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BASE LEGAL
·Constituição Federal, 05 de Outubro de 1988;
·Decreto-Lei 2.848, de 07 de Dezembro de 1940;
·Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de Outubro de 1941;
·Lei nº 11.340, de 07 de Agosto de 2006;
·Decreto 1.973, de 1º de Agosto de 1996;
·Decreto 4.316, de 30 de Julho de 2002;
4. Dos Princípios
O programa tem por pressupostos os princípios da polícia de proximidade.
Somando-se a estes, o protagonismo do cidadão, o fortalecimento de vínculos, a
coprodução, a ação sobre as causas, a atuação em rede, a efetividade, a celeridade, a
prestação de contas e o protagonismo policial militar; já sedimentados no portfólio de
programas de prevenção da PMSC.
Convém raticar que o policial militar assume o papel de conciliador e orientador,
transformando a realidade local com ações e encaminhamentos que possam contribuir para
a pacicação de cada situação atendida.
Cumpre pontuar, ainda, que o controle das informações é aspecto primordial. A Rede
Catarina de Proteção à Mulher atua sobre fatos que envolvem a intimidade e a esfera
particular das pessoas. Noutras palavras, trabalha-se com situações delicadas que abarcam
todas as classes sociais e todo o tipo de risco para a segurança da mulher e da família.
Portanto, a proteção e sigilo das informações, dados e identidades são fundamentais para a
segurança das acompanhadas e de sua família, impedindo a exposição dela e de sua prole,
ressalvadas as medidas necessárias para realização do atendimento preventivo e
emergencial.
5. Da Organização
O programa está estruturado a partir de três eixos: ações proteção, policiamento
direcionado ao problema e solução tecnológica. Para tanto, o comando local instituirá
guarnição especíca denominada de Patrulha Maria da Penha para qualicar o atendimento a
mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. A Patrulha Maria da Penha,
obrigatoriamente, há de ser composta por no mínimo dois policiais militares, sendo um
deles, necessariamente, do sexo feminino.
A implantação da Patrulha Maria da Penha é recomendada para as cidades com
incidência signicativa de violência doméstica e familiar, bem como, para cidades com mais
de 100 mil habitantes. A Rede Catarina de Proteção à Mulher é uma estratégia, dentre
outras do portfólio de programas de prevenção da PMSC, que pode ser utilizada pelo
Comando local, conforme sua discricionariedade, para preservação da ordem pública. De
igual forma, a implantação da Patrulha Maria da Penha é ato discricionário do Comando local.
A Patrulha Maria da Penha desenvolverá suas ações de acordo com o Pop nº
304.5/PMSC, de modo que as ações e a composição da guarnição devem ser orientadas
pelo princípio da continuidade, evitando alternância, para que haja o fortalecimento de
vínculos. Ressalta-se que a Patrulha Maria da Penha deve obrigatoriamente utilizar os
materiais e equipamentos padronizados pela PMSC. De tal modo, que é proibido a
identicação das viaturas (“Patrulha Maria da Penha” ou similar), regendo-se o serviço pelo
princípio da universalidade, da identicação visual e do direcionamento das ações policiais.
6. Dos Serviços
A Rede Catarina Proteção à Mulher, dentre outros serviços, cabe realizar visitas
preventivas a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, com o intuito de fornecer
um acompanhamento qualicado; assessorar e orientar as mulheres vítimas no que se
refere a dúvidas sobre a rede de proteção, direitos e a legislação vigente; scalizar as
medidas protetivas de urgência por meio de visitas preventivas periódicas na residência da
vítima e do ofensor; adotar, quando necessário, as medidas de proteção à mulher previstas
no art. 11 da Lei n. 11.340/06; comunicar ao poder judiciário as situações em que não haja
agrante delito e haja risco à mulher, a m de providências judiciárias cautelares possam ser
tomadas (tais como, decretação da medida protetiva e da prisão preventiva); comunicar e
agir de forma integrada com a rede de atendimento, visando romper a continuidade do ciclo
de violência e restaurar a convivência saudável; certicar o término de acompanhamento,
nas ocasiões em que a vítima informa que não necessita do atendimento da Rede Catarina
de Proteção à Mulher; e atender as situações de emergência, de forma mais célere e efetiva
com base em solução tecnológica que possibilite, dentre outras funcionalidades, o
georeferenciamento da ocorrência.
Vale destacar que de acordo com o risco em que esteja exposta a mulher, será
denida a periodicidade das visitas preventivas e o policiamento para scalização das
medidas protetivas de urgência.
Os atendimentos devem estar pautados nos procedimentos de técnica policial
militar vigentes na Corporação. A este ponto, indispensável considerar que ocorrências em
ambientes connados, tais como residências e apartamentos, carecem de especial atenção
dos policiais militares, por potencializarem os riscos contra a guarnição. Assim, a atuação
deve ocorrer, preferencialmente, com apoio de outras guarnições do efetivo orgânico da
Organização Policial Militar (OPM).
7. Eixos de atuação
7.1 Ações de Proteção
- Visitas Preventivas
A Rede Catarina de Proteção à Mulher realizará visita preventiva a partir do
atendimento de ocorrências de violência doméstica e familiar contra mulher ou de
denúncias e solicitações que noticiem casos de violência, incluindo as direcionadas pelo
aplicativo. Com policiais militares capacitados, por meio de visitas preventivas periódicas às
vítimas, a Patrulha Maria da Penha scalizará o cumprimento das medidas protetivas
concedidas pelo Judiciário e aconselhará as mulheres acompanhadas sobre seus direitos.
Além disso, também adverte e orienta o autor acerca de seus deveres e responsabilidades,
coibindo a reincidência. Trata-se de ação policial restaurativa.
Na visita preventiva, ainda, a Patrulha Maria da Penha promove os principais
encaminhamentos de acordo com cada situação, podendo dentre outras ações: comunicar
ao Poder Judiciário sobre a possibilidade de solicitação de medidas protetivas de urgência;
encaminhar situações para outros órgãos da rede de apoio e proteção à mulher, como,
assistência social, saúde, defensoria pública (por exemplo, casos de guarda dos lhos ou de
partilha dos bens), dentre outros; adotar medidas de proteção à mulher, tais como,
encaminhamento a exame de corpo delito, deslocamento para local seguro,
acompanhamento da retirada dos pertences da residência, etc.
Cumpre rearmar que, de acordo com o risco em que esteja exposta a mulher,
será denida a periodicidade das visitas preventivas e o policiamento para scalização das
medidas protetivas de urgência. A visita deverá feita com a máxima discrição possível, de
forma a evitar constrangimento desnecessário perante vizinhos e familiares.
9. Metodologia da PMSC
A metodologia da Rede Catarina de Proteção à Mulher surge a partir de boas
práticas vivenciadas em Santa Catarina, a citar na cidade de Chapecó com o Guardião Maria
da Penha, e do estudo de experiências de outros estados da federação. Todavia, a
metodologia ora adotada inova e rompe com os programas até então desenvolvidos dessa
natureza.
Conferindo um atendimento mais célere e efetivo a partir do desenvolvimento de
um aplicativo próprio para o programa, da integração com o SADE e da comunicação no
momento do fato das situações de risco ao juiz de plantão, a Rede Catarina de Proteção à
Mulher é mais que a scalização de medidas protetivas, despontando-se como vanguarda
dentre os programas direcionados à prevenção da violência doméstica e familiar contra a
mulher.
Na metodologia para desenvolvimento do programa, faz-se necessário:
ü Reunião de Sensibilização
Apresentar o programa às estruturas e entidades públicas locais, expondo o
levantamento de situação da localidade e esclarecendo o objeto, os objetivos, a
metodologia, os benefícios, as diculdades, os riscos e a responsabilidade.
ü Rede de Comunicação/Padronização
Estabelecer um canal de comunicação e padronização dos procedimentos entre o
Poder Judiciário, Ministério Público, Assistência Social, Polícia Civil, Conselho Tutelar, Casas
Abrigo, Serviços Voluntários, etc.
ü Governança
Manter reuniões de trabalho regulares entre os atores envolvidos e ações de
integração que fomentem a coprodução e a corresponsabilidade. De igual modo,
estabelecer parcerias e ações integradas com a saúde, assistência social, Polícia Civil,
Ministério Público e Poder Judiciário.