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Mas, então, porque uma sociedade que atinge um acme de heterogeneidade não
simplesmente colapsa?
Marx observa que quanto menos força social possui um meio de troca, mais
estreitos serão os laços comunitários – “relação patriarcal, comunidade antiga,
feudalismo e sistema corporativo” (MARX, 2008, p. 106) – nesse contexto, o poder é
exercido diretamente, de pessoas sobre pessoas; além disso, também aponta que as
trocas de mercadoria começam na fronteira das comunidades, isto é, funciona como um
meio de relação entre estrangeiros. Assim, interponha-se entre as pessoas o dinheiro, um
meio de troca forte, e teremos um mediador que promove a dissolução dos laços sociais
fortes, desta sorte: “desenvolve-se o cosmopolitismo dos comerciantes, como um dogma
da razão prática, opostamente aos preconceitos hereditários, religiosos, nacionais e
todos os demais que criam obstáculos à circulação da matéria da humanidade” (MARX,
2008, p. 193). Ou ainda, “A mercadoria em si e por si é superior a qualquer barreira
religiosa, política e linguística. Sua língua universal é o preço e sua comunidade, o
dinheiro” (MARX, 2008, pp.192-193).
Lacan (s/d) dirá no Seminário 14 que a fantasia é uma construção feita a partir
de restos não inscritos na ordem simbólica ou permeados de gozo, sendo assim, uma
ordem simbólica
––
[A fantasia,] ela só pode ser concebida após ter sido ordenada segundo
uma economia inconsciente, que subjaz a ela como perversa [i.e.
embebida de gozo]. Embora pareça como a amarração do desejo, seu
derradeiro termo, seu enigma, ela só pode ser compreendida em
função de um circuito inconsciente que, por sua vez, se articula
através de uma cadeia significante profundamente diferente daquela
que o sujeito comanda, s(A)→A (Lacan, 2016, p. 332-333).
Considerações Finais
Para Jameson, é somente no momento em que o capitalismo, de fato, ganhou
todo o mundo, a globalização, que entramos integralmente na lógica marxista articulada
no sec. XIX, só agora temos a
Foi revelado ali o “segredo da forma”, o qual sabemos ser a própria forma.
Sendo assim, crise econômica e cultural ou do sistema da linguagem, compartilhariam
de uma íntima relação.
Quando na hiperinflação da República de Weimar, 29,5 mil por cento ao mês, podia se
ver um carrinho de mão abarrotado de Marcos para se comprar um pão, nesse momento
via-se o dinheiro disfuncional quanto a engendrar o processo de troca (há foto de gente
varrendo uma rua abarrotada de Marcos). Seguindo essa linha, colapso da fantasia