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Liberdade! Igualdade!
Fraternidade!
A Sala dos Passos Perdidos lembra a todos nossos misterios.
Peça de Arquitetura
Por ocasião da Instalação de nosso Irmão Lucio Mauro Turcatti no Trono de Salomão
de nossa Augusta Oficina volta a minha memoria uma passagem com este Venerável irmão,
ocorrida em uma de nossas formações de Cortejo, na Sala dos Passos Perdidos.
Mas o que, exatamente, significam aqueles três quadros e estas três pequenas
palavras? Quais as simbologias ocultas em cada um deles?
Essa foi justamente a provocação feita por nosso então Orador a um grupo de
Companheiros que aguardavam a ordem para entrada no Templo, este que escreve entre
eles.
Para começarmos a refletir sobre o significado destas três palavras que encontramos
toda Sexta Feira, ao entrar em nosso templo, devemos voltar um pouco no tempo.
A LIBERDADE, na sua concepção mais pura e como definida por vários filósofos
contemporâneos é a mais radical definição de autonomia ou de não submissão; é a força
que dá ao ser humano o pleno discernimento e a sublime independência. Na concepção
Maçónica, a sua aplicação não foge às suas características filosóficas.
Este olhar mais demorado vai mostrando a cada momento novas nuances e novos
símbolos que para um leigo ou para um Irmão mais apressado podem ser vistos como
simples decoração da obra.
Quão bom e quão instigante é termos Irmãos que nos estimulam a olhar e ver, e não
apenas olhar.
A Liberdade
O que a primeira vista parece ser uma imagem figurativa, já nos apresenta três fortes
símbolos históricos de liberdade. Marianne, o Galo e o Barrete Frígio.
O Galo. Nos textos da Maçonaria não encontramos muita referência a esta figura
que, sem dúvida, no esoterismo tem um significado muito grande; é-nos dito que o Galo nos
indica “O despertar interior do homem, o triunfo da Luz sobre as trevas, assinalando ainda a
necessidade da vigilância que temos de ter sobre os nossos atos, não permitindo que nada
nos afaste do caminho da Verdade, da Justiça e da Honra”.
O terceiro símbolo que nos lembra da Liberdade é o Barrete Frígio, este presente
também no Brasão de Armas da Republica Rio-grandense (fundada por Maçons), O barrete
frígio ou barrete da liberdade é uma espécie de touca ou carapuça, originariamente utilizada
pelos moradores da Frígia (onde hoje está situada a Turquia). Foi adotado, na cor vermelha,
pelos republicanos franceses que lutaram pela tomada da Bastilha em 1789, que culminou
com a instalação da primeira república francesa em 1792. Hoje pode ser visto nas mais
diversas representações de liberdade pelo mundo.
A Igualdade
Ainda, aquela tabua com os dizeres é apenas a Declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão, um documento culminante da Revolução Francesa, que define os direitos
individuais e coletivos dos homens como universais, é a declaração que torna todos os
Homens Iguais frente a sociedade, em direitos e obrigações. Na imagem original da
Declaração, o "Olho da Providência" brilhando no topo representa uma homologação divina
às normas ali presentes, mas também alimenta especulações no sentido de que a
Revolução Francesa teve a influencia da Maçonaria.
A Fraternidade.
Este é o quadro que considero apresentar o Simbolismo mais subjetivo dos três
presentes em nossa Sala dos Passos Perdidos. Enquanto a Liberdade e a Igualdade
traziam explícitos elementos simbólicos já consolidados em seus significados, aqui vemos
imagens que nos remetem aos seus significados, deixando a cargo de cada irmão, e sua
bagagem cultural, espiritual e maçônica a interpretação.
Outra simbologia, esta puramente especulativa deste Irmão, é a figura feminina, que
poderia ser interpretada como Marianne, a Liberdade, agindo como Guardiã da
Fraternidade.
Por ultimo, neste segmento interpretativo, vemos uma Anfisbena aos pés das
crianças. A serpente se tornou um símbolo representativo das diferentes civilizações, pelas
quais desempenhou um papel de liderança nas concepções teogônicas, cosmogônicas e até
morais. Na antiguidade, esse réptil tinha diferentes significados: sabedoria, eternidade,
reencarnação (devido à troca de pele), sol espiritual, paixões humanas, fertilidade, cura e
morte, entre outros.
A Anfisbena era considerada a mais venenosa de todas as cobras, porque podia
morder simultaneamente duas partes do corpo. Foi tão agressiva que em muitas ocasiões
uma cabeça atacou a outra, simbolizando também o começo e o fim. Assim, o autor ao
trazer este perigo mortal ao pé das crianças pode ter buscado simbolizar a importância do
sentimento Fraterno para a superação dos perigos e dificuldades do mundo.
Considerações Finais
O Maçom se faz com a busca pela verdade e esta busca apresenta-se sob diversas
formas, uma delas é o estudo e pesquisa dos mistérios de nossa ordem e o
compartilhamento dos resultados destes estudos, para então, todos crescermos um pouco
mais.
Acredito que a intenção do Irmão foi esta mesmo, instigar a curiosidade e a ação,
colocar o Maço e o Cinzel a serviço da edificação de nosso Templo.