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Gramática
VERBO II

VERBO II Brasil.
- Modo Imperativo 6) “Ressalta sobremaneira o sentido do verbo a
1) Definição: usado com o intuito de exortar o perífrase formada de ir (no imperativo) e do verbo
principal no infinitivo” (CUNHA, 1985, p. 469),
nosso interlocutor a cumprir a ação indicada pelo
como em: “Não vá se afogar, moço.” (João
verbo; referir-se a um pedido ou uma ordem que
Ternura, A. M. Machado).
o enunciador deseja que a execução seja - Substitutos para o Imperativo
imediata. Este modo não varia quanto ao tempo 1) Frases nominais e interjeições que “perdem
e é o único dos três modos que se dedica de seu valor próprio” para transmitir a ideia de
forma exclusiva à função conativa da linguagem, ordem praticada pelo enunciador, como em
porque o enunciador dirige-se explicitamente ao Fogo!, equivalente a Atire! Faça fogo! e Mãos ao
interlocutor e o nomeia. Quando não houver esta alto!, equivalente a Ponha as mãos ao alto!
intenção de nomear o interlocutor, o Imperativo 2) Com o presente do indicativo no intuito de
passa a ser impessoal, e para tal construção aliviar a aspereza de uma frase no imperativo;
usamos do Infinitivo Impessoal. para Traga-me o dinheiro amanhã, há O senhor
me traz o dinheiro amanhã.
3) Para construções como Não mates, reforça-se
- Formação do Imperativo a ordem com o futuro do presente: Não matarás.
As formas próprias do imperativo são as 4) O infinitivo pessoal pode ser usado para
segundas pessoas, singular e plural, e que não exprimir uma característica impessoal do
possuem desinências próprias, tomando-se as imperativo, com valor de proibição, como em Não
referidas formas pessoais do presente do fumar.
indicativo, eliminando-lhes o s final. Pra as
demais pessoas, excetuando a primeira do - Pessoas gramaticais e o Imperativo
singular, caso em que se torna impossível 1) Pronomes pessoais do caso reto: são
conforme a lógica, toma-se de empréstimo do aqueles que denotam as três pessoas
presente do subjuntivo, sem acrescentar-lhes ou gramaticais em uma conversação, em que a
subtrair-lhes nada; para o Imperativo Negativo, é pessoa que fala é expressa pelo pronome eu –
usado todo o presente do subjuntivo, exceto a nós no plural; a pessoa a quem se fala, pelo
primeira pessoa do singular, acrescentando-lhes pronome tu – vós no plural; e a pessoa de quem
a partícula negativa não. Ex.: verbo amar: se fala, pelo pronome ele(ela) – eles(elas) no
plural.
Afirmativo Negativo 2) Pronomes de tratamento: são certas
ama tu não ames tu palavras e locuções que valem por verdadeiros
ame você não ame você pronomes pessoais, como: você, o senhor,
amemos nós não amemos nós Vossa Excelência, designando a pessoa com
amai vós não ameis vós quem se fala, mas com o verbo na 3ª pessoa. No
amem vocês não amem vocês português brasileiro, a pessoa com quem se fala
é naturalmente expressa por um pronome de
- Usos do Imperativo tratamento, sendo assim, exclusivamente no
1) Ordem: “(...) levantai-vos dessas mesas, / saí modo imperativo, é utilizado você/vocês no
das vossas molduras, / vede que masmorras paradigma da conjugação.
negras (...)”. (Dos Ilustres Assassinos, Cecília
Meireles). - Imperativo na língua falada
2) Exortação: “Alma! Que tu não chores e não Principalmente no imperativo positivo, que é o
gemas, / teu amor voltou agora, / Ei-lo que chega imperativo por excelência, ocorre o cruzamento
das mansões extremas, / lá onde a loucura mora! entre o número da pessoa gramatical com formas
(...)”. (Ressurreição, Cruz e Souza). verbais não correspondentes. Nota-se que o
3) Convite: “Georges! Anda ver meu país de verbo que acompanha o pronome de tratamento
romarias e procissões!” (Só, A. Nobre) é usado na 2ª pessoa. Ex.: “Canta aquela música
4) Súplica: “Jesus, valha-me Nossa Senhora.” que você gosta”, “Enxuga a água que você
(Clépsidra, Camilo Pessanha). derramou, por favor”, “Chama você mesmo quem
5) Hipótese, em substituição de “asserções quiser”, “Repete o que você disse”, “Pede tudo o
condicionadas expressa por se + futuro do que você quiser”, “Vende esse carro que você
subjuntivo”: Leia este livro, e conhecerá o comprou”.
Brasil, em lugar de: Se ler este livro, conhecerá o
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VERBO II

Além disso, é de suma importância entender que sessenta e quatro anos, rijos e
quando usamos da fala para expressar uma prósperos, era solteiro, possuía cerca de
ordem, necessitamos, conforme a quem a ordem trezentos contos e fui acompanhado ao
é direcionada e também conforme o efeito que cemitério por onze amigos.” (Memórias
esperamos obter, de subsídios reforçadores ou póstumas de Brás Cubas, Machado de
atenuadores para que o desejo do enunciador Assis).
seja expresso com eficácia, e, além destes, b) Sintética: formada por verbo transitivo
contamos com o poder de que tem o enunciador direto ou verbo transitivo indireto e
de controlar seu tom de voz, o que pode fazer partícula apassivadora se. Ex.: “Em meio
com que uma frase torne-se “rude e seca, ou às buzinas enfurecidas e à gente que
mesmo insolente, com a simples mudança de bate nos vidros, percebe-se o movimento
entonação” (CUNHA,1985, p. 471). da boca do motorista, formando duas
palavras: Estou cego” (Ensaio sobre a
- Vozes verbais cegueira, José Saramago); “Quando em
Voz é a forma que toma o verbo para exprimir as caráter absoluto se pergunta qual é o
relações de atividade e passividade entre sujeito melhor governo, discute-se uma questão
e verbo. insolúvel, como indeterminada, ou se se
1) Voz Ativa: é quando o fato expresso pelo quer, tem tantas soluções boas como
verbo pode ser representado como praticado combinações há possíveis nas posições
pelo sujeito (agente). Ex.: “José Dias amava os absolutas e relativas dos povos.” (Do
superlativos.” (Dom Casmurro, Machado de contrato social, Jean-Jacques
Assis); “Grande foi a sensação do beijo.” (Dom Rousseau)
Casmurro, Machado de Assis); “Não respondi 3) Voz reflexiva: é quando o fato expresso pelo
nada. Marcela compreendeu a causa do meu verbo pode ser representado como praticado e
silêncio (...)” (Memórias póstumas de Brás sofrido pelo sujeito (agente e paciente). Ex.: Eles
Cubas, Machado de Assis). preparam-se para as compras conscientes;
2) Voz Passiva: é quando o fato expresso pelo Levantei-me da cama.
verbo pode ser representado como sofrido pelo 4) Voz recíproca: é quando o fato expresso pelo
sujeito. O objeto direto da voz ativa transforma- verbo pode ser representado como praticado e
se em sujeito paciente, enquanto que o sujeito da sofrido pelo sujeito (agente e paciente), e
voz ativa transforma-se em agente da passiva. reproduz uma ação mútua, denotando
Há duas classificações de voz passiva: reciprocidade. Ex.: Amam-se como irmãos; Os
a) Analítica: formada por sujeito paciente, dois pretendentes insultaram-se; Eles olharam-
verbo auxiliar e particípio do verbo que se demoradamente.
se quer conjugar. Ex.: Nossa casa foi
vendida por meus pais; Ficou
atormentado pelo remorso; “Tinha uns

Anotações
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VERBO II

Exercícios de aplicação
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

1. (G1 - ifpe 2019) No primeiro balão presente no texto, encontramos a seguinte sentença: “Não nos
maltrate!”. Acerca dos aspectos linguísticos presentes nela, julgue as assertivas abaixo.

I. A oração é iniciada por um advérbio de intensidade: “não”.


II. O ponto de exclamação é utilizado para indicar a emoção expressa no pedido feito pelo idoso.
III. O termo nos pertence à mesma classe gramatical que me, conforme emprego na seguinte oração:
“não me engane”.
IV. O uso do modo verbal imperativo, “maltrate”, indica a presença de informalidade.
V. Na oração “Não nos maltrate”, de acordo com a classificação morfológica, é correto afirmar que o
termo sublinhado deve ser classificado como pronome possessivo.

Estão CORRETAS, apenas, as proposições


a) I e V.
b) I e II.
c) II e V.
d) III e IV.
e) II e III.

2. (Uefs 2017)
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VERBO II

1O consumidor não é o cidadão. Nem o consumidor de bens materiais, 2ilusões tornadas


realidades como símbolos: a casa própria, o automóvel, os objetos, as coisas que dão status. Nem o
consumidor de bens imateriais ou culturais, regalias de um consumo elitizado, como o turismo e as
viagens, os clubes e as diversões pagas; ou de bens conquistados para participar ainda mais do
consumo, como a educação profissional, 3pseudoeducação que não conduz ao entendimento do mundo.
4O eleitor também não é forçosamente o cidadão, pois 5o eleitor pode existir sem que o indivíduo realize

inteiramente suas potencialidades como participante ativo e dinâmico de uma comunidade. O papel
desse eleitor não cidadão se esgota no momento do voto [...].
O cidadão é multidimensional. Cada dimensão se articula com as demais na procura de um
sentido para a vida. Isso é o que dele faz o indivíduo em busca do futuro, a partir de uma concepção de
mundo, aquela individualidade verdadeira. [...] O consumidor (e mesmo 6o eleitor não cidadão) alimenta-
se de parcialidades, contenta-se com respostas setoriais, alcança satisfações limitadas, não tem direito
ao debate sobre os objetivos de suas ações públicas ou privadas.

SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo, Nobel, 1996. p. 41-42.

Sobre aspectos de morfossintaxe presentes no texto, é correto afirmar:


a) Em “O consumidor não é o cidadão.” (ref. 1) e “o eleitor não cidadão” (ref. 6) as palavras em negrito
são da classe dos advérbios.
b) Em “ilusões tornadas realidades como símbolos: a casa própria, o automóvel, os objetos, as coisas”
(ref. 2), os dois pontos introduzem uma síntese.
c) Em “pseudoeducação que não conduz ao entendimento do mundo.” (ref. 3), o conectivo do introduz
um complemento nominal.
d) Em “O eleitor também não é forçosamente o cidadão, pois o eleitor pode existir” (ref. 4), o conectivo
pois é conjunção conclusiva.
e) Em “o eleitor pode existir sem que o indivíduo realize inteiramente suas potencialidades” (ref. 5), a
forma verbal em negrito está no modo indicativo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O FUTURO ERA LINDO

A informação seria livre. Todo o saber do mundo seria compartilhado, bem como a música, o
cinema, a literatura e a ciência. O custo seria zero. O espaço seria infinito. A velocidade, estonteante. A
solidariedade e a colaboração seriam os valores supremos. A criatividade, o único poder verdadeiro. O
bem triunfaria sobre os males do capitalismo. O sistema de representação se tornaria obsoleto. Todos os
seres humanos teriam oportunidades iguais em qualquer lugar do planeta. Todos seriam
empreendedores e inventivos. Todos poderiam se expressar livremente. Censura, nunca mais. As
fronteiras deixariam de existir. As distâncias se tornariam irrelevantes. O inimaginável seria possível. O
sonho, qualquer sonho, poderia se tornar realidade.
1Livre, grátis, inovador, coletivo, palavras-chave do novo mundo que a internet inaugurou. Por

anos esquecemos que a internet foi uma invenção militar, criada para manter o poder de quem já o tinha.
Por anos fingimos que transformar produtos físicos em produtos virtuais era algo ecologicamente correto,
esquecendo que a fabricação de computadores e celulares, com a obsolescência embutida em seu DNA,
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demanda o consumo de quantidades vexatórias de combustíveis fósseis, de produtos químicos e de


água, sem falar no volume assombroso de lixo não reciclado em que resultam, incluindo lixo tóxico.
2Ninguém imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam tão concentrados em

megahipercorporações norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre tantas
indústrias e atividades em tão pouco tempo. Ninguém previu que os mesmos Estados Unidos, graças às
maravilhas da internet sempre tão aberta e juvenil, se consolidariam como os maiores espiões do
mundo, humilhando potências como a Alemanha e também o Brasil, impondo os métodos de sua
inteligência militar sobre a população mundial, e guiando ao arrepio da justiça os bebês engenheiros
nota dez em matemática mas ignorantes completos em matéria de ética, política e em boas maneiras.
3Ninguém previu a febre das notícias inventadas, a civilização de perfis falsos, as enxurradas de

vírus, os arrastões de números de cartão de crédito, a empulhação dos resultados numéricos falseados
por robôs ou gerados por trabalhadores mal pagos em países do terceiro mundo, o fim da privacidade, o
terrorismo eletrônico, inclusive de Estado.

Marion Strecker
Adaptado de Folha de São Paulo, 29/07/2014.

3. (Uerj 2016) O primeiro parágrafo expõe projeções passadas sobre possibilidades de um futuro regido
pela internet.
O recurso linguístico que permite identificar que se trata de projeção e não de fatos do passado
é o uso da:
a) forma verbal
b) pontuação informal
c) adjetivação positiva
d) estrutura coordenativa

4. (Uema 2015) Leia o poema a seguir extraído da obra Alguma poesia, de Carlos Drummond de
Andrade, em que o autor descreve o cotidiano familiar.

Família

Três meninos e duas meninas,


sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,


o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,


o médico uma vez por mês,
2o bilhete todas as semanas

branco! mas a esperança sempre verde.


A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

Considerando os aspectos linguísticos no referido texto, verifica-se que,


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VERBO II

a) em “o médico uma vez por mês” (ref. 1), o vocábulo destacado classifica-se como artigo por
acrescentar uma noção particular ao substantivo a que está associado.
b) no verso “e a mulher que trata de tudo”, há uma oração que pode ser substituída pelo adjetivo
tratante, sem provocar alteração no sentido do texto.
c) no segundo verso “sendo uma ainda de colo.”, a forma verbal introduz uma explicação que caracteriza
o cotidiano familiar.
d) do ponto de vista semântico, utilizou-se um processo de enumeração, ao longo do poema, no qual
predomina uma classe de palavras cuja função primordial é designar.
e) no verso “o bilhete todas as semanas” (ref. 2), “todas” está adverbializado pela presença do artigo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


TEXTO

Aprenda a chamar a polícia...

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando 1sorrateiramente no
quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta
passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e
trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão
ali, 2espiando tranquilamente. Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.
3Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. 4Esclareci que não e

disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim
que fosse possível. Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma: — Oi, eu liguei há pouco
porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da
escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. 5O tiro fez um estrago danado
no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma
unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por
nada neste mundo. Eles prenderam o ladrão em 6flagrante, que ficava olhando tudo com cara de
assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia. 7No meio
do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse: — Pensei que tivesse dito que tinha matado o
ladrão. Eu respondi: — Pensei que tivesse dito que não havia ninguém 8disponível.

Luís Fernando Veríssimo


Fonte: http://pensador.uol.com.br. Acessado em 21 Set. 2013.

5. (G1 - ifal 2014) Assinale a alternativa que melhor define a palavra em destaque.
a) “Sorrateiramente” (ref. 1) é um advérbio de modo e modifica a ação verbal “andando”.
b) “Espiando” (ref. 2) é uma palavra homônima homógrafa cujo par é “expiando”.
c) “Flagrante” (ref. 6) é uma palavra homônima homófona cujo par é “fragrante”.
d) “Esclareci” (ref. 4) é um verbo no pretérito imperfeito e está na primeira pessoa do plural.
e) “Disponível” (ref. 8) é um adjetivo e se refere à personagem principal da história.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


CAPÍTULO CII - DE CASADA

Imagina um relógio que só tivesse pêndulo, sem mostrador, de maneira que não se vissem as horas
escritas. O pêndulo iria de um lado para outro, mas nenhum sinal externo mostraria a marcha do tempo.
Tal foi aquela semana da Tijuca.
5De quando em quando, 1tornávamos ao passado e 2divertíamo-nos em relembrar as nossas tristezas e

calamidades, mas isso mesmo era um modo de não sairmos de nós. Assim 6vivemos novamente a nossa
longa espera de namorados, os anos da adolescência, a denúncia 3que está nos primeiros capítulos, e
ríamos de José Dias 4que conspirou a nossa desunião, e acabou festejando o nosso consórcio.
Machado de Assis, Dom Casmurro
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VERBO II

6. (Mackenzie 2009) "Imagina um relógio que só tivesse pêndulo, sem mostrador, de maneira que não
se vissem as horas escritas. O pêndulo iria de um lado para outro, mas nenhum sinal externo mostraria a
marcha do tempo. Tal foi aquela semana da Tijuca."

Considerado o parágrafo transcrito, é CORRETO afirmar:


a) A forma verbal no imperativo indica que o narrador se dirige ao leitor tratando-o por "vós".
b) A expressão "de maneira que" expressa, no contexto, ideia de finalidade.
c) Em "de maneira que não se vissem as horas escritas", se o verbo " ver" fosse substituído por "poder
ver", a correção gramatical exigiria a forma "pudesse ver".
d) Se o segundo período fosse iniciado com "Nenhum sinal externo", para que se mantivesse o sentido
original, a conjunção a ser empregada seria "porém".
e) Em "TAL foi aquela semana da Tijuca", o termo destacado é um advérbio.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


"Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre sua mãe e seu marido, na hora da despedida.
Durante as duas semanas da visita da velha, os dois mal se haviam suportado; os bons dias e as boas
tardes soavam a cada momento com uma delicadeza cautelosa que a fazia querer rir. Mas eis que na
hora da despedida, antes de entrarem no táxi, a mãe se transformara em sogra exemplar e o marido se
tornara o bom genro. 'Perdoe alguma palavra mal dita', dissera a velha senhora, e Catarina, com alguma
alegria, vira Antônio não saber o que fazer das malas nas mãos, gaguejar - perturbado em ser o bom
genro. 'Se eu rio, eles pensam que estou louca', pensara Catarina franzindo as sobrancelhas. 'Quem
casa um filho perde um filho, quem casa uma filha ganha mais um', acrescentara a mãe [...]."
(LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. 12ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982. p. 109-111.)

7. (Uel 2005) Na frase "Perdoe alguma palavra mal dita":


a) A ideia de incerteza vem expressa pelo pronome indefinido "alguma".
b) A indicação de ordem é representada pela forma verbal no imperativo.
c) A rudeza do falante é expressa pela forma verbal imperativa.
d) A referência a um momento anterior da narrativa está representada pela expressão de tempo "mal".
e) A palavra "mal" representa o precário nível de instrução do personagem.

Exercícios de aprofundamento
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Para responder à(s) questão(ões) a seguir considere o que está reproduzido abaixo, A, B, C e D da obra
Clarice Fotobiografia.

A. O desejo de criar uma Fotobiografia de Clarice Lispector, como a que aqui se propõe, é projeto antigo.
Uma primeira organização de imagens que reuni paralelamente à leitura de seus textos, enquanto
preparava cursos para estudantes universitários (eram imagens xerografadas, coletadas a partir de
reproduções encontradas em jornais e revistas, e, depois, em arquivos de tais periódicos) e enquanto
conhecia o acervo fotográfico de Clarice, ganhou registro no livro Clarice, uma Vida que se Conta. A
mostra visual constitui o caderno de imagens que integra o livro, elaborado como tese de livre-docência
defendida na Universidade de São Paulo em 1993 e publicado em 1995.
Nele, procurava registrar momentos mais significativos da vida e da produção literária e jornalística de
Clarice, no sentido de construir uma “biografia da escritora”, mediante leitura de textos da própria autora
e de outros a seu respeito, que resultou num produto alerta à construção de uma imagem de Clarice, no
seu sentido mais amplo.
Por isso mantenho neste livro, que ora se publica, com matéria ampliada, o mesmo critério de
organização dos capítulos adotados no livro anterior, com distribuição da matéria em sequência
cronológica e em função dos espaços habitados ou percorridos pela escritora.
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VERBO II

(Adaptado de: GOTLIB, Nádia Battella. Clarice Fotobiografia. 3. ed. atual., São Paulo, Editora da
Universidade de São Paulo, 2014, p. II)

B.

Enquanto o navio estava atracado no porto, foram almoçar na casa do meu pai. Fomos buscá-los. Eu era
recém-casada. O Maurício, meu marido, tinha uma caminhoneta, com um banco só, comprido. Ele tinha
sítio e usava a caminhoneta. Tivemos de entrar, todos, nesse banco: o Maurício, guiando; eu, do lado;
Clarice, com a criança; e o diplomata. A única coisa que Clarice quis ver foi a avenida Conde da Boa
Vista, onde moraram. E ficou decepcionada, porque achou a avenida estreita. E já haviam alargado a
avenida...

(Vera [Lispector] Choze, depoimento à autora, Recife, 15 jul. 1992) (p. 279)

C.
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VERBO II

Agora só tenho feito colaborações para jornais e revistas. Não tenho ideia de nenhum romance.
(Clarice Lispector, entrevista a Paulo Mendes Campos, 1950) (p. 282)

D.

1. (Puccamp 2016) O desejo de criar uma Fotobiografia de Clarice Lispector, como a que aqui se
propõe, é projeto antigo.

Na frase acima,
a) a expressão de criar exerce a mesma função sintática do segmento destacado em “Saiu para se
distrair do pesadelo”.
b) se o segmento como a que aqui se propõe fosse formulado de outra forma – “como a que aqui foi
proposto”, a correção e o sentido originais estariam preservados.
c) a conjunção como confere à oração subordinada o mesmo valor circunstancial notado em “Ela se
irritou com o descaso do atendimento, como qualquer um se irritaria”.
d) a palavra a pertence à mesma classe de palavras da que está destacada em “O atendente a que ele
se dirigiu foi atencioso”.
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VERBO II

e) o uso da forma verbal propõe está correto, segundo a gramática normativa, assim como estão
corretas as seguintes formas: “Caso proponhamos um acordo, aceite” e “No caso de propormos um
acordo, aceite”.

2. (Enem 2015)

A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço anunciado, funcionando como estratégia de
persuasão em relação ao consumidor do mercado gráfico. O recurso da linguagem verbal que contribui
para esse destaque é o emprego
a) do termo “fácil” no início do anúncio, com foco no processo.
b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão.
c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência.
d) da expressão intensificadora “menos do que” associada à qualidade.
e) da locução “do mundo” associada a “melhor”, que quantifica a ação.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O leão e a raposa

Um 11leão envelhecido, 1não podendo mais procurar alimento por sua própria conta, julgou que devia
arranjar um jeito de fazer isso. E, então, foi a uma caverna, deitou-se e se fingiu de doente. Dessa forma,
quando 8recebia a visita de outros 13animais, ele 4os pegava e 5os comia. Depois que muitas 14feras 6já
tinham morrido, uma 12raposa, ciente da armadilha, parou a 9certa distância da caverna e perguntou ao
leão como ele estava. Como ele 2respondesse: “Mal!” e lhe 3perguntasse 10por que ela não entrava,
disse a raposa: “Ora, eu entraria 7se não visse marcas de muitos entrando, mas de ninguém saindo”.

Esopo - escritor grego do século VI a.C.

3. (Mackenzie 2012) Assinale a alternativa correta.


a) É indiferente o emprego das grafias se não (ref. 7) ou “senão” para a formação dos sentidos textuais.
b) A forma verbal recebia (ref. 8) exprime um fato passado já concluído, anterior a outro fato também
passado.
c) A troca da posição da palavra certa (ref. 9) altera os sentidos: a uma certa distância / “a uma distância
certa”.
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VERBO II

d) O uso de por que (ref. 10) está de acordo com a norma culta, como em “Ele explicou novamente todos
os exercícios por que os alunos pediram”.
e) As palavras leão (ref. 11) e raposa (ref. 12) apresentam sentido generalizado, enquanto animais (ref.
13) e feras (ref. 14) têm sentido mais específico.

GABARITO
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
Resposta da questão 1:
[E]

[I] Incorreta: o advérbio “não” é de negação.


[IV] Incorreta: o uso do imperativo reforça a ideia de pedido/apelo expressa pelo idoso.
[V] Incorreta: o pronome “nos” é classificado como pronome pessoal do caso oblíquo.

Resposta da questão 2:
[C]

Em “pseudoeducação que não conduz ao entendimento do mundo.” (ref. 3), o conectivo do introduz o
complemento nominal (“do mundo”) do substantivo “entendimento”.

Resposta da questão 3:
[A]

O uso de verbos no futuro do pretérito (“seria”, “seriam”, “triunfaria”, “tornaria”, “teriam”, “poderiam”,
“deixariam”, “tornariam”, “poderia”) indica que o emissor fala de fatos que poderiam ter acontecido no
passado, mas não se concretizaram no tempo que lhes sucedeu. Ou seja, a forma verbal expressa
projeções feitas no passado sobre possibilidades de um futuro, como se afirma em [A].

Resposta da questão 4:
[D]

[A] Incorreta. No contexto, “uma” é numeral, por quantificar o substantivo “vez”.


[B] Incorreta. “Tratante” é um adjetivo referente a uma pessoa que trapaceia; já uma pessoa “que trata
de tudo” é “administradora”.
[C] Incorreta. A forma no gerúndio, “sendo”, introduz uma caracterização de uma das meninas.
[D] Correta. Há nítido predomínio de frases nominais, enumerando substantivos, classe de palavras
responsável por designar, dar nomes a seres, objetos, pensamentos, ações. Como exemplo, basta
excluir do poema a última frase de cada uma das estrofes: todo o restante é formado por frases
nominais.
[E] Incorreta. “Todas” é um pronome-adjetivo, classificado como indefinido; relaciona-se a um
substantivo, “semana” e, por esse motivo permite a associação a um artigo. Os advérbios formam uma
classe de palavra invariável, nunca associado a um substantivo.

Resposta da questão 5:
[A]

[B] Incorreta: espiar significa observar alguém de forma escondida, já expiar significa pagar no sentido de
pagar por um erro.
[C] Incorreta: a palavra “flagrante” significa ver algo no momento em que está ocorrendo, ao passo que
“fragrante” tem significado de algo perfumoso, cheiroso.
[D] Incorreta: “esclareci” é um verbo no pretérito perfeito e está na primeira pessoa do singular.
[E] Incorreta: “disponível” na verdade se refere à polícia.

Resposta da questão 6:
[E]
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VERBO II

Resposta da questão 7:
[A]

EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
Resposta da questão 1:
[E]

[A] Incorreta. “De criar” exerce função de complemento nominal do substantivo “desejo”; já “do pesadelo”
é objeto indireto do verbo “distrair-se”.
[B] Incorreta. A alteração da voz passiva sintética para a analítica não manteve o tempo verbal; para
manter a correção, a voz passiva analítica deveria permanecer no presente do indicativo: “como a
que aqui é proposta”.
[C] Incorreta. No enunciado, “como” indica conformidade; já na segunda oração, seu sentido é de modo,
exemplo.
[D] Incorreta. No enunciado, “a” é um artigo definido feminino; já no exemplo apresentado, “a” é uma
preposição.
[E] Correta. A partir da conjugação do verbo por, forma-se o verbo derivado propor. Conjugado no
presente do Subjuntivo, a forma verbal “proponhamos” está correta; conjugado no Imperativo, em sua
forma impessoal, “propormos” também está correta.

Resposta da questão 2:
[C]

No período “vai ser bom, não foi”, a sequência das expressões verbais, “vai ser” com noção de futuro,
assim como o pretérito do perfeito referente ao passado, sugerem a velocidade de ação que a empresa
pretende apresentar como sua característica principal. Assim, é correta a opção [C].

Resposta da questão 3:
[C]

As opções [A], [B], [D] e [E] são incorretas, pois:

[A] a conjunção “se” seguida do advérbio de negação “não” introduz uma oração subordinada condicional
com verbo na negativa, enquanto que “senão” é elemento coesivo com significado equivalente a “de
outro modo”, “de contrário”;
[B] o pretérito imperfeito do indicativo, no contexto, exprime um fato passado contínuo e habitual;
[D] o uso de “por que” é correto na frase da fábula de Esopo, pois trata-se de uma expressão formada
por preposição e pronome relativo, diferente do que acontece na frase “Ele explicou novamente
todos os exercícios por que os alunos pediram”, em que seria correto o emprego da conjunção
subordinativa porque para exprimir noção de causa;
[E] os termos “leão” e “raposa” são hipônimos, portanto têm sentido mais restrito que os hiperônimos
“animais” e “feras” (com sentido mais abrangente).

Assim, é correta apenas [C], pois a troca de posição da palavra “certa” alteraria o sentido para alguma e
exata, respectivamente.
Extensivo 2020 - CPD 640
Gramática
VERBO II
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Gramática
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