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UFRJ - Escola de Comunicação – Programa de Pós-Graduação em Comunicação

Linha: Tecnologias da Comunicação e Estéticas


Disciplina: ECS721/ECS821 – Meios de Comunicação, Poéticas e Estudos de Narrativa
Prof.: Denilson Lopes e Dieison Marconi (Pós Doc PPGCOM/UFRJ)
Horário: Segunda-feira, das 15h às 18h
Carga Horária: 60 horas aula Créditos: 4.0 Turma: 7315/7320
Grupo: Tópicos Especiais Curso: Mestrado e Doutorado - eletiva

“Eu Prefiro Não Fazer”: a arte do desaparecer em contextos de


hipervisibilidades
Ementa
Se na modernidade a experiência do anonimato nas multidões e nas grandes cidades foi algo
decorrente do excesso de pessoas, da velocidade dos meios de transporte e de comunicação, ela também
deriva da experiência do desaparecimento como uma forma de estar no mundo e de fazer artístico, assumindo
uma forma distinta do desejo de intervir política e artisticamente como intelectuais engajados ou públicos,
estrelas ou celebridades, bestsellers, influencers ou youtubers. Como podemos compreender atitudes e
sensibilidades tais como o completo desejo de desaparecer, ou apenas, o fracasso, o não reconhecimento, o
isolamento, a improdutividade, a invisibilidade ou simplesmente a discrição? Nos interessam esses valores no
campo da arte, no que se faz e como se vive, sob um ponto de vista ético distante dos clichês morais e
moralistas que florescem tanto à direita quanto à esquerda, tanto nos fundamentalismos conservadores quanto
nos movimentos sociais que disputam terrenos de visibilidade, bem como um campo distinto das
celebridades ou (pseudo) celebridades. Para tanto, estudaremos uma constelação de artistas bissextos, lentos,
não profissionais, improdutivos, pouco reconhecidos ou que ficaram à sombra, ao passo que deixaram obras
que respiram sensibilidades como desaparição, improdutividade, preguiça, lentidão, invisibilidade e
opacidade.

Bibliografia básica (em construção)

DELEUZE, Gilles. Bartleby, ou a fórmula. Crítica e clínica. São Paulo, 34, 1997.
DIAS, Jocimar. O que pode um Bartleby queer? Notas acerca da resistência passiva queer em “Corpo
Elétrico”. In: Revista Moventes, Dossiê 3, 2028. https://revistamoventes.com/2018/01/15/o-que-pode-um-bartleby-
queer-notas-acerca-da-resistencia-passiva-queer-em-corpo-eletrico/
D’ AUREVILLY, Jules- Amédée Barbey. O dandismo e George Brummel. In: TADEU, Tomaz (Org). Manual Dândi:
a vida como estilo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009, p.113-207.
ERBER, Laura. O artista improdutivo. São Paulo: Ayne, 2021.
GARRAMUÑO, Florencia. A experiência opaca: literatura e desencanto. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2012.
HALBERSTAM, Jack. A arte queer do fracasso. Recife: CEPE, 2020.
LAFARGUE, Paul. O direito à preguiça. São Paulo: Nova Alexandria, 2000.
LAZARATTO, Mauricio. Marcel Duchamp e a recusa do trabalho. São Paulo: Scortecci, 2017.
VIDOKLE, Anton. Arte sem trabalho? Rio de Janeiro/Copenhague: Zazie Edições, 2016.
VILA-MATAS, Enrique. Bartleby e Companhia. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

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