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APRESENTAÇÃO 3
1. BREVE HISTÓRICO 5
4. A BILLINGS HOJE 25
5.1. Introdução 33
O PARQUE COCAIA 48
A PARADA LOS-ANGELES-RODOANEL 56
PORTO PEDREIRA 64
A FÁBRICA 70
BIBLIOGRAFIA 78
Este trabalho nasceu da vontade de um grupo de amigos de enfrentar projeto infelizmente foi abandonado, mas ressurgiu aqui com a pre-
a questão da industrialização da construção no projeto de arquitetu- ocupação de retomar suas margens e águas como lugares públicos
ra. Animados em desenvolver um projeto para o concurso de pré-fa- por excelência, criando novas apropriações e dando suporte para
bricados em 2005, nos colocamos, como alunos da FAU, o desafio de práticas já existentes, que não contam com infra-estrutura adequa-
desenvolver um sistema construtivo que através da reprodutibilidade, da. Espaços dessa natureza, privilegiados para a realização do lazer
da padronização e da grande escala pudesse responder à alguma das e da sociabilidade em suas variadas formas, fizeram - e ainda fazem
inúmeras demandas da cidade. 1 – parte da minha vivência pessoal.
A herança da vertente moderna da crença na industrialização da Os equipamentos flutuantes por outro lado me levaram a pensar o
construção com a perspectiva de produzir avanço nas estruturas pro- programa de lazer de uma maneira menos estanque, menos con-
dutivas ainda produz ecos na nossa escola. Para nós, naquele mo- finada a clubes fechados, Iate clubes e clubes de Vela, alternativas
mento, desenvolver um sistema construtivo que pensasse uma maior exclusivistas e elitistas que foram, ao longo dos anos, a maneira do-
integração entre indústria e construção significava desenvolver um minante de realização do lazer nas represas e que demonstra sinais
projeto que contribuísse para repensar o canteiro tradicional e refletir de decadência haja vista a quantidade de clubes abandonados ou de-
sobre uma escala da produção material da arquitetura capaz de en- teriorados. Entre eles destaca-se o Santa Paula Iate Clube cuja gara-
frentar os problemas urbanos atuais. gem de barcos foi desenvolvida por Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi
(1961), e que atualmente é utilizado como depósito de lixo.
De maneira quase intuitiva nos debruçamos sobre a represa Billin-
gs, seja pela diversidade de abordagens possíveis, seja pela natureza À medida que me debruçava sobre a história de construção e opera-
metropolitana dessa imensa massa d’água, que fatalmente introduz ção da represa, mais ficavam claras outras dimensões, ainda mais
a necessidade de enfrentamento naquela escala, qualquer que fosse perversas, das formas como rios e represas foram transformados, o
o programa. grau de tecnicização que sofreram esses espaços antes dedicados às
práticas coletivas de lazer e reprodução material e cultural da vida.
Optamos por desenvolver equipamentos públicos flutuantes que ti- O mesmo rio Tietê que em 1924 era palco da travessia de São Paulo
vessem uma mobilidade tal, que pudessem ser implantados numa a nado, hoje tem por função escoar o esgoto da cidade e estruturar
diversidade de situações refletindo dessa maneira a complexidade e a circulação metropolitana, funções desempenhadas de modo alta-
heterogeneidade de ocupação das margens da represa. O programa mente problemático.
de lazer nasceu da idéia de retomar a Billings como a “praia” de São
Paulo, imagem freqüente no imaginário dos paulistanos, mas que A represa não escapou a essa tecnicização: nasce do projeto de ge-
não se realiza em projetos sensíveis a essa forma de apropriação. O ração de energia na Usina de Cubatão. Se hoje, ao visitá-la e navegar
por suas águas identificamos aqui e ali fraturas nessa apropriação
técnica de suas águas, constituindo possibilidades efetivas de apro-
priação coletiva dos seus espaços, hegemonicamente ela é vista em
1. Em 2005 a ABCP organizou o 4º Prêmio Nacional de Pré-Fabricados de Concreto sua função técnica de infra-estrutura metropolitana, para produção
para Estudantes de Arquitetura para o qual formamos uma equipe. Entre os integran- de água e energia elétrica. Num emaranhado ideológico que coloca
tes estavam João Yamamoto, Lucas Girard, Gabriel Manzi e Tiago Oakley. Acabamos entre dois pólos a necessidade de preservação de suas águas − para
desistindo de participar do concurso. Naquele ano o 1º colocado foi outro aluno da produção hídrica e por preocupação “ambiental” − e a necessidade
FAU-USP, Pablo Iglesias, que venceu o concurso propondo o uso de componentes pré- de aumento de produção de energia com a retomada da reversão do
fabricados para a construção de um projeto habitacional na orla de Santos. Pinheiros, sobra pouco espaço para discutir a vivência da represa em
“A vida dos rios só teve algo a ver com a vida dos homens ou, a vida
dos homens só teve algo a ver com a vida dos rios, quando come-
çou-lhe a ser atribuída a condição de recurso natural” 1
No início dos anos 40, após o término da construção das usinas ele-
vatórias de Traição e Pedreira, o sistema passou a operar e iniciou-se
a reversão do Rio Pinheiros. Essa operação também se mostrou útil
para o controle de enchentes e afastamento de efluentes domésticos
e industriais da cidade.
1. Apud NOBREGA, Mello “ A História do Rio Tietê” in: SEABRA (1987:12) Odette. Os me-
andros dos rios nos meandros do poder. Tese apresentada a FFLCH-USP, São Paulo,
FFLCH-USP, 1987. p.12.
2. Informações obtidas no site oficial da Empresa Metropolitana de Águas e Energia
S.A. [http://www.emae.com.br/]. Acesso em novembro de 2007.
A história assim enunciada não leva em consideração o significado e Tais empresas, faziam a cidade avançar em todos os sentidos, esta-
os inúmeros conflitos que resultaram da concessão à Light para pro- belecendo novos limites para a cidade que eram definidos pela exis-
dução de energia elétrica utilizando-se os recursos hídricos de São tência de loteamentos. Nesse sentido, contribui para a urbanização
Paulo. Esse processo relaciona-se com o momento de industrializa- dispersa de São Paulo, como descreve LANGENBUCH:
ção e metropolização de São Paulo, reproduzindo tanto em termos
político-econômicos, como territoriais a lógica da inserção periférica “Os moradores suburbanos em potencial encontravam, já em 1930, em torno
e dependente do país na economia capitalista. de São Paulo, um cinturão vasto, se bem que descontínuo, de loteamentos
que, por todos os quadrantes, se estendia para além dos mais afastados
A atuação da Light, como concessionária de serviços públicos im- “bairros-isolados”, (...) O mapa da Sara Brasil, de 1930, infelizmente restrito
prescindíveis ao desenvolvimento industrial paulista, participou dire- ao município de São Paulo, mostra a verdadeira profusão de loteamentos
tamente desse processo. Seus efeitos podem ser apreciados na es- que circundava a cidade, mais numerosos em suas vizinhanças imediatas,
truturação do território metropolitano. Inicialmente, pela extensão de mas ainda aparecendo em porções afastadas do município (...)” 6
sua atuação na escala urbana, com a integração de uma série de mu-
nicípios dando condições, através de suas intervenções, de expansão Para BONDUKI 7, as origens do crescimento horizontal da cidade
da malha rodoviária e viária, com a construção das vias marginais4 e de São Paulo já podem ser notadas no começo do século 20. Neste
a formação de um imenso estoque fundiário-urbano. Mais adiante, período, o processo se inicia pela valorização de terrenos centrais e
incorporada na lógica da especulação imobiliária e ocupação por dis- em razão da expectativa de ganhos futuros na compra de lotes dis-
tintas atividades e estratos sociais. tantes do centro. Esse processo era visto pelos compradores como
uma alternativa de investimento, ainda não como uma alternativa de
produção da casa própria. Para tornar-se uma modalidade habitacio-
nal, segundo o autor, deveria haver entre outras coisas, um recuo na
1.1. ALGUNS ASPECTOS DO CRESCIMENTO DA CIDADE NO PERÍODO produção rentista de moradias de aluguel, e também financiamento
DE ATUAÇÃO DA LIGHT e acessibilidade para a classe trabalhadora, condições não verificá-
veis neste período. O resultado deste crescimento em direção a zonas
Na história da Light, os impactos urbanos da crise do café nas pri- rurais foi a expansão da área urbanizada da cidade, sem o correspon-
meiras décadas do século 20 tanto podem ser observados na ativação dente crescimento demográfico.
> 3. Desde outubro de 1992, a operação desse sistema atende às condições estabelecidas 5. BACELLI (1982) descreve como se deu a relação entre Cia Light e a Cia City em alguns
01 | Retificação do Rio Grande-Jurubatuba. na Resolução Conjunta SMA/SES 03/92, de 04/10/92, atualizada pela Resolução SEE- empreendimentos em São Paulo.
02 | Construção da Elevatória de Traição. SMA-SRHSO-I, de 13/03/96, que só permite o bombeamento das águas do Rio Pinhei- 6. O autor chama atenção, ao longo do texto, para o estabelecimento de marcos abs-
03 | Construção da Barragem de Pedreira. ros para o Reservatório Billings para controle de cheias, reduzindo em 75% aproxima- tratos em períodos evolutivos de crescimento da cidade, que são referências, formas
damente a energia produzida em Henry Borden. Idem, ibidem. de representações da realidade, mas podem ter interpenetrações entre períodos dis-
4. O plano viário elaborado por Prestes Maia em 1929 entre as principais avenidas de tintos. O período (1890-1930) é para o autor, o momento onde se lançam as bases para
04 | Barragem de Pedreira. Vôo aéreo, 2005. fundo de vale só foi possível de ser implantado após as obras de retificação e drenagem a metropolização da cidade. Ver LANGENBUCH (1971).
05 | Turbinas da Barragem de Pedreira. das várzeas empreendida pala Cia Light. As vias marginais, cuja importância no plano 7. BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil : arquitetura moderna,
da circulação de mercadorias e estabelecimento da relação da RMSP com o resto do lei do inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo : Estação Liberdade/FAPESP,
país configura-se até hoje com o principal o anel viário metropolitano. 2004.
Nos anos 40 esse tipo de moradia começa a ser mais freqüente como
alternativa para a classe trabalhadora, mas não chega a ser repre-
sentativo. Esta é a década de transição, onde se criaram as condições
indispensáveis para possibilitar o acesso financeiro (em prestações) e
de transporte (ônibus) aos loteamentos periféricos. Somente a partir
desta década, com a criação da CMTC, as camadas populares ocupam
em massa as periferias longínquas da cidade, através de loteamentos
periféricos. Essa alternativa foi se definindo como uma solução bara-
ta, segregada e compatível com a remuneração dos trabalhadores.
11. BIDERMAN, Ciro; GROESTEIN, Marta Dora; MEYER, Regina. São Paulo Metrópole.
p. 66. São Paulo: Edusp, 2004.
12. AB´SABER, Aziz Nacib. “São Paulo: o chão, o clima e as águas” p.87-88 in:
AB´SABER, Aziz Nacib, São Paulo: ensaio entreveros. São Paulo: Edusp, 2004.
13. ANCONA, Ana Lúcia. Direito ambiental, direito de quem? Políticas públicas do meio
ambiente na metrópole paulista. Tese de doutoramento apresentada a FAU-USP em
2002, p. 131.
14. Apud SOUZA, Edgar de. História da Light – primeiros 50 anos. São Paulo: Eletro-
paulo, 1982. Publicação póstuma de material elaborado em 1949 in: FILARDO JUNIOR,
Angelo Salvador. Territórios da eletricidade : a Light em São Paulo e o projeto da Serra
de Cubatão - 1925-1950. Dissertação de mestrado apresentada a FAU-USP, São Paulo:
FAU-USP, 1998.
15. FILARDO JUNIOR (1998), p. 59.
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16. Essa racionalidade se expressa de modo muito claro quando se definiu a área de
abrangência necessária para as obras de retificação do Pinheiros para integrar o siste-
ma de produção de energia da Henry Borden. Na tese referida, Odette Seabra descreve
o processo pelo qual a Light operou a represa Guarapiranga para aumentar as cheias
dos Rios Pinheiros e Tietê durante a enchente de 1929 com o intuito de aumentar a área
passível de desapropriação para a obra de retificação do rio Pinheiros. A concessão
previa que as terras alagáveis do Pinheiros deveriam ser alvo de desapropriação para
a obra.
17. Conferir texto de Maria Luisa Pasches “Bondes, terrenos e especulação” que retra-
ta as operações da Light na compra de terrenos que seriam em princípio de utilidades
pública como por exemplo depósito de materiais para instalação de trilhos, estaciona-
mento de bondes, colocação de postes, que no entanto ficavam desocupados in: Histó-
ria e energia, São Paulo:Eletropaulo / Departamento de Patrimônio histórico, 1995.
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18. SEABRA, Odette. Os meandros dos rios nos meandros do poder. Tese apresentada 30 | Preços da terra. O baixo valor dos terrenos na região Sul tem favorecido a expansão em direção aos mananciais. Em 1999, o valor máximo
a FFLCH-USP, São Paulo, FFLCH-USP, 1987, p.113-114. por metro quadrado era de R$ 31,90/m2 no distrito da Capela do Socorro, particularmente no Grajaú e Cidade Dutra.
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19. BONDUKI, Nabil. “Origens do problema da habitação popular em São Paulo” in:
Espaço e Debates, São Paulo: Neru, 1982, p.106.
20. SEABRA (1987), p.104
21. MARICATO (1996) p.58.
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“Cidade Dutra é um outro exemplo de bairro popular que surgiu na déca- O ABC paulista teve como impulso de crescimento urbano a presença
da de 40. Os bairros citados acima (vila São José e Rio Bonito) haviam se do binômio ferrovia -terrenos grandes unidos facilmente ao porto de
formado num desenvolvimento mais espontâneo da população em torno de Santos, dos quais dependia de peças para o crescimento industrial.
entroncamentos de estradas ou de vilas rurais pré-existentes, que passa-
ram a ser servidas por linhas de ônibus. Cidade Dutra, ao contrário, foi pla-
nejada e construída pela empresa Auto-Estrada S.A., com financiamento do
Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Serviços de Transporte (IAPST), 5. Histórico da Subprefeitura de Capela do Socorro produzido pela Prefeitura Municipal
com o objetivo de atender a demanda habitacional dos trabalhadores liga- de São Paulo [disponível em www.prefeitura.sp.gov.br] Acesso em novembro de 2007.
6. LANGENBUCH (1971), pp. 224-225 e p. 265. Ambos (Cidade Adhemar e Cidade Dutra)
tem formação distinta em relação a grande massa de subúrbios de formação mais
espontânea, mas podem ter funcionado como facilitadores de crescimento naquela
4. Idem, ibidem, p. 66 direção. No entanto, são, na categoria do autor, subúrbios criados.
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11. A lei 898/1975 disciplina o uso do solo para a proteção dos mananciais e define
toda área de incidência da mesma. É neste momento que a Billings, e outros rios e
reservatórios na RMSP são incluídos na área de proteção aos mananciais. No que diz
respeito às margens da represa, será a Lei 1772/76, complementar a 898, que esta-
belecerá normas e restrições de uso do solo nos terrenos onde incide. Pela lei 1772
os corpos d’água, reservatórios e seus afluentes primários, as faixas entre 20 e 50
metros a partir da linha de contorno dos corpos d’água são áreas enquadradas na 1ª
categoria, ou seja, de maior restrição sendo permitido somente pesca, excursionismo
(exceto campismo) natação, esportes, desde que prescindam de quaisquer edificação.
A lei não explicita no entanto como viabilizar essas atividades sem que um mínimo de
infra-estrutura seja implantado. A segunda categoria de área, menos restritiva, esta-
belece baixas densidades de ocupação, tanto menor quanto maior a proximidade das
faixas na 1ª categoria. Embora a justificativa fosse de evitar a degradação ambiental
estabelecendo densidades em função de um cenário onde não se previa coleta e tra-
tamento de esgoto e portanto o sistema hídrico teria que ser capaz de regenerar-se
“naturalmente”, concretamente isso significa que poucas pessoas teriam acesso ao
lazer na represa.
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Ao longo do século XX, São Paulo assistiu ao apagamento da memó- Expõe claramente o problema de utilização das águas no Estado e
ria de usos e funções que se estabeleciam na água. Num intervalo particularmente na Grande São Paulo, que colocam entre dois pólos
curto de tempo, os rios se tornaram “urbanos” e nessa transforma- distintos o abastecimento e a produção de energia. Com a adoção do
ção foram afastados do cotidiano das populações 1. Alvo de obras de modelo de captação de água a longas distâncias 3 , em oposição ao
engenharia que transformaram rios em represas, água em potencial modelo de Saturnino de Brito 4, os rios urbanos, destituídos de suas
hidrelétrico, em pouco mais de cinqüenta anos os recursos hídricos funções originais e sequer utilizados para abastecimento de água,
foram identificados quase que exclusivamente com energia, indús- tornaram-se úteis como canais de afastamento de esgoto. Aliado a
tria, esgoto, saneamento e enchentes. essa postura, adotou-se a política de utilização dessas águas para
a produção de energia elétrica, “argumentava-se: se a água poluída
Se recuarmos um pouco na história, podemos identificar posturas é imprópria para o consumo humano, ela não é inadequada para a
que levaram a essa identificação das águas em seu sentido técnico. produção de energia” 5.
No que toca a questão energética, comentamos no item 1.2 a origem
da represa como para a produção de energia. Aqui faremos um breve
comentário da represa para produção de água potável.
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6. Em 1958 iniciou-se o processo de utilização das águas do rio grande, o maior tributá- 9. Cito o Diário do Grande ABC de 08/04/2008:
rio da Billings, para o abastecimento de água para o ABC paulista. Em 1982, esse braço “As críticas cravadas por ambientalistas estão relacionadas, segundo o diretor da
foi separado do corpo central da Billings para diminuir os efeitos da contaminação Emae, ao temor pelo desconhecido. ‘O primeiro é o medo por precaução, que coloca as
daquelas águas pelo corpo central da Billings. Em 2000, a Sabesp iniciou a operação pessoas em alerta. Em segundo lugar, há a questão ideológica. Teve gente que chegou
de exportação para a Guarapiranga de água da Billings, no braço taquecetuba, com o aqui e disse que o bombeamento para a Billings não deveria acontecer nem com água
objetivo de aumentar a vazão daquela represa. Esta é uma operação bastante contro- Perrier. Ouvi com meus próprios ouvidos. É o extremo do preconceito. Por último, há a
versa levando-se em consideração que a represa Billings acumulou, ao longo dos anos questão da vaidade. Quem gostaria de estar participando e não está,critica’, diz.
de operação dos sistema de bombeamento das águas do Pinheiros, uma quantidade Segundo o diretor da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), Antonio Bo-
significativa de poluentes industriais dentre os quais destacam-se os metais pesados, lognesi, a Billings está fora de perigo. Amostras iniciais mostram que a qualidade da
cuja ingestão por seres humanos é cumulativa e cancerígena. Esses materiais se de- água tratada pelo sistema e bombeada para a represa é equivalente à registrada atu-
positaram no fundo da represa, chegando a espessura de 7m em alguns pontos. Ver almente pelo manancial. Bolognesi afirma que o resultado do tratamento mostra que
CAPOBIANCO (2002). o projeto é viável para a despoluição do rio, aumento da capacidade de abastecimen-
7. Condição bastante reveladora do caráter técnico que tem a represa. to público da represa e ampliação da quantidade de energia gerada na Usina Henry
8. Empresa Metropolitana de Àguas e Energia, herdeira de parte do “espólio” da Light. Borden, na Baixada Santista”. O problema reside no fato de que a qualidade da água
Depois da estatização e nova privatização, através da venda da Eletropaulo, esta foi registrada atualmente no manancial é bastante ruim em alguns pontos, e portanto não
47 | EMAE, Flotação, 2008. cindida em 4 empresas visando a venda: duas empresas de distribuição, uma de trans- pode ser parâmetro da qualidade da água bombeada. Outro fato é que a flotação é um
48 | EMAE, Bombeamento do lixo, 2008. missão e a Emae, única das quatro empresas, deficitária diga-se de passagem, que tratamento físico que não retira todos os poluentes da água, como pudemos verificar
49 | EMAE, Grades Pedreira, 2008. ainda tem capital público, ver FILARDO (1999) p.107. em visita no dia 19 de Maio deste ano.
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5.1. INTRODUÇÃO
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Os flutuantes foram pensados para se adaptarem à diversidade das 81 a 83 | Referências de construções em argamassa armada.
margens da Billings, podendo ser transportados entre diferentes 84 | Esquema de ancoragem.
pontos nas margens. Propõe, de início, um olhar para a represa a
partir do ponto de vista das águas. Buscam, pela abrangência do pro-
grama, democratizar o uso de lazer em condições propícias e plane-
jadas para tal fim.
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85 | Croquis de estudo.
86| Croquis de estudo.
87 | Croquis de estudo.
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110 | Alvaro Siza, Matosinhos, Piscina de Lessa. Adotamos a cota 745.00 (RN EPUSP) para o nível d’água, que é a cota
111 | Estudo para banheiros públicos. mais freqüente da represa. Para atender a demanda dos banhistas,
alargamos um faixa de praia e propusemos um pequeno pavilhão
onde haverá banheiros, vestiários públicos, lanchonetes e bares. Os
flutuantes desenham uma praia protegida e separada da Marina, que
por sua vez ganha um acesso direto da rodovia Anchieta e uma cober-
tura com vagas secas na margem.
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O parque das margens também prevê que se criem áreas mais per-
meáveis na cota 747.00 e que tais áreas incorporem algumas glebas
ainda não loteadas ou em início de loteamento, como é o caso da
ponta da península do cocaia e a gleba próxima ao SESC Interlagos.
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3. O termo é aqui adotado fazendo uso da tese de Paulo Eduardo Fonseca Campos que
trouxe novos parâmetros para a pré-fabricação com argamassa armada. Por adotar
agregados miúdos, a argamassa armada já seria um micro concreto. O estudo buscou
melhorar o desempenho do material para além das características já conhecidas de
elevado desempenho estrutural e viabilidade econômica. Para tanto fez uso de super
plastificantes e sílica na massa para diminuir a porosidade da matriz em sintonia com
os avanços ocorridos na família dos concretos usuais, particularmente nos de alto
desempenho. Assim, o micro concreto de alto desempenho seria um substituto a ar-
gamassa armada Ver: CAMPOS, de Paulo Eduardo Fonseca: Da argamassa armada ao
microconcreto de alto desempenho: perspectivas de desenvolvimento para a pré-fa-
bricação leve. Tese de doutorado apresentada a FAU-USP, São Paulo: FAU-USP, 2002.
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FIG. 4: Vôo Aéreo, LabHab FAU-USP, 2005. FIG.63:Carolina Gimenez, 2008.
FIG. 5: Carolina Gimenez, 2008. FIG.64:Dersa, 2008.
FIG. 6: Anônima in: IDOETA, Irineu. São Paulo vista do alto : 75 anos de aerofotogra- FIG.65:Carolina Gimenez, 2008.
metria. São Paulo : Érica, 2004. FIG.66:Dersa, 2008.
FIG. 7: Laboratório de Urbanismo da Metrópóle LUME. FIG.67 a 69: Carolina Gimenez, 2008.
FIG. 8: Carolina Gimenez, 2007. FIG.70: André bonacin, 2008.
FIG. 9: The São Paulo tramway, Light and Power Company Limited: Guarapiranga: re- FIG.71 a 73:Carolina Gimenez, 2008.
cuperação urbana e ambiental no município de São Paulo. São Paulo : Marcos Carrilho FIG.74:Dersa, 2008.
Arquitetos, 2000. FIG.75:Luiz Florence, 2004.
FIGS. 10-14: The São Paulo tramway, Light and Power Company Limited in: FILARDO FIG.76:Dersa, 2008.
JUNIOR, Angelo Salvador. Territórios da eletricidade : a Light em São Paulo e o projeto FIG.77:Luiz Florence, 2004.
da Serra de Cubatão - 1925-1950. Dissertação de mestrado apresentada a FAU-USP FIG.78 e 79:Carolina Gimenez, 2008.
,São Paulo: FAU-USP, 1998. FIG.80: André bonacin, 2008.
FIG. 15: The São Paulo tramway, Light and Power Company Limited in: Eletropaulo, FIG.81 a 83: Bento de Hanai, 1992.
1990 FIG.84: Tachibana,1994.
FIGS. 16 a 18: Filme institucional da Light acervo da Cinemateca in: Capela do socorro, FIG.85 a 91: Carolina Gimenez, 2008.
o balneário paulistano, de Pedro Gorski. FIG.92: National geographic, 2008.
FIG. 19: Autor desconhecido pela autora. FIGS. 93 a 108:Carolina Gimenez, 2008.
FIGS. 20 e 21: Carolina Gimenez, 2008. FIG.109: Nilson Kabuki, s/d.
Imagens 16 a 18: Filme Capela do socorro, o balneário paulistano, dirigido por Pedro FIGS. 110 e 111:Carolina Gimenez, 2008.
Gorski em 2007. FIG.112:Dersa, 2008.
FIGS. 25, 26 e 27: Carolina Gimenez, 2008. FIGS. 113 a 116:Carolina Gimenez, 2008.
FIG. 28 e 29: Edouard Fraipont, 2006. FIGS. 117 e 119: Juliana Gotilla
FIG. 30: Igasa geoprocessamento, 1999 in: SÃO PAULO (cidade). Prefeitura do Muni- FIGS. 118, 120 a 124: Carolina Gimenez, 2008.
cípio. Secretaria de Planejamento Urbano. Guarapiranga : recuperação urbana e am- FIG.125:Vôo SMA, 2007.
biental no município de São Paulo. São Paulo: Marcos Carrilho Arquitetos, 2000. FIGS. 126 a 147:Carolina Gimenez, 2008. -
FIG. 31: The São Paulo tramway, Light and Power Company Limited in: Eletropaulo,
1990.
FIG. 32: Ong Planeta Sustentável.
FIG. 33: Carolina Gimenez, 2008.
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