias de produção.
controlarem o registro segundo esse teto, mos- Como o faturamento de APAC-Oncologia nos
trando, assim, um certo monitoramento da pro- hospitais públicos, muito provavelmente, é rea-
dução ou, pelo menos, do registro dessa, para lizado pelo mesmo grupo de funcionários res-
minimizar a ocorrência de glosa. ponsável pelo faturamento do SIH/SUS, pode-
As diferenças observadas no padrão de re- se supor que os problemas detectados ante-
gistro dos dados de produção entre os dois mu- riormente estejam sendo replicados no fatura-
nicípios podem ter explicação a partir de uma mento da APAC-Oncologia.
série de fatores, entre os quais, destaca-se a or- A dificuldade que as unidades públicas do
ganização local dos serviços de cada municí- Rio de Janeiro apresentam em registrar a pro-
pio. O “melhor desempenho” observado para dução realizada também pode estar ajudando
Belo Horizonte no registro dos dados de pro- a explicar a baixa produção informada por esse
dução pode estar, na realidade, sendo reflexo município. Os dois municípios apresentam um
da participação desse município no Programa volume semelhante de produção, o que não se
de Avaliação e Controle em Oncologia e da justifica dado que o Município do Rio de Janei-
existência, desde 1993, de uma política de ava- ro apresenta maior população e taxa bruta de
liação e controle da assistência prestada à po- incidência de câncer do que Belo Horizonte.
pulação. Santos 6 descreve que, dentre os prin- Assim, para atender a sua demanda local por
cipais efeitos dessa política de controle e ava- procedimentos de quimioterapia e radiotera-
liação da produção, estariam a melhoria no pia, deveria ter uma produção significativa-
processo de reembolso da produção e a redu- mente superior, uma vez que tem um perfil
ção do número de glosas devido a erros de epidemiológico semelhante ao de Belo Hori-
preenchimento dos formulários de controle. zonte (Tabela 1). Esses dados podem levantar
O maior atraso no envio de dados das uni- as seguintes indagações: “Teria o Município do
dades públicas do Rio de Janeiro pode estar, na Rio de Janeiro uma demanda reprimida maior
realidade, refletindo um outro problema discu- do que a de Belo Horizonte?”, “Estariam as esti-
tido anteriormente por Soares et al. 13, que é a mativas de incidência de câncer superestima-
dificuldade que as unidades públicas do Rio de das para o município” ou “Estariam as unida-
Janeiro apresentam em documentar a produção des com um padrão de registro no sistema APAC-

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PRODUÇÃO AMBULATORIAL EM ONCOLOGIA NO SUS 149

SIA/SUS muito aquém do que deveriam?”. Pode de atividades que envolvem desde o treina-
ser que as três situações estejam ocorrendo si- mento até a adequação do referido sistema ao
multaneamente, contudo, só é possível discutir contexto sócio-regional ao qual este se insere,
a última indagação. A tendência de alta, mes- bem como, organizar o contexto para a implan-
mo no final da série de produção do município, tação de um sistema. Essas atividades fazem
indica que o padrão de registro de produção parte do que se conceitua como plano estraté-
não encontrou estabilidade. Assim, é muito gico de um sistema de informação 15, que deve
provável que uma parcela dos casos tratados ser permanentemente monitorado para verifi-
no município não esteja sendo registrada no car o alcance dos objetivos. Nesse sentido, este
sistema. Esses achados corroboram com o es- estudo contribui para o desenvolvimento de
tudo realizado por Gadelha 14, que mostrou métodos de avaliação do padrão de registro da
que as unidades que prestam assistência onco- produção, uma vez que a melhor compreensão
lógica no Município do Rio de Janeiro apresen- desse padrão não só é útil para quem deseja
tam um registro para a produção muito aquém usar esses dados em outras análises, mas, prin-
da capacidade instalada. cipalmente, para apoiar os gestores municipais
Finalmente, ressalta-se que a implementa- e das unidades prestadoras de serviço no acom-
ção de um sistema de informação não se faz panhamento do desempenho dessas unidades
apenas com a aquisição de equipamentos e no registro de sua produção.
programas específicos, e sim por um conjunto

Resumo Colaboradores

A resposta dos serviços à implantação de um sistema S. C. S. Gomes Jr. contribuiu na construção e mani-
de informação depende de uma série de fatores, entre pulação da base de dados, no desenvolvimento dos
os quais, destaca-se a organização local. Este trabalho modelos teóricos e na análise e discussão dos resul-
comparou o padrão de registro dos dados de produção tados. R. T. Almeida contribuiu na validação dos mo-
de quimioterapia e radioterapia dos municípios do delos teóricos e, também, na análise e discussão dos
Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Brasil, no Sistema de resultados. Ambos os autores contribuíram na reda-
Informação Ambulatorial do SUS, no período de no- ção final do trabalho.
vembro de 1998 a fevereiro de 2003. Ambos os municí-
pios mostraram uma tendência de alta na série de
produção de quimioterapia, e apenas o Rio de Janeiro,
na série de radioterapia. Comparando os modelos de Agradecimentos
Box-Jenkins de cada série, verificou-se que o Rio de Ja-
neiro apresenta um atraso de três meses no registro de
produção, devido às unidades públicas. Em Belo Hori- Trabalho realizado com apoio financeiro recebido do
zonte, o atraso é menor e não foi observada diferença Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
no registro da produção entre as unidades públicas e Tecnológico (CNPq), processo 551279/01 e concessão
contratadas. A diferença observada entre os municí- de bolsa ao autor principal pela Coordenação de Aper-
pios parece estar associada ao fato de Belo Horizonte feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e
dispor de um sistema de controle e avaliação da pro- CNPq.
dução anterior a 1998, ano da implantação do sistema.

Série de Tempo; Sistemas de Informação em Atendi-


mento Ambulatorial; Oncologia

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150 Gomes Jr. SCS, Almeida RT

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Aprovado em 21/Jun/2005

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(1):141-150, jan, 2006

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