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Revistas
do curso de
Arquitetura e
Urbanismo
Centro Universitário Senac

V. 4, N. 2 - 2019
Centro Universitário Senac, ARQLAB

Revistas do curso de Arquitetura e Urbanismo -


Volume 4 número 2 - Revista do TCC 2019 | 1 / ARQLAB.
Centro Universitário Senac - São Paulo (SP), 2019.
248 f.: il. color.

ISSN: xxxx-xxxx

Editores: Ricardo Luis Silva, Valéria Cássia dos


Santos Fialho

Registros acadêmicos (Bacharelado em Arquitetura e


Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2019.

1. Divulgação Acadêmica 2. Produção discente


3. Trabalho de conclusão de curso 4. Graduação 5.
Arquitetura e Urbanismo I. Silva, Ricardo Luis (ed.) II.
Fialho, Valéria Cássia dos Santos (ed.) III. Título

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO


CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC

REVISTAS DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO v. 4 n. 2


revista do tcc 2019_01
edição #06

FICHA TÉCNICA:
Coordenação de curso:
Profa. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho

Editor da revista, diagramação e programação visual:


Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Produção e organização:
ARQLAB
Apresentação

Este volume apresenta os Trabalhos de Conclusão de Curso da Turma 2014-2 do Bacharelado


em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac, sintetizados pelos seus autores na
forma de pequenos ensaios.

Os trabalhos estão organizados em 6 Linhas, sob orientações dos professores abaixo listados:

L1: Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo


Profa. Dra. Myrna de Arruda Nascimento
Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

L2: Arquitetura do Edifício


Prof. Esp. Artur Forte Katchborian
Prof. Me. Maurício Miguel Petrosino

L3: Patrimônio Arquitetônico e Urbano


Prof. Me. Ralf José Castanheira Flôres

L4: Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem


Profa. Me. Marcella de Moraes Ocké Mussnich
Profa. Dra. Beatriz Kara José

L5: Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


Prof. Dr. Gabriel Pedrosa Pedro

L6: Tecnologia aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo


Profa Me. Ricardo Wagner Alves Martins

Os trabalhos na íntegra podem ser acessados no endereço virtual abaixo:


https://issuu.com/cauhaus.senac

Profa. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho


Linha 1 Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo 07

Fenomenologia do Espaço - Instalação sobre Arquitetura 09


Denise Dallas Martins

Caminhar, Mapear e Compreender. Intervindo no Bairro da Bela Vista 15


Henrique Florentino Reis

Conecta City - Análise da segregação causada pela linha de trem esmeralda e rio Pinheiros - 21
reconexão do território
Johnlívio S. de Medeiros Gomes

Arquitetura Invisível - Espacialidades construídas através de imagens fotográficas 27


Luiza Meuchi de Oliveira

LUGAR PARAR ESTAR. Intervenção topofílica na praça das corujas 33


Moisés de Melo Aiello Bressan

O Cotidiano infantil: O lúdico presente no centro da cidade de São Paulo 39


Natalia Coelho da Paixão

Sobre Entre Sob - (Re)descobrindo pequenos entraves urbanos 45


Vitória Lacerda S. Queiroz

Linha 2 Projeto do Edifício 51

Espaço público de lazer: Itapecerica da Serra 53


Angela Rodrigues de Souza

Hostel Esplanada 59
Bruna Tanaka de Freitas

Envelhecimento ativo | Centro de Moradia e Convivência para a Terceira Idade 65


Carolina Tea Nunes

Edifício Vivo 71
Henrique Sousa de Araujo
Casa de Parto: Reconversão de Patrimônio Histórico 77
Juliana Ferreira Rudiniski

Centro de Bem Estar para Órfãos Jamila Bonardi de Oliveira 83


Rebeca Leoneda Costa Bonardi

Centro Esportivo Comunitário 89


Renato Lucas Carvalho

Centro Comunitário Capão Redondo 95


Stefany Caroline Vilar Borges

Complexo Multifuncional Portuguesa de Desportos 101


Yghor Cabral Pereira

Linha 3 Patrimônio Arquitetônico e Urbano 107

Requalificação de edifício tombado em área central de São Paulo 109


Andréa Rodrigues de Oliveira Lingoist
Projeto de Intervenção em Patrimônio Industrial: Complexo Ferroviário em Bauru 115
Caroline Pimenta Medeiros

Um Refúgio para Imigrantes: Intervenção no Palacete do Carmo 121


Cassia Joia de Resende

|RE|APROPRIAR - Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém 127


Erika Goes Petruk

Plano de Intervenções em Áreas Industriais da Moóca 133


Roberto Lopes Nepomuceno Schmitz

Museu das Escolas de Samba 139


Wilkerson Thomás de Oliveira Souza

Linha 4 Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem 145

Urbanização da favela Fazendinha 147


Gildene Alcantara de Matos Magalhães

Novo Parque Araribá: Requalificação dos Espaços Livres Públicos 153


Jennifer Cintra Pinto Silva

Requalificação ambiental - Vila da paz 159


Joice Vilela de Souza

Sistema Cicloviário de Osasco: Propostas para tornar Osasco uma cidade amiga da bicicleta 165
Klauss Alexander Schramm

Jabaquara - Urbanização das Favelas: Alba e Souza Dantas 171


Lucas Weyll de Pinho

Buracanã - Reurbanização da Favela Parque Planalto I 177


Renan Santos

Centro técnico e social do Grajaú 183


Thais Vieira Campos
Linha 5 Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia 189

Arquitetura comercial - Loja-conceito Vans 191


Bárbara Cardoso

Sistema construtivo em madeira engenheirada - Uma proposta de residências modulares para 197
habitação de interesse social
Erika Neves

XEPA - Mobiliário para Baixa Renda 203


Gabriela Pacheco

Reforma em edifício escolar - Transformando ambientes 209


Mariana Queiroz Moreno

Habitação Social no Largo do Paissandu 215


Philip de Lima Tan

Linha 6 Tecnologia Aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo 221

Container, Uma nova concepção em abrigos 223


Eliana Barretto e Silva Santos

Moradia estudantil em contêiner 229


Gabriela Gomes

Ecovila - Moradia + Centro de educação ambiental e vivências 235


Giullia Aguiar Resende

Eco Resort e aplicação de resíduos plásticos 241


Talita Araújo Brito
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
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Fenomenologia do Espaço
Instalação Sobre Arquitetura

Denise Dallas Martins


Orientadora: Profa. Dra. Myrna de Arruda Nascimento

Figura 01: Módulos. Fonte: acervo do autor

Resumo

A arquitetura é um fenômeno que nos faz sentir parte do mundo artificialmente construído
pelo homem. A forma como ela se manifesta através de seus elementos pode ser interpretada
por meio dos nossos sentidos e nos permite elaborar memórias; proporcionando experiências Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
únicas àqueles que as vivenciam, faz-nos sentir mais aptos a criar, pois, toda experiência
vivenciada no espaço arquitetônico edificado com qualidade, nos faz pensar com autonomia e
guardar lembranças desta vivência. No entanto, a arquitetura, ao longo dos anos, produzida de
forma sistemática, repetitiva e modular, perdeu parte do seu caráter inovador e instigante, capaz
de proporcionar ao usuário experiências memoráveis. Assim, a presente pesquisa tem como
objetivo propor uma instalação a partir da abordagem fenomenológica, visando explorar
elementos materiais e imateriais familiares à produção arquitetônica, que instigam os sentidos
humanos, proporcionando diferentes situações que provoquem experiências sensoriais e
corporais no espaço.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A arquitetura está presente diariamente em nossas vidas, tendo grande influência no nosso
cotidiano então, além de cumprir sua função como abrigo e artifício para proteger e facilitar a vida humana,
ela também pode transformar e intensificar a vida dos seus usuários, proporcionando sentimentos e
experiências que nos permitam participar da construção de seu significado. Segundo a filosofia de Hussel,
a fenomenologia é a busca da interpretação do mundo através da nossa experiência e é por meio deste
conceito que a arquitetura se relaciona com o ser humano, ou seja, o fenômeno da arquitetura, organiza
espaços, e nossas interpretações do mundo através das experiências vivenciadas nestes espaços.

A arquitetura, para ser sentida e vivida, deve ser organizada de forma a sensibilizar os seres
humanos, instigando nossos sentidos, pois é através deles que interpretamos o mundo à nossa volta. O
espaço arquitetônico deve criar uma atmosfera de imagens, sons, cheiros, sentimentos e recordações,
buscando explorar e provocar situações no espaço arquitetônico através da manifestação dos seus
elementos proporcionando experiências que nos façam sentir mais próximos de nós mesmos e dos outros,
nos quais o indivíduo possa produzir uma leitura totalmente individual das coisas, para que possamos
compartilhar uns com os outros as nossas vivências.

Porém, com os avanços tecnológicos do mundo contemporâneo, nota-se que muitos arquitetos
estão perdendo essa sensibilidade ao desenvolver seus projetos, deixando de se preocupar com questões
que discutem como se dá a relação do homem no espaço, o que tem resultado na produção de edifícios
menos “humanos”, construídos apenas para o comércio e publicidade. Este cenário da atualidade torna a
arquitetura um produto, no qual não há nenhuma conexão corpórea e sensível com seus usuários, além
de servir como estímulo visual, frio, neutro e despersonalizado.

O presente trabalho busca compreender o papel da arquitetura além da sua função utilitária e do
apelo visual estético, analisando seus princípios básicos em relação à forma como relaciona o homem ao
espaço, questionando à arquitetura que se tem produzido na atualidade e que tem deixando de lado sua
relação com o homem, e interrompendo sua conexão com o mundo. Portanto, este Trabalho de Conclusão
de Curso propõe o projeto de uma instalação afim de discutir o significado da arquitetura, com a intenção
de explorar situações e elementos materiais e imateriais no espaço que proporcionem experiências
sensoriais e corporais por meio da abordagem fenomenológica.

As principais referências teóricas, neste momento de pesquisa e levantamentos, são as teorias


e projetos do arquiteto suíço Peter Zumthor (1943), que tem como preocupação criar atmosferas no
espaço arquitetônico através da materialidade, e do arquiteto Juhani Pallasmaa (1936), analisando
seus textos sobre a relação do homem com a arquitetura por meio dos cinco sentidos, nos quais ele
descreve as diferentes dimensões das experiências humanas e sua expressão para a compreensão da
arquitetura além da visão.
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Proposição

Com base nesses estudos, o presente trabalho tem como objetivo propor a construção de um
espaço onde serão feitas intervenções que propiciam experiências espaciais, a partir do ofício do
arquiteto de explorar elementos arquitetônicos sendo eles materiais ou imateriais, projetando o espaço
de “dentro para fora”.

Foram escolhidas como exemplos de referência para ilustrar o que pretendemos na proposta, as
seguintes obras e autores:

A Room, de Salottobuono + Enrico Dusi


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 02: A Room. Fonte: Archdaily

A Room é um pavilhão temporário feito pelo arquiteto Enrico Dusi junto ao escritório Salottobuono,
em 2017 na Cidade do México. O pavilhão triangular transmite em seu interior um silencioso ambiente
desértico, possibilitando diferentes perspectivas a partir das suas aberturas e dimensões não sugerindo
alguma atividade, mas criando uma atmosfera que remete à memória do lugar onde o visitante pode
explorar seu interior e exterior.

Beyond Infinity, Serge Salat

Figura 03: Beyond Infinity. Fonte: http://www.serge-salat.com/

Exposição de arte imersiva e multissensorial do arquiteto e urbanista Serge Salat, onde ele cria
um espaço composto por uma combinação de espelhos, luzes, música e fractais proporcionando uma
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
experiência visual através de sensações de dimensão tempo e espaço. Sua estrutura feita de aço é
revestida por painéis cobertos por espelhos. Seu interior é inspirado nos jardins chineses, onde o arquiteto
utiliza técnicas espaciais tradicionais desses jardins a partir de elementos fractais compostos por painéis
perfurados de alumínio transformando a experiência do visitante em uma jornada mística com música e
iluminação pulsante que muda de cor à medida em que o visitante se move dentro do espaço totalmente
revestido por espelhos, resultando em infinitas reflexões o que torna a dimensão do lugar quase
indiscernível.

Instalação: Sobre Arquitetura

A instalação de caráter nômade, é feita a partir de uma estrutura modular de modo que permita
montá-la em diferentes dimensões de modo que atenda cada local que irá recebê-la. Para isso, no
projeto apresentado, foram usadas dimensões mínimas de espaço para atender o público, assim sendo
um cubo de 6,35mX6,35m.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04: Planta. Fonte: acervo do autor


Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Buscando por uma estrutura de fácil montagem, manuseio e transporte, optei pelo sistema LSF
(Light Steel Framing), que é um sistema composto por um esqueleto estrutural em aço leve e perfurado,
o que facilita a fixação de painéis e passagens de instalações elétricas, e também, para ser parafusado
para a fixação e união dos perfis. Para isso, foi definida uma malha de 60cmX60cm entre os perfis
verticais, dando mais estabilidade para a estrutura. Já o revestimento da estrutura, foi pensado em
painéis de madeira OSB (Oriented Strand Board), que é uma placa composta por tiras de madeira de
reflorestamento organizadas em uma mesma direção, sendo um material resistente, estável e versátil, o
que facilita também na fixação dos espelhos em sua superfície.

O espaço interno é completamente coberto por espelhos em todas suas faces, causando um
efeito de reflexos infinitos, que trazem uma sensação de infinidade dentro do cubo de 6,35mx6,35
causando uma confusão de dimensões e formas ao visitante enquanto ele explora o espaço e sua
materialidade nos módulos dispostos no local. Já na iluminação, foram usadas fitas de LED nas
extremidades do espaço. As cores variam entre amarelo, roxo e azul, que pulsam, dando um efeito de
amanhecer e entardecer, e também, mudando também a cor dos materiais empregados nos módulos.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. 2o Edição. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
DIAS, A. S. Projetar Sentidos: A arquitetura e a manifestação sensorial. 2017. 18 folhas. Artigo – Centro
Universitário FAG, PR, 2017.
GONÇALVES, J.M.C.M. Peter Zumthor: Um estado de graça entre a tectônica e a poesia. 2009. 151 folhas.
Prova final de licenciatura – Faculdade de Ciências e Tecnologias da UC, Portugal, 2009.
HUSSERL, Edmund. A ideia da fenomenologia: cinco lições. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1982.
MERIN, Gili – Peter Zumthor: sete observações pessoais sobre “Presença em arquitetura” – 2013 –
https://www.archdaily.com.br/br/01-159418/peter-zumthor-sete-observacoes-pessoais-sobre-resenca-
em-arquitetura – Acesso em: 30 out. 2018.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. 2o Edição. São Paulo: Martins Fontes, 1999
MONOLITO. Revista. Inhotim: Arquitetura, Arte e Paisagem. Vol. 4, 2011
PALLASMAA, Juhani. Os Olhos da Pele: A arquitetura e os sentidos. 2o Edição. Porto Alegre: Editora
Bookman, 2011.
ZUMTHOR, Peter. Pensar a Arquitectura. 2o Edição. Barcelona: Editora Gustavo Gili, 2009.

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo


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Caminhar, Mapear e Compreender
Intervindo no Bairro da Bela Vista

Henrique Florentino Reis


Orientador : Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Figura 1: Projeto Mirante Saracura Fonte: Colagem do autor

Resumo

A Bela Vista foi paixão à primeira vista e, apesar dos obstáculos, é um bairro que já possui uma Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

vida urbana dinâmica, ativa e intensa. Otimizar essa dinâmica e realçar suas características,
respeitando a história, a vizinhança e o pedestre é o principal objetivo desse estudo. Será́
questionado a melhor maneira de intervir no bairro em questão, levando em consideração as
necessidades locais e seu entorno. Utilizarei o método de caminhada errante e diagramas
cartográficos para desenvolver a análise da vizinhança, criar o conceito "quintal na rua" e gerar
propostas de intervenções.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A intenção foi desenvolver um projeto que lide com questões de convivência social em espaços
públicos na escala de bairros da cidade de São Paulo. Se tratando de espaços públicos em
escala de bairro.
A pesquisa foi baseada espaços existentes com potenciais para propor melhorias, tornando eles
mais atrativo e ativo para a comunidade local. Para meu local de pesquisa inicial optei pelo bairro
da Bela Vista, por ser um bairro rico em cultura, história e diversidade econômica, cultural, étnica
e social. Tenho a intenção de estudar o local e mapear os locais que tenham potencial para
desencadear intervenções em múltiplas escalas.
Ao compreender o bairro e todo potencial, buscarei questionar qual a melhor maneira de
revitalização do espaço em questão, levando em consideração as necessidades locais e suas
dinâmicas urbanas, readequar ele para uso da comunidade e se necessário implantar
equipamentos que estimulem a interação e convivência, com o objetivo de incluir a cidade no
cotidiano, tornar a cidade parte do quintal de casa, transformar caminhos e percursos em
momentos de prazer, conforto e proteção para os moradores e pessoas de passagem pelo bairro.
Desenvolvendo um projeto que lide com questões de laser, mobilidade, equipamento público,
patrimônio cultural e politicas públicas.
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 2 : Diagramas de Morfologia: Baixo Bela Vista Fonte: Autor

Proposição

O método inicial de pesquisa, intitulado Caminhada Errante, foi utilizado para gerar uma
perspectiva sobre a região do bairro da Bela Vista e através de diagramações, mapas, colagens
e ilustrações das percepções captadas, conseguir compreender as e analisar as dinâmicas
urbanas.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

A Caminhada Errante envolve depender dos seus pés para partir de um ponto e atingir outro
ponto, no meio da caminhada podemos parar, repousar, exercer alguma atividade, ouvir música,
conversar, comer, fazer compras e retornar para o nosso trajeto atingindo o destino final. Não é
caminhar para alcançar metas já preestabelecidas ou objetivadas, mas sim caminhar para
aguçar os sentidos do corpo e estabelecer as suas metas em conjunto com as percepções
captadas.
Quando nos propomos a essa ação, estamos nos colocando em posição de viajantes urbanos,
exploradores da cidade, onde os nossos sentidos e atenção devem ser nosso corpo e como ele
reage ao espaço.
Figura 3 : Mapa de Caminhadas / Mapa de Estímulos / Mapa de Cultura e Relisiencia

Fonte: Criado pelo Autor

Através das caminhadas foram gerados diferentes mapas e modelos de diagramas que
demonstram diferentes dinâmicas e comportamentos pelo Bairro da Bela Vista. Com esse
material é possível gerar diferentes leituras e conclusões sobre o atual cotidiano no bairro.

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 4: Mapa de Intervenções "Quintal na Rua"


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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Com as sobreposições dos mapas e interpretação das convivências, fluxos, dinâmicas e


aspectos apresentados, foi possível pontuar focos de atuação que apresentaram relevância para
serem estudados por razões de especulação das dinâmicas urbanas, importâncias de pre-
servação cultural, integração da vizinhança com a cidade e promover vivências em áreas
públicas. Com isso em mente nasce o conceito “Quintal na Rua”, trazendo a questão de quais
são os tipos de programa que devem ser aplicados para incentivar a vizinhança a utilizar as
calçadas, ruas, parques e pra- ças como uma extensão de suas casas. Olhar o lado de fora da
casa como um local criativo, dinâmico, compartilhado, atrativo e integrador.

Figura 5: Proposta Mirante Saracura


Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 6: Proposta Vila Nascente do Saracura


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

ASCHER, François. Os novos princípios do urbanismo. São Paulo: Rgbolso4, 2010. (III).

AYMONINO, Carlo, op. cit., p 126

BARROS, Maria Ellizabeth Barros de; MANGUEIRA, Mauricio; FON- SECA, Tania Galli. Pistas
do Método da Cartografia: Pesquisa-intere- venção e produção da subjetividade. 4. ed. Porto
Alegre: Sulina, 2009.

CARERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática estética. São Paulo: Editora G. Gili,
201

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 2. morar, cozinhar. Pe- trópolis, RJ: Vozes,
1996.

DIÓGENES, Juliana. Com 1/4 dos bens tombados de SP: Bela Vista se renova e atrai jovens.
O Estadão. São Paulo, p. 1-1. 18 dez. 2017. Disponível em: <https://sao-
paulo.estadao.com.br/noticias/geral,com- -14-dos-bens-tombados-de-sp-bela-vista-se-renova-
e-atrai-jo- vens,70002123596>. Acesso em: 18 dez. 2017.

FOUCAULT, Michel . Microfísica do poder. 8. ed. Rio de Janeiro: Graal, 198v

GEHL, Jan. Cidade para Pessoas. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.

GIANNOTO, Joice Chimati. Fedora e o Bixiga: Projetos e Pla- nos para o Bairro Paulistano.
2013. 25 f. Monografia (Espe- cialização) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universida- de
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2014. Cap. 2014.

JACOB, Jane. Vida e Morte das Grandes Cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2015.

MARZOLA, Nadia. Bela Vista: História dos bairros de São Paulo. 15. ed. São Paulo: Grafica
Municipal de São Paulo, 1985.

SILVA, Tiago Brito da. Urbanismo Sustentável e o Paradigma da Resi- liência. 2017. 204 f.
Monografia (Especialização) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Fauusp, São Paulo, 2017.
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
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Conecta City
Análise da segregação causada pela linha de trem esmeralda e rio
Pinheiros - reconexão do território

Johnlívio S. de Medeiros Gomes


Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Figura 01 : Entre riquezas. Fonte: acervo do autor.

Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar a segregação do território no entorno do rio Pinheiros
e da linha Esmeralda da CPTM, a partir de diversos aspectos, como: IDH, oferta de
equipamentos e infraestrutura pública nos distritos que margeiam a linha do trem. O projeto
procura levantar soluções de mobilidade e melhorias sociais à população, como passarelas que Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

conectam pontos de interesse na cidade, que cruzam o rio e a linha de trem; e um Centro de
Desenvolvimento Social.
Analisando os dados sociais da região, verificou-se a necessidade de travessias sobre o rio
Pinheiros a nível do pedestre, a implementação de equipamentos públicos (creches, postos de
saúde, centros de capacitação profissional e técnico, cultural, desportivo e lazer) e tornar os
pontos de interesse, seja público ou privado, mais acessível, com as passarelas.
O levantamento de dados sociais, relacionado com a densidade demográfica, revelou uma
demanda ainda existente de equipamentos na periferia (lado esquerdo do rio sentido Tietê), que
tem uma menor oferta de serviços públicos. O lado direito do rio, por sua vez, tem uma oferta já
consolidada, com um melhor desenvolvimento social e menor densidade demográfica.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A aglomeração de pessoas em centros urbanos se dá em sua maioria de maneira desordenada, formando


o tecido urbano, que por muitas vezes se mistura e se molda aos trajetos feitos pelos seus habitantes
durante sua locomoção, assim como uma trilha se forma pela frequência que é usada. A cidade se molda
pelos seus moradores. Pensando na formação da cidade e no meu fascínio por trens, surgiu o interesse
pelo elemento segregador do território na zona sul de São Paulo: a linha de trem Esmeralda da CPTM e o
seu percurso ao longo do rio Pinheiros, dividindo fisicamente e dificultando o acesso dos seus habitantes
em cruzar essa massa d’água, transformando os habitantes em prisioneiros. A linha de trem e o rio têm
papéis iguais na cidade de São Paulo: dividir os seus habitantes em territórios.

O objetivo deste trabalho, é através da análise de dados, projetar um sistema que possa ser replicado na
cidade a partir do sistema de trens. Propondo passarelas que conectam pontos de interesse no entorno
das estações. Outra premissa deste trabalho é a implementação de um Centro de Desenvolvimento Social,
como anexo às estações que margeiam bairros com baixo IDH. No mapa a seguir, podemos observar que,
quanto maior a distância do centro financeiro da cidade, menor é a quantidade de infraestrutura existente.
Os piores IDH estão às margens do rio e exatamente onde se tem menos infraestrutura e maior densidade
demográfica.
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 02 : Sobreposição da infraestrutura existente por densidade demográfica. Fonte:


Geosampa.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

A costura (ver figura 03) no tecido urbano é a premissa deste projeto, onde se estabelece uma
conexão entre os dois lados do Rio. Surge a partir da estação Jurubatuba, facilitando o
cruzamento dessa massa de água. A costura se estende da estação Jurubatuba a Ceasa,
amarrando essa travessia gratuita para o pedestre. Atualmente a travessia do rio Pinheiros é
algo quase exclusivo a carros, exceto em alguns pontos, que ocorre de maneira intimidadora,
com estreitas passagens e falta de segurança.
A classificação das estações foi feita de acordo com o seu entorno e oferta de equipamentos e
serviços. (ver figura 04)
- Guias de acesso com conexão: entorno da estação com melhor oferta de equipamentos e
serviços.
- Célula de desenvolvimento com conexão: entorno com pouca oferta de equipamento e
serviços, distritos com baixo IDH e dificuldade de acesso ao lado esquerdo do rio.
- Célula de desenvolvimento: entorno da estação com pouca oferta de equipamentos serviços,
ausência do rio e distritos com baixo IDH.

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 03: Costura do território. Figura 04: Classificação das estações. Fonte: Mapa autoral.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 05: Proposição de reconexão do território. Fonte: Mapa autoral.


Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 06: Colagem de intenção de projeto. Fonte: Arte autoral.


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

Sítios da internet

Exodus, or the Voluntary Prisoners of Architecture


Rem Koolhas
https://www.moma.org/collection/works/104692
https://oma.eu/partners/rem-koolhaas
Plug-in City
Peter Cook
https://www.moma.org/collection/works/797
https://www.archdaily.com.br/br/01-166703/the-plug-in-city-1964-slash-peter-cook-archigram
http://www.archigram.net/
archolution
Referência visual
https://www.instagram.com/archolution/
Google Maps. Google
https://www.google.com/maps/
Estações Ferroviárias do Brasil
http://www.estacoesferroviarias.com.br/j/jurubatuba.htm

Livros

CERTEAU, Michel de. Artes de Fazer - A Invenção do Cotidiano. Petrópolis, 1998.


PASSOS, Eduardo, KASTRUP, Virginia, ESCÓSSIA, Liliana (org), Pistas do método da
cartografia; pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2015.
PASSOS, Maria Lucia Perrone; EMíDIO, Teresa, Desenhando São Paulo, Mapas e Literatura, 1877 -
1954.
WHITAKER, J. 2011, São Paulo:cidade da intolerância,ou o urbanismo “à brasileira”.

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo


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Arquitetura Invisível
Espacialidades construídas através de imagens
fotográficas

Luiza Meuchi de Oliveira


Orientadora: Profa. Dra. Myrna de Arruda Nascimento

Figura 01: Edifício Martinelli. Fonte: acervo da autora

Resumo
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
O objetivo do presente trabalho foi desenvolver um ensaio fotográfico autoral, baseado em cenas
cotidianas de arquitetura pouco percebidas, que acabam se tornando invisíveis. Enfatizando a
importância da relação entre esses elementos flagrados pela fotografia e a presença do ser
humano nos espaços - seja ela explícita ou implícita - que foram através dela descobertos, e que
são indispensáveis para construirmos uma noção de espacialidade a partir da ideia de
invisibilidade da arquitetura. Para tanto, foi escolhido o Edifício Martinelli, seus habitantes,
usuários e visitantes, como cenário.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A fotografia capta, muitas vezes, o que o olho não consegue e, graças a isso, torna-se uma aliada
da arquitetura. O registro fotográfico sempre apresenta uma versão particular sobre o elemento captado,
ou seja, cada pessoa tem uma interpretação pessoal para poder expressar sua percepção do mundo
através de uma imagem. Esta imagem, sob o olhar científico, é sempre uma representação.
Este trabalho tem como objetivo a produção de um ensaio fotográfico sobre a condição de
invisibilidade (como imagens desconhecidas) da arquitetura contemporânea paulistana, adotando como
metodologia a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo para levantamento das referências.
Para o levantamento teórico deste trabalho, as principais referências utilizadas foram, além das
teorias do filósofo e crítico alemão Walter Benjamin (1892-1940), sobre a recuperação da singularidade
das obras diante da sua reprodutibilidade técnica; o fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004),
que criou o conceito de “momento decisivo” destacando o flagrante e o melhor momento de se capturar
uma imagem; e o arquiteto e fotógrafo brasileiro, conhecido como fotógrafo de cidades, Cristiano Mascaro
(1944-), que discute a organização do caos urbano através da fotografia.

Figuras 02 e 03: Fotos, respectivamente, de Henri-Cartier Bresson, um flagrante na imagem capturada; e


Cristiano Mascaro, e a relação dos habitantes com o espaço urbano. Fonte: Acervos dos autores.

Além dos três autores citados, também foram utilizadas referências de fotógrafos que trabalham
distintas linguagens – como Pedro Kok, Tuca Vieira, George Brassai, Carlos Moreira, entre outros; porém,
que, em certa medida, revelam os “invisíveis” possíveis de serem captados na cidade ou em estruturas
arquitetônicas, de forma imprevisível, inusitada, improvável, irrepetível e incomum.
Essas cinco categorias, que foram criadas para propor um tipo de percepção sobre a invisibilidade
da arquitetura, constituem a essência deste trabalho sob o ponto de vista conceitual. A elas soma-se o
ensaio fotográfico autoral sobre o Martinelli, como experimento cotidiano e sensível, revelador de um olhar
cultivado e formado ao longo destes cinco anos de faculdade.
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figuras 04 e 05: Fotos, respectivamente, de Tuca Vieira, com o enquadramento e contraste natural; e
Pedro Kok, a composição geométrica em harmonia com o usuário. Fonte: Acervos dos autores.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

O presente estudo busca compreender a arquitetura através da linguagem fotográfica, através de


cenas obtidas em arquiteturas pouco percebidas pelas pessoas. Este ensaio foi desenvolvido para
entender como a fotografia pode ajudar na percepção e na produção da arquitetura, sendo capaz de
revelar o que os outros não veem, mostrar os detalhes pouco observados pelas pessoas habituadas a
suas rotinas e deslocamentos rápidos, sem exercitar a atenção e a sensibilidade para ver “através” das
imagens. Neste trabalho a fotografia é usada com sentido interpretativo.
Foram escolhidas algumas fotos autorais como forma de análise e estudo preliminar para a
primeira etapa do TCC:

Figuras 06 e 07: Palácio Itamaraty e Catedral de Brasília. Os enquadramentos revelam aspectos


arquitetônicos mostrando a relação do interno com externo, criando geometrias através da incidência de
luz solar, da sombra e/ou reflexo refletidos. Fonte: acervo da autora

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figuras 08 e 09: Respectivamente, Rua Boa Vista, o ângulo em que a fotografia foi capturada causa
impressão de distorção da perspectiva da imagem, confundindo os planos através das formas
geométricas; e Rua Líbero Badaró, Remete à ideia de continuidade da rua através do reflexo do edifício,
aspecto enfatizado pelas linhas verticais em primeiro plano, que sangram o campo visual infinitamente.
Fonte: acervo da autora
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figuras 10 e 11: MuBE, Estação Jd. Belval CPTM, respectivamente, nos mostram o conceito da
presença humana na invisibilidade das cenas cotidianas. Fonte: acervo da autora

Esse estudo fotográfico inicial serviu como base para o desenvolvimento do produto deste
trabalho.

Edifício Martinelli

Figura 12: Edifício Martinelli - Terraço. Fonte: acervo da autora

Conforme mencionado, o trabalho teórico e conceitual foi desenvolvido com foco em uma
aplicação prática, como um ensaio fotográfico autoral. Escolhi, particularmente e propositalmente, o
Edifício Martinelli como cenário do ensaio, primeiro por se tratar de um ponto importante na paisagem
paulistana, ícone da arquitetura da cidade e referência ímpar para sua história e paisagem, e, segundo,
pelo fato do Edifício ser o meu local de trabalho e, consequentemente, fazer parte do meu dia-a-dia.
Sua importância para este trabalho adquire mais significado se destas cenas participarem seres
humanos. É importante que haja uma relação de complementaridade entre a presença dos elementos
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

flagrados pela fotografia e a presença de habitantes, usuários e visitantes, para que ela se manifeste como
uma linguagem significativa e complexa.

Figuras 13 e 14: Edifício Martinelli. Fonte: acervo da autora


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

As imagens capturadas foram selecionadas e divididas em três categorias: fotografias no terraço


do edifício, fotografias do interior do edifício e fotografias das vistas do seu entorno; em que pode haver
ou não a presença da presença humana, seja ela explícita ou implícita.
Neste caso, os critérios são espaciais, e se referem à posição do autor das imagens em relação
ao objeto arquitetônico fotografado, revelando invisibilidades casuais ou desconhecidas.

Figuras 15 e 16: Edifício Martinelli. Fonte: acervo da autora

A escolha do tema deste TCC foge ao lugar comum que se pratica quando tratamos de imagens
feitas por renomados fotógrafos de arquitetura, que retratam o objeto como escultura, dentro de uma
paisagem poucas vezes natural, cujo resultado normalmente é obtido com filtros, tratamentos artificiais, e
nos oferecem texturas, sombras e luminosidades pouco vivenciadas pela maioria dos usuários.
As imagens selecionadas para nos “ensinar a ver” a invisibilidade da arquitetura propõem um novo
exercício, uma nova prática, uma nova dinâmica de produção de imagens que se dá a partir do olhar do
usuário comum, despertado para a curiosa possibilidade de descobrir ângulos inusitados.
Um convite à percepção além da arquitetura, mas somente possível de se obter a partir dela.
Fundamental para os novos arquitetos que se aventurem por esta possibilidade, e que se disponham a
usufrui-la com um novo prazer e encanto.

Referências

BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na Era da Reprodutibilidade Técnica. Organização e prefácio Márcio
Seligmann-Silva; tradução Gabriel Valadão Silva, Porto Alegre, RS: L&PM, 2017.
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

DYER, Geoff. O Instante Contínuo: uma história particular da fotografia. Tradução Donaldson M.
Garschagem. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
FEIJÓ, Cláudio. Linguagem Fotográfica, Artigo. (http://www.uel.br/pos/fotografia/wp-
content/uploads/downs-uteis-linguagem-fotografica.pdf acesso em: Nov/2018)
FIGUEIREDO, F. S. P. Novo Mundo do Espaço: Le Corbusier e o papel da fotografia na mediação entre o
público e a arquitetura. 2012. 212f. Dissertação de Mestrado - Universidade de São Paulo, São Paulo,
2012.
MASCARO, Cristiano. Luzes da Cidade, Editora DBA, São Paulo,1996.
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LUGAR PARAR ESTAR
Intervenção topofilica na praça das corujas

Moisés de Melo Aiello Bressan


Orientadora: Profa. Dra. Myrna de Arruda Nascimento

Figura 01 : A Praça das Corujas. Fonte: acervo do autor

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo


Resumo

Os laços com o meio ambiente natural são essenciais para a vida humana, negar este vinculo é
se desprender da própria humanidade. As áreas verdes dentro das cidades são geralmente
tratadas de forma secundária e dotadas de poucos atrativos, o que provoca consequentemente,
sua decadência. O Lugar Parar Estar busca através de intervenções que permeiam múltiplos
universos da arquitetura, criar conexões, utilidades e atrativos para que a Praça e Parque linear
das corujas, localizados no Sumarezinho (bairro de São Paulo) possam receber atividades das
mais diversas que permitam um cotidiano ativo.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A paisagem urbana é construída por desenvolvimento no campo cultural das civilizações, os


hábitos e as condições espaciais criam atmosferas, lugares e desenham o ambiente.
Dentre tantos espaços possíveis e construídos, as áreas verdes estabelecem relações com o mundo
vegetal, que por vezes, é tratado com distanciamento pelas ações racionais.
A geografia é conectada ou segmentada por visões e percepções humanas; o homem traz dentro de si,
espaços inabitáveis e imagéticos que o ajudam a construir, o mundo que habita.
As relações com o mundo que nos cerca são próprias e individuais de cada ser, mesmo que parte delas,
tenda a ser aprendida com os exemplos que temos desde o início de nossa trajetória como seres
pensantes.
O espaço verde e livre de edificações apesar de importante, foi tratado de forma negligenciada nos
últimos tempos no Brasil, entretanto, é notável a tentativa de retomada e de reestruturação desses
espaços no contemporâneo; a palavra sustentabilidade nunca foi tão disseminada nas ideias quanto na
atualidade, e essa tendência é observada no mundo inteiro.
O homem busca esses espaços cada vez mais, na tentativa de fugir da vida agitada dentro dos grandes
centros urbanos, e recentemente, busca fazer a integração de ambos; os espaços naturais viram
fomentadores das ideias do que é ter uma boa qualidade de vida, atribuindo valores econômicos e
ideológicos aos lugares.
Apesar do grande movimento em busca do ‘’verde’’, essas áreas ainda permanecem pouco exploradas;
as inovações nesse campo caminham muito bem nos ideais de consumo e por parte da iniciativa privada
do mercado imobiliário, porém nos espaços públicos, percebemos pouca atividade dos órgãos
correspondentes, o que gera uma sucessão de espaços projetados e verdes, mas com baixa utilização e
pouca atratividade, apesar do potencial imenso.
As iniciativas de impulsionar áreas urbanas pouco ativas podem acontecer de diversas formas, neste caso,
uma série de equipamentos e conexões foram propostas no trabalho, com intenção de que as pessoas
tivessem tanto um uso diurno quanto noturno do espaço, além da criação de maiores possibilidades de
apropriação do espaço público.
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 02 : Croquis equipamentos. Fonte: acervo do autor


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

Figura 03 : Implantação Lugar Parar Estar. Fonte: acervo do autor

O projeto Lugar Parar Estar buscou solucionar a princípio problemas de acessibilidade, fluxos e
serviços que prestassem apoio aos frequentadores da praça existente, buscando criar um
ambiente que atraísse mais pessoas para utilizar desde oásis verde em São Paulo,
incorporando também praticas menos abusivas ao ambiente e de certa forma, que o
protegessem, buscando incentivos a permanência.
A primeira intervenção, surge de uma expansão do projeto, que antes abrangia apenas o maior
espaço, a Praça das Corujas, se estendendo então para o Parque Linear (existente) onde o
equipamento ‘’Cine’’ foi implantado. Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

O Cine surge como uma solução para revitalizar o espaço do parque linear também durante a
noite, criando um lugar para estar com atividades possíveis tanto durante o período diurno
como noturno, utilizando a topografia existente e também as empenas criadas pelos fundos de
lote que fazem divisa com o parque para se instalar.
Este espaço possui um potencial grande que abrange além do universo do entretenimento de
lazer, a possibilidade do educativo.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04 : Corte do Cine. Fonte: acervo do autor

A Praça das Corujas conta com uma horta de caráter comunitário, a ‘’Horta das Corujas’’, um
espaço colaborativo onde qualquer pessoa pode praticar a jardinagem, um lugar livre e público
que também conta com eventuais atividades criadas pelos próprios moradores da região.
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 05 : Entrada da Horta das Corujas. Fonte: acervo do autor

A horta conta com um apiário, e um pequeno espaço onde atividades acontecem, espaço este,
muito improvisado, é a partir daí que surge um outro elemento do projeto, a Concha.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

A Concha é uma espécie de Pavilhão que possibilita que as pessoas façam uso de seu espaço
coberto para atividades, ela conta com um grande banco que permeia o ‘’interno e o externo’’
dando ao espaço uma funcionalidade quase que de auditório, além de proporcionar sanitários.

Figura 06 : Corte da concha. Fonte: acervo do autor

A Praça recebeu diversas intervenções, que permeiam o universo da arquitetura de forma


muito abrangente, como o Caminho, O Cine, A Concha, O Canto e a Casa, passando pelo
design do objeto, pelo urbanismo e pelo projeto da arquitetura e arquitetura da paisagem.
Todas as intervenções surgem da ideia de reestabelecer laços com o espaço natural vegetal
da cidade, criando pontos de atratividade que fomentem o carinho dos usuários para com o
lugar, criando um elo forte que fomenta a manutenção e identificação prazerosa do lugar.

Referências

ABBUD, Benedito. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística.Senac, 2008.

HALL, Edward. The Hidden Dimension. Anchor Books, 1971.

SAKATA, Francine Gramacho. Paisagismo Urbano: Requalificação e Criação de Imagens. Edusp, 2011.

SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe. Harpercolllings, 2015.

TUAN, Yi-Fu. Topolifia: Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. DIFEL, 1980.

WILSON, Andrew. O livro das áreas verdes. Senac, 2016.


Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
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O COTIDIANO INFANTIL:
O lúdico presente no centro da cidade de São Paulo

Natalia Coelho da Paixão


Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Figura 01: o sentido da vida. Fonte: acervo do autor

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo


Resumo

Este trabalho parte do processo de iniciação científica, para o início dos estudos, delimita-
se uma área na República, zona central de São Paulo, levantando os locais lúdicos que existem
nesse local, sendo eles as áreas livres, locais de permanência e estabelecimentos que possui a
presença das crianças. A partir dos levantamentos, escolhi 4 lotes que estão em frente à Avenida
9 de Julho. Sendo assim, o projeto surgiu como forma de trazer novamente o acesso das
pessoas, a permanência e o resgate das crianças que estão próximas, trazendo ambientes
lúdicos para que elas, e também os adultos, possam se divertir na cidade.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A cidade é um local de encontro, o homem ao caminhar começa a construção da paisagem na


qual ele percorre. Quando caminhamos pela cidade, começamos a observar os diversos tipos de pessoas
e afazeres, tanto nos bairros, quanto no centro. E ao observarmos isso, nos deparamos com a presença
reduzida das crianças, em comparação com os adultos, no centro de São Paulo.

A cidade não é construída para uma pessoa, mas para um


grande número delas, todas com grande diversidade de
formação, temperamento, ocupação e classe social. Nossas
análises apontam para uma substancial variação do modo
como as diferentes pessoas organizam sua cidade, de quais
elementos mais dependem ou em quais formas as
qualidades são mais compatíveis com elas. O designer deve,
portanto, criar uma cidade que seja pródiga em vias, limites,
marcos, pontos 18 nodais e bairros, uma cidade que use não
apenas uma ou duas qualidades de forma, mas todas elas.
Se assim for, diferentes observadores terão ao seu dispor um
material de percepção compatível com seu modo específico
de ver o mundo. (LYNCH, 1997, p. 123)

Não vemos as crianças se apropriando das ruas, das praças e dos locais nos quais são propícios
a elas. E neste contexto surgem os questionamentos: onde elas se encontram? Quais os atrativos que
elas têm fora do espaço escolar? Existem locais nos quais são convenientes para os interesses delas?
Será que os projetos urbanos dão conta de atender esta parte da população?
Sendo assim, o campo de estudo para investigar estas indagações é a região da República,
localizada no centro antigo de São Paulo. Este local tem um constante fluxo de pessoas por conta dos
seus variados usos, mas que sempre atraiu pouquíssimas crianças para a área. Vendo as constantes
transformações ocorridas nos últimos anos, o centro está se tornando um local com usos culturais. Isso
pode começar a dar visibilidade para que esse espaço se torne um local mais atrativo para o público
infantil. Por meio dessa percepção surge o interesse em investigar, cartografar as camadas de urbanidade
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

e alteridade que acontece no centro. E o interesse de saber onde estão as crianças nesta região, o que
elas buscam, se elas entendem e se apropriam da cidade na qual rodeiam, se conseguem encontrar ou
faltam equipamentos necessários para elas permanecerem nestes locais tanto quanto os adultos.

Proposição

O projeto tem por finalidade fazer com que os locais escolhidos tenham características infantis e
lúdicas presentes a todos que passem ou permaneçam neste local, principalmente as crianças. Que
chamem a atenção delas, pois foi projetado levando em consideração o ponto de vista que elas possuem
da cidade.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

A partir disso analisei vários terrenos para entender qual seria o melhor para o projeto, e escolhi
quatro terrenos que estão em frente à avenida 9 de Julho. Eles estão sob dois viadutos, o Major Quedinho
e o 9 de julho.

Figura 02: Diagrama das praças. Fonte: Acervo do autor

A área de projeto possui escadarias que dão acesso do viaduto Nove de julho a avenida. Com o
passar das décadas o abandono por parte do poder público transformou-se em locais degradados e
perigosos. Este abandono é visível, existem grandes rachaduras pelas escadarias. Mas subindo por elas,
conseguimos ter uma vista impressionante, podemos ver uma parte da avenida 9 de julho, além de prédios
importantes para a cidade.

A escolha deste local se deu por algumas questões, sendo elas: Ser entre viadutos e estar em
frente à avenida 9 de Julho, sendo um local de fluxo intenso de carros e não dando atratividade ao
pedestre, tornando-se assim um local perigoso, principalmente as escadarias, pois não terem uma
constante circulação de pessoas. Por conta de todas as ocupações existentes pela área. Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo
Por ser um local marcante da 9 de julho, as pessoas que frequentam o bairro passam todos os
dias próximos a elas, e muitas das vezes precisam atravessar as escadarias, mas isso se torna algo que
elas fazem com medo e rápido, sem nenhum tipo de permanência, ficando um local ocioso.

A feira de domingo é bastante conhecida na região, sendo montada no viaduto Major Quedinho, o
que visualmente se vê os locais das escadarias, algo que não chamam a atenção e as pessoas que
utilizam a feira não tem um local para descanso.
E por último, a prefeitura está incentivando projetos para trazer um uso cultural/público para esses
baixos de viadutos. Sendo assim esses locais irão trazer mais atratividade para essa área proposta.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Entrando no projeto: Uma nova visão


A partir disso o projeto busca criar espaços atrativos para que o local escolhido volte a se tornar
relevante para as pessoas que o utilizam. E que não seja apenas um local de passagem como sempre foi,
e sim que se torne um local de permanência, onde possam desfrutar de um lugar lúdico para todas as
faixas etárias. Beneficiando principalmente as crianças, que terão um lugar pensado a elas, para que
possam se divertir e utilizar toda sua criatividade. Permitindo assim que as crianças possuam um local
para brincar, seja sozinha, com os amigos ou acompanhadas pelo responsável. E com isso os
responsáveis terão uma visão plena delas e terão um local de descaso e com atrativos que interessem a
eles também.

O projeto se constitui por uma requalificação de 4 lugares em frente à Avenida 9 de Julho, onde
se tornam praças lúdicas. Cada praça possui um tipo de setorização. Sendo eles:
• Praça 1 – Brincadeiras e Descanso
• Praça 2 – Contemplação
• Praça 3 – Esportes
• Praça 4 – Contemplação vertical e descanso
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 03: Planta geral. Fonte: Acervo do autor


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

BASTOS, Marco Toledo. Flâneur, blasé, zappeur: Variações sobre o tema do indivíduo.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas I: Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 1994

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas II: Rua mão única. São Paulo: Brasiliense, 1995

CERTEAU, Michel de. A invenção do Cotidiano. Rio de Janeiro: Vozes, 1998

FERREIRA, Barros. Histórias dos bairros de São Paulo: O nobre e antigo bairro da Sé. Prefeitura municipal
– Secretária de educação e cultura.

NATIONAL ASSOCIATION OF CITY TRANSPORTATION OFFICIALS. Guia global de desenhos de ruas.


São Paulo: Senac, 2018.

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2012.

LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCOSSIA, Liliana (org.). Pistas do método da cartografia:
Pesquisa-intervenção. Porto Alegre: Sulina, 2017.

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo


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Sobre Entre Sob
(Re)descobrindo pequenos entraves urbanos

Vitória Lacerda S. Queiroz


Orientador : Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Figura 01 : Colagens autorias representando o conceito dos projetos, Sobre Entre e Sob.

Resumo

Este trabalho parte de uma inquietação sobre a cidade e seus tantos espaços vazios, ou que
se caracterizam como pequenos entraves cotidianos, tendo em vista a cidade e sociedade
contemporânea e sua relação com os espaços na cidade. Para estudos estipulou-se uma
macrozona na cidade de São Paulo delimitada por 13 bairros da cidade, que começa na zona Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

sul e segue margeando o Rio Pinheiros sentido o centro da cidade. A metodologia utilizada é a
da cartografia e o caminhar para (re)conhecer os lugares do cotidiano, e assim aproximar as
pessoas com a rua, e propor apropriações dos espaços públicos pelas pessoas. Como
resultado a partir do levantamento trabalha-se as tipologias levantadas, Sobre, Entre e Sob, e a
partir disso uma intervenção que potencialize e fortaleça o cotidiano e relação do corpo com o
espaço.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Esse trabalho compreende e estuda a cidade de São Paulo como espaço denso e em
constante metamorfose urbana que resulta nos mais diversos cenários urbanos ao longo de sua
existência, que variam de construções já consolidadas à novos empreendimentos, e também os espaços
residuais. Esses espaços que podemos chamar também de terrenos vagos, ou as sobras de cidade, os
muros, os pequenos ou grandes espaços que caíram em desuso, que se tornaram segregadores,
verdadeiras barreiras cotidianas, as manchas de não cidade, eles estão presentes e têm suas próprias
características, pouco observados ou pouco valorizados, e é nesse contexto urbano e cotidiano que esse
trabalho deseja atuar e intervir. Esses espaços residuais, por sua vez, nasceram das mais diversas.
Neste trabalho é importante frisar que esses espaços são reconhecidos como problemáticas existentes
no tecido urbano e na vida urbana e possuem intenso potencial de intervenção.
A partir de algumas caminhadas definiu-se uma macroárea na cidade que foi dividida em
cinco áreas e mapeada, observada e estudada utilizando o método da cartografia e fotografia, com a
intenção de encontrar lugares para as intervenções, valorizando sempre sua principal característica e
incentivando a urbanidade.

Figura 02: Macroárea.

Foram mapeados 160 lugares e classificados em três tipologias sendo elas: Sobre, Entre e
Sob. Os lugares Entre são aqueles que estão no meio de edificações, aqueles cercados por edificações,
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

tais como lotes abandonados, escadarias, vielas, praças etc. Os lugares Sob são aqueles que ficam
abaixo das edificações geralmente caracterizados como passagens, por exemplo pontos de ônibus
embaixo de viadutos, passagens embaixo de passarelas.
Por último os espaços Sob, esses surgem com o desejo de especulação de áreas públicas
elevadas, de explorar o topo dos edifícios que em sua maioria abrigam apenas usos de serviços gerais
dos prédios, para isso no mapeamento foram levantados topos de edifícios que abrigariam usos públicos
ou semipúblicos em seus topos, não apenas edifícios corporativos, mas também edifícios residenciais
que podem locar esses espaços e converter o valor em prol de melhorias no edifício.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

Entre - Escadaria Horto do Ype


A intervenção no espaço Entre é uma escadaria muito utilizada de passagem para os moradores
do Condomínio Horto do Ype. A escadaria também serve de “quintal” para os moradores dos lotes
irregulares que margeiam o condomìnio. A estreita escadaria apresenta diversas problemáticas que
variam desde o acúmulo de lixo, ao fluxo distinto de crianças, moradores, e pedestres que a utilizam
como passagem. Ao lado da escadaria existe uma extensa área verde que deveria ser um parque linear,
as obras foram iniciadas, mas foram abandonadas, assim configurando um cenário de descaso e
degradação urbana. A Escadaria fica localizada no A1 do território, no bairro Parque Munhoz, na zona
sul.

Figura 03: Planta Escadaria e maquete eletrônica.

Ao longo das visitas foi possível observar que a escadaria possui diferentes fluxos, dos
moradores que usam a Escadaria de quintal e espaço público, os transeuntes e das galinhas presentes.
A proposta para a Escadaria consiste em organizar esses fluxos existentes e transformar a Escadaria em
espaço público para os moradores e crianças. O corrimão ganha destaque por ajudar a organizar o fluxo
e a indicar os espaços, como o parquinho para as crianças, o espaço para os moradores, galinheiro e a
Horta.

Sob - Ponto de ônibus e garagem

A intervenção no espaço Sob fica localizado logo abaixo da Ponte Nova Morumbi, localizado
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

no A3 do território, o espaço fica no bairro Cidade Monções. A marginal Pinheiros é a principal via de
acesso, onde se abriga o ponto de ônibus, e logo atrás existe uma garagem, ambos fazem parte da
intervenção. A princípio, o projeto contemplaria apenas a garagem, mas quando compreendo o espaço,
vejo que existe a necessidade de integrar esses espaços, a fim de promover uma melhor espacialidade.
Esse espaço abaixo da ponte é inóspito ao corpo, suas estreitas calçadas e o intenso fluxo da
Marginal Pinheiros, fazem o caminhar ser acelerado em ritmo de quem está com pressa. O ponto de
ônibus é o único lugar que o corpo reconhece como parada, mas a sua volta não contempla nenhum
espaço público de qualidade.
A grande questão desse projeto foi como transformar um espaço inóspito ao corpo em uma
praça e conectá-la ao ponto de ônibus existente, assim respeitando os limites compreendidos pelo
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

projeto, e as suas características locais. A praça então se resolve no espaço da garagem, e se conecta
ao ponto de ônibus, pela estrutura de madeira que desenha todo o projeto.

Figura 04: Planta Praça e Maquete eletrônica.

Sobre - Edifício 707

O Edifício fica localizado no A4 do território, e pertence à antiga massa falida do Banco Santos,
localizado na esquina da Rua Hungria com Rua iraci n° 707, sequer chegou a ser finalizado, e nem a
receber um nome. Ficou abandonado por alguns anos e em 2015 foi ocupado pelo Movimento Terra
Livre que levou 178 famílias para morar no Edifício que não cumpria sua função Social na cidade. Com
vista panorâmica devido ao baixo gabarito do entorno, o edifício tem vista ampla para a cidade e para o
Jockey, um dos metros quadrados mais caros da cidade, hoje se encontra novamente abandonado.

Figura 05 : Planta e Maquete eletrônica.

Após a escolha do edifício para intervenção surge a dúvida do que propor, por seu gabarito alto
Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

e ampla visão da cidade, optei por dar mais força a esse topo, transformando em mirante, assim o
edifício se destaca ainda mais em meio ao bairro residencial.
Percebi que seria interessante dar um uso também comercial a esse topo, com isso a proposta
do bar com mirante. Como uma das características mais marcantes do Edifício é ser uma obra
inacabada, e a sua aparência de local abandonado, resolvi assumir isso como partido, e também a
questão lúdica e cenográfica que espaços como esses podem trazer. Ao analisar o espaço, percebi que
a sua condição abrigaria um bar com a temática do meu conto favorito, do livro “Cidades Invisíveis”
escrito por Ítalo Calvino.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

BENJAMIN, Walter. Passagens. Belo Horizonte: UFMG, São Paulo: Imprensa Oficial, 2007.
CALVINO, Italo. Cidades Invisíveis. São Paulo:Companhia das letras. 1990
CERTEAU, Michel de. Artes de Fazer - A Invenção do Cotidiano. Petrópolis, 1998.
JEUDY, Henri-Pierre. Corpos E Cenários urbanos: Territórios Urbanos E Políticas Culturais.
Salvador: EDUFBA, 2006.
PASSOS, Eduardo, KASTRUP, Virgínia, ESCÓSSIA, Liliana (org), Pistas do método da cartografia;
pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2015.

Ladeira da Barroquinha. Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/781582/ladeira-da-


barroquinha-metro-arquitetos-associados>. Acesso em: 14 nov. 2018.

Projeto Urbano A8erna. Archdaily. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/01-135024/projeto-


urbano-a8erna-ativar-o-terrain-vague>. Acesso em: 10 nov. 2018.

Google Maps. Google. Disponível em:<https://www.google.com.br/maps/search/google+maps/@-


23.6448437,-46.823645,12z/data=!3m1!4b1>. Acesso em: 14 nov. 2018.

Tokyo SP. Disponível em:


<https://tokyo011.com.br/?gclid=Cj0KCQjwz6PnBRCPARIsANOtCw1zEaJ7Gmkk9GzKGtd6cBGsJOcsxV
e31wXDDzJ6kEqaC6TjqdM-jWgaAtroEALw_wcB

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo


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Arquitetura do Edifício
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ESPAÇO PÚBLICO DE LAZER
Itapecerica da Serra

Angela Rodrigues de Souza


Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01: Vista do parque. Fonte: acervo do autor

Resumo

Este trabalho contextualiza das definições do lazer, e a importância desses espaços na cidade.
O estudo foca em identificar e analisar as áreas de lazer voltada para prática esportiva e cultural,
Arquitetura do Edifício

proporcionado pela Prefeitura do município de Itapecerica da Serra. Os espaços são


identificados, com objetivo de salientar e identificar suas necessidades, seguindo para então
propor um projeto de parque na área central da cidade, que explore os sentidos humanos e
atenda às necessidades voltada para prática esportiva ao ar livre e torna-se um meio de
divulgação dos espaços já existentes na cidade.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Os espaços de lazer proporcionam interatividade e convivência entre as pessoas,


proporcionam também o bem-estar físico e mental, garantido uma vida mais harmoniosa. O lazer mostra-
se cada vez mais como uma necessidade a ser inserida no cotidiano corrido das pessoas.

Este trabalho tem o intuito de projetar um espaço de lazer, a partir das informações obtidas
com as pesquisas dos espaços existentes de lazer voltado para prática esportiva e cultural proporcionado
pela Prefeitura, aos moradores do município de Itapecerica da serra. Com as visitas realizadas nos locais
foram identificadas uma carência de espaços com infraestrutura adequadas e ausência total de parques
para prática esportiva ao ar livre, o mais próximo fica localizado no Embu das Artes a 9 Km partindo da
área central do município, o mais longe o Parque Ibirapuera a 30 km, que acaba sendo uma opção para
muitos dos moradores.

Figura 02: Mapa dos parques mais próximos. Fonte: acervo do autor

Com a carências dessas áreas é possível observar em uma rápida volta pela cidade, pessoas
que se utilizam das vias públicas, Rua e Rodovias, para pratica de caminhada, corrida e até mesmo o
ciclismo, sendo que não há infraestrutura de segurança, muitos acabam se ariscando em acostamento e
entre os carros.

O município utiliza pequenos espaço para oferecer áreas de lazer para seus moradores,
Centros Culturais, academias cobertas e ao ar livre, ginásio esportes e eventos culturais que acaba
interagindo com a população. Porem os espaços acabam não sendo atrativo para maioria, acarretando
assim o desuso e degradação dos espaços existente, atraindo frequentadores que utiliza para outros fins
que não seja de fato destinado inicialmente e afastando possíveis usuários e uma possibilidade de
expansão da sua área.
Arquitetura do Edifício

O projeto desse trabalho propõe um parque que ofereça atividades esportivas e culturais e
que viabiliza uma conexão com a área urbana e que atenda às necessidades básicas de lazer para os
moradores e vizinhanças do município de Itapecerica da Serra.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

O parque foi localizado na área central da cidade, com objetivo de facilitar o acesso a toda
população do município, integrar a área urbanizada com a área verde, melhorar a qualidade de vida das
pessoas e requalificar áreas degradadas. Respeitando o espaço existente e utilizando materiais leves com
estruturas metálicas e madeiras.

Figura 03: Mapa de localização e urbanização. Fonte: acervo do autor

O projeto nessa área tem fácil acesso ao transporte coletivo, pode estimular o crescimento dos
comércios, levando a uma participação da iniciativa privada para manutenções do parque, sua
participação seria de suma importância já que o município não dispõe de tanto investimento para áreas
verdes.

Projeto

O parque busca conserva o máximo da sua vegetação e interferir de maneira menos agressiva,
buscando criar caminhos que se adapte as curvas de nível e alterando o menos possível de sua topografia.

Arquitetura do Edifício

Figura 04: mapa pista de caminhada e ciclovia. Fonte: acervo do autor

Na entrada principal do parque está localizado o estacionamento que oferece vagas para carro,
motos e bicicletas. Os caminhos criados servem para a prática de caminhada, corrida e acesso a toda
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

área do parque, ao lado se encontra a ciclovia bidirecional. Na parte mais alta do parque um mirante com
vista para o parque e ao longe a vista da extremidade de São Paulo.

Figura 05: Corte da pista de caminhada e ciclovia e planta do mirante. Fonte: acervo do autor

Figura 06: Vista da pista de caminhada e ciclovia e vista do mirante. Fonte: acervo do autor

Ao passear pelo parque, passa-se por áreas de playground, academia ao ar livre, quiosque e
quadras que estão espalhadas pelo caminho. Na área central do parque encontra-se um grande gramado,
a sua frente em um nível mais baixo uma plantação de lavanda, mais ao fundo e possível ver um espaço
de leitura, ao lado um lago com árvores a sua volta e espaço de permanência e relaxamento. Na parte
superior proponho um centro cultural de fácil acesso.
Arquitetura do Edifício

Figura 07: Mapa equipamento e mapa lago e espaço leitura. Fonte: acervo do autor
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 08: Planta espaço leitura. Fonte: acervo do autor

Figura 09: Vista da lavanda, espaço leitura e planta geral do parque Fonte: acervo do autor

Referências
BITTAR, L. Itapecerica da Serra- ocupação e uso do território: São Paulo - 2001.
BONELLI, Mauro chagas. Sustentabilidade em obras públicas: o caso do Parque Madureira.
Dissertação (mestrado), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia
Civil, 2013.
BRASIL. Associação Brasileira de normas técnicas NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaço e equipamentos urbanos. 3 ed. 2015.
CAMARGO, L.O.L. O que é lazer. São Paulo, Brasiliense, 1986.
CET. Companhia de engenharia de tráfego. Espaço cicloviário normas de desenhos. 13 volumes. 2014.
Emília Amélia P. C. da Silva, Priscilla P. C. da Silva, Petrucio Venceslau de Moura Iraquitan de O. Caminha
Arquitetura do Edifício

e Clara Maria S. M. de Freitas, Os Espaços de Lazer na Cidade: Significado do lugar, 2012.


MASCARO, J. L. Infra-estrutura da paisagem. Porto Alegre - RS: Masquatro, 2008.
MASCARO, J. L. Sustentabilidade em urbanização de pequeno porte. Porto Alegre - RS: Masquatro.
2010.
Macedo, S. S., Sakata, F. G. Parques Urbano no Brasil. São Paulo - SP: Edusp. 2010.
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Hostel Esplanada

Bruna Tanaka de Freitas


Orientador: Prof. Me. Maurício Miguel Petrosino

Figura 01: Hotel Esplanada, década de 50. Fonte: http://www.discoveringsaopaulo.com/2013/08/

Resumo

O edifício Ermírio de Moraes, situado no centro de São Paulo, é sede da Secretaria da


Agricultura e Abastecimento. Entretanto, poderia ser ocupado com atividades relacionadas ao
seu entorno, que há um grande polo cultural. Portanto, foi pensado em criar um hostel no local,
Arquitetura do Edifício

que valorizasse o espaço, alcançando o público turístico da cidade e resgatando a memória do


antigo Hotel Esplanada que funcionava na era do café. O projeto do hostel irá dispor abrigos com
valores acessíveis ao público. Também terá acesso ao público que não se hospeda no hostel
para utilização de serviços prestados diariamente como restaurante, café e eventos culturais.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Porque hostel? O intuito de projetar um hostel no local de uma edificação utilizada pelo governo, pré-
existente e tombada pelo órgão do CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio
Histórico) sugere sua reutilização do espaço para que faça parte do polo cultural voltado ao seu entorno,
como o Theatro Municipal, Praça das Artes, Praça dos Correios, entre muitos outros. Também gera um
fluxo contínuo da população turística e local, proporcionando sua permanência por mais tempo, com abrigo
e segurança no centro de São Paulo, além de ser previsto no projeto as hospedagens mais baratas, pois
os hotéis mais próximos na região da República não oferecem estadias acessíveis.

Figura 02: Entorno do hostel. Fonte: acervo Figura 03: fachada do edifício. Fonte: acervo
do autor. do autor.

Referências Projetuais
O espaço do Red Bull Station foi escolhido como referência de projeto para o hostel por existir espaços
e proprosições parecidas com o objetivo de retrofit dos ambientes internos, restauração da fachada e
permitir tanto a reutilização do edifício, bem como, integrar serviços culturais. Já o Hostel Soul Kitchen,
na Rússia, também era um antigo edifício que hospedava a população antiga local e atualmente se
tornou um hostel, com uma proposta mais jovem.

Autores: Grupo Triptyque Autores: Lipin


Local: Praça da Bandeira, 137 – SP Local: Moika Bem. 62/2 – S. Petersburgo, Rússia
Arquitetura do Edifício

Figura 04: edifício Red Bull Station. Figura 05: Hostel Soul Kitchen.

Fonte: http://www.redbullstation.com.br/ Fonte: http://www.soulkitchenhostel.com/


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

O Hostel Esplanada é situado em edificação histórica e tombada, logo atrás do Theatro Municipal,
nomeado como Ermírio de Moraes. A escolha de um local de patrimônio histórico, sugere sua reutilização,
reforma e aproveitamento do espaço para fins públicos e em benefício da cidade por agregar a
revalorização do mesmo. O hostel será composto por dois subsolos, oito pavimentos e um terraço, assim
como a edificação original. Terá dormitórios compartilhados e privativos, também incluindo pessoas
portadoras de necessidades especiais. No total serão cinquenta e seis dormitórios, sendo vinte e quatro
para uso de portadores de necessidades especiais, vinte e quatro de uso privativo e oito de uso
compartilhado, como exemplificado na figura, abaixo. A implantação do edifício terá uma praça conectada
ao pátio externo aberto da fachada posterior e ao vizinho Praça das Artes. Os subsolos serão destinados
às garagens, entrada do café público e área de serviços do hostel. O térreo terá biblioteca com acervo já
existente do local com a história do edifício Ermírio de Moraes, que foi realocado do antigo subsolo, o
mezanino do café público e a circulação principal da entrada que dá de encontro com um pátio externo
aberto. O primeiro e segundo pavimentos serão destinados ao uso administrativo do hostel e apoio cultural.
O terceiro pavimento será destinado ao uso de lazer dos hóspedes do hostel e público de fora como área
de convivência. Do quarto pavimento até o sétimo será destinado ao uso de dormitórios compartilhados e
privativos. E por fim, o oitavo pavimento será destinado ao uso do terraço que será composto por um
solário e bar para uso público.

Figura 06: Implantação do hostel. Fonte: Google Earth.


Arquitetura do Edifício
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 07: Setorização do projeto do hostel. Fonte: ilustração da FormArte e edição do autor. Disponível
em http://www.formarte.com.br/projetos-finalizados-edificio-ermirio-de-moraes

Figura 08: Planta e usos do térreo. Fonte: acervo do autor.


Arquitetura do Edifício

Figura 09: Usos do primeiro pavimento ao terraço. Fonte: Acervo do autor.


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 10: Usos dos cortes. Fonte: Acervo do autor.

Referências

GIRÈ, Joseph. São Paulo Palace Hotel. Arquivo Histórico Municipal de São Paulo. 3 abr. 1922. Planta.
ARQUIVO Histórico Municipal de São Paulo. Disponível em: http://www.arquiamigos.org.br. Acesso em:
3 jun. 2019.
SECRETARIA da Agricultura e Abastecimento. Disponível em: http://www.agricultura.sp.gov.br. Acesso
em: 3 jun. 2019.
GOOGLE EARTH. Mapas. 2019. Disponível em: https://www.google.com.br/intl/pt-BR/earth/. Acesso em:
Arquitetura do Edifício

3 jun. 2019.
GOOGLE. Mapas, 2019. Disponível em: http:// www.google.com.br. Acesso em: 3 jun. 2019.
RED Bull Station São Paulo. Disponível em: http://www.redbullstation.com.br. Acesso em: 3 jun. 2019.
SOUL KITCHEN HOSTEL. Hostel. Disponível em: http:// www.soulkitchenhostel.com/hostel/. Acesso em: 3
jun. 2019.
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ENVELHECIMENTO ATIVO| Centro de
Moradia e Convivência para a Terceira
Carolina Tea Nunes de O. Rego
Orientador: Prof. Me. Mauricio Miguel Petrosino

Figura 01 : Centro de Moradia e Convivência para a terceira idade. Fonte: acervo do autor.

Resumo
Este trabalho de conclusão de curso objetiva analisar a arquitetura voltada ao público sênior, já que o
envelhecimento populacional é uma realidade mundial, e segundo o IBGE o Brasil já possui 30 milhões
de idosos.
Arquitetura do Edifício

A proposta consiste em criar espaços físicos com um programa, e dinâmicas sugeridas, que possam dar
suporte a saúde física e mental dos idosos. Proporcionando independência e rotina ativa que causam
grande impacto na qualidade de vida e do envelhecimento, tanto pela necessidade da atividade motora
quanto da atividade cerebral.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O envelhecimento da população é um fato constatado (no Brasil e no mundo), o número de integrantes


em um núcleo familiar vem diminuindo gradativamente com a evolução do sistema econômico vigente
(do custo de vida mais alto à maior competitividade no ambiente de trabalho que faz com que os
indivíduos se sintam receosos com relação ao futuro e portanto com a viabilização da constituição de
uma família feliz e etc), e a expectativa de vida vem aumentando graças aos avanços tecnológicos que
possibilitam um considerável aumento na longevidade.

É uma conta fácil, menos crianças nascendo, mais adultos envelhecendo em ritmo acelerado. Sendo
assim, é necessário que este envelhecimento se dê da melhor forma possível para garantir que o idoso
tenha qualidade de vida, capacidade de participar mais ativamente na sociedade exercendo seu papel
com dignidade; diferente do cenário de abandono/negligência atual onde a população envelhece graças
aos avanços da medicina mas padece devido à exclusão.

Objetivo específico

• Diagnosticar problemáticas que resultam em patologias e atuar especificamente no tratamento


do problema de maneira holística/ integrada.
• Oferecer espaço para apropriação e reunião popular de caráter democrático que deem suporte
aos tratamentos e atividades necessárias.
• Promover o acesso à moradia de qualidade e inserida no conceito de envelhecimento ativo,
considerando a liberdade, qualidade de vida e independência do morador.
• Desenvolver e tornar produtivo, fazendo-se cumprir a função social da terra e dos recursos
humanos, tanto do morador quanto do visitantes/usuário eventual, promovendo diferentes
relações sociais ao oferecer toda uma programática pensada para tal.

A proposta consiste em um projeto de habitação voltado ao público sênior, projetado não só de acordo
com as normas de acessibilidade universal (visando a maior democracia espacial) mas também em
alinhamento com a inclusão social do idoso à medida que proporciona e exige, pelo seu conceito, a
realização de atividades que possuem uma importância que vai além da conclusão da tarefa pura e
simplesmente. A independência e rotina ativa pressupostas possuem grande impacto na qualidade do
envelhecimento, tanto pela necessidade da atividade motora quanto da atividade cerebral, ambas e
estimuladas, na medida do possível individual (suportado pela NBR), pela proposta projetual, tanto do
Arquitetura do Edifício

espaço físico quanto do programa e dinâmicas sugeridas.


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Área de Intervenção
O terreno escolhido para implantação do projeto, possui uma área total de 5973 m², esta situado no
bairro da Vila Mariana, na Rua Doutor Amâncio de Carvalho, em São Paulo.

Figura 02 : Imagem de Satélite . Fonte: Google Mapas.

O bairro possui opções de lazer, com museus, parques, restaurantes. Também possui boa infraestrutura
de comércio e de saúde, com alta concentração de hospitais, clínicas e farmácias na região. Quando o
assunto é transporte público, a Vila Mariana é um dos distritos com mais estações de metrô da cidade de
São Paulo, existem três que atendem o bairro, Ana Rosa, Vila Mariana e Santa Cruz. E próximo ao
terreno há opções de ponto de ônibus.

O Projeto

O terreno se divide em público e privado. Onde a área do comércio (pública) serve tanto para os
moradores do residencial, quanto para o entorno. A área residencial será de uso exclusivo dos idosos,
com espaços de lazer, com salas de jogos, lavanderia, salas multiuso, espaço ecumênico, e também as
praças ao ar livre . Os apartamentos se distribuem em três pavimentos. E o acesso a eles se da pela
circulação vertical no centro do edifício.
Arquitetura do Edifício

Figura 03 : Volumetria e Usos do Projeto. Fonte: acervo do autor.


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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04 : Implantação. Fonte: acervo do autor.


Arquitetura do Edifício

Figura 05 : Planta pavimento tipo. Fonte: acervo do autor.


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Maquete Eletrônica

Referências

CIELO, Patrícia Lopes Donzele Vaz, Elizabete Ribeiro de Carvalho. A Legislação Brasileira e o idoso.

Estatuto do Idoso e Normas Correlatas Senado Federal Secretaria especial de editoração e Publicações
de edições técnicas.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.

MENDES, Marcia R. S. S. Barbosa, Gusmão. A situação Social do Idoso no Brasil: uma breve
Arquitetura do Edifício

consideração.

Ministério da Saúde. Envelhecimento Ativo: uma Política de Saúde.

PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO/SEPED/CPA. Acessibilidade – Mobilidade Acessível na


Cidade de São Paulo, 2005.
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Edifício Vivo

Henrique Sousa de Araujo


Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 : Edifício Vivo. Fonte: acervo do autor

Resumo

A vida humana se faz e se evolui por meio das relações interpessoais, e sua grande maioria se
encontra nas regiões urbanas, ocupadas no Brasil pela maior parte da população. O objetivo
deste trabalho é elaborar um edifício que ampare e estimule a coexistência e coletividade. Que
aproxime, ao invés de isolar; que busque o compartilhamento à exclusividade; o plural ao
Arquitetura do Edifício

individualismo; e assim, contribua para a manutenção desta dinâmica vida urbana a partir da
produção arquitetônica e reflexão com o foco nas pessoas e no elo direto do lote com seu local
de implantação.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Quanto ao tema
Este trabalho tem como objetivo a concepção de um edifício que contribua para a manutenção da vida
urbana, no Centro de São Paulo. Um edifício vivo, capaz de funcionar 24 horas por dia, ao longo da
semana, onde há espaços que estimulem a coexistência de atividades de forma amigável e orgânica,
Desta forma, busca-se a valorização do convívio entre pessoas e usos, trazendo para um lote uma fração
das dinâmicas relações presentes na região, atraindo diversas pessoas pelas mais diversas finalidades.

Figura 02 : Vista aérea do bairro da República e local de intervenção. Fonte: Google Earth

Uma abordagem municipal

A intervenção arquitetônica e ocupação humana de regiões consolidadas em área metropolitana é um dos


maiores enfrentamentos do campo da arquitetura e urbanismo. Sua ação reflete um pensamento racional
de fazer uso da infraestrutura urbana existente, concentrando atividades gerais em polos adensados. O
Centro da São Paulo é um dos locais de maior oferta de infraestrutura da metrópole. A rede de transporte
coletivo que ali se encontra contempla diversas estações de metrô, linhas e corredores de ônibus, além
de importantes avenidas. Trata-se de uma região que, mesmo fazendo parte do senso comum como uma
área degradada e decadente, atrai grande número de pessoas diariamente, que ali trabalham ou
frequentam as variadas e tradicionais áreas comerciais e culturais.

O Bairro da República

O bairro da República era um dos principais pólos econômicos e arquitetônicos no século XX. Foi nessa
época que alguns dos prédios mais importantes da cidade foram concebidos. Oscar Niemeyer, Franz
Heep, Siffredi e Bardelli são alguns dos diversos personagens deste palco de transformações. Foi a era
de ouro da arquitetura e do modernismo brasileiro, cujos ideais influenciaram as características e
Arquitetura do Edifício

morfologia do bairro tanto do ponto de vista estético quanto funcional.


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

O lote escolhido: Suas características físicas e ruas adjacentes

O perímetro da intervenção proposta é fruto do remembramento de quatro lotes planos, que são compostos
por lojas e lanchonete em uma ocupação térrea, e com primeiro pavimento. Ele está situado em uma das
esquinas da quadra, com 31.1 metros de frente à Rua Dom José de Barros, e 30.7 metros à Rua Barão
de Itapetininga, totalizando 1041 m² de área. Nos limites imediatos do lote, há dois edifícios com empena
cega, de 10 e 12 pavimentos. A esquina que confronta o lote é formada por duas vias icônicas da cidade.
Trata-se de uma localização de grande privilégio tanto pelo contexto histórico, quanto pela posição de
destaque que possui devido ao elevado número de pessoas que caminham por ali diariamente.

Proposição
O programa do edifício foi composto de modo a promover um espaço dinâmico, que estimule a
coexistência de atividades e de pessoas. Desta forma, foram pensadas duas frentes distintas,que se
completam: usos em potencial na área, e demanda existente de usos. Ambas alcançadas através de um
levantamento empírico de usos por lote, realizado pelo autor. Para inserção das atividades propostas, foi
pensado priorizando a vida coletiva e o compartilhamento dos espaços, em detrimento da noção de
propriedade privada.

Figura 03 : Diagrama de usos. Fonte: acervo do autor


Arquitetura do Edifício
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04 : Vista do térreo aberto. Fonte: acervo do autor

Figura 05 : Vista do térreo aberto. Fonte: acervo do autor


Arquitetura do Edifício
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências
LORES, Raul Justes. São Paulo nas Alturas. São Paulo. Editora Três Estrelas, 2017. 340 p.

JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. Editora Wmf Martins Fontes, 3ª Ed. 2011. 532 p.

BUCCI, Angelo. São Paulo, Razões De Arquitetura: Da Dissolução dos Edifícios E De Como Atravessar
Paredes. São Paulo. Editora Romano Guerra, 2010. 152p.

FERNÁNDEZ, Aurora Per; ARPA, Javier; MOZAS, Javier. This is hybrid: an analysis of mixed-use
buildings. Editora a+t Book, 2011. 311 p.

Réinventer Paris,. São Paulo: Editora Monolito, 20176. 150 p.

Edifícios modernos no centro histórico de São Paulo: dificuldades de textura e forma. Arquitextos, São
Paulo, ano 08, n. 089.02, Vitruvius, out. 2007
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.089/197>

PIRAZZOLI, Giacomo. Paulo Mendes da Rocha: sobre o edifício Sesc 24 de Maio. Entrevista, São Paulo,
ano 18, n.075.01, Vitruvius, set. 2018.
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/18.075/7107>

RODRIGUES, F. S. S.. Dois corpos ocupam o mesmo lugar no espaço. Projetos, São Paulo, ano 17,
n.201.02, Vitruvius, set. 2017.
<htt p : / /www. v i truvius.com.b r /revi s tas/read/projetos/17.201/6673>

BISELLI, Mario e LIMA, A. G. G. Estratégias contemporâneas de projeto na cidade de São Paulo. Crítica,
São Paulo, ano 18, n. 216.00, Vitruvius, maio. 2017
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.216/6989>

LIRA, José. Sesc 24 de Maio. Crítica, São Paulo, ano 17, n. 200.02, Vitruvius, ago. 2017.
<htt p : / /www. v i truvius.com.b r /revi s tas/read/projetos/17.200/6654>

ROCHA, P. M, FRANCO, F. M., MOREIRA, M e BRAGA, M. Sesc 24 de Maio. Projetos, São Paulo, ano
18, n. 206.02, Vitruvius, dev. 2018.
<htt p : / /www. v i truvius.com.b r /revi s tas/read/projetos/18.206/6886>
Arquitetura do Edifício
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Casa de Parto:
Reconversão de Patrimônio Histórico

Juliana Ferreira Rudiniski


Orientador: Prof. Me. Maurício Miguel Petrosino

Figura 01: “No princípio era mãe, o verbo veio depois”. Fonte: Ilustradora Luiza Guedes

Resumo

Propor um novo uso a um patrimônio, com o projeto de uma casa de parto, a fim de que
este espaço volte a fazer parte do cotidiano da cidade e da vida das pessoas, através de uma
discussão que tem como foco principal o respeito à mulher e à vida.

O intuito deste projeto é revisar os padrões de atendimento à gestante, principalmente


com o que se diz respeito ao número alarmante de partos cirúrgicos, desnecessariamente,
realizados no Brasil. A Casa de Parto tem como objetivo respeitar e acolher, tanto a mulher,
Arquitetura do Edifício

durante todo o período de gravidez, o parto e nascimento e a criança nos primeiros anos de vida,
quanto sua família.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O presente trabalho tem como objetivo destacar um tema que diz respeito a toda a sociedade, a
importância da humanização do espaço de nascer, que tem como finalidade o projeto de uma casa de
parto, da qual se encontra inserida em um conceito de arquitetura de ambientes de saúde, que além de
atender as necessidades da assistência obstétrica, foca em critérios arquitetônicos que favoreçam
melhores resultados em contextos específicos de atenção à saúde da mulher e da criança, no pré parto,
parto e nascimento.

O programa a ser desenvolvido, será implantado em um casarão do centro da cidade de São


Paulo, a fim de discutir a questão de um imóvel tombado que, um dia fora considerado importante para a
construção da história da cidade e que hoje está camuflado na paisagem urbana, sendo apenas mais um
espaço disponível para uma pequena parcela da sociedade, no qual a grande maioria sequer reconhece
seu valor.

O avanço da medicina x o regresso da humanização

O Brasil, atualmente, é campeão mundial no índice de cesáreas. Não há justificativa científica ou


médica para que a grande maioria dos partos, hoje em dia sejam realizados através de uma cesárea ou
mesmo quando realizados partos normais que estes sejam extremamente medicalizados e/ou utilizem
métodos intervencionistas e abusivos. Tudo isso é compreendido por violência obstétrica, mas
“perfeitamente aceitável” no mundo atual, onde o nascimento foi industrializado. Sendo assim, as Casas
de Parto são também o símbolo da necessária transformação da cultura predominante nas instituições
que prestam assistência ao parto e nascimento.
Em 1999, foram formalmente criados os Centro de Parto Normal, estabelecendo parâmetros legais
para sua implantação. Nesse ambiente o atendimento ao parto é caracterizado pelo uso de técnicas que
respeitem o processo fisiológico do evento, com a utilização de métodos não farmacológicos para alívio
de dores, não há médicos de plantão, por isso é obrigatório que seja integrado a um hospital ou fique
próximo a uma maternidade, em caso de emergência.

Ressignificação de um patrimônio histórico

Sem perceberem que a falta de sensibilidade pelos lugares e pelo que representam é o caminho
certo para a pobreza cultural, a maioria das pessoas demonstra desinteresse por seus passados
respeitáveis.
Arquitetura do Edifício

Apesar de alguns arquitetos urbanistas promoverem a ideia de fixar, na cidade, uma identidade
que irradie um passado pouco valorizado, a violência e o desdém com edificações, que construíram a
história da cidade, estão cada vez mais explícitas.

É essencial ressignificar estes espaços, que um dia foram tão importantes para a nossa história,
cultivando seus valores e tornando-os acessíveis, a fim de que toda a sociedade possa utilizá-los.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

A intervenção proposta tem como objetivo potencializar as virtudes das preexistências, através da
articulação e disposição espacial ali presentes. Um novo uso será apresentado, a fim de ressignificar um
objeto que já teve grande importância para a cidade de São Paulo.

A casa de parto surge com a necessidade de rever os valores culturais que envolvem a mulher e
a forma do nascer, incentivando o respeito e conscientizando a sociedade aos direitos da mulher sobre o
seu próprio corpo e suas próprias decisões.

O programa está distribuído nos três pavimentos do casarão, sendo que, no pavimento térreo
concentra-se a área de parturição, no primeiro pavimento estão localizadas as salas de atividade em grupo,
uma brinquedoteca, depósitos e uma lanchonete e o último pavimento acomoda os consultórios, o banco
de leite humano e a administração do local. O projeto conta ainda com uma ampliação para a circulação
vertical, que se une a edificação existente por meio de passarelas.

Figura 02: diagrama do projeto. Fonte: produzido pela autora

Arquitetura do Edifício

Figura 03: planta de construção e demolição do pavimento térreo. Fonte: produzido pela autora
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04: planta de construção e demolição do primeiro pavimento. Fonte: produzido pela autora

Figura 05: planta de construção e demolição do segundo pavimento. Fonte: produzido pela autora
Arquitetura do Edifício

Figura 09: maquete eletrônica. Fonte: produzido pela autora


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

Araújo, N. M. (2009). "É a vida de sempre" - Corpo e sexualidade no processo de nascimento. Tese de
Doutorado. São Paulo, SP, Brasil.

Bitencourt, F., & Krause, C. B. (2004). Centros de parto normal: componentes arquitetônicos de conforto
e desconforto. Anais do I Congresso Nacional da ABDEH IV. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Coelho, G. (Abril de 2003). A arquitetura e a assistência ao parto e nascimento: Humanizando o espaço.


Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Crizóstomo, C. D., Nery, I. S., & Luz, M. H. (2007). A vivência de mulheres no parto domiciliar e
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Diniz, C. S. (2005). Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um


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Filho, F. O. (2007). Arquitetura do ambiente de nascer: Investigação, reflexões e recomendações sobre


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Tese de Doutorado. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Santos, C. N. (1986). Preservar não é tombar, renovar não é pôr tudo abaixo. Revista Projeto, 59-63.

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hospitalar-nada-disso-conheca-casas-de-parto.html
Arquitetura do Edifício
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Centro de Bem Estar para Órfãos Jamila
Bonardi de Oliveira

Rebeca Leoneda Costa Bonardi


Orientador: Prof. Me. Maurício Miguel Petrosino

Figura 01: Segregando. Fonte: acervo do autor.

Resumo

Este Trabalho de Conclusão de Curso apresenta um projeto arquitetônico de um Centro


de Bem Estar para Órfãos com espaços para a socialização com não-órfãos e a capacitação
para a inserção dos mesmos na sociedade quando completam maioridade. Localizado na Zona
Sul da cidade de São Paulo, foi projetado para melhorar o desenvolvimento cognitivo, emocional
Arquitetura do Edifício

e social dos órfãos, levando em consideração que afastamento de seus familiares, em alguns
casos sendo proposital ou não, ainda é comum e feito de forma errônea, acarretando em diversos
problemas psicológicos. A metodologia foi composta por pesquisas bibliográficas, visitas de
campo, e compatibilização com as ideias iniciais.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Tornaram-se cada vez mais frequentes os debates que tratam da vida e educação da criança e do
adolescente, principalmente os que estão em zona de vulnerabilidade social, onde é claro em diversos
lugares do país que enfrentam problemas com desenvolvimento físico, psicológico, formação de identidade
e relação com os familiares.

Em nosso país, menores privados do cuidado parental por algum motivo específico ou até mesmo
do convívio em sociedade devido a ausência de responsáveis legais colocados em Instituições de Abrigo,
por conta da precária situação da burocracia muitos chegam a passar anos nas filas de adoção, não
conseguem ser reinseridos em suas famílias e muitas vezes são indesejados, já que a faixa de idade
desejada pelas famílias que se encontram na fila de adoção é de 0 a 36 meses.

Rossetti-Ferreira et al. (2012) aborda claramente a forma dificultosa que as Instituições aplicam as
leis e normas que lhe são propostas para um bom funcionamento e cuidado com os menores. Autores
como Bronfenbrenner (1996) mostra como é possível acabar com a formação psíquica de uma criança
dependendo da forma como ela é recebida em um Abrigo, afetando todas as áreas de desenvolvimento
que formam o caráter.

Através do princípio de criação de identidade de uma criança é que parte o propósito do projeto,
onde a principal intenção é suprir necessidades mínimas de desenvolvimento de um ser humano gerando
uma possível reconstrução de emoções vividas, atendendo demandas físicas e psicológicas através dos
espaços arquitetônicos elaborados. A criação do futuro deles começa no espaço em que são inseridos
após, talvez, um dos maiores traumas de suas vidas.

Através da ideia de lar, o CENTRO DE BEM-ESTAR PARA ÓRFÃOS JAMILA BONARDI DE


OLIVEIRA, recebeu este nome por conta do papel fundamental em que minha tia exerceu na minha vida,
acolher, amar e proteger são os três pilares principais. A visão da instituição é promover a integração da
criança e do adolescente na sociedade através da capacitação que o Ensino pode trazer, gerando um
senso de cidadania em cada um e a possibilidade de ter uma vida digna. Os valores ensinados
promoverão o bem estar sem preconceitos no que diz respeito à origem, sexo, raça, cor, credo, ideologia
política e qualquer forma de discriminação serão inaceitável.

Proposição
Arquitetura do Edifício
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 02: Implantação com paisagismo. Fonte: Rebeca Bonardi.

Figura 03: Planta baixa do Térreo e Mezanino. Fonte: Rebeca Bonardi.

Figura 04: Planta baixa do primeiro e segundo pavimento. Fonte: Rebeca Bonardi.
Arquitetura do Edifício

Figura 05: Planta baixa terceiro e quarto pavimento. Fonte: Rebeca Bonardi.
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Figura 06: 3D de vista frontal do Centro de Bem-estar sem a existência do portão para possibilitar uma
melhor análise do edifício. Fonte: Rebeca Bonardi.
Arquitetura do Edifício

Figura 07: 3D do pátio ao fundo do terreno com acesso pela Biblioteca ou pela lateral do edifício. Fonte:
Rebeca Bonardi.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 08: 3D da vista posterior do Centro de Bem-estar sem a existência de muro para possibilitar uma
melhor. Fonte: Rebeca Bonardi.

Referências

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populares. Revista Estudos de Psicologia, Campinas, v. 20, n. 1, p. 27-36, jan./abr. 2003.
ÁVILA, C. Gestão de projetos sociais. 2. ed. São Paulo: AAPCS, 2000.
CARVALHO, D. M. Adoção, Guarda e Convivência Familiar. 2ª edição. Belo Horizonte, Del Rey Editora.
2013. P.8.
MARTINEZ, A. L. M. O momento da saída do abrigo por causa da maioridade: a voz dos adolescentes,
2008. Psicol. rev. (Belo Horizonte) v. XIV n.2, Belo Horizonte, dez. 2008.
MIRANDA, P. Tratado de Direito de Família. Atualizado por Vilson Rodrigues Alves. Campinas: Bookseller,
v. III, 2001, p.217.
PAIVA, N. S. G.; NUNES, L. G. A.; DEUS, M. F. A construção da identidade da criança na educação infantil
numa perspectiva histórico-cultural, 2010. Olhares & Trilhas - Uberlândia, Ano XI, n.11, p. 85-96, 2010.
QUEIROGA, O. R. A Formação da Identidade Criminosa em Crianças Orfãs e Abandonadas, 2003.
SCHENKER, M.; ASSIS, S. G.; FARIAS, L. O. Levantamento Nacional das Crianças e Adolescentes em
Arquitetura do Edifício

Serviços de Acolhimento. Fundação Oswaldo Cruz- Fiocruz, Centro Latino-Americano de Estudo de


Violência e Saúde Jorge Careli - CLAVES; Secretaria Nacional de Assistência Social - SNAS/MDS,
Departamento de Gestão do SUAS, Coordenação Geral de Serviços de Vigilância Social.
SOMMER, R. Espaço Pessoal: as bases comportamentais de projetos e planejamento. Tradução Dante
Moreira Leite. São Paulo: Ed. EPU/ EDUSP, 1973. p. 220.
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Centro Esportivo Comunitário

Renato Lucas Carvalho


Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 Campo do Inconfidência EC do bairro Concórdia. Fonte: http://futebolbh.com.br

Resumo

A seguinte proposta arquitetônica apresenta o projeto de um Centro Esportivo Comunitário no


bairro Jardim Celeste em São Paulo, que tem por objetivo incentivar as práticas esportivas entre
os moradores do local como também dos bairros próximos, aproximando a arquitetura das
necessidades do desenvolvimento humano e da inclusão social. Neste trabalho se investigam os
diferentes aspectos em como os esportes pode beneficiar as pessoas e recuperar uma
comunidade. A partir de toda a investigação se propõe um desenho de um Centro Esportivo
Comunitário. O espaço disponibilizará equipamentos esportivos e uma ampla área de lazer em
que possa receber diversos eventos de forma adequada.
Arquitetura do Edifício
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A inclusão social através do esporte surge como uma das soluções mais eficazes na melhoria da
educação e desenvolvimento de crianças e adolescentes. A prática de esportes atua criando
oportunidades e alternativas aos jovens, afastando da criminalidade e proporcionando a melhoria de sua
saúde física e mental. Existem diversas pesquisas que apontam o esporte como um dos melhores meios
de evitar a evasão escolar e distanciar os jovens da marginalidade e criminalidade, levando para
programas esportivos e culturais visando formar cidadãos e atuando como instrumento de formação
integral dos indivíduos e, consequentemente, possibilitando o desenvolvimento da convivência social, a
construção de valores, a promoção da saúde e o aprimoramento da consciência crítica e da cidadania.
O presente trabalho consiste em propor o projeto de um Centro de esporte e lazer no bairro Jardim
Celeste em São Paulo. A definição do tema surgiu a partir de minhas análises e inquietações sobre a
importância do equipamento público para os moradores do bairro, devido a carência de espaços
adequados destinados a prática de esporte.
Atualmente a área não está abandonada pois as pessoas ainda utilizam, porém o que se vê é uma
grande área subutilizada, com espaços mal dimensionados como por exemplo o campo de futebol
existente que é irregular pois não possui uma manutenção. A ideia é oferecer um programa mais amplo a
região, com melhor qualidade para os usuários propondo um espaço inovador e convidativo para todas as
faixas etárias e classes sociais, formando verdadeiramente um espaço público , promovendo atividades
culturais que busquem o incentivo a atividades esportivas, além de oferecer áreas amplas de convivência
onde as pessoas podem se reunir e proporcionar um convívio entre elas.

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

As diferenças entre público e privado vai além do acesso limitado entre os usuários, sabemos que o
público carente de uma condição econômica dificilmente poderá tirar proveito da potencialidade de
centros esportivos privados. A valorização do solo urbano, as diferenças socioeconômicas e a presença
ou ausência do poder público faz com que a prática esportiva seja implementada em alguns lugares da
cidade e em outros não. A essa existência ou falta de espaços públicos destinados à prática esportiva
denominamos de segregação socioespacial.
Diante disso, a intenção do projeto é criar um espaço público de convívio, onde a cultura, o esporte e o
lazer estejam presentes, pois são alguns pontos mais deficientes da região. Portanto, esta proposta
contempla não somente as questões culturais e educacionais, mas também o progresso social da
população residente na área.
Analisando o bairro Jardim Celeste e os bairros periféricos, nota-se que a região não possui equipamentos
públicos próximos, e os existentes não oferecem a infraestrutura adequada para a realização de atividades
para a população. O centro esportivo comunitário tem como objetivo proporcionar melhores instalações
para a prática esportiva, lazer e o aprendizado em um ambiente confortável e adequado a realidade desses
usuários.

Figura 02 foto autoral do terreno

O conceito funcional parte do pressuposto que a organização interna e acessos de projeto sejam
estruturados mediante as características de cada atividade. Quanto a formalidade do projeto, se propõe
Arquitetura do Edifício

uma volumetria principal, que comportasse os acessos e hall principal, banheiros públicos, setor
administrativo e salas multiuso.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 03 render

O acesso principal do projeto se dará junto a Rua Margarida Izar onde o fluxo é maior, isso é reforçado
com a presença das linhas de transporte público. O estacionamento e o acesso secundário se dará junto
a Rua Bernardo Buontalenti por ser uma rua de menor movimento e que é estritamente residencial e não
possuir linhas de ônibus circulando.

Figura 04 render

A implantação da volumetria principal também se desenvolvera na margem do terreno próxima a Rua


Margarida Izar. A orientação do projeto adotara cuidados com aspectos como a incidência de ventos e
orientação solar, evitando que a incidência de raios solares possa prejudicar os praticantes dos esportes.
Possui um local destinado ao playground e academia ao ar livre, pista de skate juntos a praça,
localizados em uma área visível e convidativa, proporcionando lazer aos usuários.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

HERTZBERGER, Herman, Lições de Arquitetura – Editora Martins Fontes, Edição: 3ª (26 de abril de 2018).
ALMEIDA, Marco Antônio Bettine de; GUTIERREZ, Gustavo Luis. Esporte e sociedade. EFDeportes.com,
Revista Digital. Buenos Aires, n. 133, 2009.
LEITE, Werlayne Stuart Soares. Uma máquina de produzir ilusões: a função social do esporte. Disponível
em: http://www.sanny.com.br, Acesso em: 05/04/2019
MARTINS, Danielle Fabiane et al. O esporte como papel de uma reunião social. Disponível em:
http://www.facecla.com.br, Acesso em: 28/05/2019
TUBINO, Manoel. O que é esporte: uma enciclopédia crítica. 2 Ed. Vol. 276. São Paulo: Brasiliense. 1999.
Coleção primeiros passos.
SUZUKI, Eduardo. Concurso Nacional de Idéias para a construção do Primeiro Centro Urbano de
Cultura, Arte, Ciência e Esporte de Fortaleza – CUCA .Disponível em:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/06.065/2640?page=3, Acesso em: 28/05/2019

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Centro Comunitário Capão Redondo

Stefany Caroline Vilar Borges


Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 : Região do Capão Redondo; acervo do autor.

Resumo

O tema a escolhido para consolidar os pontos que serão discutidos neste estudo é a construção
de um equipamento urbano, um Centro Comunitário no distrito do Capão Redondo, Zona Sul de
São Paulo. O foco deste projeto é atender a comunidade buscando a superação de um conjunto
Arquitetura do Edifício

de deficiências geradas pela falta de equipamentos, acessibilidade, educação, violência,


degradação, ambiental, falta de infraestrutura, a quase ausência de espaços públicos e
convivência.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

As áreas de ocupação informal estão presentes na cidade de São Paulo desde antes de 1940,
ocasionadas pelo crescimento populacional ao longo dos anos e pela falta de políticas habitacionais e
planejamento urbano por parte do poder público, que obrigou a população baixa renda a ocupar áreas
vulneráveis da cidade.
A construção de um equipamento urbano, um Centro Comunitário, é o principal objetivo a ser
discutido neste trabalho, tendo em vista que o projeto atenderá a comunidade carente buscando a
superação de um conjunto de deficiências geradas pela falta de equipamentos, acessibilidade, educação,
excesso de violência, degradação dos materiais e do ambiente, falta deinfraestrutura, poucos espaços
para lazer e cultura e convivência entre a comunidade.
O bairro jardim São Bento Novo, localiza-se no distrito do Capão Redondo na cidade de São Paulo,
carente de equipamentos públicos como: escolas, parques e praças para lazer. É dentro deste recorte da
cidade que se pretende desenvolver este exercício de projeto, buscando qualificar a vida dos moradores
da região, trazendo geração de renda, serviços e lazer.

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Proposição

O Centro Comunitário Capão Redondo irá oferecer programas para toda comunidade, com foco
maior em jovens e adultos que buscam inserção ou nova oportunidade no mercado de trabalho. O espaço
conta com um programa básico com áreas de atividade ao ar livre, ponto de encontro, festas ou eventos,
cursos e oficinas.

Programa de necessidade:
• Administração
• Sala Multiuso
• Consultórios
• Cozinha
• Refeitório
• Salas de aula
• Biblioteca
• Sala de informática

A proposta de implantação do Centro Comunitário se da devido a topografia do terreno, o edificio


foi idealizado a cada meio nivel para interferir minimamente no terreno.
O projeto tem a preocupação de tornar-se parte da comunidade, para isso pretende-se utilizar
materias de construção comuns a população, como concreto, bloco de cimento, argamassa, metal, etc.
Um espaço aberto a todos os moradores, tanto para aqueles que vão para cursos e oficionas,
quanto aqueles que vão para conversar ou descansar nas áreas livres.

Figura 02 : Implantação do edfício.. Fonte: autoria própria


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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Arquitetura do Edifício
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

BAENINGER, Rosana. População e cidades: subsídios para o planejamento e para as


políticas sociais. Campinas, setembro 2010.
FRANÇA, Elisabete; BAYEUX, Gloria. Favlevas: a cidade como interação dos bairros e
espaços de carências, Bienal de Veneza, ano 03, agosto de 2002.
MARICATO, ERMÍNIA. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes,
2001.
MARICATO, Ermínia. Metrópole na periferia do capitalismo. São Paulo: Hucitec,1996.
OLIVEIRA, Francisco de. Acumulação monopolista, estado e urbanização: a nova qualidade
de conflito de classes. In MOISÉS, José A. Condições urbanas e movimentos sociais. São
Paulo: CEDEC – Paz e Terra, 1977.
PADILHA, Paulo Roberto; SILVA, Roberto da (Org). Educação com qualidade social: a
expectativa dos CEUs de São Paulo, Instituto Paulo Freire, São Paulo, 2004.

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Complexo Multifuncional Portuguesa de
Desportos

Yghor Cabral Pereira


Orientador: Prof. Esp. Artur Katchborian

Figura 01: render de cima do complexo. Fonte: Acervo do Autor.

Resumo
O projeto visa revitalizar o clube e o estádio da Associação Portuguesa de Desportos, que
encontra-se em total deterioração. Para isso, um complexo Multifuncional será criado no lugar,
mantendo apenas o estádio e o ginásio do projeto original. O projeto contará com um parque,
que manterá um pouco do uso esportivo no clube, um edifício multifuncional, com uso
institucional, comercial, corporativo e residencial e um projeto de retrofit para o estádio, com a
criação de uma nova cobertura, que não desrespeite o desenho original do estádio.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A Portuguesa já foi um dos maiores clubes do Brasil, mas infelizmente, hoje em dia passa por inúmeras
dificuldades

Figura 02: Linha do tempo história da Portuguesa. Fonte: acervo do autor.

O trabalho tem como foco a revitalização do terreno da Associação Portuguesa de Desportos. Para isso,
foram estudados projetos como o Parque da juventude, que revitalizou todo um bairro, o estádio San
Mamés, que recebeu um projeto de retrofit, e projetos de edifícios multifuncionais, como por exemplo o
Complexo Office time, que teve uma enorme influência no projeto.
Após estudos do entorno, primeiro foram decididos os principais acessos, para então começar a produção
de croquis. O croqui abaixo definiu a implantação do projeto.
Arquitetura do Edifício

Figura 03: Croqui de implantação do complexo. Fonte: acervo do autor.


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

Com a maior parte do projeto destinada para o parque, um gráfico desenvolvido em cima do croqui de
um corte demonstra a proporção de áreas do projeto que serão destinadas para cada uso.

Figura 04: gráfico de usos. Fonte: acervo do autor.

Chegou-se então ao desenho final de implantação do projeto, criando caminhos principais de ligação
direta ao estádio e caminhos secundários, que levam a áreas um pouco mais reservadas, como por
exemplo os acessos ao bloco residencial do edifício.

Arquitetura do Edifício

Figura 05: Implantação geral. Fonte: acervo do autor.


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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

O edifício implantado a esquerda do terreno, fica em uma área de acesso um pouco mais filtrado,
enquanto o estádio e o ginásio então diretamente conectados aos principais acessos e possuem um
entorno quase sem vegetação, para que haja uma maior fruição de pessoas.
A biblioteca possui como principal acesso uma escada rolante, que cruza o vazio da galeria em diagonal,
vencendo um vão de 4,5 metros.
O bloco corporativo, composto por plantas livres de 600m², possui acessos para varandas a cada dois
andares, varandas essas que possuem recortes triangulares, fazendo referência ao desenho de piso, e
criam uma grande escultura arquitetônica na fachada do prédio.

Figura 06: corte BB Fonte: acervo do autor.

O complexo cria também um museu para a portuguesa, localizado no terraço jardim criado em cima do
bloco de estacionamento, que pertence a biblioteca.
Para o estádio, foi criada uma estrutura de tirantes, revestida por um tecido branco, com alguns pedaços
transparentes, de teflon com fibra de vidro.
Arquitetura do Edifício

Figura 07 e 08: esquema de montagem do estádio e render do museu. Fonte: acervo do autor.
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Figura 09: Varandas vistas do começo da rampa. Fonte: acervo do autor

Para fachada residencial, nichos são acrescentados as varandas dos apartamentos, junto com um
degrade que vai do verde escuro ao azul escuro, misturando-se ao parque e ao céu.

Figura 10: fachada residencial. Fonte: acervo do autor.


Referências
Galeria da Arquitetura - Estádio Beira Rio. https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/hype-studio-
Arquitetura do Edifício

arquitetura_santini-rocha-arquitetos_/estadio-beira-rio/463
Site da Portuguesa - http://portuguesa.com.br/site/
Edifício Office Time - https://www.tecnisa.com.br/imoveis/sp/sao-paulo/salas-comerciais/office-time/23
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Patrimônio Arquitetônico e Urbano
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Requalificação de Edifício tombado em área
central de São Paulo

Andréa Rodrigues de Oliveira Lingoist


Orientador: Prof. Me. Ralf José Castanheira Flôres

Figura 01: fachada do antigo Hotel. Fonte: Letícia Vaz

Resumo
O objetivo desta monografia é propor a requalificação do antigo Hotel Columbia Palace,
tombado e inserido no centro de São Paulo. O texto se inicia com o registro da história da
cidade desde sua formação, o quanto os poderes públicos e privados são responsáveis por
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

influenciarem este processo. Cita os principais documentos de salvaguarda do Patrimônio


mundial. Analisa tombamentos e decretos que incidem sobre este bairro e bem, dados
demográficos do distrito, legislação e projetos de Intervenção Urbana. O trabalho tem como
objetivo apresentar uma proposta de intervenção no edifício da década de 20, propondo o uso
misto, compreendendo seu valor histórico, qualificando o meio de lote, considerando a
importante incidência de luz solar em todos os ambientes e acrescendo áreas comuns para
moradores.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Como sabemos, por décadas e décadas as tantas teorias da Preservação, da Conservação, do


Restauro, da Reabilitação, dos Instrumentos x Planejamento, das Normas Técnicas, das conjunturas
sócio espaciais foram sendo analisadas, executadas, experimentadas, discutidas, ampliadas e
atualizadas, incrementando e dando embasamento a esta discussão. Cabe aqui analisar para quem,
porque e de que forma e propor um projeto de arquitetura para o Edifício Hotel Columbia Palace.
Passado o rápido e desordenado desenvolvimento, podemos afirmar que a maioria da população
paulistana hoje mora em habitações mais precárias, servida de transporte deficiente e de serviços
elitizados. Concordo com Lefebvre, quando na década de 60 já apontava que o isolamento das funções
urbanas – morar, trabalhar, circular e lazer – é a antítese das relações socioespaciais que configuram a
questão da moradia digna e o direito à cidade.
O déficit de habitação no país tem índices alarmantes, enquanto muitos imóveis estão
desocupados e abandonados em áreas com farto transporte público integrado, provido de equipamentos
como escolas, hospitais, rede de serviços e comércio e grande oferta de postos de trabalho.
O Plano Diretor define ainda instrumentos urbanísticos para combater propriedades ociosas, que
causam grande prejuízo à população, aumentando o custo por habitante dos equipamentos e serviços
públicos oferecidos.
A região central da cidade, tem 33.149 imóveis vagos. Isto equivale a 14,6% dos domicílios
daquela região, enquanto 60,05% das viagens feitas ao centro é por motivo de trabalho (pesquisa de
mobilidade 2012). Ainda que a relação emprego/habitante seja 3,5 vezes maior que o munícipio, há
muito o que fazer.
Revisitar o patrimônio é incluir formas de recepção e usos de objetos, espaços e efeitos sobre
aqueles que os classificam na vida cotidiana, afirma Miller (2005).
Sabendo que nenhuma decisão adotada para salvaguardar o Edifício do Hotel Columbia Palace
será inédita, unilateral ou universal, concordo que salvaguardar o patrimônio histórico na vida
contemporânea se dará pela ação de revitalizar e conjugar o uso de moradia e trabalho. Se o antigo
caráter era hospedagem temporária, agora a proposta é que seja permanente ou não, fluxos em diversos
horários e diferentes usos no mesmo lote. A destinação é compatível com a morfologia e dimensões,
conforme aconselhou Giovannoni (1873-1943).
Assim vamos construindo uma cidade de patrimônio já construído. Porém, o reutilizar prédios
desativados e reintegra-los a um uso normal é necessária uma intervenção de extrema complexidade.
Em todos os trabalhos é imprescindível a contratação de mão de obra de alta competência técnica
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

gerando um custo muito elevado, as vezes proibitivo (CHOAY, 2011).

Proposição

Para a proposta de intervenção e requalificação do edifício existente foram estudados os


gabaritos e implantações dos edifícios vizinhos e das quadras adjacentes, analisadas as possibilidades
de futuras construções nos lotes lindeiros, a posição do sol, a aplicação da lei de usos e ocupações e a
definição do uso misto; habitação e trabalho.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

O edifício de grande importância para a história da cidade, teve a fachada totalmente


preservada, conforme indica a lei de tombamento. A proposta é restaurar tanto os caixilhos de madeira
como os de ferro, restaurar ornamentos, pintar e recolocar letreiro original existente.

A maior proposta de intervenção ocorre dentro do lote. Há indicação de demolição de parte da


torre, abertura de lajes para implantação de escada enclausurada protegida (tipo EP) e construção de
duas novas torres interligadas por passarelas que também se conectam ao edifício antigo.

Figura 03: Planta demolição. Fonte: autora


Figura 04: Planta de Novos Usos. Fonte: autora
Serão mantidas as lojas no térreo, mas com menor metragem, cedendo espaço para a pátio
interno das novas torres ao fundo do lote. As novas edificações são de uso residencial multifamiliar,
enquanto parte da torre antiga, abriga um espaço de convívio no primeiro andar, espaço do antigo e
importante restaurante Lion. Os quartos e banheiros dispostos na fachada frontal tiveram o uso alterado
para comercial, mas os vãos mantidos nas posições originais. Parte de uma parede em alvenaria foi
removida, promovendo a abertura dos banheiros para o corredor central do edifício. Um dos banheiros
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

de cada andar atende as normas de acessibilidade a edificações (NBR 9050). As lajes dos banheiros
foram furadas para passagem de dutos de ar condicionado, cabos de lógica e elétricos, além de janelas
antirruído proporcionando conforto térmico e acústico para as salas. As réguas de madeiras dos pisos
das salas serão mantidas e restauradas com novos rejuntes e resina sintética para alto tráfego. Já os
pisos hidráulicos faltantes dos corredores deverão ser completados por novos, de igual desenhos e
cores e receberão resina a base d’agua para fácil manutenção. Elevadores terão as cabines restauradas
e receberão novos cabos e motores. Os mármores das pisadas das escadas serão mantidos e
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

restaurados com processo de polimento mecânico. Corrimãos, paredes, portas e lajes terão as tintas
totalmente removidas e receberão pintura nova.

A segunda ala desta mesma torre, receberá apartamentos residenciais. Para facilitar as novas
instalações hidráulicas, serão confeccionadas novas lajes sobre as existentes, formando uma laje tipo
caixão perdido. Isto facilitará a instalação das novas redes de elétrica e hidráulica. A fachada interna terá
vãos de janelas e portas balcão na mesma projeção das existentes. O antigo reboco desta fachada será
removido, deixando os tijolos aparentes que receberão resina acrílica para proteção.

Figura 05: Corte. Fonte: autora


Figura 06: Fachada. Fonte: autora

Cada um dos outros 5 pavimentos recebeu 4 salas com 2 banheiros em cada, totalizando 20
salas, 8 banheiros, sendo 1 acessível por andar e uma copa coletiva no primeiro pavimento. Este acesso
é feito por 2 elevadores e ou pela escada aberta e ainda outra escada enclausurada atendendo as
normas técnicas municipais e do Corpo de Bombeiros.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

O acesso para as torres de habitação é exclusivo e pela porta da esquerda da fachada principal
do prédio original. No térreo, encontram se o bicicletário e a praça na área central. A estrutura das torres
novas é de concreto, com fechamento em alvenaria, revestidos com placas texturizadas, caixilhos em
alumínio na cor preta e venezianas em madeira envernizada, passarelas de estrutura metálica com piso
perfurado e guarda corpo em tubos metálicos pintados de tinta fosca preta.

As unidades habitacionais das torres novas são todas de 1 dormitório, medindo de 33 a 37 m2


de área útil com sala, cozinha e banheiro. O acesso vertical é feito por dois elevadores, escada
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112
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

enclausurada e o acesso as unidades por passarelas metálicas, protegida por guarda corpos. Os últimos
andares das torres têm um salão de festas e um mirante para a cidade.

Figura 07: Planta proposta. Fonte: autora


Figura 08: Fachada proposta. Fonte: autora

Referências

CHOAY, Françoise. Alegoria do Patrimônio. Lisboa, Edições 70, 2010.


FRÚGOLI JUNIOR, Heitor. São Paulo: espaços públicos e interação social. São Paulo: Marco Zero,
1995.
LEFEBVRE, Henri (1968). O direito à cidade. Tradução Rubens Eduardo Farias. São Paulo, Centauro,
2011.
MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses. A Cidade como bem cultural. IPHAN. 1978, p. 45
MONTEIRO, Ana Carla de Castro. Os Hotéis da Metrópole. Evolução e História dos hotéis na cidade de
São Paulo.
http://correiogourmand.com.br/turismo_03_turismo_01_evolucao_historica_hoteis_sao_paulo.htm
RUSKIN, John. A lâmpada da Memória [The Lamp of Memory]. Tradução de DOURADO, Odete.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Salvador: Pretextos (V.2) /PPGAU-UFBA, 1996.


RUSKIN, John. John Ruskin e as Sete Lâmpada da Arquitetura – Algumas Repercussões no Brasil. [The
Lamp of Memory] Tradução de PINHEIRO, Maria Lucia Bressan. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2008.
KARA, Beatriz José. Tese Doutorado: A Polarização do centro de São Paulo: um estudo de
transformações ocorridas nos últimos 20 anos. São Paulo, 2010
MARICATO, Ermínia. Habitação e Urbanismo; reabilitação do centro, in revista Construção, no 2336,
São Paulo, nov.1992, p. 23-24
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113
Projeto de Intervenção em Patrimônio
Industrial
Complexo Ferroviário em Bauru

Caroline Pimenta Medeiros


Orientador: Prof. Me. Ralf José Castanheira Flôres

Figura 01: Vidraças quebradas da Estação Ferroviária em Bauru. Fonte: acervo da autora.

Resumo
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Este trabalho propõe estudar e discutir as questões relativas à preservação do patrimônio cultural
edificado, em especial o patrimônio industrial, a partir da análise do complexo ferroviário instalado
em Bauru/SP. Para isso, propõe um projeto de intervenção arquitetônica que procura atender as
demandas atuais e preservar a memória do que aquela área representa. Concentrando-se no
edifício principal, o projeto busca oferecer condições para que as instituições que ocupam o
prédio possam desenvolver suas atividades adequadamente, possibilitando que a vida existente
ganhe ainda mais potência e se configure como agente transformador da cidade à sua volta.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Considerados patrimônio cultural do país, muitos dos testemunhos da era ferroviária encontram-
se hoje subutilizados, quando não deixados à própria sorte, completamente abandonados. As razões que
podem ser listadas para explicar esse fato são diversas, desde a falta de uma cultura que valorize a história
e o patrimônio no Brasil, até a dificuldade de lidar com as grandes estruturas que constituem a herança
industrial. Diante deste cenário faz-se necessária a ampla discussão das formas de enfrentamento desta
questão, possibilitando a sobrevivência desses bens para usufruto das gerações futuras.
No contexto de contribuição com essas discussões no campo da prática é que este trabalho se
insere: um projeto de intervenção num patrimônio industrial que busca em primeiro lugar compreender a
importância que ele representa para história da cidade de Bauru e do próprio estado de São Paulo, depois
refletir sobre as formas de tratamento do patrimônio edificado (questões que permeiam a atribuição de
valor, a importância da preservação, entre outras) e por fim perceber quais são as demandas atuais que
nortearão os caminhos para uma intervenção que possibilite a valorização da memória através da
preservação deste importante exemplar.
Após análise da área em conjunto com os estudos teóricos a respeito do patrimônio industrial
chega-se à conclusão que, assim como o reconhecimento legal, o projeto deve compreender o complexo
como um todo. Assim, foram identificadas cinco áreas com características próprias que geram
possibilidades de enfrentamento diferentes entre si. Essas áreas funcionarão como etapas de um processo
completo de requalificação do complexo. Com base nas características identificadas, cada uma dessas
áreas foi classificada de forma a sintetizar a s ações pretendidas.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Figura 02: Complexo dividido por áreas de intervenção. Fonte: acervo da autora
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

Em razão das limitações temporais deste estudo, o projeto se concentrará no edifício da Estação
Central e a área livre imediatamente atrelada a ele, localizado na área azul. A importância da escolha
dessa área reside no fato da mesma servir como ponto de partida para a transformação pela qual passará
todo o complexo. Sendo o elo mais significativo com o cotidiano da cidade, funcionará como um chamariz.

Figura 03: Implantação. Fonte: acervo da autora

Partido

Levando em conta tudo o que foi estudado até aqui a respeito do patrimônio histórico, os meios
de sobrevivência desses bens de valor singular e as características próprias do local estudado (como o
fato de que mesmo abrigando uma série de instituições, muitos que passam pela estação acreditam que
ela está abandonada), foram estabelecidas duas premissas principais: valorizar a memória e evidenciar a
vida existente. Essas duas premissas norteiam todo o projeto, mas manifestam-se principalmente nas
seguintes ações:

Reconhecendo os trilhos dos trens como eixo fundamental, pretende-se fortalecê-lo fazendo com
que todos os acessos se voltem a ele. Assim, somente haverá uma entrada voltada para a rua, que dá
acesso ao grande saguão, a partir de onde todos os fluxos se distribuirão.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Figura 04: Fortalecimento dos trilhos a partir dos acessos. Fonte: acervo da autora
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117
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Outra área importante do projeto é a gare. Nela, a cobertura foi peça-chave na decisão do uso
do espaço. Por ser uma estrutura sem precedentes (muito provavelmente a primeira a usar o concreto
armado como técnica construtiva), a ideia é que ali não exista nenhum volume construído que desvie a
atenção ou represente um ruído na fruição visual deste espaço, que será uma grande praça coberta.

Figura 05: A gare como grande praça. Fonte: acervo da autora

Sendo o térreo o pavimento de contato direto com a rua, ele funcionará como uma vitrine, onde
ficarão localizadas as atividades que mais claramente retratam a vida que acontece ali, como as atividades
de expressão corporal (dança, teatro, artes marciais) e a exposição dos trabalhos artísticos ali produzidos.
Além disso, uma outra cobertura também tem papel essencial no projeto - atendendo as demandas de um
auditório adequado a apresentações musicais, a nova cobertura aparece sinalizando a
contemporaneidade da intervenção como um elemento marcante na paisagem, que anuncia a vida que
emana daquele espaço.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Figura 06: Ações que evidenciam vida existente. Fonte: acervo da autora
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 07: Estação Ferroviária e a nova cobertura do bloco central. Fonte: acervo da autora

Referências

Carta de Atenas, Escritório Internacional dos Museus Sociedade das Nações, 1931. Disponível em:
<http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Atenas%201931.pdf> . Acesso em:
5 set. 2018.
Carta de Nizhny Tagil sobre o Patrimônio Industrial, TICCIH, 2003. Disponível em: <http://ticcih.org/wp-
content/uploads/2013/04/NTagilPortuguese.pdf> . Acesso em: 17 out. 2018.
CHOAY, Francoise; MACHADO, Luciano Vieira (Tradutor). A alegoria do patrimônio. 4. ed. São Paulo: Ed.
UNESP, 2006.
KÜHL, Beatriz Mugayar. Arquitetura do Ferro e Arquitetura Ferroviária em São Paulo: reflexões sobre sua
preservação. 1. ed. São Paulo: Ateliê Editorial: Fapesp: Secretaria da Cultura, 1998.
______. Preservação do Patrimônio Arquitetônico da Industrialização: Problemas teóricos do restauro. 1.
ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
LE GOFF, Jacques. Documento/Monumento. In: ______. História e Memória. 4. ed. Campinas: Unicamp,
1996. Disponível em:
<http://ahr.upf.br/download/TextoJacquesLeGoff2.pdf>. Acesso em: Acesso em: 17 out. 2018.
MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. A cidade como bem cultural: áreas envoltórias e outros dilemas,
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

equívocos e alcance da preservação do patrimônio ambiental urbano. In: MORI, Victor Hugo. et al.
Patrimônio: atualizando o debate. 1. ed. São Paulo: IPHAN, 2006.
MOREIRA, Danielle Couto. Arquitetura ferroviária e industrial: os casos das cidades de São João del-Rei
e Juiz de Fora (1875 - 1930). 2007, 311p. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do
Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.
doi:10.11606/D.18.2007.tde-10092007-133334. Acesso em: 12 set. 2018.
SCHIAVON, T. A cidade de Bauru e a estrada de ferro Noroeste do Brasil: comparações internacionais e
a busca pela valorização e requalificação do patrimônio ferroviário e industrial no Brasil. Revista CPC. São
Paulo, n. 22, p. 190-219, dezembro de 2016.
Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/cpc/article/view/119355/122089>. Acesso em: 26 set. 2018.
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Um Refúgio para Imigrantes:
Intervenção no Palacete do Carmo

Cassia Joia de Resende


Orientador: Prof. Me. Ralf José Castanheira Flôres

Figura 01: Fachada Principal do Palacete do Carmo. Fonte: Eduardo Knapp

Resumo

Em meio ao caos ocasionado por fatores de guerra e desastres naturais, o Brasil se tornou um
local de abrigo para muitos refugiados que saem de seus países natais a procura de um local
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

seguro para recomeçarem, São Paulo tem sido uma das cidades mais procuradas por muitos
refugiados que chegam ao Brasil. Porém, a precariedade dos abrigos existentes dificulta ainda
mais o acolhimento dessa população. Diante desse cenário, a proposta do presente trabalho é
projetar um abrigo para refugiados em um edifício tombado no centro da cidade de São Paulo,
tornando-o referência para aqueles que chegam até a cidade e possam ter um primeiro apoio e
acolhimento, ajudando não somente aqueles que estão abrigados, mas também a toda a
população. Utilizar um edifício tombado, nos ajuda a preservar a memória e história, dando vida
novamente ao edifício.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Atualmente, estamos presenciando um grande contingente de povos migrando de seus países de


origem, para outros países nos quais possam ter um abrigo. Fugidos da guerra, de desastres naturais, ou
até mesmo de seus governantes, centenas de milhares de pessoas têm vivenciado esse tipo de
experiência todos os dias. O Brasil é o quarto país da América Latina que mais recebe refugiados por ano,
e São Paulo está entre as cidades que mais recebe essa população. Viver em uma das maiores metrópoles
do mundo, São Paulo, é o sonho de muita gente, principalmente aqueles que estão em busca de uma vida
melhor, onde possam encontrar trabalho, uma moradia digna e saúde. Porém, essas cidades nem sempre
possuem uma estrutura adequada para receber essa grande quantidade de pessoas, pois na maioria das
vezes, são refugiados que foram obrigados a saírem às pressas de seus países.
Diante desse cenário, onde há um elevado número de pessoas refugiadas chegando todos os dias
ao país, podemos notar que esses imigrantes são vulneráveis, que perderam tudo o que tinham, e sofrem
todos os dias com o fenômeno da xenofobia, e isso faz com que acabem em subempregos e subáreas,
em total situação de descaso. Trabalhar no centro de São Paulo nos mostra os principais problemas
enfrentados na cidade, um deles é sua população flutuante que ocupam as ruas deixando-as
movimentadas durante o dia, porém após o horário comercial esse fluxo de pessoas cai drasticamente,
causando o esvaziamento na região central. A ideia de trazer moradia para essa região, tem como função
trazer vitalidade para o centro, pois os moradores ocupam as ruas 24 horas por dia, com seus comércios,
hábitos noturnos e deslocamentos.
O objetivo do trabalho é propor uma intervenção no Palacete do Carmo, que seja eficiente e que
respeite sua história e seu caráter inicial. Adequando o edifício para que se torne um novo abrigo para
refugiados, onde possa abrigá-los, capacitando-os e inserindo-os em nossa sociedade e em nossa cultura.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Figura 02: Refugiados por motivação do pedido. Figura 03: Tipo de Moradia
Fonte: adaptado de CONARE Fonte: adaptado de CONARE
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

O projeto de intervenção baseia-se na necessidade da criação de um abrigo que atenda às


necessidades básicas daqueles que chegam à cidade sem terem um lugar para se abrigarem. A premissa
do projeto parte da necessidade da preservação e valorização do patrimônio histórico da cidade de São
Paulo e como o esvaziamento da região central está relacionada com essa premissa. A escolha do
Palacete do Carmo vem a partir da questão de já ter sido utilizado como abrigo para refugiados.

Figura 04 e 05: Planta do Pavimento Térreo e Planta do Primeiro Pavimento. Fonte: acervo da autora

O acesso principal foi ampliado e as divisões dos galpões do pavimento térreo foram abertas e
algumas mantidas, foi necessário a modificação e adaptação dos layouts em todos os pavimentos, porém,
mesmo com as demolições necessárias os eixos estruturais existentes foram mantidos, reforçando-os com
as novas paredes estruturais. Para melhor adaptar o uso do abrigo, a parte central e o anexo do edifício
serão demolidos, dando espaço para um novo edifício que será utilizado para melhor adaptar as
circulações verticais e torná-las acessíveis, pois as circulações originais não atendiam essas
necessidades, além disso, foi projetado uma nova estrutura para esse edifício e também, foi necessário a
utilização de uma estrutura metálica para poder segurar a fachada original no local onde houve as devidas
demolições.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Figura 06 e 07: Planta do Segundo Pavimento e Planta do Terceiro e Quarto Pavimento. Fonte: acervo
da autora
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 08: Planta do Quinto e Sexto Pavimento. Fonte: acervo da autora

Com o intuito de preservar o patrimônio histórico, as fachadas originais foram mantidas, foi
realizada somente uma pequena intervenção na fachada do pavimento térreo, com a retirada das portas
de ferro que foram substituídas por vidros com acabamento fosco para que o interior possa ter uma melhor
iluminação, porém mantendo a privacidade necessária para sua utilização.

Figura 09: Fachada Principal com as Alterações. Fonte: acervo da autora


Patrimônio Arquitetônico e Urbano
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 10: Fachada Sul com o Novo Edifício em Anexo. Fonte: acervo da autora

Referências

ASANO, Camila Lissa; TIMO, Pétalla Brandão. A nova Lei de Migração no Brasil e os direitos humanos.
Heinrich Boll Stiftung Brasil, 17/04/2017. Disponível em: https://br.boell.org/pt br/2017/04/17/nova-
lei-de-migracao-no-brasil-e-os-direitos-humanos
BAUMAN, Zygmunt, 1925- B341c. Confiança e medo na cidade/ Zygmunt Bauman; tradução Eliana Aguiar.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.
ITAMARATY. Refugiados e CONARE. Itamaraty, 2016. Disponível em:
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/paz-e-seguranca-internacionais/153-
refugiados-e-o-conare
PEREIRA, Carolina Alburquerque. Refugiados no Brasil: Quadro Atual. JusBrasil, 2018.
Disponível em: https://carolinalbuquerque.jusbrasil.com.br/artigos/400380012/refugiados-no-
brasil-quadro-atual
RODRIGUES, Ygor. Dados de refugiados no Brasil em números. Agência Conexões, 22/06/2017.
Disponível em: http://www.agenciaconexoes.org/single-post/2017/06/22/Dados-de-refugiados-no-
Brasil-em-n%C3%BAmeros
TAGLIANE, Simone. Papo sério: como a arquitetura pode ajudar refugiados e imigrantes. Blogue da
Arquitetura, 10/04/2017. Disponível em: https://blogdaarquitetura.com/papo-serio-como-a-
arquitetura-pode-ajudar-refugiados-e-imigrantes/
Patrimônio Arquitetônico e Urbano
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|RE|APROPRIAR
Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição de
Itanhaém

Erika Goes Petruk


Orientador: Prof. Me Ralf José Castanheira Flôres

Figura 01: Igreja e Convento. Fonte: acervo do autor 2018

Resumo

Constituindo em base do patrimônio material religioso de herança quinhentista, a


proposta é de reapropriação do local com preservação de seu significado e evidência do valor
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

histórico de caráter politico, econômico, social e cultural que representa ao país. Implica na
ideia de projeto que incorpore o novo de tal forma cujo qual não interrompa o processo de
registro na passagem do tempo em cada marca, onde possa trazer um uso adequado as suas
práticas sociais, pois hoje se encontra em estado de ruína sem preservação apropriada, de
maneira que possibilite a permeação à estrutura da igreja, assim valorizando e conservando
suas tradições religiosas sem perder o valor cultural do imóvel para a região e sim valorizando
a memória associada ao lugar.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Refletindo inicialmente um processo sociocultural em que estamos inseridos, onde nossas


experiências vividas projetam os caminhos que devemos percorrer, podemos concordar que o
desenvolvimento de cada cidade esta estritamente ligado aos seus comportamentos sociais, havendo
assim, sempre mutações de significados atribuídos, e consequentemente alterações de usos. Em
resultado, edificações construídas no passado hoje podem não ter o mesmo valor social, e assim cair no
desuso ou até mesmo à ruína.
Diversos monumentos que um dia tiveram grande destaque histórico, político ou religioso, se
encontram congelados no tempo. Onde preservar o bem é o mesmo que engessa-lo ou conservar de
uma maneira avulsa dentro de uma cidade que não comporta mais seu antigo uso e aliena seus
habitantes e usuários. Todavia devemos entender que a consequência desse fato é a morte do
monumento.
Então, o objetivo é lidar com o patrimônio material de uma forma em que podemos conservar
sua grande bagagem histórica e ao mesmo tempo trazer a oportunidade a novos sentidos,
apresentando-o a nossa realidade atual. De forma a encarar o passado como instrumento para a nova
constituição do objeto, permitir sua adaptação às mudanças da sociedade. Conservar o existente e abrir
o olhar para novos usos que se enquadrem nos dias atuais, modificar sem danificar sua história.
A cidade deve permanecer em constante transformação, de modo que seja ao mesmo tempo histórica e
contemporânea. Devemos conservar tendo em vista não só o passado, mas especialmente o futuro.
“Portanto deve-se substituir o conceito de ‘não modificação’ pelo de ‘adequação’ ou ‘compatibilidade’,
para assegurar a preservação daquilo que o poder público considerou digno de ser protegido.”
(ULPIANO BEZERRA TOLEDO DE MENESES, 2006, p. 44)

O objeto de estudo é o Convento e Igreja de Nossa Senhora da Conceição, situado na Praça


Carlos Botelho, no alto do Morro Itaguassú - centro de Itanhaém/SP. O seu principio é a luta contra a
deterioração por meio da cristalização e isolamento do patrimônio, separado do contexto no qual se
insere hoje – a causa que provocará sua morte. Sua integração na vida contemporânea consiste em
qualificar a construção histórica e criar uso que possa resultar em mais valor e incentivo a ela,
possibilitando uma nova destinação de tarefa complexa que não deve se basear apenas em sua original.
Sugere um produto de desfrute para a cidade e também de consumo turístico, onde seu fim econômico
se beneficia simbolicamente de seu status histórico e patrimonial, mas ao qual não se subordina,
contudo carece desse meio para sobreviver.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

Em consideração a toda pesquisa realizada abordando as mais diversas celebrações no local de


estudo, o desenvolvimento da proposta é a partir de um diálogo com o contexto sociocultural local,
preservando suas tradições com uma qualificação maior do espaço.

Figura 02 (conjunto de imagens): eventos no local. Fonte: página de facebook “Convento Nossa Senhora
da Conceição de Itanhaém”

A essência do projeto é trazer vida através de grandes praças públicas posicionadas em níveis
diferentes, originando mirantes que possibilitam a vista para a cidade de Itanhaém e também a
possibilidade de ambientes utilizados como palcos para organização de eventos culturais já existentes.
Tudo isso se comunicando diretamente com o artefato histórico sagrado que terá usos diretamente
integrados com essa dinâmica.
Com uma área construída de 7.575 m² se inicia ao pé do Morro Itaguassú, como ponto de
encontro o cruzeiro histórico e a linha férrea inativa que ligava Santos à Jundiaí, lá podemos encontrar
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

um espaço de acolhimento e espera para os visitantes. Como circulação vertical tem a opção de uma
grande escadaria que vence 28 m de altura e conta com grandes patamares de descanso durante seu
percurso e também 2 grandes elevadores panorâmicos em aço e vidro.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figuras 03 e 04: imagens 3D. Fonte: produzida pelo autor

A escadaria representa um caminho de peregrinação, feita para subir lentamente com a


possibilidade de apreciação da vista ao redor. No nível intermédio dela existe a primeira praça que tem
como função o uso de apoio com banheiros e um espaço de convívio.
Ao final desse percurso vertical, chegamos ao nível da fachada principal da igreja histórica que
não estará aberta ao público e terá acesso controlado de usos para cultos excepcionais, a fim de não
fragilizar ainda mais o bem histórico já abalado. Percorrendo seu perímetro no mesmo nível temos a
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

maior praça do projeto de acesso livre para a população.


No lado direito da ruína do convento histórico, a construção de pedra e cal permanece como
“casca” espacial que será reutilizada por meio da integração com materiais contemporâneos, como o
emprego da estrutura de aço corten e cobertura de vidro que não estará em contato com as paredes
antigas, afim de não prejudica-las e acentuando assim a relação entre o antigo e o atual para poder
receber o serviço de um restaurante de comidas típicas locais (comida caiçara). Posteriormente haverá
uma ultima praça como ponto de conexão dos ambientes e também mais um ponto de contemplação,
descanso e uso cultural.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Portando a ideia é de acabar com a ameaça de autodestruição desse bem importantíssimo para
a história do país de forma que as intervenções sejam pontuais e sutis, onde possibilite ressaltar o valor
do espaço, integrado com sua memória.
A reestruturação do local pretende ser desenvolvida com o objetivo de diferenciar os novos elementos
construídos - usando sistemas, materiais e linguagens da construção contemporânea, contrapondo os
elementos originais desse bem. Visando preservar todos os aspectos do passado, sua intervenção não
devera esconder traços, feridas e cicatrizes – evidenciando essa sútil transição entre o antigo e o novo.
Os métodos utilizados precisam fortalecer a construção sem apagar os sinais de deterioração
que o espaço sofreu, e sim adicionando novos significados a esse legado histórico. Destacar a ideia de
um monumento vivo, em constante mutação – continuando seu processo de registro no tempo em cada
marca.

Referências

BOITO, Camillo. Os Restauradores. 1884. Tradução e Apresentação Beatriz Mugayar Kühl. Editora
Ateliê Editorial. Ensaio & Pesquisa.
BYE BYE Barcelona. Direção: Eduardo Chibás. Barcelona, Espanha. 2014.
CALDAS, André. Itanhaém Histórica. Um Resumo da Trajetória da Segunda Cidade do Brasil. São
Paulo: Daikoku, 2011.
CHOAY, Françoise. A Alegoria do Patrimônio. 1992. Tradução Luciano Vieira Machado. São Paulo.
IPHAN. Cartas Patrimoniais.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Cap. Documento/Monumento. 1924. Tradução Suzana
Ferreira Borges.
MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. A Cidade Como Bem Cultural: áreas envoltórias e outros
dilemas, equívocos e alcance da preservação do patrimônio ambiental urbano. São Paulo: IPHAN.
2006.
PEREIRA, Meire Aparecida de Souza. Projeto de Preservação do Acervo Museológico do Convento
de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. 2018.
RUSKIN, John. As Sete Lâmpadas da Arquitetura. Cap. A Lâmpada da Memória. 1849. Tradução e
Apresentação Maria Lucia Bressan Pinheiro. Editora Ateliê Editorial. Ensaio & Pesquisa.
SANTOS, Carlos Nelson F. dos. Preservar Não é Tombar, Renovar Não é Pôr Tudo Abaixo. Ensaio &
Pesquisa.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Turismo Cultural. Ministério do Turismo. Brasília. 2010.


VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel. Restauração. Tradução e Apresentação Beatriz Mugayar Kühl.
Editora Ateliê Editorial. Ensaio & Pesquisa.
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Plano de Intervenções em Áreas Industriais
da Moóca

Roberto Lopes Nepomuceno Schmitz


Orientador: Prof. Me. Ralf José Castanheira Flôres

Praça da Passarela SPR - Intervenção em amarelo. Fonte: acervo do autor

Resumo

A fim de salientar a discussão de como se preservar o patrimônio industrial inserindo-o nas novas
dinâmicas socioeconômicas da cidade, sem seguir a lógica muito utilizada pelo setor imobiliário
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

onde se espera o bem industrial tombado desaparecer para dar lugar a novos empreendimentos
cada vez mais verticalizados, foi escolhida uma área predominantemente industrial na região da
Moóca para realizar um plano de intervenção urbanística baseada em uma lei também proposta
neste trabalho.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O despertar da importância de se preservar o patrimônio histórico industrial veio com uma


experimentação, em 2016, durante a disciplina “Comunicação, Imagem e Paisagem”, onde se
devia explorar um local levando em consideração os elementos que compõem o espaço. Por ter
escolhido o bairro da Moóca, passei a andar por ele, me deparando com algumas questões como
o surgimento de novos empreendimentos, a degradação e descaracterização de alguns edifícios
antigos, constituídos em grande maioria por galpões, conjuntos e complexos fabris. Isto gerou a
inquietação de entender os motivos que levaram a existência dessas características no bairro.

Lugares antes ocupados majoritariamente por indústrias e casas de operários tendem a dar
espaço a novos empreendimentos imobiliários cada vez mais verticalizados causando drásticas
mudanças na leitura do ambiente urbano construído desconectando o presente do passado. Ao
longo da cidade, bairros que surgiram do início do processo de industrialização de São Paulo
(fim do século XIX e início do século XX) sofrem processos de transformação espacial decorrente
dessa pressão gerada pela especulação imobiliária.

A fim de fomentar a discussão da importância de se preservar o patrimônio industrial tombado,


reinserindo-o nas novas dinâmicas socioculturais e socioeconômicas da cidade, proponho uma
lei que visa um conjunto de intervenções em uma área industrial da Moóca com a presença de
elementos arquitetônicos, galpões, conjuntos e complexos fabris, nos quais parte é tombado.
Exemplificando como o grupo de diretrizes que essa lei prevê podem ser colocadas em prática,
elaboro então um conjunto de intervenções na área estipulada anteriormente.

A metodologia usada no meu trabalho de conclusão de curso se aplica pelo entendimento de


questões históricas da indústria (início, auge e processos que levaram a desindustrialização da
cidade, e que culminaram na desativação e subutilização de parte do patrimônio industrial), de
como funciona o local e as suas relações entre bairro e a cidade, de quais as demandas
preexistentes e as geradas com novas intervenções no local, além de buscar projetos que sirvam
de estudo de caso e de referências na elaboração da lei e do projeto de intervenção, e de elaborar
estudos de intervenções no local.

O entendimento das questões citadas anteriormente inclui a investigação da constituição local


através de bases cartográficas, mapas, recursos como Google Maps, Google Earth, Google
Street View, Geosampa, visitas ao local, consultas a teses de graduação, teses de mestrado e
notícias em jornais digitais.

Uso como base para o trabalho estudos sobre intervenções em complexos e conjuntos industriais
(Fundação Prada e Cinemateca Brasileira, respectivamente, de OMA e Dupré Arquitetura),
lugares contaminados (Victor Civita, de Leviski Arquitetura e Anna Julia Dietzsh). Além disso, me
referencio em trabalhos de conclusão de curso que preveem a gestão de intervenções em
lugares de valor histórico e cultural (“Laranjeiras SE: entre fenômeno e histórico” e “Heranças,
Territórios, Caminhos” , de respectivamente Amanda M. Santiago e Juliana Ketendjian), em
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

referências de projetos para intervenção em bens de importância histórica (filarmônica de


Hamburgo), em projetos de intervenção urbana que engloba um território com a presença de
edifícios com potencial para preservação ou já tombados (trabalho de conclusão de curso “Bixiga
Multifuncional”, de Gabriel L. Garcia), em intervenção onde se é possível a diferenciação do
edifício existente das modificações novas através de materialidade (casa Sabugo, de Miguel
Architects).
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134
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

Entendo que é inevitável e inerente de São Paulo haver mudanças nos padrões urbanísticos e
paisagísticos em áreas predominantemente industriais, fato que podemos evidenciar tantos nos
bairros onde se instalaram as grandes indústrias do período do início da industrialização na
cidade - a Lapa, a Água Branca, o Brás, a Moóca e o Belenzinho - quanto em bairros industriais
posteriores à esse período - como Jurubatuba, Campo Belo entre outros - no lugar de indústrias
com grandes lotes surgem novos empreendimentos, onde muitos deles são verticalizados.
A necessidade de transformações como essas está diretamente ligada à mudanças
socioeconômicas ocorridas ao longo do tempo. E por ocuparem áreas com grandes lotes, por
processos de aquisição e construção mais fáceis, locais com indústrias se tornam muito atrativos
à se empreender se comparados à áreas com lotes pequenos.
Com esse trabalho estabeleço uma lei com diretrizes que servem como base para intervenções
em uma área industrial da Moóca, contextualizando a relevância que esse local tem não só para
o bairro e região, mas para São Paulo. E apoiado nesta lei elaborei um conjunto de intervenções
que é composta de áreas de adensamento populacional ligado a outro uso, áreas com
equipamentos de saúde, educacional e cultural, áreas de permeabilidade das quadras, locais de
transposição da linha férrea 10 Turquesa e áreas de permanência.

Implantação - Intervenção em amarelo, edifícios tombados em laranja e outros edifícios preservados em


salmão. Fonte: acervo do autor

Houve a busca de se evidenciar o patrimônio industrial tombado através de intervenções que


evidenciam os elementos arquitetônicos e os edifícios tombados. Isso pode ser exemplificado
com a retirada de estruturas anexas as fachadas originais dos galpões tombados para torná-los
visíveis a quem circula na linha férrea, os pontos de mirancia e o alargamento do campo de visão
dos transeuntes para os edifícios preservados.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano
L3

135
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Ao fundo, conjunto de edifícios que preservam as fachadas dos galpões tombados. A frente, praças ,
mirante e edifico garagem. Fonte: acervo do autor

Os novos empreendimentos contidos no local de intervenção custeiam a restauração dos


elementos e edifícios tombados e a execução da construção dos espaços e equipamentos
públicos. Dentre esses empreendimentos, há dois que se destacam por manterem as fachadas
originais dos galpões que ali existam, preservando assim, a identidade visual do Bairro.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Conjunto tombado – contrução de marquise que integram os edifícios do conjunto. Fonte: acervo do
autor
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136
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade: Unesp, 2001.

DELAQUA, Victor. Fondazione Prada/ OMA. Arch Daily Brasil, 17 mai. de 2015. Disponível
em: <https://www.archdaily.com.br/br/766795/ fondazione-prada-oma>. Acesso em: 10 de
SET. de 2016.

MELENDEZ, Adilson. Nelson Dupré: Cinemateca Brasileira, Sp. Projeto Disign, n. 339.
Disponível em: <https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/nelson-dupre-centro-
cultural-17-03-2009>. Acesso em: 21 de abr. de 2019.

MOREIRA, Danielle C. Arquitetura ferroviária e industrial: os casos das cidades de São


João del-Rei e Juiz de Fora [1875-1930]. São Paulo, 2007. Dissertação (Mestrado) –
Faculdade de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/ 18142/tde-10092007-133334/pt-
br.php>. Acesso em 27 mar 18. p. 61 – 280.

RODRIGUES, Angela R. Patrimônio industrial e instrumentos urbanos na cidade de São


Paulo. Oculum Ensaios, Campinas, nº15, jun. de 2012. Disponível em: <http://periodicos.puc-
campinas.edu.br/seer/index.php/oculum/article/view/885>. Acesso em: 21 de mai. De 2018.

RUFINONI, Manoela R. O registro e a documentação do patrimônio industrial no Brás e


na Mooca. Revista CPC, São Paulo, nº21, jun. de 2012. Especial, p. 219-243. Disponível em:
<https://www.revistas.usp.br/cpc/article/view/111991>. Acesso em: 26 de mai. De 2018.

URBANA, Gestão. Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí. Prefeitura de São


Paulo. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-
content/uploads/2015/08/OUCBT_min-ilu_portal-gestao-ubana_correcoes_2015-09-04.pdf>.
Acesso em: 01 set. de 2018.
VITRUVIUS, Portal. Praça Victor Civita - Museu Aberto da Sustentabilidade. Projetos, São
Paulo, ano 09, n. 106.03, Vitruvius, out. 2009. Disponível em: <
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/09.106/2983>. Acesso em 21 de abr. De


2019.
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Museu das Escolas de Samba

Wilkerson Thomás de Oliveira Souza


Orientador: Prof. Me Ralf J. Castanheira Flôres

Figura 01 : Desfile da Escola de Samba Dragões da Real em 2017. Fonte: Acervo própria.

Resumo

A cidade rapidamente vai se transformando e com ela as manifestações carnavalescas


também. Os batuques ganham espaço nas escolas de samba e elas tornam-se um grande
espetáculo cultural de dimensões internacionais.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento do Museu das Escola de Samba de São
Paulo que preservar e mantenha a memória e o processo histórico do samba na capital e
apresente os elementos que compõe os desfiles das comunidades.
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139
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução
Por que o interesse pelos desfiles das escolas de samba?
Para melhor justificar a minha vontade de desenvolver um projeto a partir deste tema é preciso entender
a minha relação com o carnaval, em especial com as escolas de samba.
O meu interesse começou em 2015 após presenciar os encantos e magias das agremiações no
Sambódromo do Anhembi. Foi um momento único e intenso que me despertou uma imensa curiosidade.
Como os desfiles eram pensados? Como as fantasias e alegorias eram produzidas? O que representava
cada um daqueles elementos e como eles se articulavam?
Para responder algumas dessas questões, passei a frequentar as quadras das comunidades e
acompanhar mais de perto os trabalhos que eram feitos. Participei das principais atividades que
antecedem os desfiles: lançamento do enredo, escolha do samba, apresentação das fantasias, ensaios
técnicos, entre outros. Cabe destacar que em paralelo a esses eventos, há um gigantesco trabalho
durante o ano com profissionais de diferentes áreas para que o carnaval aconteça. Um dado do Censo
Samba Paulistano de 2012 (2012), realizado pelo Observatório do Turismo da cidade de São Paulo,
destaca que para que os enredos das escolas de sambas do grupo especial do São Paulo fossem
apresentados de acordo com o esperado foram gerados mais de mil novos empregos, entre aderecista,
marceneiro, aramista, escultor, pintor, decorador e etc; com uma média de 186 profissionais por
agremiação.
Na medida que fui conhecendo mais sobre os processos criativos e organizacionais que estavam por
trás das produções e também o papel social das agremiações, minha paixão e admiração cresceram.
Diante disso, desperta um enorme desejo de unir esses sentimentos ao meu projeto de conclusão de
curso. Iniciei os estudos e posteriormente surge a seguinte inquietação: pelo fato de estar mais próximo
das escolas e também de pessoas ligadas ao mundo do samba fez com eu tivesse acesso aos
bastidores das apresentações; entretanto, de uma maneira geral, o público que quiser conhecer e se
aprofundar mais sobre o assunto, não encontrará um espaço dedicado a expor os trabalhos e processos
artísticos e criativos desenvolvidos antes, durante e após os desfiles. A partir dessa percepção comecei
a pesquisar sobre o que poderia ser esse local: um centro cultural, um espaço expositivo fixo ou
itinerante, ou até mesmo um museu; e onde seria implantado.
Após novas investigações, descubro que está previsto na Fábrica do Samba a criação de um museu
destinado às escolas. Ao entrar em contato com a LIGA, responsável pelo complexo, é informado que o
projeto do mesmo não havia sido definido. Assim, atendendo a demanda pré-existente, proponho como
produto final o desenvolvimento do Museu das Escolas de Samba de São Paulo.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Este museu tem como objetivo além de apresentar todo o processo que compõe os desfiles, será
também responsável em manter e preservar a memória das antigas manifestações que aconteciam
antes da formação das escolas de samba.
Três projetos foram importantes para o desenvolvimento do projeto arquitetônico: o edifício
administrativo SAP Global Service Center pela sua resolução estrutural, o edifício corporativo Rouxinol e
as Residências em Alcácer do Sal pelo caráter compositivo das suas fachadas.

Proposição
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

O Museu das Escolas de Samba se desenvolve a partir de um olhar voltado para as alegorias do
carnaval. Elas são responsáveis por gerar grande impacto visual ao público pela sua forma e
grandiosidade. Outro princípio que norteou a composição do edifício foi a maneira de como os
componentes que estão desfilando veem e são vistos. Há sempre uma troca de quem está na
arquibancada e com quem está no carro alegórico e vice-versa. Desta forma, o museu foi projetado para
que possa existir a aproximação daquele que está dentro (Museu) e com aquele que está fora (Fábrica).
Assim, cria-se um jogo de cheios e vazios que se repetem não somente na fachada, mas também
internamente, articulando e contribuindo para a formação de interessantes espaços.

Implantação
A implantação do museu será realizada na área
central Fábrica do Samba, complexo que abrigará
os 14 barracões das escolas de samba do grupo
especial de São Paulo. O espaço possui
aproximadamente 6.600 m².

Figura 02: Relação da implantação do museu com


os diferentes fluxos da Fábrica. Em vermelho o
principal acesso, em azul o acesso secundário.

Programa

Internamente, o programa é resolvido a partir de um átrio que articula tanto as circulações entre os
pavimentos como também os diversos usos do museu. Nas extremidades localizam-se as escadas de
emergência e ao leste um elevador de carga que atende o auditório e a reserva técnica e pode ser
utilizado pelos funcionários como um acesso independente. Outro ponto a ser destacado é que no térreo
e subsolo estão situadas as atividades que independem do circuito de visitação do museu, como
oficinas, apresentações no auditório e etc. Para proporcionar maior conforto acústico dos usuários em
relação aos ruídos no térreo, a biblioteca foi projetada no último pavimento. No total são mais de 11 mil
m² de área construída.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Figura 03: Diagrama de ocupação e circulação do Museu.


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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Estrutura Principal

A estrutura principal do museu é composta por lajes nervuradas e vigas protendidas. Buscou-se
aproveitar o máximo de cada uma dessas estruturas para que os espaços fossem bem flexíveis uma vez
que a estrutura é resolvida com poucos pilares.

Figura 04: Corte longitudinal que é possivel verificar a estrutura do edifício.

Fachada

A fachada do museu é composta por volumes retângularesque além de compor sua volumetria, possui
um importante papel na identidade e qualidade espacial do museu.

Figura 05: Vista da fachada leste que é possivel ver a os volumes que compõe a fachada e o jogo de
cores utilizado.

Maquete Eletrônica
Patrimônio Arquitetônico e Urbano
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

CUÍCA, Osvaldinho da. Batuqueiros da Paulicéia. Osvaldinho da Cuíca e André Domingues. São Paulo.
Editora Bracarolla. 2009.
DOZENA, Alessandro. O Samba na constituição do processo de urbanização e conformação de
territorialidades na cidade de São Paulo. 2009.
FERREIRA, Felipe. Escolas de Samba: Uma organização possível. Revista Eletrônica Sistemas &
Gestão. Vol. 7, n. 2, pp. 164-172. 2012.
URBANO, Maria Apparecida. Carnaval & Samba em Evolução na cidade de São Paulo. São Paulo.
Editora Plêiade. 2006.
SIMSON, Olga Von. Brancos e negros no carnaval popular paulistano (1914-1918). São Paulo, 245f
Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 1989.
NEIVA, Simone; PERRONE, Rafael. A forma e o programa dos grandes museus internacionais. 2013
Censo Samba Paulistano / 3. ed. -- São Paulo: São Paulo Turismo, 2014.
Patrimônio Arquitetônico e Urbano

MELLO, Gustavo; CAMARGO, Y.; FREIRE, L. Samba à Paulista: Fragmentos de uma história esquecida
(Filme-Vídeo). São Paulo, Fundação Padre Anchieta e Pró Reitoria de Cultura e Extensão da
Universidade de São Paulo, 2007, 3 partes.
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143
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
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Urbanização da favela Fazendinha

Gildene Alcantara de Matos Magalhães


Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Kara José

Figura 01 – Precariedade habitacional - acervo do autor

Resumo
O presente trabalho de conclusão tem como objetivo a urbanização da favela Fazendinha, Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
localizada no município de Osasco, por meio de intervenções urbanísticas e ressignificação do
espaço, uma vez que nossa Constituição Federal prevê em seu artigo 6° caput o direito social à
moradia. A partir desse pressuposto, foram realizadas visitas ao local, identificado as
necessidades mais relevantes para os moradores, bem como a estrutura física do território. Entre
essas necessidades foram identificadas questões de extrema urgência envolvendo risco de vida
aos moradores, saúde e dignidade humana. Com o estudo da legislação aplicável, análises de
mapas da região e o levantamento dos dados realizados é observado a urgência da intervenção
do poder público, uma vez que essas famílias não possuem condições financeiras para mudarem
a sua atual situação. De acordo com as análises dos dados colhidos, a urbanização de favelas
é possível por meio de práticas sustentáveis, como acesso (pedestres e veículos), construção
L4

147
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

de habitações, tratamento do esgoto, recuperação do córrego e contenção da encosta do morro,


respeitando as relações internas e a dinâmica socioespacial transformando favelas e
loteamentos irregulares em bairros, com saneamento básico, áreas de lazer, iluminação e
serviços públicos.

INTRODUÇÃO

A razão pela falta de moradia para tantos cidadãos, além de tratar-se do resultado de um
passado histórico, é fruto da inaplicabilidade das políticas públicas deixando de lado aqueles
menos favorecidos, desconsiderando, assim, todos os tratados internacionais e os direitos
sociais garantidos pela nossa Constituição Federal.
Segundo Rubio, 2017[...], Com demanda cada vez maior por habitação fez surgir na
cidade de Osasco, no ano de 1970 as 2(duas) primeiras favelas, sendo que no censo de 2010
esse número chega a 210 núcleos de favelas.
Esses assentamentos surgem como alternativa de moradia para as famílias pobres que
não conseguem pagar aluguel, e nem se manter na cidade formal.
Diversos são os termos usados para caracterizar o espaço ocupado pelas famílias de baixa
renda, são estes mais conhecidos: cidade informal, favela, comunidades ou aglomerados
subnormais.
Seja ele qual for eu não conhecia de perto, somente após tornar voluntária da ONG TETO
foi possível o primeiro contato com a favela no estado de São Paulo. A primeira visita foi
impactante nesse universo pouco conhecido e as visitas seguintes passaram a ser com um olhar
atento a diversas questões tratada nas bibliografias.
Não poderia deixar passar essa oportunidade de me debruçar sobre o assunto, assim,
esse trabalho de conclusão de curso busca através de um exercício sobre a aplicabilidade da
legislação já existente, tanto no âmbito federal, quanto municipal, refletir sobre como
proporcionar uma qualidade de vida a essas famílias mediante um projeto de urbanização na
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

comunidade Fazendinha. Os dados e informações aqui utilizadas, foram produzidas a partir de


registro fotográfico no local, conversas informais com moradores e base de dados e cartografia
fornecida pela ONG TETO e também leituras bibliográficas. Em posse desse material foi possível
realizar uma pesquisa histórica, bem como produzir mapas necessários à compreensão do
território
Na Justificativa do tema, procura-se por meio de registro fotográfico apresentar as
condições atuais da comunidade como: as tipologias habitacionais, as vielas, o esgoto, a
conexão com o córrego, a distribuição da água e energia, o campo de futebol, bem como
possíveis potenciais existentes, como a horta do Marcílio e o depósito de guarda de material
reciclável, Justificando assim a necessidade de intervenção no território.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

No tópico seguinte faz-se uma breve contextualização sobre o surgimento das favelas.
Na etapa seguinte, faz-se um estudo socioespacial procurando entender as relações
existente entre o território e a cidade, bem como a legislação aplicável.
Após esse estudo delimita-se o problema e analisa criteriosamente a área de intervenção,
entendendo o processo histórico de formação, o perfil socioeconômico da população e as suas
relações internas. E por meio da produção de mapas foi possível fazer uma leitura física do
território.
Após essa etapa buscou-se referencias projetuais que ajudou no desenvolvimento do
projeto.
E por fim, em posse desse levantamento e do estudo de caso fomentou em um projeto
que inclui qualidade nas condições de moradias, nos espaços públicos, incorporando
equipamentos e serviços de interesse comunitário que oferece inserção urbana a esta
população.

PROPOSIÇÃO

Com base em toda a análise realizada algumas questões como a precariedade


habitacional, as áreas de riscos, e a existência do córrego, e as barreiras físicas foram fatores
que auxiliaram na tomada de decisão e nas proposições projetuais.
Dentre as diretrizes escolhidas procurou-se agregar soluções sustentáveis, quebrar
barreiras, criar conexões, criar vínculos, no intuito, de fortalecer o espírito de comunidade.
As propostas foram separadas em tópicos sendo elas:
1. Acesso: Como proposta de acesso ao pedestre é sugerido uma via principal de
acesso com 2,5m de largura, sendo em alguns momentos o percurso vencido por
meio de rampas com inclinação de 8%, que se inicia na Rua Nova Conceição até
a Rua dos Imigrantes Italianos e a Rua Mirassol. Essa proposição além de
desobstruir a passagem existente entre a comunidade e as referidas Ruas, Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

oferecem novos acessos e novas relações entre a comunidade e o entorno.


Acesso a veículos não objetiva a valorização do carro como meio de locomoção,
mas surgiu como uma demanda necessária dentro da comunidade, no intuito de:
 Facilitar o acesso de ambulância em caso de emergências;
 Facilitar a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida, idosos, gestantes e
crianças; e
 Atender à orientação da ANEEL (resolução normativa nº669/2015), na qual
sugere uma periodicidade de 1 (um) ano para execução de inspeção de rotina
nas linhas de transmissões existentes nas localidades. Sendo fazendo necessário
a entrada de veículos para manutenção dessas torres.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

A via possui largura de 5m.


2. Área de lazer e convivência
Para as áreas de Lazer foram pensadas três praças com temáticas diferenciada, a
primeira em frente ao conjunto 1 (um) com playground, Quiosques, quadra de futebol,
espaço infantil e pista de skate, a segunda próximo ao conjunto dois com característica
de bosques e a terceira próximo ao conjunto três com o intuito de comercialização de
produtos da horta.

3. Contenção da encosta do morro:


Devido a fragilidade do solo optou-se por uma técnica de contenção de grade de
vegetação em madeira onde a aplicação é indicada para áreas em declive não sendo
necessário o nivelamento do solo.
4. Horta Urbana: Como geração de renda para a comunidade e melhoria da qualidade
alimentar.
5. Recuperação do córrego: Através da técnica de solo cimento
6. Cozinha comunitária e sala de oficinas: Geração de renda para comunidade, palestra
oficinas e conscientização ambiental.
7. Provisão Habitacional: Devido a opção de remoção de todas as 936 famílias optou-se
por verticalizar as unidades habitacionais com 15 pavimentos sendo a circulação vertical
por meio de elevador e escada de emergência conforme NBR9077. No total foram
produzidas 1203 unidades levando em consideração a diversidade de núcleos familiares.
Com 1 dormitório, 2 dormitórios, 3 dormitórios e o PNE com 3% das unidades.
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

A implantação ficou composta conforme mapa a seguir:


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 02:: Implantação no terreno. Fonte: acervo do autor

Referências

Autoconstrução: a arquitetura possível. 1976, A Construção São Paulo - Revista Semanal nº1497 Cidade:
São Paulo, p. 11.
RUBIO, M. Avanço e descompasso de uma política pública em Osasco-SP. Tese (Doutorado em
Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie. 200-2016. 2017, p. 483.
MARTINS, Refinetti. Moradia e Mananciais: Tensão e diálogo na metrópole. São Paulo:
FAUUSP/FAPESP, 2006.
Verticalgreen.com.br/tecnologias/tecnicas-de-engenharia-naturalistica/grade-viva/. Vertical Green do
Brasil. [Online] 02 de Novembro de 2018. http://verticalgreen.com.br/tecnologias/tecnicas-de-engenharia-
naturalistica/grade-viva/.
http://pmo.osasco.sp.gov.br/portal/conteudo/leis-municipais.xhtml. Leis Municipais de Osasco. [Online]
2016. http://leismunicipa.is/smtib.
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

https://www.jusbrasil.com.br/diarios/30569213/pg-31-empresarial-diario-oficial-do-estado-de-sao-paulo-
dosp-de-15-09-2011.empresarial-diário-oficial-do-estado-de-são-paulo. [Online] 28 de 08 de 2018.
www.furnas.com.br. Furnas. [Online] 15 de 09 de 2018. http://www.furnas.com.br/.
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http://rioonwatch.org.br/?p=16751. Favelas sustentáveis. [Online] 20 de 10 de 2018.
https://concursosdeprojeto.org/2010/11/07/habitacao-para-todos-edf-03-pav-mh08/.
concursosdeprojeto.org/2010. [Online] 10 de 10 de 2018.
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Novo Parque Araribá:
Requalificação dos Espaços Livres Públicos
Jennifer Cintra Pinto Silva
Orientadora: Profa. Me. Marcella de Moraes Ocke Müssnich

Figura 01: Implantação Projeto Novo Parque Araribá. Fonte: Autora (2019)

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Resumo

Os espaços livres públicos na periferia do Município de São Paulo possuem um caráter


residual, sendo resultado do modelo de expansão urbana, e não possuem manutenção
adequada e equipamentos que atendam a demanda. Entendendo a situação levo como
objetivo do projeto pensar em como seria possível requalificar os espaços livres públicos
através do instrumento da assistência técnica gratuita para entender as necessidades locais e
projetar em conjunto com a população para atender a demanda real existente. Sendo assim
este trabalho apresenta uma possibilidade de projeto para o Parque Araribá prevendo um início
de conversa com a população.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O século XX foi marcado pelas expansões das cidades brasileiras como uma consequência do aumento
populacional e a necessidade das moradias, porém não foram consolidadas como projetos pensados
nos espaços urbanos que deveriam organizar as cidades. São Paulo foi um dos municípios com essa
característica de expansão que gerou uma cidade em grande parte informal, onde como consequência
formaram espaços livres de baixa qualidade, pois não eram a prioridade no modelo de expansão.

Para entender melhor essa formação da cidade pesquisei as autoras Erminia Maricato, Fany Galender,
Lucia Côrrea Lago, Suzana Pasternak e Yvone Mautner, as quais me possibilitaram entender o contexto
da formação, incluindo os agentes participantes e fatores econômicos. Após essa contextualização e
entendimento dos termos da ilegalidade urbana foi selecionado o subgrupo de Loteamentos Irregulares
aos quais possuem áreas livres públicas, porém em sua grande maioria sem manutenção e que já tem
partes ocupadas por favelas, outro subgrupo da ilegalidade urbana.

Deste modo, o objetivo do trabalho é pensar em como seria possível requalificar espaços públicos
existentes nas periferias de São Paulo através de um projeto colaborativo realizado com a participação
de uma assistência técnica. Podemos perceber que em favelas as ocupações são de alta densidade
construtiva e com poucos espaços livres públicos, já nos loteamentos irregulares foram delimitados
alguns espaços públicos, como a demarcação de ruas, calçadas e algumas praças, na maioria dos
casos sobras do tecido urbano, onde os loteadores clandestinos tentavam deixar o mais próximo de um
projeto de loteamento regular para posteriormente eles serem acrescentados nas cidades formais
(MAUTNER, 1999).

Foi escolhido como tema para este Trabalho de Conclusão de Curso a requalificação do espaço livre
público de um loteamento localizado no distrito do Campo Limpo, Zona Sul do munícipio, onde há
diversas problemáticas as quais são pontuadas no decorrer desta pesquisa, e que tem um ponto de
intersecção, que seria a possibilidade de intervenção através do instrumento da assistência técnica. O
projeto final consiste em um estudo no loteamento Parque Araribá, envolvendo mudanças viárias,
melhorias dos espaços existentes, conexões com as praças locais, aproximação do córrego, entre
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

outros, sempre tentando atender e entender o cotidiano da população no espaço existente na tentativa
de um projeto colaborativo futuro.

Um dos procedimentos metodológicos da pesquisa foi o proposto por Gehl (2013) que estuda e mapeia
os rastros deixados nos espaços e propõe intervenções projetuais através dos mapeamentos de
resultados, pela dificuldade de uma linha de conversa com a associação do bairro este método foi
escolhido para iniciar o estudo preliminar de projeto a partir do que foi levantado no espaço existente
para posteriormente ser apresentado para a população usuária do local, visando à adaptação do projeto
pensado nesta pesquisa ao cotidiano e necessidades reais e futuramente uma possível implantação do
mesmo. Além deste procedimento foram realizadas visitas técnicas para o levantamento fotográfico e
identificação das atividades realizadas nestes espaços livres públicos.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

O projeto Novo Parque Araribá parte de um estudo de rastros da população no espaço livre público,
sendo esta uma ferramenta utilizada por Gehl (2013), e foi realizado priorizando a consolidação dos usos
já existentes, as conexões entre os espaços livres públicos e criando uma identidade, partindo do
existente.

Este não é um projeto finalizado, mas sim uma alternativa para iniciar uma conversa de projeto
participativo com a população do bairro Parque Araribá, a qual até o momento não possui uma
associação de bairro presente, mas tem moradores que fazem alguma manutenção e colocação de
mobiliário para atender uma demanda existente. O projeto é dividido em três setores, aos quais dois são
apresentados aqui.

Figura 02: Implantação Projeto Novo Parque Araribá com a marcação das ampliações. Fonte: Autora
(2019)

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 3: Ampliação 1. Fonte: Autora (2019)


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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04: Corte Ampliação 1. Fonte: Autora (2019)

A Ampliação 1 é o principal setor deste projeto, sendo ele a parte mais ocupada e com os mais diversos
usos. Neste setor a consolidação de atividades como permanência, esportes, jogos, alimentação e
passagem foi um fator importante no pensamento do projeto. Há também a maioria dos tipos de
intervenção que proponho em todo o projeto do Novo Parque Araribá, como as ruas compartilhadas,
ciclovia, transposição do córrego, mobiliário e a proposta da mudança de piso.

Figura 05: Ampliação 2. Fonte: Autora (2019)


Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 06: Corte Ampliação 2. Fonte: Autora (2019)

Partindo da necessidade de um novo acesso transpondo o Córrego do Morro do S, a ampliação 2 traz


esse acesso e a conexão de duas praças existente com uma projetada a qual são separadas pela
Avenida Carlos Caldeira Filho. Este ponto de conexão das praças foi importante para diminuir a
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

quantidade de acidentes, sendo esse local da avenida conhecido pelos rachas durante as madrugadas, e
para isso foram utilizadas as técnicas apresentadas pelo instrumento Traffic Calming. Além destas
intervenções há a requalificação das praças existentes e o projeto de uma terceira praça que possui um
desnível acentuado de 20 metros.

Referências

GALENDER, Fany. Sobre o sistema de espaços livres da cidade de São Paulo. Rio de Janeiro: Encontro
Nacional da Associação Nacional de Pesquisa, 2010. 12 p. Disponível em:
https://www.anparq.org.br/dvd-enanparq/simposios/57/57-282-1-SP.pdf. Acesso em: 10 de março de
2019.
GEHL, Jan; SVARRE, Birgitte. How to Study Public Life. Copenhagen: Island Press, 2013. 200
LAR. Requalificação Urbana Cas Jurubatuba. Publicado em 15 de abril de 2018. Disponível em:
https://issuu.com/arqlabsenac/docs/caderno_lar_2017. Acesso em: 15 de abril de 2019.
LAGO, Luciana Corrêa do. Favela-loteamento: reconceituando os termos da ilegalidade e da
segregação urbana. Cadernos Metrópole, Rio de Janeiro, n. 9, p.119-133, 2003.
MAGNOLI, Miranda Martinelli. Espaço Livre – Objeto de Trabalho: Open Space. Paisagem Urbana:
ensaios, São Paulo, n° 21, p. 175-198. 2006.
MARICATO, Ermínia. Metrópole na periferia do capitalismo: ilegalidade desigualdade e violência, São
Paulo, julho de 1995.
MAUTNER, Yvonne. A periferia como fronteira de expansão do capital. In: O Processo de Urbanização
no Brasil. Csaba Deák, Sueli Ramos Schiffer (org.). 2ª ed. – São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2010.
PASTERNAK, Suzana. Loteamentos irregulares no município de São Paulo: uma avaliação espacial
urbanística. Planejamento e Políticas Públicas, São Paulo, n. 34, p.131-170, jan./jun. 2010.
PEABIRU. Capelinha e Cocaia | Produção do Espaço | São Bernardo do Campo- SP | 2011. Disponível
em: http://www.peabirutca.org.br/?painel_projetos=vera-cruz. Acesso em: 20 de março de 2019.
PITA, Marina. Urbanização do Jardim Colombo, em São Paulo, abre espaço para parque linear em área
adensada e sujeita a cheias. 2014. Infraestrutura Urbana Edição 42. Disponível em:
http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/42/urbanizacao-do-jardim-colombo-em-sao-
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

paulo-abre-espaco-para-326335-1.aspx. Acesso em: 22 mar. 2019.


SANTO AMORE, C. Assessoria e Assistência Técnica: arquitetura e comunidade na política pública de
habitação de interesse social. In: II Seminário Nacional sobre Urbanização de Favelas, 2016, Rio de
Janeiro. Anais do II URBFAVELAS. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2016. Disponível em:
http://www.peabirutca.org.br/?painel_projetos=ii-seminario-nacional-sobre-urbanizacao-de-favelas.
Acesso em: 24 de novembro 2018.
URBANA, Levisky Arquitetos Estratégia. Projeto de Requalificação Urbana - Jardim Colombo/ São Paulo.
Disponível em https://www.homify.com.br/projetos/47316/projeto-de-requalificacao-urbana-jardim-
colombo-sao-paulo. Acesso em: 18 de março de 2019.
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Requalificação ambiental
Vila da paz

Joice Vilela de Souza


Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Kara José

Figura 01 :Rio Jurubatuba. Fonte: acervo do autor

Resumo Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Este projeto tem como objetivo destacar os problemas ambientais urbanos, a falta de
áreas de lazer para a população que já habitam no local, e as consequências que são causadas
pela falta do mesmo. A região a ser estudada está localizada em São Paulo - Zona Sul no bairro
de Interlagos.

Será iniciado com a apresentação da situação que o local se encontra, destacando os


problemas já existente da região; Procurando trazer soluções que se interligam com a questão
ambiental do local; prossegue com uma análise aproximada do perímetro a ser estudado,
articulando com projetos já propostos ao local através de políticas públicas; e por fim, será
apresentado um plano de diretrizes procurando trazer solução para a melhoria do local.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O perímetro escolhido está localizado em São Paulo, Zona Sul à margem do Rio Jurubatuba,
conhecida como Favela Vila da Paz, na qual já participou de um programa de habitação o Projeto
Cingapura/Interlagos, no qual teve o objetivo de abrigar mais de 372 famílias. Este perímetro também está
dentro do Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Arco Jurubatiba, onde a proposta poderá ser implantada
utilizando-se quaisquer instrumentos de política urbana e de gestão ambiental (artigo 134 e 148 da Lei
Municipal nº 16.050, de 31 de julho de 2014 – Plano Diretor Estratégico – PDE)

Encontra se uma população de baixa renda que habita no local, e que cada vez mais estão se
aproximando das margens do Rio, um cenário onde também há uma fragilidade ambiental, como as
construções de uma população que não tem moradia própria e os assentamentos precários em áreas
menos propícias à ocupação urbana onde poderiam ser aproveitada para a requalificação ambiental e
área de lazer para essa mesma população, um cenário precário, a falta de manutenção do local, causa o
descarte de entulhos, o adensamento populacional, e a ausência de saneamento básico e, esses
problemas afetam não só a população que já habitam mais a população que possam de alguma forma
causar um impacto ou que circulam no local ou no seu entorno. Ao realizar está análise é possível
identificar a carência que essa população sofre com a falta de equipamentos públicos e de lazer.
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 02 : Favela Vila da Paz. Fonte: acervo do autor


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 03: Barreiras. Fonte: Acervo do autor Figura 04: Área Ociosa. Fonte. Acervo do autor

A partir disso, é pensado a requalificação ambiental para contribuir a resolução de uma ampla série
desses problemas. Trazendo a este espaço uma nova ocupação e uma outra forma de uso, combatendo
a terra ociosa que não cumpri a função social valorizando o meio ambiente para que a população desfrute
de seus direitos e que possa também trazer uma nova população para este local.

Proposição

A urbanização traz cosigo inúmeras consequências e depois de realizadas as análises locais,


notou-se a necessidade de um projeto que fosse capaz de reestabelecer a ligação do Rio Jurubatuba com
a cidade de forma positiva, onde a cidade agora se volta ao rio de sua fundação.

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 05: Implantação de Projeto Fonte: Acervo do Autor.


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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Com o objetivo de criar espaços culturais e de lazer capaz de fazer a manutenção do mesmo,
conectar este espaço com as demais regiões que possuem melhor infraestrutura, dando continuidade aos
fragmentos, recuperar ambientamente, priorizar a relação dos espaços verdes de forma a construbuir para
a qualidade do ar, na temperatura do solo e na qualidade do contato das pessoas com a nova conexão
urbana.

O objetivo especifíco é criar uma série de equipamentos públicos que tragam benefícios a região
de forma integrada, como: jardim; ciclovia; horta comunitária; área de recreação com playground,
equipamentos para exercício e mesas de jogos; área cultural e pricipalmente caminhos verdes e áreas de
contemplação.
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

BRANDÃO, 2016 - SESSÃO TEMÁTICA: (In) Compatibilidades entre áreas de proteção ambiental e
assentamentos precários: como andam as intervenções nas cidades brasileiras? - Porto Alegre, 25 a 29
de Julho de 2016

JACOBS, Jane, A morte e vida de grandes cidades. São Paulo. Editora Martins Fontes, 2000.

LAMAS, José Manuel R. G. Morfologia urbana e desenho da cidade. Lisboa. Fundação Calouste
Gulbenkian/ Fundação para ciência e Tecnologia. 1992

ROLNICK, Raquel. O que é cidade? São Paulo. Brasiliense, 2004

SALDANHA, Nelson, O Jardim e a Praça: entre o privado e o público na vida social e histórica. São
Paulo. Editora da Universidade de São Paulo. 1993)

SARAIVA, Maria da Graça Amaral Neto. O Rio como paisagem: Gestão de corredores fluviais no quadro
do ornamento de território. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação para a Ciência e
Tecnologia. Ministério da Ciência e Tecnologia. 1999.

SILVA, Aline Martins, Atratividade e Dinâmica de Apropriação de Espaços Públicos para o Lazer e
Turismo. Dissertação de Mestrado. UFRGS. 2009.

YURGEL, Marlene. Urbanismo e Lazer. São Paulo. Nobel, 1983.

ALBERNAZ, Paula, Reflexões sobre o espaço público atual. In: LIMA, Everlyn Furquim Werneck:
MALEQUE, Miria Roseira. Espaço e cidade: conceitos e leituras. Rio de Janeiro: 7 letras, 2007

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem


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Sistema Cicloviário de Osasco
Propostas para tornar Osasco uma cidade amiga da
bicicleta

Klauss Alexander Schramm


Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem


Figura 01 : Ciclofaixa de Lazer. Fonte: Coletivo CiclOsasco

Resumo

Este é um conjunto de propostas para tornar a cidade de Osasco referência brasileira em


ciclomobilidade. A partir de amplo levantamento de legislação, referências projetuais, dados
existentes e visitas de campo para levantar novos dados, foi proposta uma rede cicloviária para
o município. Diferentes tipologias são apresentadas a partir do exemplo da aplicação, de forma
a alcançar interação com a cidade consolidada. Para complementar, foram lançadas ideias para
buscar uma gestão eficiente da política e consolidar a cultura da bicicleta.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução
Na cidade desenhada para o automóvel não há espaço para o transporte coletivo e os modos
ativos. A ideologia que prega a supremacia do automóvel nega o lugar das bicicletas nas vias, seja para
compartilhar espaços, seja para criar infraestrutura cicloviária. O paradoxo de tratar o uso cotidiano da
bicicleta como ato de insanidade e combater condições seguras para o deslocamento de ciclistas é
naturalizado, tanto quanto são as mortes decorrentes da violência no trânsito. Esta é a realidade comum
às médias e grandes cidades brasileiras, incluindo Osasco.
Apesar de não carregar nem mesmo 1/4 das viagens diárias no município de Osasco, a circulação
do automóvel vem sendo priorizada em detrimento da eficiência do transporte coletivo e da segurança dos
agentes mais vulneráveis do trânsito - pedestres e ciclistas. São geradas diversas externalidades
negativas diversas como poluição atmosférica, alta letalidade no trânsito, baixo aproveitamento da
capacidade potencial de uso das vias e dos lotes (considerando as amplas áreas destinadas a
estacionamentos e garagens), gastos excessivos na construção e manutenção da infraestrutura relativa
ao sistema viário, etc. O enaltecimento do automóvel no planejamento da mobilidade urbana reafirma as
desigualdades socioespaciais, de forma a negar o lugar da ampla parcela da população de baixo poder
aquisitivo, que não tem no carro uma opção.
Entre os agentes que compõem a mobilidade urbana, as desigualdades também influem:
localização de moradia, gênero, idade, formação, etc. Se por um lado a cidade carrocêntrica reafirma isto,
por outro lado apenas direcionar o olhar para uma “cidade mais humana” não é a priori uma postura de
enfrentamento. Este trabalho mira um horizonte de uma Osasco mais inclusiva para todos.
A proposta consiste na elaboração de diretrizes e ações articuladas para uma política pública
voltada ao campo da ciclomobilidade na cidade de Osasco. A meta é elevar o município a referência no
uso da bicicleta no Brasil. Para tanto, foi definida a estratégia de intervir sobre os campos da infraestrutura
cicloviária - espaços de circulação e estacionamento -, gestão - a coordenação de tais propostas - e
incentivo à cultura da bicicleta - consolidar a bicicleta como parte do cotidiano da cidade e dos cidadãos.
O uso da bicicleta agrega inúmeros benefícios às pessoas e à cidade nos campos da mobilidade,
meio ambiente, economia e saúde. Contudo, Osasco segue punindo os ciclistas - estes que tanto
contribuem com a qualidade de vida da coletividade - com péssimas condições de circulação.
Para desenvolver esta pesquisa e chegar até a proposta, primeiramente buscou-se aprofundar a
fundamentação teórica, buscando referências bibliográficas e projetuais. Em seguida, dados diversos
sobre o município foram levantados, para trazer amplo conhecimento sobre a área a receber as propostas.
Ao identificar que os dados existentes não era suficientes para conhecer com profundidade o universo da
bicicleta em Osasco, contagens de ciclistas foram realizadas em cruzamentos estratégicos. Por fim foi
definido o conjunto de propostas.
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Proposição

Para definição da rede cicloviária, primeiramente foram adotadas sete diretrizes:


- Macroacessibilidade: Diz respeito ao alcance, conectividade e suporte à intermodalidade
que a rede deve proporcionar;
- Microacessibilidade: Facilidade de acesso a outras vias - incluídas ou não na rede, lotes,
bicicletários e paraciclos;
- Nível de serviço: Facilidade para obter informações e conforto nos deslocamentos;
- Qualidade ambiental: Compatibilidade entre intervenções propostas e usos da via e do
solo consolidados;
- Fluidez: Tornar eficientes os deslocamentos de bicicleta, reduzindo - na medida em que
todas as outras diretrizes não são comprometidas - tempos de espera desnecessários,
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

criando condições para reduzir congestionamentos e filas, reduzindo o tempo da troca de


modais no caso da intermodalidade, etc;
- Segurança - Proteger a vida dos atores mais vulneráveis no trânsito - Ciclistas, pedestres,
moradores de rua, animais, etc. De todas as diretrizes, esta é adotada como prioritária.

Para atender às diretrizes mencionadas, foram adotados os seguintes objetivos para escolha das
vias que receberão infraestrutura cicloviária:

- Observação de tendências de fluxo existentes: Identificadas a partir de dados obtidos em


levantamentos da Pesquisa Origem e Destino, contagens de ciclistas, entrevista no
bicicletário central e mapas do aplicativo Strava (as vias apontados pelo Strava foram
consideradas apenas como sugestões, uma vez que usuários do Strava não representam
amostra do quadro geral do uso da bicicleta na cidade);
- Consideração do relevo: Priorização de caminhos planos e pouco inclinados (não
necessariamente vias de fundo de vale). Ligação entre vias de cotas altas e baixas por
meio de caminhos de inclinações suaves na medida do possível;
- Garantia de intermodalidade: O acesso a estações de trem e terminais de ônibus foi
elemento fundamental na definição da malha cicloviária;
- Acesso às centralidades;
- Acesso aos equipamentos públicos municipais e estaduais, com enfoque maior sobre as
UBSs, escolas de ensino fundamental e parques municipais.

Foram definidas diferentes tipologias de infraestrutura para circulação de bicicletas e apontada a


necessidade de criar medidas de acalmamento de tráfego em cada uma das situações, conforme as
especificidades do lugar. A seguir serão pontuadas as diferentes tipologias escolhidas e suas variações.
- Espaço compartilhado: Área onde pedestres e ciclistas compartilham o mesmo espaço
sem qualquer tipo de delimitação para privilegiar a circulação de um ou outro;
- Calçada partilhada: Ocupando parte da calçada - que pode ser alargada para receber esta
intervenção - é reconhecida pela delimitação de espaço de circulação de bicicletas através
de faixas vermelhas sobre o pavimento. Pedestres tem prioridade absoluta indicada pela
sinalização horizontal. É indicada apenas para situações onde não há circulação intensa
de pedestres em vias de tráfego intenso. Podem ser bidirecionais, presentes em apenas
um dos lados da via, ou unidirecionais presentes aos dois lados da via;
- Ciclorrota: Compartilhamento entre o tráfego motorizado e o tráfego de bicicletas. É
recomendável para vias locais, coletoras e arteriais onde não houver possibilidade de
instalar ciclovias, ciclofaixas ou calçadas partilhadas. Podem ser unidirecionais compondo
sistemas binários, bidirecionais em vias de fluxo bidirecional ou combinadas com
ciclofaixas no contrafluxo;
- Ciclofaixa: Destinação de parte do leito carroçável à circulação de bicicletas através de
demarcação de faixa. Deve ter no mínimo 1,2 m de largura e, recomenda-se, em caso de Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
faixa de estacionamento paralelo, a criação de zona de abertura de portas com 0,7m de
largura. Recomendável para vias arteriais de tráfego intenso. Podem ser unidirecionais
aos dois lados da via de fluxo bidirecional ou unidirecionais em um lado da via compondo
sistemas binários;
- Ciclovia: Pista de circulação exclusiva de bicicletas. Recomendável para corredores
arteriais de tráfego muito intenso, corredores metropolitanos e rodovias. Podem ser
bidirecionais em um lado da via, bidirecionais em canteiros centrais ou unidirecionais aos
dois lados da via.

Foram definidas três fases de implantação. Não foi apontado cronograma em função da
necessidade de fazer projetos executivos para ter estimativa de custos e, dessa forma, verificar a
viabilidade no tempo. Não é objetivo desta proposta alcançar este detalhamento.
A primeira é aplicada sobre o sistema viário atual. Nesta fase as ciclorrotas tem prioridade de
implantação sobre as outras tipologias.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Fase 1
Espaços compartilhados 0,3 km
Calçadas partilhadas 10 km
Ciclorrotas 64,3 km
Ciclorrota e ciclofaixa 2,6 km
Ciclofaixas 40,8 km
Ciclovias 18,6 km
Projeto específico 2,7 km
Total: 139,3 km

Na segunda fase, a rede ganha mais 7,2 km devido a novas expansões do sistema viário. Além
disso, algumas das vias mudam de tipologia devido a intervenções que alteram suas configurações
atuais. Não foram definidas tipologias em função da não identificação de projetos executivos relativos a
estas intervenções. A rede passa a totalizar 146,5 km.

Na terceira fase as rodovias passam a receber infraestrutura cicloviária. Como se trata de vias
de caráter metropolitano e como parte expressiva marca as divisas do município, a extensão não foi
contabilizada. Em função da complexidade da situação (vias expressas, a geometria dos acessos, etc)
não foi definida tipologia.

Foram propostos os “Pontos Bike” como forma de ampliar a oferta de vagas para estacionar
bicicletas sem onerar os cofres municipais. A ideia é lançar concurso de arquitetura para projetos que
contemplem a guarda gratuita de bicicletas combinada com bicicletaria, assim a empresa vencedora da
licitação poderá lucrar e os munícipes ganharão 920 novas vagas.

Para complementar, foram propostas medidas para tornar a gestão mais eficiente e participativa
e medidas de consolidação da cultura da bicicleta no município. A criação de uma câmara temática da
bicicleta para ampliar a participação popular, o aproveitamento de recursos de outorga onerosa como
fonte alternativa de financiamento, a adoção do limite de 50km/h como limite máximo de velocidade em
Osasco e a criação de pólos de ciclismo esportivo são exemplos.
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

GLOBAL DESIGNING CITIES INITIATIVE. Guia Global do Desenho de Ruas. Editora Senac, São Paulo.
2016.

TORRES-FREIRE, Carlos; CASTELLO, Graziela; CALIL, Victor. Impacto social do uso da bicicleta em São
Paulo. Cebrap, São Paulo. 2018.

VASCONCELLOS, Eduardo de Alcântara de. Transporte urbano nos países em desenvolvimento:


Reflexões e propostas. Ed. Annablume, São Paulo. 2000.

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem


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Jabaquara
Urbanização das Favelas: Alba e Souza Dantas

Lucas Weyll de Pinho


Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Kara José

Figura 01: Córrego Água Espraiada. Fonte: Acervo Pessoal Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Resumo

Este trabalho de conclusão de curso analisa uma parte da Operação Urbana


Consorciada Água Espraiada (OUCAE), precisamente dentro do Setor Jabaquara, a evolução
da ocupação na área de estudo, a atual situação e propõe com um projeto de urbanização a
melhora da situação de vida dos habitantes. O local escolhido para estudo corresponde às
Favelas Alba e Souza Dantas. Essas áreas, assim como outras áreas de favela da região,
encontram-se em situação vulnerável às margens do Córrego Água Espraiada e em Risco
Geológico de Grau 2 e 3. O projeto, portanto, consiste na urbanização das favelas estudadas,
buscando erradicar os problemas existentes, principalmente em 3 vias: ambiental, estrutural e
habitacional.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Este trabalho visa entender as dinâmicas sociais e territoriais das favelas, especificamente as
favelas Alba e Souza Dantas – presentes no Setor Jabaquara da Operação Urbana Consorciada: Água
Espraiada (OUC-AE). Numa Operação Urbana que prega a homogeneidade dos seus setores, o que mais
chama atenção é a heterogeneidade, pois todos os investimentos foram focados nos Setores Berrini e
Chucri Zaidan, e em mais de 10 anos, o Jabaquara não aumentou 1m² de estoque em CEPAC (potencial
construtivo) – coincidentemente, ou não, o Jabaquara é o Setor da OUC com a forte presença de Favelas.

Figuras 02 e 03: Controle de Estoques de Área de Construção Adicional. Fonte: PMSP/EMURB

31/05/2008 e SP Urbanismo 2019.

De acordo com Josep Maria Montaner, além da grande diversidade das cidades, existe um elemento
que é chave para a melhora da qualidade de vida, o aumento da sociabilidade, portanto os espaços públicos
são necessários nas favelas. Dentro de um escopo de trabalho de um Arquiteto e Urbanista existe um
programa de necessidades para cada tipo de projeto e nesse projeto, um dos principais pontos foi a
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

construção de um espaço novo no interior dessas favelas. Caitlin Dixon, afirma em um dos seus estudos que,
nas favelas, a prioridade espacial é dada à habitação; portanto o espaço público se desenvolve
informalmente nos lugares que sobram na paisagem urbana. Vias públicas, escadarias, entre outros são
adotados como lugares para conversar e passar o tempo.
Existem 70 favelas contabilizadas no Jabaquara, um total de 14073 domicílios cadastrados. Dentro
dessas 70, 29 estão dentro do perímetro da OUCAE com 7904 domicílios. As duas favelas estudadas
compreendem a um total de 1384 domicílios cadastrados.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figuras 04 e 05: Mapa Distrito Jabaquara, OUCAE, Favelas Cadastradas e Favelas Estudadas.

Fonte: HabiSP, IBGE e GeoSampa

As favelas se encontram em duas ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS), a favela


Souza Dantas em Zeis 1 e a Alba, juntamente com um terreno utilizada por uma garagem de ônibus em
Zeis 3.

Figura 06: Favelas de Estudo - ZEIS. Fonte: Mapa Editado Pelo Autor | Google Satélite

As favelas estão num terreno muito acidentado, com uma diferença de 25m entre o ponto mais
alto e o mais baixo do perímetro de estudo. O Curso D’água mais importante é o que passa por dentro da
favela numa junção das águas pluviais e a nascente Souza Dantas que deságua no Córrego Água
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Espraiada.

Figura 07: Topografia e Curso D’água. Fonte: Mapa Feito Pelo Autor
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Por estar num terreno bem acidentado, com a presença de cursos d’água (área de APP prevista pelo
código florestal) e uma densidade muito alta de residências, essa área é classificada como uma zona de
Risco 2 (Escorregamento) e Risco 3 (Solapamento), além disso, existe uma classificação alta de
Vulnerabilidade Social.

Figura 8: Margem de APP e Área de Risco. Fonte: Mapa Feito Pelo Autor

Diante dos levantamentos feitos na área de estudo, foi listado alguns dos problemas principais
das duas favelas e o programa de necessidades das favelas estudadas:

Acessos Ruins; Moradias Insalubres; Área de Risco Geológico; Oferta de Espaço Livre de
qualidade é praticamente inexistente; Situação ambiental a ser melhorada.

Proposição
1 PROJETO DE REMOÇÃO
2 PROJETO DE REASSENTAMENTO
3 PROJETO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

Requalificação dos acessos à favela (principalmente com novas escadarias); desenho de um novo
espaço no interior da favela (um respiro em meio ao caos); retificação do córrego; projeto de
recuperação ambiental - nascente Souza Dantas - área verde com possibilidade de utilização pela
população (quiosques, bancos); projeto de recuperação ambiental - wetland para filtragem da água
pluvial e melhora da qualidade de vida dos habitantes; criação de novas habitações no interior da
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

favela - ao longo do córrego (8 no total); criação de novas habitações no terreno vazio - antiga
garagem de ônibus (2 torres no total); possibilidade de diversificação de usos no térreo dos edifícios
(planta livre) - mercadinhos, mercearias, hortifruti, sapataria, costureira, creches, área para animais;
reutilização de espaços importantes da comunidade (que já tem infraestrutura pronta) para projetos
sociais - escolinhas de futebol, artes marciais, dança, música, circo e eventos.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1
Setorização

Figura 9: Setorização do projeto para Urbanização das Favelas. Fonte: Acervo Pessoal do Projeto

Habitações
As habitações também são parte do projeto. A maioria delas não possui elevador, apenas as
habitações presentes no setor Z. O partido do projeto dos edifícios foi ter uma planta livre para existir uma
flexibilidade na disposição dos ambientes, imaginando que futuramente, possa existir um novo membro da
família, além da planta livre, também foi pensado uma modulação de caixilho de 0,5m, assim, o caixilho
funcionaria para todas as variações de tipologias (6x8, 6x9 e 6x10), além das aberturas de porta, todas
com 1m. Todas as habitações foram pensadas em estrutura metálica, com pilares, basicamente de 0,5m x
0,2m x pé direito (que é de 3m) e vigas com 0,2m x altura x vão - com o vão variando entre 8, 9 e 10m.

Secção-Corte

Figura 10: Setorização do projeto para Urbanização das Favelas. Fonte: Acervo Pessoal do Projeto

Referências
ARAVENA, Alejandro. Paraisópolis. Projeto de 120 moradias. In: A cidade informal no século
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

XXI. Catálogo de Exposição. São Paulo: MCB, 2010


BRILLEMBOURG, Alfredo. Grotão, Paraisópolis. In: A cidade informal no século XXI. Catálogo de
Exposição. São Paulo: MCB, 2010.
JACOBS, Jane. Morte e Vida nas Grandes Cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
SECCHI, Bernardo. Primeira lição de urbanismo. São Paulo: Perspectiva, 2006.
DIXON, Caitlin. “Excelentes Lugares Bons”: A Natureza do Espaço Público nas Favelas
< http://rioonwatch.org.br/?p=11195 >
MONTANER, Josep Maria. “O direito ao espaço público – Princípios e Exemplos”
< http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.203/6517 >
CONVERTI, Roberto.“Espaço público – Direitos humanos e diversidade cultural”
< http://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/06.014/1679 >
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Buracanã
Reurbanização da Favela Parque Planalto I

Renan Santos
Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Kara José

Figura 01 : zoom sobre o perímetro. Fonte: google earth

Resumo
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

O trabalho propõe uma reflexão sobre as intervenções em favelas, sua importância e


necessidade de atuação em territórios tão sensíveis. Em especial, as comunidades inseridas em
áreas de preservação de mananciais (APM) ou permanente (APP), na qual o objeto de estudo
se encontra, onde além das questões enfrentadas em relação à intervenção em favelas,
questões de ordem ambiental também fazem parte do escopo de atuação. Para isso, propõe-se
uma série de intervenções dentro do perímetro delimitado, visando prover àquela parcela do
cidade, bem como seus habitantes, acesso digno a mesma através do desenho arquitetônico e
urbano de qualidade.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Popularmente conhecida por seus moradores como “Buracanã” (devido a sua forma assemelhar-
se a um buraco), a favela Parque Planalto I, conta com uma área de aproximadamente 22 hectares e 2031
domicílios. Sua ocupação é datada a partir dos anos de 1960, período próximo do surgimento do distrito.
As ocupações iniciais são reflexo da instalação de inúmeras indústrias em Santo Amaro, que atraíram
muitas famílias a área pela proximidade da mesma e por possuir um valor de terra baixo; posteriormente
pela migração de famílias de outras regiões do país (década de 1970) e também de comunidades
desapropriadas que não tinham para onde ir - como exemplo podemos citar algumas comunidades
desapropriadas da região da até então Avenida Água Espraiada (década de 1990).
Igualmente a todo o distrito do qual a favela faz parte (Grajaú), a área está comprimida entre as
bacias da represa Guarapiranga e Billings, caracterizando-se como área de proteção aos mananciais,
onde além de todos os conflitos já enfrentados por uma comunidade da periferia, questões ambientais
também estão inseridas, tornando a ação sobre este território de extrema importância e urgência, pois
apesar das pouquíssimas (e ineficazes) ações empregadas pelo estado, as poucas nascentes e cursos
d’água remanescentes da região sul da capital (e sudeste da metropolitana) ainda estão sob constante
ameaça.
A dualidade sobre como atuar em um território tão sensível e repleto de questões de ordem social
e ambiental urgentes presente neste trabalho é o fio condutor de todo o desenvolvimento da pesquisa.
Qual a melhor - ou a menos agressiva - maneira de atuar sobre este espaço? Remover todos partindo do
princípio da fragilidade ambiental, e ao mesmo tempo ignorar e ordenar que tratores passem por cima de
todas as famílias que ali residem e construíram sua história ao longo de todos esses anos, assim como
vem sendo feito pelas últimas ações do governo?

Nesse contexto, a questão ambiental urbana - o


avanço sobre áreas ambientalmente sensíveis e protegidas, é
intrinsecamente associada à questão da moradia. A situação
presente é de uma extensa área de loteamentos e
assentamentos irregulares em geral, em grande parte das
vezes em áreas de proteção ambiental e áreas que
comprometem mananciais urbanos. São irregularizáveis
segundo os padrões usuais e a legislação existente, mas
representam a única alternativa de moradia da enorme parcela
da população. (MARTINS, 2006)

A maior parte da população brasileira, principalmente nos grandes centros urbanos do país, não
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

encontra oferta ou soluções de moradia adequada, nem pelo mercado, nem pelos programas públicos,
acabando banida da condição de cidadania, tanto por sua condição econômica, quanto pelas condições
urbanísticas e ambientais das áreas das quais residem. Essa legislação estabelece como padrão um
patamar inacessível à renda da maioria e na ausência de subsídios, a consequência é que a população
se instale em loteamentos irregulares, ocupações informais e favelas, justamente nos lugares
ambientalmente mais frágeis, “protegidos por lei”, portanto desconsiderados pelo mercado formal
(MARTINS, 2006). Partindo deste pressuposto, a solução mais viável - e talvez a mais humana - parece
ser o equilíbrio entre essa tensão gerada entre as agendas verde (ambiental) e marrom (urbana), que é o
que se pretende atingir com o desenvolvimento deste trabalho. Evitando assim que a solução seja
resumida em simplesmente transferir essa população para uma outra área mais afastada da cidade - longe
de toda a relação e vida já consolidada por seus habitantes - rompendo com o ciclo vicioso de ações
frágeis e ineficazes que como de praxe foi empregada ao longo das últimas décadas em todo o território
nacional quando se tratava de moradia social.
L4

178
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

O PARTIDO

Tendo como premissa todos os dados e informações levantados ao longo da pesquisa, a


propostas busca articulá-los de maneira coesa junto a três importantes questões identificadas no objeto
de estudo. Sendo elas:

- Topografia
Tratando-se do enorme desnível entre as avenidas que circundam o perímetro e seu miolo, qual
ou quais seriam as estratégias para realizar essas transições? Como garantir a vitalidade destes
elementos e contribuir para que os mesmos não se tornem obsoletos e propensos a atividades não
desejadas?

- Córrego
Tendo em mente que o córrego deveria ser o eixo de condução de desenvolvimento do projeto,
como transformar-lo em elemento transgressor de barreiras e mudar as relações atuais dos habitantes
com o mesmo? Como criar espaços de qualidade dentro de um perímetro comprimido entre duas encostas
adensadas e repletas de dinâmicas socioespaciais que foram intrínsecas ao projeto?

- Questões ambientais
Como deveriam ser tratadas as questões ambientais e ecológicas, levando em consideração a
urgência de atuação sob este espaço que se encontra inserido em uma área de proteção aos mananciais?
Ela seria o suficiente para resolver as problemáticas apontadas? O que deveria ser pensado a fim de
garantir a preservação e manutenção dos corpos d’água, elementos de extrema importância para a vida
na cidade e seu pleno funcionamento?

DIRETRIZES

As questões pontuadas no partido foram responsáveis pelo desenvolvimento de algumas


diretrizes, que buscaram ao longo do desenvolvimento do trabalho, conduzir todo o escopo de atuação,
sendo elas respectivamente:

- Remoção das edificações que apresentam maior risco de deslizamento;


- Remoção das edificações em cota negativa em relação ao nível da rua e/ou que sofram com
alagamentos nos períodos de cheia da represa, curso d’água ou chuvas;
- Remoção das edificações que poluem diretamente os cursos d’água remanescente; [1 diagrama
conforme AU]
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
- Implantação de um edifício cultural que abrigará a escola de música;
- Implantação de habitações sociais para que as famílias removidas sejam realocadas;
- Implantação do parque linear ao longo do curso d’água com recuperação da vegetação nativa;
- Implantação de edifícios que abriguem todas as ONGs (apresentadas anteriormente) e que deem
suporte para o pleno exercício e funcionamento de suas respectivas atividades;
- Tratamento das edificações mantidas e identificadas como prioritárias;
- Requalificação das transposições, becos e vielas preservadas;
- Diversificação dos uso do solo;
- Mudança nas relações dos habitantes com o curso d’água
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179
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 02 : diagrama de remoção. Fonte: acervo do autor


Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 03 : mapa de intervenções. Fonte: acervo do autor

O conjunto de intervenções desenvolvidas tem como objetivo atender as diretrizes


apresentadas anteriormente, e podem ser sintetizadas em cinco categorias diferentes, sendo elas
respectivamente:

Intervenção tipo I: Acessos a área e implantação da escola de artes e música


Intervenção tipo II: Instalação das HIS para as famílias realocadas
Intervenção tipo III: Parque linear ao longo do córrego
Intervenção tipo IV: Drenagem e arborização das vias
Intervenção tipo V: Tratamento das vielas e escadarias remanescentes
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180
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

BRASIL, Novo Código Florestal. Lei 12,651, 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação
nativa, p. 2.166-67, 1981.

DEMO, Pedro. Pobreza política: a pobreza mais intensa da pobreza brasileira. São Paulo: Editora
Autores Associados, 1988.

FRANÇA, Elisabete. A cidade informal no século XXI. São Paulo: Editora Prefeitura de São Paulo, 2011.

JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo : Editora WMF Martins Fontes, 2011

MARICATO, Ermínia. Metrópole na periferia do capitalismo: ilegalidade desigualdade e violência. São


Paulo: Editora HUCITEC EDITORA, 1996.

MARTINS, Maria Lucia Refinetti. Moradia e Mananciais: Tensão e Diálogo na Metrópole. Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

__________, Maria Lucia Refinetti. O desenho ambiental da infraestrutura urbana: princípios de projeto
para regularização de interesse social. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2006.

PEREIRA, Matheus. O papel da cor na arquitetura. Disponível em <


https://www.archdaily.com.br/br/894425/o-papel-da-cor-na-
arquitetura?ad_source=myarchdaily&ad_medium=bookmark-show&ad_content=current-user >
Acesso em: Fevereiro, 2019.

Salingaros, Nikos A. Habitação social na América Latina: geometria do controle. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/913584/habitacao-social-na-america-latina-geometria-do-controle>.
Acesso em: 22 de março, 2019

SÃO PAULO, Prefeitura do Município de. Lei número 16.050, de 31 de julho de 2014. PDE. PMSP, 31 de
julho de 2014. Disponível em < https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/plano-
diretor/texto-da-lei-ilustrado/>. Acesso em: agosto, 2018 Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

SÃO PAULO, Prefeitura do Município de. Lei número 16.402, de 22 de março de 2016. LPUOS. PMSP,
22 de março de 2016. Disponível em <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-
regulatorio/zoneamento/arquivos/>. Acesso em: agosto, 2018.

SECRETARIA MUNICIPAL DE LICENCIAMENTO E URBANISMO (SMUL). GeoSampa: Mapa digital da


cidade de São Paulo. Disponível em <
http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx >. Acesso em: Agosto, 2018.
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Centro técnico e social do Grajaú

Thais Vieira Campos


Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Kara José

Figura 01: Fachada do centro técnico e social do Grajaú. Fonte: acervo do autor

Resumo
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Este trabalho de conclusão de curso propõem um projeto arquitetônico preliminar de um centro


técnico e social no distrito do Grajaú. As premissas que me levaram escolher este tema partiram
da inquietação de muitos moradores- que precisam se deslocar cerca de 2 horas para terem
acesso ao ensino técnico e aos serviços do Poupatempo. Para o desenvolvimento deste trabalho
foi necessário a análise do município de São Paulo, com foco na Subprefeitura da Capela do
Socorro- que auxiliou na definição dos usos do edifício. Após a análise geral o projeto foi guiado
com base nos estudos do terreno, recebendo diretrizes como permitir a fruição pública,
estabelecer uma relação com o entorno e romper a topografia.
L4

183
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução
Localizado no extremo sul de São Paulo, o terreno escolhido está junto à um dos braços da represa
Billings e resistiu até o momento ao processo de ocupação e adensamento da região - com áreas não
edificadas - mantendo um cenário incomum em comparação à paisagem árida e espessa de seu entorno.
Todavia, a grande extensão dos lotes, a falta de transporte público, e a ausência de vigilância geram
problemas relacionados à insegurança e ao deslocamento nas proximidades.

Figura 02: Vista das proximidades do terreno. Fonte: acervo do autor.


O interesse em romper a barreira urbana que há entre o terreno e seu entorno surgiu do fato de ser
moradora da região, e por estar em constante contato com as problemáticas locais. A proposta visa trazer
a esse espaço uma outra forma de uso e ocupação de solo – aplicando ao mesmo uma função social que
anule o caráter de periculosidade existente e que qualifique o ambiente urbano; para que a população
desfrute do terreno - que hoje está fechado para a sociedade.
Tendo como base as dificuldades existentes, iniciei a análise do território procurando identificar uma
vocação para o terreno através dos registros da memória social, e por características físicas ainda
presentes; considerando não só as pessoas que moram no local, como também as que circulam e
impactam de alguma forma a área em questão - por exemplo, a garagem da empresa de ônibus Viação
Cidade Dutra (antiga Bola Branca), que é uma importante geradora de empregos, abrangendo diversos
setores do mercado.
Durante o estudo, notei que os deslocamentos e equipamentos públicos se distribuem por um território
maior, requerendo uma análise territorial e socioeconômica do Município de São Paulo, com foco na
Subprefeitura da Capela do Socorro –as carências do distrito do Grajaú permeiam todos os setores das
políticas públicas (educação; saúde; lazer; esporte; transporte e segurança), e vão desde a falta e/ou
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

precariedade de equipamentos públicos - quando comparados às outras regiões de São Paulo.


A partir dos problemas do distrito busquei me aprofundar em intervenções que possam qualificar a
região- implantando no terreno um equipamento de múltiplas funções que auxilie no: combate a terra
ociosa - que não cumpre sua função social; na valorização do meio ambiente; na oferta de espaços
públicos de qualidade - respeitando as leis dos mananciais; na orientação do crescimento da cidade nas
proximidades do transporte público; na qualificação da vida urbana em escala de bairro; e que promova o
desenvolvimento econômico do distrito - tudo isso através de um equipamento público (Centro técnico e
social do Grajaú) que fornecerá à população jovem: cursos técnicos e inserções no mercado de trabalho
local; e para o restante da população: serviços públicos e de acesso à informação, em meio aos espaços
de permanência. A intenção é trazer melhorias para a região rompendo as barreiras que existem na
procura de qualificação profissional gratuita e de serviços públicos.
L4

184
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição
A proposta do Centro Técnico e Social do Grajaú parte da premissa de que a região onde o projeto
será inserido é uma área residencial com topografia irregular. Apesar desta característica marcante do
distrito, usos diversos acontecem nas proximidades do terreno. São usos importantes que incentivam a
geração de renda local - como a garagem de ônibus; os pequenos comércios; o eixo de transporte; e as
escolas próximas - que também contribuíram para a definição dos usos do edifício, sendo que os alunos,
os funcionários, e a população serão possíveis frequentadores do Centro Técnico e Social do Grajaú.
O edifício é um equipamento público de uso misto, que tem como base o uso Educacional- que
visa a qualificação profissional dos jovens, ou seja, prepará-los para o mercado de trabalho e empregá-los
nas empresas próximas e o social- que prevê a assistência social - hoje oferecida pelo programa do
governo chamado Poupatempo. Estes usos chaves do projeto só são encontrados atualmente fora da
Capela do Socorro.
Outros usos compõem o projeto e servem de ligação e/ou auxilio - como a biblioteca que ampara
o uso educacional; a praça de alimentação que serve aos frequentadores do técnico e as pessoas que
residem, passam ou frequentam a região; e as praças que interligam os espaços e promovem a
permanência das pessoas.

Figura 03: Diagrama de usos do edifício. Fonte: acervo do autor.


O fluxo é um elemento importante, principalmente nos espaços livres onde os usuários podem
romper a extensão da quadra; pois o projeto permite a fruição em seu interior, levando as pessoas às ruas
antes fechadas por muros. Além de romper a barreira física, o projeto permite a permeabilidade visual
entre o terreno e seu entorno; se tornando um marco paisagístico para a região. Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem
A praça dos estudantes foi uma área somada ao terreno; sendo remodelada e convertida num
novo espaço que funciona como recepção para as pessoas que vêm da Avenida Dona Belmira Marin.
Mantida a arborização, o desenho de piso e o mobiliário foram alterados para cumprirem sua nova função
- considerando os caminhos que as pessoas deixam impressos no local.
A fachada se comporta de acordo com os usos do edifício. Cada parte do projeto é independente
visualmente; sendo possível identificar o uso pela materialidade. O uso social apresenta uma fachada mais
fechada - contando com pequenas aberturas, representado pelo concreto. O setor educacional tem a
madeira na forma de brise e os espaços livres - de fruição - conta com grandes aberturas; tendo o mínimo
possível de fechamento. Apesar da independência de cada uso, o projeto permite a ligação interna e
externa entre eles.
L4

185
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04: Implantação do edifício. Fonte: acervo do autor

Figura 05: Corte do edifício. Fonte: acervo do autor


Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 06: Ilustração da praça da Cidade, vista do edifício. Fonte: acervo do autor
L4

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 07: Ilustração fachada biblioteca, Rua Elísia Barcelos Gonçalves. Fonte: acervo do autor

Referências
ANTP. (2013). A rede de transporte e a ordenação do espaço urbano. ANTP - Planejamento e Gestão
Urbana, 101-122.
Fritzen, N. (24 de Maio de 2018). Para entender a importância das políticas públicas. Fonte: Medium.com:
https://medium.com/betaredacao/para-entender-a-import%C3%A2ncia-das-pol%C3%ADticas-
p%C3%BAblicas-e54810540669
G1. (17 de Agosto de 2013). Moradores reclamam de vias congestionadas na periferia de SP. Fonte:
G1.com: http://g1.globo.com/sao-paulo/parceiro-sp/noticia/2013/08/moradores-reclamam-de-vias-
congestionadas-na-periferia-de-sp.html
Martins, M. L. (2006). Moradia e Mananciais- Tensões e diálogo na matrópole. Em M. L. Martins, Moradia
e Mananciais- Tensões e diálogo na matrópole (p. 57). São Paulo: Fapesp, FauUsp
Meca, P. S. (30 de 03 de 2018). CPTM e Metrô: novas estações e 7,8 milhões de usuários por dia. Fonte:
saopaulo.sp.gov.br: http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/cptm-e-metro-novas-
estacoes-e-transporte-de-78-milhoes-de-pessoas-por-dia/ede Nossa São Paulo. (19 de Setembro de
2018).
Rede Nossa São Paulo lança 12ª edição da Pesquisa de Mobilidade Urbana. Fonte: Mobilidade Sampa:
https://mobilidadesampa.com.br/2018/09/rede-nossa-sao-paulo-lanca-12a-edicao-da-pesquisa-de-
mobilidade-urbana/
Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Projeto Gepam. (2004). Moradia social em área de mananciais. São Paulo: Annablume.
Silva, M. O. (1989). Política Habitacional Brasileira / Verso e Reverso. Em M. O. Silva, Política Habitacional
Brasileira / Verso e Reverso (p. 184). São Paulo: Cortez.
L4

187
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia
L5
ARQUITETURA COMERCIAL
Loja-conceito Vans

Bárbara Cardoso
Orientador: Prof. Dr. Gabriel Pedrosa Pedro

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


Figura 01 : Loja-conceito Vans – fachada principal

Resumo
O cenário atual do consumo mostra que o mercado está cada vez mais competitivo e os
consumidores cada vez mais exigentes, buscando um maior envolvimento com as marcas que
consomem. Neste cenário, as marcas tendem a focar em criar experiências relevantes para esse
consumidor, e é neste momento que as lojas-conceitos surgem como uma ferramenta de
fortalecimento e posicionamento da marca nos espaços de consumo, que consequentemente
também passaram a ter um papel importante na paisagem urbana, por seus grandes efeitos. O
objetivo deste trabalho é elaborar uma loja-conceito para a marca Vans, que possa promover
experiências reais e prazerosas no ato de ir às compras, através da identidade visual e do
conceito da marca aplicada no ponto de venda.
L5

191
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Ao longo do tempo, podemos observar a transformação da sociedade em seu modo de se relacionar,


comportar-se e de consumir.
Segundo Vargas (2001), O surgimento do comércio veio com a atividade das pessoas em trocar e negociar
produtos entre si. Para a realização dessa troca, houve a necessidade de possuir um espaço onde tivesse
um maior fluxo de pessoas, esses espaços geralmente eram os lugares onde aconteciam atividades
religiosas, políticas ou de entretenimento. É dessa necessidade de um espaço para o encontro que surge
o mercado.
Com o tempo e o aumento da população, esses lugares de encontros começaram a tomar forma, (Ferreira,
2015, p.2) tornaram-se espaços edificados, conhecidas como “general store’’ (loja geral) a partir do século
XVIII, onde eram vendidos alimentos, roupas e até implementos agrícolas.
Segundo Lefebvre (2008, p.130), nesses lugares privilegiados, o consumidor também vem consumir o
espaço; o aglomerado dos objetos nas lojas, vitrinas, mostras, torna-se razão e pretexto para a reunião
das pessoas; elas veem, olham, falam, falam-se. É o lugar de encontro, a partir do aglomerado das coisas.
Conseguimos observar a importância destes espaços, que vão além do pressuposto de que um espaço
comercial serve apenas para promover o consumo, mas torna-se uma ferramenta para construir a
identidade dos lugares e das épocas, torna-se um espaço de diversidade como símbolo de tradição e
cultura do local.
A arquitetura comercial ligada às técnicas de Retail Design e Visual Merchandising tem como objetivo
produzir efeitos cognitivos no indivíduo através de elementos visuais aplicados, como, por exemplo, o
desenvolvimento de layout, iluminação, cores, texturas, cheiros e cenografia, que, por sua vez, tendem a
imergir esse consumir á uma experiência concreta da marca.
Estamos inseridos na era da experiência: não só consumimos um produto, mas consumimos a imagem do
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

espaço onde ele se insere, é mais do que compra e venda (BAUDRILLARD, 2008). No cenário
contemporâneo, em que o consumo é confundido com a forma de ser e estar em sociedade, a inserção
na cultura e na vida de indivíduos destaca e revela a importância cada vez maior dos esforços para a
diferenciação e a aproximação das marcas com seus públicos.
É nesse contexto que surgem as lojas conceito, uma estratégia de marketing que visa a unir a arquitetura
do ambiente comercial com a identidade visual da marca, proporcionando ao consumidor uma imersão
concreta na marca. Na medida em que o mercado se torna cada vez mais competitivo, é necessário
estabelecer um novo conceito e formato de loja (VIGO, 2015): a loja conceito, que tem como ferramenta o
estímulo à experiência e ao consumo da marca, buscando a aproximação do consumidor não só com os
produtos e serviços oferecidos, mas com os valores simbólicos que a marca pretende que a representem.
L5

192
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposta

Este projeto arquitetônico consiste na elaboração de uma Loja-Conceito destinada a marca Vans. A loja-
conceito tem como função levar o consumidor a uma experiência concreta do conceito da marca, que
abriga uma cultura que engloba o Skate, arte, música e outros esportes radicais, que está localizado na
Rua Augusta. Foi levado em consideração para o desenvolvimento desse projeto, a paisagem urbana
como um fator importante, pois o local precisava ter características que remetessem o conceito e o público
da marca. O projeto foi desenvolvido para ser uma loja suspensa com o térreo livre que cria um fluxo de
pedestres da Rua Augusta para a Rua Luís Coelho, permitindo a fruição pública segundo o plano diretor.
A loja conta com a presença de fachadas de vidro, estrutura metálica e lajes de concreto. Existem duas
formas de acessar a loja: a primeira é pelas escadas que permitem o acesso a entrada principal da loja-
conceito, e a segunda, pelo elevador que se encontra no térreo, pensada para garantir a acessibilidade.
O projeto conta com um espaço público no térreo e um Skate Plaza, desenvolvido para atrair o interesse
do público alvo da marca. No primeiro pavimento está inserido o espaço de vendas e conta com a presença
de um coffee bar, banheiros, área administrativa e espaço voltado para os funcionários. No mezanino está
localizado a oficina voltada para o público e no segundo pavimento está o depósito e estoque.

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


Figura 03 : Loja-conceito Vans – fachada principal

Figura 04: Corte AA Loja-conceito Vans


L5

193
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 05: Coffee Bar, fachada externa.

Figura 06: Loja, área de vendas. Figura 07: Loja, área de vendas e espaço interativo
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 08: Oficina.


L5

194
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 09: fachada principal de noite.

Referências

BLESSA, Regina. Merchandising no Ponto-de-venda. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

FERREIRA, Carolyne. A influência da arquitetura comercial na sociedade contemporânea. Universidade


Paulista, 2005.
GUERRA, Renata. Conceitos na vitrine: A concept store é a nova aposta das empresas para atrair

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


consumidores. Disponível em: < http://migre.me/craDt>. Acesso em: 08 de novembro de 2018.
GURGEL, Miriam. Projetando Espaços: Design de Interiores. São Paulo: Senac, 2013.

MINAMI, Issao. Paisagem urbana de São Paulo: Publicidade externa e poluição visual. Junho, 2001.
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp074.asp. Acesso em: 02/11/2018.
PETRY, Karine. Ambientes comerciais e a influência do design visual. São Paulo, 2015.

VANS. Vans – Na “Off The Wall” History. Disponível em: <https://www.vans.com.br/quem-somos#1978>


Acesso em: 25 de novembro. 2018.
VENTURI, Robert; SCOTT BROWN, Denise; IZENOUR. Steven. Aprendendo com Las Vegas: O
simbolismo (esquecido) da forma arquitetônica. Cosac & Naify, 2003.
VIGO, Rafaela. Lojas-Conceito como Fortalecimento da experiência do consumidor no ponto de venda.
Paraná, UFPR, 2015.
L5

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Sistema Construtivo em Madeira
Engenheirada
Uma proposta de residências modulares para
habitação de interesse social

Erika Neves
Orientador: Prof. Dr. Gabriel Pedrosa Pedro

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


Figura 01 : Tipologias do sistema construtivo. Fonte: acervo da autora

Resumo

A proposta é de um sistema construtivo modular de madeira engenheirada, que prevê a


ampliação das unidades ao longo do tempo e que pode ser replicado em diversos locais da
cidade.
O Projeto surgiu a partir das características do material, no caso a madeira como uma alternativa
aos tradicionais modelos de construção e uma alternativa mais sustentável.
L5

197
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A madeira é um material renovável. Naturalmente cultivada usa pouca energia para sua
extração, e ao longo do seu crescimento ela absorve gás carbônico da atmosfera - uma árvore pode
conter uma tonelada de CO2- e o carbono absorvido permanece incorporado na madeira, além disso ela
pode ser reutilizada. É uma alternativa viável para começar a reverter os danos causados ao meio
ambiente causados principalmente nos últimos dois séculos.

Entre os materiais mais usados no setor da construção Civil do ponto de vista da sustentabilidade, há
diferenças importantes. A madeira é o único material dentre os três que é renovável; segundo, a madeira
precisa apenas de uma pequena quantidade de energia para ser extraída e reciclada em comparação com
aço e concreto e ainda não produz resíduos até o final da sua vida, uma vez que pode ser reutilizada
muitas vezes em vários produtos ou ser utilizada como combustível.
E por ultimo a madeira absorve grandes quantidades de carbônico da atmosfera - uma árvore pode conter
uma tonelada de CO2- e o carbono absorvido permanece incorporado enquanto a madeira estiver sendo
utilizada.

Figura 02 :Materiais convencionais da construção civil: acervo do autor

Uma árvore cultivada no norte da Europa demora cerca de 80 anos para atingir a maturidade necessária
para ser usada na construção civil. Com as condições climáticas e de solo do Brasil, esse tempo cai para
14 anos. Quanto mais jovens as árvores mais o processo se torna sustentável, uma vez que as árvores
absorvem CO2 mais rapidamente em seus primeiros anos, dessa forma, mais carbono será incorporado
na madeira se forem cortadas árvores jovens. Se as florestas são bem geridas e a tecnologia continua
se desenvolvendo, a demanda por madeira pode ser coberta pela indústria florestal, sem problemas.
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

MADEIRA ENGENHEIRADA

Madeira Engenheirada é a tecnologia empregada a madeira através do processo industrial.

Painéis CLT consistem em camadas de tábuas de madeira


9 empilhadas em camadas perpendiculares e coladas juntas sob alta
pressão. Uma seção transversal de um painel CLT é tipicamente
fabricada com três a nove camadas de placas. Ao alternar a
orientação das camadas de madeira, a expansão e o encolhimento
no plano do painel são minimizados. O resultado é um aumento
considerável na estabilidade e capacidade estrutura do painél.

Figura 03: Processo de produção do CLT. Fonte: da autora, adaptação do catálogo da KLH
L5

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

A madeira laminada colada, é um material concebido a partir da técnica de


colagem. As lâminas de madeira são unidas umas às outras por um
adesivo certificado para uso estrutural, à prova d´água.

Figura 03: Processo de produção do MLC. Fonte: da autora

PARÂMETROS PARA DIMENSIONAMENTO DE PROJETO:

Figura 04: Parâmetros para dimensionamento de projeto. Fonte: da autora

A primeira dimensão considerada foi o tamanho máximo da

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


placa de CLT. Considerando que esse material precisa ser
transportado, a largura máxima de cada quadrante da estrutura
passou a ser 12m (para lajes) e todos os outros elementos são
múltiplos dessas medidas. O programa é organizado dentro desta
estrutura modular. Além das vigas e pilares, as paredes (todas) são
estruturais (sendo que algumas são fixas e outras são móveis).

Então é possível empilhar os andares (altura máxima considerada


neste caso é de 8 andares). É possível fazer prédios mais altos,
porém é necessário prever estrutura mais robusta, levando em conta
que essa estrutura vai sofrer ampliações ao longo dos anos.

Figura 06: Esquema estrutural. Fonte: da autora

PROCESSO DE MONTAGEM
L5

199
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 06: Processo de Montagem. Fonte: da autora

TIPOLOGIAS/ QUANTIDADE DE MORADORES

Figura 07:
Tipologias. Fonte:
da autora
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 08:
Ampliações das
unidades. Fonte: da
autora

Estudo de Aplicação
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200
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 09: Localização, Paraisópolis SP. Fonte: Google Earth

DIAGRAMA CONCEITUAL

Figura 10: Diagrama conceitual. Fonte: da autora

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 12: Perspectiva (Estudo de


aplicabilidade na favela do Paraisópolis, SP).
Fonte: da autora

Referências
DANGEL, Ulrich. Turning Point in Timber Construction – A New Economy. Austin, Texas 2016.
ARCHITECTS, Waugh Thistleton. 100 Projects UK CLT. Londres, 2018.
WIEGAND, Eduardo. A cidade compacta de madeira: como o uso da madeira pode ajudar a combater as
mudanças climáticas
Acesso Junho de 2016.
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XEPA
Mobiliário para Baixa Renda

Gabriela Pacheco
Orientador: Prof. Dr. Gabriel Pedrosa Pedro

Figura 1: XEPA - cama/mesa para espaços compactos. Fonte: Acervo do autor. Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Resumo
Este trabalho de conclusão de curso busca desenvolver mobiliário para a baixa renda, focando
na funcionalidade múltipla e estabelecer parâmetros a serem seguidos como: baixo custo,
materialidade acessível e sistemas de encaixe. Além disso, o mobiliário foi projetado para ser
fabricado digitalmente, podendo ser adquirido através de plataformas de compartilhamento
online sem restrições. O projeto visa contribuir para a melhoria da qualidade de vida de
moradores de apartamentos de tamanho reduzido. Como base para o estudo do mobiliário, foi
utilizado como cenário a Ocupação Mauá, que possui apartamentos de 8 a 20 metros quadrados.
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203
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A primeira vez que entrei em uma ocupação foi em Julho de 2018. Tinha como intenção compreender a
maneira como os moradores se relacionam entre si e com as diferentes realidades que ali adentram. Fui
recebida por Seu Nelson, que me apresentou os seis andares da ocupação Mauá, antigo Hotel Santos
Dumont - localizada na rua de mesmo nome, em frente à estação da Luz - incluindo o terraço onde
pretendem fazer uma horta comunitária, o pátio onde acontecem eventos culturais e também onde as
crianças brincam. Cada andar tem 30 quartos, contabilizando 180 unidades, além das 10 unidades
construídas posteriormente no térreo juntamente com a coordenação da ocupação e os moradores.

Ao andar pelos andares do prédio, nota-se que o mesmo já passou por reformas e instalações de
segurança, que Seu Nelson diz serem promovidas pelos próprios moradores, como por exemplo a
instalação de extintores de incêndio, aprovada pelo corpo de bombeiros, que também avaliou a estrutura
do prédio recentemente, após a repercussão do desmoronamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, no
Largo do Paissandu, no início de maio de 2018.

Esta visita inicial foi a porta de entrada para meu trabalho de conclusão de curso. Passei a visitar a
ocupação com mais frequência e a conhecer melhor os moradores. Foi depois de conhecer Carol, 36 anos,
que ficou claro qual seria o tema que abordaria. Carolina Vital é mãe de quatro meninas e um menino,
duas entre 8 e 12 anos, gêmeas de 9 meses e um menino de 16, que mora no Guarujá. Dentro do
apartamento de cerca de 10 metros quadrados, divide a morada com suas quatro meninas e seu esposo
(também pai das meninas). A vida dentro do apartamento é apertada, como se pode imaginar. Há uma
cama de casal, um armário pequeno, uma beliche e uma cômoda. Todas as vezes que visitei Carol e sua
família, todos sentavam fora do apartamento, no chão e em cadeiras. Não há espaço para refeições, nem
para as crianças fazerem suas lições de casa. A partir deste cenário, passei a investigar a vida dentro dos
apartamentos e não mais pensar apenas na convivência em comunidade. Fiz entrevistas com mães e pais
sobre como vivem dentro de seus apartamentos, que dificuldades enfrentam e quais atividades realizam
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

nestes espaços.

O projeto em questão é o resultado dessas conversas e entrevistas. Uma tentativa de melhorar a qualidade
de vida das famílias que vivem em condições adversas e que não possuem meios financeiros de
adquirirem mobiliário de qualidade e acessível. O XEPA foi desenvolvido com a intenção de amenizar o
problema de falta de espaço dentro dos apartamentos da ocupação Mauá, considerando o poder aquisitivo
limitado de seus moradores. A partir desta problemática, foram estipulados quatro princípios para o
desenvolvimento do mobiliário: acessibilidade, montagem, manuseio e funcionalidade.
L5

204
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

O XEPA é um mobiliário para baixa renda que busca atender às necessidades espaciais e econômicas do
seu público alvo. Desde os primeiros croquis, foram pensadas soluções que viabilizassem o máximo
aproveitamento do espaço em que o mobiliário será inserido: micro apartamentos de baixa renda entre 8
e 20 metros quadrados.

A multifuncionalidade da peça é resultado da pesquisa qualitativa feita com moradores da ocupação Mauá.
Nas conversas foi constatada a necessidade de quatro móveis fundamentais para a convivência em
espaços compactos: cama de casal; mesa para refeições e, eventualmente, de estudos; guarda-roupa e
divisória de ambientes. É importante ressaltar que tais funções não são simultâneas, há a necessidade de
escolher entre mesa-cama ou armário-divisória.

O compensado de Pinus foi escolhido para a peça pelo preço e facilidade de encontrá-lo em lojas de
construção e de venda de madeira. Este material é um dos mais baratos do mercado, além de ser
sustentável, por usar madeira de reflorestamento. Todos os componentes da peça são projetados para
serem montados a partir exclusivamente de encaixes, sem uso de ferramentas manuais ou fixação por
cola, para que seja possível a desmontagem,
o que contribui para o manuseio e transporte
do mobiliário.
Dentro do campo acessibilidade, a mobília foi
pensada para que possa ser fabricada
digitalmente, mais especificamente em
FabLabs de acesso público. Desta maneira, o
custo da peça é reduzido, já que caberia ao
beneficiário baixar o arquivo em uma

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


plataforma de compartilhamento online sem
restrições e adquirir as placas e tábuas de
Figura 2: Chapa 1 - disposição das peças em chapa
madeira. de madeira pinus. Fonte: Acervo do autor.

Os parâmetros iniciais do projeto - largura,


altura e comprimento; sistema de encaixe;
sistema levanta-e-abaixa e divisão de dois
níveis entre o sentar e o comer/estudar -
foram mantidos, com alguns pequenos
ajustes.

As peças do mobiliário foram distribuídas em


duas pranchas de madeira de compensado
Figura 3: Chapa 2 - disposição das peças em chapa
pinus nas medidas 2200mm x 1400mm x de madeira pinus. Fonte: Acervo do autor.
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205
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

18mm (R$ 174,04, loja Leo Madeiras)- medida essa que cabe em cortadora CNC cotada no FabLab Livre
SP, laboratório da prefeitura de livre acesso e sem custo - e quatro tiras de madeira de compensado pinus
nas medidas 1500mm x 290mm x 18mm (R$ 22,80, loja Leroy Merlin), totalizando custo de R$ 393,68.

Figura 4: Tábuas de madeira pinus com a


disposição de peças. Fonte: Acervo do
autor.
Figura 5: XEPA - detalhe do mecanismo levanta-e-abaixa. Fonte:
Acervo do autor.

Referências

BORGES, Marina F. Fabricação Digital no Brasil e as Possibilidades de Mudança de Paradigma no Setor


da Construção Civil. Universidade de Porto Alegre, 2016.

CÂNDIDO, Kariny M.; PAZMINO, Ana Veronica. Projeto de Mobiliário Livre Dentro da Licença Creative
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Common com Processo Produtivo por Meio de Encaixes. SIGraDi 2016, XX Congreso de la Sociedad
Ibero-americana de Gráfica Digital 9-11 - Buenos Aires, Argentina, November, 2016.

COSTA, Christiane M. O. N. G.; PELEGRINI, Alexandre V. O Design dos Makerspaces e dos FabLabs no
Brasil: Um Mapeamento Preliminar. (Programa de Pós-Graduação em Design, Departamento de Design,
Universidade Federal do Paraná e Universidade Tecnológica do Paraná, Departamento Acadêmico de
Desenho Industrial) Curitiba, 2017.

FOLZ, Rosana Rita. Mobiliário na Habitação Popular. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo)
– Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, 2002.

MARICATO, Ermínia; MAUTNER, Yvonne; PAMPLONA, Telmo. Cenários do Contraste: Uma Incursão no
Interior da Habitação Popular Brasileira. (Pesquisa da disciplina de Desenho Industrial da FAUUSP), 1999.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

RAMOS, Diana H. A. Guerra dos Lugares: Nas Ocupações de Edifícios Abandonados do Centro de São
Paulo. Dissertação (Pesquisa em Economia, Sociedade e Território e Planejamento Urbano e Regional) –
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 2009.

RIFKIN, J. A Sociedade com Custo Marginal Zero. São Paulo: M. Books do Brasil, 2016.

SPOSATI, A.; KOGA, D. São Paulo, Sentidos Territoriais e Políticas Sociais. Editora Senac São Paulo,
São Paulo, 2013.

SANTOS, Renato A. Cartografias Políticas de uma Ocupação: Cotidiano, Território e Conflito. Dissertação
(Pós-Graduação em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de
São Paulo, 2018.

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


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Reforma em edifício escolar
Transformando ambientes

Mariana Queiroz Moreno


Orientador: Prof. Dr. Gabriel Pedrosa Pedro

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 01: Vista direita da entrada principal. Fonte: acervo do autor

Resumo
O tema do TCC surgiu a partir de uma inquietação em observar a falta de acessibilidade
e qualidade nos ambientes escolares e do questionamento de como poderia resolver esse
problema a partir do existente. O trabalho tem como finalidade apresentar uma proposta
preliminar de um projeto de reforma em edifício escolar, que promova a inclusão de crianças
portadoras de necessidades especiais e melhore a qualidade dos espaços, estimulando o
desempenho e a criatividade de todas as crianças, independente da faixa etária.
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209
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A educação inicia-se no seio familiar, passando a ser dividida posteriormente com a


escola, fato que vem ocorrendo cada vez mais precocemente devido ao estilo de vida adotado
pelos pais e familiares nos dias atuais.

Existe um processo histórico mundial relacionado à educação inclusiva. As primeiras


reflexões sobre o tema propunham que a segregação da população com necessidades especiais
seria a maneira mais adequada de atendê-la. Posteriormente, passou-se por um período de
questionamento sobre essa posição, que conduziu ao que em teoria temos hoje: a educação
para todos. Mas será que isso de fato acontece? Com a análise de diversos dados entende-se
que é pertinente nos questionarmos sobre qual a nossa preocupação quanto à inclusão e a sua
importância, tanto socialmente quanto espacialmente.

Mas seria só isso o necessário para a utilização dos espaços de maneira saudável por
todas as crianças? Segundo o IBGE, 47% das crianças brasileiras estão acima do peso ou
obesas, é notório que as crianças estão cada vez mais sujeitas a doenças mentais,
hiperatividade, ansiedade e depressão, entre outras. O que o ambiente escolar pode fazer para
contribuir para a diminuição desses casos considerando que é nele onde as crianças passam,
muitas vezes, a maior parte do dia e onde tem as experiências da infância?

O modo de crescimento das nossas cidades compromete cada vez mais a oferta de
espaços ao ar livre, e os que existem em sua maioria são carentes de segurança e qualidade, o
que nos leva a passar a maior parte do tempo em ambientes fechados e isolados, prejudicando
o desenvolvimento das crianças.

Segundo a publicação “Desemparedamento da infância - a escola como lugar de


Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

encontro com a natureza”, publicado pelo Instituto Alana em seu Programa Criança e Natureza,
o ambiente natural é entendido apenas como um possível cenário de brincadeiras e não como
um lugar fundamental. Ainda segundo esta publicação, muitas pesquisas indicam que ambientes
ricos em natureza ajudam na promoção da saúde física e mental e contribuem para o
desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais, motoras e emocionais.

Com isso, o presente trabalho, pretende identificar as limitações espaciais relacionadas


às necessidades especiais, assim como os pontos onde a qualidade do ambiente é mais
precária, e assim realizar um projeto de reforma e adaptação para a melhora espacial de um
edifício como um todo e, consequentemente, do desenvolvimento e do desempenho individual
de todas as crianças que o frequentam, não apenas daquelas que apresentem necessidades
específicas.
L5

210
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

O objetivo do projeto foi identificar as limitações espaciais relacionadas às necessidades especiais,


assim como os pontos onde a qualidade do ambiente é mais precária, e assim realizar um projeto de
reforma e adaptação em dois níveis projetuais de intervenção. O primeiro nível visa promover a
acessibilidade, tendo como principal norte a NBR 9050/2015. Já o segundo nível de intervenção se
desenvolve para proporcionar qualidade ambiental à escola como um todo, buscando atuar além do que
é estabelecido pelas leis e normas.

Figura 02: diagrama de pontos mais precários de acessibilidade | diagrama de espaços precários de
acessibilidade. Fonte: acervo do autor

As crianças estão cada vez mais emparedadas e passam cada vez mais tempo em espaços
fechados, faltando tempo e liberdade para interagir com espaços livres e com natureza. O partido do
projeto se concentra em liberar o máximo do térreo do edifício, a fim de deixá-lo o mais livre possível, e
proporcionar um maior contato com a natureza, distribuindo os fluxos existentes transformando a entrada

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


em um passeio através da criação de rampas acessíveis, e que seu entorno seja um espaço para que as
crianças se apropriem.

Figura 03: diagrama de áreas modificadas | diagrama de intervenções adicionadas. Fonte: acervo do autor
L5

211
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 05: Planta pavimento térreo. Fonte: acervo do autor

Figura 06: Planta primeiro pavimento. Fonte: acervo do autor


Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 07: Planta segundo pavimento. Fonte: acervo do autor


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 08: Corte A - Longitudinal. Fonte: acervo do autor

Figura 09: Corte B - Longitudinal. Fonte: acervo do autor

Figura 10: Corte D | Corte E – Transversais. Fonte: acervo do autor

Referências Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

TIRIBA, Lea. Desemparedamento da infância – A escola como lugar de encontro com a natureza,2ª edição,
São Paulo, 2019.

CARVALHO, Telma. Arquitetura escolar inclusiva: construindo espaços para educação infantil -
Dissertação de pós-graduação, São Carlos, 2008

EDUCAÇÃO, Ministério. Manual de acessibilidade espacial para escolas: O direito à escola acessível.
Brasília, agosto 2009

NORMA BRASILEIRA, ABNT NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e


equipamentos urbanos. Terceira edição, 2015
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213
Habitação Social no Largo do Paissandu

Philip de Lima Tan


Orientador: Prof. Dr. Gabriel Pedrosa Pedro

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 01 : Fachada Frontal. Fonte: produzida pelo autor

Resumo

Neste projeto de habitação social buscou-se discutir e propor alternativas para a moradia popular,
atendendo a principios, muitas vezes esquecidos, pelas práticas mercadológicas de construção
habitacional. Dentro do mesmo edifício, está inserido uma proposta de escritório popular de
arquitetura, voltado para atender pessoas de modo gratuito, procura também estabelecer um
maior diálogo entre a sociedade e arquitetos, estes, muitas vezes vistos como pertencentes a
um nicho exclusivo e específico de sociedade.
L5

215
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Em um país tão grande e desigual quanto o Brasil, que apresenta os mais modernos edifícios e
ao mesmo tempo grandes concentrações humanas vivendo em condições precárias, deveria ser
papel de toda sociedade debater e procurar saídas para reduzir esse abismo econômico, social,
cultural e político. Faz-se papel, principalmente de arquitetos e urbanistas, pensar no uso do
solo, sua distribuição e aproveitamento, o que não ocorre em maioria.
Um ponto a se discutir são as moradias presentes e comercializadas por programas de habitação
popular, mesmo solucionando um pouco do déficit habitacional ainda são questionados quanto
a sua qualidade, inserção urbana, muitos casos tratam de “nivelar por baixo”, cumprindo de
maneira pro forma a produção, de modo a garantir o máximo de lucro investido na construção
por parte dos agentes envolvidos.
Neste projeto de uma habitação social, localizado em um terreno que possuía um prédio
derrubado por um incêndio, na região central de São Paulo, anteriormente abandonado e
ocupado por diversas famílias carentes, procurou-se edificar unidades de apartamento popular
que apresentam qualidades no âmbito arquitetônico, fugindo da premissa de que a produção
popular, necessariamente, deve ser de baixa qualidade. Para isso referências históricas e
projetuais guiaram o raciocínio, conjuntos de moradias atuais e antigas em território nacional ou
em países com proximidades culturais, políticas e econômicas.
O conceito não se limita apenas às moradias, o prédio em si dialoga com o contexto urbano, seu
térreo é aberto para transição e está conectado com o terreno vizinho, da igreja Luterana de São
Paulo que, em seus fundos foi elaborada uma praça, aumentando assim o espaço de
permanência.
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 02 : Fluxo do edifício. Fonte: produção do autor

Trata-se, portanto, de um projeto que contrapõe e debate a qualidade da produção atual, os


modos da mentalidade em voga e como as vias de lucro máximo podem operar atrasando nossas
cidades, coloca em discussão qual papel do arquiteto numa sociedade que consegue viver,
mesmo que precariamente, através da autoconstrução.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

A proposta de uma edificação para habitação popular em um terreno com dimensões tão
limitadas e inserido em uma quadra já consolidada numa área central, objeto de crescente
disputa imobiliária, exigia desde o início a verticalização. Além disso, norteava o projeto o
simbolismo histórico do local na luta por moradias e ocupação da cidade, em função da queda
do prédio ocupado, que causou a morte de diversas pessoas e desalojou os demais ocupantes.
De início, era lógico o pleno aproveitamento de toda a quadra, maximizando a ocupação do
espaço, mas esta ideia modificou-se com a pesquisa sobre as moradias brasileiras e sobre a
lógica construtiva de incorporadoras.
O projeto passou então a ter quatro tipos de unidade com tamanhos diferentes e uma área
comum de convívio, como o corredor do conjunto Pedregulho, no Rio de Janeiro, por exemplo,
que apresenta um amplo espaço cercado por cobogós que possibilita a permanência de seus
moradores e usos diversos e imprevistos.
Não parecia suficiente, ao tomar parte no debate sobre a qualidade da habitação social, apenas
criar as tipologias e deixar que seus moradores as habitassem, largando-os. Era necessário
permitir que se apropriassem do lugar, dando sua identidade, agindo sobre a cidade, fazendo-se
presentes, e para isso a configuração do apartamento deveria ser a mais limpa possível, de modo
a ser customizável. Esta ideia também foi influenciada pela proposta de moradia embrionária,
presente nas casas de Quinta Monroy e Villa Verde, do escritório Elemental, nas quais uma parte
criada permite o surgimento e o modelamento de anexos, criando cômodos e quartos de acordo
com a necessidade dos usuários.
Buscar referências dentro de um contexto nacional e dentro da América Latina pareceu mais
adequado, por serem realidades próximas, de acordo com a situação política e econômica do

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


contexto do projeto, além de referências para a solução estrutural e de materiais, no caso da
HIS, concreto armado, lajes nervuradas e madeira para caixilhos.
Criar um uso comercial para o prédio, de modo a respeitar o Plano Diretor que incentiva o uso
misto na região era uma das hipóteses para o edifício. Novamente a questão do terreno
emblemático trouxe à tona a pergunta sobre se esta alternativa não tornaria o projeto apenas
mais um edifício, com sua importância limitada ao antigo uso do local. Surge então a proposta
do escritório modelo, que compõe uma unidade do SUS da Arquitetura. Com o intuito de
novamente “fazer-se presente”, o escritório atende a sociedade que necessita de auxílio para
construir e reformar, além de ser uma forma do arquiteto, figura muitas vezes considerada
elitizada e pertencente a um nicho específico da sociedade, mostrar a função de um planejador
de todos os espaços, tirando o caráter elitizante que às vezes possui. Durante o progresso do
trabalho, pensou-se para a transição da parte residencial ao embasamento de serviços uma
estrutura em V, metálica, que diminuiria a quantidade de pilares presentes nos escritórios e no
L5

217
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

térreo. Esta ideia foi abandonada pois fugia da premissa de ser um edifício com custo
relativamente baixo e de um raciocínio estrutural simples.
A opção por um baixo gabarito é antagonizar a mentalidade de super aproveitamento do lote por
parte de construtoras voltadas ao mercado habitacional popular. Espalhando pela região prédios
com viés arquitetônico semelhantes, ocupando as áreas abandonadas e ativando diversos tipos
de uso a um terreno.
É comum a elevação de torres com 16 pavimentos com 6 unidades por andar, concentrando o
máximo de pessoas. Em habitações deste tipo não há uma qualidade ocupacional, abre-se mão
de uma melhor divisão interna das unidades para atingir o objetivo de plena ocupação, além
disso as unidades apresentam pouquíssimas variações de área, possuindo uma metragem
comum, atraindo ocupantes de faixas sociais parecidas, homogeneizando o lugar, condicionando
o entorno a um estrato social apenas.
Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 03 : Fachada Fonte: produção do autor

Figura 04 : Planta Apartamento: produção do autor


L5

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Figura 05 : Fachada: produção do autor

Figura 06 : Corte: produção do autor

Referências

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia


BONDUKI, Nabil, Revista do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa vol.xxix
(127), 1994 (3.°),711-732

BONDUKI, Nabil, Origens da Habitação Social no Brasil, Ed. Estação Liberdade.

ROLNIK, Raquel , Folha Explica: São Paulo, 2003.

MARICATO, Ermínia, Para entender a crise urbana, Ed. Expressão Popular, 2015

BONDUKI, Nabil, Os Pioneiros da Habitação Social, Ed. SESC, 2014


L5

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Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo
L6
Container,
Uma nova concepção em abrigos

Eliana Barretto e Silva Santos


Orientador: Prof. Me. Ricardo Wagner Alves Martins

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


Figura 01: Moradores de rua

Fonte: acervo do autor

Resumo:

Este trabalho visa mostrar uma problemática atual das grandes cidades, as pessoas em situação
de rua, e fornecer solução urbana através uma arquitetura sustentável para diminuir o grande
déficit de vagas de acolhimento para essas pessoas em estado de vulnerabilidade social. O
objetivo é projetar espaço público com o uso de containers, viabilizando a obra com baixo custo,
baixo impacto ambiental, fácil e rápida implantação, material reciclável e sustentável. Utilizando
técnicas construtivas e arquitetura bioclimática para garantir e criar soluções para amenizar
efeitos negativos da materialidade no equipamento, proporcionando melhor desempenho
termoacústico em todo o projeto.
L6

223
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução:

Para elaborar o projeto foi necessário estudar e fazer o levantamento de dados do perfil dessa população
com base em índices sociais, obtidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social (Censo /fipe /Usp/2015).

Levantamento de dados : Regional da Sé

Casas de acolhimentos (85) e Ctas( 07) : total de vagas 13 mil


Déficit de vagas : 12 mil
Público alvo: moradores de rua
Total: 25 mil em São Paulo
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Graficos 1,2, 3 /Fonte : Ministério do Desenvolvimento Social

Figura 2: Cta Santo Amaro

Fonte: acervo do autor


L6

224
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências de projeto:

Projeto:Container, uma nova concepção em abrigos


Partido do projeto: Criar uma arquitetura integrada com o espaço e entorno urbano,
conectando a Praça da República ao equipamento, área verde importante no bairro ,
preservando e resgatando a paisagem da cidade. Priorizar métodos construtivos ecoeficientes
no projeto, com o uso de material reciclado(Containers), para proporcionar uma obra limpa,
rápida, barata e sustentável. Minimizar os efeitos negativos do material em relação ao conforto

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


térmico e otimizar os espaços projetados, buscando tornar os ambientes internos e áreas de
convivência versáteis para usos variados.

O processo construtivo foi realizado através do sistema de empilhamento dos containers,


inversão e deslocamentos entre eles, para criar melhor aproveitamento das aberturas originais,
adequando o uso como portas e janelas para o projeto e ainda criar beirais e passarelas de
circulação entre os blocos. Houve também a necessidade de fazer novas aberturas e retirada
das paredes de fechamento dos containers, para adequar aos espaços, tornando necessário o
uso de reforço estrutural com perfil dobrado nas vigas e o uso de steel frame nas novas
aberturas. Na torre de circulação vertical foi executada com estrutura metálica independente
.Todo o projeto teve tratamento de isolamento termoacústico nos ambientes de permanência.
Foram inseridas pequenas praças de permanência e socialização através de projeto
paisagístico adequado a permeabilidade e qualidade ambiental do equipamento.
L6

225
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Implantação:

Plantas:
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Fachada frontal
L6

226
Referências:

227
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

L6 Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


Moradia estudantil em contêiner

Gabriela Gomes
Orientador: Prof. Me. Ricardo Wagner Alves Martins.

Figura 01: Vista 3D. Fonte: Elaborado pela autora.

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


Resumo

Este trabalho propõe um projeto sustentável de moradia estudantil perto de uma


instituição de ensino. O estudante gasta muito tempo no trânsito por morar longe da faculdade e
isso diminui seu bem-estar. Essas horas gastas com a locomoção poderiam ser melhor
aproveitadas como: estudando por mais tempo, praticando exercícios ou até dormindo mais. A
escolha por utilizar o contêiner no projeto foi por agilizar o processo construtivo, ser mais
econômico que a construção convencional de alvenaria, ser uma opção sustentável já que este
seria reaproveitado, possibilitar um canteiro de obra mais limpo além de ser uma obra que utiliza
menos materiais. A proposta arquitetônica, por sua vez, é capaz de viabilizar ambientes
agradáveis e harmoniosos que oferecem a adequação do lugar para um estudo mais eficiente.
L6

229
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O objetivo deste trabalho é conceber um projeto arquitetônico sustentável de moradia estudantil


reutilizando contêineres marítimos. Esses possuem um sistema de encaixe que facilitam tanto no momento
da implantação quanto no empilhamento. Além disso, o uso dos contêineres viabiliza uma obra mais breve
e sustentável, quando comparada à construção convencional de alvenaria.
A motivação é pessoal e propõe-se melhorar a qualidade de vida dos estudantes e projetar de
modo sustentável ao reutilizar contêineres. Utilizá-los apresenta diversas vantagens por possibilitarem
uma construção rápida e cerca de 35% mais econômica se comparada à construção convencional de
alvenaria (CORBAS, 2012), serem flexíveis podendo ser construídos em um local e transportados
prontos para seu destino final, além de possuírem um estilo ímpar e notável (DISCOVER CONTAINERS,
2018).
A maior parte dos universitários gasta muito tempo em transportes públicos e esse tempo
poderia ser melhor aproveitado. Dessa forma, morando perto da instituição de ensino, os estudantes
não precisam perder tempo nos deslocamentos. Isso ocasionará a melhora no rendimento
dos estudos, instigando a participação na vida acadêmica da instituição e reduzindo as chances de
abandono do curso.
Estudos apontam os impactos positivos na vida dos estudantes que residem em moradias
estudantis (LACERDA; VALENTINI, 2018). Em geral, há um aumento no rendimento além de assegurar
a permanência dos mesmos nas universidades.
Além disso, Ibope (2017) aponta que a maior parte das pessoas leva cerca de duas horas pra se
deslocar até sua atividade principal, nesse caso a Instituição de Ensino, e que essa ação acaba
exercendo um efeito negativo sobre o bem-estar dos mesmos (BITTENCOURT; LERÍPIO, 2017).
Esse trabalho tem caráter investigativo comparativo, qualitativo e quantitativo. Investigativo
comparativo, pois avalia as vantagens da construção que reutiliza Contêineres comparando-
o à construção usual de alvenaria. Ilustrativo, já que atestá-lo-á da melhoria na qualidade
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

de vida dos estudantes que residem em moradias estudantis. Qualitativo, por entender que há
um problema de moradia estudantil na cidade de São Paulo. Por fim, quantitativo, uma vez que
determina, por forma de pesquisas, qual a dimensão e as possíveis consequências da falta das
moradias universitárias.
De forma resumida, o trabalho seguiu o seguinte método:
Etapa 1ª: Definição do tema e pesquisa bibliográfica.
Etapa 2ª: Fundamentações e Referências.
Etapa 3ª: Definição do público alvo; terreno para implantação do projeto e estudos de caso.
Etapa 4ª: Desenvolvimento do projeto arquitetônico.
Etapa 5ª: Conclusões e resultados finais.
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230
Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Proposição

O projeto de Moradia Estudantil em Container foi pensado para ser próximo a alguma Instituição
de ensino. Dessa forma, o terreno escolhido resulta do levantamento do perímetro na zonal sul de São
Paulo que contém mais Universidades e instituições de ensino superior, atrelado a boa oferta de transporte
público. Este se encontra entre a Avenida João dias e a Rua Laguna, conforme mostrado a seguir:

Figura 02 : Localização do terreno. Fonte: Produzido pela autora.

A ideia do projeto é fornecer uma moradia estudantil de qualidade e rápida de ser construída, já
que utiliza o container, para que seja cada vez mais comum esse tipo de moradia perto das instituições de
ensino.

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


Sendo assim, o projeto conta com unidades para um único estudante, para aqueles que preferem
morar sozinhos; conta com unidades compartilhadas para até três estudantes, que visam baratear os
custos de moradia; e unidades acessíveis para pessoas com necessidades especiais (PNE). Os prédios
têm sete pavimentos cada, com 49 unidades habitacionais no total, sendo 35 unidades destinadas a
estudantes individuais, 7 unidades PNEs e 7 unidades compartilhadas para até 3 pessoas. Além de 1
lavanderia compartilhada por andar/prédio, e 1 sala de estudos por andar/prédio, totalizando 14 salas de
estudos.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 03 : Vista interna da unidade individual. Fonte: Produzido pela autora.

Com a intenção de trazer mais vida e interação com o entorno, foram pensadas lojas ou pequenos
restaurantes/ bares no térreo que serviriam tanto a comunidade ao redor quanto aos estudantes.
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Figura 04 : Vista interna da unidade do restaurante. Fonte: Produzido pela autora.


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

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BITTENCOURT, Viviane Seda; LERÍPIO, João Renato. O impacto do tempo perdido no trânsito
no Bem-Estar do brasileiro. 2017. Disponível em: <https://blogdoibre.fgv.br/posts/o-impacto-
do-tempo-perdido-no-transito-no-bem-estar-do-brasileiro>. Acesso em: 27 set. 2018.
BRASIL. Decreto n. 7234, de 19 de jul. de 2010. Programa Nacional de Assistência Estudantil
– PNAES. Brasília: Ministério da Educação. Ampliar as condições de permanência dos jovens na
educação superior pública federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2010/decreto/d7234.htm>. Acesso em: 28 nov. 2018.
CORBAS, Danilo. Casa Container - Danilo Corbas [ Jornal da Band ]. [S. l.], 15 fev. 2012. Disponível
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DISCOVER CONTAINERS. Advantages of Building with Shipping Containers. Disponível em:
< https://www.discovercontainers.com/advantages-of-building-with-shipping-containers/>.
Acesso em: 01 dez. 2018.
IBOPE, Inteligência. Mobilidade Urbana: Setembro/ 2017. 2017. Disponível em: <https://nossasaopaulo.
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Anais Docomomo Brasil 5, São Carlos, 2003.
LACERDA, Izabella Pirro; VALENTINI, Felipe. Impacto da Moradia Estudantil no Desempenho
Acadêmico e na Permanência na Universidade. Psicol. Esc. Educ., Maringá , v. 22, n. 2, p.
413-423, ago. 2018 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S1413-85572018000200413&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 02 out. 2018.
LE GOFF, Jacques. Os Intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003.
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sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#>. Acesso em: 30/10/2018.
SLAWIK, Han; BERGMANN, Julia; TINNEY, Sonja. Container Atlas: A practical guide to container
architecture. Alemanha: Die Gestalten Verlag, 2010. 256 p.

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


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Ecovila
Moradia + Centro de educação ambiental e vivências

Giullia Aguiar Resende


Orientador: Prof. Me. Ricardo Wagner Alves Martins

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


Figura 01: Ecovila. Fonte: acervo do autor

Resumo

O trabalho tem como proposta o desenvolvimento do projeto de uma ecovila integrada a


um centro de educação ambiental e vivências, inserida no meio urbano, que visa o máximo de
autossuficiência utilizando materiais e recursos renováveis. A proposta deste trabalho se deu
principalmente diante da crise ambiental que subsistimos e da necessidade de um modelo
positivo que demostre a viabilidade de um futuro sustentável. Como metodologia foi
desenvolvida e utilizada uma base teórica e utilizados estudos de referência, de caso e cursos
práticos de bioconstrução e permacultura para realização do projeto.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A partir do crescimento da população mundial e de sua economia fundamentada no consumo


dos recursos naturais, tratar do tema da sustentabilidade é fundamental, pois o modelo de cidade em
que vivemos atualmente é um dos principais causadores da destruição ambiental; o crescimento urbano
desordenado gerou áreas urbanas desconectadas e dependentes de energias não renováveis.
Quando o assunto é sustentabilidade apesar da área da construção civil representar um dos
setores mais importante na economia mundial, é o que mais causa impactos ambientais, por consumir
recursos naturais e gerar altos níveis de poluição.
Os recursos naturais são extraídos, utilizados e descartados muitas vezes de forma
irresponsável, vivemos em uma sociedade do consumismo e do descarte, isso reflete na sociedade com
desigualdade social, no distanciamento entre as camadas sociais, na extrema valorização do consumo,
no individualismo, desemprego e pobreza, que reforçam cada vez mais a atual crise socioambiental.
Diante deste contexto instável existe a necessidade de modelos positivos que demostrem a possibilidade
de uma alternativa sustentável, desta forma as ecovilas é uma escolha como organização comunitária
que busca um estilo de vida de baixo impacto ambiental.
As ecovilas estão ligadas com a forma de conscientização ecológica, sendo que o poder
transformador ligado às atividades educacionais tem papel fundamental no processo de conscientização
e consequentemente produção de mudança. Perante a necessidade de um modelo positivo de
conscientização e pratica sustentável é que se insere o projeto.
Sendo assim o objetivo do trabalho é a proposta do projeto de ecovila integrada a um centro de
educação ambiental e vivências de forma a promover a conscientização e a capacitação nas áreas de
permacultura, bioconstrução e atividades correlatas.
Em termos gerais, o trabalho classifica-se como exploratório, qualitativo, visando estudar e
entender as ecovilas, as diversas técnicas de bioconstrução e os fundamentos da permacultura. O
trabalho se fundamentou em pesquisas bibliográficas, estudos de projetos de referências, estudo de
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

caso e cursos práticos relacionados ao tema.

Proposição

O lote do projeto está localizado no município de Mogi das Cruzes, a cerca de 50 km de São
Paulo, o terreno tem área total de 28.650,00m² e topografia com declive de 5 metros. Buscou-se
preservar a vegetação de grande porte do terreno, assim como preservar o máximo possível da
topografia, tendo algumas modificações para tornar viável a implantação das edificações.
O projeto busca privilegiar bastantes áreas verdes para proporcionar melhor qualidade de vida
para os moradores e visitantes da ecovila, já que tais áreas exercem funções ecológicas, estéticas e
psicológicas.
Para implantação do projeto buscou-se aproveitar ao máximo o que o terreno oferece, o acesso
de pedestres e veículos foi implantado na parte frontal central do terreno onde as curvas de nível são
mais sutis de modo a não modificar a topografia, e aproveitando a topografia acidentada na parte frontal
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

direita do terreno e a tendência de ter acúmulo de água da chuva foi implantada a lagoa de retenção
para assim esta água ser aproveitada para plantação; devido fontes de ruídos na parte frontal e posterior
do terreno foi pensado em intensa arborização como aliada para diminuir a poluição sonora, nos recuos
laterais do terreno também foi pensado em arborização como defesa contra poluentes.
Pelo Centro de educação ambiental ser uma área comunitária acessível ao publico sua
implantação foi realizada na parte frontal do terreno onde o acesso é imediato. Na parte frontal do
terreno também está localizado a área de paisagismo produtivo e sua respectiva área de apoio por ser
parte do centro de educação e por estar junto com a lagoa de retenção.
O centro de educação ambiental e vivências terá atividades e ações socioambientais, a intenção
é que seja ministrado cursos, oficinas, palestras, visitações monitoradas, imersões e vivencias de
temática ambiental, ou seja, temas como bioconstrução, permacultura, sustentabilidade, etc.
As habitações unifamiliares por ser uma área privada foram implantadas na metade para o fim
do terreno. O sistema de tratamento ecológico de esgoto foi implantado na parte mais baixa do terreno
para facilitar o escoamento devido à inclinação natural do terreno.
O projeto conta com 30 lotes onde a intenção é que as residências a serem construídas sejam
realizadas com ajuda de alunos (nas aulas práticas de bioconstrução do centro de educação),
colaboração de voluntariado e pelos próprios moradores. Sendo essas moradias construídas de forma
ecológica buscando ao máximo o baixo impacto ambiental no seu planejamento, execução até ao longo
de sua ocupação.

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Figura 02: Implantação. Fonte: acervo do autor


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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Como na Permacultura é importante transformar resíduo em recurso e necessidades importantes


devem ser supridas por mais de um elemento, para a infraestrutura da ecovila buscou-se implantar
diferentes tipos de tratamento ecológico de saneamento, mas também pelo projeto contemplar o centro
de educação ambiental é interessante que os alunos tenham exemplos visuais na ecovila, por isso foi
implantado o circulo de bananeiras, o sistema de bacia de evotranspiração, sistema wetland, jardim
filtrante, banheiro seco Bason e a estação de tratamento ecológico de esgoto que é conhecida como
Máquina Viva um sistema patenteado de tratamento que funciona com tanques agrupados que contem
ecossistemas diversos como plantas, algas, peixes, bactérias e micróbios, além de biofiltros. Além disso
a ecovila conta com a lagoa de retenção de água da chuva e cisternas nas edificações do centro de
educação para utilização da água para uso não potável como descargas, irrigação, limpeza, etc.
Em relação à gestão energética, o projeto conta com placas fotovoltaicas, três aerogeradores de
eixo vertical, postes solares, o aquecimento da água do centro educação é realizado por fogão a lenha e
das casas por placas solares.
As edificações do centro de educação ambiental são baseadas na construção yurt, uma
construção vernacular que foi desenvolvida pelas comunidades nômades da Ásia central, onde a
estrutura da cobertura é composta por um anel laminado colado mantido sob compressão e um cabo de
aço mantido sob tensão. A estrutura da edificação da recepção/administração (diagrama 01) é realizada
com bambu tendo sua vedação com tecidos de isolamento térmico e impermeável. As outras seis
edificações (exemplo diagrama 02), a estrutura da cobertura é de eucalipto e as paredes são de
alvenaria autoportante, sendo utilizado o tijolo adobe realizado com mistura de terra, palha e água.
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Figura 03: Diagrama 01: Administração/recepção. Diagrama 02: Ateliê. Fonte: acervo do autor
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O projeto conta com 30 lotes, sendo eles
de 12m x17m com o total de 204,00m², recuos
mínimos foram adotados para que as casas não
façam sombra uma na outra e para que tenha
circulação de ventos, as casas podem ser térreas
com 63m² ou assobradadas com 125m². O
critério de implantação das residências é que
sejam respeitados os recuos, a área construída e
que sejam bioconstruidas, os critérios de quais
materiais e técnicas utilizar e a estética das
residências fica de gosto de cada morador.
Como exemplo a casa ao lado, um
projeto de residência térrea de 63m² que poderia
ser implantado na ecovila, a estrutura de pilares
e vigas é feita de bambu. A fundação dos pilares
é de cimento, o contrapiso de solocimento, a laje
das caixas d’água de concreto e bambu. O
fechamento da casa é em pau-a-pique que é
realizado com trama de bambu, onde é feito o
envaramento vertical de bambu com distancia de
50cm no máximo e bambus verticais em tiras são
tramados e então o barro é aplicado. A cobertura
é feita de bambus coberto com lona plástica,
terra e grama.

Figura 04: Exemplo de moradia da ecovila. Fonte: acervo do autor

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


Referências

CAPELLO, Giuliana (Autor); COIMBRA, Jose de Avila Aguiar (Organizador); SILVA, Marina (Prefácio).
Meio ambiente & ecovilas. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2013. 200 p.
GAUZIN-MÜLLER, Dominique (Autor); FAVET, Nicolas (Colaborador); MAES, Pascale (Colaborador);
SOUZA, Celina Olga de (Tradutor); FREITAS, Caroline Fretin de (Tradutor). Arquitetura ecológica.
São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2011. 304 p.: il. fots. color.
GRONDZIK, Walter T.; KWOK, Alison G. Manual de arquitetura ecológica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2013. 422 p.
LENGEN, Johan Van. Manual do arquiteto descalço. Editora B4 Editores, São Paulo, 2014.
REIS, Daniela Cunha; BRITTO, Leonardo; ANTUNES, Renata Pinassi. Manual de iniciação em
bioconstrução. Ubatuba: IPEMA - Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica, 2018. 35 p.
ROYSEN, Rebeca. Ecovilas e a construção de uma cultura alternativa. 2013. 245 f. Dissertação (Pós-
Graduação em Psicologia)- Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-31072013-114650/publico/roysen_me.pdf>.
Acesso em: 16 nov. 2018.
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Eco Resort
E aplicação de resíduos plásticos

Talita Araújo Brito


Orientador: Prof. Me. Ricardo Wagner Alves Martins

Figura 01: Implantação Geral.

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Resumo

Com o fenômeno da globalização, a sociedade passou a produzir uma maior quantidade de


resíduos, devido ao consumismo, analisa o sociólogo Bauman no livro Modernidade Líquida.
Juntamente com essa análise e o baixo índice de reciclagem no Brasil, podemos encontrar uma
grande quantidade de resíduos na orla do país. Uma pesquisa realizada pelo Instituto
Oceanográfico da Universidade de São Paulo, em parceria com o Instituto Socioambiental dos
Plásticos aponta que 95% desse montante é resíduo plástico, no Nordeste o principal causador
é o turismo. Afim de atingir esse público alvo e incentivar a reciclagem na região, este trabalho
tem como objetivo projetar um resort ecológico sustentável utilizando elementos construtivos que
aproveite o plástico como matéria prima, assim a população local terá interesse em construir
outros tipos de edificações utilizando o mesmo princípio, gerando lucro através da reciclagem e
conscientizando moradores e turistas. Além de melhorar o entorno e o terreno escolhido para o
projeto.
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

No livro "Vidas desperdiçadas" do sociólogo Zygmunt Bauman, publicado em 2003, é discutido


sobre as consequências maléficas da globalização. Um assunto de muita relevância para este trabalho e
abordado no livro, é a grande quantidade de lixo gerado nos centros urbanos e o seu destino. Diversos
autores justificam o grande montante de lixo através do consumismo exagerado na aquisição de bens de
consumo da população. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) o Brasil produziu no ano de 2016, 78 milhões de toneladas sendo
a maioria levado para lixões.
O Brasil ocupa a 16° posição no ranking de países mais poluidores dos mares. São lançados cerca
de 70 mil a 190 mil toneladas de resíduos plásticos conforme artigo do BBC em 2018. O Brasil contribui
com o descarte de 2 milhões de resíduos jogados no mar anualmente conforme Associação Internacional
de Resíduos Sólidos. Segundo estudo realizado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São
Paulo (IO-USP), em parceria com o Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida) desde 2012, foi
constatado que 95% encontrado na orla brasileira são resíduos plásticos, garrafas, copos descartáveis,
canudos, cotonetes, embalagens de sorvete, redes de pesca entre outros.
No Nordeste o grosso do material é encontrado na areia seca e vem do turismo. Para melhorar
esse cenário através da reciclagem em conjunto com a arquitetura, foram estudados os projetos abaixo:
• Projetos do Colombiano Oscar Mendez - Optou por transformar o lixo plástico em moradias
para aqueles que mais precisam através da empresa Conceptos Plásticos, iniciativa que
ajuda o meio ambiente e diminui o déficit habitacional.
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Figura 02: Bloco de lego de Oscar Mendez Fonte: Conceptos Plásticos.

Figura 03: Projeto de Moradia de Oscar Mendez. Fonte: Conceptos Plásticos.

• Hotel Guaramiranga - O hotel Vale das Nuvens localizado em Guaramiranga no estado do


Ceará inaugurado em 2011 é a primeira unidade hoteleira feita com placas plásticas do
mundo, foi idealizado e projetado pelo engenheiro civil Joaquim Caracas, e construído por
sua empresa Protensão Impacto. Foi construído a partir do modulo composto por plástico
e isopor, como isolante térmico e acústico e baseado na técnica de encaixes para facilitar
o processo de montagem.
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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

• Container Plástico - Uma alternativa para quem busca opções para pequenas instalações
bastante resistentes. Montado a partir de pequenos módulos de plástico reciclável ele é
utilizado principalmente em canteiros de obra, stands de vendas e escritórios.

Figura 04: Foto processo de montagem. Fonte: Brasil Engenharia.

Figura 05: Ilustração - passos para a construção. Fonte: Protensão Impacto.

A partir da análise realizada foi escolhido o estado que mais recebe turistas no Nordeste, Salvador.
Posteriormente foi analisado o mapa de zoneamento para encontrar o melhor terreno dentro da Zona de
Interesse Turístico para a construção de um eco resort.

Proposição

Localizado na Alamedas da Praia, Itapuã, Salvador, Brasil, entre as ruas Alameda praia de
Guaratuba, Rua Professor Carlos Ott, e fundo das casas da rua Alameda Sol do Atlântico e orla da praia
de Itapuã. O terreno possui aproximadamente 100 mil metros quadrados, sendo 150 metros de largura na
Alameda praia de Guaratuba, 260 metros de largura na Rua Professor Carlos Ott, e cerca de 500 metros
de extensão na orla. O terreno está próximo de diversos condomínios fechados residenciais e hotéis, e

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


conta com um supermercado aproximadamente a 15 metros de distância, como é possível ver no mapa
de uso e ocupação do solo e também no mapa de zoneamento, por estar próximo de uma ZPR1 – Zona
predominantemente residencial 1.
Após o levantamento e análise de dados do terreno mostrados anteriormente, foi possível dar
início ao projeto arquitetônico do eco resort. Afim de trazer fluxo de pessoas para as ruas muradas do
entorno foi implementado no perímetro do terreno alguns pontos de interesse, na Alameda Praia de
Guaratuba foi projetado um centro comercial para a venda de produtos artesanais no piso inferior e uma
praça de alimentação no piso superior, além de um terraço que possibilita a vista para o mar. Ao longo da
Rua Professor Carlos Ott há uma praça que interliga a entrada do eco resort ao parque linear na orla, entre
eles foi projetado um restaurante aberto ao público com pé direito duplo e um bar no andar superior. O
Parque Linear na orla possui caminhos para ciclistas e pedestres além de espaços de lazer para as
crianças e um espaço destinado para ver o nascer do sol aumentando assim a relação com a natureza.
Na parte interna foi definido um grande eixo de circulação da entrada do eco resort até a praia, ao longo
desse eixo temos acessos as piscinas com diferentes características, espaços de lazer, quadras,
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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

restaurantes, academia entre outros. Os apartamentos foram posicionados com a fachada no eixo
leste/oeste, garantindo assim uma boa iluminação e proporcionando a vista para o nascer e pôr do sol e
na cobertura foi projetado o restaurante do eco resort, no oitavo andar, permitindo assim uma ótima vista.
Como é possível visualizar no diagrama a seguir.

Figura 06: Diagrama do projeto. Autoral

Figura 07: Corte do edifício e estudo de fachadas para um bom conforto térmico. Autoral.
Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Figura 08: Corte EE.

Figura 09: Corte BB.


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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2019_1

Referências

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Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo


Novembro de 2018, disponível em Metalica: http://wwwo.metalica.com.br/principios-basicos-para-uma-
arquitetura-sustentavel-e-materiais-sustentaveis
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http://www.limpurb.salvador.ba.gov.br/index.php/noticias/100-campanha-praia-limpa
PUGLIESI, N. (s.d.). Sistema construtivo Concreto PVC: vantagens e desvantagens. Acesso em 02 de
Novembro de 2018, disponível em AECweb: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/sistema-
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Universidade Caxias do Sul:
https://www.ucs.br/ucs/eventos/seminarios_semintur/semin_tur_6/arquivos/11/Reflexoes%20sobre%2
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SILVEIRA, E. (2018). Mais de 95% do lixo nas praias brasileiras é plástico, indica estudo. Acesso em 20
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Turismo de Santos. (s.d.). Fonte: https://turismosantos.com.br/?q=pt-br/node/1590
OLIVEIRA, E., Oliveira, E., & Costa, R. (2013). Madeira Plástica. Instituto Euvaldo Lodi, Bahia. Acesso em
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Esta revista foi produzida em junho de 2019
pelo ARQLAB, com as famílias tipográficas Arial,
Cambria e Futura.
2019

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