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SUMÁRIO

1. CONCEITOS BÁSICOS DA ECOLOGIA ........................................................................................... 3

2. ESPÉCIES INVASORAS ..................................................................................................................... 9

3. SAPOS QUE DESAPARECEM .......................................................................................................... 15

4. MAPA DE CONCEITOS: ESPÉCIES INVASORAS ........................................................................ 19

5. ILHA DE SÃO MATEUS ...................................................................................................................... 21

6. A INVASÃO DOS TRIOPS ................................................................................................................. 25

7. INTERAÇÕES NAS ILHAS GALÁPAGOS ..................................................................................... 29

8. INTERAÇÕES INTRAESPECÍFICAS: FORMIGAS ...................................................................... 33

9. DINÂMICA DE POPULAÇÕES ......................................................................................................... 35

10. DENTE-DE-LEÃO .............................................................................................................................. 39

11. COLAPSO EM YELLOWSTONE ........................................................................................................ 41

12. TEIAS ALIMENTARES ...................................................................................................................... 45

13. MAPA DE CONCEITOS: FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS ................................... 47

14. PEGA-PEGA ECOLÓGICO ................................................................................................................ 49

15. O DESAPARECIMENTO DOS LOBOS-IBÉRICOS ....................................................................... 55

16. EXERCÍCIOS: RELAÇÕES ECOLÓGICAS ..................................................................................... 67

17. OS GATOS QUE DANÇAM ................................................................................................................. 71

18. EXERCÍCIOS: ECOLOGIA TRÓFICA ............................................................................................... 77

19. VIAGEM DE UM ÁTOMO .................................................................................................................... 81


20. O DESAPARECIMENTO DAS IGUANAS-MARINHAS ................................................................ 85

21. CICLO DO NITROGÊNIO ................................................................................................................... 93

22. EXERCÍCIOS: CICLOS BIOGEOQUÍMICOS ................................................................................... 95

23. EXERCÍCIOS: SUCESSÃO ECOLÓGICA E FRAGMENTAÇÃO DE HABITAT ....................... 101

24. PAISAGENS PELO MUNDO ........................................................................................................... 105

25. EXERCÍCIOS: BIOMAS TERRESTRES MUNDIAIS ..................................................................... 111

26. EXERCÍCIOS: CLIMOGRAMAS ...................................................................................................... 117

27. ÁRVORES DO BRASIL ..................................................................................................................... 121

28. DESMATAMENTO ............................................................................................................................ 125

29. EXERCÍCIOS: BIOMAS TERRESTRES BRASILEIROS ............................................................ 129

RELAÇÕES ECOLÓGICAS ..................................................................................................................... 133

CICLO DO CARBONO .............................................................................................................................. 135

CICLO DO NITROGÊNIO .......................................................................................................................... 137

BIOMAS MUNDIAIS ................................................................................................................................ 139

BIOMAS BRASILEIROS .......................................................................................................................... 141

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1. CONCEITOS BÁSICOS DE ECOLOGIA

Data: _____/_____/______

PARTE 1 – Análise de gráficos


Peso seco da folhagem (g)

Gráfico 1 – Relação entre a massa das folhas


de uma espécie de planta e o nível de
nutriente (fosfato) disponível em duas
condições distintas: na presença e na
ausência de fungos no solo.

Nível de fosfato fertilizante


(mEq per plant)

[a]
Número de espécies

Gráfico 2 – Relação entre o número de


[b] espécies animais (de insetos, em [a], e de
mamíferos, em [b]) e o tamanho das ilhas em
que são encontradas.

Área da ilha (mi2)

3
O2 consumido (μl g–1 h–1)

Gráfico 3 – Relação entre


temperatura e quantidade de gás
oxigênio consumido por um besouro.

Temperatura (°C)

Gráfico 4 – Número de bisões ao


longo dos anos no Parque de
Yellowstone.

Gráfico 5 – Densidade populacional


(número de indivíduos presentes
por área medida) de algas
(Gigartina) ao longo do tempo na
presença de outra espécie de alga
(Ulva) e na ausência dela.

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1. Analise as afirmações a seguir. Assinale, para cada uma delas, V (verdadeira) ou F (falsa).
Além disso, para as afirmações falsas, explique qual é o erro.

a) ( ) A massa de folhas de uma espécie vegetal influencia a quantidade de fosfato no solo


independentemente da presença de fungos na região.

b) ( ) A quantidade de fosfato no solo afeta a sobrevivência dos fungos que podem causar
doenças nas plantas.

c) ( ) Em dezembro e em fevereiro, a densidade populacional de Gigartinas é a maior


possível na presença de Ulvas na região estudada.

d) ( ) Entre 1910 e 1914, o número de bisões em Yellowstone mais que duplicou.

e) ( ) Gás oxigênio e quantidade de calor são exemplos de fatores abióticos que


influenciam a sobrevivência dos besouros.

f) ( ) O número de espécies de insetos em uma ilha depende do número de mamíferos


dessa mesma ilha.

g) ( ) Quanto maior a quantidade de calor, maior é o consumo de gás oxigênio pelo


besouro.

2. Qual é o gráfico que melhor evidencia o conceito de comunidade biológica? ( )

3. Em uma região onde cresce o capim dourado (Syngonanthus nitens), vivem gafanhotos
(Rhammatocerus conspersus), cupins (Cornitermes cumulans), pássaros-pretos (Gnorimopsar
chopi), andorinhas-de-coleira (Pygochelidon melanoleuca), morcegos (Artibeus cinereus),
tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e raposinhas (Lycalopex vetulus).
As chuvas nessa região são frequentes entre novembro e março. No outro período, a seca
é intensa. Por ser uma área sem árvores, a insolação e a ventilação são bem elevadas.
A temperatura durante o dia também é bem elevada, mas despenca durante a noite.

a) Nessa região, quantas comunidades existem?

b) E quantas populações?

c) Quais são os fatores abióticos descritos para essa região?

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PARTE 2 – Conceitos básicos

4. O que são espécies nativas?

a) São espécies que ocorrem naturalmente em um ambiente.

b) São espécies que foram levadas pelos humanos no início da colonização.

c) São espécies com distribuição restrita a determinado ambiente.

5. O que são espécies exóticas?

a) São espécies que causam prejuízo para a biodiversidade local.

b) São espécies que não ocorrem naturalmente em um ambiente.

c) São espécies com distribuição restrita a um lugar específico.

6. Sobre a resistência do meio e o potencial biótico, podemos afirmar que:

a) a resistência do meio é o conjunto de fatores que impedem o crescimento máximo da


população. Ela é igual para todos os indivíduos de uma espécie, independentemente dos
ambientes que ocupam. O potencial biótico é o crescimento máximo da população.

b) o potencial biótico é o conjunto de características reprodutivas da espécie que possibilitam


o crescimento máximo da população. Ele muda de uma região para outra; por isso,
podemos encontrar diferentes populações com densidades populacionais muito distintas.
A resistência do meio é a densidade máxima de indivíduos que podem viver no ambiente.

c) o potencial biótico de uma espécie é sempre o mesmo. Populações de uma mesma espécie
que ocupam ambientes diferentes encontram resistências do meio diferentes e, por isso,
apresentam tamanhos populacionais distintos.

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PARTE 3 – Exercícios

7. Peixes-leões das espécies Pterois volitans e P. miles são nativos do Indo-Pacífico. Esses
peixes, no entanto, foram introduzidos no Atlântico Ocidental, na costa dos Estados Unidos
da América. A partir dessa introdução, diversos registros têm sido feitos em localidades
mais ao sul da Flórida, como o Caribe, e, mais recentemente, no litoral sudeste do Brasil.
Com relação a essas espécies de peixes, é correto afirmar que:

a) as populações dessas espécies são reguladas pela ação de predadores na costa dos EUA.
b) são exóticas nos EUA.
c) não representam uma séria ameaça à biodiversidade dos EUA.
d) a invasão se dá em função do estabelecimento de relações benéficas para a biodiversidade
dos EUA.

8. Considere as afirmações abaixo, sobre a introdução de espécies em um ecossistema, como


a dos javalis-europeus na região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul.

• A disseminação de javalis pode causar problemas devido à escassez de predadores


naturais que controlariam a população desse animal.
• Os javalis foram introduzidos no passado, mas atualmente são considerados nativos
dessa região.
• O javali-europeu é endêmico do Rio Grande do Sul.

Quais afirmações estão corretas?

9. A palmeira-açaí (Euterpe oleracea), oriunda da Floresta Amazônica, está sendo plantada por
produtores em áreas da Mata Atlântica de São Paulo e tem tomado o lugar originalmente
ocupado pelo palmito-juçara (Euterpe edulis), que ocorre espontaneamente nessas
matas litorâneas.

Sobre essas espécies, algumas afirmações foram feitas:

I. A palmeira-açaí não pode ser considerada espécie nativa.


II. O palmito-juçara é uma espécie nativa da Mata Atlântica de São Paulo.
III. A palmeira-açaí é uma espécie exótica na Mata Atlântica.
IV. Não se pode dizer que a palmeira-açaí seja uma espécie invasora, pois ela não está
causando danos à Mata Atlântica.

Quais afirmações estão corretas?

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2. ESPÉCIES INVASORAS

Data: _____/_____/______

1. Leia os textos sobre as quatro espécies invasoras (páginas 11 a 14).

2. Faça breves anotações, em seu caderno, sobre cada uma das espécies invasoras
apresentadas.

a) De onde veio a espécie invasora?

b) Como ela foi trazida?

c) Por qual motivo ela foi trazida?

d) Quais são as características dessa espécie? (Por exemplo: como é a velocidade de sua
reprodução? O ciclo de vida dela é longo ou curto? Do que ela se alimenta?)

e) Qual foi o impacto da introdução dessa espécie exótica em espécies nativas?

3. Leia o trecho a seguir e responda às questões propostas. Você pode, para responder às
questões, consultar seu caderno.

As espécies invasoras geralmente apresentam algumas características biológicas


muito específicas. Dizemos que as espécies com alto potencial de invasão apresentam um
elevado potencial biótico, ou seja, características reprodutivas que permitem à população
crescer rapidamente. Imagine que um casal de elefantes seja introduzido em uma ilha.
Seria muito fácil controlar o crescimento dessa população, pois o casal teria um filhote
depois de mais de 20 meses de gestação. Em compensação, um casal de coelhos pode
gerar, em média, 8 filhotes depois de 30 dias de gestação. Dessa forma, o controle
populacional desse mamífero seria bem mais difícil.
Essas espécies invasoras, em geral, são também muito tolerantes aos diferentes
fatores abióticos, como luminosidade, umidade, ventilação etc. Dessa forma, não
encontram muitas dificuldades em sobreviver no ambiente invadido. Podemos dizer,
então, que esse ambiente apresenta uma baixa resistência do meio, ou seja, não
apresenta muitos fatores abióticos que dificultem a reprodução e a sobrevivência
da espécie.
Além dos fatores abióticos, é comum que, nos ambientes invadidos, as espécies não
encontrem muitos predadores ou parasitas, como nos ecossistemas de que são nativas.
Já a oferta de alimento deve ser mais abundante nesse novo habitat que no anterior.
Essas características do ecossistema também compõem a baixa resistência do meio para
as espécies invasoras.

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a) Na América do Sul, o sapo-cururu é exótico.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

b) No Brasil, o mexilhão-dourado é nativo.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

c) No passado, o sagui-de-tufo-branco era uma espécie endêmica do Nordeste brasileiro.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

d) O enunciado “a braquiária tem um ciclo de vida rápido e produz muitas sementes que se
dispersam rapidamente com o vento” exemplificaria qual conceito?

( ) Resistência do meio ( ) Potencial biótico

e) Ainda sobre a braquiária, ao afirmar que, no ambiente em que ela ocorre, é frequente o
pisoteio do gado e a ocorrência periódica de incêndios, exemplificamos qual destes
conceitos?

( ) Resistência do meio ( ) Potencial biótico

f) Sobre o sapo-cururu, o enunciado “uma fêmea é capaz de liberar até 25.000 ovos a cada
estação chuvosa” exemplificaria qual conceito?

( ) Resistência do meio ( ) Potencial biótico

4. Construa, em seu caderno, uma síntese sobre espécies invasoras. Nessa síntese, você deve
explicar o que é esse problema ambiental, quais são suas causas (o motivo pelo qual as
espécies são transportadas e as características biológicas que favorecem sua rápida
expansão) e de que forma essas espécies prejudicam a biodiversidade.

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Braquiária (Brachiaria decumbens)

A braquiária é uma espécie de capim que foi trazida da África para o Brasil na década
de 1960 para servir de pasto para o gado bovino. Posteriormente, foi também empregada em
beiras de estrada e em barrancos íngremes, pois ajuda a evitar que o solo seja levado
pelas chuvas.

Trata-se de um tipo de capim de crescimento rápido, que forma uma cobertura contínua,
mesmo em solos pouco férteis. Essa planta resiste bem ao pisoteio do gado e à ocorrência
periódica de incêndio, comum em ambientes como o cerrado.

A braquiária tem um ciclo de vida rápido e produz muitas sementes, que se dispersam
rapidamente com o vento. Ao longo de seu crescimento, a planta produz substâncias que
inibem o desenvolvimento de outros tipos de capim. Ela viceja mesmo quando o solo apresenta
alta acidez e grandes concentrações de alumínio, condições desfavoráveis para a maioria das
plantas. Suas sementes, dispersas pelo vento, são capazes de ficar adormecidas no solo por
longo período, sendo, inclusive, resistentes ao fogo.

Essa espécie de planta tem baixa tolerância a ambientes sombreados e, por esse motivo,
dificilmente ocorre em áreas de floresta. Ela cresce vigorosamente em áreas de vegetação mais
aberta e hoje está espalhada por todos os estados do país.

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Mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei)

Originário das águas doces da China e do Sudeste da Ásia, o mexilhão-dourado foi


observado pela primeira vez na América do Sul na foz do rio da Prata. Contudo, hoje já é
encontrado no Pantanal do Mato Grosso e até nas águas do rio Tietê, no estado
de São Paulo.
Acredita-se que esse molusco tenha se espalhado das águas asiáticas para o resto do
mundo pelas rotas de transporte marítimo. Quando um navio zarpa descarregado, ele é
enchido com água em seu porto de origem para que possa viajar equilibrado. Ao chegar ao
local onde receberá a carga, ele libera essa água de lastro e, junto com ela, milhares de
organismos aquáticos – o mexilhão-dourado é um deles.
Cada casal se reproduz rapidamente, podendo chegar a ter milhares de descendentes.
Os adultos apresentam estruturas chamadas fios de bisso, que lhes permitem fixar-se em
praticamente qualquer substrato, como rochas, troncos e até construções de concreto
ou plástico.
Esse mexilhão não tem predadores na América do Sul. Ele é um animal filtrador que se
alimenta do plâncton de água doce. Quando presente em grandes quantidades, deixa pouco
alimento para outras espécies, como pequenos crustáceos, peixes e outros moluscos. Hoje,
o diplodo, uma espécie nativa de molusco que era abundante, é raro nos locais que foram
ocupados por seu parente asiático.
O mexilhão-dourado só passou a ser uma preocupação porque causa problemas
econômicos. Em 2001, por exemplo, populações dessa espécie entupiram tubulações da Usina
de Itaipu, trazendo prejuízos. Alguns especialistas consideram que a chegada desse invasor à
Amazônia é apenas uma questão de tempo.

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Sapo-cururu (Rhinella marina)

Para tentar acabar com besouros que atacavam as plantações de cana-de-açúcar,


fazendeiros levaram o sapo-cururu para a Austrália, pois ele seria um eficiente predador
dos besouros.
O problema é que, além dos besouros, o sapo-cururu alimenta-se de muitos outros
animais, como pequenos lagartos, serpentes, anfíbios, aves e uma enorme variedade de
insetos. Um estudo científico detectou aumento no número de ovos de crocodilo de
determinado ambiente depois de o sapo-cururu ter sido retirado de lá, o que sugere que até
ovos fazem parte de sua alimentação. Essa flexibilidade permitiu que a espécie vivesse bem em
muitos ambientes da Austrália. Some-se a isso sua alta capacidade reprodutiva:
uma fêmea é capaz de liberar até 25.000 ovos a cada estação chuvosa.
O resultado foi que, em pouco tempo, o sapo-cururu espalhou-se. De aproximadamente
100 indivíduos que foram introduzidos em 1935, a população explodiu para estimados
200 milhões em 2006. Esse anfíbio, originário das Américas Central e do Sul, não encontrou
predadores na Austrália. Como produz uma toxina letal para lagartos, serpentes e aves
australianas, praticamente nenhum animal consegue tê-lo como presa – muitos morrem
envenenados. Especula-se que alguns lagartos e serpentes estejam em extinção por
causa disso.
Sapos-cururus coletados na América do Sul frequentemente são hospedeiros de várias
espécies de vermes, como nematódeos e platelmintos. Na Austrália, porém, o número de
espécies que parasitam esses sapos é bem menor, o que provavelmente também contribui
para o sucesso da invasão.
Vários projetos estão em curso para tentar barrar a expansão do sapo-cururu na Austrália
e conter o desequilíbrio ambiental que ele acarretou. Isso não é uma tarefa fácil, pois estudos
mostram que indivíduos dessa espécie podem migrar até 40 quilômetros em um ano.

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Sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus)

Algumas espécies que podem causar danos ao ambiente fogem ao estereótipo que
imaginamos para um invasor. Esse é o caso do sagui-de-tufo-branco.

Essa espécie existia, originalmente, apenas no Nordeste do Brasil, mas foi trazida como
animal de estimação para o Sul e o Sudeste. Muitos desses animais acabaram soltos na
natureza a ponto de hoje a espécie ser considerada invasora em alguns locais, como a Serra
dos Órgãos, no Rio de Janeiro.

Os saguis se alimentam de filhotes de aves quando ainda estão no ninho, causando


desequilíbrios não só nas populações de aves, mas também em plantas que se relacionam com
elas. Algumas plantas, por exemplo, produzem néctar atraente para as aves, que visitam várias
flores e acabam polinizando-as, facilitando a reprodução dos vegetais. Sem aves, portanto,
a reprodução dessas plantas fica comprometida.

Os saguis-de-tufo-branco disputam espaço e alimento com espécies nativas, como o


mico-leão-dourado, que também corre risco de extinção. Por terem a dieta mais variada e se
reproduzirem mais rapidamente, os saguis levam vantagem. Além disso, sabe-se que os saguis
hospedam vários tipos de vírus, bactérias e outros microrganismos que podem causar doenças
nas espécies nativas.

O controle das populações de saguis-de-tufo-branco é recebido com resistência, pois a


maioria das pessoas não quer que eles sejam removidos. Entretanto, apesar de esses animais
serem carismáticos, é preciso saber que, como qualquer espécie invasora, causam danos às
espécies nativas.

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3. SAPOS QUE DESAPARECEM

Data: _____/_____/______

Sapos que desaparecem

A extinção de uma espécie sempre é algo devastador, principalmente quando se


testemunha o acontecimento de mãos atadas. É natural imaginar o desaparecimento de uma
espécie em razão de atividades desmedidas, como caça e coleta, mas existem outras situações
em que as espécies se extinguem de forma mais silenciosa e até imperceptível.

Em várias partes do mundo, pesquisadores que trabalham com anfíbios (sapos, rãs,
pererecas e salamandras) têm documentado um rápido e silencioso desaparecimento de
espécies. E, para aquelas que ainda existem, registra-se um importante declínio de suas
populações, indicando que a ameaça da extinção é real.

A permanência, ou existência, de uma espécie em determinado ambiente é totalmente


relacionada com a manutenção adequada de seu ciclo de vida. É natural que alguns indivíduos
morram, mas a contínua reprodução gera novos exemplares que perpetuarão, ou pelo menos
continuarão por certo tempo, a ocorrência da espécie. Mas o que garante a manutenção do
ciclo de vida?

O sapo-dourado (Bufo periglenes) é uma espécie de anfíbio que podia ser encontrada
apenas em algumas florestas nebulosas de topo de montanha na Costa Rica. Somente os
machos da espécie são dourados, e sua cor e seu brilho tão incomuns foram inspiração para
muitas lendas locais. Esses sapos, na maior parte do ano, vivem escondidos embaixo da terra,
e por isso, segundo dizem as lendas, aquele que encontrar essa criatura maravilhosa
encontrará também a felicidade.

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A especialista em anfíbios Marty Crump encontrou dezenas de machos de sapo-dourado
na mata da Reserva da Floresta Úmida de Monteverde, Costa Rica, mas, em seu livro In search
of the golden frog, ela relata uma história nada feliz. Nesse trabalho, a pesquisadora descreve
uma diminuição gradual de avistamentos de machos e fêmeas de sapo-dourado a partir
de 1987, até seu completo desaparecimento em 1989. Esses anfíbios saíam de seus
esconderijos por poucos dias ou semanas no ano, na estação úmida, e se acumulavam em
torno de várias poças nas bases das árvores à procura de uma oportunidade para acasalar.

Nos curtos períodos de acasalamento, o chão da floresta cintilava com as manchas


laranja-brilhante de machos prontos para o acasalamento, mas, ao longo dos anos, à medida
que a maioria das poças continha menos água ou mesmo nem se formava, os ovos ressecados
não originavam girinos, e o número de machos avistados diminuía rapidamente. Em 15 de maio
de 1989, Crump avistou um único macho na floresta e, desde então,
o sapo-dourado nunca mais foi visto.

Embora a Floresta de Monteverde continue verdejante a ponto de justificar seu nome,


a cada ano, muitos répteis, anfíbios e outros exemplares da fauna vão ficando cada vez mais
raros até desaparecerem completamente. A partir de 1987, 20 das 50 espécies de anfíbios
encontradas em Monteverde desapareceram. A partir de 1996, duas espécies de lagartos,
Norops tropidolepis e Norops altae, parentes pequenos das iguanas, não foram mais
encontradas nesse mesmo local.

Suspeitando de que a causa desses desaparecimentos estivesse relacionada a alguma


condição climática anormal, muitos pesquisadores passaram a analisar os registros mensais
das chuvas e temperaturas regionais e locais. Em 1999, uma década após a extinção do
sapo-dourado, um estudo publicado na revista científica Nature relacionava um aumento
gradual na temperatura dos oceanos à diminuição das condições de umidade na floresta e à
perda de espécies em Monteverde.

A floresta nebulosa, a partir de 1976, foi perdendo sua névoa, e um aumento crescente do
número de dias sem neblina gerou um ambiente seco, no qual os ciclos de vida de muitas
espécies não podiam ser completados. O sapo-dourado, por exemplo, perdeu seus locais para
acasalamento e desenvolvimento dos ovos e girinos, o que ao longo do tempo diminuiu o
tamanho da população até a extinção.

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1. Em Ecologia, os componentes não vivos de um ambiente natural são denominados “fatores
abióticos”. No texto “Sapos que desaparecem”, quais fatores abióticos são mencionados
por participarem do ciclo de vida daqueles animais ou por influenciarem esse ciclo de vida?

a) Quantidade de luz disponível, esconderijos no solo e poluição na água dos riachos.


b) Temperatura local, chuvas e parceiros para reprodução.
c) Parceiros para acasalamento, poluição na água dos riachos e temperatura da floresta.
d) Poças de água, umidade da floresta e esconderijos no solo.
e) Vegetação, quantidade de luz disponível na floresta e oferta de alimentos.

2. A presença de uma espécie no ambiente natural depende de uma série de condições que
devem ser compatíveis com suas demandas de sobrevivência. Tais condições envolvem
fatores abióticos do local e, também, a interação adequada com outras formas de vida
presentes naquele ambiente. O local de vida ocupado por determinada espécie
é denominado habitat. Já as interações da espécie com seu habitat e as relações ecológicas
estabelecidas com outros seres vivos fazem parte do que chamamos de
“nicho ecológico”.

No texto “Sapos que desaparecem”, você leu os trechos a seguir. Em quais desses trechos
podemos encontrar descrições do habitat e do nicho ecológico dos sapos-dourados?

I. “É natural que alguns indivíduos morram, mas a contínua reprodução gera novos
exemplares que perpetuarão, ou pelo menos continuarão por certo tempo, a ocorrência
da espécie.”
( ) Nem habitat, nem nicho ecológico. ( ) Habitat. ( ) Nicho ecológico.

II. “O sapo-dourado (Bufo periglenes) é uma espécie de anfíbio que podia ser encontrada
apenas em algumas florestas nebulosas de topo de montanha na Costa Rica. Somente os
machos da espécie são dourados, e sua cor e seu brilho tão incomuns foram inspiração
para muitas lendas locais.”
( ) Nem habitat, nem nicho ecológico. ( ) Habitat. ( ) Nicho ecológico.

III. “Esses anfíbios saíam de seus esconderijos por poucos dias ou semanas no ano, na estação
úmida, e se acumulavam em torno de várias poças nas bases das árvores à procura de uma
oportunidade para acasalar.”
( ) Nem habitat, nem nicho ecológico. ( ) Habitat. ( ) Nicho ecológico.

IV. “Nesse trabalho, a pesquisadora descreve uma diminuição gradual de avistamentos de


machos e fêmeas de sapo-dourado a partir de 1987, até seu completo desaparecimento
em 1989.”
( ) Nem habitat, nem nicho ecológico. ( ) Habitat. ( ) Nicho ecológico.

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3. Na Reserva da Floresta Úmida de Monteverde, podemos encontrar muitas espécies de
animais, plantas, fungos, entre outras. Elas interagem umas com as outras e, também, com
as condições ambientais ali existentes, umidade, solo, temperatura etc. De outra forma,
podemos dizer que existe a interação de uma comunidade biológica, ou seja, do conjunto
das populações dos seres vivos, com os fatores abióticos do meio. Esse é o conceito de
ecossistema.

Em quais dos trechos a seguir também encontramos uma descrição de um ecossistema?

I. Uma colmeia de abelhas-europeias (Apis mellifera) é formada, normalmente, por uma


rainha (fêmea reprodutora), 5 mil a 100 mil operárias (fêmeas estéreis, responsáveis pelas
tarefas de manutenção da colmeia) e por até 400 zangões (machos reprodutores). A divisão
de tarefas existe, e cada indivíduo exerce sua função de forma a garantir a sobrevivência
do grupo.
II. O intestino humano é naturalmente habitado por algumas espécies de bactérias,
que constituem a “flora” intestinal. São, muitas vezes, microrganismos inofensivos, que
sobrevivem às custas das condições químicas encontradas nessa parte de nosso sistema
digestório.
III. Em um aquário, convivem peixes, caramujos e plantas. Para que a saúde desses animais
seja garantida, padrões da água, como temperatura e pH, e também a luminosidade devem
ser mantidos dentro de valores adequados.
IV. Em uma casa, localizada no centro de uma grande metrópole brasileira, existe um pequeno
quintal gramado. Nele existem formigas, joaninhas, pernilongos e ácaros. Sob a grama,
a terra é mantida mais úmida, e minhocas e tatuzinhos-de-jardim podem ser encontrados.

a) Em I, III e IV.
b) Em I e III, apenas.
c) Em II, III e IV.
d) Em II e IV, apenas.
e) Em I e II.

4. O texto descreve o que vem acontecendo com a população de sapos-dourados na


Costa Rica. De modo resumido, podemos afirmar que:

a) a resistência do meio tem diminuído para a população.


b) o potencial biótico tem aumentado.
c) o potencial biótico tem diminuído.
d) a resistência do meio tem aumentado para essa população.

5. Na Costa Rica, podemos afirmar que o sapo-dourado (Bufo periglenes) era:

a) nativo.
b) invasor.
c) endêmico.
d) exótico.

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4. MAPA DE CONCEITOS: ESPÉCIES INVASORAS

Data: _____/_____/______

Analise o mapa conceitual abaixo, que busca responder à seguinte pergunta: “O que são
espécies invasoras?”.

a) Entre as onze relações estabelecidas, há quatro erros. Identifique as quatro relações


erradas, explique o erro de cada relação e, para cada uma delas, proponha uma correção
que a torne correta.

b) Introduza no mapa o conceito de “espécies endêmicas”. Estabeleça relações desse conceito


com pelo menos dois outros conceitos presentes no mapa.

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5. ILHA DE SÃO MATEUS

Data: _____/_____/______

Stuart McMillen utiliza sua enorme capacidade de ilustrar histórias para discutir aspectos importantes da sociedade contemporânea.
Em Ilha de São Mateus, o australiano relata a jornada das renas nessa ilha do Alasca. Você encontra outros trabalhos desse autor em seu website:
http://www.stuartmcmillen.com.

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a) As renas foram introduzidas na ilha para solucionar um possível problema dos trabalhadores da guarda costeira dos EUA: a falta de
alimento. A partir da leitura dessa história em quadrinhos, podemos utilizar as renas como um exemplo de espécies invasoras na ilha de
São Mateus? Justifique sua resposta.

b) Um biólogo, ao analisar esse caso, elaborou a seguinte afirmação:

“O crescimento populacional das renas entre 1944 e 1957 na ilha foi incrível, mas nada se compara ao período entre 1957 e 1963.
No segundo período, o crescimento foi entre sete e oito vezes maior.”

A análise desse biólogo está correta? Justifique sua resposta.

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6. A INVASÃO DOS TRIOPS

Data: _____/_____/______

A invasão do camarão-dinossauro no estado de São Paulo

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A notícia a seguir foi publicada no jornal Folha de S.Paulo no dia 8 de maio de 1998.

Estrela suspende venda do triops no Brasil por ordem da Justiça

A fábrica de brinquedos Estrela enviou ontem um comunicado a todos os pontos de venda


do triops informando que o produto tem de ser retirado do mercado. Isso foi feito porque uma
liminar (decisão judicial provisória) da Justiça de São Paulo determinou a retirada do produto
do mercado em todo o Brasil. A decisão se baseia em supostos danos que o triops pode causar
ao meio ambiente, como foi argumentado na ação movida pela Promotoria do Meio Ambiente
de São Paulo, que resultou na liminar.
O triops é um crustáceo pré-histórico conhecido como “camarão-dinossauro”, que
começou a ser comercializado no Brasil este ano pela Estrela. Ele é vendido dentro de um ovo
de plástico que contém um kit com ovos de triops, comida e instruções sobre como
criar o animal.
A espécie é exótica no país. Por isso, dois zoólogos ouvidos pela promotoria deram
pareceres afirmando que, se o animal entrar em contato com o meio ambiente brasileiro, existe
risco de desequilíbrio ecológico.
“O triops é vendido em vários países do mundo e em nenhum desses lugares causou
problemas ao meio ambiente”, diz o diretor de marketing da Estrela, Aires José Leal Fernandes.
A empresa informou que vai patrocinar um estudo para avaliar o real risco de impacto ao
meio ambiente, caso o triops entre em contato com a natureza. Isso pode ocorrer, dizem os
zoólogos, se os animais forem jogados no lixo e existirem alguns exemplares ou ovos vivos.
“Nos outros países em que o triops é vendido, isso nem chegou a ser cogitado. É um animal
muito frágil. Ele morre se ficar em um recipiente com menos de três litros de água ou se a água
estiver com muito cloro”, diz Fernandes.
Também segundo o diretor de marketing da Estrela, o triops não causa riscos à saúde de
quem entra em contato com ele. A afirmação se baseia em testes fitossanitários realizados a
pedido da empresa.
A Estrela vai recorrer da decisão e espera recolocar o produto no mercado antes de 30 dias.
Se a empresa não vencer na Justiça nesse prazo, ela terá de fazer propaganda informando as
pessoas sobre como cuidar do triops.
Em um mês, a Estrela vendeu 30 mil unidades. Nos Estados Unidos, já foram
comercializados 6 milhões de triops.

26
Os dados a seguir foram obtidos pelos pesquisadores contratados pela empresa
MANUFATURA DE BRINQUEDOS ESTRELA S.A. para avaliar os possíveis impactos ambientais
da introdução da espécie Triops cancriformes no estado de São Paulo.

Essa espécie é chamada popularmente de “fóssil vivo”, pois suas características atuais
praticamente não diferem daquelas dos fósseis atribuídos ao gênero Triops encontrados em
rochas do período Carbonífero, estimado em 300 milhões de anos atrás.
A espécie é encontrada na Europa, no Oriente Médio e na Índia. Devido à destruição de seu
habitat natural, muitas populações foram perdidas recentemente e, por isso, a espécie é
considerada em perigo de extinção no Reino Unido e em diversos outros países europeus.
No Reino Unido, há apenas duas populações conhecidas: em uma lagoa perene na Escócia e
em uma lagoa temporária no Sul da Inglaterra.
Localizamos os principais artigos publicados sobre as populações naturais de Triops
cancriformes e as relações ecológicas que estabelecem com as diversas espécies de seres vivos
dessas lagoas inglesas. Em seguida, identificamos espécies nativas similares que poderiam
estabelecer o mesmo tipo de relação ecológica com o crustáceo.

Relação ecológica que Espécie similar


Espécie inglesa
estabelece com T. cancriformes encontrada em São Paulo

Confylactis megapiles Protocooperação Confylactis minor

Comensalismo, sendo
Phyllogorgia perilatata Phyllogorgia dilatata
P. perilatata a comensal
Parasitismo, sendo
Ceriamorphe bretannessis Ceriamorphe brasilliensis
T. cancriformes o hospedeiro

Cericacanthus alba Competição Não há

Predação, sendo
Comasterias liepsis Não há
T. cancriformes a presa

Morcoleus ninfis Amensalismo Não há

Predação, sendo
Roberia robtsionis Não há
T. cancriformes a presa

1. Você é responsável pela resolução desse caso. Você autoriza a venda de triops no Brasil?
Por quê?

2. Quais termos e conceitos você desconhece e precisa pesquisar para embasar sua tomada
de decisão?

27
7. INTERAÇÕES NAS ILHAS GALÁPAGOS

Data: _____/_____/______

Interação nas ilhas Galápagos

Em determinado ambiente, as espécies que compõem a comunidade biológica do


ecossistema interagem entre si em situações relacionadas, entre outros fatores, à alimentação
ou ao abrigo. Essas interações, conhecidas como “relações ecológicas”, podem influenciar o
tamanho populacional das espécies envolvidas e, dependendo do efeito dessa relação, podem
ser classificadas pelos biólogos como desarmônicas, quando pelo menos uma das espécies
envolvidas é afetada negativamente pela interação, ou harmônicas, quando pelo menos uma
das espécies é beneficiada pela relação e a outra, pelo menos, não é prejudicada.

Alguns exemplos interessantes de relações ecológicas podem ser encontrados no


arquipélago de Galápagos, um conjunto de ilhas no litoral do Equador.

Atualmente, os conservacionistas que cuidam das ilhas Galápagos já contabilizam mais de


100 mil cabras exterminadas. As cabras (Capra hircus) não fazem parte da fauna nativa do
arquipélago: elas foram introduzidas por frotas de pescadores de baleias e por colonizadores
nos séculos XIX e XX como forma de obtenção de carne fresca. Esses animais apresentam
elevado crescimento populacional, pois se alimentam de praticamente todas as espécies
vegetais e não necessitam de água líquida para sobreviver, já que podem se hidratar a partir
das plantas que comem. Dessa forma, antes do programa de erradicação desenvolvido pela
direção do Parque Nacional Galápagos, era comum encontrar enormes rebanhos caprinos
espalhados pelas diferentes paisagens, alterando drasticamente a vegetação natural. Em razão
do vigor das cabras para se alimentarem, várias espécies nativas e endêmicas, como os
jabutis-gigantes, sofreram com a falta de alimentos.

Ainda nas ilhas Galápagos, alguns pássaros endêmicos do arquipélago, conhecidos como
“tentilhões” – um grupo emblemático para a história do local e da Biologia –, estão sendo
dizimados por uma mosca que foi introduzida na região a partir da metade do século XX.

A mosca Philornis downsi tem tirado o sono dos conservacionistas, porque deposita seus
ovos nos ninhos dos tentilhões. As larvas, então, se alimentam dos tecidos e do sangue,
principalmente das cavidades nasais, dos passarinhos que acabaram de nascer. Muitas
pesquisas já indicam um aumento da mortalidade de tentilhões desde o aparecimento dessa
mosca, tornando-os ameaçados de extinção.

29
1. Podemos afirmar que a população de cabras __________ tamanho das populações de plantas
nativas de Galápagos.
a) provoca um aumento do
b) provoca uma redução do
c) não afeta o

2. A presença de plantas nas ilhas Galápagos __________ tamanho da população introduzida


de cabras.
a) provoca um aumento do
b) provoca uma redução do
c) não afeta o

3. A população de cabras __________ tamanho das populações endêmicas de jabutis-gigantes


de Galápagos.
a) provoca um aumento do
b) provoca uma redução do
c) não afeta o

4. A existência de populações endêmicas de jabutis-gigantes em Galápagos __________


o crescimento da população de cabras.
a) provoca
b) atrapalha
c) não afeta

5. A relação ecológica existente entre as cabras e as plantas é:


a) harmônica.
b) desarmônica.

6. A relação ecológica existente entre as cabras e os jabutis-gigantes é:


a) harmônica.
b) desarmônica.

7. A relação ecológica existente entre os tentilhões e as moscas é:


a) harmônica.
b) desarmônica.

30
Nos exemplos que conhecemos de Galápagos, as cabras funcionam como predadoras das
diferentes plantas que compõem a vegetação da paisagem dessas ilhas. Nessa interação,
a população de uma das espécies é prejudicada, e a outra é beneficiada. Quando ocorre de um
animal para uma planta, a predação recebe o nome de “herbivoria”.

Já a presença dos enormes rebanhos caprinos no arquipélago representou uma ameaça


para a sobrevivência de outras espécies que se alimentam de plantas, como os jabutis-gigantes,
endêmicos de Galápagos. Nesse caso, a interação é de competição, porque existe um
compartilhamento de parte do nicho ecológico entre cabras e jabutis, o que causa prejuízo para
ambas as espécies. Embora a espécie de cabra apresente um elevado crescimento
populacional, se os jabutis não competissem pelos recursos alimentares, os rebanhos caprinos
seriam ainda maiores.

No caso dos tentilhões, podemos dizer que se estabeleceu uma relação de parasitismo, em
que a larva da mosca é a parasita que se alimenta de seu hospedeiro, os filhotes de tentilhões.

Praticamente espécie alguma do planeta está livre do ataque de parasitas. No parasitismo,


há o benefício de uma espécie e o prejuízo da outra, e os parasitas se alimentam de seus
hospedeiros sem matá-los. Quando isso ocorre, dificilmente os parasitas matam todos os
indivíduos de uma população de hospedeiros.

Uma linhagem de tentilhões é não só hospedeira, mas também parasita e predadora.


Os Geospiza difficilis de uma das ilhas de Galápagos derrubam os ovos dos ninhos de outras
espécies e se alimentam do conteúdo liberado pela queda. Além disso, mordiscam a cauda de
espécies maiores até sangrar e se alimentam desse sangue. Os atobás, por exemplo, são vítimas
desses tentilhões-vampiros.

Outros tentilhões podem ter um comportamento muito semelhante ao desses vampiros,


mas, em vez de mordiscar a outra ave, alimentam-se de carrapatos que parasitam os atobás.

8. Ao se alimentar do conteúdo dos ovos, o tentilhão se comporta como:


a) predador.
b) presa.
c) parasita.
d) hospedeiro.

9. Ao se alimentar do sangue dos atobás, o tentilhão se comporta como:


a) predador.
b) presa.
c) parasita.
d) hospedeiro.

31
10. Ao se alimentarem dos carrapatos, os tentilhões __________ a população de atobás.
a) beneficiam
b) prejudicam
c) não afetam

11. A relação ecológica existente entre os tentilhões comedores de carrapatos e os atobás é:


a) harmônica.
b) desarmônica.

Na relação entre o tentilhão e o atobá, os benefícios existem para ambas as espécies:


o tentilhão se alimenta, e o atobá reduz o número de parasitas. Esse tipo de relação é
denominado “protocooperação”.

32
8. INTERAÇÕES INTRAESPECÍFICAS: FORMIGAS

Data: _____/_____/______

Assista ao vídeo disponível no Móbile Virtual e registre as principais informações. Depois


de assistir ao vídeo, responda ao que se pede nos exercícios a seguir.

1. Um formigueiro é formado por diferentes tipos de indivíduos de uma mesma espécie de


formiga. Cada um desses tipos constitui uma casta. Liste quais são as castas de saúvas
citadas ao longo do vídeo.

2. Por qual motivo Calvin faz esta afirmação final?

3. Identifique e justifique as relações ecológicas existentes entre a formiga e:


a) o fungo.
b) a embaúba.
c) o pulgão.

4. Algumas pessoas se referem a uma sociedade de formigas; outras, a uma colônia de


formigas. Para a Biologia, qual é a diferença entre esses dois conceitos? Qual deles é o mais
adequado para tratar das formigas?

33
5. O jornalista Marcelo Oliveira escreveu para a revista Superinteressante um texto sobre a
vida das saúvas. A partir da leitura do trecho a seguir, qual seria a relação ecológica
existente entre as formigas e os besouros?

“Colocando centenas de ovos por dia, a rainha, que pode chegar a 2,5 centímetros de
comprimento, tem a função de produzir um feromônio característico do sauveiro,
um perfume que mantém a família unida. Dentro desse formigueiro, os insetos que se
desenvolverem na sequência de ovo para larva, ninfa e adulto terão assim o mesmo cheiro,
mesmo que não sejam formigas. É o caso de uma espécie de besouro que deposita os ovos
nos salões de lixo dos sauveiros, onde são jogados os ovos que não se desenvolvem,
as folhas secas, os pedaços de fungo e as operárias mortas. As larvas do besouro,
que incorporaram o cheiro do lixo, se alimentam durante o crescimento desses restos ricos
em matéria orgânica, sem serem incomodadas pelas formigas.”

34
9. DINÂMICA DE POPULAÇÕES

Data: _____/_____/______

Quando acompanhamos o tamanho de uma população biológica em um ecossistema,


podemos perceber que determinados fatores afetam seu crescimento. A quantidade de
indivíduos que nascem (natalidade) ou morrem (mortalidade) pode variar ao longo do tempo,
resultando em um aumento ou em uma redução da população. Se o número de nascimentos
for inferior ao de mortes, a população, provavelmente, estará em queda. Não podemos afirmar
isso com certeza, pois devemos verificar também o número de emigrações e de imigrações de
indivíduos nessa população.

São considerados emigrantes os indivíduos que saem da população para integrar outra
população em um habitat diferente. Já os imigrantes são os indivíduos que ingressam em uma
população, provenientes de outro local. Assim, a população só cresceria se o número de
imigrantes e de nascidos fosse superior ao de emigrantes e mortos em um período de tempo.

Considerando esses aspectos, resolva os exercícios a seguir.

35
1. Em 1910, cerca de 50 indivíduos de uma espécie de mamíferos foram introduzidos em
determinada região. O gráfico abaixo mostra quantos indivíduos dessa população foram
registrados a cada ano, de 1910 a 1950.

Esse gráfico mostra que:

a) de 1910 a 1940, a taxa de natalidade superou a de mortalidade em todos os anos.

b) a partir de 1938, a queda do número de indivíduos foi devida à emigração.

c) no período de 1920 a 1930, o número de nascimentos mais o de imigrantes foi equivalente


ao número de mortes mais o de emigrantes.

d) no período de 1935 a 1940, o número de nascimentos mais o de imigrantes superou o


número de mortes mais o de emigrantes.

e) no período de 1910 a 1950, o número de nascimentos mais o de imigrantes superou o


número de mortes mais o de emigrantes.

36
2. Em um parque nacional, biólogos acompanharam uma população de morcegos.
Considerando o tamanho inicial da população, que era de 750 animais (no início de 2008),
e os dados de cinco anos, registrados na tabela a seguir, indique qual era o tamanho da
população no final do ano de 2012.

ANO

Determinantes
2008 2009 2010 2011 2012
populacionais

Natalidade 195 240 450 320 500

Mortalidade 60 80 105 60 120

Imigração 10 40 70 65 60

Emigração 20 25 85 30 145

3. Uma população de lemingues era formada por 134 indivíduos, e, após um período de dois
meses, nasceram 112 filhotes. O número de imigrantes dessa população foi de
32 indivíduos; já o de emigrantes, de 27. Predadores e parasitas mataram 59 indivíduos.
Ao final desse período, qual era o tamanho da população de lemingues?
a) 48
b) 58
c) 192
d) 182

4. No período seguinte de dois meses, o número de filhotes nascidos foi de


139 indivíduos. A população teve uma emigração de 42 indivíduos e uma imigração de 31.
A mortalidade foi de 71 indivíduos. Ao final desse período, qual era o tamanho da
população de lemingues?
a) 249
b) 271
c) 57
d) 79

5. Calcule as taxas médias de crescimento absoluto e de crescimento relativo para os dois


períodos estudados e responda: em qual desses períodos a resistência do meio foi menor
para os lemingues?
a) Primeiro
b) Segundo

37
10. DENTE-DE-LEÃO

Data: _____/_____/______

Quantos dentes existem lá no alto?

Em um passeio até o ponto mais alto da cidade de São Paulo, o Pico do Jaraguá, um grupo
de estudantes de Biologia reparou que era possível encontrar, ao longo de toda a trilha,
indivíduos da espécie Taraxacum officinale, popularmente conhecida como “dente-de-leão”.

Será que a quantidade de indivíduos era a mesma em altitudes tão diferentes? O número
de dentes-de-leão seria o mesmo no alto da montanha, a mais de mil metros de altura, e na
parte mais baixa da trilha?

Para responder a essa questão, o grupo planejou uma investigação. Além de amostrar a
população de T. officinale nos dois locais, os alunos e alunas coletaram informações sobre
fatores abióticos que poderiam afetar a distribuição dessa espécie: luminosidade, umidade
relativa e temperatura do ar, acidez e quantidade de água do solo e velocidade dos ventos.

A coleta de dados aconteceu em cinco datas ao longo do ano. A cada visita ao Pico do
Jaraguá, foram selecionadas aleatoriamente 20 áreas de 1 m2 cada (dez áreas na parte mais
alta e dez áreas na parte mais baixa do pico). Todos esses dados foram organizados em uma
planilha.

1. Há diferença na quantidade de dentes-de-leão em altitudes diferentes?

2. Quais fatores abióticos podem explicar a distribuição observada de dentes-de-leão?

39
11. COLAPSO EM YELLOWSTONE

Data: _____/_____/______

Colapso em Yellowstone

Doug Smith não se lembra do momento em que percebeu que uma grave crise ecológica
estava em curso no Parque Nacional de Yellowstone. Um dos primeiros sinais que Smith
identificou se apresentou no tranquilo Lago Riddle, em 2014. Ali, flutuando de cabeça para
baixo, estava um jovem cisne morto por uma águia-careca. O cisne era o último de um grupo
inteiro de cinco irmãos comidos pelo poderoso predador, num ato que, de uma só vez, eliminou
todos os cisnes recém-nascidos no parque durante aquele ano.

Embora seja óbvio procurar respostas olhando em direção ao céu, os culpados podem ser
encontrados em outros locais desse ecossistema. Trocar e substituir apenas uma espécie de
peixe por outra desencadeou uma série de eventos que afetaram negativamente ursos e
alces – e acabaram produzindo más notícias para muitas das aves do parque.

“Nós estamos testemunhando a eliminação completa de algumas espécies de aves que


nidificam em Yellowstone”, diz Smith, principal biólogo do parque e encarregado de monitorar
seus habitantes alados.

1. Explique o título do texto.

2. O que deve significar “nidificar”?

3. Qual é o problema central apresentado no texto?

4. Qual deve ter sido a causa do problema apresentado?

41
Caos da cadeia alimentar

Junto com cisnes, aves herbívoras, Smith adiciona aves piscívoras, como pelicanos,
corvos-marinhos, mergulhões, gaivotas e andorinhas-do-mar, a uma lista de espécies que estão
sendo pressionadas até o limite da sobrevivência em Yellowstone. Algumas delas podem,
em breve, desaparecer da reserva natural mais famosa dos EUA.

O impacto de um peixe exótico – a truta-de-lago – que dizimou o que era a última grande
fortaleza da truta nativa de Yellowstone desencadeou uma reação em cadeia letal.

É surpreendente a desordem ecológica do Lago Riddle, um dos maiores lagos de água doce
de alta altitude do mundo e elemento central do parque – Riddle é um importante reservatório
da truta selvagem de Yellowstone (Oncorhynchus clarkii). Essa truta se alimenta de pequenos
invertebrados herbívoros do lago. Mesmo com alimento em abundância, após a introdução da
exótica truta-de-lago (Salvelinus namaycush), há 25 anos, a situação dessa espécie nativa ficou
alarmante.

A truta-de-lago, por se alimentar de peixes de diferentes espécies, reduziu em 90%


o número de trutas selvagens. Todd Koel, principal biólogo de pesca de Yellowstone, calculou
que, no ano de 1998, as estimadas 125 mil trutas-de-lago consumiram cerca de quatro milhões
de trutas selvagens.

Isso, dizem Koel e Smith, representou a primeira de várias peças de dominó a cair.
O sumiço das trutas selvagens afetou espécies que se alimentavam delas, por exemplo,
os ursos-pardos. Os ursos, famintos, mudaram sua caça de verão para alces, passando a predar
mais jovens alces do que os lobos, então os principais predadores desses herbívoros. As lontras
também foram afetadas, por haver menos trutas selvagens disponíveis para sua alimentação.

Ainda assim, Smith diz que o maior prejuízo envolveu 16 espécies de aves que se
alimentam de peixes. No início dos anos 1990, havia 62 ninhos de águias pescadoras
documentados no Lago Riddle, com 67 filhotes no verão de 1994. Em 2017, havia apenas três
ninhos de águias pescadoras e um filhote recém-nascido produzido.

É importante afirmar que as trutas selvagens e as trutas-de-lago apresentam


comportamento distinto. As trutas-de-lago habitam e desovam em águas profundas desse
ecossistema e não são acessíveis para ursos, águias e outras aves piscívoras como as trutas
selvagens, que ocupam principalmente a superfície do lago.

Águias pescadoras são exclusivamente comedoras de peixe, então foram para outras
regiões do país. Ninhos de águias-carecas, entretanto, também diminuíram em torno do Lago
Yellowstone, mas elas são formidáveis predadoras oportunistas.

Depois que o número de trutas caiu, as águias-carecas simplesmente passaram a caçar


outras aves em vez de peixes. Como o Lago Riddle tem pequenas colônias de gaivotas,
pelicanos, corvos-marinhos e andorinhas-do-mar, a predação dessas águias teve um enorme
impacto. Em 1990, havia 28 casais de andorinhas-do-mar; em 2005, nenhum ninho foi
observado. As águias também foram observadas atacando mergulhões adultos e jovens cisnes
no Lago Riddle.

42
5. Podemos afirmar que a truta selvagem (representada à esquerda) e a truta-de-lago
(representada à direita) ocupam o mesmo habitat? Justifique sua resposta.

6. Podemos afirmar que a truta selvagem (representada à esquerda) e a truta-de-lago


(representada à direita) ocupam o mesmo nicho ecológico? Justifique sua resposta.

43
Em busca de uma solução

“O problema de Yellowstone agora é decidir quando – e se – devemos intervir”, diz Smith.


A última coisa que os gestores do parque Yellowstone vão fazer é controlar o número de
águias-carecas provocando a morte dessa espécie, pois ela é o símbolo da avifauna
estadunidense e, ironicamente, uma ave que, em um passado recente, estava na lista federal
de espécies ameaçadas dos EUA.
Na última década, grupos conservacionistas despejaram milhões de dólares em
Yellowstone para reduzir o número de trutas-de-lago e permitir a recuperação das trutas
selvagens. Erradicar inteiramente a truta-de-lago é impossível.
“A regra geral utilizada por nós é que, se os impactos são naturais, deixamos o ecossistema
em paz. Mas, se algo for causado pelo ser humano, tomaremos medidas para tentar resolver
o problema”, diz Smith. “A introdução de uma espécie exótica é um bom exemplo disso.”
Em 2015, quando restavam apenas cinco cisnes, os diretores de Yellowstone convocaram
uma reunião de especialistas para decidir como salvar a população residente do parque,
advertindo que a extinção parecia iminente. Uma das especialistas foi Ruth Shea, reconhecida
como “a grande dama” da conservação dos cisnes de Yellowstone, tendo iniciado seu trabalho
em 1976.
Historicamente, enquanto os cisnes de todo o continente eram empurrados para o
precipício da extinção por caçadores que os matavam para vender suas plumas e penas e
consumir sua carne, Yellowstone era como um último refúgio.
“É triste pensar que o mesmo lugar que os salvou está lutando para mantê-los vivos”,
diz Shea. “O episódio só não é pior pois o número de cisnes fora do parque está aumentando.
Contudo, simbolicamente, revela os desafios que nossos parques mais emblemáticos estão
enfrentando.”
Yellowstone, observa ela, está enfrentando uma grande pressão para que os grupos de
visitantes tenham mais acesso, e não menos. Isso numa época em que novos recordes de
visitação vêm sendo registrados no parque, todos os anos.
Manter algumas áreas fechadas para visitação pode ser essencial para a reprodução dos
cisnes. Shea cita um estudo de 1930 que menciona que a presença humana teria provocado o
abandono de ninhos pelos cisnes.
Para tentar melhorar as chances de sobrevivência, o parque de Yellowstone instalou
plataformas artificiais de ninhos para cisnes e mergulhões. Os pesquisadores também
tentaram “enxertar” ovos, ou seja, reproduzir cisnes em laboratório e colocar os ovos
produzidos em ninhos naturais, com a esperança de que eles sejam adotados. Isso funcionou,
em alguns casos.

7. Esquematize uma teia alimentar com as espécies de Yellowstone.

8. Quais são os níveis tróficos do urso?

9. Quais são os níveis tróficos da águia-careca?

44
12. TEIAS ALIMENTARES

Data: _____/_____/______

1. Esquematize uma teia alimentar com todas as populações descritas a seguir.

2. Quais são os níveis tróficos das populações de urso-cinzento e de coruja-das-neves?

3. O que aconteceria com a população de gaivotas com o aumento da mortalidade de


lemingues? Justifique sua resposta.

4. Nesse ecossistema, ocorreu uma imigração de bois-almiscarados. Qual é o impacto desse


evento sobre a resistência do meio para a população de ursos? Justifique sua resposta.

5. A emigração das raposas afetaria a população de corujas-das-neves? Justifique sua


resposta.

Coruja-das-neves Boi-almiscarado Doninha


Bubo scandiacus Ovibos moschatus Mustela nivalis

Os ouvidos da coruja permitem-lhe Pode alcançar até 2,3 metros de Doninhas são predadores de
ouvir pequenos mamíferos comprimento e 1,5 metro de pequeno porte que se alimentam,
debaixo da neve. As presas, altura nos ombros e pesar até geralmente, de lemingues.
como lemingues, doninhas e 400 kg. Alimenta-se de vegetais,
êiders-edredão, são mortas com como ervas Dryas, gramíneas e
um único golpe. musgos.

45
Lemingue Raposa-do-ártico Urso-cinzento
Lemmus lemmus Vulpes lagopus Ursus arctos

É um pequeno roedor herbívoro Elas caçam lemingues, gansos- Costuma caçar em campo
que se alimenta de vegetais, -do-canadá, êiders-edredão e aberto, preferindo terrenos
como gramíneas, ervas Dryas e doninhas. Em épocas de fartura, descampados para capturar
musgos. armazenam as sobras de carne suas presas, que incluem bois-
em suas tocas, alinhando -almiscarados, doninhas e
ordenadamente aves sem cabeça lemingues. Apesar de ter o
ou cadáveres de mamíferos. Essas sistema digestório típico de
reservas são consumidas nos carnívoros, sua dieta também é
meses de inverno. composta por ervas, como a
Dryas.

Êider-edredão Ganso-do-canadá Gaivota-polar


Somateria mollissima Branta canadensis Larus glaucoides

Sua alimentação é baseada em Sua alimentação é feita à base de Ela se alimenta de lemingues e
gramíneas e musgos. gramíneas. ovos de ganso.

Musgos Dryas Gramíneas


Sphagnales sp. Dryas octopetala Poaceae

46
13. MAPA DE CONCEITOS: FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS

Data: _____/_____/______

Você tem anotações sobre quantos


desses conceitos?

Conceitos
( ) biomassa
( ) cadeia alimentar
( ) consumidores
( ) consumidores primários
( ) consumidores secundários
( ) consumidores terciários
( ) fotossíntese
( ) gás carbônico
( ) moléculas orgânicas
( ) nível trófico
( ) organismos autótrofos
( ) organismos heterótrofos
( ) pirâmide de biomassa
( ) pirâmide de energia
1. Qual deveria ser a posição de cada conceito no mapa?
Preencha a lista de conceitos com os números adequados. ( ) produtores

2. Explique por qual motivo a relação representada pela seta vermelha é verdadeira. ( ) respiração celular
3. Explique por qual motivo o fluxo de energia em um ecossistema é unidirecional. ( ) teia alimentar

47
14. PEGA-PEGA ECOLÓGICO

Data: _____/_____/______

Em uma comunidade, as relações alimentares estabelecidas regulam o funcionamento


de todo o ecossistema. Nesta atividade, você irá representar uma das três espécies descritas
a seguir.

Jaguatirica

Esse mamífero pode pesar até 15 kg e medir até


um metro de comprimento. A jaguatirica se alimenta
principalmente de roedores como cutias e pacas, mas
pode consumir macacos, bichos-preguiça, teiús, aves
e peixes.

No passado, muitas pessoas caçavam jaguatiricas para utilizar a pele desse animal
como decoração ou vestuário. Isso causou uma redução muito grande da população dessa
espécie e, por isso, essa atividade passou a ser proibida.

Cutia

Esse mamífero pode pesar até 3 kg e medir


até 50 cm de comprimento. A cutia se alimenta
principalmente de frutos e sementes de diferentes
espécies: tucumã, sapucaia e jerivá, por exemplo.
Enquanto bandos de macacos bugios estão comendo
frutos nos altos das árvores, grupos de cutias esperam
a comida cair dos céus: seja um fruto que cai dos galhos
ou mesmo restos da comida dos macacos.

Um comportamento característico dessa espécie é esconder no solo parte dos frutos


que coleta como reserva para os períodos de menor oferta de comida. Isso acaba ajudando
as florestas, pois elas espalham frutos com sementes e esquecem muitas por aí que
germinam e dão origem a novas árvores.

49
Jerivá

Essa palmeira pode chegar a atingir 30 metros de altura, e seu tronco pode apresentar
60 centímetros de diâmetro. Seus frutos alaranjados são alimentos de papagaios e
maritacas que passam o dia em seus cachos. Muitos animais, como os teiús, os quatis e as
cutias, alimentam-se dos frutos que caem dessas árvores.

Durante o jogo, cada espécie deverá seguir um conjunto de regras:

• Os jerivás devem escolher em que lugar ficarão durante a rodada. Não podem se
movimentar depois do início dela.

• Cada cutia deve correr até encontrar um jerivá. Isso deve ocorrer antes de ser capturada
por uma jaguatirica. Uma possibilidade para se esconder das jaguatiricas antes de capturar
um jerivá é se abaixar.

• Cada jaguatirica deve correr e capturar uma cutia. As cutias só podem ser capturadas se
não estiverem abaixadas ou se ainda não estiverem com um jerivá capturado.

Serão 10 rodadas ao todo. Antes de a rodada começar, todas as jaguatiricas formarão um


círculo no centro do local. Em seguida, as cutias devem se posicionar a sete passos das
jaguatiricas. Os jerivás escolhem seus locais de distribuição livremente. Contudo, não
podem se deslocar até a rodada acabar.

50
Ao final de cada rodada, os participantes podem ter novos papéis ecológicos atribuídos,
de acordo com as regras abaixo:

● As jaguatiricas e cutias que não conseguirem capturar seu alimento, na rodada seguinte,
farão parte da turma dos jerivás.

● Os jerivás capturados pelas cutias passarão, na rodada seguinte, a atuar como cutias.
As cutias capturadas pelas jaguatiricas passarão, na rodada seguinte, a atuar como
jaguatiricas.

● As cutias e jaguatiricas que capturarem seu alimento continuarão, na rodada seguinte,


representando os mesmos papéis. O mesmo acontecerá com os jerivás que não foram
capturados.

1. Vamos jogar dez rodadas de pega-pega de acordo com as regras apresentadas. Ao final de
cada rodada, serão contabilizados os números de indivíduos de cada população. Registre
no quadro abaixo os dados obtidos.

Rodadas Jerivá Cutia Jaguatirica

Início

10

51
2. Vamos jogar mais um pouco. Só que agora não existirão jaguatiricas no jogo: serão apenas
cutias e jerivás. Todas as regras serão mantidas.

Os estudantes devem assumir os mesmos papéis da rodada inicial passada. As jaguatiricas


passam a ser jerivás.

Registre o número de indivíduos de cada população ao final de cada rodada no quadro


abaixo.

Rodadas Jerivá Cutia

Início

10

52
3. Ao final de cada rodada, novos papéis poderiam ser atribuídos aos jogadores. Explique o
sentido ecológico de:

a) jaguatiricas e cutias que não conseguirem alimento passarem a compor a população de


jerivás;

b) jerivás e cutias capturados passarem a compor as populações de cutias e jaguatiricas,


respectivamente.

4. Represente a cadeia alimentar do jogo. A partir das informações apresentadas, avalie se:

a) as jaguatiricas aumentam ou diminuem a resistência do meio para as cutias;

b) as jaguatiricas aumentam ou diminuem a resistência do meio para os jerivás;

c) as cutias aumentam ou diminuem a resistência do meio para os jerivás.

5. Organize os dados coletados em uma planilha. A partir desses dados, produza dois gráficos
(um para cada situação) que ilustrem o tamanho de cada uma das populações ao longo
das rodadas.

6. Compare os resultados obtidos na primeira e na segunda rodada de pega-pega. Como você


explica as dinâmicas populacionais em cada uma das simulações?

7. Liste outros três fatores que poderiam influenciar a dinâmica populacional e que não foram
contemplados pela simulação realizada.

53
15. O DESAPARECIMENTO DOS LOBOS-IBÉRICOS

Data: _____/_____/______

I. O desaparecimento dos lobos-ibéricos

O lobo-ibérico (Canis lupus signatus) é uma espécie endêmica de lobo da Península Ibérica.
Apesar do porte robusto, é o menor dos lobos. Os lobos-ibéricos são animais sociáveis e vivem
em alcateias de dois a dez indivíduos, formadas por um casal dominante e seus descendentes.

55
1. Analise os mapas abaixo. Sobre a população de lobos-ibéricos, podemos afirmar que, até
o início do século XX:

Figura 1 – Densidade populacional de lobos-ibéricos (Canis lupus signatus) em Portugal entre os anos de 1930
e 2002.

a) o lobo-ibérico ocupava basicamente todo o país de Portugal. No entanto, a partir dos anos
1940 foi observado que a população de lobos-ibéricos estava diminuindo, com uma
redução significativa nos anos 1970. Atualmente, em Portugal, essa espécie se concentra
na região norte do país.

b) o lobo-ibérico ocupava grande parte de Portugal. No entanto, a partir dos anos 1980 foi
observado que a população de lobos-ibéricos estava diminuindo, com uma redução
significativa nos anos 2000. Atualmente, em Portugal, essa espécie se concentra na região
norte do país.

c) o lobo-ibérico ocupava basicamente todo o país de Portugal. No entanto, a partir dos anos
1940 foi observado que a população de lobos-ibéricos estava diminuindo, com uma
redução significativa nos anos 1970. Atualmente, em Portugal, essa espécie se concentra
na região sul do país.

d) o lobo-ibérico ocupava grande parte de Portugal. No entanto, a partir dos anos 1980 foi
observado que a população de lobos-ibéricos estava diminuindo, com uma redução
significativa nos anos 2000. Atualmente, em Portugal, essa espécie se concentra na região
sul do país.

56
2. Elabore uma hipótese para explicar por que a população de lobos-ibéricos se reduziu
significativamente ao longo do tempo.

Os lobos são predadores generalistas,


ou seja, podem se alimentar de diferentes
animais. Preferencialmente, os lobos-ibéricos
se alimentam de corças, veados e javalis
silvestres. Porém, em situações de escassez
das presas selvagens, eles podem se
alimentar de animais domesticados,
principalmente ovinos, como ovelhas e
carneiros.

Tanto os animais silvestres quanto os


animais domesticados se alimentam da
vegetação disponível, principalmente
gramíneas. Os javalis silvestres também
podem se alimentar de pequenos
Figura 2 – Principais presas do lobo-ibérico: corça, veado,
invertebrados, como caramujos.
javali, carneiro e ovelha.

57
3. A partir da descrição do texto, foram esquematizadas quatro teias alimentares. Qual teia
melhor representa as relações descritas?

a)

b)

c)

d)

58
4. Qual(is) nível(is) trófico(s) o lobo-ibérico ocupa?

a) Consumidor primário e consumidor secundário.

b) Consumidor secundário e consumidor terciário.

c) Consumidor primário.

d) Consumidor secundário.

e) Consumidor terciário.

O principal motivo para a redução populacional dos lobos-ibéricos foi a caça humana.
Visando à proteção de seus rebanhos e inflados por histórias e mitos, a comunidade
agropastoril de Portugal passou a caçar os lobos desenfreadamente. Hoje, a espécie está em
perigo de extinção no país. Ao tomarem conhecimento do caso, um grupo de ecólogas e
ecólogos começou a levantar uma série de questões:

Como a redução da população de lobos afetou as outras espécies da comunidade?

Quais fatores bióticos interferem na manutenção da população de lobos?

Para tentar responder às questões propostas pelos cientistas, iremos analisar uma cadeia
alimentar que envolve o lobo-ibérico. Para isso, iremos utilizar o simulador Wolf Sheep
Predation, disponível no link abaixo:

http://www.netlogoweb.org/launch#http://ccl.northwestern.edu/netlogo/models/models/Sam
ple%20Models/Biology/Wolf%20Sheep%20Predation.nlogo

59
II. Conhecendo o simulador

Ao abrir o simulador, configure-o para apresentar a população de produtores. Para isso,


clique sobre o indicador model-version, onde deve estar indicado sheep-wolves, e selecione
sheep-wolves-grass.

O simulador Wolf Sheep Predation apresenta sete variáveis que você pode regular:

• número inicial de herbívoros e carnívoros (initial-number-sheep/inicial-number-wolves): você


define o número inicial dos animais na comunidade (não é possível escolher o número
inicial dos produtores);

• tempo para a renovação das plantas (grass-regrowth-time): escolher para essa variável um
número baixo significa que as plantas se reproduzirão mais rapidamente;

• ganho da ovelha com o alimento (sheep-gain-from-food): indica a porcentagem de energia


dos produtores que é incorporada no nível trófico dos herbívoros;

• ganho do lobo com o alimento (wolf-gain-from-food): indica a porcentagem de energia do


nível trófico dos consumidores primários que é incorporada no nível trófico seguinte;

• reprodução das ovelhas e reprodução dos lobos (sheep-reproduce/wolf-reproduce): indicam


a porcentagem de animais que se reproduz a cada ciclo.

Estabeleça as variáveis conforme as instruções abaixo:

• Número inicial de ovelhas: 150

• Número inicial de lobos: 30

• Tempo para renovação das plantas: 90

• Ganho da ovelha com o alimento: 9

• Ganho do lobo com o alimento: 50

• Reprodução das ovelhas: 10

• Reprodução dos lobos: 5

Após organizar todos os parâmetros, clique sobre o botão setup e, em seguida, sobre o
botão go. Para interromper a simulação, clique novamente sobre o botão go. Um gráfico com
o tamanho populacional de cada um dos organismos ao longo do tempo será gerado
automaticamente. Você pode salvar o gráfico gerado clicando sobre o menu no canto superior
direito da imagem. Ao passar o cursor sobre as linhas do gráfico, você poderá ver o número de
indivíduos da população em cada ano. Os valores estão indicados em “ano, número
de indivíduos”.

60
Rode a simulação com os parâmetros indicados por, aproximadamente, 100 anos. Analise
o gráfico gerado e responda ao que se pede.

5. As alterações que ocorrem com o tamanho populacional dos lobos ao longo dos 100 anos
estão mais bem descritas em:

a) Ao final do tempo transcorrido, a população de lobos aumentou em relação ao


número inicial.

b) O tamanho populacional de lobos aumentou ao longo dos primeiros anos, até atingir seu
valor máximo. Em seguida, a população de lobos passou a decrescer.

c) O tamanho populacional de lobos aumentou nos anos iniciais e diminuiu no final do


período de 100 anos. Apesar da diminuição observada, a população de lobos ao final dos
100 anos era maior do que a população de lobos inicial.

6. Nos primeiros 50 anos, a população de ovelhas sofreu grande variação. Sobre isso,
é correto afirmar que:

a) o potencial biótico das ovelhas foi maior no período de 0 a 20 anos.

b) a resistência do meio foi maior no período de 0 a 20 anos.

c) o potencial biótico das ovelhas foi maior no período de 20 a 40 anos.

d) a resistência do meio foi maior no período de 20 a 40 anos.

III. Comunidade biológica

Os ecólogos e as ecólogas iniciaram seus estudos sobre os efeitos que a variação da


população de lobos tem sobre a cadeia alimentar em questão. Para tanto, eles inicialmente
estabeleceram os índices da comunidade inicial. No simulador, coloque os valores conforme
indicado:

• Número inicial de ovelhas: 100

• Número inicial de lobos: 50

• Tempo para renovação das plantas: 30

• Ganho da ovelha com o alimento: 4

• Ganho do lobo com o alimento: 20

• Reprodução das ovelhas: 4

• Reprodução dos lobos: 5

61
Esses parâmetros são nossas referências sobre a comunidade. Rode a simulação por
aproximadamente 500 anos.

7. A partir do gráfico produzido, podemos afirmar que as populações que compõem a


comunidade estão em um equilíbrio dinâmico.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

8. Depois de conhecerem melhor a comunidade biológica analisada, os ecólogos e as


ecólogas propuseram uma hipótese inicial para responder à primeira pergunta
investigativa. Caso a população de lobos diminua drasticamente, você espera que:

a) a população de ovelhas:

( ) aumente. ( ) diminua. ( ) se mantenha estável.

b) a população de gramíneas:

( ) aumente. ( ) diminua. ( ) se mantenha estável.

IV. Desequilíbrio na cadeia alimentar

Tendo definido suas hipóteses, os pesquisadores iniciaram suas investigações. Tendo


como referência nossa comunidade biológica inicial, altere o(s) parâmetro(s) do simulador para
responder às questões a seguir. Organize as informações das simulações em seu caderno.

9. A diminuição da população de lobos para 20% da população inicial tende a aumentar a


população de ovelhas.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

Indique os parâmetros das simulações que permitiram tal conclusão:

Variável Setup 1 Setup 2


Número inicial de ovelhas
Número inicial de lobos
Tempo para renovação das plantas
Ganho da ovelha com o alimento
Ganho do lobo com o alimento
Reprodução das ovelhas
Reprodução dos lobos

62
10. A diminuição da população de lobos para 20% da população inicial aumenta a resistência
do meio para a população de gramíneas.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

Indique os parâmetros das simulações que permitiram tal conclusão:

Variável Setup 1 Setup 2


Número inicial de ovelhas
Número inicial de lobos
Tempo para renovação das plantas
Ganho da ovelha com o alimento
Ganho do lobo com o alimento
Reprodução das ovelhas
Reprodução dos lobos

11. A população de gramíneas tende a aumentar com a diminuição da população de lobos para
20% do valor inicial.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

Indique os parâmetros das simulações que permitiram tal conclusão:

Variável Setup 1 Setup 2


Número inicial de ovelhas
Número inicial de lobos
Tempo para renovação das plantas
Ganho da ovelha com o alimento
Ganho do lobo com o alimento
Reprodução das ovelhas
Reprodução dos lobos

63
12. A diminuição da população de lobos para 20% do valor inicial aumenta o potencial biótico
das ovelhas.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

Indique os parâmetros das simulações que permitiram tal conclusão:

Variável Setup 1 Setup 2


Número inicial de ovelhas
Número inicial de lobos
Tempo para renovação das plantas
Ganho da ovelha com o alimento
Ganho do lobo com o alimento
Reprodução das ovelhas
Reprodução dos lobos

V. Manutenção da população

Tendo visto os efeitos que a redução da população de lobos tem sobre as outras
populações da comunidade, os investigadores quiseram entender como os fatores bióticos
influenciam a manutenção da comunidade.

Um primeiro pesquisador propôs que um fator importante seria a quantidade de


produtores na comunidade.

13. Caso as gramíneas demorem muito mais tempo para se renovar:

a) a população de lobos tende à extinção.

b) a população de lobos tende a aumentar.

c) a população de lobos é mantida nos mesmos níveis.

14. Caso as gramíneas se renovem muito rapidamente:

a) a população de lobos aumenta, inicialmente, por ter maior disponibilidade de alimento.

b) a população de lobos diminui, inicialmente, por ter menor disponibilidade de alimento.

c) a população de lobos se mantém estável, pois o potencial biótico dela não se altera.

64
Uma segunda pesquisadora indicou que o ganho de cada nível trófico com a comida
também deveria ser importante.

15. A hipótese da pesquisadora pode ser refutada ou confirmada? Para responder a essa
pergunta, altere os parâmetros da simulação e analise os resultados.

( ) Refutada ( ) Confirmada

VI. Projeção a longo prazo

Entendendo melhor a comunidade, o grupo de cientistas se propôs a fazer projeções a


longo prazo de como a redução da população de lobos afetaria os outros níveis tróficos.
Um grupo de pesquisadores propôs que, caso a população de lobos se extinguisse,
os produtores e os herbívoros encontrariam um novo equilíbrio e voltariam ao equilíbrio
dinâmico. Um segundo grupo propôs que a extinção de lobos faria com que a população de
herbívoros crescesse tanto, que acabaria se extinguindo por falta de alimento.

Ambas as projeções são plausíveis e dependem da estruturação da comunidade.

16. Para cada uma das projeções anteriormente descritas, ajuste os parâmetros do simulador
para montar um cenário em que ela aconteça. Para isso, pense em quais condições são
necessárias para que essa projeção se concretize. Indique na tabela abaixo as
configurações em que o cenário foi atingido.

Variável Cenário 1 Cenário 2


Número inicial de ovelhas
Número inicial de lobos
Tempo para renovação das plantas
Ganho da ovelha com o alimento
Ganho do lobo com o alimento
Reprodução das ovelhas
Reprodução dos lobos

65
16. EXERCÍCIOS: RELAÇÕES ECOLÓGICAS

Data: _____/_____/______

1. O texto a seguir descreve uma comunidade marinha. A partir das informações


apresentadas no texto, responda:

a) Quais são os níveis tróficos ocupados pela população de tubarões nesse ecossistema?

b) Transcreva dois exemplos de relação harmônica interespecífica em que não haja benefício
para uma das populações envolvidas. No trecho transcrito, grife as populações que
estabelecem essa relação. Nomeie a relação ecológica existente em cada um dos exemplos
transcritos.

c) As relações existentes entre uma espécie exótica e duas das espécies nativas dessa
comunidade foram testadas por cientistas. A partir da análise dos resultados, qual pode
ser a conclusão dos pesquisadores?

As florestas de kelps

As algas gigantes kelps são a base de uma interessante comunidade marinha. Nelas, peixes
black-smith se abrigam quando percebem que seus predadores, os tubarões, estão na região.
Esses peixes não se alimentam dessas algas gigantes, mas sim do fitoplâncton.

Outro organismo que, nas algas gigantes, se esconde de seus predadores, os tubarões, é a
lontra-do-mar. No entanto, diferentemente do black-smith, as lontras-do-mar protegem a
floresta de kelps. Para se alimentar, as lontras mergulham até a base das algas e coletam
ouriços-do-mar, que se encontram em grande concentração próximos às algas gigantes,
porque se alimentam desses produtores.

As populações de lontras marinhas, em determinadas partes do planeta, têm sido


ameaçadas pela toxoplasmose, doença causada pelo toxoplasma, um protozoário que se
alimenta das células nervosas de mamíferos, como a lontra. A contaminação da lontra se dá
durante a digestão de mexilhões contaminados. Como são animais filtradores de fitoplâncton,
os mexilhões podem ser contaminados, mas não são afetados pela doença toxoplasmose.

Os briozoários são pequenos animais que podem ser encontrados sobre rochas ou
qualquer outro substrato marinho filtrando o fitoplâncton, seu único alimento. Às vezes, eles
crescem sobre a alga gigante, cobrindo a superfície fotossintética da alga. No entanto,
a população desses organismos não aumenta muito, pois eles são o alimento do peixe garibaldi.

Oceanógrafos acompanham diversas florestas de kelps em uma mesma região do planeta


para avaliar os efeitos da introdução de uma espécie exótica de lesma-do-mar. Eles estudam
as interações possíveis entre esse animal e ouriços e mexilhões. Para divulgar os resultados de
suas pesquisas, os cientistas divulgaram o gráfico a seguir.

67
68
2. A partir da leitura do texto “A invasão dos gafanhotos” e dos conhecimentos trabalhados
em aula, responda às perguntas a seguir.

a) Podemos afirmar que Calliptamus italicus é uma espécie invasora da França? Justifique sua
resposta.

b) Um problema ambiental é apontado pelos especialistas como causa da alteração


populacional da espécie de gafanhotos. Esse problema citado teria aumentado, diminuído
ou não teria alterado o potencial biótico de Calliptamus italicus? Justifique sua resposta.

A invasão dos gafanhotos

A Borgonha já não é sinônimo de vinhos e paisagem colorida para os agricultores dessa


região da França, agora devastada pelo gafanhoto Calliptamus italicus. Esse inseto italiano
costuma migrar para a Borgonha durante o verão e, no inverno, volta para sua terra natal
para se reproduzir. Geralmente, ele se alimenta das folhas das videiras, mas sem causar
grandes estragos.

No entanto, no último verão, sua população comprometeu a produção de vinhos


franceses. “Neste verão o gafanhoto italiano atacou todo o verde que existe na Borgonha e
também flores, milharal e até urtigas”, disse o diretor Bernard Lacour, da Federação Regional
de Agricultores.

O diretor da agência para a proteção de vegetais, Jean-Claude Richard, disse que os


produtores observam uma “proliferação espetacular de Calliptamus italicus em várias áreas da
Borgonha e a consequente destruição em massa de jardins, pradarias e campos”.

Os ambientalistas asseguram que o aquecimento global é responsável pela explosão


populacional do gafanhoto. “Neste ano, já na primavera, as temperaturas foram mais quentes
que o normal, e a larva do gafanhoto pôde se desenvolver bem”, explicou a entomologista
Monique Prost, do Museu Científico de Dijon, no centro da Borgonha. O clima “reduziu a
mortalidade normal da larva, produzindo um elevado crescimento demográfico de insetos”,
acrescentou.

O especialista em ortópteros Jean-François Duranton, do Centro de Cooperação


Internacional de Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento, com sede em Montpellier,
confirmou a análise de Prost. “Essa praga é um bom indicador do desequilíbrio ecológico
causado pelo aquecimento global. Temo que veremos com maior frequência no futuro esse
tipo de proliferação devido ao clima mais quente e seco”, afirmou Duranton.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) informou


que o valor dos cultivos destruídos por esses insetos no mundo todo chega a cerca de
US$ 3 bilhões.
Disponível em: http://www.ipsnoticias.net/portuguese/2006/10/ambiente/frana-invaso
-de-gafanhotos-italianos-e-outras-pragas/. Acesso em: 26 fev. 2021. (Adaptado.)

69
3. Para analisar as interações biológicas existentes entre quatro espécies de peixes do rio
Dourado (MS), um pesquisador transferiu exemplares dessas espécies para tanques de
pesquisa. Em cada tanque, apenas uma ou duas espécies eram mantidas.

Inicialmente, poucos indivíduos de cada espécie foram inseridos nos tanques, mas, depois
de dois anos, as populações estavam em equilíbrio. Nesse momento, o pesquisador
analisou qual era o tamanho da população em cada um dos tanques.

Os resultados estão apresentados no gráfico a seguir:

No caderno do pesquisador, ele descreve alguns dados desse gráfico: “O número de


apaiaris no tanque em equilíbrio com as bicudas foi de 120 indivíduos. Já o número de
bicudas nesse mesmo tanque com apaiaris foi de 60 indivíduos. Quando sozinhos no
tanque em equilíbrio, o número de apaiaris era de 100 indivíduos, e o de bicudas, 50.”

a) Duas espécies estabelecem entre si uma relação de comensalismo. Quais são essas
espécies? Justifique sua resposta.

b) Qual é a relação ecológica estabelecida entre os peixes capapari e apaiari? Justifique sua
resposta.

c) A bicuda pode ser predadora de que outra espécie? Justifique sua resposta.

70
17. OS GATOS QUE DANÇAM

Data: _____/_____/______

A cidade onde os gatos dançavam (e as pessoas morriam)

(Texto modificado do original de Moacyr Scliar)

Minamata é uma cidadezinha igual a tantas outras no Japão: um lugar à beira-mar,


pequeno, tranquilo, em que boa parte da população vivia da pesca. Nos anos cinquenta,
contudo, estranhas coisas começaram a suceder ali. Em primeiro lugar, os gatos da cidade
passaram a exibir um comportamento inusitado: moviam-se grotescamente, como se
estivessem dançando. Alguns deles corriam para o mar, onde acabavam morrendo. Gatos
dançantes? Gatos suicidas? Esquisito – e assustador. Mas, para desgraça dos habitantes, as
coisas não ficaram nisso. Logo pessoas também passaram a apresentar problemas, sobretudo
de incoordenação motora: muitos não conseguiam, por exemplo, calçar os sapatos ou pescar.

Logo ficou claro que se tratava de uma doença. Mas que doença? Sífilis, que naquela época
era bastante frequente? Não. Aquilo era mais grave do que sífilis. E, como se veio a descobrir,
não se tratava de doença causada por micróbio. A causa estava na própria cidade.

Em 1932, instalara-se em Minamata uma grande indústria, a Chisso, que fabricava


acetaldeído (usado na produção de material plástico). A indústria cresceu muito. Seus resíduos
eram despejados no mar. E esses resíduos continham mercúrio.

71
As pesquisas mostraram níveis elevadíssimos desse metal nas vísceras de pessoas e gatos
falecidos da doença. Quantidades bem superiores às encontradas nos peixes, nos camarões,
nos mexilhões e nas algas. Os pescadores da região levavam os peixes para casa e alimentavam
toda a família com eles. Os gatos pegavam alguns restos de peixes para se alimentar.
Mal sabiam que estavam se envenenando. Os dejetos industriais lançados ao mar
contaminavam algas que serviam de alimento para os mexilhões e camarões. Os peixes, ao se
alimentarem de mexilhões e camarões, também se contaminavam.

72
Envenenamento por mercúrio não chegava a ser novidade. Entre os personagens de Alice
no País das Maravilhas existe o Chapeleiro Louco. Por que um chapeleiro haveria de ser louco?
Porque naquela época o feltro de que eram feitos os chapéus era tratado com mercúrio – e os
chapeleiros, intoxicados, exibiam o mesmo comportamento que os gatos depois mostrariam
em Minamata.

Mas o caso da cidade japonesa teria mais um, e trágico, desdobramento. Acontece que a
Chisso empregava boa parte da população. Se fechasse, muita gente ficaria sem trabalho.
O que se viu, então, foi um amargo confronto entre empregados e parentes das vítimas,
que só cessou quando a corporação mudou seu ramo de atividade.

A doença de Minamata, como veio a ser conhecida, chamou a atenção do mundo todo para
o problema da intoxicação por metais pesados. Um problema que aparece sob as formas mais
inesperadas. Por exemplo, no recondicionamento de baterias, feito por pequenas indústrias
de fundo de quintal. Os vapores de chumbo que se desprendem no processo são altamente
tóxicos. E isso exige uma atenção redobrada, não só por parte da saúde pública e da
fiscalização, como também do público em geral. Metal pesado é um risco constante, para o
qual precisamos estar atentos. Sob pena de dançarmos como os gatos de Minamata.

1. Os seres vivos que habitam a baía de Minamata podem ser classificados de acordo com as
relações alimentares que estabelecem com outras populações no ecossistema.
Quais seriam as populações heterótrofas de Minamata?

2. Elabore uma teia alimentar com as populações de Minamata e classifique-as de acordo


com o nível trófico que elas ocupam.

3. Analise a seguinte teia alimentar de um ecossistema marinho. Nesse esquema, a gaivota


ocupa quais níveis tróficos?

73
4. O esquema a seguir representa as relações alimentares de uma comunidade biológica.

De acordo com o esquema, é possível afirmar que a população de:

a) rotíferos é autótrofa, ou seja, produz seu próprio alimento.

b) esturjão compete com a população de mexilhão-zebra por alimento.

c) fitoplâncton obtém energia a partir do consumo de rotíferos e mexilhões-zebra.

d) mexilhão-zebra é consumidora primária e secundária simultaneamente.

e) caranguejo-azul ocupa um nível trófico exclusivo.

5. Uma lagarta de mariposa absorve apenas metade das substâncias orgânicas que ingere,
sendo a outra metade eliminada na forma de fezes. Cerca de 2/3 do material absorvido é
utilizado como combustível na respiração celular, enquanto o 1/3 restante é convertido em
matéria orgânica da lagarta. Considerando que uma lagarta tenha ingerido uma
quantidade de folhas com matéria orgânica equivalente a 600 calorias, quanto dessa
energia estará disponível para um predador da lagarta?

a) 100 calorias

b) 200 calorias

c) 300 calorias

d) 400 calorias

e) 500 calorias

f) 600 calorias

74
6. Uma grande área de vegetação foi devastada, e esse fato provocou a emigração de diversas
espécies de consumidores primários para uma comunidade vizinha em equilíbrio.
Espera-se que, nessa comunidade vizinha, em um primeiro momento:

a) aumente o número de consumidores secundários e diminua a competição entre os


herbívoros.

b) aumente o número de produtores e diminua a competição entre os carnívoros.

c) aumente o número de herbívoros e aumente a competição entre os carnívoros.

d) diminua o número de produtores e não se alterem as populações de consumidores.

e) diminua o número de produtores e aumente a competição entre os herbívoros.

7. A figura abaixo representa as relações alimentares de uma comunidade.

a) Quais são os níveis tróficos da ave?

b) Identifique uma população onívora dessa teia alimentar.

75
18. EXERCÍCIOS: ECOLOGIA TRÓFICA

Data: _____/_____/______

1. Pesquisadores estudaram uma cadeia alimentar de um ecossistema contaminado


por DDT, um poluente antigamente utilizado como pesticida. No gráfico a seguir, você
encontra a quantidade desse poluente (em unidades arbitrárias) e a biomassa média dos
organismos estudados (em unidades arbitrárias). A partir dessas informações, escolha a
melhor cadeia alimentar para esse ecossistema.

a) 19 > 17 > 16 > 18 > 20

b) 20 > 18 > 16 > 17 > 19

c) 16 > 17 > 18 > 19 > 20

d) 20 > 19 > 18 > 17 > 16

e) 19 > 17 > 20 > 18 > 16

f) 16 > 18 > 20 > 17 > 19

77
2. O esquema a seguir representa as relações alimentares de uma comunidade biológica.

Sem saber que a água está contaminada por mercúrio, uma pessoa “A” ingeriu 100 gramas
de mexilhão-zebra. Outra pessoa, “B”, também sem saber da contaminação, ingeriu
100 gramas de esturjão. Qual delas deve ter ingerido a maior quantidade de mercúrio?

a) A.

b) B.

c) As duas devem ter ingerido a mesma quantidade.

d) Não é possível determinar.

3. O cogumelo shitake é cultivado em troncos, onde suas hifas se nutrem das moléculas
orgânicas componentes da madeira. Um indivíduo, ao comer cogumelos shitake, está se
comportando como:

a) produtor.

b) consumidor primário.

c) consumidor secundário.

d) consumidor terciário.

e) decompositor.

78
4. Quais desses processos ocorrem no ciclo do carbono? Nomeie-os.

79
19. VIAGEM DE UM ÁTOMO

Data: _____/_____/______

Viagem de um átomo de carbono

No cerne do jequitibá gigante, incrustado nas células mais antigas do tronco, estava um
átomo de carbono. Milhões iguais a ele construíram paredes de células alongadas, já mortas e
com seus canais cheios de resina. No passar dos séculos, desde sua incorporação à jovem
planta, nada foi perdido daquele momento luminoso, quando recebeu energia suficiente para
se unir aos outros cinco átomos de carbono que estavam próximos, dentro de um cloroplasto.
Aquela mesma força vinda da luz ainda está com o carbono. Isso não vai durar muito tempo,
pois coisas estranhas aconteceram nos arredores e ameaçaram a árvore milenar. Desde alguns
anos, as chuvas têm um sabor diferente, e os vasos que sobem desde as raízes já não trazem
consigo, na mesma abundância de outrora, nutrientes.

Antes de ser parte do jequitibá, o carbono passou por muitas etapas, ficou milênios voando
no ar e rodando por todo o planeta. Agitava-se e acelerava-se durante os dias, quando absorvia
o calor que a Terra refletia. Guardava o calor da Terra e não a deixava se resfriar. Também
passou milhares de anos no mar. Entrava e saía, mas, numa dessas vezes, seu caminho foi
alterado, e, num facho de luz, ele entrou em uma alga que dançava nas ondas iluminadas.
Quase em seguida, entrou, com a alga, pela boca de uma diminuta larva e começou a fazer
parte desse novo ser. A larva cresceu e se transformou num animal complicado e que tinha a
capacidade de se proteger formando uma concha com listas e estrias coloridas. No entanto,
uma parte de seu corpo foi devorada por um veloz peixe. Recarregado com alimento, o peixe
conseguiu muita energia para continuar a nadar, e o carbono, na forma de gás, foi eliminado.

O carbono deu, então, inúmeras voltas no planeta até encontrar um grupo de árvores que
pareciam as colunas de um templo. Desceu numa lufada de ar e entrou na folha de uma planta
jovem e robusta, daquelas que formavam as colunas. Por sorte, incorporou-se nesse templo
diferente, mas ainda majestoso, pois era vivo e palpitava de energia e de ciclos de reprodução
e de evolução entre suas hastes e sob suas ramas.

Como se contou no início, alterações nas chuvas agora ameaçavam essas árvores
colunares, e todo o templo tremia. Não tardou para que as raízes se sentissem fracas, o solo
ficasse estranho e o jequitibá caísse durante um vendaval. Sem a proteção da vida, em alguns
anos, o enorme tronco foi quebrado, lascado e penetrado por fungos e bactérias, que dele se
alimentaram. Num breve instante, o carbono foi absorvido por um fungo e, dentro de uma das
células do fungo, foi separado dos outros átomos de carbono e perdeu novamente a energia
que tinha incorporado. O fungo cresceu e o carbono voou novamente acompanhado de dois
oxigênios. Para onde irá agora o carbono?

81
A viagem do átomo de nitrogênio

O começo de nossa história se passa na atmosfera do planeta Terra, onde está um átomo
de nitrogênio. Incontáveis outros átomos como ele ajudam a compor a imensa cobertura de ar
que envolve o planeta. Em associação íntima com esse átomo, há outro, idêntico, compondo
uma molécula inorgânica de gás nitrogênio, que é o gás mais abundante da atmosfera. Esse
átomo, que forma essa molécula, vaga há milênios pela vasta camada de ar que abraça a Terra.
Em certo dia, esse átomo que voa pela atmosfera aproxima-se do solo do planeta. Ele é
captado por uma bactéria e é rapidamente separado de seu antigo companheiro, desfazendo
a molécula de gás. Substâncias dentro da bactéria induzem esse átomo a conectar-se a quatro
átomos de hidrogênio, formando uma molécula inorgânica chamada “amônia”. Esse tipo de
bactéria, por ser capaz de realizar esse processo, recebe o nome de fixadora de nitrogênio.
O átomo de nitrogênio não passa muito tempo na forma de amônia. Outras bactérias,
também habitantes do solo, separam-no dos átomos de hidrogênio e promovem sua
associação com átomos de oxigênio, formando uma molécula inorgânica de nitrito. O nitrito
está longe de ser a etapa final da viagem. A molécula de nitrito é captada por outra bactéria,
que insere mais um átomo de oxigênio nessa associação: o resultado é uma molécula
inorgânica de nitrato, que faz parte do interior dessa bactéria.
O átomo de nitrogênio, que agora compõe a molécula de nitrato, sai de dentro da bactéria
e chega ao ambiente do solo. Ali se mistura com a água e é absorvido pelos minúsculos pelos
que existem nas raízes de uma palmeira. O átomo de nitrogênio é levado pelo sistema de tubos
através do caule e chega até a copa da árvore. Ali, dentro de uma das bilhões de células da
planta, ele participa de reações bioquímicas e torna-se parte de uma proteína, molécula
orgânica que é transportada por meio de vesículas através da célula. O átomo de nitrogênio
agora compõe a proteína, que por sua vez compõe a célula, que por sua vez compõe o fruto
da palmeira.
Quando amadurece, o fruto da palmeira cai sobre o solo da mata. Um esquilo alimenta-se
desse fruto e é assim que o átomo de nitrogênio vai parar no intestino desse animal. A proteína
da qual o átomo faz parte é digerida e seus componentes passam para o sangue; o átomo de
nitrogênio também. Uma vez dentro de uma das células do esquilo, ele é novamente
incorporado em uma proteína recém-fabricada.
O átomo de nitrogênio passa algum tempo dentro do organismo do esquilo, até que o
pequeno animal é capturado por uma jararaca. Um processo muito semelhante de digestão
leva o átomo até o interior de uma célula da pele da jararaca, onde ele é outra vez parte de
uma nova proteína.
Quando a jararaca morre, bactérias e fungos passam a crescer sobre sua pele. A proteína
da qual o átomo de nitrogênio faz parte é capturada por um fungo, que a utiliza como alimento.
Dentro da célula de bolor, a proteína é desmontada e, nesse processo, o bolor converte a
molécula onde está o átomo de nitrogênio em amônia. A amônia sai da célula do bolor e volta
para o solo, onde é rapidamente capturada por bactérias que a transformam em uma molécula
de nitrito e, depois, de nitrato. Só que, dessa vez, outra bactéria converte o nitrato em gás
nitrogênio, que se desprende do solo e migra para a atmosfera. É assim que o átomo de
nitrogênio volta para a atmosfera. Para onde irá agora o nitrogênio?

82
1. Esquematize as teias ou cadeias alimentares citadas nos textos. Classifique os seres vivos
que formam essas cadeias de acordo com o nível trófico que ocupam.

2. Quais etapas de cada ciclo biogeoquímico podem ser identificadas no texto?

3. De quais moléculas esses átomos participaram?

4. Compare o ciclo do nitrogênio com o ciclo do carbono preenchendo o quadro a seguir.

Ciclo do carbono Ciclo do nitrogênio

Qual é a principal fonte


inorgânica desse átomo?

Qual grupo de seres vivos


inicia a incorporação desse
elemento no ecossistema?

Quais são as moléculas


orgânicas formadas por
esse átomo?

83
20. O DESAPARECIMENTO DAS IGUANAS-MARINHAS

Data: _____/_____/______

O desaparecimento das iguanas-marinhas

Em uma viagem para as ilhas Galápagos, em 1999, observei menos iguanas-marinhas do


que eu esperava. Os guias me disseram que no ano anterior, na maioria das ilhas, ocorrera
uma mortalidade aproximada de 70% da população desses animais. O que poderia tê-los
matado tão rapidamente?

85
As iguanas passam a maior parte de seu tempo se aquecendo em rochas no litoral, mas
entram na água para se alimentar. Elas têm caudas achatadas, que permitem o deslocamento
na água; garras fortes, para se apoiarem nas rochas enquanto se alimentam;
e dentes pontiagudos, para rasparem as algas da superfície das rochas dentro da água.

As iguanas menores – juvenis e fêmeas – se alimentam em águas mais rasas. Já as maiores,


machos, mergulham em regiões de 5 a 8 metros de profundidade. Todas as iguanas
apresentam grande preferência por algas vermelhas e verdes, e evitam algas marrons se as
outras variedades estiverem presentes.

As iguanas são ectotérmicas, ou seja, não produzem calor suficiente para controlar a
própria temperatura. Esse ajuste é comportamental, ou seja, elas modificam seu
comportamento para ajustar a temperatura corpórea. Como a água de Galápagos é,
normalmente, muito mais fria do que a maioria das águas tropicais (entre 18 °C e 23 °C),
as iguanas só podem se alimentar no ambiente aquático por um tempo limitado antes de se
deslocarem até as rochas da superfície e se aquecerem ao sol.

Os predadores naturais das iguanas, os gaviões de Galápagos, apenas conseguem capturar


pequenos indivíduos que acabaram de ser chocados, mas o risco de predação pode ser alto
em ilhas com a introdução de cães e gatos.

As fêmeas atingem a maturidade sexual a partir de 3 a 5 anos de idade. Os machos, por


volta de 6 a 8 anos. A época de reprodução começa em dezembro e se estende até março.
Durante a época de acasalamento, a iguana macho fica com cores muito vibrantes. Em alguns
animais, essa seria uma forma de atrair as fêmeas, porém os estudos não podem comprovar a
correlação entre o grau de cores nos machos e o sucesso reprodutivo. As fêmeas têm apenas
um companheiro por temporada.

Cerca de quatro semanas após o acasalamento, as fêmeas deixam a colônia e transitam,


de 20 metros a 3 quilômetros, para áreas arenosas. Elas competem pelos locais onde vão
colocar seus ovos e logo cavam um buraco no qual os depositam. O processo de cavar na areia
pode demorar cerca de metade de um dia. A iguana-marinha pode depositar entre um e seis
ovos, cujo tempo de incubação é de 89 a 120 dias.

86
Ao pesquisar sobre Galápagos, encontrei um artigo científico que descrevia os efeitos do
El Niño em uma população de tentilhões, aves nativas do arquipélago. El Niño é um fenômeno
atmosférico-oceânico caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais no
Oceano Pacífico tropical. O texto dizia que o clima normal de Galápagos é muito seco e que
essas aves têm seu crescimento alterado pela disponibilidade de comida. Contudo, durante um
ano de El Niño, a vegetação cresceu muito e levou a um enorme aumento da população de
tentilhões depois de alguns meses. O mais interessante é que ocorreu um intenso El Niño entre
1997 e 1998.

Entre os principais efeitos do El Niño em Galápagos, estavam as elevadas temperaturas do


ar e da água, além de um aumento da quantidade de chuvas. A quantidade total na Estação de
Pesquisa Charles Darwin, em 1998, foi de extraordinários 3400 mm, valor inferior apenas ao
das chuvas do El Niño ocorrido em 1982-1983. Em um ano seco normal, a quantidade de chuvas
fica entre 400 mm e 1000 mm.

Examine os dados sobre o El Niño nas figuras 1, 2 e 3.

Figura 1. Temperatura média anual do ar medida na Estação de Pesquisa Charles Darwin, Santa Cruz.

87
Figura 2. Chuva total anual (em mm) medida na Estação de Pesquisa Charles Darwin, Santa Cruz.

Figura 3. Temperatura média anual da superfície da água (em °C).


A reta cinza representa a média de temperatura dos últimos 19 anos (de 23,72 °C).

88
Não é fácil explicar por que as iguanas-marinhas morrem durante os anos de El Niño.
As conexões só foram reconhecidas depois do evento ocorrido em 1982-1983. Como a
mortalidade alta foi inesperada, dados relevantes daquela época estão incompletos. Houve
três eventos menores do fenômeno entre os períodos de 1982-1983 e 1997-1998. Apesar de
terem melhorado a detecção dos sinais de eventos independentes, os cientistas ainda estavam
surpresos com a severidade do El Niño ocorrido em 1997-1998. Isso significa que os poucos
dados que temos vieram de eventos anteriores.

Figura 4. Comprimento de algas nas ilhas de Genovesa e Santa Fé durante o período de 1991 a 1993.
Cada ponto representa a média de 16 amostras de algas.

Julho de 1981 Abril de 1983 Outubro de 1984

Tipo de Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona Zona
Nome da espécie
alga superior intermediária inferior superior intermediária inferior superior intermediária inferior

Verde Ulva sp.


Chaetomorpha sp.
Centrocercas sp.
Perolada sp.
Vermelha
Gracilaria sp.
Gelidium sp.
Dictyota sp.
Blossevillea sp.
Marrom
Giffordia sp.
Enteromorpha sp.

Figura 5. Distribuição de algas na ilha de Santa Cruz em diferentes períodos.

(Nota para interpretação das figuras 4 e 5: as amostras anteriores da maré estão localizadas acima da linha de
maré alta, e, apesar de poder ser úmida, a maré não deixa essa região submersa. A área intermediária fica submersa
na maré alta, mas pode ficar parcial ou completamente exposta na maré baixa; já a área inferior está sempre
submersa. Na figura 5, as células coloridas indicam a presença significativa de indivíduos de determinada espécie
em uma zona de maré da rocha.)

89
Figura 6. Peso seco do conteúdo alimentar estomacal das iguanas-marinhas da ilha de Santa Fé.

Figura 7. Indicador de condições de iguanas fêmeas adultas na ilha de Santa Fé.

90
Algas verdes

Espécie Digestibilidade (%) Celulose (%)

Ulva sp. 71 2,6

Chaetomorpha sp. 62 3,4

Média 66,5 3

Algas vermelhas

Espécie Digestibilidade (%) Celulose (%)

Centrocercas sp. 82 2,2

Pterocladia sp. 75 2,2

Gracilaria sp. 81 2,1

Gelidium sp. 74 2,2

Média 78 2,2

Algas marrons

Espécie Digestibilidade (%) Celulose (%)

Dictyota sp. 22 6,9

Blossevillea sp. 24 6,6

Giffordia sp. 15 9,8

Enteromorpha sp. 20 7,7

Média 20,3 7,8

Tabela 1. Digestibilidade de matéria orgânica de algas selecionadas.


Um experimento in vitro foi conduzido com fluido de rúmen de ovelhas.

1. A análise dos dados apresentados nos gráficos, nas tabelas e nos quadros permite chegar
a que conclusões? Elabore uma afirmação sobre cada uma dessas análises.

2. A quais conclusões sobre o decréscimo da população das iguanas-marinhas você pode


chegar? Justifique citando os gráficos e as tabelas necessários.

3. Podemos afirmar que a ação humana é a principal responsável pela redução da população
de iguanas-marinhas? Justifique sua resposta.

91
21. CICLO DO NITROGÊNIO

Data: _____/_____/______

1. Registre as etapas pelas quais você, como um átomo de nitrogênio, passou.

MOLÉCULA PROCESSO MOLÉCULA

O que aconteceu?
Matéria-prima Por qual motivo aconteceu Produto
essa transformação?

2. Compare seu percurso com o de mais três colegas. Caso vocês tenham passado por
transformações diferentes, adicione os novos dados à tabela.

3. Esquematize o ciclo biogeoquímico do nitrogênio.

93
22. EXERCÍCIOS: CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Data: _____/_____/______

1. Ao analisar o solo de floresta tropical, biólogos identificaram três espécies de bactérias.


No laboratório, experimentos foram feitos na tentativa de identificar o papel de cada uma
delas no ciclo do nitrogênio.

O experimento consistia em colocar a espécie “A” na presença de um tipo de molécula


inorgânica importante para o ciclo do nitrogênio e avaliar se a população dessa bactéria
crescia após determinado período. Além do tipo de molécula inorgânica, os pesquisadores
avaliaram os crescimentos da espécie “A” na presença da espécie “B”, da espécie “C” e das
espécies “B” e “C” simultaneamente. Os resultados desses experimentos estão
apresentados no quadro a seguir.

Molécula Bactérias
Houve crescimento da
Experimento inorgânica
“B” “C” população de bactéria “A”?
disponível
1 gás nitrogênio ausente ausente não

2 gás nitrogênio ausente presente não

3 gás nitrogênio presente presente sim

4 gás nitrogênio presente ausente não

5 amônia ausente ausente não

6 amônia ausente presente não

7 amônia presente presente sim

8 amônia presente ausente sim

9 nitrito ausente ausente sim

10 nitrito ausente presente sim

11 nitrito presente presente sim

12 nitrito presente ausente sim

13 nitrato ausente ausente não

14 nitrato ausente presente não

15 nitrato presente presente não

16 nitrato presente ausente não

95
Com base na análise dos resultados, foi possível identificar o papel de cada uma dessas
espécies no ciclo do nitrogênio. Considerando o papel dessas bactérias no ciclo do
nitrogênio, preencha o quadro a seguir.

Quais foram os
Qual é a molécula Qual é a molécula
Classificação da experimentos que
inorgânica utilizada inorgânica produzida
Bactéria bactéria no ciclo lhe permitiram
para a obtenção no processo de
do nitrogênio chegar a essa
de energia? obtenção de energia?
resposta?

2. O texto a seguir apresenta uma estratégia para aumentar a produção de plantas em


hidroponia e diminuir o impacto ambiental dos esgotos. Você utilizará informações
presentes no texto e sobre os ciclos biogeoquímicos para responder aos itens abaixo.

a) Considerando um átomo de carbono, elabore um esquema indicando as moléculas


formadas e os processos pelos quais esse átomo passou antes de formar a biomassa de
seu corpo a partir das moléculas inorgânicas presentes na atmosfera. Seu esquema deve
considerar que você se alimentou do gado que comeu a forragem produzida pelo processo
descrito no texto.

b) Considerando um átomo de nitrogênio, elabore um esquema indicando as moléculas


formadas e os processos pelos quais esse átomo passou antes de formar a biomassa de
seu corpo a partir das moléculas inorgânicas presentes na atmosfera. Seu esquema deve
considerar que você se alimentou do gado que comeu a forragem produzida pelo processo
descrito no texto.

c) Escolha um tipo de bactéria que poderia ser utilizada no filtro descrito no texto. Elabore
um argumento defendendo sua escolha.

d) Explique por que o esgoto tratado provocará menor impacto na diversidade de seres vivos
de um rio no qual ele será despejado.

96
Grãos e flores produzidos a partir do esgoto

Nutrientes da água reaproveitada aumentam produtividade de milho para gado

As águas do esgoto, se forem devidamente tratadas, podem cultivar milho hidropônico


para alimentar o gado com produtividade maior que os métodos convencionais, como mostra
um estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Essa técnica evita
a poluição ambiental e diminui a exploração dos mananciais. A pesquisa também testou com
sucesso o reaproveitamento desses efluentes para produção de flores, como beneditas, cravos
e cravinas, por hidroponia.

Atualmente, a hidroponia – técnica de cultivo que substitui o solo por nutrientes dissolvidos
em meio aquoso – é feita com compostos químicos. “Esse tipo de solução é cara, poluente e
exige mão de obra especializada”, explica Cícero Onofre, engenheiro e sanitarista da UFRN e
um dos autores do estudo. “Após o tratamento do esgoto, o líquido restante é composto de
água e nutrientes fundamentais para o desenvolvimento de vegetais.”

Os nutrientes presentes nas águas residuárias funcionam como adubo e provocam


crescimento da produção. Na UFRN, os cientistas conseguiram colher 20 kg de milho para
forragem em hidroponia por metro quadrado a cada 15 dias. O reúso da água também reduz
o custo de manuseio dos efluentes.

“É uma forma de dar um fim produtivo ao esgoto”, comemora Onofre. O engenheiro conta
que um litro de esgoto é capaz de poluir até 100 litros de água. “Com o reaproveitamento dos
efluentes, é possível não só economizar a quantidade de água necessária para a produção,
como também evitar a degradação de um imenso volume de recursos hídricos.”

Os pesquisadores da UFRN utilizaram filtros no tratamento dos esgotos. O filtro é formado


por um enchimento pelo qual passa a água do esgoto. Esse enchimento retém os sólidos e
armazena uma população de bactérias que degradam a matéria orgânica ali acumulada.
Nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, que são liberados junto com a água, são o
produto dessa degradação. Há ainda pequenas concentrações de cálcio, magnésio, enxofre,
cobre, ferro, manganês e zinco.

Além do milho para forragem e das flores hidropônicas, os pesquisadores utilizaram o


esgoto tratado para irrigação de culturas de girassol e arroz. As pesquisas sobre irrigação e
hidroponia com esgoto tratado na UFRN são desenvolvidas no âmbito do Programa Nacional
de Pesquisas em Saneamento Básico (Prosab).

(Texto produzido em 5 de agosto de 2004, por Eliana Pegorim, para o site Ciência Hoje.)

97
3. Em uma série de reportagens feita pela Rede Globo de Televisão, foi apresentado um
“flutuador”. Utilizado para medir a qualidade das águas dos rios de São Paulo, esse
equipamento realizava medições da quantidade de gás oxigênio dissolvida próxima à
superfície da água e armazenava os dados coletados para posterior análise.
Alguns dados foram coletados para avaliar a influência da construção de uma barragem
em um rio do estado de São Paulo. O projeto buscava responder à seguinte questão:
a redução da velocidade das águas desse rio provocaria qual impacto ambiental?

Após a barragem, a água foi testada em três pontos diferentes do rio ao longo de um
período de tempo. O ponto A é próximo a uma região agrícola com alta produtividade de
cana-de-açúcar. O ponto B fica próximo a uma cidade em que o esgoto é tratado, reduzindo
em 97% a quantidade de resíduos orgânicos lançados no rio. Por fim, o ponto C fica ao lado
de um centro urbano em que o esgoto não é tratado.

Analisando o gráfico, associe a medição do nível de gás oxigênio na água (I, II e III) com a
localidade estudada (A, B e C). Justifique as associações.

98
4. A seguir, algumas espécies serão descritas e estarão em destaque no texto. Com base nas
informações apresentadas e em seus conhecimentos biológicos, indique, por meio de
setas, a transformação que essas espécies realizam entre as moléculas nitrogenadas
presentes no esquema a seguir.

Primeira observação importante: eu e as E. faecalis servimos apenas como exemplos nesse


esquema!

Segunda observação importante: aminoácidos são exemplos de moléculas orgânicas


nitrogenadas. Os aminoácidos formam as proteínas, moléculas fundamentais para os
seres vivos.

99
Exemplos: Amanda é uma professora de Biologia que gosta muito de comer
hambúrgueres de carne bovina. Enterococcus faecalis é uma bactéria encontrada no
esgoto doméstico capaz de transformar nitrato em nitrito.

a) A utriculária é uma planta carnívora da família Lentibulariaceae. As espécies dessa família


são aquáticas. A utriculária desenvolveu um estranho sistema de armadilhas com válvulas,
conseguindo pegar e digerir pequenos seres aquáticos.

b) Os lebistes são peixes muito utilizados por aquaristas. No entanto, os iniciantes


comprometem o bom funcionamento do aquário por colocar uma superpopulação desses
animais. Se acontecer isso, não se esqueça de trocar sempre a água.

c) Desulfovibrio é o nome de um grupo de bactérias fixadoras de nitrogênio que não utilizam


gás oxigênio nessa reação e, por isso, são chamadas de “anaeróbicas”.

d) A espécie Cajanus cajan, forrageira conhecida como guandu, caracteriza-se por ser ereta e
arbustiva, apresenta folhas perenes, pode ter de 1 m a 3 m de altura e ocupa
mundialmente o sexto lugar em importância alimentar entre as leguminosas, sendo usada
extensivamente na Ásia para a alimentação animal e humana. Para o produtor rural, a alta
produtividade, aliada ao baixo custo de produção, tem feito do guandu uma das principais
culturas utilizadas na adubação verde no Brasil.

100
23. EXERCÍCIOS: SUCESSÃO ECOLÓGICA E FRAGMENTAÇÃO DE HABITAT

Data: _____/_____/______

1. Ao longo do dia, a taxa de respiração de uma planta não varia consideravelmente em


função da luminosidade, ainda que isso não ocorra com sua taxa de fotossíntese.
Quando a intensidade luminosa faz com que a taxa de incorporação de carbono iguale
a taxa de devolução desse átomo, dizemos que a planta alcançou seu ponto de
compensação fótico.

a) A reta “A” representa qual dos processos do ciclo do carbono? Justifique sua resposta.

b) O ponto de compensação fótico está representado no gráfico por um único ponto


identificado por qual número? Justifique sua resposta.

c) Uma planta exclusiva de uma comunidade clímax apresenta um ponto de compensação


fótico maior ou menor que o de uma espécie pioneira para o mesmo ecossistema?
Justifique sua resposta.

2. A área a seguir representa uma propriedade rural no cerrado. As manchas escuras


representam mata nativa, enquanto as claras, plantações de soja.

Observação: cada quadrado do mapa representa uma mesma área de 1 km2.

1 3

B B B B
A A
4
A A
2

101
a) Em qual dos fragmentos de mata nativa esperamos encontrar a maior relação entre o
número de indivíduos de espécies pioneiras e o número de indivíduos da comunidade
clímax? Explique como chegou a essa conclusão.

b) A ocorrência de cutias fica limitada aos fragmentos florestais, pois elas não conseguem
alimento nas plantações de soja. Talvez pela fragmentação recente, a densidade
populacional de um fragmento não é muito diferente das demais.

Preocupados com a conservação dessa espécie de animal, pesquisadores recomendaram


que 4 km2 da propriedade sejam reflorestados visando à instalação de corredores ecológicos.

Parte da equipe de pesquisadores acredita que o corredor mais adequado seria entre os
fragmentos 1, 2 e 3 (opção A). Outra parte da equipe, entre os fragmentos 3 e 4 (opção B).

Considerando os problemas derivados da endogamia, explique qual seria a opção mais


adequada para a conservação das cutias.

c) Dois grupos de espécies vegetais nativas – I e II – estão adaptados a dois estágios diferentes
de sucessão ecológica. O gráfico a seguir mostra as curvas de saturação luminosa desses
dois grupos.

Qual seria a espécie mais adequada para iniciar o reflorestamento proposto pelos
pesquisadores? Justifique sua escolha.

102
3. Pesquisadores acompanharam um processo de sucessão ecológica em um ecossistema.
Os dados obtidos por esses pesquisadores estão apresentados no gráfico a seguir.

QUANTIDADE DE CARBONO ABSORVIDO DA ATMOSFERA E EMITIDO


PARA A ATMOSFERA POR UM ECOSSISTEMA AO LONGO DO TEMPO

a) Qual tom de cinza (claro ou escuro) representa a quantidade absorvida de gás carbônico?
E qual tom de cinza representa a quantidade liberada de gás carbônico?

b) Na ecologia, a produtividade mede a taxa na qual a energia é adicionada na forma de


biomassa a populações ou comunidades de um ecossistema. A produtividade bruta (PB)
mede a taxa de fotossíntese realizada no ecossistema, ou seja, a taxa de incorporação de
carbono. Já a produtividade líquida (PL) mede a taxa de carbono acumulada nos
ecossistemas, sendo definida pela diferença entre a fotossíntese e a respiração celular
realizada pela comunidade. A partir dessa explicação, responda à pergunta: no ano 1, qual
foi a produtividade líquida apresentada pelo ecossistema?

c) Qual ano apresentou a maior produtividade bruta? Qual foi o valor medido nesse ano?

d) Quantas toneladas de carbono constituem a biomassa desse ecossistema no intervalo


amostrado? Evidencie como chegou ao resultado.

e) A comunidade estudada, no ano 10, se encontrava no estágio clímax? Justifique sua


resposta.

103
24. PAISAGENS PELO MUNDO

Data: _____/_____/______

A determinação das paisagens pelo mundo

Um grupo de amigos decidiu aproveitar o período de férias para fazer um mochilão pelas
Américas. Durante a viagem, o grupo conseguiu visitar diversos países: Brasil, Chile, Argentina,
Peru, Colômbia, Guatemala, Nicarágua, México, Estados Unidos e Canadá. Apesar do curto
período de tempo passado em cada lugar, algo chamou a atenção do grupo: a paisagem em
cada um desses países era muito diferente. Por vezes, os viajantes encontraram em um mesmo
país paisagens tão diferentes que se surpreenderam.

Quando voltou para casa, o grupo estava intrigado e decidiu conduzir uma investigação
para responder às seguintes questões:

Como as paisagens mudam pelo planeta?

Por que as paisagens mudam pelo planeta?

Duas das paisagens encontradas foram o Deserto do Atacama e a Floresta Amazônica.


Apesar de serem muito diferentes entre si, ambas representam o máximo de biomassa que
cada ambiente é capaz de suportar.

105
1. Sobre essas duas paisagens, é correto afirmar que:

a) apenas a Floresta Amazônica representa uma comunidade clímax.


b) apenas o Deserto do Atacama representa uma comunidade clímax.
c) a Floresta Amazônica e o Deserto do Atacama representam comunidades clímax.

Em uma rápida pesquisa, o grupo descobriu que a vegetação característica de cada região
visitada era denominada bioma. Um bioma é uma grande comunidade estável e desenvolvida,
adaptada às condições ecológicas de certa região.

Para responder às questões propostas pelo grupo, acesse o site Biome Viewer, disponível
no link abaixo:

https://media.hhmi.org/biointeractive/biomeviewer_web/index.html

Etapa I. Conhecendo o simulador

Ao abrir o simulador, você poderá visitar diferentes localizações do mundo. Clicando sobre
a esfera no canto superior esquerdo, você pode alternar entre a visão esférica e a visão plana
da Terra.

Na lateral esquerda, você encontra um menu com a lista de diferentes biomas mundiais.
Cada bioma está representado por uma cor específica no mapa. Para saber qual bioma pode
ser encontrado em determinada região, clique sobre ela no mapa. Um menu aparecerá na
lateral direita com informações sobre a região selecionada. Caso queira localizar uma região
específica, digite o nome ou as coordenadas geográficas dela na barra de pesquisa, no canto
superior direito.

2. Visite a região 5.9 N, 27.9 E. O bioma dessa região é denominado:

a) floresta tropical.
b) savana.
c) deserto.
d) floresta temperada.

No menu suspenso na lateral direita, você encontrará uma representação gráfica do clima
dessa localização. Essa representação gráfica é denominada “climograma”. Um climograma
apresenta, em seu eixo horizontal, os doze meses de um ano. Os dois eixos laterais indicam a
quantidade de precipitação média no mês e a temperatura média do mês. Em geral,
a precipitação é representada por barras verticais, enquanto a temperatura está indicada em
pontos ou linhas.

106
Analise o climograma da região 5.9 N, 27.9 E e responda às perguntas a seguir.

3. Em quantos meses a precipitação dessa região foi mais baixa que 150 mm?

a) 0
b) 1
c) 5
d) 7

4. Em quantos meses a temperatura dessa região foi maior que 20 °C?

a) 0
b) 12
c) 2
d) 10

O menu lateral direito também apresenta informações sobre a diversidade de espécies


no local. Para cada localização, são indicadas a quantidade de espécies diferentes de répteis,
anfíbios e mamíferos.

5. Para a localização 5.9 N, 27.9 E, a biodiversidade total de répteis, anfíbios e mamíferos é de:

a) 11 espécies.
b) 28 espécies.
c) 130 espécies.
d) 179 espécies.

Etapa II. Mochilão pelas Américas

Para responder às próprias perguntas investigativas, o grupo de amigos viajantes decidiu


começar a investigação revisitando cinco dos lugares para os quais viajaram durante as férias.
Dessa forma, poderiam coletar dados sobre a biodiversidade e o clima dessas regiões.

Acesse o Biome Viewer e visite as cinco localidades diferentes indicadas a seguir. Para cada
local visitado, colete dados com base nas seguintes perguntas:

1. Qual é o nome do bioma terrestre que ocorre nessa região?


2. Em quantos meses a quantidade de chuva é superior a 100 mm?
3. Em quantos meses a quantidade de chuva é igual a 0 mm?
4. Em quantos meses a temperatura é acima de 20 °C?

107
5. Em quantos meses a temperatura é igual ou abaixo de 0 °C?
6. Qual é a biodiversidade do local? Você pode registrar o número de espécies de répteis,
anfíbios, mamíferos do local e número total de espécies.
Você pode organizar, em uma planilha como esta, os dados que coletar:

https://docs.google.com/spreadsheets/d/1SMHxgkqyfQYOoDzDryU5MfUvk7X_dMritx2hvI
QVlV0/edit?usp=sharing

Visite estas cinco localidades diferentes:

a) 77 N, 65 W
b) 67 N, 65 W
c) 51 N, 65 W
d) 45 N, 65 W
e) 3 N, 65 W

A partir dos dados coletados, responda às questões a seguir:

6. Os locais visitados estão na mesma:

( ) latitude. ( ) longitude.

7. Analisando os dados coletados, podemos afirmar que, em média:


a) latitudes menores, ou seja, mais próximas ao equador, apresentam temperatura menor.
b) latitudes maiores, ou seja, mais próximas ao equador, apresentam temperatura maior.
c) latitudes menores, ou seja, mais próximas ao polo, apresentam temperatura menor.
d) latitudes maiores, ou seja, mais próximas ao polo, apresentam temperatura menor.

8. Os dados coletados também nos permitem inferir que:


a) ambientes mais frios tendem a apresentar menor disponibilidade de água.
b) ambientes mais quentes tendem a apresentar menor disponibilidade de água.

9. Analisando os dados coletados, podemos concluir que a biodiversidade tende a ser maior
em regiões mais próximas ao equador.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

10. Elabore uma explicação para a diferença observada no número de espécies animais nesses
cinco ambientes. Em sua explicação, incorpore os conceitos de fluxo de biomassa e energia
nos ecossistemas.

108
Etapa III. Fatores abióticos

Um dos amigos ficou curioso sobre a distribuição da temperatura pelo planeta ao longo
do ano. Em seu simulador, no menu lateral esquerdo, clique sobre as setas laterais para mudar
sua visão de Biomes para Temperature.

11. A variação da temperatura ao longo do ano é maior no hemisfério Sul do que no


hemisfério Norte.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

12. Elabore uma hipótese para explicar as diferenças que você observou na variação de
temperatura ao longo do ano entre os dois hemisférios.

Uma das amigas do grupo de viajantes observou que, mesmo em regiões igualmente
distantes do equador, as paisagens ainda poderiam ser muito diferentes entre si. A menina
propôs que a disponibilidade de água deve ser um fator importante para explicar o porquê
dessas diferenças.

13. Para testar essa hipótese, você deve visitar lugares na mesma:

( ) latitude. ( ) longitude.

Volte sua simulação para o modo Biome e visite três localidades no mapa de acordo com
sua resposta anterior. Em sua visita, você deve passar por uma floresta tropical, uma savana e
um deserto. Anote na tabela os dados coletados.

14. Considerando os dados coletados, a hipótese da menina deve ser:

( ) refutada. ( ) aceita.

15. Um deserto é um ambiente mais seco que uma savana.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

16. Um deserto é um ambiente mais quente que uma floresta tropical.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

17. A savana é, em geral, mais biodiversa que a floresta tropical.

( ) Verdadeiro ( ) Falso

109
18. A partir de todos os dados que você coletou até agora, é correto afirmar que:

a) ambientes quentes e úmidos são mais biodiversos.


b) ambientes quentes e secos são mais biodiversos.
c) ambientes frios e úmidos são mais biodiversos.
d) ambientes frios e secos são mais biodiversos.

Etapa IV. Paisagem fora do esperado

Em regiões tropicais, esperamos encontrar florestas bastante desenvolvidas, com muita


biodiversidade, como a Mata Atlântica. No entanto, existem biomas com características que se
destacam do esperado para essa região.

Visite a região 21.5 S, 66.8 W e registre os dados na planilha.

19. Essas regiões têm um clima parecido com qual região visitada pelo grupo de mochileiros?

a) 77 N, 65 W
b) 67 N, 65 W
c) 51 N, 65 W
d) 45 N, 65 W
e) 3 N, 65 W

20. Elabore uma hipótese para explicar o motivo de haver esse clima inesperado nessa região.

110
25. EXERCÍCIOS: BIOMAS TERRESTRES MUNDIAIS

Data: _____/_____/______

1. Observe as fotografias produzidas por um professor de Biologia, em visita ao Parque


Nacional Etosha, localizado na região norte da Namíbia.

111
A Namíbia é um país africano localizado em uma latitude aproximada de 22°.

Alguns dados climáticos da região do parque estão apresentados a seguir:

Temperatura máxima registrada

J F M A M J J A S O N D Anual

°C 30,7 29,0 27,6 25,7 23,0 20,6 21,0 23,7 27,4 29,3 30,0 31,3 26,6

Temperatura mínima registrada

J F M A M J J A S O N D Anual

°C 17,5 16,9 15,7 12,7 9,3 6,9 6,7 9,0 12,4 14,6 16,0 17,1 13,0

Temperatura média mensal e anual

J F M A M J J A S O N D Anual

°C 23,3 22,1 21,0 18,9 15,8 13,2 13,1 15,8 19,3 21,7 22,5 23,5 19,1

Precipitação mensal e anual

J F M A M J J A S O N D Anual

mm 78,1 80,3 78,7 37,7 6,6 1,2 0,7 0,9 2,8 11,8 26,9 41,7 365,1

A partir dessas informações, responda ao que se pede.

a) O professor de Biologia que produziu as fotografias só pode viajar no período de férias


escolares: julho ou janeiro. A partir das informações sobre a localização do parque e os
dados climáticos da região visitada, indique em qual desses meses o professor visitou a
Namíbia. Justifique sua resposta.

b) Em uma aula sobre biomas, esse professor fez um esquema do planeta Terra e do Sol em
diferentes momentos do ano. Marque um “X” sobre a representação mais adequada do
planeta Terra para o momento em que o professor registrou as imagens no Parque
Nacional Etosha. Justifique sua escolha.

112
2. Barend Cornelis Koekkoek (1803-1862) foi o pintor mais importante de paisagens do
movimento romântico holandês.

I.

II.

113
Já o também holandês Vincent van Gogh (1853-1890) foi o maior representante do
Impressionismo.

III.

Esses artistas representaram, por meio de diferentes estilos, a região onde viveram em
períodos do ano bem distintos.

114
a) Para cada uma das três pinturas, escolha o mês em que há paisagens mais semelhantes às
das obras apresentadas: março, junho, setembro ou dezembro.

b) Qual é o provável bioma da região retratada por esses pintores?

c) Ao compararmos essas telas, podemos perceber uma adaptação vegetal importante.


Relacione essa adaptação vegetal aos fatores abióticos do local.

3. No mapa-múndi abaixo, está destacado em cinza um tipo importante de bioma com


distribuição em todos os continentes.

a) No próprio mapa, utilizando duas setas, indique como é a distribuição da quantidade de


nichos ecológicos pelo planeta. Justifique sua resposta.

Atenção: suas setas devem indicar, na origem, os menores valores e, na ponta, os


maiores. No exemplo a seguir, “A” apresenta um valor menor do que “B”.

b) Determine o bioma representado pelas áreas em cinza e se esse bioma obedece ao


padrão indicado no item anterior.

115
26. EXERCÍCIOS: CLIMOGRAMAS

Data: _____/_____/______

Associe o nome de cada bioma mundial a uma das descrições a seguir, a um dos
climogramas e a um dos pontos do gráfico que está na página 119.

PONTO DO
BIOMA DESCRIÇÃO CLIMOGRAMA
GRÁFICO
I

II

III

IV

VI

I. De maneira geral, estão situados nas latitudes próximas a 30°, tanto ao norte como ao sul
da linha do equador. A principal característica é a pequena quantidade de chuvas, com
precipitações abaixo de 250 mm por ano (para comparação, na Amazônia, a média é de
2.300 mm de chuva por ano). Podem ser quentes ou frios, e os primeiros podem apresentar
temperaturas diurnas que ultrapassam 50 °C. As noites são muito frias, pois o ar seco
perde calor rapidamente. A vegetação é composta por poucas espécies resistentes à seca,
acompanhadas por uma pequena diversidade de animais, especialmente insetos,
aracnídeos e répteis.

II. Localizam-se nas regiões próximas à linha do equador, onde o clima é quente e chuvoso
durante a maior parte do ano. Esses locais concentram a maior parte da biodiversidade do
mundo, da qual a maioria das espécies sequer foi identificada. O número de espécies de
árvores de grande porte chega a 450 por hectare (área equivalente a dois campos de
futebol). Essas árvores conferem grande complexidade ao ambiente, formando estratos
verticais que são habitados por fauna e flora específicas (por exemplo, o topo das árvores
é habitado por plantas e animais diferentes daqueles que vivem próximos ao solo).
A diversidade de invertebrados é imensa, com destaque para os insetos. Praticamente
todos os grupos de animais terrestres e de água doce apresentam suas faunas mais
diversas nessas áreas.

117
III. Ocorrem em áreas tropicais e temperadas que recebem quantidade de chuvas
intermediária entre o deserto e a floresta. Não há árvores de grande porte, mas há
abundância de plantas rasteiras, como as gramíneas. A fauna é composta por animais
pastadores, que se alimentam dessas plantas, e por carnívoros que se alimentam deles.
Nas regiões tropicais, existem apenas duas estações: a seca e a úmida, das quais as
temperaturas são relativamente altas durante o ano todo. Há arbustos e árvores esparsas.

IV. Ocupa a região ao redor do polo Norte, que permanece sob o gelo a maior parte do ano.
Nos meses de verão, a neve derrete, e surge uma vegetação de pequeno porte composta
de pequena variedade de musgos, liquens e plantas rasteiras, e não há árvores. Essa região
é habitada por insetos, pássaros e algumas espécies de mamíferos resistentes ao frio
(caribu, lemingue, lebre-ártica, raposa-polar e lobo-do-ártico).

V. Ocupa áreas do Canadá, dos EUA e da Rússia. Essa região recebe mais luz solar ao longo
do ano do que outros biomas, mas, ainda assim, passa os meses de inverno sob neve e
gelo. Além de plantas rasteiras, existem algumas espécies de árvores, como o pinheiro.
A fauna é um pouco mais diversa, com insetos, aves, lebres, alces, renas, ratos-silvestres e
alguns mamíferos carnívoros de maior porte, como linces, lobos e ursos-pardos. Há poucos
anfíbios e répteis. No inverno, várias espécies de animais hibernam ou migram.

VI. Ocupam regiões de clima temperado, onde há quatro estações bem definidas, como
algumas áreas da Ásia, da Austrália, da Europa, da América do Sul e dos Estados Unidos.
Uma característica marcante dessa paisagem é que suas árvores perdem as folhas no fim
do outono e no inverno, voltando a crescer na primavera; por essa razão, essas florestas
são chamadas de “decíduas” ou “caducifólias”. A fauna é mais diversa e abundante do que
a de outros biomas, com maior número de espécies de vegetais, invertebrados e
vertebrados. Alguns exemplos de mamíferos típicos dessas regiões são veados, ursos,
gambás, pumas, lobos, linces, raposas, gatos selvagens e esquilos. No inverno, muitas
espécies migram para regiões mais quentes, hibernam ou se enterram em tocas.

118
A B

C D

E F

119
27. ÁRVORES DO BRASIL

Data: _____/_____/______

Os textos a seguir descrevem seis espécies de árvores brasileiras e os ambientes em que


vivem. Durante a leitura de cada texto, grife as palavras desconhecidas. Organize um glossário
para esses termos. Em seguida, relacione os fatores abióticos de cada local com as
características descritas da vegetação. Por fim, estabeleça comparações entre os diferentes
locais quanto às características do ambiente e da vegetação. Essas comparações podem estar
sistematizadas em uma tabela.

Pilosocereus gounellei – Xiquexique

Meu nome é Pilosocereus gounellei, mas as pessoas costumam me chamar de “xiquexique”.

Aqui o sol incide forte o ano todo, e a temperatura média é de, aproximadamente, 28 °C.
Já a chuva é pouca, e chegamos a passar nove meses sem nenhuma gota de água.

O solo é tão raso e pedregoso, que não consegue armazenar nem um pouquinho da água
que cai nos meses de chuva.

Eu, assim como as outras espécies que vivem aqui, tenho muitas adaptações que me
permitem aguentar essa seca extrema, por isso nos chamam de “xerófitas”. No meu caso, por
exemplo, tenho as folhas modificadas em espinhos e armazeno grande quantidade de água no
caule. Vejo que algumas plantas próximas a mim apresentam uma camada, chamada de
“cutícula”, que impede a saída de água de suas folhas.

A maioria das árvores e arbustos daqui deixa as folhas caírem no período de seca e, por
esse motivo, são denominadas “plantas caducifólias”. Na época mais seca, quando olho em
volta, encontro a mata aparentemente morta, sem nenhuma folha. Contudo, é só chover um
pouquinho que, rapidamente, essas plantas produzem folhas e flores. Dessa forma,
conseguimos nos reproduzir antes da próxima estação seca.

Olhando ao redor, vejo que as árvores vizinhas são todas baixas, com menos de 6 m de
altura, e têm muitos ramos.

121
Phytolacca dioica – Umbu

Meu nome é Phytolacca dioica, mas as pessoas costumam me chamar de “umbu”.

Sou uma árvore que mede, aproximadamente, 17 m, mas minhas parentes chegam a 25 m.
Além disso, sou uma árvore solitária, a única que se avista por aqui. Estou ilhada em meio a um
extenso tapete de gramíneas: a vegetação herbácea em volta de mim não passa de 1 m de
altura. Por isso, muitos tipos de animal gostam de se proteger do sol embaixo de minha copa.

Não que aqui seja muito quente; a temperatura média anual é de 15 °C. Porém, ao longo
do ano, a temperatura varia bastante: pode chegar a 35 °C no dia mais quente e já chegou a
–5 °C em poucas noites de muito frio. Isso acontece porque as frentes polares baixam muito a
temperatura nos meses de inverno.

Aqui, a precipitação é constante o ano todo. Isso ajuda a manter os grandes rios
encontrados em minha região.

Eu percebo que o solo aqui é bastante fértil, o que é positivo para meu crescimento.
No entanto, ele é muito raso, o que dificulta o crescimento de plantas como eu.

Hevea brasiliensis – Seringueira

Meu nome é Hevea brasiliensis, mas as pessoas costumam me chamar de “seringueira”.

Aqui onde moro é muito quente o ano inteiro: a temperatura está sempre acima dos 25 °C.
Também chove muito ao longo de todo o ano. Eu não paro de transpirar. Por minhas folhas,
escapa muita água para a atmosfera. Ainda bem que consigo capturar muita água por meio de
minhas raízes. Inclusive, temos água por todos os lados – são tantos rios por aqui, que eles
chegam a formar a maior bacia hidrográfica do mundo.

Eu, particularmente, meço 27 m de altura, mas minhas parentes chegam a 30 m de altura.


Meu tronco tem 57 cm de diâmetro. Nunca tinha me achado pequena, mas quando me
comparo com as árvores encontradas por aqui… me acho bem baixinha. Algumas árvores em
volta de mim têm 65 m de altura. Assim como minhas vizinhas, tenho folhas grandes, por isso
dizem que sou latifoliada. Eu e as outras árvores temos folhas bem verdes em nossas copas o
ano todo, e por esse motivo somos chamadas de “perenes”.

É por causa da copa das árvores altas de minha região que aqui dentro da floresta fica
muito escuro, bem diferente de como é do lado de fora. A vida de plantas herbáceas e
pequenos arbustos é muito difícil dentro da floresta, pois quase não chega luz perto do solo.
As copas das grandes árvores ficam tão próximas umas das outras, que a vista para o céu fica
completamente fechada. Parece um manto formado por copas de árvores, o que é
denominado “dossel”. O dossel aqui é bem fechado.

O solo da região é bastante arenoso e raso, o que é ruim para nossas raízes crescerem.
Contudo, há uma camada de folhas secas e galhos em decomposição na superfície do solo, a
serrapilheira, que ajuda a mantê-lo fértil, permitindo nosso pleno desenvolvimento.

122
Schinopsis brasiliensis – Quebracho

Meu nome é Schinopsis brasiliensis, mas as pessoas costumam me chamar de “quebracho”.

Eu vivo na maior planície de inundação contínua do planeta. Onde moro, o ano é dividido
em duas estações bem determinadas: o verão chuvoso e o inverno seco. No verão,
a temperatura varia entre 26 °C e 29 °C; no inverno, entre 20 °C e 23 °C. Ou seja, aqui é quente
o ano todo.

No período de chuvas, ainda que elas não sejam muito intensas, a água transborda dos
rios e provoca enchentes. Isso acontece porque a chuva de outras regiões vem parar aqui por
meio dos rios. Isso é o resultado de haver tantas regiões mais altas ao redor. Também na época
de seca, quando não chove quase nada, os grandes rios se tornam grandes lagoas
entremeadas por terra seca.

O solo daqui é formado por fragmentos oriundos de terrenos mais altos. Apesar de variar
bastante em sua composição, a região toda tem superfície pouco permeável, o que resulta nas
enchentes constantes. O solo também é pouco fértil, principalmente porque a decomposição
da matéria orgânica é extremamente lenta pelo excesso de água.

Nas regiões constantemente alagadas, observo a presença de vegetação rasteira, com


muitas plantas aquáticas flutuantes. Já nas regiões permanentemente secas, observo árvores
com 12 m a 22 m de altura, assim como eu. Não somos muitas, algumas aparecem bem
espaçadas no campo de vegetação rasteira.

Qualea grandiflora – Pau-terra

Meu nome é Qualea grandiflora, mas as pessoas costumam me chamar de “pau-terra”.

Onde vivo, metade do ano chove muito, mas a outra metade é bem seca. Calor é o ano
todo, mas na metade chuvosa, o verão, chega a fazer 40 °C. Já na metade seca, o inverno,
a temperatura fica ao redor dos 23 °C.

Eu tenho folhas bastante grossas, as coriáceas. Elas me ajudam a não esquentar muito nos
dias quentes e a não perder muita água. Das árvores que consigo enxergar daqui, vejo que
algumas têm pelos ou uma camada de cera na superfície de suas folhas. Essas características
também ajudam minhas vizinhas a lidar com a insolação intensa e a falta de água durante o
inverno.

Ao meu redor, não vejo muitas árvores. As que existem por aqui, como eu, têm um tronco
bem tortuoso, ou seja, todo retorcido. Essas árvores aparecem bem espaçadas em um campo
de vegetação rasteira formada basicamente por capim. Assim como eu, a maioria delas mede
entre 2,5 m e 6 m. Apesar de não ser muito alta, tenho raízes extensas e profundas que
penetram no solo, argiloso e permeável. Nas camadas mais profundas dele, minhas raízes
encontram reservas hídricas permanentes, os chamados “lençóis freáticos”. É dessas reservas
que pego água no período de seca.

123
Assim como as outras árvores daqui, as folhas em minha copa estão sempre verdes, por
isso nos chamam de “perene”. No capim rasteiro, não observo isso. Suas folhas parecem
morrer toda estação seca e reaparecer toda estação chuvosa.

Com essa vegetação seca, durante o inverno, costumam ocorrer incêndios em minha
região. Eu não sou tão afetada por esse fogaréu, pois a casca do meu tronco é muito grossa.
Ela tem uma camada de proteção chamada “súber”, que atua como um isolante térmico.

Paubrasilia echinata – Pau-brasil

Meu nome é Paubrasilia echinata, mas as pessoas costumam me chamar de “pau-brasil”.

Na região em que vivo, a temperatura é alta praticamente o ano inteiro, ficando, em média,
nos 25 °C. Chove bastante por aqui quase o ano todo, pois as nuvens carregadas pela umidade
do mar são retidas no relevo montanhoso da região.

De onde estou, consigo observar uma diversidade enorme de vegetação. Perto de mim,
há muitas outras árvores perenes que, como eu, medem entre 20 m e 30 m. Nós temos grande
facilidade para pegar luz solar. Algumas plantas, que levam o nome de “trepadeiras”, se apoiam
em nossos troncos e, com isso, conseguem alcançar o topo de nossas copas e obter luz.

Nossas copas, por sinal, em razão do relevo montanhoso, não ficam tão próximas umas
das outras, permitindo a entrada de luz solar no interior da floresta – e por isso dizem que
temos um dossel descontínuo. Assim, é possível ver árvores de porte pequeno e de vegetação
herbácea crescendo no interior da floresta.

O solo da região é bastante pobre e raso, o que é ruim para nossas raízes crescerem.
Mas há uma camada de folhas secas e galhos em decomposição no substrato, a serrapilheira,
que ajuda a mantê-lo com nutrientes para nosso desenvolvimento.

124
28. DESMATAMENTO

Data: _____/_____/______

Desmatamento nos biomas brasileiros

Analise os infográficos a seguir e avalie o desmatamento em três biomas brasileiros.

1. Qual desses biomas apresenta maior porcentagem de cobertura com vegetação nativa?

2. Qual desses biomas apresentou maior expansão das áreas agropecuárias entre 1985 e 2020?

3. A distribuição das áreas conservadas é igual ao longo de cada um dos biomas? O que explicaria isso em cada um deles?

125
126
127
128
29. EXERCÍCIOS: BIOMAS TERRESTRES BRASILEIROS

Data: _____/_____/______

1. O artigo “As muitas faces do sertão” foi publicado na revista Pesquisa Fapesp de julho de
2013. Nele, diferentes aspectos de um bioma brasileiro são apresentados. Ao longo do
texto, identifique se existem erros conceituais de Ecologia. Para cada erro identificado ao
longo do texto, apresente o número do parágrafo que o contém. Em seguida, cite o
conceito equivocado e explique por qual motivo ele está errado. Por fim, sugira o conceito
mais adequado. Apresente a resposta da seguinte forma:

9) Herbívoros. O sapo está se escondendo de outras espécies que se alimentam dele. Se isso
ocorre, elas não podem ser chamadas de “herbívoras” (que se alimentam de produtores).
O conceito mais adequado seria “predadores”.

1) A Caatinga ocupa hoje 11% do território brasileiro, estendendo-se por aproximadamente


845 mil quilômetros quadrados (km2). Atualmente, a região enfrenta sua pior seca em 30 anos,
o que tem afetado a vida de 27 milhões de pessoas. Somente no estado da Bahia, mais
de 214 municípios declararam estado de emergência neste ano.

2) Esses fatores ambientais têm, ao longo de milhares de anos, exigido respostas adaptativas
específicas das plantas mais frequentes do local, as herbáceas, o que lhes permite sobreviver
num ambiente cada vez mais quente e seco.

3) Uma dessas respostas é o ajuste que determinadas espécies fazem quanto à não manutenção
de suas folhas perenes, uma estratégia simples, mas que lhes permite reter água nas épocas
mais secas.

129
4) Esse racionamento é uma das razões que têm contribuído para determinar o tamanho dessas
plantas e também de suas folhas. Isso porque esse mecanismo, ao mesmo tempo que lhes
garante melhor adaptação ao clima semiárido, restringe o surgimento de plantas de
grande porte.

5) Apesar das circunstâncias desfavoráveis, a caatinga tem grande variedade de plantas, a maior
parte delas exóticas. São cerca de 6 mil espécies vegetais! Das 87 espécies de cactos da
caatinga, 83% são exclusivas desse bioma. É o caso do mandacaru (Cereus jamacaru) e do
xiquexique (Pilosocereus gounellei), espécies ameaçadas – esses autótrofos são retirados ainda
jovens de seu ambiente e vendidos como souvenir em restaurantes de beira de estrada.

6) Também a família das leguminosas, a mais diversa da caatinga, engloba várias das espécies
exclusivas do semiárido, como a mucunã (Dioclea grandiflora) e a jurema-preta (Mimosa
tenuiflora). Muitas delas desempenham importantes funções ecológicas. Devido à associação
com algumas bactérias nitrificantes, essas plantas ajudam a transformação de matéria orgânica
nitrogenada da planta em amônia em suas raízes, tornando o solo mais nutritivo. Mas, mesmo
com os avanços na identificação de novas espécies, como a Prosopanche caatingicola, planta
catalogada em 2012, a falta de dados em relação à biodiversidade florística desse ecossistema
ainda é grande.

7) Esse desconhecimento também se estende à fauna da caatinga, sobretudo em relação aos


invertebrados. Por muito tempo, acreditou-se que as espécies da caatinga formavam uma
comunidade descaracterizada, com baixos índices de diversidade de espécies. Pensava-se que
a caatinga era uma subamostra de outros biomas. Sabe-se hoje que ela é a região semiárida
mais diversa do mundo.

8) Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), a região do semiárido tem


591 espécies de aves, 241 de peixes e 178 de mamíferos. Estima-se que 41% das espécies da
caatinga ainda permaneçam desconhecidas ou pouco estudadas. Pesquisadores acreditam que
ainda há uma carência de dados em relação à diversidade de animais desse grande
ecossistema. Contudo, estudos interessantes têm sido realizados com espécies da caatinga.

9) Por exemplo, a Corythomantis greeningi, perereca típica da região, nas épocas secas hiberna por
meses entre pequenas frestas de rochas, protegendo-se de herbívoros e armazenando água.
Já o Scriptosaura catimbau, lagarto adaptado a regiões de solos bem profundos, como os que
predominam na caatinga, literalmente se enterra por debaixo da terra à procura de água.
Outras espécies, como a rã Pleurodema diplolister, chegam a se enterrar em épocas de seca e,
com isso, evitam a perda de água por transpiração.

10) A principal causa de desmatamento na região é a produção de energia. Abatida, a mata nativa
vira lenha e carvão para siderúrgicas de Minas Gerais e Espírito Santo ou de indústrias de gesso
e cerâmica instaladas no próprio semiárido. As consequências do uso inapropriado dos
recursos naturais da região é a perda de habitat e a fragmentação de ecossistemas. Não se
trata de deixar de utilizar os recursos naturais da caatinga, mas sim de identificar até que ponto
podemos usá-los sem comprometê-la.

11) É preciso conservar a comunidade clímax remanescente, expandindo a rede de áreas


protegidas. É importante promover o manejo adequado das áreas que sofrem influência da
atividade humana e educar todos que vivem ou fazem uso dos recursos naturais da região,
resgatando o sentimento de pertencimento à caatinga.

130
2. O quadro a seguir apresenta dados sobre o desmatamento das paisagens brasileiras.

a) De acordo com os dados apresentados, quais são os dois biomas brasileiros mais
conservados atualmente?

b) Esses biomas apresentam uma mesma causa de desmatamento. Contudo, um deles


apresenta outras duas causas importantes. Identifique essas três causas e destaque qual
delas é comum aos dois biomas.

c) Em um desses biomas, o desmatamento tem se distribuído de forma bem heterogênea em


seu território. Identifique em que bioma isso ocorre e explique por qual motivo ela é
heterogênea.

3. Em cidades do litoral nordestino como Fortaleza, que apresenta um elevado índice de


insolação, o pedestre fica sujeito a um grande desconforto térmico e à exposição a níveis
altos de radiação ultravioleta, aumentando o perigo de contrair câncer de pele.
A arborização urbana, portanto, deveria ser uma prioridade nas ações dos poderes
públicos e uma preocupação da iniciativa privada e da comunidade em geral. Responda
aos itens a seguir, que abordam alguns aspectos relacionados a esse importante tema.

a) Observa-se que a temperatura sob a copa de uma árvore é mais baixa que a temperatura
embaixo de um telhado que esteja exposto à mesma insolação. Que fenômeno relacionado
à planta está mais diretamente envolvido com essa diferença observada? Explique de que
forma ele gera esse resultado.

b) Sempre que possível, deve-se evitar a varrição embaixo das árvores plantadas em bosques
e praças. Por qual motivo?

131
4. As espécies do gênero Prosopis são árvores perenes encontradas em diferentes
continentes. Pesquisadores quantificaram a biomassa da parte aérea (que fica para fora
do solo, geralmente caule e folhas) e da parte subterrânea (que fica dentro do solo,
geralmente raízes) das plantas desse gênero. Com os valores obtidos, os pesquisadores
calcularam uma razão, dividindo o valor da parte aérea pelo valor encontrado para a parte
subterrânea. Duas espécies apresentaram valores bem diferentes. A seguir, os climogramas
das localidades em que cada uma das espécies foi encontrada.

Em qual das localidades fica a espécie que apresentou a menor razão calculada? Justifique
sua resposta.

132
RELAÇÕES ECOLÓGICAS

Data: _____/_____/______

Harmônicas Desarmônicas

Intraespecíficas

Interespecíficas

133
CICLO DO CARBONO

Data: _____/_____/______

135
CICLO DO NITROGÊNIO

Data: _____/_____/______

137
BIOMAS MUNDIAIS

Data: _____/_____/______

Clima Vegetação Localização

Tundra

Taiga
(floresta
boreal)

Floresta
temperada

Floresta
tropical

Savana

Pradaria

Deserto

139
BIOMAS BRASILEIROS

Data: _____/_____/______

Clima Vegetação Solo Localização Desmatamento

Amazônia

Caatinga

Cerrado

Pantanal

Mata
Atlântica

Pampas

141

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