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FACULDADE SÃO FRANCISCO DA PARAÍBA

CURSO DE BACHARELADO ENFERMAGEM

ENFERMAGEM FORENSE: caracterização dos crimes de violência


doméstica atendidos na Delegacia da mulher no município de Cajazeiras – PB

ESTÉFANE MILIANO DA SILVA

CAJAZEIRAS -PB
2023
ESTÉFANE MILIANO DA SILVA

ENFERMAGEM FORENSE: caracterização dos crimes de violência


doméstica atendidos na Delegacia da mulher no município de Cajazeiras – PB

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de


Bacharelado em Enfermagem da Faculdade
São Francisco da Paraíba, como requisito
parcial para a obtenção do título em
Especialista.

Orientadora: Profª Ms. Francisca Elidivânia


de Farias Camboim
.

CAJAZEIRAS-PB
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................4
2. PROBLEMA DE PESQUISA E HIPÓTESE......................................................................7
2.1 PROBLEMA DE PESQUISA...........................................................................................7
2.2 HIPÓTESE........................................................................................................................7
3. OBJETIVOS........................................................................................................................8
3.1 GERAL..............................................................................................................................8
3.2 ESPECÍFICOS...................................................................................................................8
4. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................9
4.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.............................................................................................9
4.2 PERÍCIA X VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.......................................................................10
4.3 ENFERMEIRO FORENSE COMO AGENTE NOS CASOS DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA........................................................................................................................11
5. MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................................12
5.1 TIPO DE ESTUDO.........................................................................................................12
5.2 CENÁRIO E LOCAL DE PESQUISA...........................................................................12
5.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA.........................................................................................13
5.3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO............................................................13
5.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS..............................................................13
5.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS...........................................................13
5.6 ANÁLISE DOS DADOS................................................................................................14
5.7 POSICIONAMENTO ÉTICO.........................................................................................14
5.8 RISCOS E BENEFÍCIOS................................................................................................14
5.8 RESULTADOS ESPERADOS.......................................................................................14
6. CRONOGRAMA...............................................................................................................15
7. ORÇAMENTO..................................................................................................................16
REFERÊNCIAS........................................................................................................................17
APÊNDICES.............................................................................................................................19
ANEXOS...................................................................................................................................24
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1. INTRODUÇÃO

Considera-se violência doméstica “qualquer ato”, conduta ou omissão que sirva para
infligir, reiteradamente e com intensidade, sofrimentos físicos, sexuais, psicológicos ou
econômicos, de modo direto ou indireto (por meio de ameaças, enganos, coação ou qualquer
outro meio) a qualquer pessoa que habite no mesmo ambiente (MACHADO; GONÇALVES,
2003; CURIA, et al., 2020).
A violência doméstica contra a mulher conforme Luz (2016) sempre esteve presente
na sociedade brasileira e do mundo, fazendo do sexo feminino suas principais vítimas. As
mulheres são consideradas vulneráveis e, muitas vezes, dependentes dos seus agressores,
emocionalmente ou economicamente, e sem uma proteção judicial rigorosa e específica, sem
políticas públicas direcionadas particularmente a elas, por reiteradas vezes calaram-se e
resignaram-se às agressões.
A violência doméstica é um fenômeno bastante complexo e composto por diversos
fatores, sejam eles, “sociais, culturais, psicológicos, ideológicos, econômicos, entre outros”
(CAVALCANTI, 2005, p.27). Não atingindo só os lares de estratos mais baixos; segundo
alguns estudos, também médicos, políticos, ou outros de posição social elevada, cometem este
tipo de crimes. Outros estudos mostram ainda que “a violência é o resultado da existência de
uma ordem hierárquica, ou seja, trata-se de alguém que julga que os outros não são tão
importantes como ele próprio e que esta é uma atitude que abre a porta à violência nas
relações” (MACHADO; GONÇALVES, 2003, p.13).
Pesquisa realizada pelo Data Senado (2020) aponta que 27% das mulheres declararam
ter sofrido algum tipo de agressão, sendo que 37% foram vítimas de ex-companheiros e 41%
sofreram agressões enquanto ainda havia laços de relacionamento com o agressor. A mesma
pesquisa menciona ainda que pelo menos 36% das brasileiras já sofreram algum tipo de
violência doméstica e que em 68% dos casos o medo do agressor foi o principal fator para
evitar a denúncia. Das vítimas entrevistadas, 24% responderam que ainda convivem com o
agressor e 34% das mulheres agredidas responderam que dependem economicamente do
parceiro.
A violência doméstica é um dos mais graves problemas a serem enfrentados pela
sociedade moderna. É uma forma de violência que não obedece a fronteiras, princípios ou
leis. Acontece diariamente no Brasil e em outros países embora existam numerosos
mecanismos constitucionais de proteção aos direitos humanos. A violência de gênero contra a
mulher, não obstante a conscientização social, é ainda corriqueira na sociedade, sendo
derivada de uma projeção patriarcal da qual a sociedade se derivou. Nesta sociedade existe
uma tolerância de
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que os homens podem exercer sua virilidade baseada na força e na dominação, que
caracterizam o gênero masculino (ANDRADE, 2012).
As consequências da violência incluem danos significativos à saúde física e mental das
vítimas, com efeitos crônicos de médio e longo prazo levando a lesões físicas e morte
(CURIA, et al., 2020; SANTOS, et al., 2018; SILVA e OLIVEIRA, 2015). As consequências
vão além da dimensão individual, afetando as relações familiares e sociais, causando
isolamento social e prejuízo no desempenho das tarefas laborais, (MENDONÇA,
LURDEMIR, 2020).
A Enfermagem Forense surgiu nos Estados Unidos no ano de 1991. No Brasil, a
enfermagem forense foi pronunciada e reconhecida como uma especialidade no ano de 2011,
apresentada na Resolução 389/2011 de acordo com as competências e leis do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN). A categoria reconheceu a necessidade de uma assistência
qualificada e integral à saúde da vítima, da família e do agressor nos casos de violência
doméstica. A sua finalidade basicamente é contribuir com o público e com a justiça na
resposta dos diversos casos de violência doméstica (LIMA, 2019).
Nos serviços de urgência e emergência e na atuação clínica, o enfermeiro deverá
prestar assistência qualificada visando a manutenção e a promoção da saúde das vítimas. O
enfermeiro deve estar capacitado para lidar com os traumas físicos, psicológicos e sociais de
cada caso, deverá preservar e recolher os vestígios forenses com destreza e agilidade, para que
não ocorra destruição ou contaminação dos vestígios que irá conduzir a justiça para a verdade
(LIMA, 2019).
A enfermagem forense é uma especialidade de grande importância para a sociedade e
também para as mulheres vítimas de violência doméstica. A mesma é coberta pelas
competências técnicas da especialização para um atendimento holístico e humanizado a ser
prestado à essas mulheres, estas competências visam respeito, equidade, sigilo e autenticidade
através da consulta de enfermagem para o tratamento das cicatrizes físicas e psicológicas, e
consequentemente para contribuir com a assistência policial ou judicial, caso está assistência
seja realizada de forma justa, poderá contribuir também com a diminuição do sofrimento das
vítimas.
Desse modo, esta área de atuação deve ser mais difundida, para que se realize uma
assistência qualificada às mulheres vítimas de violência doméstica, visto que o mesmo é quem
deve oferecer os cuidados primordiais. No entanto, é pouco explorada no Brasil.
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Diante disso, emerge o seguinte questionamento: Qual o perfil dos crimes e


violência doméstica atendidos na delegacia da mulher, no município de Cajazeiras-PB?
A Enfermagem Forense é um campo de infinitas possibilidades, entretanto é
consideravelmente desconhecida e insuficientemente valorizada devido a suas raras atuações e
ações ocupadas por outros profissionais. A temática escolhida visa contribuir com a melhor
prática da assistência de enfermagem a e com conhecimento científico da área.
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2. PROBLEMA DE PESQUISA E HIPÓTESE

2.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Qual o perfil dos crimes e violência doméstica atendidos na delegacia da mulher, no


município de Cajazeiras-PB?

2.2 HIPÓTESE

As mulheres jovens, com pouca instrução, tendem a sofrerem maior índice de violência
doméstica. Isso porque as mulheres tendem a ser dependentes financeiramente e permanecem
em silêncio quando enfrentam a violência, sofrem por medo do agressor e por não
conseguirem se sustentar. Sendo que, as mulheres pardas ou negras são as mais atingidas pela
violência, principalmente devido ao contexto histórico em que se encontram, que
normalmente inclui condições precárias de moradia e educação.
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3. OBJETIVOS

3.1 GERAL
Analisar o perfil dos crimes de violência doméstica atendidos na delegacia da mulher no
município de Cajazeiras.

3.2 ESPECÍFICOS
1. Traçar o perfil sociodemográfico da amostra;

2. Descrever as lesões predominantes nos casos de violência doméstica, e sua repercussão na


vida da mulher segundo a literatura;

3. Discutir sobre a atuação do enfermeiro forense frente aos casos de violência doméstica.
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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência contra a mulher pode ser definida como qualquer ato ou ação que cause
morte, lesão ou sofrimento físico, sexual, mental, patrimonial ou moral nas esferas pública e
privada. Nesse fenômeno global e complexo, o vínculo entre violência física, sexual e
psicológica se manifesta em episódios repetidos e sobrepostos, e a violência emocional e
moral coexistem com outras formas de agressão (GUIMARÃES, PEDROZA, 2015).
Esse agravo é um problema global e se baseia em relações de poder desiguais, ou seja,
trata-se de violência decorrente da condição desigual dos sexos, que se origina no universo
familiar e as relações entre os gêneros são estabelecidas hierarquicamente (BANDEIRA,
2014). As relações masculinas de poder e apropriação do corpo das mulheres,
perpetuadas durante anos pela cultura patriarcal, continuam sendo um grande propulsor da
violência. As lesões são causadas principalmente por parceiros íntimos, como maridos e
namorados, que se aproveitam dos laços afetivos e da vulnerabilidade à violência da
vítima (BARROS,
SCHRAIBER, 2017).
Independentemente da idade, as mulheres pardas ou negras são as mais atingidas pela
violência, principalmente devido ao contexto histórico em que se encontram, que
normalmente inclui condições precárias de moradia e educação (MOURA et al., 2014).
Alguns autores acreditam que poucos anos de estudo podem contribuir para uma situação de
violência, pois as mulheres que estudaram ou que possuem um nível de estudo maior têm
menos flexibilidade e paciência para suportar situações de violência, além de muitas vezes
serem independentes financeiramente de seus parceiros, enquanto as mulheres dependentes
permanecem em silêncio quando enfrentam a violência sofrem por medo do agressor ou
porque não conseguem se sustentar (MOURA et al., 2014).
Acredita-se que a educação das mulheres reduz a tolerância à violência. Quanto mais
qualificada for a mulher, maiores serão suas chances de encontrar um trabalho remunerado
que aumente sua autoestima e independência. Também se argumenta que as mulheres com
níveis educacionais mais altos têm mais recursos para alcançar maior autonomia e mais
habilidades para reconhecer e interromper relacionamentos violentos (VIEIRA, PERDONA,
SANTOS, 2011).
A exposição ao longo da vida, com violência física também mostrou estar associada a
níveis de renda mais baixos. Embora a violência nesse contexto afete todos os grupos
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socioeconômicos, ela atinge mais as mulheres pobres. Essas conclusões provavelmente


podem ser explicadas pelo fato de que mulheres em situação de violência com precárias
condições sociais e econômicas podem ter maiores dificuldades em tomar a decisão de
terminar um relacionamento violento, por não terem direito à autonomia financeira
(GUIMARÃES, PEDROZA, 2015).
A violência não deve ser entendida apenas como um problema jurídico e de segurança.
Recentemente, a violência tem sido considerada um problema de saúde pública devido à sua
alta frequência e seu impacto negativo na saúde física e mental das vítimas. Nesse sentido, a
violência contra a mulher tem sido foco de pesquisas e intervenções, por ser considerada um
problema jurídico, social e de saúde pública (BARROS, SCHRAIBER, 2017).

4.2 PERÍCIA X VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A perícia é de suma importância para a comprovação e elucidação de crimes, tem


papel crucial no processo penal. Ter uma perícia eficiente é, portanto, uma garantia ao
indivíduo de que os processos penais serão conduzidos com base num suporte fático, rígido e
científico que conduza a alegações verdadeiras e ao esclarecimento da verdade. Assim sendo,
a legislação brasileira impede que a defesa, a acusação e mesmo o juiz possam obtê-la
(VELHO, 2013).
O Conselho Federal de Enfermagem aprovou um protocolo de atendimento específico
para vítimas de violência doméstica e sexual. Anexo ao Despacho n.º 556/2017, que cria
regulamentação para o exercício da perícia. O instrumento aprovado pela Assembleia Geral
do Cofen levou à aprovação da resolução 700/2022 e inclui diligências de manutenção e prazo
de anuência que permite a coleta de informações e vestígios que podem auxiliar a polícia na
investigação de possíveis crimes, especialmente sexuais e domésticos crimes violência. Por
exemplo, o dever do enfermeiro forense é coletar e preservar as evidências do crime para que
o agressor possa ser processado nos termos da Lei Maria da Penha. Na sua ausência, a
responsabilidade é do enfermeiro geral (CONFEN, 2022).
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4.3 ENFERMEIRO FORENSE COMO AGENTE NOS CASOS DE VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA

A enfermagem na área forense é reconhecida pelo cuidado, atenção individual e


coletiva dispensada ao paciente e sua família que necessitam de cuidados. Quanto ao
papel da enfermagem forense em casos de violência contra a mulher, a sua função é observar
e recolher vestígios em diferentes locais, por exemplo em ambientes pré-hospitalares e intra-
hospitalares, em serviços médicos para vítimas de violências, sendo agressão, violência
sexual, pós morte, atenção primária à saúde e Instituto Médico Legal (IML), entre outros
(ABEFORENSE, 2017). A maioria dos autores observa que a enfermagem forense ainda
encara alguns desafios quando se trata da assistência de enfermagem forense. Dificuldades
estas que são: falta de profissionais para a demanda das unidades, ausência de recursos
para realizar a consulta apropriada, subnotificação dos casos, inabilidade dos profissionais
na realização do exame físico e na anamnese, conforme Souza; Costa; Vilela, (2020) estes
são considerado um dos passos importantes durante a consulta, pois é onde será encontrado
os possíveis indícios que levará a descobrir o que verdadeiramente aconteceu com a vítima e
se a mesma está omitindo.
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5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa descritiva, de campo com abordagem quantitativa que se


pode apresentar por amostras, coleta de dados, procedimentos que serão aplicados na pesquisa
que contribuirá com os fundamentos teóricos e práticos nas diversas áreas do conhecimento
humano (NASCIMENTO; CAVALCANTE 2018). A pesquisa de campo quantitativa permite
e determina indicadores, dados, objetivos com evidências e experiência. A informação
científica tem da investigação como base de representação e quantifica sobre números de
indivíduos, as investigações permitem o acesso a problemas sociais, atendimentos e
divulgação das informações sobre a população, apresentando planejamento, estatístico e
instrumentos que permitirão a melhor análise (FRANKLIN, et al., 2019).

5.2 CENÁRIO E LOCAL DE PESQUISA

A pesquisa será realizada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher


(DEAM) localizado no município de Cajazeiras. Está situada na extremidade ocidental do
Estado da Paraíba, Região Nordeste do país. Sua extensão territorial é de 562,703Km. Seu
clima é semiárido, com estimativa de população para o ano de 2021 de 62.576 de habitantes,
sua densidade demográfica é de 103,28 (hab/Km2) e o Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM) é de 0,679 (IBGE, 2010). De acordo com o último censo realizado pelo o
Instituto Brasileiro de geografia e estatística (IBGE) em 2010, a comunidade possuía uma
população de 58.446 habitantes, taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade de 97,2 %, o
salário médio mensal era de 1,8 salários mínimos em 2019 e a proporção de pessoas ocupadas
em relação à população total era de 15.8%.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) está localizada na rua
Romualdo Rolim, número 636, no centro da cidade. Seu funcionamento acontece de segunda
a quinta-feira das 07:00 horas da manhã as 17:00 horas da tarde, a delegacia é um dos locais
da rede, onde a mulher faz a denúncia da agressão, mas também podem ser feitas denúncias
no ministério público, como o Centro de Referência em Atendimento (CRAM). As
ocorrências que aconteceram ou que acontecem fora desse período são notificadas na
delegacia do município e repassadas durante a volta do funcionamento para a delegada
responsável. O atendimento é realizado pela delegada e por sua escrivã, que são as servidoras
que prestam a
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assistência direta a mulher e que realizam também o encaminhamento para os outros serviços
da rede. Nos finais de semana é o delegado de plantão que recebe e presta o serviço à vítima.

5.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Serão analisados todos os Boletins de ocorrência emitidos no período de 2021 e 2022,


em decorrência das situações em violência doméstica. A amostra será do tipo probabilística
que se contribuirá para as finalizações e critérios dos casos.

5.3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Serão contabilizados os boletins emitidos no período de 2021 e 2022; boletins que


apresentem as informações necessárias para o estudo (idade, procedência, tipo de lesão, etc.).
Serão excluídos os documentos ilegíveis e danificados, que impossibilitem a leitura dos
mesmos.

5.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados será feita pela a utilização de um questionário com a finalidade de


descrever o perfil sócio demográfico, os tipos de lesões corporal, sobre a idade, questões
sociais, procedência e discutir a assistência de enfermagem forense frente aos casos de
violência doméstica.

5.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados será realizada após aprovação do Comitê de Ética do Centro


Universitário de Patos (UNIFIP), no mês agosto de 2023. Para solicitar a coleta de dados da
pesquisa, realizar a coleta, relatando todos os objetivos da pesquisa e solicitar adesão através
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (APÊNDICE B).
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5.6 ANÁLISE DOS DADOS

Todos os dados obtidos após a conclusão da pesquisa serão transferidos para o


Microsoft Excel a fim de serem analisados baseado na estatística descritiva e inferencial.

5.7 POSICIONAMENTO ÉTICO

Para a realização do referido estudo, serão de acordo com as regulamentações das


Resoluções No 510/16 e que dispõe sobre pesquisas com seres humanos. Ressaltando que
todas as informações obtidas, a identidade dos participantes será preservada em anonimato e
no momento da coleta de dados, além de serem informados sobre o princípio científico e as
peculiaridades da pesquisa. No mais, os pesquisadores responsabilizam-se em manter em
sigilo as informações que caracterizem o respondente (APÊNDICE B).

5.8 RISCOS E BENEFÍCIOS

Os riscos serão do tipo leve, pois se trata de dados documentados, no entanto, será
garantido o anonimato dos indivíduos. Os benefícios relacionam-se com a disseminação de
informações quanto ao número de casos para que a população tenha consciência no quanto o
tema é importante para todos, podendo contribuir com a notificação dos casos, e onde o
pesquisador se compromete a divulgar os resultados obtidos.

5.8 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se colaborar acerca da importância do tema levantado sobre a violência


doméstica, para a identificação precoce dos casos, bem como compreender os fatores sociais.
Com intuito de ajudar as pessoas sobre a conscientização da notificação e de como ajudar as
crianças a passarem por todo o processo de superação.
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6. CRONOGRAMA

Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Revisão da X X X X X X X X X X X X
literatura
Revisão do X X X X X X X X X X X
projeto
Envio ao X
CEP
Coleta de X
Dados
Análise dos X
dados
Elaboração X X
do relatório final
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7. ORÇAMENTO

Fases Quantidade Valor em R$


Caderno
Impressão
Encadernação
Pen-Drive
Transporte
Canetas e marca texto
Xerox
Estatística
Correção ortográfica
Tradução
Total:
OBS: Os gastos oriundos da pesquisa ficarão a cargo dos responsáveis pela pesquisa.
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REFERÊNCIAS

ANDRADE, Fabiana. Moralidades que se chocam: fronteiras discursivas no cotidiano de uma


Delegacia de Defesa da Mulher. Revista Áskesis, v. 1, n. 5, p. 47-62, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM FORENSE. Cartilha de Orientações
da Enfermagem Forense. violência, identifique, notifique, denuncie. Aracaju:
ABEFORENSE; 2017. 56 p.
BANDEIRA, Lourdes Maria. Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de
investigação. Sociedade e Estado, v. 29, p. 449-469, 2014.
BARROS, Claudia Renata dos Santos; SCHRAIBER, Lilia Blima. Violência por parceiro
íntimo no relato de mulheres e de homens usuários de unidades básicas. Revista de Saúde
Pública, v. 5, n.1, p.1-19, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução no 510, 7 de abril de
2016. Trata sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa em ciências humanas e
sociais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 maio de 2016.
CAVALCANTI, Stela Valéria Soares de Farias. A violência doméstica como violação dos
direitos humanos. Jus Navigandi, Teresina, v. 10, n. 901, p. 1-21, 2005.
COFEN, 2022. Cofen cria protocolo de Enfermagem Forense para vítimas de violência.
Disponível em >http://www.cofen.gov.br/cofen-cria-protocolo-de-enfermagem-forense-para-
vitimas-de-violencia_100170.html< Acesso em: 09 de abril de 2023.
COMITÊ DE ÉTICA, UNIFIP. 2007. O Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
do Centro Universitário de Patos. Disponível em > https://www.unifip.edu.br/pagina/7 <
Acesso em: 17 de maio de 2023.
CURIA, Beatriz Gross et al. Produções científicas brasileiras em psicologia sobre violência
contra mulher por parceiro íntimo. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 40, n.3, p.34-45, 2020.
DATA SENADO, 2020.Violência Doméstica E Familiar Contra A Mulher, Disponível
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mulher-agressoescometidas-por-2018ex2019-aumentam-quase-3-vezesem-8-anos-1< Acesso
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DEAM, 2022. Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher. Disponível em >
https://www.mulhersegura.org/preciso-de-ajuda/delegacia-da-mulher-em-cajazeiras <. Acesso
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GUIMARÃES, Maisa Campos; PEDROZA, Regina Lúcia Sucupira. Violência contra a
mulher: problematizando definições teóricas, filosóficas e jurídicas. Psicologia & Sociedade,
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https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/cajazeiras/panorama <. Acesso em: 17 de maio de 2023.
18

LIMA, Estherfane Ribeiro. A mulher vítima de violência doméstica no Brasil: acolhimento e


assistência da Enfermagem. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-
UNIT-ALAGOAS, v. 5, n. 2, p. 227-227, 2019.
LUZ, João Pinheiro Nunes. Mulher e história: a luta contra a violência doméstica. 2016.
Disponível em >https://jessicapalomaneckelluz.jusbrasil.com.br /artigos/217241864/ mulher-
e-historia-a-luta-contra-a-violência-doméstica. <. Acesso em: 09 de abril de 2023.
MACHADO, CARLA; GONÇALVES, RUI ABRUNHOSA. Violência e Vítimas de
Crimes. Coimbra: Quarteto. 2003.
MENDONÇA, Carolina Siqueira et al. Violência na Atenção Primária em Saúde no Brasil:
uma revisão integrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 2247-2257, 2020.
MOURA, Tâmara Cavalcante et al. Violência contra mulher: conhecendo aspectos do perfil
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NASCIMENTO, L. F.; CAVALCANTE, M. M. D. Abordagem quantitativa na pesquisa em
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SANTOS, Ariane Gomes dos, et al. Tipos de transtornos mentais não psicóticos em mulheres
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SILVA, Lídia Ester Lopes da; OLIVEIRA, Maria Liz Cunha de. Violência contra a mulher:
revisão sistemática da produção científica nacional no período de 2009 a 2013. Ciência &
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SOUZA, Jhuliano Silva Ramos; COSTA, Andreia Cristina Barbosa; VILELA, Sueli de
Carvalho. Cenário da enfermagem forense na formação do enfermeiro na assistência e na
pesquisa. Enfermagem em Foco, v. 11, n. 3, p. 22- 29, 2020.
TCLE, 2012. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Disponível em >
https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-centro-oeste/hc-ufg/ensino-e-
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VELHO, Jesus Antônio, et al. Locais de crime. Campinas: Millennium Editora, 2013.
VIEIRA, Elisabeth Meloni; PERDONA, Gleici da Silva Castro; SANTOS, Manoel Antônio
dos. Fatores associados à violência física por parceiro íntimo em usuárias de serviços de
saúde. Revista de Saúde Pública, v. 45, p. 730-737, 2011.
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APÊNDICES

APÊNDICE A -

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 510/16)

Você está sendo convidado a participar da pesquisa “ENFERMAGEM FORENSE:


caracterização dos crimes de violência doméstica atendidos na Delegacia da mulher no
município de Cajazeiras – PB”, coordenada Prof.ª MS. FRANCISCA ELIDIVÂNIA DE
FARIAS CAMBOIM, pelo(a) pesquisador(a) e conduzida pelo(a) aluno(a) ESTÉFANE
MILIANO DA SILVA do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade São
Francisco da Paraíba. Essa pesquisa se justifica porque as mulheres jovens, com pouca
instrução, tendem a sofrerem maior índice de violência doméstica. Isso porque as mulheres
tendem a ser dependentes financeiramente e permanecem em silêncio quando enfrentam a
violência, sofrem por medo do agressor e por não conseguirem se sustentar E ainda, as
mulheres pardas ou negras são as mais atingidas pela violência, principalmente devido ao
contexto histórico em que se encontram, que normalmente inclui condições precárias de
moradia e educação.

1. Os objetivos com os quais essa pesquisa estará sendo realizada serão: Geral: Analisar
o perfil dos crimes de violência doméstica atendidos na delegacia da mulher no
município de Cajazeiras. E Específicos: Traçar o perfil sociodemográfico da amostra;
descrever as lesões predominantes nos casos de violência doméstica, e sua repercussão
na vida da mulher segundo a literatura; discutir sobre a atuação do enfermeiro forense
frente aos casos de violência doméstica. Para tanto, serão realizados procedimentos
que não trarão quaisquer danos a sua saúde, não apresentando riscos e desconfortos
diretos, entretanto. Os riscos serão do tipo leve, pois se trata de dados documentados,
no entanto, será garantido o anonimato dos indivíduos.

2. O procedimento de coleta de informações consta pelo Comitê de Ética do Centro


Universitário de Patos (UNIFIP), no mês de agosto de 2023. Para solicitar a coleta de dados
da pesquisa, realizar a coleta, relatando todos os objetivos da pesquisa e solicitar adesão
através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE.

3. Os benefícios esperados diante de sua participação neste estudo serão: Os benefícios


relacionam-se com a disseminação de informações quanto ao número de casos para que a
população tenha consciência no quanto o tema é importante para todos, podendo contribuir
com a notificação dos casos, e onde o pesquisador se compromete a divulgar os resultados
obtidos.

4. Sua identidade e suas informações pessoais fornecidas, serão mantidas em sigilo absoluto
sob responsabilidade do pesquisador, estando o mesmo sujeito às penas previstas na Lei
brasileira;
20

5. Cabe a você decidir se deseja ou não participar dessa pesquisa. Se decidir participar deverá
assinar este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, estando ciente de que terá o direito
de interromper o estudo e/ou retirar seu consentimento a qualquer momento durante o
desenvolvimento da pesquisa sem que isso afete seus direitos aos cuidados futuros, implique
responsabilização ou cancelamento dos serviços oferecidos pela instituição. Sua participação
é livre e não implica quaisquer tipos de recebimento de remuneração ou pagamento;

6. Em relação a qualquer dano direta ou indiretamente causado por esta pesquisa, o(s)
Pesquisador(es) do Estudo e seus assistentes e a Instituição serão responsáveis, perante a lei
brasileira, pela indenização de eventuais danos que o participante de pesquisa possa vir a
sofrer, bem como por prestar assistência imediata e integral, nos termos da Resolução 510/16
do Conselho Nacional de Saúde;

7. Os seus dados pessoais e as informações obtidas neste estudo, pelo pesquisador e sua
equipe, serão garantidos pelo sigilo e confidencialidade. Os seus dados do estudo serão
codificados de tal modo que sua identidade não seja revelada;

8. Você terá o direito de dirigir-se, a qualquer momento, ao(s) pesquisador(es) e ao Comitê de


Ética em Pesquisa do Centro Universitário de Patos (UNIFIP), para os esclarecimentos sobre
dúvidas que surgirem durante a pesquisa, tendo, portanto, o direito à informação. Nesse caso,
entre em contato:
● Nome do Pesquisador(a): ESTÉFANE MILIANO DA SILVA
● Telefone: (83) 99815-4793
Endereço: Rua Maria
Diniz CEP: 58960-000
Cidade: Bonito de Santa Fé -PB

9. DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO INFORMADO LIVRE E ESCLARECIDO:


- Eu recebi informação oral sobre o estudo acima e li por escrito este documento.
- Eu tive a oportunidade de discutir o estudo, fazer perguntas e receber esclarecimentos.
- Eu concordo em participar do estudo e estou ciente que minha participação é totalmente
voluntária.
- Eu entendo que posso retirar meu consentimento a qualquer momento sem que isso afete
meu direito aos cuidados futuros.
- Este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido será assinado e rubricado em duas vias
originais por mim e pelo Pesquisador.
21

- Assinando este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o Pesquisador do Estudo


garantirá ao Participante da Pesquisa, em seu próprio nome e em nome da instituição, os
direitos descritos neste documento.

- Eu entendo que receberei uma via original deste Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. A outra via original será mantida sob a responsabilidade do Pesquisador do
Estudo.

Para ser assinado e datado pelo Participante da Pesquisa:

Assinatura do Participante da Pesquisa Data da Assinatura

Nome da Participante da Pesquisa por extenso (LETRAS MAIÚSCULAS)


22

DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR

DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas nas Resoluções no
510/16 e 580/18 do Conselho Nacional de Saúde que obtive, de forma apropriada e
voluntária, o consentimento livre e esclarecido do sujeito da pesquisa acima qualificado para a
realização desta pesquisa.

Patos, de de

Assinatura do Pesquisador Responsável


23

APÊNDICE B -
TERMO DE COMPROMISSO RESPONSABILIDADE

Eu, ESTÉFANE MILIANO DA SILVA, aluno(a) do Curso de Bacharelado em


ENFERMAGEM da Faculdade São Francisco da Paraíba, responsável pelo projeto de
pesquisa intitulado “ENFERMAGEM FORENSE: Caracterização dos crimes de violência
doméstica atendidos na Delegacia da mulher no município de Cajazeiras – PB”,
comprometo-me a assegurar que sejam seguidos os preceitos éticos previstos na 510/16 do
Conselho Nacional de Saúde que obtive do Conselho Nacional de Saúde e demais
documentos complementares.
Responsabilizo-me também pelo projeto de pesquisa, pelo fiel acompanhamento das
atividades de pesquisa, pela entrega do relatório final ao Comitê de Ética e pelos resultados da
pesquisa para sua posterior divulgação no meio acadêmico e científico.

Cajazeiras- PB de de

Assinatura do Pesquisador Responsável


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ANEXOS

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