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INSTITUTO DE ENSINO DE SEGURANÇA DO PARÁ

COORDENADORIA DE ENSINO SUPERIOR


CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SEGURANÇA PÚBLICA

MARCOS VIANA CUNHA – 3º SGT PMPA


ALCICLEI JOSE LIMA BAIA – 3º SGT PMPA
JOÃO PAULO CASTRO DE LIMA – 3º SGT PMPA
MÔNICA MENDES MACIEL – 3º SGT PMPA
WGLAILSON RODRIGUES GARCIA – 3º SGT PMPA

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Marituba/Pará
2024
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Trabalho apresentado ao Instituto de Ensino de


Segurança do Pará – IESP, Curso Superior de
Tecnologia em Segurança Pública, como requisito para
obtenção do título de graduado em Segurança Pública.

Orientador: Prof. M. Sc. Luiz Nestor Sodré da Silveira


Dr. XXXXX (ver titulação) Coorientador: Prof. Me.
XX(Se houver ver titulação).
Marituba/Pará
2024
INSTITUTO DE ENSINO DE SEGURANÇA DO PARÁ

COORDENADORIA DE ENSINO SUPERIOR

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM


SEGURANÇA PÚBLICA

FOLHA DE APROVAÇÃO

MARCOS VIANA CUNHA


ALCICLEI JOSE LIMA BAIA
JOÃO PAULO CASTRO DE LIMA
MÔNICA MENDES MACIEL
WGLAILSON RODRIGUES GARCIA

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito parcial para obtenção do grau de Tecnólogo
em Segunça Pública, pelo Instituto de Ensino de
Segurança do Pará.

Aprovado em: XX de XXXXX de 2024.

Banca Examinadora

(Nome do orientador, sua titulação e Instituição a que pertence).

(nome, titulação e instituição a que pertence).


(nome, titulação e instituição a que pertence).
À minha família.
AGRADECIMENTOS

A Deus pela força para perserverar

durante essa longa trajetória.

À coordenação do IESP, pela

oportunidade que nos foi dada.

Ao Prof. M. Sc. Luiz SodréDr. xxxxx, pela excelente

orientação .... Aos colegas da turma, por

compartilharem suas experiências, amizade,

companheirismo e conhecimentos conosco.

Obrigado a todos por fazerem parte desta jornada!


"A coragem de uma mulher e o conhecimento de seus direitos são chaves para a quebra das
correntes da violência. Que este trabalho, dedicado à luta pelos direitos das mulheres, seja um
tributo ao poder transformador de cada uma delas". – Autor desconhecido
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

RESUMO

A violência contra a mulher é uma questão de extrema gravidade e relevância social,


que persiste como uma das formas mais perversas de violação dos direitos humanos em
todo o mundo. No contexto brasileiro, apesar dos avanços legislativos e das políticas
públicas voltadas para a proteção das mulheres, ainda enfrentamos altos índices de
violência doméstica, agressões físicas, psicológicas e sexuais, além de feminicídios em
índices alarmantes. O objetivo geral deste trabalho é desenvolver um projeto de
intervenção no curso de Tecnólogo em Segurança Pública visa capacitar os profissionais
para a prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher, contribuindo para a
redução dos índices de violência de gênero e para a proteção dos direitos das mulheres.
A implementação de um projeto de intervenção no curso de Segurança Pública se
justifica pela urgência e gravidade do problema da violência contra a mulher, que
representa uma violação aos direitos humanos e uma das principais formas de
discriminação de gênero em nossa sociedade. Capacitar os profissionais da área de
segurança para atuar de forma eficaz e sensível diante desse cenário é essencial para
garantir a proteção e a segurança das mulheres, bem como para promover uma cultura
de respeito, igualdade e não violência de gênero em nossa sociedade. Dessa forma, este
projeto de intervenção visa contribuir para a construção de uma sociedade mais justa,
igualitária e livre de violência contra as mulheres. É fundamental destacar que este
projeto não se trata apenas de uma obrigação institucional, mas sim de um compromisso
ético e moral com a promoção da igualdade de gênero e o combate à violência contra as
mulheres. Por meio da capacitação dos profissionais de Segurança Pública, buscamos
promover uma mudança cultural dentro das instituições, sensibilizando-os para a
gravidade e complexidade desse problema e capacitando-os para oferecer um
atendimento de qualidade e livre de preconceitos às vítimas de violência.

Palavras-chave: Segurança Pública. Violência contra a mulher. Lei Maria da Penha.


Capacitação.

VIOLENCE AGAINST WOMEN

ABSTRACT

Violence against women is an issue of extreme seriousness and social relevance, which
persists as one of the most perverse forms of human rights violations worldwide. In the
Brazilian context, despite legislative advances and public policies aimed at protecting
women, we still face high rates of domestic violence, physical, psychological and sexual
assaults, in addition to alarming femicides. The general objective of this project is to
develop an intervention project in the Public Security course that aims to train
professionals to prevent and combat violence against women, contributing to reducing
rates of gender-based violence and protecting women's rights. . The implementation of
an intervention project in the Public Security course is justified by the urgency and
seriousness of the problem of violence against women, which represents a violation of
human rights and one of the main forms of gender discrimination in our society.
Training security professionals to act effectively and sensitively in this scenario is
essential to guarantee the protection and safety of women, as well as to promote a
culture of respect, equality and non-gender violence in our society. In this way, this
intervention project aims to contribute to the construction of a more fair, egalitarian
society free from violence against women. It is essential to highlight that this project is
not just an institutional obligation, but rather an ethical and moral commitment to
promoting gender equality and combating violence against women. By training Public
Security professionals, we seek to promote a cultural change within institutions, raising
awareness of the seriousness and complexity of this problem and enabling them to offer
quality, prejudice-free care to victims of violence.

Keywords: Public Security. Violence against women. Maria da Penha Law. Training.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................10
2. REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................................13
3. METODOLOGIA DA COLETA DE DADOS.................................................................21
3.1. LEVANTAMENTO DE DADOS E DIAGNÓSTICO:...............................................21
3.2. IDENTIFICAÇÃO DE NECESSIDADES E DEMANDAS:......................................21
3.3. ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:...........................................21
3.4. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO..........................................................................22
4 CENÁRIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO..........................................................23
4.1. CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE INTERVENÇÃO......................................23
4.2. FRAGILIDADES E OPORTUNIDADES PERCEBIDAS..........................................23
4.3. CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS......................................................................24
4.4. DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS SUJEITOS...........................................24
5 METAS................................................................................................................................25
6 RECURSOS NECESSÁRIOS...........................................................................................27
7 CRONOGRAMA................................................................................................................30
8 PROPOSIÇÃO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO.........................................32
9 RESULTADOS ESPERADOS..........................................................................................35
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................37
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................39
12

1. INTRODUÇÃO

A crescente violência contra mulher no Brasil está mais viva do que se imagina
num cenário social ainda governado por uma sociedade de comportamento machista e
dominador onde a base do tratamento é o autoritarismo naturalizado por uma tradição
patriarcal onde o homem social continua sendo aquele que manda que governa e dita às
ordens na hierarquia familiar (ZANCAN; HABIGZANG, 2018).
A Lei 11.040 de 07 de agosto de 2006, intitulada Lei Maria da Penha, herdou
essa denominação em razão da história de uma mulher que por vários anos, suportou a
violência do marido e, ao se ver esgotada com as agressões, a agonia cotidiana, as
tentativas de assassinato, os sinais em seu corpo, irreparáveis, e os danos psicológicos
sofridos, decidiu buscar medidas admissíveis junto à justiça para tentar conter seu
agressor (ZANCAN; HABIGZANG, 2018; SANTOS et al., 2018).
Infelizmente esse fato não é algo incomum e, embora as modificações ocorridas
no meio social, as mudanças conquistadas pela mulher, a sociedade ainda respira certos
conceitos antigos, ainda se vê num meio patriarcal onde o pai é o alicerce, a estrutura e
todos os outros membros da família se submetem a ele, inclusive sua esposa. Essa visão
de submissão gera no homem sentimentos de autoritarismo, possessão e abre
precedentes para que ele julgue a mulher, discrimine, humilhe e pôr fim a despreze.
Olhando para o tempo, algumas décadas atrás, o homem era visto como alguém
superior dentro da família, já a mulher servia apenas para cuidar dos filhos e
desempenhar as atividades do lar, não lhe cabia direitos, não era permitido que
trabalhasse em outro local que não a sua casa, as pessoas eram de certa forma
machistas, na iminência de instituir que a mulher se mantivesse submissa ao cônjuge em
todos os campos, e se preocupasse apenas com os filhos, a casa e o aconchego do
esposo (PATEMAN,1993).
Os pensamentos do mundo antigo, lamentavelmente ainda refletem no cotidiano,
embora a Constituição Federal aborde sobre o tema, essas desigualdades entre os
gêneros masculino e feminino insistem em se manter, e hoje ainda se cultiva à imagem
da família patriarcal, da dessemelhança entre o homem e a mulher, levando a criança
imaginar que certos comportamentos são naturais (SOUSA et al., 2021).
De forma gradativa a mulher tem buscado se igualar ao homem e, atualmente
desempenha funções que antes eram apenas atribuídas a eles, além disso, muitas se
13

veem totalmente independentes, decidem suas vidas, qual é o melhor momento para um
período gestacional, não se submetem a ninguém, são donas de suas decisões. Embora
existam mulheres que vivam de forma distinta, amargamente essa não é a realidade de
todas, muitas ainda sentem temor, vergonha, receio, imaginam-se incapacitadas, fracas e
resolvem calar-se e nada fazer para cessar a violência que sofrem dentro do seu lar,
fazendo com que as agressões sofridas se prolonguem por muito tempo, levando muitas
vezes a situações graves e irreparáveis (LOPES, 2010).
A violência contra a mulher cresce a cada dia, independentemente de sua classe
social, e hoje é comum deparar-se com situações realistas, com mulheres marcadas pela
agressão, vivendo a dor imposta por seus companheiros, algumas por medo, outras por
não terem para onde ir. A depressão e a violência contra as mulheres têm sido
consideradas problemas de saúde pública. Nota-se que 25% das mulheres e 13% dos
homens, em algum momento da vida, sofrem de depressão (SOUSA et al., 2021).
No caso da violência, estudos mostram que uma em cada três mulheres, em
algum momento da sua vida, foi vítima de violência sexual, física ou psicológica
perpetrada por homens. Acrescenta-se ainda que as mulheres perdem 9,5 anos de vida
saudável devido à violência doméstica e sexual; o seu rendimento económico também é
reduzido entre 3 e 20%, como resultado das consequências e do impacto que a violência
produz (ZANCAN; HABIGZANG, 2018).
Com o intuito de dar subsídio e proteção, a Lei Maria da Penha tem buscado
coibir os atos violentos sofridos pela mulher, entretanto, uma lei isolada não tem
condições de alterar as atuações do ofensor, por melhor que seja sua finalidade, fato que
após alguns anos de sua publicação, houve o acréscimo no Código Penal da Lei de nº
13.104/2015 que trata do Feminicídio, tornando mais severas as penalidades para os
agressores que atentarem homicídio por conta do gênero, da condição de sexo feminino
(SOUSA et al., 2021).
A violência contra a mulher é uma questão de extrema gravidade e relevância
social, que persiste como uma das formas mais perversas de violação dos direitos
humanos em todo o mundo. No contexto brasileiro, apesar dos avanços legislativos e
das políticas públicas voltadas para a proteção das mulheres, ainda enfrentamos altos
índices de violência doméstica, agressões físicas, psicológicas e sexuais, além de
feminicídios alarmantes.
Diante desse cenário alarmante, torna-se imprescindível a atuação dos
profissionais da área de segurança pública como agentes de prevenção, proteção e
14

enfrentamento à violência contra a mulher. Nesse sentido, o desenvolvimento de um


projeto de intervenção no âmbito do da Segurança Pública surge como uma iniciativa
fundamental para capacitar e sensibilizar esses profissionais, promovendo uma atuação
mais efetiva e humanizada no enfrentamento dessa grave problemática.
O objetivo geral deste projeto é desenvolver um projeto de intervenção no curso
de Segurança Pública que visa capacitar os profissionais para a prevenção e
enfrentamento da violência contra a mulher, contribuindo para a redução dos índices de
violência de gênero e para a proteção dos direitos das mulheres.
Os objetivos específicos deste projeto de intervenção são:
 Capacitar os profissionais de Segurança Pública para identificar sinais de violência
contra a mulher e agir de forma adequada e eficaz.
 Promover a conscientização sobre a gravidade e as diferentes formas de violência
contra a mulher, incluindo violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
 Fornecer orientações e protocolos de atendimento específicos para casos de
violência contra a mulher, visando garantir a segurança e o acolhimento das
vítimas.
Dessa forma, o problema desta pesquisa é: como desenvolver e implementar um
projeto de intervenção no curso de Segurança Pública que capacite os profissionais para
a prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher, contribuindo para a proteção
dos direitos das mulheres e a redução dos índices de violência de gênero?
A implementação de um projeto de intervenção no curso de Segurança Pública
se justifica pela urgência e gravidade do problema da violência contra a mulher, que
representa uma violação aos direitos humanos e uma das principais formas de
discriminação de gênero em nossa sociedade. Capacitar os profissionais da área de
segurança para atuar de forma eficaz e sensível diante desse cenário é essencial para
garantir a proteção e a segurança das mulheres, bem como para promover uma cultura
de respeito, igualdade e não violência de gênero em nossa sociedade. Dessa forma, este
projeto de intervenção visa contribuir para a construção de uma sociedade mais justa,
igualitária e livre de violência contra as mulheres.
15

2. REVISÃO DA LITERATURA

Partindo de um olhar histórico foi possível compreender que as mulheres sempre


foram culturalmente discriminadas pela superioridade masculina, a mulher sempre foi
vista como objeto do lar e sempre sofreu diversas formas de violência, a violência
contra a mulher é fruto de uma evolução histórica muitas vezes praticada por alguém no
seu âmbito familiar sendo um quadro trágico que vincula na sociedade devido a falta de
informação e conceitos socioculturais ainda enraizados. Para Marilena Chauí (2008,
p.57):

a localização da mulher no espaço privado não caracteriza por si só nenhuma


violência especifica contra a mulher o que caracteriza violência é o fato de o
privado estar associado a uma ideia de privação de constrangimento da
autonomia etc., no entanto a pesquisadora ressalta que a violência não faz das
mulheres meras vítimas de sua ação uma vez que elas também participam
como agentes da história.

Entende-se que de um conflito conjugal muitas vezes pode se caracterizar um


jogo de interesses em choque entre os sexos de um lado o interesse dominador do
homem o desejo de montagem de um sistema que ele efetive e se perpetue do outro lado
o interesse da mulher que não é claramente definido uma vez que as mulheres estão
sujeitas a uma violência (CHAUÍ, 1985).
O Brasil tem acompanhado um quadro desolador no que tange a violência
contra mulher. Embora tenham ocorrido alguns avanços nesse campo, os indicadoresa
taxa de violência praticada no país figura em 5º lugar no ranking entre os países onde
mais ocorrem casos de agressão e homicídios praticados por homens contra a mulher.
Onze anos após a aprovação da Lei Maria da Penha, que garante certas medidas
protetivas em favor da mulher, o cenário visto é entristecedor, justamente porque
embora seja de conhecimento da grande maioria, não tem sido satisfatória na redução
das agressões provocadas, tão pouco eficaz na real proteção da mulher, que não tem
conseguido sentir-se segura em oferecer denúncia, pois embora a lei exista, na prática
não alcança planaeficácia, não dá qualquer segurança para a vítima agredida, não a livra
de futura agressão ou violência de maior grau ofensivo.
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Dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180

Categoria Percen
tual
(%)

Prestação de Informações 41.09


Encaminhamentos para serviços especializados 9.56
Encaminhamentos para outros serviços de teleatendimento 38.54
Aumento de relatos de violência em relação a 2014 44.74
Aumento de cárcere privado em relação a 2014 325
Aumento de violência sexual em relação a 2014 129
Aumento de tráfico de pessoas em relação a 2014 151

Fonte: Autor (2024)

A Lei nº 11.340/06 passou a ser conhecida popularmente como Lei Maria da


Penha, nome dado em virtude da violência sofrida por uma farmacêutica de nome Maria
da Penha Maia Fernandes, residente de Fortaleza, vítima de constantes atrocidades
praticadas por seu marido o professor universitário e economista Marco Antonio
Heredia Viveiros. Em 1983 sofreu duas tentativas de homicídio, tendo ficado
paraplégica após um tiro dado pelo próprio parceiro, em que simulara um assalto. A
segunda tentativa foi submetida a uma descarga elétrica durante um banho.
Embora tenha denunciado o marido pelas agressões que lhe deixaram marcas
evidentes, apenas em junho iniciaram as averiguações relativas a primeira tentativa e
somente no ano seguinte foi oferecida a denúncia. Em 1991 o réu fora condenado,
porém a defesa pediu nulidade declarando haver falhas na laboração dos quesitos.
Alguns anos depois, em 1996, ocorreu novo julgamento, sendo punido em 10 anos e
seis meses de prisão, mas de nada adiantou, após recorrer em liberdade. Dezenove anos
após os acontecidos, o réu acabou sendo preso, cumprindo apenas dois anos de prisão.
O caso repercutiu em vários países e, descontente com os trâmites da justiça do
Brasil, Maria da Penha decidiu formalizar acusação contra o Brasil junto à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos. Após tentativas infrutíferas de esclarecimentos,
verificando a ineficácia da justiça brasileira, a improvável reparação, a ausência do
cumprimento da justiça em agir de maneira adequada perante a violência doméstica, a
falta de punição, a morosidade exacerbada, a infinidade de recursos, deixando claro que
em momento algum foram aplicados os regulamentos sustentados nos acordos por ele
sancionados, fora atribuído ao Brasil o pagamento de uma indenização de U$20.000 em
17

benefício de Maria da Penha, sendo culpado por inadvertência e abandono no tocante a


violência doméstica, sendo aconselhado a encurtar a prática de certas medidas, dentre
elas a facilitação dos métodos judiciais objetivando a redução do tempo processual.
Em virtude das pressões exercidas pelos órgãos internacionais, o Brasil começou
a executar os Tratados e as Convenções dos quais era Membro, e em 2002, juntamente
com quinze membros de organizações que lidavam com as questões que envolviam
violência doméstica, deu início a um projeto que futuramente se tornaria a Lei Maria da
Penha. Em agosto de 2006, foi sancionada pelo Presidente da República, a referida lei,
vigorando até os dias atuais. Com a lei em vigor, o Brasil começou a atender as
solicitações da Convenção Interamericana de Direitos Humanos e da Organização dos
Estados Americanos, além de colaborar com os métodos de ingresso à Justiça, trazendo
uma nova visão aos pontos relacionados com a violência doméstica, dando ensejo a
inúmeros debates abordando o tema na sociedade.
Da violência doméstica e familiar contra a mulher
Capítulo I - Disposições Gerais
A lei Maria da Penha esclarece que existe violência doméstica e familiar
contra a mulher quando houver qualquer ação ou omissão abalizada no
gênero que resulte em morte, dano, sofrimento em seu físico, violência sexual
ou psicológica, dano moral ou patrimonial:
I - No âmbito da unidade doméstica...
II - No âmbito da família...
III – Nas relações íntimas de afeto, onde o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação (BRASIL, Lei
nº 11.340/2006).

Os atos violentos contra a mulher não são atuais, eles ocorrem desde a
antiguidade e vêm aumentando gradativamente. Ao longo de décadas as mulheres têm
sido alvo de diversidades, diferenças, que a levaram a uma posição desfavorável em
relação ao homem, principalmente nas sociedades mais antigas, onde o patriarcado
imperava.
No Brasil, pode-se dizer que de todas as denúncias em que a mulher é vitimada,
66% delas aproximadamente são cometidas por seus parceiros, desde simples
namorados, amantes, seus próprios companheiros e em alguns casos, até por seus ex-
parceiros. "O homem violento utiliza diversos padrões de comportamento visando
subjugar a companheira à sua vontade, impondo sua masculinidade, por meio de
relações hierárquicas e desiguais" (GROSSI, 1996, p.134).
Conforme histórico da Secretaria especial de políticas para mulheres, de 67.962
dos comunicados de violência, 45.962 advieram de uma relação entre homem e mulher,
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27.864 de união estável com mais de 10 anos e cerca de 26.736 desses noticiários, a
mulher sofre violência diariamente.
A Lei Maria da Penha tornou-se popularmente famosa por defender as situações
de agressividade física entre marido e mulher, porém sua redação também faz menção
da agressão doméstica, o tormento de ordem psicológica, a isolação da mulher, o
controle incessante e a ofensa, dentre outras condutas agressivas e cheias de machismo.
Também relata sobre a violência de caráter sexual, a obrigatoriedade das relações
sexuais forçadas, a não permissão de contraceptivos; a violência ao patrimônio, o
aniquilamento ou ainda a destruição dos bens que lhe pertencem, dos seus meios
financeiros ou de seus documentos particulares.
No Brasil, a violência doméstica, também comumente referida como violência
familiar, violência conjugal, espancamento e violência contra parceiro íntimo (VPI), é
generalizada e constitui uma das formas mais prevalentes de violência contra a mulher.
A violência contra as mulheres pode ser de várias maneiras: física, sexual, psicológica
patrimonial, moral e outras. Essas formas de violência estão inter-relacionadas e afetam
as mulheres desde o nascimento até a velhice. Alguns tipos de violência, como o tráfico
de mulheres, atravessam fronteiras nacionais. As mulheres que sofrem violência sofrem
de uma variedade de problemas de saúde e sua capacidade de participar da vida pública
é diminuída.
A violência contra as mulheres afeta famílias e comunidades de todas as
gerações e reforça outros tipos de violência prevalecentes na sociedade. A violência
contra as mulheres também esgota as mulheres, suas famílias, comunidades e nações. A
violência contra as mulheres não se limita a uma cultura, região ou país específico, ou a
grupos específicos de mulheres na sociedade. As raízes da violência contra as mulheres
estão na discriminação persistente contra as mulheres (CAMPOS, 2011).
O artigo 5º da Lei Maria da Penha define violência doméstica e familiar contra a
mulher como toda ação ou omissão de gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial à mulher, seja no domicílio
(entendido como o espaço permanente compartilhado por pessoas, com ou sem laços
familiares, inclusive pessoas esporadicamente agregadas), no seio de uma família
(entendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram
aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa) , ou em
qualquer relação íntima de afeto, em que o agressor more ou tenha convivido com a
mulher agredida, independentemente de coabitação.
19

O artigo 6 afirma que a violência doméstica contra a mulher constitui uma forma
de violação dos direitos humanos (BRASIL, 2006). O artigo 7º da Lei Maria da Penha
apresenta uma lista não exaustiva de algumas formas de violência doméstica e familiar,
incluindo violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, e suas respectivas
definições:
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre
outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe
o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do
direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe
o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela
Lei nº 13.772, de 2018)
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou
a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar
qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou
manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos
de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria (BRASIL, Lei nº 11.340/2006).

A Lei Maria da Penha afirma que a violência doméstica tem o potencial de afetar
todas as mulheres durante o curso de suas vidas. A definição de violência é expandida
para incluir abusos e agressões de natureza física, sexual, psicológica e moral, além de
danos à propriedade.
O fato da mulher não fazer a denúncia de agressão se dá justamente pela
situação que atravessam em suas vidas, algumas por vergonha, por serem dependentes
de seus parceiros financeiramente ou ainda por não terem para onde ir, outras pela
necessidade de ter de trabalhar fora do lar, por sofrerem maus tratos psicológicos, seja lá
20

quais são os motivos que influenciaram suas decisões, o triste fato é que em razão de
tantos fatores, muitas nada fazem, permanecem caladas, sofrendo dia após dia as
consequências que a vida lhes impõe, já que não há nenhum programa governamental
que possa lhes assegurar em suas necessidades, dando o amparo que necessitam
(CAMPOS, 2011).
A situação brasileira se perpetua em grande parte graças à omissão e ao pacto
de silêncio que cercam a questão. Especialistas no atendimento às vítimas
estimam que, para 20 casos de violência no País, apenas um é denunciado
(JESUS, 2015, p. 14).
Hoje as agressões e atos violentos tornaram-se comuns e cotidianos, mesmo
após a promulgação da Lei Maria da Penha, que embora traga em sua redação punição
ao agressor, não é funcional suficientemente para coibir os atos praticados dentro do
âmbito doméstico e familiar, por seus parceiros ou ex-parceiros.

As mulheres estão mais sujeitas a serem agredidas por pessoas conhecidas e


íntimas do que por desconhecidos, o que pode significar violência repetida e
continuada, que muitas vezes se perpetua cronicamente por muitos anos ou
mesmo pela vida inteira (JESUS, 2015, p. 17-18).

A dificuldade da lei em conter e coibir o agressor, leva muitas mulheres


continuarem sendo violentadas, já que seus parceiros ou ex-parceiros acabam em
situação de conforto em razão da falta punitiva verdadeiramente eficaz, dando aos
mesmos, condições de manterem suas práticas cruéis já que a lei por si só, não afasta as
atitudes, sendo necessário toda uma estrutura física, todo um aparato que garanta sua
aplicabilidade, não reduzindo sua redação há um simples pedaço de papel (CAMPOS,
2017).
A (in)eficácia das medidas protetivas já se inicia na fase extrajudicial, no
atendimento pela autoridade policial, onde na maioria esmagadora das vezes
é realizada de forma precária, devido a falta de efetivo. Sujeitando vítimas a
longas esperas e deixando-as vulneráveis a novas violências. (MATIELLO,
TIBOLA 2013, p.03).

A mulher vítima da violência, pode dirigir-se à polícia ou levar ciência do


ocorrido ao integrante do ministério público requerendo medidas protetivas de urgência.
Essas serão exigidas por um juiz, que conforme a situação, poderá ou não decretar a
prisão preventiva do agressor. “A vítima poderá solicitar as providências necessárias à
justiça, a fim de garantir a sua proteção por meio da autoridade policial, e o delegado de
polícia deverá encaminhar, no prazo de 48 horas, o expediente referente ao pedido”
(PRESSER, 2014).
21

As medidas protetivas de urgência são precauções cobertas por lei, em favor da


vítima acometida de violência doméstica, que tem como alvo garantir a proteção da
vítima e sua família. As medidas elencadas nos arts. 22 e 23 da Lei Maria da Penha,
garantem à vítima agredida certo conforto em relação ao agressor, ficando à critério do
juiz sua inserção imediata após a constatação da violência doméstica, mas para que haja
a aplicabilidade imediata as medidas de urgência, se faz necessária uma coesão entre os
poderes, que a estrutura pública funcione conjuntamente garantindo a eficiência e o seu
real emprego (MATIELLO, TIBOLA 2013).
Antes da publicação da lei 11.340/2006, as situações advindas de violência
doméstica se resolviam nos Juizados Especiais, condenando o agressor apenas entregar
certa quantidade de cestas básicas e prestamento de serviços à comunidade. Essa
simples punição deixava o agressor com a impressão que não tinha sido punido, já que
nem mesmo era afastado do lar e da coabitação com a vítima, levando-o a cometer
novamente as agressões por imaginar que não receberia nenhuma penalidade (JESUS,
2015).
Atualmente compete ao poder judiciário cuidar e aplicar as penalidades
admissíveis para conter o agressor, podendo a vítima solicitar ao juiz que sejam
aplicadas as medidas protetivas, logo após o oferecimento da denúncia junto a
autoridade policial, garantindo assim seu acolhimento e o respeito à sua integridade. A
Lei Maria da Penha menciona em seu contexto, sobre uma série de soluções intituladas
como medidas protetivas de urgência, essas relatam as obrigatoriedades do agressor e as
medidas que serão adotadas visando a proteção da vítima (MATIELLO, TIBOLA
2013).
A lei determina certas medidas obrigatórias ao agressor, a começar com seu
afastamento do âmbito doméstico, o impedimento em manter comunicação ou de
contatar a vítima, além de determinar certas práticas que garantam o amparo, o
acolhimento da ofendida, a título de exemplo, conduzi-la juntamente com sua família
para o programa de proteção, bem como o retorno ao seu lar (MENEGHEL et al.,
2013).
Quando se fala em manter afastado a vítima do agressor, é evidente que são
examinados os reais riscos para essa solicitação, não apenas um simples pedido da
vítima, afinal essa decisão trará danos ao agressor, inclusive em relação a convivência e
proximidade com seus filhos. Dentro das medidas protetivas, têm as chamadas penas
alternativas que delimitam certos passos do agressor, desde a frequência em bares, até a
22

proximidade com a vítima devendo manter um certo limite de distância (MATIELLO,


TIBOLA 2013).
As medidas protetivas determinadas em favor da vítima de violência doméstica, em
algumas situações podem tomar um rumo totalmente diverso do destinado, por serem
impotentes na resolução dos problemas provenientes do caso. Em outros momentos,
essas mesmas medidas podem ser falhas, porque embora haja uma determinação
atribuída pela justiça, a polícia não tem condições de fiscalizar a vítima em seu dia a
dia, por essa razão o agressor volta a praticar a violência, mesmo encontrando-se sob
ordem judicial (JESUS, 2015)
Infelizmente a lei por si só não produz efeitos, são necessários mecanismos que
possibilitem sua eficácia, organismos que fiscalizem o cumprimento das medidas, que
operem em parceria buscando sua real execução. Sabe-se que a estrutura pública não
tem condições de assegurar o cumprimento das medidas protetivas, que não dispõe de
capital humano suficiente para proteger e fiscalizar 24 horas, portanto é possível afirmar
que essas medidas são passíveis de descumprimento pelo agressor, uma vez que não tem
qualquer vigilância sobre seus passos, nem mesmo suas atitudes, dando-lhe total
condição de aproximação, de cometer novos atos, inclusive tirar a vida da vítima em
virtude da denúncia oferecida (MENEGHEL et al., 2013).

3. METODOLOGIA DA COLETA DE DADOS

A metodologia para desenvolver um projeto de intervenção no curso de


Segurança Pública que capacite os profissionais para a prevenção e enfrentamento da
violência contra a mulher pode ser dividida em etapas, conforme descrito a seguir:

3.1. LEVANTAMENTO DE DADOS E DIAGNÓSTICO:

Este projeto pretende realizar um levantamento sobre os índices de violência


contra a mulher na região de atuação dos profissionais de Segurança Pública; Analisar
dados estatísticos, relatórios de ocorrências policiais, registros de casos de violência
doméstica e outros indicadores relevantes e identificar as principais formas e contextos
de violência contra a mulher na comunidade.

3.2. IDENTIFICAÇÃO DE NECESSIDADES E DEMANDAS:


23

Serão realizadas entrevistas, grupos focais ou questionários com os profissionais


de Segurança Pública para identificar suas necessidades de capacitação e as dificuldades
enfrentadas no enfrentamento da violência contra a mulher. Serão consultados
especialistas, instituições de apoio às mulheres e outros atores relevantes para
compreender as demandas da comunidade e as lacunas existentes na resposta à violência
de gênero.
Com base nos dados levantados e nas demandas identificadas, definiram-se os
objetivos específicos do projeto de intervenção, como capacitar os profissionais para
identificar sinais de violência, melhorar o atendimento às vítimas e fortalecer a rede de
proteção. Serão estabelecidas as estratégias de capacitação, que podem incluir palestras,
workshops, treinamentos práticos, simulações de casos, estudos de caso e materiais
educativos.

3.3. ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

Será desenvolvido o conteúdo programático do curso de capacitação, abordando


temas como: legislação sobre violência contra a mulher, tipos e formas de violência,
ciclo da violência, indicadores de risco, protocolos de atendimento, abordagem policial
sensível ao gênero, escuta qualificada, acolhimento e encaminhamento das vítimas,
entre outros. conteúdo será adaptado às características e necessidades específicas dos
profissionais de Segurança Pública, considerando sua formação prévia, experiência
profissional e contexto de trabalho.

3.4. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO

Serão realizadas as atividades de capacitação de acordo com o cronograma


estabelecido, utilizando os recursos didáticos e metodologias definidos, de forma a
garantir a participação ativa dos profissionais de Segurança Pública, promovendo a
reflexão, o debate e a troca de experiências. Será oferecido suporte e acompanhamento
durante o processo de capacitação, esclarecendo dúvidas, fornecendo orientações e
estimulando a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos.
24

4 CENÁRIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

4.1. CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE INTERVENÇÃO

O objeto de intervenção consiste na implementação de um programa de


capacitação no curso de Segurança Pública, direcionado aos profissionais que atuam na
linha de frente da prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher. Esse
programa abordará temas como identificação de casos de violência de gênero,
abordagem sensível ao gênero, aplicação da legislação específica, acolhimento de
vítimas e encaminhamento para redes de proteção.

4.2. FRAGILIDADES E OPORTUNIDADES PERCEBIDAS

Fragilidades:
 Falta de capacitação específica: Muitos profissionais de Segurança
Pública não receberam treinamento adequado sobre como lidar com
situações de violência contra a mulher, o que pode resultar em respostas
inadequadas ou revitimização das vítimas.
 Estigma de gênero: Algumas instituições de Segurança Pública ainda
mantêm uma cultura machista, o que pode dificultar a abordagem
sensível ao gênero e a garantia dos direitos das mulheres dentro da
instituição.
 Falta de integração com outros serviços: A falta de articulação entre os
órgãos de Segurança Pública e as redes de proteção às mulheres pode
comprometer a eficácia da resposta à violência de gênero.

Oportunidades:
 Comprometimento institucional: Algumas instituições de Segurança
Pública estão comprometidas em enfrentar a violência contra a mulher e
estão dispostas a investir em capacitação e treinamento para seus
profissionais.
 Avanços legislativos: A existência de leis específicas de proteção à
25

mulher oferece um respaldo legal para a atuação dos profissionais de


Segurança Pública, fornecendo diretrizes claras sobre como lidar com
casos de violência de gênero.

4.3. CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS

Os sujeitos do projeto de intervenção são os profissionais que atuam na área de


Segurança Pública, incluindo policiais militares, civis, guardas municipais, agentes
penitenciários e demais agentes de segurança. Esses profissionais estão em contato
direto com a comunidade e desempenham um papel crucial na proteção e segurança das
mulheres em situação de violência.

4.4. DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS SUJEITOS

Os profissionais de Segurança Pública enfrentam uma série de desafios ao lidar


com casos de violência contra a mulher, tais como:
 Sobrecarga de trabalho: Muitos profissionais têm uma carga horária
extensa e lidam com uma grande variedade de ocorrências, o que pode
dificultar o tempo disponível para capacitação e treinamento.
 Resistência institucional: Alguns profissionais podem encontrar
resistência por parte da instituição ou de colegas de trabalho ao tentar
implementar práticas mais sensíveis ao gênero e orientadas para os
direitos das mulheres.
 Exposição a situações de risco: Lidar com casos de violência contra a
mulher pode ser emocionalmente desgastante e perigoso para os
profissionais de Segurança Pública, especialmente em contextos de
violência doméstica e feminicídios.
26

5 METAS

Ao definir metas para um projeto de intervenção no curso de Segurança Pública


que capacite os profissionais para a prevenção e enfrentamento da violência contra a
mulher, é importante estabelecer objetivos claros e mensuráveis que orientem as ações e
permitam avaliar o impacto do projeto. Abaixo estão algumas metas para este projeto de
intervenção:
1. Capacitar profissionais de Segurança Pública que atuam na linha de
frente para identificar sinais de violência contra a mulher até o final do primeiro
semestre do projeto.
2. Realizar, no mínimo, quatro workshops de sensibilização sobre violência
de gênero e direitos das mulheres ao longo do projeto, alcançando 80% de participação
dos profissionais de Segurança Pública.
3. Elaborar e distribuir material educativo sobre prevenção e enfrentamento
da violência contra a mulher para todos os profissionais de Segurança Pública até o final
do terceiro mês do projeto.
4. Implementar, até o final do segundo semestre do projeto, um protocolo
de atendimento padrão para casos de violência contra a mulher em todas as unidades de
Segurança Pública participantes.
5. Estabelecer parcerias com pelo menos três instituições de apoio às
mulheres, como centros de acolhimento e delegacias especializadas, até o final do
primeiro semestre do projeto.
6. Realizar, no mínimo, duas simulações de casos de violência contra a
mulher durante o projeto, envolvendo profissionais de diferentes áreas da Segurança
Pública e instituições de apoio.
7. Aumentar em 30% o número de registros de ocorrências de violência
contra a mulher nos órgãos de Segurança Pública participantes até o final do ano, como
resultado da maior conscientização e sensibilização dos profissionais.
8. Promover, pelo menos, três campanhas de conscientização sobre
violência contra a mulher junto à comunidade atendida pelos profissionais de Segurança
Pública, com a participação ativa dos agentes de segurança.
9. Realizar avaliações de impacto periódicas ao longo do projeto, com a
27

participação dos profissionais de Segurança Pública, das instituições parceiras e das


mulheres atendidas, para monitorar o progresso e identificar áreas de melhoria.
10. Criar um sistema de acompanhamento e suporte contínuo para os
profissionais de Segurança Pública envolvidos no projeto, fornecendo recursos e
orientações para lidar com situações complexas de violência contra a mulher.

6 RECURSOS NECESSÁRIOS

Para implementar um projeto de intervenção no curso de Segurança Pública com


o objetivo de capacitar os profissionais para a prevenção e enfrentamento da violência
contra a mulher, diversos recursos são necessários. Abaixo estão listados os principais
recursos que podem ser requeridos:

1. Recursos Humanos:

 Profissionais capacitados em gênero e violência contra a mulher para


ministrar os treinamentos e workshops.

 Coordenadores e supervisores para gerenciar e monitorar o projeto.

 Equipe administrativa para organizar logística, comunicação e


documentação do projeto.

2. Recursos Financeiros:

 Orçamento para contratação de especialistas em gênero e violência


contra a mulher.

 Verbas para produção e distribuição de material educativo (cartilhas,


folhetos, vídeos, etc.).

 Recursos para despesas operacionais, como aluguel de espaços para


treinamentos, transporte e alimentação dos participantes.

3. Infraestrutura:
28

 Espaço físico adequado para realização de workshops, treinamentos e


simulações de casos.

 Equipamentos audiovisuais, como projetores, telas e sistemas de som,


para apresentações e vídeos educativos.

4. Tecnologia:

 Computadores e acesso à internet para desenvolvimento de materiais


educativos e comunicação do projeto.

 Software de gestão de projetos para acompanhar o progresso, gerenciar


recursos e documentar atividades.

5. Parcerias Institucionais:

 Colaboração com órgãos governamentais, como secretarias de segurança


pública, para garantir apoio político e institucional.

 Parceria com instituições de ensino superior e organizações da sociedade


civil especializadas em gênero e violência contra a mulher para
compartilhar conhecimentos e recursos.

6. Rede de Apoio:

 Contato com instituições de apoio às mulheres, como centros de


acolhimento, delegacias especializadas e serviços de assistência jurídica,
para encaminhamento e suporte às vítimas.

 Acesso a profissionais de saúde, psicólogos e assistentes sociais para


oferecer suporte emocional e acompanhamento às vítimas de violência.

7. Materiais Didáticos:

 Elaboração e produção de materiais didáticos sobre violência de gênero,


legislação específica, procedimentos de atendimento e direitos das
29

mulheres.

 Disponibilização de bibliografia especializada para aprofundamento dos


conhecimentos pelos profissionais.

8. Acompanhamento e Avaliação:

 Recursos para avaliação de impacto do projeto, incluindo ferramentas de


pesquisa e análise de dados.

 Profissionais qualificados para realizar avaliações periódicas do projeto e


ajustar estratégias conforme necessário.
Esses recursos são fundamentais para garantir a eficácia e sustentabilidade do
projeto de intervenção no curso de Segurança Pública e para promover uma atuação
mais sensível e efetiva dos profissionais na prevenção e enfrentamento da violência
contra a mulher.

7 CRONOGRAMA

Abaixo está o cronograma para o projeto de intervenção no curso de Segurança


Pública com duração de 6 meses, focado na capacitação dos profissionais para a
prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher:

Mês 1: Planejamento e Preparação Inicial

 Semana 1:

o Reunião inicial de equipe para definir objetivos, metas e


estratégias do projeto.

o Levantamento de dados e análise do contexto local de violência


contra a mulher.

 Semanas 2-4:

o Elaboração do plano detalhado do projeto, incluindo definição de


30

atividades, responsabilidades e cronograma.

o Identificação e negociação de parcerias institucionais e recursos


necessários para o projeto.

Mês 2: Capacitação Inicial dos Profissionais

 Semana 1:

o Realização do primeiro workshop de sensibilização sobre


violência contra a mulher para todos os profissionais de
Segurança Pública.

 Semanas 2-3:

o Desenvolvimento e implementação de treinamentos específicos


sobre legislação, direitos das mulheres e protocolos de
atendimento.

 Semana 4:

o Avaliação do primeiro mês de capacitação e ajustes necessários


no plano do projeto.

Mês 3: Consolidação e Aprofundamento do Conhecimento

 Semanas 1-2:

o Realização de palestras e debates com especialistas em gênero e


violência contra a mulher.

 Semanas 3-4:

o Desenvolvimento de estudos de caso e simulações de


atendimento para aplicação prática dos conhecimentos
adquiridos.
31

Mês 4: Implementação de Protocolos e Parcerias

 Semana 1:

o Finalização e implementação do protocolo de atendimento padrão


para casos de violência contra a mulher.

 Semanas 2-3:

o Estabelecimento de parcerias com instituições de apoio às


mulheres, como delegacias especializadas e centros de
acolhimento.

 Semana 4:

o Avaliação do impacto das parcerias e ajustes necessários no plano


do projeto.

Mês 5: Acompanhamento e Suporte Contínuo

 Semana 1:

o Início do acompanhamento e suporte contínuo aos profissionais


de Segurança Pública, com sessões de revisão e reforço dos
conhecimentos.

 Semanas 2-4:

o Realização de atividades de monitoramento e avaliação do


projeto, com coleta de feedback dos participantes e análise de
indicadores de desempenho.

Mês 6: Avaliação Final e Encerramento do Projeto

 Semanas 1-3:

o Realização de avaliação final do projeto, com análise do impacto


32

das capacitações e parcerias na prevenção e enfrentamento da


violência contra a mulher.

 Semana 4:

o Elaboração de relatório final do projeto, destacando resultados


alcançados, lições aprendidas e recomendações para futuras
ações.

 Semana 5:

o Apresentação do relatório final para as autoridades responsáveis e


demais interessados.

 Semana 6:

o Encerramento oficial do projeto, com celebração e


reconhecimento dos participantes e colaboradores.

8 PROPOSIÇÃO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

A eficácia do projeto de intervenção deve ser avaliada por meio de


indicadores quantitativos (como número de profissionais capacitados, número de
ocorrências registradas, etc.) e qualitativos (como satisfação dos participantes,
mudanças de atitude e comportamento, etc.). Devem ser realizadas avaliações
periódicas ao longo do processo de implementação para identificar pontos fortes e
fracos, ajustar estratégias e garantir a melhoria contínua do projeto. Se possível, é
importante monitorar os impactos do projeto na redução dos índices de violência de
gênero e na proteção dos direitos das mulheres, contribuindo para a construção de
uma cultura de respeito e igualdade de gênero na sociedade.
Para garantir o sucesso e a eficácia do projeto de intervenção do curso de
Segurança Pública para capacitar os profissionais para a prevenção e enfrentamento
da violência contra a mulher, é essencial estabelecer um sistema de monitoramento e
avaliação robusto. Abaixo, apresento uma proposta de monitoramento e avaliação
para um projeto com duração de 6 meses:
33

1. Indicadores de Desempenho:
 Número de profissionais de Segurança Pública capacitados em violência
contra a mulher.
 Frequência de participação dos profissionais nos treinamentos e workshops.
 Implementação do protocolo de atendimento padrão para casos de violência
contra a mulher.
 Número de parcerias estabelecidas com instituições de apoio às mulheres.
 Aumento no número de registros de ocorrências de violência contra a mulher
nos órgãos de Segurança Pública.
 Nível de satisfação dos profissionais e das instituições parceiras com o
projeto.

2. Metodologia de Coleta de Dados para avaliação:


 Entrevistas individuais e em grupo com os profissionais de Segurança
Pública para avaliar o impacto das capacitações e identificar áreas de
melhoria.
 Observação direta das atividades realizadas durante os treinamentos e
workshops.
 Análise de documentos e registros, como relatórios de ocorrências policiais e
registros de atendimento.
 Aplicação de questionários de satisfação junto aos participantes e
instituições parceiras.

3. Cronograma de Avaliação:
 Avaliações periódicas ao longo do projeto, com intervalos a cada 2 meses,
para acompanhar o progresso e fazer ajustes conforme necessário.
 Avaliação final ao término do projeto, com análise do impacto das
capacitações, parcerias estabelecidas e implementação do protocolo de
atendimento.

4. Responsáveis pela Avaliação:


 Uma equipe designada, composta por membros da equipe de projeto,
34

profissionais especializados em gênero e violência contra a mulher e


representantes das instituições parceiras.
 Supervisão e coordenação da avaliação pelo coordenador do projeto,
garantindo que os objetivos sejam alcançados e os resultados sejam
documentados de forma precisa.

5. Utilização dos Resultados:


 Os resultados da avaliação serão utilizados para ajustar e melhorar as
atividades do projeto ao longo do tempo.
 As lições aprendidas serão documentadas e compartilhadas com outras
instituições e projetos similares, contribuindo para o desenvolvimento de
boas práticas na área de prevenção e enfrentamento da violência contra a
mulher.
 Os resultados serão apresentados às autoridades responsáveis e demais
interessados, para prestação de contas e tomada de decisões futuras.

Ao adotar essa abordagem de monitoramento e avaliação, será possível


garantir que o projeto atinja seus objetivos, promovendo uma atuação mais sensível e
efetiva dos profissionais de Segurança Pública na prevenção e enfrentamento da
violência contra a mulher.

9 RESULTADOS ESPERADOS

Os resultados esperados de um projeto de intervenção no curso de Segurança


Pública com duração de 6 meses, focado na capacitação dos profissionais para a
prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher, podem ser diversos e
abrangentes. Abaixo estão alguns dos resultados esperados:

1. Aumento da Sensibilidade e Conscientização:

 Maior sensibilidade por parte dos profissionais de Segurança Pública em


relação à violência de gênero e aos direitos das mulheres.
35

 Conscientização sobre a gravidade e complexidade da violência contra a


mulher, incluindo suas diversas formas e impactos.

2. Melhoria na Identificação e Atendimento:

 Melhor capacidade dos profissionais de Segurança Pública para


identificar sinais de violência contra a mulher e realizar um atendimento
adequado e sensível.

 Aumento no número de casos de violência contra a mulher registrados e


de vítimas encaminhadas para serviços de apoio e proteção.

3. Implementação de Protocolos e Procedimentos Adequados:

 Estabelecimento e implementação de um protocolo de atendimento


padrão para casos de violência contra a mulher em todas as unidades de
Segurança Pública participantes.

 Adoção de procedimentos claros e eficazes para o acolhimento, escuta


qualificada e encaminhamento das vítimas de violência.

4. Fortalecimento da Rede de Proteção:

 Estabelecimento de parcerias e articulação eficaz com instituições de


apoio às mulheres, como delegacias especializadas, centros de
acolhimento e serviços de assistência jurídica.

 Melhoria na coordenação e integração entre os diferentes órgãos e


serviços que atuam na proteção das mulheres em situação de violência.

5. Redução dos Índices de Violência:

 Contribuição para a redução dos índices de violência contra a mulher na


comunidade atendida pelo projeto.

 Diminuição do número de casos de violência doméstica, agressões


36

físicas, psicológicas e sexuais contra as mulheres.

6. Empoderamento das Mulheres:

 Fortalecimento do empoderamento das mulheres ao promover o acesso a


informações, recursos e serviços que possibilitem a saída do ciclo de
violência.

 Estímulo ao rompimento do silêncio e à busca por ajuda por parte das


vítimas, encorajando a denúncia e a busca por apoio.

7. Mudança de Cultura Institucional:

 Promoção de uma cultura institucional mais sensível ao gênero e


comprometida com a proteção dos direitos das mulheres.

 Redução de práticas discriminatórias e estereotipadas dentro das


instituições de Segurança Pública.

Esses resultados esperados refletem o impacto positivo que o projeto de


intervenção pode ter na capacitação dos profissionais de Segurança Pública e na
proteção das mulheres em situação de violência. Eles são fundamentais para garantir
uma resposta mais eficaz e sensível às necessidades das vítimas e para promover uma
cultura de respeito e igualdade de gênero na sociedade.
37

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar esta proposta de projeto de intervenção no curso de Segurança


Pública, visando capacitar os profissionais para a prevenção e enfrentamento da
violência contra a mulher nos próximos seis meses, é importante ressaltar a
relevância e a urgência dessa iniciativa diante do cenário atual de violência de gênero
em nossa sociedade. Durante este período, nosso objetivo será capacitar os agentes
de segurança para que possam agir de forma eficaz, sensível e empática diante das
situações de violência contra a mulher, contribuindo para a proteção dos direitos das
mulheres e para a construção de uma comunidade mais segura e igualitária.
É fundamental destacar que este projeto não se trata apenas de uma obrigação
institucional, mas sim de um compromisso ético e moral com a promoção da
igualdade de gênero e o combate à violência contra as mulheres. Por meio da
capacitação dos profissionais de Segurança Pública, buscamos promover uma
mudança cultural dentro das instituições, sensibilizando-os para a gravidade e
complexidade desse problema e capacitando-os para oferecer um atendimento de
qualidade e livre de preconceitos às vítimas de violência.
Durante os próximos seis meses, esperamos alcançar resultados significativos
e mensuráveis, como o aumento da identificação e registro de casos de violência
contra a mulher, a implementação de protocolos de atendimento específicos para
esses casos e o estabelecimento de parcerias com instituições de apoio às mulheres.
Além disso, esperamos promover uma maior conscientização e engajamento dos
profissionais de Segurança Pública na luta contra a violência de gênero, contribuindo
para a construção de uma cultura de respeito e igualdade dentro das instituições e da
sociedade como um todo.
Ao longo deste projeto, sabemos que enfrentaremos desafios e obstáculos,
mas estamos confiantes de que, com dedicação, comprometimento e trabalho em
equipe, seremos capazes de superá-los e alcançar nossos objetivos. Reconhecemos a
importância de manter o diálogo aberto e constante com os profissionais envolvidos,
assim como com as instituições parceiras e a comunidade, para garantir o sucesso e a
sustentabilidade das ações propostas.
38

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 11.340/06. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em
17 de fev. de 2024.

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em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm.
Acesso em 18 de fev. de 2024.

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LOPES, Cláudio Bartolomeu. Trabalho Feminino em Contexto Angolano: um possível


caminho na construção de autonomia. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) –
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo: PUC. São Paulo, 2010.

MATIELLO, Carla; TIBOLA, Rafaela Caroline Uto. Medidas protetivas de urgência da


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39

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