Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ANTROPOLOGIA II
Claude Lévi-Strauss e o Estruturalismo Francês
MACEIÓ - AL
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CIÊNCIAS SOCIAIS - BACHARELADO
ANTROPOLOGIA II
Claude Lévi-Strauss e o Estruturalismo Francês
MACEIÓ – AL
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CIÊNCIAS SOCIAIS - BACHARELADO
INTRODUÇÃO
“Ademais, o que trocam não são exclusivamente bens e riquezas, móveis ou imóveis, coisas
economicamente úteis. Trata-se, antes de tudo, de gentilezas, banquetes ritos, serviços militares,
mulheres, crianças, danças, festas, feiras em que o mercado é apenas um dos momentos e onde a
circulação de riquezas constitui apenas um termo de um contrato muito mais geral e muito mais
permanente” (MAUSS, Marcel, 1974, p.45). [...]
Trata-se, no fundo, de misturas. Misturam-se as almas nas coisas, misturam-se as coisas nas almas
(Idem, 1974, p. 45).”
Lévi-Strauss irá tratar o casamento como sistema primário de trocas e sendo ele
constituído de muito valor e que representa a comunicação entre os grupos sociais.
Aliado a isso, está o tabu do incesto, que consiste na proibição de relações sexuais
entre os membros consanguíneos, isto é, biologicamente próximos ou pertencentes
da mesma família, o que, para Lévi-Strauss é justamente esse aspecto, junto com a
troca de mulheres entre os grupos, que permite a criação da sociedade. Ora isso não
existisse, os grupos ficariam fechados entre si e não haveriam alianças. O casamento
e a troca de mulheres entre eles é, portanto, formador dessa aliança.
Levando ao gancho do estruturalismo, Leach vai comentar em seu livro que trata
das conjecturas de Lévi-Strauss que “Os sistemas de casamentos são tratados como
transformações paradigmáticas de uma subjacente estrutura lógica comum.” (LEACH,
Edmund, 1982, p. 98) e que:
“[...] Lévi-Strauss não considera que o casamento (isto é, a troca de mulheres entre homens) como
sendo apenas um sistema alternativo de troca entre muitos; para ele, é um sistema primário. Afirma
isso porque, no caso das mulheres, a relação simbolizada pela troca também é constituída pela coisa
trocada, de modo que a relação e o seu símbolo são uma só e a mesma coisa e a entrega de
mulheres em casamento deve ser considerada a mais elementar de todas as formas de troca.”
(LEACH, Edmund, 1982, p. 98)
Considerando isso, o casamento faz parte de uma estrutura lógica dos grupos, o
que se impõe dizer que é conduzido ao aspecto de normas entre eles; a troca e a
mulher se alinham em um só símbolo o constitui significado para a relação. E gostaria
de frisar na mulher porque, na conjectura de Lévi-Strauss, ela é o próprio signo da
relação entre esses grupos, dando ao que se concebe como valor, após o ato de troca,
entre eles. São estas alianças (o casamento) que, segundo Lévi-Strauss, vai se gerar
reciprocidade entre esses grupos. Nesse sentido, Lévi-Strauss considera o sistema
de parentesco dando ênfase na relação entre os pais do que entre os pais e o filho.
REFERÊNCIAS
MAUSS, M. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas.
In: Sociologia e Antropologia, vol. 2. São Paulo, EDUSP, 1974);