Banca - RV00 - Tcau - Projeto - Habita Jardim Da Conquista - Caderno

ita jardim da conquista habita ja
sta habita jardim da conquista h

conquista habita jardim da con
habitação de interesse social
jardim da conquista habita jardi

habita jardim da conquista habit
nquista habita jardim da conquist
Amanda de Lima Cavalcante
m da conquista habita jardim da São Paulo | 2023
ita jardim da conquista habita ja

Amanda de Lima Cavalcante
Habita Jardim da Paz:

Habitação de Interesse Social
TCAU II - Trabalho de Curso em Arquitetura e Urbanismo apresen-

tado como requisito para obtenção de título de Bacharel em Arqui-
tetura e Urbanismo pela Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL.
Profª. Orientadora Ms. Julia Coelho Kotchetkoff

Profº. Orientador Gustavo Brocanello Regina
São Paulo | 2023

agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, por ter me guiado

e sustentado, estando presente em todos os momentos da
minha vida. Aos meus pais, irmãos e amigos por todo o apoio
e ajuda, durante todo o período acadêmico e de realização
deste trabalho. Aos professores, por todos os ensinamentos
transmitidos, ao longo desses anos de curso, por toda a pa-
ciência e dedicação. Aos meus colegas de curso, que enri-
queceram o meu processo de aprendizagem, compartilhando
conhecimento e experiências, que me permitiram crescer
como pessoa, formanda e profissional, especialmente a Tai-
ná Cavalcante e Amanda Gomes pelo companheirismo e por
compartilharem comigo tantos momentos, desde o início do
curso e também a todos os colegas do trabalho por todo au-
xílio e apoio.
resumo
A habitação de interesse social é uma tipologia de mo-

radia com foco no atendimento da população de baixa renda.
Ela torna-se muito relevante pela constante alta demanda ao
longo do tempo e também por ser uma base essencial para
o desenvolvimento dos indivíduos. O objetivo central do tra-
balho é desenvolver um projeto de habitação de interesse
social, que trabalhe com a promoção da redução da vulne-
rabilidade habitacional, com o aumento das áreas verdes da
cidade e a da qualidade de vida da população. Propõe-se,
assim, apresentar o estudo do lugar, abordando a região da
subprefeitura de Perus sob diversos aspectos, dois estudos
de caso, de uma obra nacional e uma internacional, sinteti-
zar essas abordagens através do estudo preliminar e por fim,
apresentar um projeto de habitação de interesse social que
venha a atender a população local, nos aspectos referentes a
sua vulnerabilidade habitacional e de equipamentos de lazer.
PALAVRAS CHAVES - Habitação de interesse social, áreas ver-

des, vulnerabilidade habitacional, qualidade de vida.
abstract
Social interest housing is a dwelling typology focused

on serving the low-income population. It becomes very re-
levant because of the constant high demand over time and
also because it is an essential basis for the development of
individuals. The main objective of the work is to develop a
social housing project, which works to promote the reduction
of housing vulnerability, with the increase of the city’s green
areas and the population’s quality of life. It is proposed,
therefore, to present the study of the place, approaching the
subprefecture region of Perus under different aspects, two
case studies, of a national and an international work, to syn-
thesize these approaches through the preliminary study, and
finally, to present a housing project of social interest that
will serve the local population, in aspects related to their
housing vulnerability and leisure equipment.
KEY-WORDS - Social interest housing, green areas, housing

vulnerability, quality of life.
lista de figuras
Figura 1 - Habitações Populares Vila Solarium 22 Figura 22 - Abertura da vala clandestina do
Figura 2 - Unidade de Habitação de Marselha 22 Cemitério Dom Bosco 34
Figura 3 - Sobrados Novo Jardim 23 Figura 23 - Foto panorâmica de Perus 35
Figura 4 - Habitação Social em Paris 23 Figura 24 - Foto panorâmica da Fábrica de Cimento 35
Figura 5 - Habitação Social Wirton Lira 24 Figura 25 - Aterro dos Bandeirantes 35
Figura 6 - Complexo Residencial Saint-Michel Nord 24 Figura 26 - Movimento pela Fábrica de Perus 35
Figura 7 - Moradias Infantis 25 Figura 27 - População no CEU Perus - Discussão
Figura 8 - Centre Village 25 do futuro do patrimônio do bairro 35
Figura 9 - Conjunto Habitacional do Jardim Edite 26 Figura 28 - Corte AA 49
Figura 10 - Quinta Monroy 26 Figura 29 - Corte BB 49
Figura 11 - Rancho Grande dos Tropeiros 33 Figura 30 - Parque Municipal Anhanguera 60
Figura 12 - Locomotiva Decauville 33 Figura 31 - Praça do Samba 60
Figura 13 - Orenstein & Koppel locomotiva da Cia. Figura 32 - Fábrica de Cimento de Perus 60
Brasileira de Cimento Portland Perus. 33 Figura 33 - CEU Perus 60
Figura 14 - Fábrica de cimento Portland 33 Figura 34 - Estação de Trem Perus 60
Figura 15 - Vista áerea Perus 33 Figura 35 - CEU Parque Anhanguera 60
Figura 16 - José João Abdalla 33 Figura 36 - Perspectiva NESP 75
Figura 17 - Greve de Perus 34 Figura 37 - Apresentação do projeto - NESP 75
Figura 18 - Queixadas em passeata nas ruas Figura 38 - Projeto Conceito - NESP. 76
de São Paulo 34 Figura 39 - Croqui dos arquitetos 94
Figura 19 - Parque Anhanguera 34 Figura 40 - Localização do Condomínio
Figura 20 - Aterro dos Bandeirantes 34 Habitacional Heliópolis 95
Figura 21 - Foto panorâmica da Fábrica de Cimento 34
Figura 41 - Implantação/Térreo 97 Figura 69 - Passarela - Vista Aérea 113
Figura 42 - Planta Tipo A 98 Figura 70 - Deck de acesso as unidades 114
Figura 43 - Planta Tipo B 98 Figura 71 - Planta - Decks 114
Figura 44 - Planta de Acesso Conj. A 99 Figura 72 - Fluxograma do Programa de Necessidades 119
Figura 45 - Planta de Acesso Conj. B 99 Figura 73 - Tipologia A 120
Figura 46 - Pátio Interno - Espaços Comuns 100 Figura 74 - Tipologia B 120
Figura 47 - Espaços Comuns 100 Figura 75 - Tipologia C 120
Figura 48 - Conexões 101 Figura 76 - Esquema de implantação da
Figura 49 - Pátio Interno - Passarelas 101 volumetria no terreno 121
Figura 50 - Pórtico - Entrada Noroeste 102 Figura 77 - Estudo deVolumetria implantada no
Figura 51 - Acessos e fluxos 102 terreno 122
Figura 52 - Espaços Públicos 103 Figura 78 - Caminho do Sol no Solstício de verão 123
Figura 53 - Comércio e Serviços 103 Figura 79 - Caminho do Sol no Solstício de inverno 123
Figura 54 - Vista da rua 104 Figura 80 - Caminho do Sol no Equinócio de outono 123
Figura 55 - Localização da Eco-Habitação Figura 81 - Caminho do Sol no Equinócio
Coletiva La Canopée 105 de primavera 123
Figura 56 - Implantação/Segundo Pavimento 107 Figura 82 - Gráfico Rosa dos Ventos 124
Figura 57 - Planta Tipo A 108 Figura 83 - Planta de Topografia Alterada 126
Figura 58 - Planta Tipo B 108 Figura 84 - Planta de Implantação 127
Figura 59 - Planta Tipo C 109 Figura 85 - Planta Layout - Tipologia 01 128
Figura 60 - Planta Tipo D 109 Figura 86 - Planta Layout - Tipologia 02 128
Figura 61 - Solstício de Verão 110 Figura 87 - Planta Layout 01 - Tipologia 03 128
Figura 62 - Equinócio de Outono/Primavera 110 Figura 88 - Planta Layout 02 - Tipologia 03 128
Figura 63 - Solstício de Inverno 110 Figura 89 - Volumetria Tipologia 03 129
Figura 64 - Corte - Unidade Habitacional 111 Figura 90 - Volumetria Tipologia 03 129
Figura 65 - Pilotis - Vista do Observador 111 Figura 91 - Volumetria Tipologia 02 129
Figura 66 - Rua de acesso as unidades 112 Figura 92 - Volumetria Tipologia 02 129
Figura 67 - Rua de acesso ao conjunto 112 Figura 93 - Volumetria Tipologia 01 129
Figura 68 - Passarela - Vista Observador 113 Figura 94 - Volumetria Tipologia 01 129
lista de mapas
Mapa 1 - Cidade de São Paulo - Mapa 17 - Delimitação de bairros pela suas
Subprefeitura de Perus 38 características 55
Mapa 2 - Distância de Perus do Marco Zero Mapa 18 - Delimitação de bairros pela sua
de São Paulo 39 urbanização 56
Mapa 3 - Cidade e Subprefeituras vizinhas 40 Mapa 19 - Urbanização e Gabarito de Altura 57
Mapa 4 - Limites dos Distritos de Anhanguera e Perus 41 Mapa 20 - Delimitação de bairros com base no social 58
Mapa 5 - Bairros existentes 42 Mapa 21 - Principais Marcos dentro da
Mapa 6 - Divisão territorial dos bairros do Subprefeitura de Perus 59
distrito de Perus 43 Mapa 22 - Habitação e Loteamentos Irregular 62
Mapa 7 - Macrozonas 44 Mapa 23 - Densidade Demográfica 63
Mapa 8 - Zonas urbano e rural 45 Mapa 24 - Vulnerabilidade Social 64
Mapa 9 - Macroáreas 46 Mapa 25 - Rede de abastecimento de água 65
Mapa 10 - Setores da macroárea e Mapa 26 - Rede de esgotamento sanitário 66
eixos de estruturação 47 Mapa 27 - Questôes Ambientais - Subprefeitura
Mapa 11 - Zoneamento 48 de Perus 67
Mapa 12 - Topografia 49 Mapa 28 - Empregabilidade distrbuídas pela cidade 69
Mapa 13 - Classificação dos caminhos - Mapa 29 - Mobilidade - Subprefeitura de Perus 70
Distrito Anhanguera 51 Mapa 30 - Vulnerabilidade Social e Educação 71
Mapa 14 - Classificação dos caminhos - Mapa 31 - Vulnerabilidade Social, Lazer e Cultura 72
Distrito Perus 52 Mapa 32 - CEU Anhanguera 76
Mapa 15 - Barreiras físicas de delimitação de bairros 54 Mapa 33 - Localização do terreno 86
Mapa 16 - Delimitação de bairros pelas bases Mapa 34 - Zoneamento da área do terreno 87
geográficas 54 Mapa 35 - Limite da área de implantação do projeto 91
lista de quadros
Quadro 1 - Usos permitidos por zona | Folha 2 de 11 88

Quadro 4 - Áreas e Porcentagens de cada Setor - SEHAB Heliópolis 96
Quadro 5 - Áreas e Porcentagens de cada Setor - Eco-Habitação Coletiva La Canopée 106
Quadro 6 - Parâmetros para ZEIS-2 117
Quadro 7 - Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento de áreas 118
lista de siglas
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas EHMP Empreendimento de Habitação de Mercado
CCR Companhia de Concessões Rodoviárias Popular
CDHU Companhia de Desenvolvimento Habitacional e EMEF Escolas Municipais de Ensino Fundamental
Urbano do Estado de São Paulo EZEIS Empreendimento em Zona Especial de Interesse
CEAGESP Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais Social
de São Paulo FGH Fundo Garantidor Habitacional
CEH Conselho Estadual de Habitação FNHIS Fundo Nacional de Habitação de Interesse
CEU Centro Educacional Unificado Social
CEUSO Comissão de Edificações e Uso do Solo FPHIS Fundo Paulista de Habitação de Interesse Social
CIEJA Centro Integrado de Educação de Jovens e HIS Habitação de Interesse Social
Adultos HMP Habitação de Mercado Popular
COE Código de Obras e Edificações IDH Índice de Desenvolvimento Humano
CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos LOGA Logística Ambiental de São Paulo
CRAS Centro de Referência de Assistência Social LPUOS Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo
CRI Centro de Referência ao Idoso MEQU Macrozona de Estruturação e Qualificação
EFPP Estrada de Ferro Perus-Pirapora Urbana
EHIS Empreendimento de Habitação de Interesse MPRA Macrozona de Proteção e Recuperação
Social Ambiental
NBR Norma Brasileira ZEIS-5 Zona Especial de Interesse Social 5
NESP Novo Entreposto de São Paulo ZEP Zona Especial de Preservação
PDE Plano Diretor Estratégico ZEPAG Zona Especial de Produção Agrícola e Extração
PIU Projeto de Intervenção Urbana Mineral
PMCMV Programa Minha Casa, Minha Vida ZEPAM Zona Especial de Preservação Ambiental
QGIS Quantum Geographic Information System ZER-a Zona Exclusivamente Residencial Ambiental
(Sistema de Informação Geográfica Quântico) ZEU Zona Eixo de Estruturação e Transformação
SEHAB Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo Urbana
SNHIS Sistema Nacional de Habitação de Interesse ZEU-a Zona Eixo de Estruturação e Transformação
Social Urbana Ambiental
UBS Unidade Básica de Saúde ZLT Zona de Lazer e Turismo
ZAC Zone D’aménagement Concerté ZM Zona Mista
(Zona de Desenvolvimento Concertado) ZM-a Zona Mista Ambiental
ZC Zona Centralidade ZMIS Zona Mista de Interesse Social
ZC-a Zona Centralidade Ambiental ZOE Zonas de Ocupação Especial
ZC-ZEIS Zona Centralidade - Zona Especial de Interesse ZPDS Zona de Preservação e Desenvolvimento
Social Sustentável
ZCP-a Zona Centralidade Polar a ZPDS-r Zona de Preservação e Desenvolvimento
ZEIS Zona Especial de Interesse Social Sustentável Rural
ZEIS-1 Zona Especial de Interesse Social 1 ZPI-1 Zona Predominantemente Industrial 1
ZEIS-2 Zona Especial de Interesse Social 2 ZPI-2 Zona Predominantemente Industrial 2
14 APRESENTAÇÃO DO TEMA
14 introdução
15 justificativa
17 objetivos
18 metodologia
19 referencial teórico
30 ESTUDO DO LUGAR 74 futuro

31 passado 75 planejamento municipal
32 história 77 propostas requeridas pela população
33 linha do tempo 79 potencialidades e fragilidades
37 passado 85 o terreno
37 demarcação territorial 86 localização do terreno
50 leitura urbana 87 usos permitidos por zona
61 usos da cidade 91 mapa topográfico
73 passado e presente 92 notas de texto
93 ESTUDOS DE CASO
94 Condomínio Habitacional Heliópolis
104 Eco-Habitação Coletiva La Canopée
115 ESTUDO PRELIMINAR 125 ANTEPROJETO
116 partido 126 topografia
117 programa de necessidades e 127 implantação
pré-dimensionamento 128 tipologias
119 fluxograma 129 maquete
121 plano de massas 130 conclusão
123 insolação 131 bibliografia
124 ventilação
introdução
No extremo noroeste da cidade de São Paulo, no dis- edificados ou subutilizados, adequados à urbanização e onde
trito de Perus, pertencente à subprefeitura de mesmo nome, haja interesse público ou privado em produzir Empreendi-
será implantada a Habita Jardim da Paz, uma habitação de mentos de Habitação de Interesse Social”, segundo a lei n.º
interesse social que terá tipologias habitacionais. Estas va- 16.050, de 2014.
riam na quantidade de unidades por edificação, com um As especificidades da Habitação de Interesse Social, da
jardim em uma quadra aberta marcando um paisagismo sig- casa como provisão de segurança física e psicológica, a iden-
nificativo, atendendo a população local de baixa renda em tidade do lugar, senso pertencimento à comunidade, relação
situação de vulnerabilidade, principalmente no cenário pós- do ser humano com a natureza, são os principais conceitos
-pandemia. desenvolvidos na proposta, que foram estudados e desenvol-
O lote escolhido está localizado na Rua Ilha da Vitória vidos por autores como Andréia M. S. Maia, Gaston Bache-
e na Rua Argélia e possui uma área de 19.524,67 m², em uma lard, Harold M. Proshansky, Abbe K. Fabian, Robert Kaminoff,
zona classificada como ZEIS-2 (Zona Especial de Interesse So- Bruno H. O. Santos, Keila C. Silva, Yanina M. Sammarco e
cial-2) que “são áreas caracterizadas por glebas ou lotes não Renato Balbim.
14 habita jardim da paz

justificativa
No Brasil não havia grandes manchas de urbanização a oportunidade de desenvolver outras habilidades que não
até o fim do século XIX, quando a migração das populações tenham apenas o foco na subsistência, tema este investigado
para as cidades começou a aumentar. A produção de habita- por Bachelard. Essa é uma temática que atravessa o tempo,
ção nesse período era totalmente privada e a população de sendo este um dos fatores que a torna relevante.
baixa renda possuía acesso a moradias através de aluguéis. Por ser periférica, a região de Perus/Anhanguera apre-
A Lei do Inquilinato, de 1942, estabeleceu o congelamento senta grandes demandas sociais, econômicas e de equipa-
dos aluguéis, tornando o que era uma fonte de lucro dos pro- mentos, como será observado nas análises desenvolvidas
prietários em um negócio sem rentabilidade. Com isso, os mais à frente. Foi observada a presença, em grande parte
detentores de capital pararam de produzir moradias para fins de seu território, de habitações e loteamentos irregulares,
de locação, fomentando a Crise de Moradia. Começa assim a que se tornam um fator de demanda por moradias dignas
participação do Estado como principal ator na produção de para a população local. Apesar de sua localização afastada,
habitações para a população com baixa renda. há vantagem da região possuir fácil acesso ao centro da cida-
A questão da habitação é muito importante, pois é a de através da linha ferroviária.
base para o desenvolvimento do indivíduo, dando ao sujeito
habita jardim da paz 15

Referente ao lote de implantação do projeto, no seu moradores dessas áreas, tornando isso um fator positivo para
lado oeste, encontra-se a comunidade Jardim da Paz, que a adesão da população ao projeto de habitação.
tem se expandido ao sul, chegando perto do Rodoanel Mário Frente às questões ambientais, de preservação e sus-
Covas (trecho oeste), com invasões e construções de edifica- tentabilidade, muito fortes na região de Perus, como anali-
ções irregulares. Circunvizinha ao lote, encontra-se também sado adiante no trabalho, a existência nas proximidades, do
a comunidade Recanto do Paraíso, que foi, através do Plano antigo aterro Bandeirantes, que possui uma futura proposta
Municipal de Habitação, sendo abastecida com água, coleta de implantação de um parque e o Parque Anhanguera que é o
de esgoto, energia elétrica e pavimentação, criando prece- maior do município de São Paulo, traz à região a necessidade
dente para a urbanização de outras comunidades, que não de continuidade deste corredor verde, o que será explorado
apresentem saneamento básico, e também à realocação de junto ao projeto de habitação.

objetivos
GERAIS ESPECÍFICOS
Redução da vulnerabilidade habitacional. Promoção de habitações que promovam condições urba-

nas básicas.
Realocação da população presente nas áreas sem sanea-

mento básico.
Aumento das áreas verdes da cidade. Estímulo à continuidade do corredor verde, criado inicial-
mente pelo Parque Anhanguera e futuro Parque no aterro
dos Bandeirantes.
Promoção de Qualidade de Vida Conservação do senso de pertencimento à comunidade

devido a proximidade da moradia anterior.
Manutenção e favorecimento da identificação local e pro-

dução de memórias do lugar.
Oferta de espaços de vivência em comunidade.

metodologia
Com o propósito metodológico para a elaboração des- escolhido para o projeto. Em seguida, obras arquitetônicas
te trabalho, inicialmente foi abordada, em equipe, a análise relacionadas à temática da habitação social e arquitetura,
da região da subprefeitura de Perus. Para isso foram reali- foram estudadas, proporcionando um melhor entendimento
zadas pesquisas e produção de mapas, de acordo com cada das tipologias, materialidades e outros fatores que a envol-
tema proposto, análises textuais baseadas na leitura urbana vem.
e diagnóstico dos usos da cidade. Essa etapa foi concluída Sintetizando todo o material produzido até este pon-
com um brainstorm de potencialidades e fragilidades da re- to, foi preparado o estudo preliminar do projeto, com a des-
gião, com suas classificações e em que fase se encontram. crição do partido arquitetônico, o programa de necessidades
A partir deste ponto, de forma individual, iniciou-se e fluxograma, incluindo também o estudo de implantação da
a produção dos elementos textuais, partindo de pesquisas volumetria com análises da insolação e ventilação. Com todo
de referenciais teóricos para fundamentação da proposta. o estudo do lugar, estudos de caso e estudo preliminar finali-
Complementar a isso, foi feito o estudo do lugar abrangendo zados, iniciou-se o desenvolvimento do projeto de habitação
a análise técnica (topografia e dimensionamentos) do lote e toda sua representação gráfica.

referencial teórico
Este referencial teórico, seguindo as diretrizes da dis-

ciplina de TCAU-II, foi estruturado em três listas, sendo elas:
de conceitos e classificações pertinentes ao tema, de obras
arquitetônicas importantes para o tema e de leis que se apli-
cam ao projeto, estando estas separadas pelas esferas fede-
ral, estadual e municipal.
conceitos
Habitação de Interesse Social - “A Habitação de Interes- substantivas e estruturais da identidade de lugar - em que
se Social é aquela destinada ao atendimento habitacional cognições ela consiste e como elas estão relacionadas -
das famílias de baixa renda, especificamente financiada sem dúvida variam com sexo, idade, classe social, perso-
pelo Poder Público e visam em sua maioria atender ao nalidade e outros descritores sociais do indivíduo. Como
maior número de famílias a um menor custo possível, e uma estrutura duradoura e mutável, a identidade do lugar
são executados sem critérios mínimos de qualidade de será modificada ao longo do ciclo de vida do indivíduo e
projeto sob o ponto de vista do projetista.” (MAIA, 2016, não está vinculada a nenhuma das categorias acima men-
p. 10). cionadas.” (PROSHANSKY; FABIAN; KAMINOFF, 1983, p.
60, tradução nossa).²
A casa como provisão física e psicológica - “Sem ela, o
homem seria um ser disperso. Ela o mantém através das Pertencimento à Comunidade - “À comunidade também
tempestades dos céus e através das tempestades da vida. se associada à ideia de pertencimento. Na atualidade não
É corpo e alma. É o primeiro mundo do ser humano. Antes “ter” uma comunidade significa não pertencer, estar des-
de ser “lançado ao mundo”, como afirma certa metafísi- protegido e fadado a viver uma vida de riscos e incerte-
ca apressada, o homem é colocado no berço da casa. E zas. Por outro lado, pertencer, integrar um grupo e esta-
sempre, em nossos devaneios, a casa é um grande berço. belecer vínculos e compromissos de longo prazo, significa
Uma metafísica concreta não pode negligenciar esse fato ver-se comprometido com uma escolha, o que significa
simples, tanto mais quanto esse fato é um valor, um va- abrir mão de parcela da liberdade individual.” (SANTOS,
lor importante, ao qual voltamos em nossos devaneios. O 2014, v. 12. p.117).
ser já é um valor. A vida começa bem, começa fechada,
protegida, toda quentinha no seio da casa.” (BACHELARD, Relação do ser humano com a natureza - “Somos produ-
1958, p. 7, tradução nossa).¹ tos da natureza que nos cerca, ao mesmo tempo em que,
pela racionalidade, transformamos esse todo natural, po-
Identidade do Lugar - “é melhor pensar como um pot- rém, entre todos os seres vivos, de certo, o ser humano é
-pourri de memórias, concepções, interpretações, ideias aquele capaz de interferir em sua totalidade, inclusive de
e sentimentos relacionados a configurações físicas especí- modo consciente”. (SILVA, K. C; SAMMARCO, Y. M., 2015,
ficas, bem como tipos de configurações. As propriedades v. 14, p. 8).

referencial teórico | conceitos
HIS 1 - Para o atendimento por Habitação de Interesse perior a R$ 7.272,00 (sete mil duzentos e setenta e dois
Social nessa categoria a renda familiar mensal máxima é reais) e igual ou inferior a R$ 12.120,00 (doze mil cento e
de R$3.636,00 (três mil seiscentos e trinta e seis reais). - vinte reais). - Decreto Municipal nº 61.218, de 6 de abril
Decreto Municipal nº 61.218, de 6 de abril de 2022. de 2022.
HIS 2 - Para o atendimento por Habitação de Interesse Locação Social - “consiste em um programa ou ação do
Social nessa categoria a renda familiar mensal deve ser Estado, podendo haver parceria com o setor privado, para
superior a R$ 3.636,00 (três mil seiscentos e trinta e seis viabilizar o acesso à moradia por meio de pagamento de
reais) e igual ou inferior a R$ 7.272,00 (sete mil duzentos taxas e/ou “aluguel”. Estes pagamentos podem ser ou
e setenta e dois reais). - Decreto Municipal nº 61.218, de não subsidiados, de maneira direta (orçamento) ou indi-
6 de abril de 2022. reta (contribuições e diferentes taxas cobradas em um
parque locatício com tipologias diversas), sem haver a
HMP - Para o atendimento por Habitação de Interesse So- transferência de propriedade do imóvel para o beneficiá-
cial nessa categoria a renda familiar mensal deve ser su- rio.” (BALBIM, 2015, p. 12).

obras
Habitações Populares Vila Solarium Unidade de Habitação
TAU Arquitetos + Le Corbusier
Francisco Fernandes Arquiteto
Figura 1 - Habitações Populares Vila Solarium Figura 2 - Unidade de Habitação de Marselha
Fonte: Guilherme Uemura, 2022. Fonte: Wojtek Gurak, 2009.
Localizada no interior de São Paulo, na cidade de Bra- Projetada e construída após a Segunda Guerra Mun-
gança Paulista, as Habitações Populares Vila Solarium foram dial, a Unidade de Habitação localizada em Marselha na
construídas com a intenção de promover residências multi- França, teve o intuito de proporcionar moradias para pessoas
familiares com um custo mais acessível. A área do lote é de que foram realocadas após atentados. Além das moradias,
979 m² e compreende doze unidades habitacionais de 82 m². o projeto possui áreas comuns de lazer e que promovam a
O entorno do lote possui vegetação abundante e tomando o vivência em comunidade. O projeto é de uma torre com de-
partido da topografia que apresenta uma inclinação, a pro- zoito pavimentos capaz de acomodar 1600 moradores e com
posta de diferentes volumes por unidade habitacional e im- as áreas funcionais do prédio na cobertura, dando aos demais
plantação das mesmas, criaram dentro de cada uma vistas pavimentos uma área útil maior para as moradias.
únicas.

referencial teórico | obras
Sobrados Novo Jardim Habitação Social em Paris

Jirau Arquitetura Bigoni Mortemard
Figura 3 - Sobrados Novo Jardim Figura 4 - Habitação Social em Paris
Fonte: Antonio Preggo, 2016. Fonte: Bigoni Mortemard, 2018.
Os Sobrados Novo Jardim estão localizados em Caru- Edificação de habitações sociais que estão na cidade
aru, Pernambuco, em um loteamento com área de 1275 m². de Paris, ocupando uma área de 3679 m² em uma esquina. O
Aproveitando ao máximo o lote, foram projetadas seis uni- desenho da planta do edifício propõe dobras que geram uma
dades habitacionais geminadas com saída independente para fachada dinâmica e ainda mais com a aplicação de cortinas
a rua, mas como é um condomínio, uma praça foi proposta de alumínio que devido a necessidade ou vontade do mora-
como área comum dos moradores e da população ao redor, dor podem ser abertas ou fechadas. Com essas “dobras” na
porém essa proposta foi declinada pelo órgão municipal de fachada cria-se dentro dos apartamentos vistas diferenciadas
aprovação. Os arquitetos tomaram partido da frente e trás que não seriam possíveis, caso o edifício tivesse uma fachada
de cada habitação para gerar a ventilação cruzada e também linear.
utilizaram de aberturas no teto para o aproveitamento da
iluminação zenital.

Habitação Social Wirton Lira Complexo Residencial Saint-Michel Nord

Jirau Arquitetura Saia Barbarese Toupouzanov Architectes
Figura 5 - Habitação Social Wirton Lira Figura 6 - Complexo Residencial Saint-Michel Nord
Fonte: Jirau Arquitetura, 2012. Fonte: James Brittain, 2020.
Na zona urbana de Caruaru, está localizada a Habita- O Complexo Residencial Saint-Michel Nord está em
ção Social Wirton Lira, em uma área de 70.200 m² com 1300 uma área de 22.800 m² com 185 unidades habitacionais em
unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida. A tipologia de Montreal, no Canadá. Originalmente as edificações desse
volumetria adotada é de um gabarito mais baixo e o projeto conjunto foram projetadas pelo arquiteto Philip Bobrow da
propõe três configurações, uma casa com dois quartos (58 década de 70, porém devido ao desgaste dos prédios a pro-
m²), dois quartos sendo um suíte (61 m²) e três quartos sendo posta contemporânea foi reformar todo o complexo. As edifi-
um suíte (73 m²). O diferencial desse projeto está não apenas cações centrais foram removidas dando espaço para uma rua
na variedade de metragem, mas na possibilidade prevista de e praça no centro do lote e para manter a mesma quantidade
expansão das habitações pelos seus moradores. de unidades, a oito dos demais prédios foi acrescentado mais
um pavimento. Sendo a praça central um fator importan-
te relacionado à sensação de segurança por ser uma quadra
aberta.

Moradias Infantis Centre Village

Rosenbaum + Aleph Zero 5468796 Architecture +
Cohlmeyer Architecture Limited
Figura 7 - Moradias Infantis Figura 8 - Centre Village
Fonte: Leonardo Finotti, 2017. Fonte: James Brittain, 2010.
No bioma cerrado, em Tocantins, no Formoso do Ara- Em Winnipeg, no Canadá, foram construídas 25 uni-
guaia, foram construídas as Moradias Infantis. A implantação dades habitacionais que estão dentro de um projeto de re-
desse programa está em uma área de 23.344 m² e tem como qualificação de bairros negligenciados da cidade. O lote em
objetivo o fornecimento de espaços para os alunos de Canu- formato de L, comportava seis casas e com a proposta do
anã. O projeto contempla áreas comuns com um paisagis- uso máximo do terreno passou para 25 moradias, isso se deu
mo marcante e equipamentos de recreação para as crianças, através da desconstrução da volumetria e a verticalização
além de elementos vazados e descontinuidade de paredes em três pavimentos trazendo ao projeto um uso inteligente
que geram a continuidade visual e o dinamismo da volumetria da área disponível não somente para as unidades, mas tam-
interna à cobertura. Do ponto de vista mais macro, o volume bém para áreas comuns, estimulando a vivência em comuni-
proposto é visualizado como uma lâmina e também devido a dade.
materialidade utilizada, a construção se mistura com a paisa-
gem.

Conjunto Habitacional do Jardim Edite Quinta Monroy

MMBB Arquitetos + H+F Arquitetos Elemental / Alejandro Aravena
Figura 9 - Conjunto Habitacional do Jardim Edite Figura 10 - Quinta Monroy
Fonte: MMBB, Nelson Kon, 2013. Fonte: ELEMENTAL, 2003.
Em um dos principais centros financeiros e de serviços, Com o problema de realocar pessoas que estavam vi-
na cidade de São Paulo, foi implantado, onde antes era uma vendo ilegalmente em um terreno e com uma limitação de
favela, o conjunto Habitacional do Jardim Edite. O projeto orçamento para a produção de uma residência com uma me-
possui uma área total construída de 25.500 m², com 252 Uni- tragem adequada para as famílias, a solução proposta pelo
dades Habitacionais de 50 m². O Restaurante Escola tem 850 arquiteto da Quinta Monroy, no Chile, foi projetar metade
m², a Unidade Básica de Saúde, 1300 m², e a Creche, 1400 da edificação com previsão de expansão, tanto verticalmen-
m². Os arquitetos projetaram três torres e duas edificações te quanto horizontalmente. Neste projeto a habitação não é
em lâmina, trazendo uma variação na volumetria e promo- tratada somente como um meio de se proteger do ambiente
vendo uma mistura dos edifícios com o entorno que apresenta externo, mas também um meio de tratar a pobreza sendo um
um alto gabarito de altura. Além disso, no seu programa apre- caminho para sua superação.
senta um Restaurante Escola, uma Unidade Básica de Saúde e
uma Creche, serviços voltados para os moradores e vizinhos,
inserindo o conjunto na comunidade.

referencial teórico | leis federais
leis federais
ABNT NBR 9050:2020. Acessibilidade a edificações, mo- - SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse
biliário, espaços e equipamentos urbanos. Social - FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS.
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Lei Federal nº 11.977, de 7 de julho de 2009. Dispõe
sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV e a
Emenda Constitucional nº 90, de 15 de setembro de regularização fundiária de assentamentos localizados em
2015. Dá nova redação ao art. 6º da Constituição Federal, áreas urbanas; altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de
para introduzir o transporte como direito social. Consti- junho de 1941, as Leis nos 4.380, de 21 de agosto de 1964,
tuição da República Federativa do Brasil de 1988: Título 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.036, de 11 de maio
II Dos Direitos e Garantias Fundamentais. Capítulo II Dos de 1990, e 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Medida Pro-
Direitos Sociais. visória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências.
Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dis-
põe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Pro- Lei Federal nº 14.118, de 12 de janeiro de 2021. Insti-
vidências. tui o Programa Casa Verde e Amarela; altera as Leis n os
8.036, de 11 de maio de 1990, 8.100, de 5 de dezembro
Lei Federal nº 10.188, de 12 de fevereiro de 2001. Cria de 1990, 8.677, de 13 de julho de 1993, 11.124, de 16 de
o Programa de Arrendamento Residencial, institui o ar- junho de 2005, 11.977, de 7 de julho de 2009, 12.024, de
rendamento residencial com opção de compra e dá outras 27 de agosto de 2009, 13.465, de 11 de julho de 2017,
providências. e 6.766, de 19 de dezembro de 1979; e revoga a Lei nº
13.439, de 27 de abril de 2017.
Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regu-
lamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, es- Projeto de Lei Federal nº 2.074, de 15 de julho de 2022.
tabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras Dispõe sobre a locação social de imóveis residenciais para
providências. famílias de baixa renda com o objetivo de reduzir o défi-
cit habitacional.
Lei Federal nº 11.124, de 16 de junho de 2005. Dispõe
sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

referencial teórico | leis estaduais
leis estaduais
Decreto Estadual nº 63.911, de 10 de dezembro de ticipação do Estado no Sistema Nacional de Habitação de

2018. Institui o Regulamento de Segurança Contra Incên- Interesse Social - SNHIS, cria o Conselho Estadual de Ha-
dios das edificações e áreas de risco no Estado de São bitação - CEH, institui o Fundo Paulista de Habitação de
Paulo e dá providências correlatas. Interesse Social - FPHIS e o Fundo Garantidor Habitacional
- FGH, e dá providências correlatas.
Decreto Estadual nº 21.592, de 3 de novembro de 1983.
Cria a Secretaria Executiva de Habitação do Estado de São Decreto Estadual nº 62.113, de 19 de julho de 2016.
Paulo. Define os parâmetros de priorização para seleção da de-
manda de beneficiários das unidades habitacionais a se-
Lei Estadual nº 10.365, de 2 de setembro de 1999. Au- rem edificadas na execução do Programa Minha Casa Minha
toriza o Estado de São Paulo a implantar Programa de Lo- Vida, inserido no Programa Nacional de Habitação Urba-
cação Social na forma que especifica. na, com participação do Estado de São Paulo por meio
de recursos do Fundo Paulista de Habitação de Interesse
Lei Estadual nº 12.276, de 21 de fevereiro de 2006. Social - FPHIS.
Dispõe sobre a alienação dos imóveis financiados pela
Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Decreto Estadual nº 64.419, de 28 de agosto de 2019.
Estado de São Paulo - CDHU no curso do contrato de finan- Institui, junto à Secretaria da Habitação, o Programa Nos-
ciamento. sa Casa e dá providências correlatas.
Lei Estadual nº 12.801, de 15 de janeiro de 2008. Au-

toriza o Poder Executivo a adotar medidas visando à par-

referencial teórico | leis municipais
leis municipais
Lei Municipal nº 16.050, de 31 de julho de 2014. Apro- Lei Municipal nº 17.638, de 9 de setembro de 2021.
va a Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor Disciplina o Programa Pode Entrar, estabelecendo regras,
Estratégico do Município de São Paulo e revoga a Lei nº mecanismos e instrumentos para sua operacionalização.
13.430/2002.
Lei Municipal nº 16.642, de 9 de maio de 2017. Aprova
Lei Municipal nº 16.402, de 22 de março de 2016. Dis- o Código de Obras e Edificações do Município de São Pau-
ciplina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no lo; introduz alterações nas Leis nº 15.150, de 6 de maio de
Município de São Paulo, de acordo com a Lei nº 16.050, 2010, e nº 15.764, de 27 de maio de 2013.
de 31 de julho de 2014 – Plano Diretor Estratégico (PDE).
Decreto Municipal nº 57.776, de 7 de julho de 2017.
Decreto Municipal nº 59.885, de 4 de novembro de Regulamenta a Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017, que
2020. Estabelece disciplina específica de parcelamento, aprovou o Código de Obras e Edificações do Município de
uso e ocupação do solo, bem como normas edilícias para São Paulo; define os membros da Comissão de Edificações
Habitação de Interesse Social, Habitação de Mercado Po- e Uso do Solo – CEUSO.
pular, Empreendimento de Habitação de Interesse Social -
EHIS, Empreendimento de Habitação de Mercado Popular Decreto Municipal nº 61.218, de 6 de abril de 2022.
- EHMP e Empreendimento em Zona Especial de Interesse Define os valores de renda familiar para atendimento por
Social - EZEIS, nos termos das Leis nº 16.050, de 31 de Habitação de Interesse Social – HIS e Habitação de Merca-
julho de 2014, nº 16.402, de 22 de março de 2016 (LPUOS) do Popular – HMP, nos termos do parágrafo único do artigo
e nº 16.642, de 09 de maio de 2017 (COE). 46 da Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014.

estudo do lugar
Neste capítulo, é retratado o estudo do lugar, no qual

são apresentados leituras e análises sob as óticas do passado,
presente e futuro da região da subprefeitura de Perus.
Essa primeira abordagem do lugar foi realizada em
grupo, com os seguintes integrantes: Amanda Cavalcante,
Débora Bispo, Joyce Lopes e Tainá Cavalcante.
passado
Olhar para o passado ajuda a entender o caminho per-

corrido para se chegar no resultado visto no presente e res-
salta a importância de pontos que passariam despercebidos.
Nesta seção, é apresentada uma leitura sobre a histó-
ria de Perus, destacando marcos importantes que refletem
ainda hoje na realidade da subprefeitura.

passado
história
No Século XVII, no noroeste da cidade de São Paulo, Nesse período, Perus foi cenário de exploração de mi-
surgia através de grupos de exploração de terras, o início do nério, chegada de transporte ferroviário (Perus-Pirapora)
que atualmente temos conhecido por Perus, o local foi atra- palco de passagem para tropeiros, indústria cimenteira (Fá-
ção para aqueles que buscavam ouro na encosta da monta- brica de cimento Portland Perus), greves (Queixadas) e um
nha, sendo sua nascente Pico do Jaraguá e córrego Santa Fé. Parque “Anhanguera” (o maior do município de São Paulo).
No decorrer de três séculos, sua transformação se deu Seu nome foi trocado de Santa Fé para Perus pela ação
de algumas pequenas famílias com muitas terras, Fazenda de uma senhora, “Dona Maria” ao receber os tropeiros e via-
dos Pires (voltada a produção vinícola) e Fazenda Ajuá (de- jantes com deliciosas refeições e essa possuía uma criação de
dicada a cereais), para um local chamado de vila, posterior- perus.
mente bairro, distrito, levando por último o título de subpre-
feitura.

passado
linha do tempo
Figura 11 - Rancho Grande Figura 13 - Orenstein & Koppel
dos Tropeiros locomotiva da Cia. Brasileira
José João Abdalla as-
de Cimento Portland Perus. Figura 15 - Vista áerea Perus sume a gestão da in-
dústria cimenteira,
24 de abril inaugura- junto com a ferrovia,
ção da companhia de pedreira de calcário,
cimento “Portland Pe- Sítio Santa Fé. Início do
rus” principal produto- crescimento dos bair-
Ferroviária da São ra de cimento, que foi ros no distrito Anhan-
Fonte: Pintura de Benedito Paulo RAILWAY - Atual usado na construção de guera com lentidão até
Calixto (1921)³ CPTM - linha 7 rubi. Fonte: Wikiwand⁵ Brasília. Fonte: Regional News⁷ 1970.
Chamado de Sítio Fa- Figura 12 - Locomotiva De- Estrada de ferro Perus- Figura 14 - Fábrica de cimen- 21 de setembro Perus Figura 16 - José João Abdalla
zendinha e localizado cauville -Pirapora (EFPP). Fábri- to Portland torna-se um distrito
no noroeste do distrito ca de pólvora erguida após o desmembra-
da Freguesia do Ó, fre- a uns duzentos metros mento do distrito de
quentado pelos tropei- da estação de Perus. Nossa Senhora do Ó.
ros que faziam do lugar A fábrica foi a prin-
caminho de passagem. cipal fornecedora
de munição para o
sistema de defesa
Fonte: Wikiwand⁴ Fonte: Brasiliana Fotográfica⁶ Fonte: Centro de Memórias
no Porto de Santos. Queixadas⁸

passado
Figura 21 - Foto panorâmica

Figura 19 - Parque Anhanguera. da Fábrica de Cimento.
Figura 17 - Greve de Perus
O Abertura das valas

clandestinas no Cemi-
tério Dom Bosco onde
foram encontradas
Início das atividades 1.049 ossadas de víti-
Término da greve com Fonte: Áreas Verdes das Ci- do aterro sanitário do Fonte: Diego Vernille da Silva e mas da repressão des-
Fonte: Acervo UNICAMP. algumas conquistas. dades⁹ Bandeirantes. Alexandre Delijaicov 2011¹¹. de a década de 1970.
14 de maio, ocorre uma Figura 18 - Queixadas em 25 de julho inaugu- Figura 20 - Aterro dos Bandei- Fechamento total da Figura 22 - Abertura da vala
greve das 4 empresas passeata nas ruas de São ração do Parque da rantes. fábrica de cimento por clandestina do Cemitério
Paulo. Dom Bosco.
do grupo JJ Abdalla Anhanguera. pressão popular, que
pelo desleixo do ma- buscava melhoria sala-
joritário, que ficou co- rial e ambiental
nhecida como a “Greve
dos Queixadas”.
Fonte: Acervo UNICAMP. Fonte: LOGA¹⁰. Fonte: Memorial da Resistên-

cia de São Paulo¹².

passado
Tombamento da Fábri-
ca de cimento Perus
como Patrimônio His- Figura 27 - População no CEU
Figura 25 - Aterro dos Bandei- Perus - Discussão do futuro do
Figura 23 - Foto panorâmica
tórico da cidade de São rantes. patrimônio do bairro.
de Perus. Paulo, e todo o perí-
metro da fábrica, uma
área de 23 alqueires Luta dos moradores
e 16.770m2 de área para transformar as
construída, de cem ca- ruínas da Fábrica de ci-
sas e um perímetro de mento de Perus em um
vinte milhões de pés Centro Cultural e de
de eucalipto do lado do Fonte: Áreas Verdes das Ci- Memória aos trabalha- Fonte: Nelson Vicente de
Fonte: Acervo UNICAMP. Parque Anhanguera. dades⁹ dores da época. Souza¹⁴.
Grande crescimento no Figura 24 - Foto panorâmica Fim das atividades do Figura 26 - Movimento pela Audiência pública pela
distrito de Anhanguera, da Fábrica de Cimento. aterro sanitário Ban- Fábrica de Perus. reivindicação da mu-
forçando a chegada de deirantes. dança do PDE, o qual
energia elétrica, asfal- mudou a área para ZEIS
to e transporte coleti- e ZM (habitação e mis-
vo. to) com a reprovação
dos moradores bus-
cando para os distritos
cultura, saúde e edu-
Fonte: Acervo UNICAMP. Fonte: LOGA¹³. cação, não habitação e
a mudanças regida por
alguma indústria de in-
teresse.

passado
Hoje depois de 89 anos, após seu desmembramento

em 1934, com conquistas e derrotas, a região tem força e
expectativas, para resolver as mais diversas questões que,
diariamente, os moradores de Perus e Anhanguera enfrentam
por ser um local carente de qualidade de serviços públicos,
como hospitais, teatros, cinemas, universidades, linhas de
ônibus, metrô, asfalto, saneamento básico, dentre outros.
Tudo isso mostra como no presente momento há ainda muito
a se fazer para o benefício da população local.

presente
demarcação territorial
Com o propósito de aplicar políticas públi- espaço, seja ela pela formação do assentamento humano du-
cas, desenvolver projetos urbanos e arquitetônicos rante o tempo, como, por exemplo os bairros, ou seja ela
e ainda outras ações, é de extrema importância que desenhada pelos indivíduos, sociedade e validada pelo poder
haja a leitura urbana dos seus espaços e seus limites. público, como o zoneamento. A seguir serão feitas leituras
Nesta seção, a leitura é realizada através da demar- e análises desses mapeamentos, tornando possível ter uma
cação territorial, seja ela natural, como pela topografia do visão inicial do território.

Mapa 1 - Cidade de São Paulo - Subprefeitura de Perus
localização
No Noroeste da cidade de São Paulo, com ter-

ritório de 57,2 km², está localizada a Subprefeitu-
ra de Perus, que contém dois distritos, um de mes-
mo nome, Perus, e o outro distrito, Anhanguera.
Em 2022, sua população chegou a 146 mil, que corresponde a
1,3% de habitantes do município de São Paulo e com um IDH
Fonte: Elaborado pelo grupo.
Utilizando o software QGIS
correspondente a 0,772 (médio).

Mapa 2 - Distância de Perus do Marco Zero de São Paulo
distância do marco zero
O seu território é delimitado por cinco municí-

pios do Estado de São Paulo, tornando-se um centro po-
tencial para propostas e resoluções com esses municípios.
O ponto da Subprefeitura, com o marco zero no município de
São Paulo, marca uma distância de 20 km, uma referência
Utilizando o software QGIS geográfica que mostra proximidade ao centro do município.

Mapa 3 - Cidade e Subprefeituras vizinhas
cidades e subprefeituras
vizinhas
Com variações de relevo, a subprefeitura de Pe-

rus é delimitada em sua maior extensão com o mu-
nicípio de Caieiras e faz essa conexão através de al-
gumas vias como a Bandeirantes, Raimundo Pereira
Magalhães, Estrada do Pinheirinho e Ernesto de Faria.
Perus também faz divisa com a subprefeitu-
ra do Jaraguá. Entre elas fica notória uma di-
visão mais precisa pela Rodovia Mário Covas.
Anhanguera, distrito da subprefeitura, em sua maior exten-
são, é vizinho de cinco municípios do estado que são: Caiei-
ras, Cajamar, Santana de Parnaíba, Barueri e Osasco, que são
delimitados através dos corredores ecológicos, assim como
também a subprefeitura do Jaraguá.


Mapa 4 - Limites dos Distritos de Anhanguera e Perus
distritos da subprefeitura
A subprefeitura de Perus possui dois distritos, Perus e

Anhanguera. Essa delimitação territorial acontece quase que
pelo contorno da Rodovia dos Bandeirantes, que fica dentro
do distrito de Perus, deixando a maior parte da Mata Ombró-
fila Densa no de Anhanguera. Outro fator de delimitação dos
distritos se dá pelos corredores ecológicos e topografia.


bairros existentes Mapa 5 - Bairros existentes
Existe uma divisão que considera cerca de 44 bair-

ros na subprefeitura de Perus, contudo os polígonos dispo-
níveis para essas demarcações, os aglomeram em 14 bair-
ros (segundo Google Maps). Os mais conhecidos são: Jardim
Anhanguera, Vila Jaraguá, Jardim Jaraguá e Parque Morro
Doce, no distrito de Anhanguera; e Recanto dos Humildes,
Vila Perus, Vila Caiúba e Jardim Russo no distrito de Perus.
Ao observar a divisão existente dos bairros é possível perce-
ber que eles não seguem uma lógica, pelo menos não notável
como as modificações atuais e crescentes dos últimos anos da
região.


Mapa 6 - Divisão territorial dos bairros do distrito de Perus
Uma das rodovias mais importantes da cidade, a Ban-

deirantes, corta a subprefeitura, porém não foi utilizada na
separação dos distritos. É provável que essa separação seja
mais antiga que a interligação dos municípios por meio desta.
A divisão dos distritos de Perus e Anhanguera res-
peita as curvas topográficas, o mesmo não ocorre com os
bairros. Dois desses estão presentes em mais de um distri-
to, como exemplo o bairro Vila Jaraguá, que inclusive faz
parte dos distritos vizinhos de Jaraguá e São Domingos.
As fronteiras ao norte da subprefeitura respeitam o
curso do Rio Juqueri, importante afluente do Rio Tietê e que
serve para abastecimento da região da Grande São Paulo e
extrema zona norte. As demais fronteiras não respeitam nem
Fonte: Elaborado pelo grupo. limites geográficos, nem viários.

Mapa 7 - Macrozonas
macrozonas
Pertencente a região Norte 2, a Subprefeitura de Pe-

rus, abrange duas partes de duas macrozonas, a Macrozo-
na de Proteção e Recuperação Ambiental (MPRA) e a Ma-
crozona de Estruturação e Qualificação Urbana (MEQU),
sendo que a última encontra-se concentrada no distri-
to de Perus, à leste do território, e sua extensão é su-
perior a mesma macrozona no distrito de Anhanguera.
No distrito de Perus a MEQU forma um núcleo que
abrange da rua Antônio de Pádua Dias, ao norte do terri-
tório, à avenida Raimundo Pereira de Magalhães, ao les-
te e sul do território, encontrando com a rua Carlos Ma-
rin, próxima a Av. dos Bandeirantes, à oeste, sendo assim,
nas partes de ligação aos distritos vizinhos fica a MPRA.
Já no distrito de Anhanguera existe uma extensão terri-
torial superior da macrozona de Proteção e Recuperação Am-
biental, deixando a abrangência da MEQU a partir da rua Dr.
José Leal Mascarenhas terminando na via Anhanguera, fazen-
do um corte de norte a sul, separando MPRA em duas partes.


Mapa 8 - Zonas urbano e rural
zonas urbano e rural
No distrito de Perus a área destinada a zona urbana é

de aproximadamente 90%, deixando apenas uma pequena fra-
ção destinada a zona rural.
Considerando a divisa dos distritos, a área da zona ur-
bana fica com aproximadamente 50% para cada distrito. Já
a zona rural está distribuída em 3 frações, a primeira, entre
a estrada de Perus e Rodovia dos Bandeirantes (sul e oeste),
em Perus, a segunda, no norte, demarcada pela divisa dos
municípios de Caieiras e Cajamar, sendo separada das zona
urbana pela via Anhanguera e fechando ao sul com a rua Rio
Paranapanema, e a terceira, ao sul e sudoeste, demarcada
pela divisa dos municípios de Santana do Parnaíba e Osasco.


macroáreas Mapa 9 - Macroáreas
A subprefeitura tem suas áre-

as demarcadas por cinco divisões de Macroáreas.
A maior parte pertence a Macroárea de Contro-
le e Qualificação Urbana e Ambiental, seguida da Ma-
croárea de Preservação dos Ecossistemas Naturais,
essas atuam para resolver baixos índices do setor so-
cioambiental, loteamentos irregulares dentre outros.
Com espaços territoriais menores, encontra-se as Ma-
croáreas de Estruturação Metropolitana, que busca respostas
ao déficit de serviços e desenvolvimento econômico na região.
Para resolver os problemas de favelas e inundações em áreas
de risco a Macroárea de Vulnerabilidade Urbana e Recupera-
ção Ambiental atua.
Finalizando com a Macroárea de Redução da Vulnerabi-
lidade Urbana, que tem como foco promover a urbanização e
regularização fundiária.


Mapa 10 - Setores da macroárea e eixos de estruturação

setores da macroárea e
eixos de estruturação
As porções que compreendem os Setores da Ma-

croárea de Estruturação Metropolitana são três, sen-
do duas delas nos eixos verticais, interligando os pontos
norte e sul do estado de São Paulo, essas ligações são fei-
tas pelas Av. Anhanguera, cortando o distrito e pela Av.
Raimundo Pereira Magalhães com a Rodovia Mário Covas.
A outra porção está localizada no eixo central do distri-
to de Perus, o qual está conectado diretamente com as áreas
do Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, está se en-
contra ao lado da Fábrica de cimento e no centro de Perus.


zoneamento Mapa 11 - Zoneamento
Ao analisar a lei de zoneamento na subprefeitu-

ra, nota-se que, com exceção da zona mista, que é es-
tabelecida em treze pontos no distrito de Perus e nove no
de Anhanguera, as demais distribuições de zoneamen-
to são maiores em quantidade na parte de Anhanguera.
Observa-se um contraste entre os distritos, com zonea-
mento predominante em serviços de estruturação e expansão
urbana em Perus e preservação, turismo e lazer em Anhanguera.
Ambos estão com zoneamento semelhantes, diferen-
ciando-os apenas em quantidade de zonas diferentes, dis-
tingue-se pelas ZCP (zona de centralidade linear) em Pe-
rus e ZEP (zona especial de preservação) Anhanguera.
A distribuição das ZEIS na subprefeitura coloca a im-
portância da parte social na habitação e atende as ZEIS -1 e
ZEIS- 2 espalhados por diversos pontos dos distritos, porém em
Perus contém mais ZEIS - 2 que Anhanguera. E suas posições
geográfica está mais Centralizado em Anhanguera do que Pe-
rus.


topografia
Mapa 12 - Topografia
Analisando os cortes verificou-se que o pon-

to mais alto da subprefeitura está aproximadamen-
te 840 m em relação ao nível do mar, enquanto o pon-
to mais baixo está a aproximadamente á 715 m.
Destacando o desnível de cerca de 125 m, nota-se que
a topografia é bem acidentada, o que dificulta a implementa-
ção das ciclovias e deslocamentos de bicicleta. O trecho mais
plano está localizado na região da estação de trem da Linha 7
10 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Figura 28 - Corte AA

Utilizando o software Google Earth Pro
Figura 29 - Corte BB


Utilizando o software Google Earth Pro

leitura urbana
A observação do território segundo alguns crité-

rios, leva à mais uma modalidade de análise do mesmo.
Nessa seção, será feita essa observação, segundo os
principais aspectos desenvolvidos por Kevin Lynch, caminhos,
limites, bairros, pontos nodais e marcos, porém no caso de
limites e bairros, a abordagem para a análise foi desenvolvi-
da sob quatro óticas, geográfica, característica, urbanistíca
e social.

leitura urbana
Mapa 13 - Classificação dos caminhos - Distrito Anhanguera
caminhos | anhanguera
As vias de eixo do distrito de Anhanguera são as de li-

gação com o resto do município e Grande São Paulo. São im-
portantes rodovias que se utilizam muito como passagem em
direção a outros distritos e pelos moradores para ir e voltar
do trabalho. A subprefeitura serve mais como dormitório visto
que não há uma grande concentração de empresas, indústrias
e comércios, se compararmos com o centro município.
As vias notáveis são Rodovia Mario Co-
vas, Rodovia Anhanguera e Rodovia Bandeirantes.
Observa-se que os marcos históricos estão presen-
tes somente no distrito de Perus, o que fica claro pelo fato
de ser mais antigo que o distrito vizinho e também não es-
tão localizados numa região de passagens importantes.
Há apenas um pequeno trecho com vias pedonais em
ambos os distritos, no de Anhanguera está ligada à uma via
comercial.


leitura urbana
caminhos | perus
Mapa 14 - Classificação dos caminhos - Distrito Perus
O caráter residencial da subprefeitura é evidenciado

pela quantidade de caminhos identificados como Outras Vias
no mapa, que representam vias predominantemente residen-
ciais. Percebe-se também que as ruas arborizadas não são mui-
tas ao comparar com a quantidade de vias nos distritos e que
são muito específicas, em Anhanguera sendo mais presentes
na região do parque. Os marcos ficam próximos dessas vias.
As vias de comércio se encontram mais concentradas
na região central de Perus, enquanto essas vias em Anhangue-
ra estão mais espalhadas e algumas próximas ao parque. As
vias estreitas estão presentes nas regiões com maior vulnera-
bilidade, enquanto as vias mais largas se encontram ao redor
do comércio ou com baixa vulnerabilidade.


leitura urbana
bairros
Bairros podem ser divididos seguindo diversos critérios,

e nessa sessão é proposto um olhar sobre essas possíveis for-
mas de dividir a subprefeitura para isso, foi feito um exercício
de subdivisão de bairros de modo diferente aos existentes.
Os critérios que foram levados em consideração são a
partir do ponto de vista geográfico, de urbanização, das ca-
racterísticas dos distritos e com base em questões sociais.

leitura urbana
bairros | geográfico
Mapa 16 - Delimitação de bairros pelas bases geográficas

Para a sugestão da divisão dos bairros de forma geográ-
fica foram utilizados os limites da subprefeitura. Foram de-
finidos bairros analisando as massas d’água (rios e lagos), as
rodovias, as vias arteriais, as ferrovias e a topografia.
Percebeu-se que em alguns casos os bairros existentes
acabavam, porém, as ruas ou massas d’água não. É provável
que os limites tivessem sido estabelecidos pelo tamanho das
casas que com o passar dos anos foram se expandindo. É pos-
sível notar o quanto esses limites são diferentes do mapa de
bairros existentes.
Mapa 15 - Barreiras físicas de delimitação de bairros


leitura urbana
bairros | características
Mapa 17 - Delimitação de bairros pela suas características
Primeiramente, é importante entender que o distrito

de Anhanguera é mais recente que Perus, possuindo maior pre-
servação ambiental, porém em Perus há maior infraestrutura.
Para sugerir uma nova divisão dos bairros foram uti-
lizadas as características das edificações da subprefeitura.
É possível observar que, seguindo os dados dos
bairros existentes, o comércio só está presente no dis-
trito de Perus, onde foram sugeridos dois bairros.
Preservando a predominância nos bair-
ros existentes, foram sugeridos três bairros in-
dustriais, assim como dez bairros residenciais.
Os bairros sem informação ou sem predominância não
puderam ser classificados por não terem dados. Novamente
nota-se o quanto essas delimitações são diferentes do mapa
de bairros existentes.


leitura urbana
bairros | urbanização
Mapa 18 - Delimitação de bairros pela sua urbanização
Para essa sugestão dos bairros foi realizada a classi-

ficação de acordo com as manchas de urbanização, gabari-
to de alturas das edificações e indústrias na subprefeitura.
É possível notar a presença de bairros industriais nos
dois distritos, mesmo que tenham uma urbanização bem dis-
tinta. A formação dos bairros no distrito de Perus é mais con-
centrada ao redor da região da estação de trem, onde está a
maior parte do comércio. Enquanto no distrito de Anhanguera
essa urbanização é mais espalhada, o que dificulta uma con-
centração de comércios.


leitura urbana
Mapa 19 - Urbanização e Gabarito de Altura
É curioso notar que a altura das edificações é maior

no distrito de Anhanguera, com várias construções che-
gando até os 20 metros. Quando em Perus as edifica-
ções seguem o mesmo padrão mais baixo de altura, entre
2 e 5 metros de altura. Os pontos de verticalização têm
maior densidade populacional. De forma geral, existe uma
concentração baixa/média da população nos distritos.
Comparando os últimos dados atualizados sobre a
subprefeitura e a visualização do Google Earth, verifica-se
que a cidade teve uma expansão nos últimos anos. Notável
pela divisão dos bairros sugeridos.


leitura urbana
bairros | social
Mapa 20 - Delimitação de bairros com base no social
Para análise foi utilizado o critério da observação pelo

Google Earth, então os tipos de telhados, a largura das ruas,
as áreas de vulnerabilidade, organização dos bairros existen-
tes, entre outros foram examinados. Levando em considera-
ção que a comparação foi feita dentro da subprefeitura, foram
separadas em níveis as definições do padrão das construções,
sendo o Nível 1 o mais baixo e o Nível 5 o mais alto padrão.
Observou-se que nas áreas de maior vulnerabilidade so-
cial há predominância de coberturas que utilizam telhas de
amianto e fibrocimento (mais acessíveis), assim como ruas
mais estreitas e não asfaltadas. Já nas áreas com um padrão
mais elevado, nota-se que os lotes são bem maiores, as cober-
turas feitas com telhas de cerâmica, residências com piscinas,
as ruas são mais organizadas e largas, todas são asfaltadas.
E nas áreas com um padrão médio de construção e com uma
vulnerabilidade mais baixa percebe-se que há uma mistura
dos elementos citados.
Há ruas asfaltadas, porém de tamanhos diferentes,
existem coberturas de cerâmica e em amianto (maior quanti-
dade). São regiões que parecem terem sido adaptadas confor-
me o crescimento dos distritos.


leitura urbana
Mapa 21 - Principais Marcos dentro da Subprefeitura de Perus
marcos
Os marcos da região são o Cemitério Dom Bos-

co, o Sindicato dos Trabalhadores e a Fábrica de Cimento.
O Cemitério Dom Bosco tornou-se um marco por ter
sido o início do processo de reconhecimento do Estado às
violações ocorridas no período da ditadura militar. O pro-
cesso de reconhecimento das ossadas acontece até hoje.
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Cimento
e Gesso de São Paulo teve sua sede tombada em 1992 por seu
marco na história da luta dos movimentos trabalhistas e sociais.
Já a Fábrica de Cimento Portland Perus teve seu perí-
metro tombado em 1992. Desde então os moradores e traba-
lhadores da região cobram para que o local seja dedicado as
famosas lutas sindicais com um projeto que promova cultura
e lazer.


leitura urbana
pontos nodais
Figura 30 - Parque Municipal Figura 32 - Fábrica de Cimen- Figura 34 - Estação de Trem

Anhanguera. to de Perus. Perus.
Fonte: Vamos caminhar¹⁵. Fonte: Portal Aprendiz¹⁶. Fonte: Metro CPTM¹⁷. Segundo Kevin Lynch, pontos nodais “são pontos, locais
estratégicos de uma cidade, através dos quais o observador
pode entrar e constituem intensivos focos para os quais e dos
Figura 31 - Praça do Samba. Figura 33 - CEU Perus. Figura 35 - CEU Parque quais ele se desloca.” (LYNCH, 1960, p.58). Com base nessa
Anhanguera.
definição, os pontos nodais destacados são onde há fluxo in-
tenso de pessoas.
Fonte: Prefeitura de São Pau- Fonte: Prefeitura de São Pau- Fonte: Arte fora do Museu²⁰.
lo¹⁸. lo¹⁹.

usos da cidade

usos da cidade
habitação e Mapa 22 - Habitação e Loteamentos Irregular
loteamentos irregulares
Observa-se que não há presença de cortiços na subpre-

feitura, porém a grande parte das áreas de habitações são de
loteamentos irregulares fazendo-se necessário programas e
projetos para resolver as questões de infraestrutura precária,
falta de saneamento e reurbanização nas áreas próximas às
várzeas dos córregos onde há alagamento recorrente na região.
As favelas se apresentam em menor quantidade e ta-
manho, mas com frequência coladas nos loteamentos irregu-
lares. Tornando uma massa bem marcada onde faltam equipa-
mentos urbanos. São áreas marcadas pela segregação urbana,
principalmente no distrito de Perus onde há uma grande quan-
tidade de edificações regularizadas em contraste.


usos da cidade
densidade demográfica
Mapa 23 - Densidade Demográfica
Percebe-se que a elevada densidade é con-

centrada nas áreas de maior vulnerabilidade so-
cial, sendo essas com mais de 500 habitantes por
hectare. Isso é resultado da expansão de loteamentos irre-
gulares e das favelas, ambos sem infraestrutura adequada.
As áreas com menor densidade populacional estão onde
há intensa presença da vegetação nativa, que se encontra em
boa parte do distrito de Anhanguera. Pretende-se continuar com
baixa densidade nessas áreas para preservar o ecossistema.
Porém apesar do crescimento, a subprefei-
tura de Perus é uma das menos populosas da cida-
de de São Paulo, cerca de 34,2 hab/ha, de acor-
do com a prefeitura por meio do site Gestão Urbana.
Contudo, há uma grande porção fora da área de pre-
servação ambiental onde existe potencial e necessidade de
Fonte: Elaborado pelo grupo. investimento em crescimento habitacional e populacional.

usos da cidade
vulnerabilidade social Mapa 24 - Vulnerabilidade Social
No distrito de Perus, há uma mescla de índi-

ces de vulnerabilidade, perceptível nos tamanhos varia-
dos dos lotes, a presença de equipamentos urbanos, sa-
neamento mais amplo e loteamentos regularizados.
No distrito de Anhanguera, apesar da falta de dados,
há a predominância de vulnerabilidade social média e alta, o
que significa que são grupos de pessoas de baixa renda, com
baixo nível educacional e submetidos ao subemprego ou de-
semprego, essas são regiões carentes de assistência social.
O que é comum em toda a subprefeitura é o de-
sejo dos moradores por uma regularização fundiá-
ria. Em decorrência do crescimento populacional
elevado na última década, essa se tornou a maior recla-
mação, por trazer os grandes problemas de infraestrutura.
Morar nas áreas mais vulneráveis significa ter um sane-
amento básico escasso, por vezes inexistente, a precariedade
de equipamentos urbanos, o que afeta os investimentos exter-
nos na região e diretamente afeta as oportunidades.


usos da cidade
Mapa 25 - Rede de abastecimento de água rede de abastecimento de água
Um dos maiores pedidos dos moradores da região é a

ampliação da área de atendimento dos serviços de saneamen-
to básico.
É notável como algumas áreas de loteamento irregular
não têm instalações de redes de esgoto e as redes de água
existentes não são suficientes para abastecer e garantir o sa-
neamento ideal para os locais de maior crescimento regional.


usos da cidade
Mapa 26 - Rede de esgotamento sanitário
rede de esgotamento sanitário
Segundo a Rede Nossa de São Paulo, em 2010 eram

5.699 domicílios sem redes de esgoto contra os 42.225
totais de lares. Totalizando cerca de 13% das casas.
Já o abastecimento de redes de água e esgoto nas áreas
com as edificações regulares são bem distribuídas e homogê-
neas.


usos da cidade
Mapa 27 - Questôes Ambientais - Subprefeitura de Perus

questões ambientais
O Parque Anhanguera está localizado na área de pro-

teção ambiental da subprefeitura e ocupa cerca de 20% do
território, sendo o principal equipamento de lazer da região.
Há propostas de implementação de quatro novos par-
ques, Parque Aterro Bandeirantes, Parque Linear Ribeirão
Perus, Parque Luta dos Queixadas e Parque Cavas de Ouro
que, tem como objetivo, ampliar a relação da população
com o lazer, além de sua importância cultural e turística.
Não há uma homogeneidade na distribuição pelo
território da população que tem acesso fácil aos par-
ques. Cerca de 78% reside a mais de 1 km dos existentes.
Uma das propostas para expandir os par-
ques inclui a área contaminada de descartes de me-
tais da LOGA, empresa de coleta e tratamento de re-
síduos, já reabilitada e que segue em planejamento.
Com a grande área de preservação e da implantação
de novos parques na região haverá uma mudança positiva na
qualidade ambiental de todo o município de São Paulo.


usos da cidade
O corredor ecológico, importante para garantir a dis- muita ocorrência de desabamentos em decorrência dos decli-
persão de sementes e a movimentação de animais, é essen- ves acentuados no território e várias nascentes de córregos.
cial para diminuir os impactos ambientais, sendo vantajo- A reserva indígena Tribo Jaraguá se encontra em parte
so eles estarem bem espalhados por toda a subprefeitura. do corredor ecológico e também é uma área de preservação
Outra coisa interessante de destacar, são as ocupa- onde não é permitido ocupação, além de sua importância
ções nas margens do rio, no distrito de Perus que sempre como patrimônio histórico e cultural.
tem ocorrências de enchentes. No distrito de Anhanguera há

usos da cidade
Mapa 28 - Empregabilidade distrbuídas pela cidade

emprego
Na categoria de até 9.999 empregos, sendo a de menor

posição, Perus confirma a falta de desenvolvimento econô-
mico e expansão na qualidade de vida de seus moradores.
Conhecida como região dormitório, a falta de emprego
leva os cidadãos a migrarem para outras partes do município,
enriquecendo assim esses locais, mas deixando o próprio lugar
de moradia empobrecido por falta de opção, consolidando a
situação que a população de Perus enfrenta todos os dias,
uma vida vulnerável nas bases de estrutura da sociedade.
O mapa ao lado mostra que o município de São Paulo é
enriquecido no eixo central e que quanto mais distante des-
se eixo a quantidade de oportunidade de emprego diminui.
Geograficamente Perus é prejudicado por esse tipo de escolha
do sistema.
Fonte: Ministério da Economia/

Secretaria Especial de Previdência
e Trabalho

usos da cidade
mobilidade
Mapa 29 - Mobilidade - Subprefeitura de Perus
Na questão da mobilidade, os morado-

res utilizam o transporte coletivo, ônibus e trem,
sendo os mais utilizados, ou carro particular.
Os distritos são conectados através de 3 li-
nhas de ônibus (8014 -10 Morro Doce - Perus; 8055
-10 Perus - Lapa; 8055-51 Perus - Metrô Barra Funda).
Não existem linhas ou estações de metrô e também não há pro-
jeto futuros dentro do PIU (Projetos de Intervenção Urbana).
As redes de ciclovias não atendem a região, devido as
suas características topográficas, apesar de haver divergên-
cias de opiniões sobre a implantação de ciclovias nessa tipo-
logia de terreno. Porém existe um projeto de implantação, na
Rodovia dos Bandeirantes, de 57 km de extensão de ciclovia,
que se tornará a maior do Brasil, fazendo ligação de São Paulo
à Jundiaí.


usos da cidade
Mapa 30 - Vulnerabilidade Social e Educação

vulnerabilidade social
e educação
Com relevância de empregos nas décadas de 1930 e

1940, Perus tinha um potencial de desenvolvimento alto. Estan-
do o desenvolvimento ligado ao tema da educação, observa-se
atualmente um déficit de investimentos nessa área na região.
É notória a quantidade de escolas de ensino fundamen-
tal 1 e 2, como também de creches, porém há uma interrup-
ção da continuação do progresso estudantil, tratando de es-
colas de ensino técnico e de ensino superior, está inexistente.
A falta de investimento na educação resulta na Vul-
nerabilidade e continuação de um sistema de subempregos,
trabalhos informais ou trabalhos braçais, sem especialização.
O baixo índice de formação técnica e supe-
rior é aparente com o alto índice de escolas de en-
sino infantil e a falta do ensino continuado.
A parte mais vulnerável da região, se expande ao sair
do centro dos dois distritos. Percebe-se que quanto mais dis-
tante do centro a vulnerabilidade fica cada vez maior.


usos da cidade
vulnerabilidade social, Mapa 31 - Vulnerabilidade Social, Lazer e Cultura
lazer e cultura
Como já observado, a região é formada por uma vasta

extensão de mata atlântica, em seu entorno, e território,
possibilitando o lazer com passeios no Parque, ou usufruin-
do outros pontos de praças. O CEU e o Parque Anhanguera
são os principais pontos para o lazer e a cultura. O bosque
do Parque funciona através da União dos Moradores, e nele
existe um Ponto de Leitura com apropriação dos moradores.
O cinema e teatro disponíveis ficam no CEU de Perus,
e proporcionam diversas atividades, porém há apenas es-
ses equipamentos, como pontos principais de lazer e cultura
nos distritos. Isso mostra a carência de equipamentos para
cultura, possuindo ao todo, três pontos para cultura e uma
extensão de um deles (Ponto de Leitura no Bosque), o que é
pouquíssimo para sua extensão territorial e uma população de
146 mil habitantes.

passado e presente
Em cinco séculos a região passou por fortes transfor- outros distritos, Perus se encontra estagnado, exceto o Par-
mações, seu passado, traçado por grandes explorações natu- que Anhanguera, não existem equipamentos ou serviços de
rais e gigantescas conquistas, como no período da Revolução qualidade, hospitais, cinemas, centro cultural ou quaisquer
Industrial. outros equipamentos que façam referência à importância ou
Com uma fábrica, uma ferrovia, greves e crescimento dê orgulho aos cidadãos na atualidade, deixando-os apegados
veloz para a época, porém o interesse da região foi dissi- à história e memória do que foi essa região.
pado ao longo do tempo. Ao contrário do que ocorreu em

futuro
Entender os planos para o futuro de um lugar, é en-

tender melhor a visão que se tem sobre ele, além de des-
tacar as dores dos moradores e o que é entendido como
potencialidade, fragilidade e oportunidade no presente.
Nesta seção, serão apresentados os planos elaborados
pelo poder público municipal e as propostas sugeridas pela
população.

futuro
planejamento municipal
Com a combinação de diversas modalidades em uma

única região como rodovias, ferrovias, rodoanel e um pro-
Figura 36 - Perspectiva NESP. Figura 37 - Apresentação do projeto - NESP jeto de ferroanel e em um lugar privilegiado de espaço de
mata atlântica, com necessidade de crescimento econômico
e busca de resoluções em várias áreas sociais, o setor priva-
do encontrou a oportunidade de fazer propostas de interven-
ção urbana, gerando enriquecimento e valorização da região.
Uma das propostas é a implantação do NOVO EN-
TRE POSTO de São Paulo, desafogando assim o CE-
AGESP, este está em estado de licenciamento.
Outra proposta é o projeto de implantação, na Rodovia
dos Bandeirantes, de 57 km de extensão de ciclovia, que será
Fonte: Revista Projeto²¹. Fonte: NESP²². a maior do Brasil, fazendo ligação de São Paulo a Jundiaí, com
início previsto para de maio de 2022, com um investimento
de 219 milhões, sobre a responsabilidade da Companhia de
Concessões Rodoviárias (CCR).

futuro
Mapa 32 - CEU Anhanguera. Figura 38 - Projeto Conceito - NESP.
Também há para a região projetos de implantação

de novos parques, expandindo o corredor verde do parque
existente, que será incluído na área contaminada de des-
cartes de metais da LOGA, este projeto está em tramite.
Há também um plano de intervenção de promover li-
gações de cultura e educação com o CEU de Anhanguera, le-
vando ao entorno e ao equipamento CEU, um alinhamento de
tarefas com o mesmo propósito.
Fonte: Gestão Urbana²³. Fonte: NESP²⁴.

futuro
propostas requeridas pela população
Melhorar o acesso viário ao Ecoponto Pe-

rus e a Av. Dr. Sylvio de Campos, prin-
cipalmente pelas ruas Mogeiro, Martim
Lobo Saldanha e Santa Gertrudes.
status - inconcluído status - inconcluído status - em desenvolvimento
Implantar o parque Aterro Bandeirantes. Prover moradias para as famílias que Finalizar o processo de urbanização da
ocupam locais a serem ocupados pelo favela do Bamburral, com a criação de
Parque Linear Ribeirão Perus. mais espaços de lazer.
status - em desenvolvimento status - paralisado status - paralisado

futuro
Promover regularização fundiária no Implantar equipamentos públicos de Melhorar os acessos em ruas perpendicu-
loteamento Recanto dos Humildes com Centro de Referência ao Idoso (CRI), lares a Est. Cel José Gladiador incluindo
implantação de áreas livres (Entregue Unidades Básicas de Saúde (UBS) e equi- a Delsuc A. de Magalhães.
1800 títulos em 2012 para as famílias do pamentos de esporte e cultura próximo
Recanto dos Humildes e outros 250 títu- as escolas do entorno (Foi feita a subs-
los entre 2008 e 2012). tituição dos equipamentos no CRAS do
bairro Jd. Britânia, os demais estão em
estudo).
status - entregue status - entregue status - paralisado
Conectar o terminal Anhanguera propos- Melhorar acesso do pedestre nas traves- Melhorar a iluminação pública, para au-
to ao Parque Cavas de Ouro proposto e sias próximas ao Terminal Jardim Britânia. xiliar na melhora da segurança pública.
demais equipamentos, através de qua-
lificação das ruas, calçadas e vielas do
entorno.
status - fase de projeto status - inconcluído status - em desenvolvimento

futuro
potencialidades e fragilidades
O quadro de potencialidades e fragilidades foi desen- tente e pode ser intensificado, aquilo que é possível e pode
volvido a partir da leitura e análise das temáticas de toda ser criado, aquilo que necessita de melhoria e aquilo que é
a subprefeitura de Perus abordadas no passado, presente e ausente no território.
futuro, trazendo de uma maneira ordenada aquilo que é exis-

futuro
potencialidades
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PARQUE ANHANGUERA COMÉRCIO E EMPREENDEDORISMO

LOCAL
A existência da área de preservação pro- O espaço já existente do Parque Anhan- Devido a ausência de grandes redes de
porciona a sua expansão gerando atrati- guera, além de já promover momentos comércio, o empreendedorismo local é
vidade de recursos financeiros, turismo de lazer e saúde para a população, pode forte, havendo essa possibilidade de ala-
ecológico e bioma preservado que per- ter incentivo de uso do seu espaço para vancamento dos comércios existentes,
mite pesquisas e desenvolvimento de no- eventos. incentivo dos microempreendedores e
vas tecnologias. atração de grandes empresas.
INDÚSTRIAS COM LICENÇA RELEVÂNCIA DO TREM E TERMINAL DE ÔNIBUS

AMBIENTAL INDUSTRIAL PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Existem indústrias na região que pos- Devido a presença marcante da antiga A existência das estações de trem e ôni-
suem a licença ambiental, isso pode pro- Fábrica de Cimento, existe o fator de bus facilita o acesso da população de
mover a atratividade e a implantação de preservação da memória coletiva, isso Perus e Anhanguera às outras regiões de
indústrias sustentáveis. pode se tornar um fator para a explora- São Paulo.
ção do turismo histórico.

futuro
CRIAÇÃO DE NOVAS CENTRALIDADES DISTÂNCIA GEOGRÁFICA DO QUADRAS ESPORTIVAS

CENTRO DA CIDADE
Proporcionar o estímulo da economia lo- Vantagem de possuir um clima de cida- Há pluralidade e distribuição de quadras
cal desenvolvendo áreas que possuem a de do interior, mas com a facilidade de pelo território, isso possibilita a realiza-
presença de comércios e expandir para acesso ao centro da cidade. ção de eventos e outros usos para esses
outras vias criando novas centralidades espaços e ainda a expansão no períme-
e isso promoverá a permanência de ta- tro desses equipamentos existentes para
lentos na região. desenvolver espaços culturais e de lazer.
DESLOCAMENTOS A PÉ ÁREAS DE ZONA RURAL TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Melhoria dos espaços urbanos para o pe- Essas áreas já demarcadas podem ser Relacionado ao fato de ter apenas um
destre, através do urbanismo tático, in- usadas para o desenvolvimento da agri- acesso rodoviário, o trem é o jeito mais
centivando a apropriação e o sentimento cultura e hortas, estimulando o peque- rápido para chegar e sair de Perus, privi-
de pertencimento dos espaços urbanos, no agricultor para produção local, por legiando o transporte público ferroviário
criando memórias urbanas afetivas. exemplo alimentos orgânicos. em comparação ao automotivo viário.

futuro
fragilidades
AUSÊNCIA DE GRANDES CARÊNCIA DE EQUIPAMENTOS

REDES DE COMÉRCIO DE CULTURA E LAZER
Esse fator diminui a diversidade de pro- Há pouca ou nenhuma disponibilidade de

dutos e serviços da região, estimulando bibliotecas, shoppings, teatros, cinemas
os moradores à saírem da região para casas de show, museus, centros culturais
atenderem a essa necessidade, já que e outros.
o comércio local não consegue competir
com preços e oferta de produtos indus-
trializados ou tecnológicos, como ele- AUSÊNCIA DE CICLOVIAS
trônicos.
A subprefeitura inteira conta com ape-
nas um bicicletário, que está localizado
no terminal de ônibus e próximo à vias
TOPOGRAFIA de grande circulação de veículos, sem OBRAS DO RODOANEL
qualquer preparação ou segurança para
O terreno é predominantemente aciden- o ciclista. As obras da ponte do rodoanel, que rea-
tado, o que dificulta o deslocamento a lizaria a ligação do trecho oeste ao tre-
pé e por bicicletas. cho norte, estão paradas por falta de
viabilidade. São espaços que poderiam
estar sendo usados pela população ou
criando alternativas de acesso a região.

futuro
CENTRALIDADES DEGRADADAS DESLOCAMENTOS A PÉ
Nas áreas próximas aos terminais de As pessoas realizam grandes deslocamen-

trem, onde há grande presença de pes- tos a pé por falta de opção e também
soas, existe muitos moradores de rua e devido à má qualidade dos transportes
também uma sensação de insegurança. públicos, principalmente o ônibus.
EXPANSÃO SEM PLANEJAMENTO
Existem habitações e loteamentos irre-
gulares em grande quantidade ao longo
de toda a extensão da subprefeitura.
Isso se deve ao crescimento não assistido
e expansão de regiões não planejadas.
Essas ocupações se dão por populações
SUBPREFEITURA DORMITÓRIO do Norte e Nordeste do país, mas tam- SEGREGAÇÃO URBANA
bém pelos próprios moradores que ocu-
Pela falta de oferta de empregos e opor- param essas áreas, devido ao declínio Visivelmente pelo território, existe clas-
tunidades, grande parte da população econômico. ses sociais divergentes, tendo áreas que
se deslocam para fora da subprefeitura, concentram moradias de alto padrão e
usando-a apenas como dormitório. Os áreas com grandes aglomerações e pou-
moradores que poderiam estar contri- ca infraestrutura.
buindo para o desenvolvimento local são
perdidos para outras regiões.

futuro
Perus é uma subprefeitura peculiar de São Pau- participação ativa da população que historicamente luta pelo
lo, que se destaca por possuir uma grande área de pre- desenvolvimento e melhora na qualidade de vida do local.
servação ambiental. Sua economia ainda é frágil, care- Perus também sofre com o contraste de rendas e
cendo de empregos e comércios, que se agrava devido falta de equipamentos de lazer, cultura e educação, trans-
à proximidade com outras regiões mais desenvolvidas. parecendo a necessidade para trabalhos sociais na região.
A história da região é marcada pela presença de impor- Dessa forma, conclui-se que esta subprefeitura possui
tantes indústrias do setor cimentício e possui alta relevância grande potencial de desenvolvimento, principalmente consi-
para o patrimônio histórico, com importância inclusive das derando sua população propositiva e engajada, que participa
ferrovias que buscavam levar o progresso para lá. Além da efetivamente da construção do lugar.

o terreno
A partir dessa seção, o trabalho foi desenvolvido de

forma individual, abordando a proposta de projeto de habi-
tação de interesse social e suas especificidades, partindo da
apresentação do terreno, realizando estudos de caso, estudo
preliminar e posteriormente o projeto de habitação.

o terreno
localização do terreno
Mapa 33 - Localização do terreno.
Fonte: Elaborado pela autora.
O terreno está localizado na Rua Ilha da Vitória e na

Rua Argélia, no distrito de Perus, pertencente a subprefeitura
de mesmo nome.

o terreno
usos permitidos por zona Mapa 34 - Zoneamento da área do terreno.
De acordo com o quadro de usos permitidos por zona

e considerando o zoneamento da área que abrange o terre-
no, neste caso ZEIS-2, uma das permissões de uso dessa área
é EHIS (Empreendimento de Habitação de Interesse Social),
vide Quadro 1, que é um “empreendimento de promoção pú-
blica ou privada constituído por uma edificação ou conjunto
de edificações, destinadas total ou parcialmente a HIS, cor-
respondendo a, no mínimo, 80% da área total computável do
empreendimento, podendo conter HMP e outros usos comple-
mentares R e nR, correspondendo aos demais 20% da área to-
tal computável do empreendimento”, segundo o decreto n.º
59.885, de 2020.

o terreno
Quadro 1 - Usos permitidos por zona | Folha 2 de 11
Fonte: Gestão Urbana²⁵.
Dentre a categoria de Uso Residencial (R), “que envol- com o equilíbrio ecológico, englobando atividades comer-
ve a moradia de um indivíduo ou grupo de indivíduos” (São ciais, de serviços, institucionais e produtivas, compatíveis
Paulo - SP, 2016), há permissão da ZEIS-2 para EHIS. E para a com a proteção, preservação e/ou recuperação ambiental,
categoria de Uso não Residencial (nR), “que envolve o desen- inserido nas zonas urbana e rural” (São Paulo - SP, 2016) e de
volvimento de atividades comerciais, de serviços, industriais maneira especifíca inclui “atividades de manejo sustentável:
ou institucionais” (São Paulo - SP, 2016), é permitido dentro aquelas realizadas no meio rural ou ligadas às atividades ru-
da zona escolhida o grupo de atividades nRa-2, que ampla- rais, tais como agroindústria, atividades agroflorestais, agro-
mente em sua categoria, segundo a lei n.º 16.402, de 2016, pecuária, dentre outras” (São Paulo - SP, 2016), viabilizando
são para “uso não residencial ambientalmente compatível o programa de horta comunitária.

o terreno
Continuando na categoria de Uso não Residencial, há descreve a nR1-9 como “associações comunitárias, culturais
permissão na ZEIS-2 da subcategoria de uso nR1, que se refe- e esportivas de caráter local, com lotação de até 100 (cem)
re ao “uso não residencial compatível com a vizinhança resi- pessoas” (São Paulo - SP, 2016), verificando assim, a possibi-
dencial” (São Paulo - SP, 2016) e em seu grupo de atividades lidade do espaço de administração/sede no programa.

o terreno
Ainda dentro da categoria de Uso não Residencial, ou- médio porte localizado na zona urbana com lotação máxima
tra subcategoria de uso permitida na zona em questão é a superior a 100 (cem) e até 500 (quinhentas) pessoas” (São
nR2, especificada como de “uso não residencial tolerável à Paulo - SP, 2016), respectivamente, autorizando a pratica-
vizinhança residencial” (São Paulo - SP, 2016) e em seu grupo bilidade da quadra poliesportiva, seus ambientes de apoio,
de atividades descreve a nR2-10 e nR2-11 como “serviços de playground, brinquedoteca, salão de jogos e de eventos e o
lazer, cultura e esportes” e “local de reunião ou eventos de redário, todos esses intencionados no programa.

Mapa 35 - Limite da área de implantação do projeto
mapa topográfico
A zona para esse uso abrange uma área ex-

tensa, porém foi feito uma limitação com perí-
metro de 562,08 m e área de 19.854,06 m². E em
sua extensão partindo da rua existe um declive
que compreende um desnível de 30 m. Acompa-
nhando esse declive havia um curso d’água que
desaguava no Ribeirão dos Perus, porém este não
existe mais devido ao atero que foi realizado na
região.

notas de texto
Capítulo 01
1. “Without it, man would be a dispersed being. It maintains him through the storms of 12. Disponível em: http://memorialdaresistenciasp.org.br/lugares/cemiterio-dom-bos-
the heavens and through those of life. It is body and soul. It is the human being’s first co-vala-de-perus/. Acesso em: 3 nov. 2022.
world. Before he is “cast into the world”, as claimed by certain hasty metaphysics,
man is laid in the cradle of the house. And always, in our daydreams, the house is a 13. Disponível em: https://movimentofabricaperus.files.wordpress.com/2013/10/
large cradle. A concrete metaphysics cannot neglect this fact, this simple fact, all cam00781.jpg. Acesso em: 3 nov. 2022.
the more, since this fact is a value, an important value, to which we return in our
daydreaming. Being is already a value. Life begins well, it begins enclosed, protec- 14. Disponível em: https://portal.aprendiz.uol.com.br/2016/02/17/marco-historico-
ted, all warm in the bosom of the house.” -e-cultural-de-perus-terreno-da-fabrica-de-cimento-pode-virar-moradia-popular/.
Acesso em: 3 nov. 2022.
2. ”it is best thought of as a potpourri of memories, conceptions, interpretations, ide-
as, and related feelings about specific physical settings as well as types of settings. 15. Disponível em: https://vamoscaminhar.com.br/tag/parque-anhanguera/. Acesso
The substantive and structural properties of place-identity--what cognitions it con- em: 17 nov. 2022.
sists of and how they are related--undoubtedly vary with the sex, age, social class,
personality and other social descriptors of the individual. As an enduring and a chan- 16. Disponível em: https://portal.aprendiz.uol.com.br/2016/02/17/marco-historico-
ging structure, place-identity will be modified over the course of the individual’s -e-cultural-de-perus-terreno-da-fabrica-de-cimento-pode-virar-moradia-popular/ .
lifecycle and is not bound by any of the aforementioned categories.” Acesso em: 17 nov. 2022.
3. Disponível em: https://cmqueixadas.com.br/saiba-quem-foi-jose-joao-abdalla-o- 17. Disponível em: https://www.metrocptm.com.br/estacao-perus-ganhara-novo-tu-

-mau-patrao/. Acesso em: 3 nov. 2022. nel-de-acesso/ . Acesso em: 17 nov. 2022.
4. Disponível em: https://www.wikiwand.com/pt/Companhia_Brasileira_de_Cimen- 18. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeitu-

to_Portland_Perus. Acesso em: 3 nov. 2022. ras/perus/noticias/?p=93781&amp. Acesso em: 17 nov. 2022.
5. Disponível em: https://www.wikiwand.com/pt/Estrada_de_Ferro_Perus-Pirapora. 19. Disponível em: http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Main/Noticia/Visualizar/Por-

Acesso em: 3 nov. 2022. talSMESP/CEU-Perus--Programacao-de-maio-de-2015. Acesso em: 17 nov. 2022.
6. Disponível em: https://brasilianafotografica.bn.gov.br/brasiliana/hand- 20. Disponível em: https://arteforadomuseu.com.br/ceu-parque-anhanguera-2/. Aces-

le/20.500.12156.1/7450. Acesso em: 3 nov. 2022. so em: 17 nov. 2022.
7. Disponível em: https://rnews.com.br/perus-completa-80-anos-de-fundacao.html. 21. Disponível em: https://revistaprojeto.com.br/acervo/artigo-carlos-leite/. Acesso

Acesso em: 3 nov. 2022. em: 17 nov. 2022.
8. Disponível em: https://cmqueixadas.com.br/saiba-quem-foi-jose-joao-abdalla-o- 22. Disponível em: https://nespsa.com.br/o-projeto/. Acesso em: 17 nov. 2022.
-mau-patrao/. Acesso em: 3 nov. 2022.
23. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/ceu-anhanguera/. Acesso
9. Disponível em: https://www.areasverdesdascidades.com.br/2012/10/parque-a- em: 17 nov. 2022.
nhanguera.html. Acesso em: 3 nov. 2022.
24. Disponível em: https://nespsa.com.br/o-projeto/. Acesso em: 17 nov. 2022.
10. Disponível em: https://www.loga.com.br/content.asp?CP=LOGA&PG=LG_L03. Aces-
so em: 3 nov. 2022. 25. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uplo-
ads/2016/03/009-QUADRO_4_FINAL.pdf . Acesso em: 17 nov. 2022.
11. Disponível em: https://tfg2006-2014.fau.usp.br/tr/112/a022.html. Acesso em: 3
nov. 2022.

estudos de caso
O estudo de caso é uma ferramenta que permite atra- neste caso, relaciona-se com um dos objetivos buscados no
vés da abordagem de diversos aspectos de um objeto, buscar projeto Habita Jardim da Paz.
a compreensão deste. O segundo caso, internacional, é a Eco-Habitação Co-
Neste capítulo, foram estudados duas obras arquitetô- letiva La Canopée, que teve como objetivo a promoção de
nicas de habitação de interesse social. mais habitações para a população. Além disso, projetualmen-
O primeiro caso, nacional, é o Condomínio Habitacio- te possui o fator da preservação da vegetação como um dos
nal Heliópolis, que teve como objetivo o início da urbaniza- principais guias do empreendimento, o que também é um dos
ção de uma das maiores favelas da cidade de São Paulo. A objetivos da Habita Jardim da Paz.
realocação da população local para moradias mais dignas,
Condomínio Habitacional Heliópolis
Biselli Katchborian Arquitetos
Data 2011
Área Construída 31.329,60 m²
Local São Paulo - SP
Arquitetos Artur Katchborian e Mario Biselli
Equipe Melina Giannoni de Araújo (coordenadora),

Adriana Godoy, André Biselli Sauaia, Cás-
sio Oba Osanai, Guilherme Filocomo, Luiza
Monserrat, Marcelo Santos Checchia, Maria
Fernanda Vita, Priscila Dianese e Vinicius Fi-
gueiredo
Construtora Passarelli
Estrutura Steng Engenharia de Projetos
Instalações DMA Engenharia
Geotecnia GEObrAX Figura 39 - Croqui dos arquitetos Fonte: Biselli Katchborian, 2011.
estudos de caso
Estação Rua do Grito
Rua das Juntas Provisórias
Rua Comandante Taylor
Rua Pinheiro de Lemos
Figura 40 - Localização do Condomínio Habitacional Heliópolis Fonte: Biselli Katchborian, 2011. Alterado pela autora.
O Condomínio Habitacional Heliópolis fica loca- O desenvolvimento da proposta enfrentou diversos

lizado no distrito do Ipiranga, na cidade de São Paulo. desafios como a limitação de recursos em confronto com a
Sendo próximo da Estação Rua do Grito de ônibus e en- implantação de 420 unidades, sem que o limite de gabarito
tre as estações de metrô do Tamanduateí e Sacomã. para habitações de interesse social permitido pela legislação
Como parte do Programa de Reurbanização de Favelas da fosse ultrapassado. Frente a isso, os arquitetos encontraram
Prefeitura do Município de São Paulo, o projeto realizado soluções na topografia do terreno, no método construtivo e
pelo escritório de arquitetura Biselli Katchborian Arquitetos, na materialidade.
que assumiu a Gleba G, localizada na entrada da favela de
Heliópolis.

estudos de caso
análise de áreas
Como primeira análise do projeto, foram considera- Através do estudo dos percentuais das áreas voltadas
dos os percentuais das áreas gerais da implantação. Refe- para cada setor, no quadro 2, percebe-se que as maiores são
rente as áreas, não foram incluídas as do potencial constru- as áreas verdes e a circulação horizontal. O projeto dá prio-
tivo, relativo a verticalização, as únicas áreas consideradas ridade as áreas comuns que apresentam espaços para o lazer
que estão acima do pavimento térreo são as passarelas, por dos moradores, enfatizando a ideia de vivência em comuni-
serem um dos meios de acesso ao conjunto habitacional. dade e qualidade de vida.
O lote anterior ao projeto não continha nenhuma di- Outro ponto a ser observado é o uso de passarelas, que
visão de ruas ou construções. Observa-se na figura 40, que a servem como acesso para os pavimentos que foram conside-
proposta incluiu a criação de duas ruas. A primeira atravessa rados pelos arquitetos como novos térreos, permitindo um
toda a quadra, promovendo uma via que dá acesso ao bairro, número maior de andares.
e a segunda faz divisão do lote possibilitando a criação de
uma praça pública.
Quadro 4 - Áreas e Porcentagens de cada Setor - SEHAB Heliópolis
Fonte: Elaborado pela autora, 2022.

estudos de caso
setorização
Figura 41 - Implantação/Térreo Fonte: Biselli Katchborian, 2011. Alterado pela autora.
Áreas Verdes Circulação Vertical Unidades Habitacionais Vagas de Estacionamento
Circulação Horizontal Projeção das Passarelas Unidades Comerciais Ruas

estudos de caso
plantas tipo Figura 42 - Planta Tipo A
Foram desenvolvidas duas tipologias de plantas para as

unidades habitacionais, com a intenção de abranger as dife-
rentes configurações e quantidades dos núcleos familiares que
seriam atendidos.
A disposição dos ambientes mostra um bom uso dos
espaços sem desperdícios de áreas dentro do apartamento,
como longos corredores, que geralmente dão acesso aos ou-
tros ambientes. Nesse caso, um espaço que está ligado as áre-
as sociais dá acesso as áreas privadas, mas ainda assim, está
projetado para que não haja a perda da privacidade requerida Fonte: Biselli Katchborian, 2011.
nesses espaços. Figura 43 - Planta Tipo B
PROGRAMA APARTAMENTO
1 Estar/Jantar
2 Dormitórios
3 Cozinha/A.S.
4 Sanitário
5 Sacada Fonte: Biselli Katchborian, 2011.

estudos de caso
Figura 44 - Planta de Acesso Conj. A

plantas conjuntos
As tipologias dos apartamentos foram es-

pelhadas e postas em grupos de quatro unidades,
adotando esse padrão mais duas vezes, formando
assim, doze habitações por andar, isso é repetido
no lado oposto, deixando um espaço vazio entre
as edificações.
Fonte: Biselli Katchborian, 2011. Perpendicularmente, um conjunto com
mais cinco unidades de cada lado, fecham um
polígono, criando um pátio interno. Essa é a con-
figuração que gera o conjunto A e o conjunto B.
Figura 45 - Planta de Acesso Conj. B
ACESSOS
1 Passarela de Acesso
2 Passarela Metálica
3 Circulações Verticais
Fonte: Biselli Katchborian, 2011. 4 Pórticos

estudos de caso
Figura 46 - Pátio Interno - Espaços Comuns
espaços comuns
Os arquitetos implantaram as edificações nos limites do

lote, criando um pátio interno no qual se dispõem diversos es-
paços, com a presença de equipamentos de playground, ciclo-
via, áreas de permanência transitória e áreas verdes, gerando
assim lugares de convivência em comunidade.
Figura 47 - Espaços Comuns
Fonte: Nelson Kon, 2014. Fonte: Biselli Katchborian, 2011.

estudos de caso
Figura 49 - Pátio Interno - Passarelas
conexões
Houve a criação de caminhos de acesso, além do tér-
reo, com a implantação de passarelas. Essa decisão de projeto
vem da limitação de orçamento para a instalação elevadores,
que seriam necessários, já que a demanda de unidades para
a área necessitava de verticalização, com isso os arquitetos
criaram novos térreos a partir das passarelas, para se adequar
a legislação referente a limitação de andares que tem seu
acesso apenas por escadas.
Figura 48 - Conexões
Fonte: Biselli Katchborian, 2011. Fonte: Nelson Kon, 2014.

estudos de caso
Figura 50 - Pórtico - Entrada Noroeste
acessos e fluxos
Há também o uso de pórticos nas entradas noroeste e
sudeste, produzindo entradas convidativas para o pátio inter-
no. Com isso, o edifício não se torna uma barreira, pois possi-
bilita a passagem de um lado a outro da quadra através dele
e também cria uma permeabilidade visual para os pedestres
tanto de dentro quanto do lado de fora do conjunto.
Figura 51 - Acessos e fluxos
Fonte: Nelson Kon, 2014. Fonte: Biselli Katchborian, 2011.

estudos de caso
espaços públicos comércio e serviços

Figura 53 - Comércio e Serviços
A proposta de espaços públicos, mostra ter a intenção
de gerar movimentação de pessoas, tornando este projeto
aberto não apenas para o uso de seus moradores, mas igual-
mente para a população que mora nos arredores.
Figura 52 - Espaços Públicos
Fonte: Biselli Katchborian, 2011.
Juntamente com os espaços públicos, para aumentar o

fluxo de pessoas, encontra-se no projeto outros espaços des-
tinados a comércios e serviços, que se tornam ferramentas
importantes para girar a economia local, promovendo o em-
Fonte: Biselli Katchborian, 2011. preededorismo e gerando empregos.

Eco-Habitação Coletiva La Canopée
Patrick Arotcharen Architecte
Data 2011
Área 7.970 m²
Área construída 3.800 m²
Local Bayonne, França
Arquitetos Patrick Arotcharen and Carole Magot
Figura 54 - Vista da rua Fonte: Mathieu Choiselat, 2012.

estudos de caso
Rue de la Chêneraie
Rue de la Vigne
Rue de Séqué
Chemin de Loustaounaou
Figura 55 - Localização da Eco-Habitação Coletiva La Canopée Fonte: Google Maps, 2022. Alterado pela autora.
A Eco-Habitação Coletiva La Canopée está lo- como objetivo estabelecer nessas áreas operações públicas
calizada no planalto de Saint-Etienne, um quilômetro de intervenção ou criação de equipamentos que serão cedi-
ao norte do rio Adour, na cidade francesa de Bayonne. dos posteriormente.
O terreno de implantação da habitação é uma área Por estar nessa zona, com abrangente área arborizada,
com espaço urbano e natural (forte presença de mata alta). o projeto vem desenvolver 50 unidades habitacionais, bus-
A área é classificada como ZAC, que segundo o código ur- cando a preservação da vegetação e tratando de questões de
bano é uma Zona de Desenvolvimento Concertado. Ela tem insolação e disposição das unidades para obter privacidade.

estudos de caso
análise de áreas
Na análise de áreas da Eco-Habitação La Canopée fo- em consideração, é possível perceber a importância dada a
ram consideradas as áreas gerais da implantação e do segun- preservação e implantação de mais áreas verdes, tendo quase
do pavimento, isso devido a elevação das edificações com 50% da área total voltada para esse fim.
o uso de pilotis e passarelas de acesso, sendo essas partes A segunda maior destina-se as próprias unidades ha-
integrantes do projeto. bitacionais, observando a adoção de espaços generosos para
Como dito anteriormente, a situação do lote anterior cada ambiente dentro de cada unidade. A terceira maior são
ao projeto apresentava grande área arborizada, levando isso ruas, que foram implantadas juntamente com o projeto.
Quadro 5 - Áreas e Porcentagens de cada Setor - Eco-Habitação Coletiva La Canopée

estudos de caso
setorização
Áreas Verdes
Circulação Horizontal
Circulação Vertical
Passarelas
Decks
Vagas de Estacionamento
Unidades Habitacionais
Varandas
Ruas
Figura 56 - Implantação/Segundo Pavimento Fonte: Patrick Arotcharen Architecte, 2012. Alterado pela autora.

estudos de caso
plantas tipo
Figura 57 - Planta Tipo A Figura 58 - Planta Tipo B
3 2 4
4
3
1 1 2 2
2
2
5
5
5
5
Fonte: Panorama des réalisations bois, 2012.
Fonte: Patrick Arotcharen Architecte, 2012.

PROGRAMA APARTAMENTO
A proposta conta com quatro tipologias, duas com dois
1 Estar/Jantar 4 Sanitário pavimentos (tipos A e B) e duas com um pavimento (tipos C e D).
Nos tipos A e B, o programa das áreas sociais
2 Dormitórios 5 Varandas
está concentrado no primeiro pavimento e as áre-
as privativas no segundo, tendo variação na quanti-
3 Cozinha/A.S.
dade de dormitórios, três e dois respectivamente.

estudos de caso
Figura 59 - Planta Tipo C
Figura 60 - Planta Tipo D
2
2 PROGRAMA APARTAMENTO
2 4
4 4 1 Estar/Jantar
2 Dormitórios
3
3 3 Cozinha/A.S.
1 1 4 Sanitário
5 Varandas
5
5
Fonte: Panorama des réalisations bois, 2012. No tipo C, existe a separação dos equipamentos do ba-
nheiro (vaso sanitário e cuba; chuveiro e cuba) em dois ambien-
tes diferentes, facilitando o uso cotidiano de seus usuários.
O quarto tipo (D) possui o mesmo progra-
ma básico, além de um elevador individual, porém
a quantidade de dormitórios foi reduzida para um.
Apesar das tipologias variadas, cada ambiente é dispos-
to de maneira a aproveitar o espaço disponível dentro de cada
unidade.

estudos de caso
insolação
Figura 62 - Equinócio de Outono/Primavera
Figura 61 - Solstício de Verão Figura 63 - Solstício de Inverno

Utilizando o PD: 3D Sun Path.
Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.

Utilizando o PD: 3D Sun Path. Utilizando o PD: 3D Sun Path.
A insolação, como citado anteriormente, foi um dos

principais fatores levados em consideração no projeto. As
edificações foram posicionadas no lote com as suas varandas,
que são as principais aberturas dos apartamentos, majorita-
riamente voltadas para o Sul, no qual há maior incidência so-
lar ao longo de todo o ano.

estudos de caso
Figura 65 - Pilotis - Vista do Observador
topografia do terreno
O terreno apresenta desníveis em sua topografia, por
essa razão todos os edifícios foram elevados, com o uso de
pilotis, mantendo o térreo livre para trabalhar com a pre-
servação da vegetação, o paisagismo e também usar algumas
dessas áreas para vagas de estacionamento.
Figura 64 - Corte - Unidade Habitacional
Fonte: Patrick Arotcharen Architecte, 2012.
Fonte: Vincent Monthiers, 2011.

estudos de caso
Figura 66 - Rua de acesso as unidades
ruas
Ruas internas ao lote foram abertas, ligando a entrada

principal e possibilitando o acesso a todos os blocos do con-
junto e suas respectivas unidades.
Figura 67 - Rua de acesso ao conjunto
Fonte: Vincent Monthiers, 2011. Fonte: Mathieu Choiselat, 2012.

estudos de caso
Figura 69 - Passarela - Vista Aérea
passarelas
As passarelas mostradas na figura 68 e 69, em sua maio-

ria, estão projetadas acima dos caminhos delimitados no tér-
reo. Isso mostra que elas foram implantadas com a intenção
de criar novos caminhos possibilitando uma nova perspectiva
visual.
Figura 68 - Passarela - Vista Observador
Fonte: Vincent Monthiers, 2011. Fonte: Vincent Monthiers, 2011.

estudos de caso
Figura 70 - Deck de acesso as unidades Fonte: Vincent Monthiers, 2011.
Figura 71 - Planta - Decks
Os decks atuam como espaços de acesso, parada e con-

templação, fator que também auxilia na convivência dos mo-
radores da Eco-Habitação Coletiva.
Decks

estudo preliminar
O estudo preliminar tem como objetivo sintetizar todos

os estudos feitos anteriormente, e iniciar o conceito do pro-
jeto. Neste capítulo, serão apresentados o partido arquitetô-
nico, o programa de necessidades com pré-dimensionamento
de áreas, o fluxograma dos ambientes propostos, um plano
de massas, com volumetria implantada no lote e o estudo de
insolação e ventilação.
estudo preliminar
partido
Com a intenção de explorar os níveis da topografia do os espaços livres o paisagismo e equipamentos, proporcionan-
terreno e considerando o gabarito de altura do entorno, que do a integração do empreendimento ao bairro.
é mais baixo, a concepção da volumetria trabalha com dife- Para a estrutura e materialidade do projeto Habita
rentes alturas para as edificações, chegando até cinco pavi- Jardim da Paz, as referências estão no histórico da cidade
mentos, propondo um design mais próximo a escala humana com a produção cimentícia e na sustentabilidade, com o uso
com o intuito de criar aconchego e pertencimento. de concreto pré-moldado nos pilares, vigas e lajes, que com-
A distribuição dos volumes também tem a intenção de põem a estrutura, e a vedação em alvenaria com blocos de
favorecer a permeabilidade ao lote, devido a adesão da qua- tijolos ecológicos de solo-cimento, aplicando vidro e cobogó
dra aberta e de uma organização aglomerada, trazendo para em suas aberturas.

estudo preliminar
programa de necessidades e
pré-dimensionamento
As unidades habitacionais são os fundamentos do pro-

grama, porém o projeto propõe uma complementaridade
com outros equipamentos para uso dos moradores e da co-
munidade, como quadra poliesportiva, academia ao ar-livre, Quadro 6 - Parâmetros para ZEIS-2
playground, briquedoteca, salão de eventos e de jogos, horta

comunitária, redário, administração/associação comunitária
e para apoio e mobilidade, vias internas para veículos com
ciclovia e bicicletário. Com o programa definido, observou-se
para seu dimensionamento os parâmetros estabelecidos para
a Zona Especial de Interesse Social-2, como está descrito no
Quadro 6.
No pré-dimensionamento, vide Quadro 7, foram consi-
deradas as áreas totais de todos os ambientes para o cálculo Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
das porcentagens de cada um deles em relação ao lote, inclu-

sive os que não são contabilizados para a taxa de ocupação.

estudo preliminar
Quadro 7 - Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento de áreas

estudo preliminar
fluxograma Figura 72 - Fluxograma do Programa de Necessidades

Utilizando o Miro.

estudo preliminar
Figura 73 - Tipologia A
Como pode ser observado na Figura 72, por meio do

fluxograma, a intenção para o projeto é a de ser acessado da
via pública para as vias internas de veículos com ciclovia e en-
tão, distribuir os ambientes do programa através dessas vias
e diretamente as habitações por vias pedonais.
Reduzindo a escala, chega-se as tipologias de habita-
ção, que são três, a sua variação acontece por meio da quan-
tidade de dormitórios, que são um para o tipo A, dois para o
tipo B e três para o tipo C.

Utilizando o Miro.
Figura 74 - Tipologia B Figura 75 - Tipologia C

Utilizando o Miro.
Utilizando o Miro.

estudo preliminar
plano de massas
Figura 76 - Esquema de implantação da volumetria no terreno
terreno e volumetria
O terreno, como mostrado anteriormente, possui um

desnível de 30 m. A implantação de uma volumetria para o es-
tudo preliminar, propõe uma organização aglomerada, crian-
do distância do padrão geométrico, recorrente nessa tipologia
de habitação. Criando espaços abertos para algumas das áreas
comuns, também tratando a permeabilidade do solo, com a
distribuição dos edifícios, que estão soltos no lote, assim, li-
berando o seu entorno para o paisagismo.
Outro ponto é a diferença de gabarito de altura dos
edifícios e sua relação com com os desníveis do solo, que fo-
ram posicionados inicialmente, formando uma variação de ní-
veis também entre os edifícios. A intenção é trabalhar esses
desníveis na fase de anteprojeto.

estudo preliminar
Figura 77 - Estudo de Volumetria implantada no terreno

estudo preliminar
Figura 78 - Caminho do Sol no Solstício de verão Figura 79 - Caminho do Sol no Solstício de inverno
insolação
O caminho do sol, sobre a volumetria proposta do pro-

jeto, foi considerado para os solstícios de verão e inverno e
equinócios de outono e primavera. Nas figuras 78, 79, 80 e Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.
81, o ponto representado pelo sol é exatamente considerado
às 12h. Sua incidência no solstício de verão é praticamente Figura 80 - Caminho do Sol no Equinócio de outono Figura 81 - Caminho do Sol no Equinócio de primavera
perpendicular ao solo, no solstício de inverno, é no qual a

trajetória solar é a mais inclinada em relação ao solo, criando
maiores áreas sombreadas. Já nos equinócios de outono e pri-
mavera há um equilíbrio entre áreas sombreadas e não som-
breadas, e isso mostra um fator positivo para a implantação
aglomerada.


estudo preliminar
ventilação
Figura 82 - Gráfico Rosa dos Ventos
Os ventos predominantes, como pode ser observado na

rosa dos ventos, vem principalmente dos sentidos Leste e Su-
deste ao longo do ano, e com maior frequência na velocidade
entre 0 e 2 m/s. Sendo esses os sentidos de aclive do terreno,
e com as volumetrias em diferentes níveis, existe a possibili-
dade de explorar esse fator, com a distribuição da ventilação
entre os edifícios e nos apartamentos.
Fonte: Projeteee, 2016.

anteprojeto
Na fase de anteprojeto, o objetivo foi desenvolver os

conceitos analisados no estudo preliminar e criar uma repre-
sentação gráfica abrangente do projeto. Neste capítulo, serão
apresentadas as plantas do terreno com a topografia existente
e alterada, assim como a planta de implantação e todas as
plantas dos edifícios projetados. Além disso, serão apresenta-
dos os cortes e elevações necessários para uma compreensão
completa do projeto.
anteprojeto Figura 83 - Planta de Topografia Alterada
topografia
Durante a elaboração do projeto de

habitação, um dos principais desafios foi
lidar com o desnível significativo do terre-
no. Para solucionar essa questão, optou-se
por dividir o lote em platôs, seguindo as
curvas naturais do terreno. Essa aborda-
gem permitiu preservar parte das carac-
terísticas originais do terreno. Além disso,
foram aplicados muros de arrimo para a
contenção final desses platôs.
Além disso, ao longo do eixo de
maior declive do terreno, foi decidido
preservar uma área livre para a vegeta-
ção, permitindo a manutenção do ambien-
te natural e a preservação da vegetação
existente no terreno.

anteprojeto
Figura 84 - Planta de Implantação
implantação
A implantação do projeto foi plane-

jada para romper com o padrão tradicio-
nalmente ordenado das habitações sociais.
Nesse sentido, os edifícios residenciais fo-
ram distribuídos nos platôs, proporcionan-
do diferentes alturas e perspectivas para
os pedestres que circulam pela rua. Além
disso, o projeto inclui espaços abertos,
criando áreas de convivência não apenas
para os moradores, mas também para a
comunidade local ao redor.
Para permitir ainda mais a permeabilida-
de de fluxo no terreno, foram projetadas
passarelas de acesso conectando os dife-
rentes platôs, essas permitem a transpo-
sição do eixo de maior declive do terreno
e uma circulação segura e para facilitar o
deslocamento entre as áreas do projeto,
garantindo a acessibilidade e a integração
entre os diferentes níveis do terreno.

anteprojeto
Figura 85 - Planta Layout - Tipologia 01 Figura 86 - Planta Layout - Tipologia 02
tipologias
Para os edifícios residenciais, foi

proposto o desenvolvimento de aparta-
mentos, com no máximo 5 unidades por
prédio. O objetivo foi garantir uma me-
lhor ventilação e iluminação natural, dis- Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.
tribuindo os espaços de forma a aproveitar
ao máximo esses recursos. A variação nas Figura 87 - Planta Layout 01 - Tipologia 03 Figura 88 - Planta Layout 02 - Tipologia 03
tipologias dos edifícios foi baseada no nú-
mero de dormitórios de cada apartamen-
to, variando de um a três quartos.
Além disso, a acessibilidade tam-
bém foi considerada, atendendo às normas
que exigem um mínimo de 3% das habita-
ções acessíveis. Para isso, foram projeta-
dos seis edifícios, dois de cada tipologia,
com a inclusão de elevadores para garan-
tir o acesso a todos os andares de forma
adequada.

anteprojeto
maquete
Figura 89 - Volumetria Tipologia 03 Figura 90 - Volumetria Tipologia 03 Figura 91 - Volumetria Tipologia 02
Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.
Figura 92 - Volumetria - Tipologia 02 Figura 93 - Volumetria - Tipologia 01 Figura 94 - Volumetria - Tipologia 01
Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.

anteprojeto
conclusão
O processo de pesquisa, estudo e desenvolvimento do

projeto de habitação de interesse social ampliou os conheci-
mentos sobre o tema, que continua sendo de grande impor-
tância devido ao déficit significativo de moradias para pes-
soas que precisam. Além disso, o projeto resultou na criação
de soluções arquitetônicas que visam não apenas suprir essa
demanda, mas também proporcionar espaços de convivência
de qualidade, contribuindo para a melhoria da qualidade de
vida e o desenvolvimento social da população de baixa ren-
da. A importância desse trabalho perdura diante dos desafios
enfrentados na área habitacional.

bibliografia
MAIA, Andréia Mara da Silveira. Os fatores Críticos de Sucesso nos Pro- BALBIM, Renato. Serviço de Moradia Social ou Locação Social: Alternati-
jetos Arquitetônicos de Habitação de Interesse Social através do Mé- vas à política habitacional. Texto para Discussão, Brasília, p. 1-68, 2015.
todo QUALIHABITA. Orientador: Prof.° Roberto de Oliveira, PhD. 2016. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/5787/1/
136 p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade td_2134.pdf. Acesso em: 4 nov. 2022.
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016. Disponível em: https://
repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/174683/344697.pdf?- SÃO PAULO. Decreto nº 63.911, de 10 de dezembro de 2018. Institui o
sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 4 nov. 2022. Regulamento de Segurança Contra Incêndios das edificações e áreas de
risco no Estado de São Paulo e dá providências correlatas. Diário Oficial
BACHELARD, Gaston. The Poetics of Space: the classic look at how we Estado de São Paulo, São Paulo, SP, v. 128, n. 229, p. 1-9, 11 dez. 2018.
experience intimate places. Tradução: Maria Jolas. Nova Iorque: Pres- Disponível em: http://dobuscadireta.imprensaoficial.com.br/default.as-
ses Universitaires de France, 1958. 279 p. Disponível em: https://sites. px?DataPublicacao=20181211&Caderno=DOE-I&NumeroPagina=1. Acesso
evergreen.edu/wp-content/uploads/sites/88/2015/05/Gaston-Bachelar- em: 3 nov. 2022.SÃO PAULO. Decreto nº 63.911, de 10 de dezembro de
d-the-Poetics-of-Space.pdf. Acesso em: 4 nov. 2022. 2018. Institui o Regulamento de Segurança Contra Incêndios das edifica-
ções e áreas de risco no Estado de São Paulo e dá providências correlatas.
PROSHANSKY, H. M.; FABIAN, A. K.; KAMINOFF, R. Place-identity: physi- Diário Oficial Estado de São Paulo, São Paulo, SP, v. 128, n. 229, p. 1-9,
cal world socialization of the self. Journal of Environmental Psychology, 11 dez. 2018. Disponível em: http://dobuscadireta.imprensaoficial.com.
Nova Iorque, p. 57-83, 1983. br/default.aspx?DataPublicacao=20181211&Caderno=DOE-I&NumeroPa-
gina=1. Acesso em: 3 nov. 2022.
SANTOS, B. H. O. Um Sonho de Pertencimento: O fenômeno comuni-
tário à luz do pensamento de Zygmunt Bauman. Revista da Graduação ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (Brasil). ABNT NBR
em Ciências Sociais do IFCS/UFRJ, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 1-8, 9050:2020. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipa-
dez. 2014. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/habitus/ mentos urbanos. [S. l.], p. 1-161, 3 ago. 2020. Disponível em: https://
article/download/11441/8391. Acesso em: 5 nov. 2022. www.caurn.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/ABNT-NBR-9050-15-A-
cessibilidade-emenda-1_-03-08-2020.pdf. Acesso em: 2 nov. 2022.
SILVA, K. C.; SAMMARCO, Y. M. Relação Ser Humano e Natureza: Um De-
safio Ecológico e Filosófico. Revista Monografias Ambientais, [s. l.], v. 14, BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do
n. 2, p. 1-12, mai./ago. 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsm. Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Diário Ofi-
br/remoa/article/download/17398/pdf/91528. Acesso em: 5 nov. 2022. cial da União, 1988. 32 p. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Constituicao/DOUconstituicao88.pdf. Acesso em: 2 nov. 2022.

referências
BRASIL. Emenda Constitucional nº 90, de 15 de setembro de 2015. Dá BRASIL. Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009. Dispõe sobre o Programa
nova redação ao art. 6º da Constituição Federal, para introduzir o trans- Minha Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assenta-
porte como direito social. Brasília, DF: Diário Oficial da União, ano CLII, mentos localizados em áreas urbanas; altera o Decreto-Lei no 3.365, de
n. 177, p. 1, 16 set. 2015. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/ 21 de junho de 1941, as Leis nos 4.380, de 21 de agosto de 1964, 6.015, de
imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=16/09/2015. 31 de dezembro de 1973, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 10.257, de 10
Acesso em: 2 nov. 2022. de julho de 2001, e a Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de
2001; e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, ano
BRASIL. Lei nº 6.766, de 19 de julho de 2001. Dispõe sobre o Parcela- CXLVI, n. 128, p. 2-6, 8 jul. 2009. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.
mento do Solo Urbano e dá outras Providências. Brasília, DF: Diário Oficial br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=08/07/2009&jornal=1&pagi-
da União, ano CXVII, n. 243, p. 1, 20 dez. 1979. Disponível em: https:// na=6&totalArquivos=72. Acesso em: 2 nov. 2022.
www.jusbrasil.com.br/diarios/3428044/pg-1-secao-1-diario-oficial-da-u-
niao-dou-de-20-12-1979. Acesso em: 2 nov. 2022. BRASIL. Lei nº 14.118, de 12 de janeiro de 2021. Institui o Programa
Casa Verde e Amarela; altera as Leis n os 8.036, de 11 de maio de 1990,
BRASIL. Lei nº 10.188, de 12 de fevereiro de 2001. Cria o Programa de 8.100, de 5 de dezembro de 1990, 8.677, de 13 de julho de 1993, 11.124,
Arrendamento Residencial, institui o arrendamento residencial com opção de 16 de junho de 2005, 11.977, de 7 de julho de 2009, 12.024, de 27 de
de compra e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, agosto de 2009, 13.465, de 11 de julho de 2017, e 6.766, de 19 de dezem-
ano CXXXIX, n. 32-E, p. 4-5, 14 fev. 2001. Disponível em: https://pes- bro de 1979; e revoga a Lei nº 13.439, de 27 de abril de 2017. Brasília,
quisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=14/02/2001&jor- DF: Diário Oficial da União, ano CLIX, n. 8, p. 1-5, 13 jan. 2021. Dispo-
nal=1&pagina=4&totalArquivos=84. Acesso em: 2 nov. 2022. nível em: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?-
data=13/01/2021&jornal=515&pagina=1&totalArquivos=135. Acesso em:
BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 2 nov. 2022.
182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da políti-
ca urbana e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, BRASIL. Projeto de Lei nº 2.074, de 15 de julho de 2022. Dispõe so-
ano CXXXVIII, n. 133, p. 1-5, 10 jul. 2001. Disponível em: https://pes- bre a locação social de imóveis residenciais para famílias de baixa renda
quisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=11/07/2001&jor- com o objetivo de reduzir o déficit habitacional. Brasília, DF, p. 1-10, 15
nal=1&pagina=1&totalArquivos=80. Acesso em: 2 nov. 2022. jul. 2022. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/
prop_mostrarintegra?codteor=2200320. Acesso em: 2 nov. 2022.
BRASIL. Lei nº 11.124, de 16 de junho de 2005. Dispõe sobre o Sistema
Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, cria o Fundo Nacional SÃO PAULO. Decreto nº 21.592, de 3 de novembro de 1983. Cria a Se-
de Habitação de Interesse Social – FNHIS e institui o Conselho Gestor do cretaria Executiva de Habitação do Estado de São Paulo. São Paulo, SP:
FNHIS. Brasília, DF: Diário Oficial da União, ano CXLII, n. 115, p. 1-3, 17 Diário Oficial Estado de São Paulo, v. 93, n. 209, p. 1, 4 nov. 1983. Dispo-
jun. 2005. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visu- nível em: http://dobuscadireta.imprensaoficial.com.br/default.aspx?Da-
aliza/index.jsp?data=17/06/2005&jornal=1&pagina=3&totalArquivos=96. taPublicacao=19831104&Caderno=Poder%20Executivo&NumeroPagina=1.
Acesso em: 2 nov. 2022. Acesso em: 2 nov. 2022.

referências
SÃO PAULO. Lei nº 10.365, de 2 de setembro de 1999. Autoriza o Estado SÃO PAULO. Decreto nº 64.419, de 28 de agosto de 2019. Institui, jun-
de São Paulo a implantar Programa de Locação Social na forma que es- to à Secretaria da Habitação, o Programa Nossa Casa e dá providências
pecifica. São Paulo, SP: Diário Oficial Estado de São Paulo, v. 109, n. 168, correlatas. São Paulo, SP: Diário Oficial Estado de São Paulo, v. 129, n.
p. 2, 3 set. 1999. Disponível em: http://dobuscadireta.imprensaoficial. 163, p. 11, 29 ago. 2019. Disponível em: http://dobuscadireta.impren-
com.br/default.aspx?DataPublicacao=19990903&Caderno=DOE-I&Nume- saoficial.com.br/default.aspx?DataPublicacao=20190829&Caderno=DOE-
roPagina=2. Acesso em: 2 nov. 2022. -I&NumeroPagina=11. Acesso em: 2 nov. 2022.
SÃO PAULO. Lei nº 12.276, de 21 de fevereiro de 2006. Dispõe sobre SÃO PAULO (SP). Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014. Aprova a Política
a alienação dos imóveis financiados pela Companhia de Desenvolvimento de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor Estratégico do Município de
Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU no curso do con- São Paulo e revoga a Lei nº 13.430/2002. São Paulo, SP: Diário Oficial Cida-
trato de financiamento. São Paulo, SP: Diário Oficial Estado de São Paulo, de de São Paulo, ano 59, n. 140, p. 1-352, 1 ago. 2014. Disponível em: ht-
v. 116, n. 36, p. 1, 22 fev. 2006. Disponível em: http://dobuscadireta. tps://www.imprensaoficial.com.br/DO/BuscaDO2001Documento_11_4.
imprensaoficial.com.br/default.aspx?DataPublicacao=20060222&Cader- aspx?link=/2014/suplemento/diario%2520oficial%2520cidade%2520de%-
no=DOE-I&NumeroPagina=1. Acesso em: 2 nov. 2022. 2520sao%2520paulo/agosto/01/pag_0001_B9N8D6TN3UGAMeE65RHO-
J8E9OF7.pdf&pagina=1&data=01/08/2014&caderno=Suplemento%20-%20
SÃO PAULO. Lei nº 12.801, de 15 de janeiro de 2008. Autoriza o Poder Di%C3%A1rio%20Oficial%20Cidade%20de%20S%C3%A3o%20Paulo&paginaor-
Executivo a adotar medidas visando à participação do Estado no Sistema denacao=100001. Acesso em: 2 nov. 2022.
Nacional de Habitação de Interesse Social - SNHIS, cria o Conselho Estadu-
al de Habitação - CEH, institui o Fundo Paulista de Habitação de Interesse SÃO PAULO (SP). Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016. Disciplina o
Social - FPHIS e o Fundo Garantidor Habitacional - FGH, e dá providências parcelamento, o uso e a ocupação do solo no Município de São Paulo,
correlatas. São Paulo, SP: Diário Oficial Estado de São Paulo, v. 108, n. 10, de acordo com a Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 – Plano Diretor
p. 1, 15 jan. 2008. Disponível em: http://dobuscadireta.imprensaoficial. Estratégico (PDE). São Paulo, SP: Diário Oficial Cidade de São Paulo, ano
com.br/default.aspx?DataPublicacao=20080116&Caderno=DOE-I&Nume- 61, n. 54, p. 1-15, 23 mar. 2016. Disponível em: https://www.impren-
roPagina=1. Acesso em: 2 nov. 2022. saoficial.com.br/DO/BuscaDO2001Documento_11_4.aspx?link=/2016/
diario%2520oficial%2520cidade%2520de%2520sao%2520paulo/mar-
SÃO PAULO. Decreto nº 62.113, de 19 de julho de 2016. Define os parâ- co/23/pag_0001_2QUAFFO7S38BLeER7VNEFPVLQBE.pdf&pagina=1&da-
metros de priorização para seleção da demanda de beneficiários das uni- ta=23/03/2016&caderno=Di%C3%A1rio%20Oficial%20Cidade%20de%20S%-
dades habitacionais a serem edificadas na execução do Programa Minha C3%A3o%20Paulo&paginaordenacao=100001. Acesso em: 2 nov. 2022.
Casa Minha Vida, inserido no Programa Nacional de Habitação Urbana,
com participação do Estado de São Paulo por meio de recursos do Fundo SÃO PAULO (SP). Decreto nº 59.885, de 4 de novembro de 2020. Esta-
Paulista de Habitação de Interesse Social - FPHIS. São Paulo, SP: Diário belece disciplina específica de parcelamento, uso e ocupação do solo,
Oficial Estado de São Paulo, v. 126, n. 134, p. 1, 20 jul. 2016. Disponível bem como normas edilícias para Habitação de Interesse Social, Habitação
em: http://dobuscadireta.imprensaoficial.com.br/default.aspx?DataPu- de Mercado Popular, Empreendimento de Habitação de Interesse Social
blicacao=20160720&Caderno=DOE-I&NumeroPagina=1. Acesso em: 2 nov. - EHIS, Empreendimento de Habitação de Mercado Popular - EHMP e Em-
2022. preendimento em Zona Especial de Interesse Social - EZEIS, nos termos
das Leis nº 16.050, de 31 de julho de 2014, nº 16.402, de 22 de março de

referências
2016 (LPUOS) e nº 16.642, de 09 de maio de 2017 (COE). São Paulo, SP: valores de renda familiar para atendimento por Habitação de Interes-
Diário Oficial Cidade de São Paulo, ano 65, n. 209, p. 1-7, 5 nov. 2020. se Social – HIS e Habitação de Mercado Popular – HMP, nos termos do
Disponível em: http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/nav_v6/in- parágrafo único do artigo 46 da Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014.
dex.asp?c=29758&e=20201105&p=1. Acesso em: 2 nov. 2022. Diário Oficial Cidade de São Paulo, ano 67, n. 66, p. 1, 7 abr. 2022. Dis-
ponível em: http://www.imprensaoficial.com.br/DO/BuscaDO2001Do-
SÃO PAULO (SP). Lei nº 17.638, de 9 de setembro de 2021. Discipli- cumento_11_4.aspx?link=%2f2022%2fdiario+oficial+cidade+de+sao+pau-
na o Programa Pode Entrar, estabelecendo regras, mecanismos e ins- lo%2fabril%2f07%2fpag_0001_dfff294dea366f34f7641eed724af629.
trumentos para sua operacionalização. São Paulo, SP: Diário Oficial pdf&pagina=1&data=07/04/2022&caderno=Di%C3%A1rio%20Oficial%20Ci-
Cidade de São Paulo, ano 66, n. 176, p. 1-3, 10 set. 2021. Disponível dade%20de%20S%C3%A3o%20Paulo&paginaordenacao=100001. Acesso em:
em: http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/nav_v6/index.asp?- 2 nov. 2022.
c=30957&e=20210910&p=1. Acesso em: 2 nov. 2022.
PONTE, A. L.; BOMFIM, Z. A. C.; PASCUAL, J. G. Psicologia argumen-
SÃO PAULO (SP). Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017. Aprova o Código to. Considerações teóricas sobre identidade de lugar à luz da abor-
de Obras e Edificações do Município de São Paulo; introduz alterações dagem histórico-cultural. Curitiba, v. 27, n. 59, p. 345-354, out./dez.
nas Leis nº 15.150, de 6 de maio de 2010, e nº 15.764, de 27 de maio de 2009. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/7eb6/6100ced-
2013. São Paulo, SP: Diário Oficial Cidade de São Paulo, ano 62, n. 87, 23770739ce42de9cc34b40a54a05e.pdf. Acesso em: 2 nov. 2022.
p. 1-8, 10 maio 2017. Disponível em: https://www.imprensaoficial.com.
br/DO/BuscaDO2001Documento_11_4.aspx?link=/2017/diario%2520ofi- BONDUKI, N. G. Origens da habitação social no Brasil. Análise Social,
cial%2520cidade%2520de%2520sao%2520paulo/maio/10/pag_0001_6O- [s. l.], v. XXIX, ed. 3, p. 711-732, 1994. Disponível em: https://ediscipli-
FP0DQ4GNQCSe2UBMBHV16SSK9.pdf&pagina=1&data=10/05/2017&- nas.usp.br/pluginfile.php/470900/mod_resource/content/1/Origens%20
caderno=Di%C3%A1rio%20Oficial%20Cidade%20de%20S%C3%A3o%20 da%20habita%C3%A7%C3%A3o%20social%20no%20Brasil.pdf. Acesso em: 5
Paulo&paginaordenacao=100001. Acesso em: 2 nov. 2022. nov. 2022.
SÃO PAULO (SP). Decreto nº 57.776, de 7 de julho de 2017. Regula-

menta a Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017, que aprovou o Código
de Obras e Edificações do Município de São Paulo; define os membros
da Comissão de Edificações e Uso do Solo – CEUSO. São Paulo, SP: Di-
ário Oficial Cidade de São Paulo, ano 62, n. 128, p. 1-12, 8 jul. 2017.
Disponível em: https://www.imprensaoficial.com.br/DO/BuscaDO-
2001Documento_11_4.aspx?link=/2017/diario%2520oficial%2520cidade%-
2520de%2520sao%2520paulo/julho/08/pag_0001_ARGJITKMJIGM8e3PFV-
G62PJAK6H.pdf&pagina=1&data=08/07/2017&caderno=Di%C3%A1rio%20
Of i cial% 20C i da de %20 de %20 S %C3%A3 o % 20 Pau lo & pa gin a or de na -
cao=100001. Acesso em: 2 nov. 2022.
SÃO PAULO (SP). Decreto nº 61.218, de 6 de abril de 2022. Define os

da conquista habita jardim da c
jardim da conquista habita jard
ta habita jardim da conquista h
conquista habita jardim da conqu
dim da conquista habita jardim d
bita jardim da conquista habita
quista habita jardim da conquist
da conquista habita jardim da c

Banca - RV00 - Tcau - Projeto - Habita Jardim Da Conquista - Caderno

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Banca - RV00 - Tcau - Projeto - Habita Jardim Da Conquista - Caderno

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

ita jardim da conquista habita ja

sta habita jardim da conquista h

jardim da conquista habita jardi

m da conquista habita jardim da São Paulo | 2023

ita jardim da conquista habita ja

Habita Jardim da Paz:

TCAU II - Trabalho de Curso em Arquitetura e Urbanismo apresen-

Profª. Orientadora Ms. Julia Coelho Kotchetkoﬀ

São Paulo | 2023

Em primeiro lugar, agradeço a Deus, por ter me guiado

A habitação de interesse social é uma tipologia de mo-

PALAVRAS CHAVES - Habitação de interesse social, áreas ver-

Social interest housing is a dwelling typology focused

KEY-WORDS - Social interest housing, green areas, housing

Quadro 1 - Usos permitidos por zona | Folha 2 de 11 88

30 ESTUDO DO LUGAR 74 futuro

94 Condomínio Habitacional Heliópolis

104 Eco-Habitação Coletiva La Canopée

115 ESTUDO PRELIMINAR 125 ANTEPROJETO

116 partido 126 topograﬁa

117 programa de necessidades e 127 implantação

pré-dimensionamento 128 tipologias

119 ﬂuxograma 129 maquete

121 plano de massas 130 conclusão

123 insolação 131 bibliograﬁa

14 habita jardim da paz

habita jardim da paz 15

16 habita jardim da paz

Redução da vulnerabilidade habitacional. Promoção de habitações que promovam condições urba-

Realocação da população presente nas áreas sem sanea-

Promoção de Qualidade de Vida Conservação do senso de pertencimento à comunidade

Manutenção e favorecimento da identiﬁcação local e pro-

Oferta de espaços de vivência em comunidade.

habita jardim da paz 17

18 habita jardim da paz

Este referencial teórico, seguindo as diretrizes da dis-

20 habita jardim da paz

habita jardim da paz 21

Fonte: Guilherme Uemura, 2022. Fonte: Wojtek Gurak, 2009.

22 habita jardim da paz

Sobrados Novo Jardim Habitação Social em Paris

Figura 3 - Sobrados Novo Jardim Figura 4 - Habitação Social em Paris

Fonte: Antonio Preggo, 2016. Fonte: Bigoni Mortemard, 2018.

habita jardim da paz 23

Habitação Social Wirton Lira Complexo Residencial Saint-Michel Nord

Fonte: Jirau Arquitetura, 2012. Fonte: James Brittain, 2020.

24 habita jardim da paz

Moradias Infantis Centre Village

Fonte: Leonardo Finotti, 2017. Fonte: James Brittain, 2010.

habita jardim da paz 25

Conjunto Habitacional do Jardim Edite Quinta Monroy

Fonte: MMBB, Nelson Kon, 2013. Fonte: ELEMENTAL, 2003.

26 habita jardim da paz

habita jardim da paz 27

Decreto Estadual nº 63.911, de 10 de dezembro de ticipação do Estado no Sistema Nacional de Habitação de

Lei Estadual nº 12.801, de 15 de janeiro de 2008. Au-

28 habita jardim da paz

habita jardim da paz 29

Neste capítulo, é retratado o estudo do lugar, no qual

Olhar para o passado ajuda a entender o caminho per-

habita jardim da paz 31

32 habita jardim da paz

habita jardim da paz 33