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Mercado de Pagamentos em Dados Edicao 3
Mercado de Pagamentos em Dados Edicao 3
pagamentos
em dados Balanço 2021
1.400 3.500
Quantidade de Transações (Em Milhões)
1.200 3.000
Valor Transacionado (Em Bilhões)
1.000 2.500
800 2.000
600 1.500
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200 500
0 0
NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1. Apesar do crescimento relevante e expressivo, este número está provavelmente inflado pela sazonalidade anual, pois tipicamente
se realizam mais transferências de recursos nos meses finais do ano.
2. Em dez/21, TED, Boletos, DOC, TEC e Cheques corresponderam a cerca de 462 milhões de transações, ou 120 milhões de transa-
ções a menos que em dez/20. Já o Pix teve um aumento de mais de 1 bilhão de transações no mesmo período.
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M e rc ad o d e P ag a m entos
1.350 1.350
1.200 1.200
Número de Transações (em MM)
900 900
NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2020 2021
Já a Figura 3 mostra o papel que o Pix passou semelhante ao Pix) também cresceu: saiu de
a desempenhar na economia brasileira com mais aproximadamente R$ 67 bilhões para R$ 77 bi-
relevância em 2021: ser um novo instrumento lhões, ou um crescimento próximo a 13%. Por fim,
de pagamento. Ao olharmos para o volume total vemos que, apesar de ter tido um crescimento de
transacionado através de Boleto, Cartões (Cré- 11% no mesmo período, o pagamento via boleto
dito, Débito e Pré-Pago) e Pix P2B3, vemos que viu sua importância diminuir, passando de cerca
o Pix P2B passou a corresponder, em dez/21, a de 57,5% de representatividade na soma entre
cerca de 8% deste valor, ou um total de apro- Boleto, Cartões e Pix P2B para cerca de 53% en-
ximadamente R$ 63 bilhões. Interessante notar tre dez/20 e dez/21, indicando mais uma vez cer-
que o valor transacionado especificamente com to grau de substituição para o pagamento através
cartões de débito (modalidade de cartão mais de Pix.
PIX P2B vs TPV Total de Cartões vs Boletos PIX P2B vs TPV Total Débito
100%
100
90%
90
80%
80
Valor Total Transacionado (R$ Bi)
% do Valor Total Transferido
70%
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NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2020 2021
2020 2021
3. Transações ‘P2B’ são aquelas de transferências de uma pessoa (CPF) para um estabelecimento comercial (CNPJ).
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M e rc ad o d e P ag a m entos
Como já introduzido pela Figura 3, o outro família brasileira. Nos últimos três meses de
importante fomentador da cada vez maior di- 2018, os gastos com cartões representaram
gitalização da economia brasileira além do Pix cerca de 37% do total do consumo da família
é o cartão em suas três modalidades: crédito, brasileira. Apenas três anos depois, no quarto
débito e pré-pago. A Figura 4 mostra o quão trimestre de 2021, tais gastos já corresponde-
importante esse meio de pagamento é para a ram a cerca de 55%.
54.9%
51.5%
48.8% 48.7%
46.0% 45.0%
41.8%
39.8% 38.7%
37.1% 36.0% 37.0% 37.9%
34.2%
32.6% 33.2%
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
5
M e rc ad o d e P ag a m entos
A Figura 5, por sua vez, busca destrinchar um de débito começou a cair. Neste mês, a modali-
pouco mais esse expressivo aumento de gastos dade cresceu cerca de 30% quando compara-
com cartões. Vemos que as três modalidades de da com o valor de julho/20, mas, em dez/21, tal
cartão apresentam, no período de dez/18 a dez/21, crescimento foi de 13,4%, quando comparado
sólidas trajetórias de crescimento anual, com a com dez/20. Ainda assim, o resultado é um cres-
modalidade crédito tendo, em média no período, cimento na casa dos dois dígitos, sugerindo que
um crescimento anual de 15,2%, a de débito cer- está ocorrendo um processo de acomodação do
ca de 18% e a pré-pago, cerca de 102%. Assim, Pix P2B (cujos valores cresceram expressivamen-
em dez/21, temos que o total transacionado com te no período, como indicado anteriormente pela
cartões foi de R$ 221 bilhões, com a modalidade Figura 3), criando um novo equilíbrio entre as mo-
crédito representando cerca de 60% deste valor. dalidades de pagamento e aumentando o número
de opções para o cliente. Para entender melhor
Importante notar que, a partir de julho/21, o esse novo equilíbrio, será necessário analisar da-
crescimento do valor transacionado com cartões dos com uma janela temporal maior.
200%
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180%
180
160 160%
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R$ Bilhões
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M e rc ad o d e P ag a m entos
Como a modalidade crédito é mais representa- destaca três principais pontos que podem aju-
tiva dentro de cartões, vale a pena nos aprofun- dar a explicar este importante fenômeno: 1- me-
darmos um pouco mais e entender um importante nor uso das linhas de financiamento com juros no
fenômeno que a envolve. A Figura 6 apresenta a cartão – uso consciente por parte do consumidor;
divisão da carteira de cartão de crédito para pes- 2- avanços tecnológicos nas estruturas de análi-
soas físicas entre modalidades com juros e sem se de crédito do SFN e 3- trabalho dos emissores
juros4, bem como a taxa de inadimplência total nas renegociações de dívidas e em campanhas
desta mesma carteira5. Vemos que, em dez/21 a de educação financeira. De qualquer forma, car-
parte da carteira de cartão de crédito que não tão de crédito é, hoje, uma das modalidades mais
incide juros (compras à vista e parcelado pelos acessíveis e presentes na vida do brasileiro e, as-
lojistas) representou quase 80% do total da car- sim, esse expressivo resultado de queda de ina-
teira, ao passo que, no mesmo mês, a taxa de ina- dimplência e uso cada vez maior das opções sem
dimplência da modalidade ficou em torno de 5%. juros da modalidade são fatores importantes a se
Além disso, temos que, nos últimos dez anos, de acompanhar no futuro.
2011 para cá, a taxa de inadimplência de cartão de
Com relação ao aumento da taxa de inadim-
crédito saiu de uma média anual de 8,4% em 2011
plência no cartão de crédito a partir do segundo
para uma média anual de 4,3% em 2021, em um
semestre de 2021, o resultado tem associado à
importante indicativo que tanto os brasileiros pas-
piora da conjuntura econômica do país, com maio-
saram a usar melhor este tipo de crédito, quanto
res taxas de inflação e juros e perda de renda da
as instituições concedentes melhoraram sua atu-
população. Em 2021, o endividamento das famílias
ação. Além disso, nota-se uma trajetória bastan-
alcançou média recorde de 70,9% segundo da-
te favorável nesses dois sentidos - uso cada vez
dos da Câmara Nacional de Comércio. Tal resul-
maior das opções sem juros da modalidade e me-
tado foi 4,4 pontos percentuais acima de 20206.
nor taxa de inadimplência - de 2019 para cá, com
No entanto, a piora pontual não apaga os efeitos
exceção ao período imediatamente posterior às
da evolução positiva ao longo da última década,
medidas de restrição de mobilidade, no combate à
que trouxe a maturação do cartão de crédito como
pandemia da COVID-19.
instrumento de pagamento na vida do brasileiro.
A ABECS (Associação Brasileira das Empresas Ainda assim, é um fenômeno que deve ser acom-
de Cartões de Crédito e Serviços), em seu rela- panhado ao longo de 2022 e deve ser revertido
tório anual sobre o mercado de cartões em 2021, em eventual cenário de recuperação econômica.
100% 20%
90% 18%
80% 16%
70% 14%
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%
%
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20% 4%
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4. ‘Com Juros’ engloba cartão de crédito rotativo e parcelamentos com juros. ‘Sem Juros’, por sua vez, engloba compras à vista e par-
celamentos sem juros (parcelado lojista).
5. Taxa de Inadimplência aqui definida como a soma das carteiras de cartão de crédito que possuem parcelas em atraso há mais de 90
dias sobre o total da carteira de cartão de crédito. 7
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R$90
R$160
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R$140
R$70
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R$ Bilhões
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R$100
R$50
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R$40 R$20
R$20 R$10
R$0 R$0
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Fonte: ABECS
Outro relevante aspecto que acompanhamos ao adquirência no Brasil. Ao final de 2021, esse va-
longo de 2021 foi a perda cada vez maior de market lor passou para cerca de 48,7%, caindo, portanto,
share das ditas ‘adquirentes incumbentes’, Cielo e para menos da metade. Tal mercado foi, em uma
Rede8, tanto para adquirentes não ligadas a ins- parte, capturado por Stone, PagSeguro e Getnet9
tituições financeiras tradicionais (Stone e PagSe- que, no mesmo período, saíram de quase 35% de
guro) quanto para a Getnet (ligada ao Santander, market share para cerca de 36,2% de market sha-
mas relativamente nova no mercado). No último re. Além disso, uma importante parte do mercado
trimestre de 2020, Cielo e Rede (respectivamente foi capturada por ‘adquirentes menores’, consoli-
ligadas ao Bradesco/Banco do Brasil/Caixa e Itaú) dando o cenário de ganho de competição no setor
tinham, somadas cerca de 56% do mercado de (‘guerra das maquininhas’).
6. ‘CNC (2022). Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) – Anual e dezembro de 2021.
Disponível em: https://www.portaldocomercio.org.br/publicacoes/pesquisa-de-endividamento-e-inadimplencia-do-consumidor-peic-
-anual-e-dezembro-de-2021/410541. Acesso em: 22 de março de 2022.
7. NielsenQ Ebit (2022). Webshoppers 45a edição. Disponível em: https://company.ebit.com.br/webshoppers/webshoppersfree.
Acesso em: 18 de março de 2022.
8. Primeiras adquirentes do Brasil.
9. Empresas que crescem consistentemente a taxas superiores à média do mercado.
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M e rc ad o d e P ag a m entos
45%
40%
35%
30%
25%
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5%
0%
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Por fim, como um último dado relevante des- queda de cerca de 93% do valor transferido, che-
ta primeira seção, fazemos uma análise final do gando a R$ 337 milhões em dez/21. De qualquer
papel do auxílio emergencial e sua parcela paga forma, ao longo de 2021, foram transferidos digi-
através de meios digitais para sintetizar os resul- talmente R$ 7,9 bilhões provenientes do auxílio
tados descritos ao longo dos trimestres. Como emergencial, mostrando ainda o forte impacto
explorado mais a fundo na versão anterior deste que o programa possui.
relatório, o Auxílio Emergencial foi de fundamen- Com o fim do programa, substituído pelo Au-
tal importância no processo cada vez maior de xílio Brasil (que começou a ser pago em nov/21),
digitalização da economia brasileira. Como espe- será importante acompanhar se tal importante
rado, com a diminuição e encerramento do pro- mudança afetará, positiva ou negativamente, o
grama, os valores provenientes do Auxílio Emer- crescente processo de integração ao Sistema Fi-
gencial transferidos via meios digitais caíram ao nanceiro Nacional das camadas mais pobres da
longo de 2021. Entre dez/20 e dez/21, houve uma população brasileira.
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R$ Bilhões
MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2020 2021
Apenas parte do Auxílio Emergencial movimentada via meios de pagamento digitais. | Fonte: ABECS
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2. Vendas em Varejo e em Serviços
Era esperado que o ano de 2021 fosse o ano forte queda de 2020.
‘da retomada’ nos setores de varejo e serviços.
Após o complicado ano de 2020, estes dois se- A Figura 10 atualiza os dados exibidos no últi-
tores que são profundamente dependentes do mo relatório de pagamentos e mostra a trajetória
encontro e circulação de pessoas e, portanto, al- da mobilidade em locais ligados ao varejo e lazer
tamente impactados pelas medidas de restrição entre fev/20 e dez/21. Nota-se que, a partir de
de mobilidade, esperavam ver o volume de suas mar/21, a mobilidade desses locais começou a
vendas aumentar ou, pelo menos, se recuperar crescer de forma consistente, chegando a valo-
de forma definitiva dos impactos da pandemia. A res muito próximos aos pré-pandêmicos (e flutu-
realidade mostra que, mesmo com o retorno da ando ao redor deles) a partir de set/21, com o es-
mobilidade a níveis pré-pandêmicos, ambos não perado pico de compras perto do Natal e a queda
conseguiram se recuperar consistentemente da durante as festas na última semana de 2021.
30%
20%
Tendência de Mobilidade em Varejo e Lazer
10%
0%
-10%
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-70%
FEV MAI SET DEZ MAR JUN SET DEZ
2020 2021
Média móvel semanal da mudança percentual de mobilidade em relação ao valor base. | Tendências de mobilidade de lugares como restaurantes, cafés, shopping centers, parques
temáticos, museus, bibliotecas e cinemas. | O valor base é a mediana do dia da semana correspondente, durante o período de cinco semanas entre 3 de janeiro e 6 de fevereiro de 2020.
Fonte: Google.
Era de se esperar, portanto, que as atividades A Figura 11 traz os volumes de vendas dos mais
tanto no Varejo quanto em Serviços seguissem diversos segmentos dentro do comércio varejis-
trajetórias semelhantes de crescimento. O que no- ta, com fevereiro de 2020 (último mês antes dos
tamos ao longo de 2021, porém, foi um crescimen- impactos da pandemia passarem a fazer efeito)
to após os piores momentos em termos de mobili- como mês base e, portanto, igual a 100 e já ajus-
dade social ocorridos em 2020, mas longe de ser tadas sazonalmente.
algo consistente e que se sustentou no tempo.
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Ve n d as e m Vare j o e e m Ser viços
120
100
80
60
40
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Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo Livros, jornais, revistas e papelaria
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Tecidos, vestuário e calçados
2020 2021
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Média móvel trimestral ajustada sazonalmente.
Fonte: IBGE.
2020 2021
Chama a atenção o fato de que alguns setores Como destacado em outros relatórios, os seto-
jamais conseguiram, ao longo de 2021, retomar o res ligados ao supermercado mostraram-se bem
volume de vendas de fev/20, em especial os se- mais resilientes à crise, mantendo patamares de
tores de Combustíveis, Materiais para Escritório e volume de venda sempre um pouco maiores do
Livros/Papelaria. Com este último, inclusive, man- que aqueles observados em fev/20. Por exemplo,
tendo-se em um volume de vendas cerca de 40% em dez/21, o setor de “Hipermercados e super-
menor do que aquele de fev/2020, inclusive em mercados” atingiu um valor de cerca de 2% maior
dez/21. Já o setor de “Combustíveis e lubrifican- do que fev/20. Já o setor de “Hipermercados, su-
tes” também nunca conseguiu recuperar patama- permercados, produtos alimentícios, bebidas e
res de volumes de vendas iguais a fev/20, ficando fumo” atingiu um valor de cerca de 1% maior. Ob-
sempre em torno de 10% abaixo, com um volume serva-se que, mesmo nestes setores, parece não
de vendas em dez/21 cerca de 12% menor do que haver uma trajetória consistente de crescimento
aquele de fez/20. no volume de vendas, ficando em valores estáveis
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Ve n d as e m Vare j o e e m Ser viços
A Figura 12, por sua vez, apresenta os volumes em fev/20, ao passo que em dez/21, o setor atin-
de vendas entre jan/20 e dez/21 para segmentos giu um volume de vendas cerca de 12% abaixo de
ligados ao setor de Serviços, também com feve- fev/20, melhor resultado encontrado pós-pande-
reiro de 2020 como mês base e com os valores mia. No entanto, apesar deste crescimento con-
ajustados sazonalmente. Os segmentos ligados sistente ao longo de 2021, o segmento ainda se
à "prestação de serviços às famílias” foram os encontra consideravelmente abaixo do patamar
mais afetados pela pandemia. Como citamos em pré-pandêmico.
edição anterior deste relatório de pagamentos, o Dois segmentos de Serviços que parecem apre-
segmento de “alojamento e alimentação” (inclui sentar trajetórias mais sólidas de crescimento são
hotéis, restaurantes etc) chegou a ver seu volume os segmentos relacionados à transporte e à infor-
de vendas reduzido em 60% no auge das medidas mação. O primeiro viu seu volume de vendas au-
restritivas no combate à pandemia. Ao longo de mentar cerca de 11% ao longo do ano, atingindo
2021, observamos uma trajetória de crescimento um patamar cerca de 10% superior àquele de fe-
de volume de vendas um pouco mais consistente vereiro de 2020. Já o segundo, cresceu cerca de
para este segmento. Em jan/21, o volume de ven- 10% ao longo de 2021, atingindo um patamar cerca
das estava cerca de 30% abaixo daquele obtido de 12% maior do que aquele pré-pandemia.
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Fev/20 = 100
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Ve n d as e m Vare j o e e m Ser viços
Assim, vemos que até em setores ligados ao da taxa básica de juros, criaram um cenário bas-
comércio e ao serviço e que apresentam pata- tante adverso ao comerciante e prestador de ser-
mares de volume de vendas superiores àqueles viços brasileiro: juros e inflação altos contraem,
de fevereiro de 2020, não temos um cenário de ao mesmo tempo, a demanda por crédito (devi-
crescimento consistente no período após o fim do ao aumento de juros, o preço do crédito), o
das medidas mais restritivas à circulação de pes- que consequentemente diminui a quantidade de
soas. O motivo pelo qual tais setores tão vitais investimentos, e a demanda por produtos (devi-
para a economia brasileira não se recuperaram do ao aumento da inflação). O resultado dessa
totalmente está intimamente ligado a alguma das combinação é uma queda importante no poder
trajetórias das principais variáveis macroeconô- de compra do brasileiro, fator essencial para um
micas do país. A Figura 13 traz luz novamente a crescimento sustentável dos setores de Comércio
esta questão. e Serviços, ainda mais quando a taxa de desocu-
pação da população brasileira está em patamares
Ao longo de 2021, um dos principais proble- bastante elevados.
mas para a retomada do crescimento dos setores
de varejo e serviços sem dúvida foi a forte onda A Figura 13 também apresenta a taxa de de-
inflacionária que atingiu o país ao longo do ano. semprego trimestral obtida da PNAD contínua,
Vemos, na Figura 13, que o IPCA, principal medi- computada pelo IBGE. Vemos que, ao longo de
dor de inflação do país, saiu, no valor acumula- 2021, saímos de uma taxa de desemprego de
do de 12 meses, de 4,56% em jan/21 para 10,06% 14,5% para o trimestre nov/20-dez/20-jan/20 para
em dez/21, com um pico de 10,67% em out/21. Tal uma taxa de desemprego de 11,2% no trimestre
crescimento preocupante da inflação10 fez com nov/21-dez/21-jan/22, uma queda de 3,3 pontos
que o Banco Central aumentasse de forma signi- percentuais. Apesar desse importante movimento
ficativa e rápida a taxa SELIC, taxa básica de ju- de queda, o ritmo da retomada do emprego pós-
ros da economia brasileira, com o intuito de tentar -pandemia ainda é bastante lento, com o desem-
amenizar a trajetória de crescimento da inflação. prego ainda atingindo picos de mais de 14% ao
longo de 2021. Em termos de quantidade de pes-
A alta geral no índice de preços e consequente soas, ao final de 2021, havia cerca de 12 milhões
resposta da autoridade monetária com o aumento de brasileiros desempregados.
15.0% 15.0%
13.5% 13.5%
12.0% 12.0%
10.5% 10.5%
9.0% 9.0%
7.5% 7.5%
6.0% 6.0%
4.5% 4.5%
3.0% 3.0%
1.5% 1.5%
0.0% 0.0%
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10. Os principais motivos do aumento geral de preços ao longo de 2021 foram explorados na versão anterior do relatório.
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M e rc ad o d e P ag a m entos
3. Considerações finais
Se em 2020 havia dúvida se os pagamentos di- Em um cenário cada vez mais digital com a po-
gitais seriam restritos ao contexto de maior restri- pulação cada vez mais consciente de novas al-
ção da pandemia, ou uma tendência que veio para ternativas para fazer pagamentos, além de um
ficar, 2021 confirmou a aposta na digitalização mercado de adquirência cada vez mais compe-
contínua da economia brasileira. O crescimento titivo e a circulação de pessoas restabelecida, o
do Pix e do uso de cartões não presencialmente ambiente para empreendedores nos setores de
e por aproximação refletem o futuro do mercado varejo e serviço se mostra promissor. No entan-
de pagamentos no país, com uma população cada to, ainda não tem sido possível aproveitar todo o
vez mais acostumada a utilizar meios digitais de potencial dessa nova configuração do mercado
pagamento. Mais da metade do consumo das fa- de pagamentos devido à piora nos fundamentos
mílias sendo feito por meio de cartões, a melhora macroeconômicos do país. Para 2022, portanto,
ao longo da década no perfil do uso do cartão de será necessário ajustar as expectativas à atual
crédito e a adesão massiva ao Pix junto do impac- conjuntura econômica e acompanhar eventuais
to do Auxílio Emergencial indicam que o fenôme- mudanças que possam permitir o aproveitamento
no deve continuar crescendo nos próximos anos de todo o potencial das transformações que se
após o pontapé de 2021. solidificaram em 2021.
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