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Universidade de Brasília

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo


Departamento de Projeto em Arq. e Urb. RELATÓRIO DE VISITA DE CAMPO
Planejamento Urbano

Aluna: Sarah Lima Cirino Matrícula: 14/0067965 Data: 31/05/2017

- Relatório referente á visita de campo realizada junto á turma de Planejamento


Urbano, no dia 29/09/2017 á cidade de Valparaíso de Goiás.

1. A CIDADE

A cidade de Valparaíso de Goiás faz divisa ao Norte com o Distrito Federal, ao Sul com a
Cidade Ocidental, á Leste com Luziânia, e a Oeste com o Novo Gama. Fruto de uma
conurbação urbana da cidade de Luziânia, também de Goiás, verifica-se que o seu
acelerado processo de crescimento se deu próximo é decada de 60, durante a construção
da capital, Brasília, onde migrantes, principalmente do nordeste brasileiro, vieram em busca
de trabalho, e encontraram, assim como nas hoje conhecidas como Regiões Administrativas
do Distrito Federal, acesso á moradia de baixo custo. Em 1979, o prefeito de Luziânia
regularizou a Vila Guaíra, que era uma antiga invasão, dando lugar ao município de
Valparaíso, que somente em 1995 foi emancipado, devido a seu rápido crescimento, sendo
subsidiadas 850 casa pela empresa ENCOL, dando início ao parcelamento de chácaras
para dar lugar á condomínios. A Vila Guaíra é um exemplo de crescimento desordenado,
tendo como vetor de crescimento a proximidade da via DF-040, principal acesso de
transporte de trabalhadores para a capital, e afetando o córrego de Santa Maria, afluente do
Rio Corumbá. Sem infraestrutura, sem serviços públicos, sem ordenamento pré-
estabelecido, a cidade se desenvolveu rapidamente, e hoje é uma das cidades de maior
densidade do Estado do Goiás.
A seguir, veremos a morfologia urbana da cidade, que se portam de maneiras diferentes,
compondo quase que mini-cidades dentro da própria cidade, constituído principalmente
pelos condomínios e pela iniciativa privada imobiliária de verticalização e valorização da
cidade.

2. Composição morfológica

- Tipologias arquitetônicas de Uso Residencial

As tipologia variam de acordo com a localização. Na Vila Guaíra, próximo a DF-040, as


casas são simples, geralmente unifamiliares, não mais que 2 andares, quando muito. O
padrão segue o contexto de ocupação (sendo a Via Guaíra o primeiro local de
assentamento, devido á intenção de proximidade para mobilidade dos moradores para
trabalhar na capital). Mais paia o centro, encontramos residências das ocupações da antiga
Fazenda Urubu, parcelada para habitação; a composição era de construções semelhantes,
modificadas apenas com o tempo e o gosto do ocupante, mas é possível observar que
foram casas construídas com uma mesma planta, sendo multiplicada no local do
condomínio - apenas um pavimento, unifamiliar, fachadas semelhantes, de volumetria
retangular e formal. Outra tipologia encontrada foram os condomínios verticais; fruto de
investimento imobiliário para valorização da área, ocupa-se terrenos sem infraestrutura para
atender a tantos; não é próximo á cidade em si, o que gera segregação socioespacial,
assim como a última tipologia, que provém do parcelamento de chácaras para construção
de condomínios horizontais, de até 2 pavimento, também fechados; seguindo um modelo
específico de planta, fachada,etc. Estas duas últimas tipologias são investimentos privados,
direcionados a classe média.
No geral, a composição de tipologia arquitetônica residencial é bem variada, marcada pela
demanda imobiliária de investimento e crescimento, que não compreende a necessidade de
infraestrutura para atender á tão grande -e rápido- crescimento.

- Tipologias arquitetônicas de Uso Comercial

Nos usos comerciais de, muito se repetiam pequenos bares, lojas, mercadinhos,
distribuidoras de bebidas, e principalmente igrejas. Não costumavam estar cheios, dando a
entender que quem utiliza o comércio são os que moram próximo. Em outro momento,
fomos á uma avenida comercial, que sim possuía maiores comércios, supermercados, lojas
grandes de departamento e galerias de lojas.

- Tipologias de Uso Misto

Tipologia comum. Primeiramente o uso por comércio informal em frente aos lotes
habitacionais gerenciados pelo próprio dono da casa, e também, em zonas mais comerciais,
habitações multifamiliares conjugadas em 2 andares superiores, e no térreo uso comercial,
como lojas, borracharia, igrejas, salões de beleza, etc. Geralmente de conformação
bastante ortogonal, seguiam um padrão de fachadas planas.

- Tipologias arquitetônicas de usos institucionais

Não muito comuns muito dentro das comunidades. A maior parte (que vimos) era de
escolas particulares, um posto de saúde (UPA), uma delegacia de polícia, e grandes
igrejas.A concentração destes equipamento estava mais próximo ao comércio formal.
Segundo o site oficial da cidade de Valparaíso, existem 3 instituições de saúde, 4
instituições educacionais de nível superior.

- Tipologias arquitetônicas de Uso Industrial

Das tipologias industriais ou galpões, vimos durante a primeira parada, mas para o lado de
Luziânia. No Valparaíso, passamos pela empresa BUNGE. As de menor porte, como
carpintarias e vidraçarias estavam presentes durante o percurso.
- Acessibilidade e Mobilidade

A estrutura viária é estreita, mesmo em áreas de grande movimentação. Não havia ciclovias
em nenhum momento do nosso percurso, mas os ciclistas andavam na pista junto aos
carros, pois as calçadas também não eram todas pavimentadas. As que eram, se
encontravam em frente as lojas e comércio, sendo utilizadas também como garagem, ou
apropriada de forma descontínua, no olhar/andar do pedestre. Passamos por um ponto
rodoviário, que seria o terminal, mas que não tinha estrutura de rodoviária em si, e por uma
antiga garagem de uma empresa; o terreno está agora para leilão. É importante ressaltar
que há uma linha ferroviária cruzando a cidade.

- Espaços Públicos

Passamos por alguns locai de lazer, no que tange a espaços livres de uso público, com
equipamentos de exercício físico, ou mobiliários. As praças estavam vazias, o que não nos
revela se há mesmo uso dos locais; mas possivelmente sim. Segundo o instrutor/ guia da
visita, a própria comunidade é responsável por manter os locais de lazer em boas
condições, que estavam realmente em bom estado, ao menos em uma das praças. Em
locais mais afastados do centro, encontramos uma praça/rotatória pouco preservada, sem
mobiliário, e com extremo sol incidente.
- Espaços Urbanos vazios vs. movimentados

Alguns dos locais que passamos, mais no sentido de comércio, tinham bastante movimento,
tanto de pedestres quanto de carros e ônibus. Mas apenas para passagem rápida, mesmo
nas praças, que se encontravam sem sombras ou equipamentos de lazer, não se verificava
permanência. Mas para o interior, junto às habitações, não havia muito movimento; talvez
uma configuração/consequência de ser uma cidade dormitório, de onde saem a maioria da
população para trabalhar fora de Valparaíso, não havia muito movimento de pessoas nas
ruas, ou praças.

- Equipamento e Mobiliário Urbano

A cidade parece bem resolvida quanto a equipamentos, á sinalização, postes e


programação visual. Já em questão de mobiliário, passamos por poucos espaços que
abrangem esses elementos, como bancos, lixeiras, etc; no entanto, os poucos pelos quais
passamos estavam em bom estado, mesmo que vezes sem cobertura vegetal, ou sombra
de qualquer tipo.

- Paisagem e Vegetação

A paisagem local é agradável, no sentido de que não há muitas barreiras visuais (outdoors,
por exemplo), e na maioria dos espaços livres e espaços públicos possuem vegetação
abrangente. Somente próximo aos condomínios verticais há escassez de vegetação, o que
faz com qu a paisagem seja menos composta, e mais cansativa/ pouco atraente aos olhos.
Diz-se também para os locais de habitação, pequenos comércios, que não conflituam em
suas visuais, mas tem composição harmônica. No geral, há arborização e vegetação mais
em parques e locais com mobiliário urbano. A reabilitação do espaço de chácaras, que
costuma ser amplo e bem arborizado, para loteamento e parcelamento, acarretou no
desmatamento de grande parte da vegetação; sendo ainda que o solo possui grande taxa
de impermeabilização, ou seja, há muita pavimentação e cimentação no solo, ocupando o
lugar da antigas massas vegetais.

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