HUMANIDADES

CONCEPÇÕES E PROCESSOS DE PROJETO

Profa.: Ma. Vanessa Beraldo Machado
Nome da disciplina: HUMANIDADES: CONCEPÇÃO E PROCESSOS DE PROJETO
Carga Horária: 80 horas
Curso: Arquitetura e Urbanismo
Professora: Vanessa Machado

EMENTA:

Estudo das principais tendências do pensamento e da produção arquitetônica.

Ênfase nas poéticas do cotidiano, na cultura de massa e nas estratégias e
metodologias de projeto. Estudo da concepção, formação, produção e estruturação
do espaço na história e na cultura contemporânea.
 BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
FRAMPTON, K.. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes,
1997.
MONTANER, J.M.. Depois do movimento moderno; arquitetura da segunda metade do
século XX. versão portuguesa: Maria Beatriz da Costa Mattos. Barcelona: GG, 2001.
RYBCZYNSKI, W.. Casa: pequena história de uma idéia. 2ª tiragem.Trad. Betina Von
Staa. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1999.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
JENCKS, C.. Movimentos modernos em arquitetura. Lisboa: Edições 70.
KOOLHAAS, R.. Delirious New York: a retroactive manifesto for Manhattan. New York:
The Monacelli Press, 1994.
VENTURI, R.. Complexidade e contradição em arquitetura. São Paulo: Martins Fontes.
RAPOPORT, A.. House, form and culture. New Jersey: Pretence-Hall Inc, 1969.
RILEY, T.. The un-private house. New York: The Museum of Modern Art Press, 1999.
 USAR
NÚM E SI S/A DIA CONTEÚDO
Aula (presencial): Introdução a disciplina/ Noções de Conforto
CRONOGRAMA 01 31/07/2023 Estudos Autônomos (virtual): A história do conforto na concepção
arquitetônica.
Aula (presencial):Metodologia e processos: Usuário e Arquitetura
02 07/08/2023
Lançamento Atividade Prática 01A - Arquitetura Reversa
Aula (presencial): Diário de bordo - Trabalho prático 01
03 14/08/2023 Estudos Autônomos (virtual): : Metodologias de projeto da história da
arquitetura
04 21/08/2023 Aula (presencial): Referências Textos e Diagramas
Aula (presencial):Apresentação Atividade Prática 01A - ARQUITETURA
05 28/08/2023 REVERSA
Estudos Autônomos (virtual): Metodologia e processos: textos e diagramas
Aula (presencial): Referências Representações Bi e tridimensionais
06 04/09/2023 Lançamento Atividade Prática 01B
07 11/09/2023 Aula (presencial): Metodologia e Processos: Mapeamento e observação

Aula (presencial):Diário de bordo - Trabalho prático 02

Estudos Autônomos (virtual): Metodologia e processos: representações bi e
tridimensional
08 18/09/2023
Aula (presencial): Orientação AP01B
09 25/09/2023 Estudos Autônomos (virtual): Novos desdobramentos da Arquitetura
10 02/10/2023 SEMANA DANÇA DAS CADEIRAS
Aula (presencial): Apresentação Atividade Prática 01B - Arquitetura Reversa/
11 09/10/2023 ENTREGA DIÁRIO DE BORDO
12 16/10/2023 AVALIAÇÃO
13 23/10/2023 LANÇAMENTO/ DESENVOLVIMENTO E ORIENTAÇÃO PI
14 30/10/2023 ORIENTAÇÃO PI
15 06/11/2023 ORIENTAÇÃO PI
16 13/11/2023 ORIENTAÇÃO PI
17 20/11/2023 ORIENTAÇÃO PI
18 27/11/2023 SEMANA ACADÊMICA /INTEGRADA
19 04/12/2023 SEMANA ACADÊMICA /INTEGRADA
20 11/12/2023 AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO – 2° SEMESTRE /2023

• Seminário: Atividade Prática 01A - Arquitetura Reversa – 1pto (APRESENTAÇÃO: 28/08/2023)

• Seminário: Atividade Prática 01B-Arquitetura Reversa – 1,5ptos (APRESENTAÇÃO: 09/10/2023)

• Diário de Bordo – 2ptos (DATA DE ENTREGA 09/10/2023)

• Avaliação – 1,5 pto (APRESENTAÇÃO: 16/10/2023)

• PI – 3 ptos (ENTREGA: 27/11/2023)
• EDUCA – 1 pto (DATA: 18/10/2023)
DIÁRIO DE BORDO

• UM CADERNO FORMATO A5 (PODE SER PAISAGEM OU RETRATO)

• SOMENTE 1 FOLHA POR CONTEÚDO – TANTO AULAS PRESENCIAIS QUANTO ESTUDOS AUTONÔMOS

• NA FRENTE DA FOLHA, CONSTAR UMA ILUSTRAÇÃO MANUAL AUTORAL, NÃO LITERAL SOBRE A ANÁLISE E
INTERPRETAÇÃO DO CONTEÚDO ABORDADO.

• NO VERSO DA FOLHA, CONSTAR O RESUMO DO CONTEÚDO E ATIVIDADES QUE ACONTECEM DURANTE AS

AULAS, PODE SER TÓPICOS, MAPA MENTAL, DIAGRAMA, A ESCOLHA DO ALUNO (A).

• O CADERNO DEVE SEGUIR A ORDEM DO CRONOGRAMA DE AULAS.

• A CAPA DO CADERNO DEVE USAR DE MUITA CRIATIVIDADE.

DESENHO RESUMO

FRENTE DO A5 VERSO DO A5
DIÁRIO DE BORDO

CHEKLIST:

FOLHA 01: Aula (presencial): Introdução a disciplina/ Noções de Conforto

FOLHA 02: Estudos Autônomos (virtual): A história do conforto na concepção arquitetônica.
FOLHA 03: Aula (presencial):Metodologia e processos: Usuário e Arquitetura
FOLHA 04: Aula (presencial): Diário de bordo - Trabalho prático 01
FOLHA 05: Estudos Autônomos (virtual): : Metodologias de projeto da história da arquitetura.
FOLHA 06: Aula (presencial): Referências Textos e Diagramas
FOLHA 07 e 08: Aula (presencial):Apresentação Atividade Prática 01A - ARQUITETURA REVERSA
(RESUMO DE TODAS AS CASAS APRESENTADAS)
FOLHA 09: Estudos Autônomos (virtual): Metodologia e processos: textos e diagramas
FOLHA 10: Aula (presencial): Referências Representações Bi e tridimensionais
FOLHA 11: Aula (presencial): Metodologia e Processos: Mapeamento e observação
FOLHA 12: Aula (presencial):Diário de bordo - Trabalho prático 02
FOLHA 13: Estudos Autônomos (virtual): Metodologia e processos: representações bi e tridimensional
FOLHA 14: Estudos Autônomos (virtual): Novos desdobramentos da Arquitetura

DATA DE ENTREGA 09/10/2023

AULA 01: Introdução à noção de conforto
CONFORTO
CONFORTO
CONFORTO
CONFORTO
O que é conforto
Quais
características
para um
ambiente ser
confortável
Como pensar o
projeto altera
as relações de
conforto
Como as
metodologias e
os processos
podem interferir
na concepção
projetual
CASA CONFORTÁVEL
De acordo com Rybczynski, o “bem-estar"
é uma necessidade humana e o conforto
uma condição para alcançá-lo. Para ele,
os espaços devem ser pensados e
especificados de forma a cumprir os
objetivos para o qual eles foram
projetados e, se o objetivo fundamental é
torná-los habitáveis, proporcionar
conforto é a sua principal característica.
Rybczynski, em seu livro “Casa, pequena
história de uma ideia”, apresenta uma
evolução no conceito de conforto, onde o
autor identifica questões como a
domesticidade, privacidade e intimidade.
CONFORTO E BEM ESTAR
Aula Expositiva: Síntese Capítulo X
Livro: Casa: pequena história de uma idéia
Abordagem:
Evolução de conceitos pertinentes ao espaço da moradia, desde o período medieval até a primeira
metade do séc. XX; estudo de comportamentos e seus efeitos sobre o mobiliário e a habitação.

Conforto: A metafora da cebola:

"A símile com a cebola sugere não só que o conforto tenha diversas camadas de significados, mas
também que a noção de conforto tenha se desenvolvido historicamente. É um conceito que teve
significados diferentes em épocas diferentes."

Noções formadoras do conceito de conforto:

- INTIMIDADE (norte Europa/Noruega/final séc.XVII)

- PRIVACIDADE, DOMESTICIDADE (Países Baixos/séc.XVII)

- COMODIDADE, ENCANTO (França/Luís XV/Rococó/séc.XVIII)

- LAZER, BEM-ESTAR (Inglaterra/séc.XVIII)

- LUZ E AR (Inglaterra, séc.XIX)

- CONVENIÊNCIA, EFICIÊNCIA(EUA/engenheiras domésticas séc.XX)

Transformação fundamental:

Caráter público da casa medieval

Caráter privado da casa moderna

Casas medievais
( Séc. XIV)

_ Palavra burguês: mercador e comerciante que

vivia em cidades com muralhas (França séc. XI)

_A casa de cidade típica do burguês até séc XIV

servia como moradia e como local de trabalho.

_Os terrenos tinham áreas restritas para a fachada,

eram longas e estreitas e geralmente de dois
andares, sobre um porão que geralmente era o
estoque. Andar principal ou frente: loja ou oficina.

_Mobília vem dessa mobilidade que os móveis

tinham que ter. Eram poucos e simples: os baús
serviam como estoque e assentos. Bancos e mesas
com suportes desmontáveis eram comuns. As
camas também eram desmontáveis, que também
serviam de assentos.

_ As casas eram cheias de gentes e multifuncionais.

As famílias incluindo empregados, criados,
aprendizes, afilhados, em media 25 pessoas.

_ Não se conhecia privacidade e varias pessoas

dormiam em uma mesma cama.

_O conforto não era desconhecido, ele não era necessário.

CASAS MEDIEVAIS
( Séc. XIV)

_ Gravura de Dürer: St. Jerome in His Study

(1514)

_ mesa desmontável;

_escabelo (precursor da cadeira sem braço);

_ bancos sem almofadas fixas;

_ atril (suporte para escrita);

_ sala de múltiplas funções, todas públicas (

estar, jantar, dormir, trabalhar, etc.);

_casas cheias de gente;

_lareira ou forno apenas no cômodo

principal.

Albrech Dürer, St. Jerome in His Study (1514)

Intimidade (Norte Europa/Noruega/final séc.XVII)
_Maioria das atividades diárias ainda ocorriam na grande sala principal.

_Separação entre a casa e o local de trabalho; separação de funções na casa e na cidade (casa: local
mais privado).

_ Séc.: XVII: Início do fascínio moderno por móveis (embora dispostos de modo pouco criativo; não
eram feitos para cômodos específicos).

_ Fornos tornavam as casas mais confortáveis.

_ Senso de intimidade: surgiu primeiro na Europa Setentrional, a gravura de Dürer já o demostra:

leão domestico, objetos desordenados, aparência não asséptica e sem alma.

_ Casa dividida em mais compartimentos do que antes, com funções específicas como cozinha e
quartos.

_ O desejo de mais privacidade ficou explicito com a separação dos criados dos senhores, que geralmente
tinham camas nos pequenos quartos adjacentes.

_ Filhos mais novos ainda dormiam com os pais, mas os mais velhos em quarto separado.

_Outra mudança, os quartos de aluguel apontavam para uma nova realidade: muitas pessoas não
trabalhavam e viviam no mesmo local e assim a casa estava se tornando um lugar mais privado.

_Crianças passavam mais tempo em casa com a vida escolar.

_Casa exclusivamente como vida familiar.

Privacidade e domesticidade (Países Baixos/séc.XVII )
_A simplicidade da burguesia holandesa era expressa de várias maneiras. Os trajes simples, as esposas
vestiam com moderação.

_As casas eram pequenas e abrigavam poucas pessoas, mais ou menos 4 ou 5 .

_ A casa não era mais um local de trabalho, seus negócios eram separados. Também não haviam tantos
criados, pois a sociedade holandesa desaprovava a contratação e cobrava impostos especiais para
quem empregasse auxiliares domésticos.

_ Valorizada a independência do individuo, vida caseira mais sossegada e privada.

_A mãe criava seus próprios filhos, e não mais babás. Crianças iam para o jardim de infância aos 3 anos
e depois para o primário com 4.

_ Ordem de valorização: em primeiro seus filhos, segundo sua casa e depois seu jardim.

_Pela primeira vez uma pessoa que estivesse com contato íntimo com a arrumação da casa também
podia influênciar na arrumação e organização.

_A importância que se dava a cozinha era um reflexo da importância da mulher na casa holandesa. Uma
casa sob controle feminino.

_A domesticidade é um conjunto de emoções sentidas, e não um único atributo. Ela está relacionada a
família, à intimidade, à devoção ao lar, assim como a uma sensação da casa como incorporadora, e
não somente abrigo destes sentidos.

_O interior não era só um ambiente para as atividades domésticas, mas os cômodos, os seus objetos,
agora adquiriram vida própria. A domesticidade foi uma conquista burguesa e feminina.
 Comodidade e encanto
(França/Luís XV/Rococó/séc.XVIII)
_Móveis confortáveis surgem no séc. XVIII com Luis XV, na França.

_ As cadeiras pela primeira vez foram adaptadas ao corpo humano: os móveis arquitetônicos e
móveis para o cotidiano

_Grande variedade de tipos de móveis na França, diferentes cômodos da casa agora

apresentavam diferentes funções. Surgimento dos corredores ligando os quartos.
_Surgimento do rococó (1770): conchas
folhas, flores e voltas, geralmente com um
acabamento dourado. Decoração interna.

_As mulheres francesas exigiram e

conseguiram uma decoração mais
conveniente. Móveis projetos especialmente
para as mulheres, atendendo as nova
demandas.

Interior residência rococó

 Lazer e bem estar (Inglaterra/séc.XVIII)
_Casa georgiana ( 1714 a 1830): Associou domesticidade, elegância e conforto como nunca havia sido feito
antes.

_ Casas no campo (lar)

_Estilo de vida mais descontraído do que o Francês, mais lazer do que antes;

_ A casa burguesa inglesa, era um mundo isolado onde só se permitia a entrada de visitas bem seletas.

_Grande variedade de cômodos, mas nem

sempre correspondiam ao seu uso real, ou
pretendido.

_Móveis georgianos, não tinham

influência rococó; freqüentemente eram
chamados de moveis arquitetônicos
e eram mais estruturais do
que decorativos.
Mais retangulares do que curvos.

_Casas com longas alas, precisavam

de corredores, dando mais privacidade
aos cômodos individuais.

_Interesse pelo irregular e pitoresco:

começou a dominar o estilo das casas e dos
jardins; a irregularidade substituiu a simetria.
Interior residência estilo georgiano
Luz e ar
(Inglaterra, séc.XIX)
_Pintura: Cômodo foi conscientemente arrumado para ser um retiro pessoal e um lugar tranquilo para se ficar
isolada: sensação de intimidade (os objetos e a decoração do cõmodo correspondem à personalidade da pessoa
que o ocupa).

-Rococó já havia saído de moda em 1770 e o séc XIX continuou ressuscitando diversos estilos antigos
(Neoclassicos), que gerou o ecletismo.
_ Não existiam as forças que incentivavam as inovações dos
projetos de móveis sobre a construção das casas: imitavam a
aparência de um estilo histórico específico.

_A arquitetura não era praticada como negocio e os arquitetos

eram responsáveis apenas pelo projeto externo. Projeto interno
chamavam um estofador.

_Só no final do séc. XVIII que a tecnologia doméstica começou a

se desenvolver, apesar desse progresso ter sido lento e
desordenado. Não houve grandes alterações tecnológicas na
decoração de interior, pois as mudanças deveram-se mais à
moda e ao gosto popular.

_Luz a gás 1840; boa o bastante para iluminar todo um cômodo.

Primeira tecnologia especificamente burguesa.

_1877- Eletricidade para iluminação, ruas.

1882- lâmpada com filamento.1900- luz elétrica fato consumado

da vida urbana.
Pintura de Georg Friedrich Kersting:
Girl Embroidering ( Mulher Bordando), 1814
_ Preocupação com a qualidade do ar..
Conveniência e eficiência
(EUA/engenheiras domésticas séc.XX)

_1883- eletricidade para operar uma máquina: máquina de lavar. aspirador de pó, maquina de lavar louças,
ventiladores, ferro elétrico,

_A maior economia que esses aparelhos traziam não era de tempo, mas de esforço, tarefas realizadas com mais
conforto.

_Poucas empregadas nos EUA. Mulher americana fazia todo o serviço domestico ou a maior parte. Conforto no
trabalho doméstico.

_Casa pequena mais confortável que a grande do séc. XIX. Idéia de colocar o vaso sanitário e a banheira em um
mesmo cômodo era americana. Conseqüência da casa sem criados.

_As diversas invenções para aumentar o conforto da casa não criaram impacto sobre a aparência da casa;

_ Novos equipamentos adequados a decoração antiga, com adornos, etc.

_ “ A forma segue função” (Louis Sullivan)

_ Até o Inicio do século XX a história do conforto evoluiu gradualmente.

Mudança: modernismo
O que é conforto
para você
CONFORTO É ALGO QUE VAI SENDO CONSTRUIDO HISTÓRICAMENTE E VAI SE
SOBREPONDO.
Não fazemos CASA, fazemos LAR.
CASA CONFORTÁVEL
ATIVIDADE