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O presente trabalho tem por objetivo trazer um trazer à reflexão, ao Maçom praticante,
principalmente ao neófito, uma idéia preambular acerca não só da origem, mas principalmente
acerca das principais razões que motivaram a criação do Rito Brasileiro. Além disso,
objetivamos propiciar uma análise criteriosa e reflexiva acerca do desenvolvimento e
aprimoramento do rito com o passar dos anos, uma vez que o mesmo foi fruto de um misto de
sentimentos pátrios aflorados quando da sua criação, justamente para contrapor os ritos já
existentes, cada qual com sua premissa pátria já bem definida, de acordo com sua origem.
O que percebemos, foi a grande necessidade de trazer para dentro da Maçonaria um Rito
próprio, nato, com o sentimento pátrio aflorado, pautado no civismo e no patriotismo.
Além disso o Rito Brasileiro possui alguns aspectos rituais muito particulares, presentes
apenas nesse Rito, o que o torna um rito moderno, patriota e autônomo......
Conforme algumas pesquisas revelam, se têm informações de que o Rito Brasileiro nasceu em
1864. Álvaro Palmeira, em “O Apelo de um século”, reportou-se à sugestão de Miguel
Antônio Dias, que em 1864 escreveu sob o pseudônimo de um cavaleiro Rosa-Cruz, porém
toda vez que se tentava informações e documentos pertinentes da fundação doRito Brasileiro,
o mesmo repetia sorrindo “vão aparecer um dia e se esclarecerá”.
Porém,o que se tem de concreto e documentado é que em 1914, após iniciada a 1ª Guerra
Mundial, o Grão Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil – GOB, o Soberano Irmão Lauro
Sodré, através do Decreto nº 500, aprovou o reconhecimento e incorporação do Rito
Brasileiro entre os que compõe o Grande Oriente do Brasil – GOB, sendo este o documento
que se encontra arquivado no GOB Central concedendo a legalidade, legitimidade e
regularidade ao Rito Brasileiro.
Fato curioso,em relação ao Soberano Irmão Lauro Sodré, Grão-Mestre Geral do GOB em
1914, é que fazia oposição à vacina contra a febre amarela. Em verdade, foi contra a
imposição unilateral da vacina por parte do governo daquela época. Ele comentava:“por que a
obrigatoriedade? ” O direito de escolha do cidadão e a liberdade individual estão sendo
ofendidos”, dizia ele.
Será que depois de décadas a história se repete?
O Rito surgiu da iniciativa de maçons brasileiros que viam a variedade de ritos existentes
como: o inglês, alemão, francês, chamados de Ritos Nacionalistas, e que entenderam ser
natural que o maçom brasileiro também se preocupasse com a nacionalidade, sem deixar de
pensar que a maçonaria é universal, mas alterando os traços universais.
Sendo assim, procuram pensar no Brasil de forma brasileira. (Carlos Augusto Ferreira de
Viveiros).
Dessa forma, a criação do Rito Brasileiro foi uma proposta nacional a questões sócio políticas
brasileiras, formando maçons em busca de soluções para os problemas nacionais, oferecendo
à maçonaria a opções de caminhadas em defesa dos direitos humanos e da justiça social
braiseira.
O Rito Brasileiro está fincado no pressuposto da ordem, referente a regularidade, a legalidade
e a legitimidade.
Acata aos landmarks e demais postulações da maçonaria tradicional, como uso dos costumes
antigos.
Proclama glória a Deus criador e a fraternidade dos homens. Estabelece a presença nas
sessões, das TrêsLuzes, o Livro da Lei, o Esquadro, o Compasso e emprega símbolos da
construção universal. Dessa forma, pode ser praticado em qualquer país.
Lembrando que o Rito brasileiro tem como preceito básico o incentivo e a prática do civismo,
através de discussões e atos dos problemas nacionais, tais como a saúde, educação, pesquisa,
indústria, comércio, mercado de trabalho, desemprego, direitos humanos e sociais, meio-
ambiente e tantos outros.
Tem como base a ritualística da maçonaria simbólica, com grau de aprendiz, companheiro e
mestre.
O ritual do 1° Grau, do aprendiz maçom, diz que um dos ideais do Rito é fazer com que os
maçons sirvam ativamente a humanidade através da pátria onde nascemos.
O pavilhão nacional dever ser objeto de veneração, com procedência sobre o estandarte da
ordem. (Brasil, 2009, p.46)
A palavra nacionalismo induz a pensar “O cerne do sentimento cívico, sua alma e o que
realmente importa no seu conceito excede a todas as manifestações de referência a pátria: é o
senso de dever dos cidadãos. A consciência da cidadania. (Simões, 1999, p.50)
O Rito Brasileiro é importante instrumento cívico da obra da maçonaria, eleva o sentimento
patriótico sem ufanismo exacerbado, demonstrando aos obreiros como é bom valorizar a
pátria e a difusão dos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade.
O maçom do Rito Brasileiro “praticante” deve sobretudo amar a pátria em que vive e cumprir
com seus deveres cívicos, lembrando sempre dos que já se foram e guiando o presente com
trabalho virtuoso na construção da grande obra da maçonaria universal. (Thiago Valenciano).
Vale também ressaltar que além do patriotismo e do civismo, o rito brasileiro é teísta, pois
acredita na existência de um Deus criador.
Para Carlos Simões, o Rito Brasileiro, com todas essas preocupações, acabou ganhando o
apelido de “Guardião do Civismo”.
O mesmo também entende que o civismo não se presume em decorar hinos, vestir cores
nacionais, saber se comportar em formalidades ou reconhecer símbolos pátrios, mas deve se
manifestar através de atos e comportamentos do maçom.
Algumas Características Ritualísticas do Rito Brasileiro: