Você está na página 1de 16

IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem

07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

A GAVETA DO DIABO: AS CHARGES DE CURITIBA NO FINAL DO


SÉCULO XIX
Marilda Lopes Pinheiro Queluz1

Resumo
O objetivo desta pesquisa é refletir sobre o humor gráfico da revista paranaense Galeria
Ilustrada (1888-1889), feito por Narciso Figueras, especialmente a seção intitulada Gaveta do
Diabo. Para este texto foram analisados apenas os quatro primeiros números da revista,
considerando a materialidade da imagem, dos signos plásticos, icônicos e linguísticos,
imbricados nos conteúdos, temas e contextos. Em meio às páginas artisticamente
diagramadas, as ilustrações, autografias/litografias e zincografias, destacavam-se as charges
de Figueras, questionando o papel e a linguagem do desenho. Seguindo a tradição da
caricatura brasileira oitocentista, que começava a experimentar as novas possibilidades
gráficas e alinhava-se à ideia de crônica visual do cotidiano, Figueras tem como estratégia de
narrativa, o uso de imagens sequenciais, construindo a dinâmica da cidade pela dinâmica dos
quadrinhos. A revista propunha um jornalismo “moderno” e associava o personagem do
diabo à figura do jornalista que podia ver tudo que acontecia nas ruas e o que se passava em
Curitiba. A seção Gaveta do Diabo, além de dialogar com o contexto de transformação das
técnicas litográficas e das narrativas visuais da época, constituía um outro olhar sobre a
administração pública, a política, os costumes e práticas sociais, entre a crítica e a ironia.
Palavras-chave: humor gráfico, Narciso Figueras, Galeria Ilustrada
Abstract
The objective of this research is to examine the humor graphic of Illustrated Gallery magazine
(revista Galeria Ilustrada) (1888-1889) from Parana, Brazil, done by Narciso Figueras,
particularly in regard to a section entitled Devil's Drawer (Gaveta do Diabo). For this text
only volumes one to four of the magazine were analyzed and for the analysis we took into
account the materiality of the image, of the plastic, iconic and linguistic signs, interwoven in
the contents, themes and contexts. Amongst artistically laid out pages, illustrations,
autographies/lithographies and zincographies, Figuera's political cartoons stood out,
questioning the role and the language of the drawing. Following the Brazilian tradition of
caricature of the eighteenth century, which had started to experiment the new graphic
possibilities and which had lined-up with the idea of daily visual chronicle, Figueras makes
use of sequential images, as a strategy of narrative, and builds the dynamics of the city
through the dynamics of the cartoons. The magazine proposed a “modern” journalism and
associated the character of the devil with the figure of the journalist who could see everything
that happened in the streets and that took place in Curitiba. The section Devil's Drawer, in
addition to dialoguing with the context of transformation of the lithographic techniques and of
the visual narratives of the time, constituted another view on the public administration, the
politics, the customs and social practices, between the criticism and the irony.
Keywords: graphic humor, Narciso Figueras, Galeria Illustrada

1 Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), professora do Programa de Pós-Graduação em


Tecnologia (PPGTE) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), pqueluz@gmail.com
2269
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

O propósito deste trabalho é estudar o humor gráfico de Narciso Figueras (1854-?), publicado
na revista paranaense Galeria Ilustrada (1888-1889), especialmente a seção intitulada Gaveta
do Diabo. Para este texto, foram analisados apenas os quatro primeiros números da revista,
considerando a materialidade da imagem, dos signos plásticos, icônicos e linguísticos,
imbricados nos conteúdos, temas e contextos.
Na imprensa do Segundo Império começa a ganhar espaço o periodismo ilustrado, com
especial destaque para as revistas de humor, recheadas de charges, caricaturas, ilustrações,
vinhetas, sonetos, contos e chistes que rearticulavam os acontecimentos pelo viés da
irreverência e da crítica. As revistas tentavam captar as transformações sociais e usavam as
imagens e os recursos gráficos como estratégias de narrativas visuais.
A caricatura brasileira do final do século XIX aliava o desenho acadêmico e os traços irônicos
às técnicas da litografia, criando justaposições que questionavam as normas de representação,
satirizando o conceito de arte como imitação da natureza, ampliando as fronteiras do real na
pintura.
O humor gráfico mostra a sociedade “não mais sob o prisma monocórdio de um discurso
oficial, na medida em que se insere esta dimensão polifônica: a irreverência do cômico, a
“carnavalização” do real aflora das imagens, fazendo chegar até o presente uma visão
alternativa e dissonante.” (PESAVENTO, 1993, p. 18-19)
Considerando-se o contexto histórico do período,

Apesar de muitas conjunturas conturbadas politicamente e de acontecimentos de


largo impacto social, como a proibição definitiva do tráfico negreiro, em 1850, que
era o sustentáculo da sociedade escravista no Brasil, e dos anos da Guerra do
Paraguai (1865-1870), o imperador D. Pedro II representou a estabilidade
institucional monárquica. Sua personalidade de homem de saber o aproximou das
letras, das artes e da ciência, tornando-se um promotor importante da criação cultural
no Brasil. (KNAUSS et al, 2011, p.8)

Principalmente a partir de 1850, há um investimento por parte do Segundo Império em


mostrar um Brasil progressista, marcado pela paisagem técnica em meio à exuberância da
natureza, a imagem do sublime em suas duas faces – natureza e técnica. Essas mudanças eram
viabilizadas pela exportação do café, pela introdução do trabalho livre, pela vinda dos
imigrantes.

2270
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

Ferrovias, máquinas de beneficiamento, telégrafos, mudanças urbanas - nos grandes centros a


sociedade torna-se cada vez mais heterogênea – organização e participação em exposições:
prepara-se, dessa forma, o rumo à civilização, ainda que na dependência da Inglaterra.
A Inglaterra fornece todo o capital necessário para melhoramentos internos no Brasil
e fabrica todos os utensílios de uso ordinário, de enxada para cima, e quase todos os
artigos de luxo, ou de necessidade, desde o alfinete até o vestido mais caro (…) A
Grã-Bretanha fornece ao Brasil os seus navios a vapor e à vela, calça-lhe e drena-lhe
as ruas, ilumina-lhe a gás as cidades, constrói-lhe as ferrovias, explora-lhe as minas,
é o seu banqueiro e levanta-lhe as linhas telefônicas, transporta-lhe as malas postais,
constrói-lhe as docas, motores, vagões, numa palavra – veste e faz tudo menos
alimentar o povo brasileiro.(WEBB apud CASALECCHI, 1986, p.26-27)

Caricaturas e charges dialogavam com as notícias diárias que circulavam pelas cidades e pelos
dos jornais, assumindo o papel de verdadeiras crônicas visuais, apropriando-se das novas
possibilidades técnicas de produção e impressão da imagem.

No Segundo Reinado, porém, a introdução da técnica litográfica como processo de


reprodução permitiu a atualização técnica, aumentando a escala de reprodução da
página impressa, mas, sobretudo, facilitando a integração entre texto e imagem na
composição gráfica, o que constituía um dos maiores desafios para a empresa
gráfica da época. Além disso, a imprensa ilustrada também começou a publicar
imagens baseadas em fotografias, lançando as bases documentais da informação,
próprias do fotojornalismo. (KNAUSS, 2011, p.12)

As construções públicas e simbólicas – fotos, exposições – trazem a euforia com o progresso,


enfatizando os aspectos tecnológicos dos empreendimentos públicos de cunho modernizador
como estradas de ferro, mapeamento do território e das riquezas do subsolo, edificações
urbanas, etc.(TURAZZI, 1995, p.142)
Eram muitas e bastante severas as críticas ao regime e à sociedade escravocrata, fomentadas
por campanhas pela abolição e por uma república que seria democrática e federativa, ainda
mais fortalecidas pelas questões religiosas, militares e pelos ecos da guerra do Paraguai.
Na década de 1870, o Rio de Janeiro possuía vários periódicos satíricos como, por exemplo,
Semana Ilustrada, O Mosquito, O Mequetrefe, O Fígaro, Revista Ilustrada. Destacavam-se na
imprensa de humor os traços algozes do português Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) e dos
italianos Ângelo Agostini (1843-1910) e Luigi Borgomainerio (1835-1876), os três grandes
expoentes da caricatura da época.
É nesse contexto que se insere a revista Galeria Ilustrada e os desenhos de Narciso Figueras.
Segundo a própria revista, Narciso Figueiras era um experiente litógrafo em Barcelona e,
desde 1883, atuava no Rio de Janeiro. Narciso Figueras teria vindo ao Brasil aproveitando o
2271
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

surto editorial e literário de 1880. Ilustrou, no Rio de Janeiro, revistas como “Entr'Acto” e
“Bohemio”. No Paraná foi considerado como o principal responsável pelo início das práticas
litográficas.
Ao chegar em Curitiba, Figueras abre, em 1887, a Lithographia do Commercio, que se funde,
em 1888, com a tipografia fundada por Cândido Lopes, dando origem à Impressora
Paranaense, famosa pela qualidade gráfica de seus produtos. Contando com a colaboração de
Nestor de Castro, Figueras decide criar um periódico ilustrado, utilizando-se do que havia de
mais avançado em termos de técnicas de ilustração, de reprodução de imagens e de impressão.
Estas novas iniciativas no setor editorial coincidiam com o entusiasmo paranaense com a
construção da estrada de ferro, com o desenvolvimento da indústria do mate, as estradas
macamizadas, a construção da Santa Casa, as reformas que dariam origem ao Passeio Público
Em 1887 surgiu a Revista do Paraná, a pioneira no uso da litografia, de Nivaldo Braga, que
sobreviveu até o sétimo número. Em 1888, é fundada a Galeria Ilustrada, pela Litografia do
Comércio, com a participação de Nestor de Castro, Rocha Pombo, Chichorro Júnior, Silveira
Neto, Raul Pompéia, Valentim Magalhães, Alberto de Oliveira, Virgílio Várzea.
No seu primeiro número A Galeria Ilustrada se apresenta aos leitores:
A “Galeria Illustrada”apresenta ao público benévolo o seu primeiro número, cônscia
de que, encontrando a proteção deste, poderá marchar desassombradamente na arena
do jornalismo moderno, e desempenhar fielmente o grande papel que os seus
contemporâneos representam na liça das grandes e momentosas questões que ora
revolucionam o animo nacional: - falamos das grandes transições porque estão
passando a literatura e os nossos costumes populares. (A Galeria Illustrada, n.1, Nov.
1888, p.2)
A revista número 1, de 20 de novembro de 1888, traz na capa uma litografia de uma escultura
de mármore, na qual vemos uma mulher abraçando uma menina e mostrando-lhe algo em um
livro. O título da peça é “A Educação” e remete a um conjunto escultórico de mármore que
teria feito parte de uma exposição em Paris, em 1873. A escolha desta imagem para a edição
de lançamento da revista demonstra a prioridade da educação entre os diversos assuntos
abordados, além de afirmar a prática da cópia de gravuras como um estratégia comum de
divulgação das visualidades que circulavam no período.
Na seção “Opinião”, o periódico define-se como um: “jornalismo moderno”, um “jornal de
tipo europeu dando aos seus leitores páginas ilustradas com paisagens, retratos de homens
célebres, tanto desta província como de países estrangeiros; crítica dos acontecimentos locais,

2272
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

apresentando igualmente um texto variadíssimo em literatura, notícias, etc.”(GALERIA


ILLUSTRADA, 20/11/1888, p.2)
Buscando um posicionamento editoral, alega-se que a revista
Não se filia positivamente a tal ou qual escola política, mas advogando a causa do
bem geral, ela resguarda-se o direito de analisar a forma e o proceder dos governos,
usando da linguagem mais culta e respeitosa possível. Estudará pelo lado crítico os
costumes sociais, combatendo os vícios que podem ser fatais consequências para o
futuro.(GALERIA ILLUSTRADA, 20/11/1888, p.2)
Reiterando a qualidade, o diferencial e o caráter moderno do novo periódico, são citadas duas
frases do escritor português Ramalho Ortigão que apontam para os objetivos do jornalismo.
Ortigão ressalta que “Na arena do jornalismo moderno, toda pena é uma arma de combate”,
definindo a função crítica e política; por outro lado, ao dizer que “É a natureza que dá a
comoção, é o estilo que faz a obra, é o homem que faz o estilo, é a ciência que faz o homem”,
destaca-se também o papel da arte, dos intelectuais e da ciência no espaço das revistas e dos
jornais.(GALERIA ILLUSTRADA, 20/11/1888, p.8)
Graficamente a revista é muito bem cuidada, desde o simbolismo do cabeçalho, até as
vinhetas, subtítulos e ornamentos que separam cada seção. A composição das páginas é,
geralmente, em três colunas, buscando a leveza e a regularidade da leitura. Nos textos, são
constantes as comparações com os modelos europeus de cidades, de ensino e de apoio às
artes. Há espaço para a literatura paranaense, a literatura contemporânea, a crítica das artes,
comentários dos acontecimentos políticos e sociais. Folheando-se as revistas, percebe-se, pela
seleção das imagens e dos conteúdos, um certo fascínio pelo desenvolvimento da ciência e da
tecnologia como determinantes para o progresso. Na segunda edição, por exemplo, na seção
opinião, elogiam-se os melhoramentos e o progresso advindo do prolongamento da estrada de
ferro, com o ramal de Antonina. Defende-se a necessidade de novas indústrias para o Paraná,
além do mate. Critica-se a má utilização dos campos, cada vez mais voltados para o gado, em
detrimento do desenvolvimento da lavoura e da diversificação dos produtos. Já em Factos
diversos, comentam-se as vantagens e qualidades trazidas pela nova técnica, capaz de
“reproduzir um discurso pelo fonógrafo, segundo noticiam as folhas
estrangeiras...”(GALERIA ILUSTRADA, n.2, 30/11/1888)
No número 3 da revista, na seção Opinião, destaca-se“A instrução Pública” como o
fundamento para a prosperidade social. “Os grandes instrumentos, as máquinas a vapor e os

2273
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

métodos, quem poderia descobrir sem o poderoso auxílio da instrução?”(GALERIA


ILUSTRADA, n.3, 30/11/1888, p.18)
Entretanto, a seção que aqui nos interessa é a “Gaveta do Diabo”, que já na primeira
publicação, apresenta seu redator com uma pergunta aos seus leitores: “sabem como se chama
este diabo cortez?...Pois chama-se modernamente - “crítica””.(GALERIA ILLUSTRADA,
20/11/1888, p.7)
O título Gaveta do Diabo parece alinhar-se a uma tendência muito recorrente na imprensa
periódica e ilustrada oitocentista de associar a figura do diabo à atuação do jornalista crítico,
bisbilhoteiro, que descobre os segredos da sociedade, denuncia as tramas políticas, revela as
injustiças e os dramas cotidianos. Ao apresentar a edição fac-simile de o Diabo Coxo, de
Ângelo Agostini, Cagnin lembra que as representações do diabo como “elemento
infernizante” foram se rearticulando ao longo do tempo, do sorriso sarcástico e assustador das
esculturas e gárgulas das catedrais góticas, aos personagens da literatura de Dante Alighieri e
Goethe, da pintura de Dürer, Michelangelo ou Bosch (CAGNIN, DIABO COXO, edição fac-
similar, 2005, p.14). Mas é especialmente com “El Diablo Cojuelo”, do escritor Luiz Velez de
Guevara, publicado em 1641, que a conotação de sátira e crítica social ganha grande
repercussão. Em 1707, Alain René Lesage retoma o personagem e o tom sarcástico no
romance de mesmo assunto, Le Diable Boiteux

Era a história de Asmodeu, o coxo, pobre diabo preso numa garrafa. Libertado por
um estudante, concedeu ao jovem o poder de ver, através dos tetos e das paredes das
casas, o que se passava com as pessoas no seu interior. Fórmula cômoda de o
escritor retratar e satirizar, com espirituosidade, os costumes da sociedade. Daí em
diante o diabo foi tomado como agente moralizador, crítico da sociedade e dos seus
erros, realizando, sobretudo através da caricatura desenhada, o consagrado no
provérbio latino ridendo castigat mores.” (CAGNIN, DIABO COXO, edição fac-
similar,2005, p.14)

A imprensa de humor do século XIX é farta em títulos que se utilizam da palavra diabo, como
pode-se observar entre alguns dos citados por Cagnin: El Diablo Suelto (Madri), Le Diable a
Paris (Paris), Diable Rose (Paris), Fra Diavolo (Milão), Gaveta do Diabo (Rio de Janeiro), Il
Diavolo Zoppo (Milão), Trinta Mil Diabos (Lisboa), El Diablo Azul (Madri), El Diablo Rojo
(Madri), O Diabo Coxo (Lisboa), A Rebeca do Diabo (Lisboa), Diabrete (Lisboa), O Diabo a
Quatro (Recife), Diabrete (Porto Alegre), Diabo da Meia Noite (Rio de Janeiro), Mefístofeles
(Rio de Janeiro) (CAGNIN, DIABO COXO, edição fac-similar,2005, p.14-15)
2274
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

O Diabo Coxo, redigido por Luís Gama e ilustrado por Ângelo Agostini, circulou em São
Paulo, de 1864 a 1865.

Figura 1 – Narciso Figueras. Gaveta do Diabo. Galeria Illustrada n.1, 20/11/1888, p.7
Acervo: Biblioteca Pública do Paraná
O primeiro número de Galeria Ilustrada traz a seção Gaveta do Diabo em página inteira
(figura 1), dividida em nove quadrinhos, apresentando o personagem do diabo como um
importante colaborador da revista.
Vemos na primeira cena, uma composição em diagonal, com destaque para a gaveta sendo
aberta pelo diabo, que está sentado em uma cadeira com braços, denotando ser um móvel

2275
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

caro, de estilo. Os livros sobre a mesa e a pena colocada atrás da orelha remetem a atividades
intelectuais. A referência às coisas do “arco da velha” que foram descobertas na gaveta,
antecedem as coisas inimagináveis, difíceis de acreditar que serão reveladas pelo personagem.
No segundo quadrinho, o diabo arruma a gravata diante de um espelho reclinável, com uma
estrutura ornamentada sobre uma mesa, quase como uma penteadeira. Esta está em
perspectiva, de modo que se pode ver o reflexo do rosto do personagem. As cortinas ao fundo,
o pente sobre a mesa, são alguns dos detalhes esboçados em traços rápidos, mas que
caracterizam o ambiente. Aqui ficamos sabendo que o diabo “engravatou-se, encasacou-se”
porque foi convidado pela revista para fazer parte “nesta inocente sessão de pilhérias”. No
quadrinho seguinte, ele aparece sentado atrás da mesa, concentrado, com a pena na mão
direita, o cotovelo sobre um papel com algumas linhas escritas e um tinteiro a sua frente.
Pelos ornamentos da balaustrada da escrivaninha, percebemos que é um móvel de valor.
Constrói-se visualmente uma das funções deste jornalista em especial, que “tomou assento em
nossa banqueta de trabalho”. Já na quarta cena, o diabo está terminando de preencher a
segunda folha que, pelo tamanho e formato, lembra o espaço de uma coluna da revista. Em 7
dos 9 quadrinhos, o diabo está de calção/cueca listrada, criando o efeito de intimidade com os
leitores. Em vários momentos, a importância da aparência é ressaltada, desde as roupas, até o
fato de estar barbeado, perfumado, o que reforça o desejo de ser bem recebido, de parecer
elegante e educado, “atencioso e benévolo” para com os “simpáticos leitores, muito
principalmente amável para com as formosas divas da nossa sociedade.” No quinto
quadrinho, muda-se o ângulo de visão da mesa, e o diabo está de pé, fazendo pose para os
leitores. Há um destaque para o que parece ser um cesto de lixo com alguns rolos de papeis,
indicando intensa atividade descartada, enquanto o narrador pede aos leitores que não se
assustem com “sua horrível presença, porque, a princípio, nos foi difícil suportar aquela
mefistofélica figura...” Em seguida, vemos o diabo ao lado de uma porta aberta, por onde
entram, em diagonal, uma série de pequenas figuras, com jornais/revistas na cabeça e penas
nas mãos, invadindo o ambiente com passos largos e muito movimento. Sobre a porta lê-se
Galeria Illustrada. É possível pensar que o que move a revista são esses diabinhos, esses
pequenos críticos. O texto informa que todos na revista estão “familiarizados com o príncipe
das trevas” e até possuem um “exército de diabos” preparados para defendê-los contra os
ataques inimigos. No sétimo quadrinho, o diabo está sentado sobre a escrivaninha, abraçando
2276
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

um joelho, com a pena atrás da orelha, numa atitude inesperada, audaciosa e até meio
“grosseira”, pela qual a revista pede desculpas. A cena seguinte mostra o diabo “civilizado”,
como descreve o texto, vestido com trajes de gala (casaca, gravata, chapéu), em um salão com
um móvel estofado, um lustre fino e com algo de art nouveau, traços delicados e sinuosos
indicando ornamentos e materializando o requinte do lugar, que se abre para uma outra sala
com duas moças sentadas. Os traços rápidos esboçam o que seriam “nossos melhores salões”.
O último quadrinho mostra o diabo dançando, de costas para nós, com uma moça bem
vestida, numa composição dinâmica, reforçada pelos rabiscos que delineiam o ambiente e
marcam as texturas.

Figura 02 – Narciso Figueras. A Gaveta do Diabo. Galeria Illustrada, n.2, 30/11/1888, p.15
Acervo: Biblioteca Pública do Paraná

2277
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

Na revista número 2, de 30 de novembro de 1888, a seção Gaveta do Diabo faz uma narrativa
visual de um jogo de bilhar (figura 2), simulando o flagrante de uma jogada, usando ângulos e
enquadramentos fotográficos, criando efeitos que seriam muito explorados no cinema e nas
animações. Esta história em quadrinhos é, com efeito, a que apresenta melhor elaboração
técnica e recursos gráficos. A composição da página é dada por 6 quadrinhos verticalizados. O
movimento insinuado é reforçado pelos ângulos da mesa, pela gestualidade dos corpos, pelo
direcionamento dos tacos, criando intrincadas texturas. Na definição dos personagens,
destacam-se os antagonismos, antecipando o riso pelos traços caricatos. O contraste do
jogador alto, magro, fumando um cachimbo, com o outro jogador baixinho, gordo já aponta
para as trapalhadas do último quadrinho. No primeiro quadrinho, vemos o jogador mais baixo,
de frente, escolhendo os tacos, observando as pontas, para evitar que dessem “pífia”, ou seja,
erro de tacada. Os tacos ao fundo da parede formam verticais que ampliam o sentido de
movimento em contraponto com as diagonais dos tacos que estão sendo conferidos. O outro
jogador ao fundo, de costas, forma mais uma oposição na cena. No segundo quadrinho
aparecem os dois jogadores, um de costas para o outro, com os tacos para o alto, encenando o
início de um duelo. O personagem magro, seu Faustino, aparece no terceiro quadrinho
agachado ao lado direito da mesa, checando o posicionamento das bolas, enquanto o gordo,
atrás da mesa, prepara-se para a jogada. Pelo texto ficamos sabendo que a carambola, jogada
em que a bola toca outras duas, é do seu Zé. Nos três quadrinhos seguintes desenvolve-se a
ação da jogada. No quarto quadrinho, seu Zé está de costas, o corpo verticalizado, em
movimento bem trabalhado pelo lápis, com ênfase nos gestos típicos da jogada, com um dos
pés erguido, como se precisasse se esticar. Seu Faustino observa, do outro lado da mesa, de
frente para os leitores. O quinto quadrinho faz um giro de ângulo, numa inversão da cena com
a mesma jogada. Finalmente, constatamos a grande movimentação provocada pela bola,
atingindo o homem com cachimbo, enquanto a mesa parece ter queimado com a força do taco.
Esse desfecho surpreende pelo término desastrado da jogada e pelas linhas curvas que fogem
do padrão retilíneo das demais cenas.

2278
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

Figura 03 – Narciso Figueras. A Gaveta do Diabo. Galeria Illustrada, n.3, 10/11/1888, p. 23


Acervo: Biblioteca Pública do Paraná
2279
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

A Gaveta do Diabo, publicada na revista número 3 (10/12/1888), assume um caráter mais


crítico, com uma proposta visual e narrativa mais convencional, mais próxima da tradição das
charges (figura 3). Aparece ao pé da página um subtítulo: Quadros da Atualidade. O tema
ironizado pelo “nosso mephystophelico colaborador!” é o da educação. As imagens
sequenciadas estão dispostas em quatro quadrinhos de mesmo tamanho e o desfecho ocupa
um único quadrinho, com o dobro do tamanho dos demais, ampliando-se os efeitos da crítica.
Na primeira cena há carteiras compartilhadas por três crianças, vistas lateralmente. Na parede
ao fundo, destaca-se um quadro com o alfabeto e um mapa do globo terrestre, compondo o
ambiente da sala de aula e indicando as ênfases e os níveis do ensino, neste caso as primeiras
séries. Há também um homem magro, verticalizado, com calças curtas, botas, barba,
segurando a palmatória, sugerindo a condição de pobreza do professor. Os textos dos dois
primeiros quadrinhos são bem enfáticos, dando voz ao professor que lamenta sua condição
miserável. Já nos seguintes, retoma-se o narrador que representa a revista. No segundo
quadrinho, vemos o professor entregando seu casaco a outro homem, em um cenário com uma
placa “Penhor” e outra “Ao Prego”, com o desenho esboçado de prateleiras com vários
objetos, e o destaque para um guarda-chuva. A cena seguinte mostra uma mesa com as
palavras Imprensa do Paraná, sobre a qual explode uma esfera de onde saem as palavras
“suspensão das escolas”, como uma bomba. Além dos fragmentos caindo, há homens
sentados em cadeiras torneadas e de encostos estofados, tombando ao chão. O texto refere-se
à surpresa com a suspensão das escolas. Esta seção trabalha com as consequências da lei
n.917, de 31 de agosto de 1888, sancionada pelo então Presidente da Província do Paraná,
Balbino Cândido da Cunha, que, no contexto do corte de verbas do final do segundo Império,
alterava a classificação das escolas primárias e determinava a supressão de 164 escolas.
(VEZZANI, 2013, p.287)
Há um quadrinho que critica os responsáveis pelo ato de fechamento das escolas, mostrando-
os fugindo para diferentes direções. Ao final, encontram-se na “Rua da Fome” vários
mendigos, com cartolas puídas, roupas rasgadas, chinelos, botas estragadas ou pés no chão;
um deles come a pena, outro come o alfabeto, outro caminha com um livro e uma pena atrás
da orelha. Chama a atenção o homem sentado ao chão, com aparência quase cadavérica,
comendo um livro, à frente de uma porta fechada com dois cadeados, onde se lê: escolas.
Desenha-se um quadro de desespero e pessimismo quanto ao destino da instrução pública,
2280
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

reiterado pelos livros ao chão, pelos rabiscos e borrões que compõem o dinamismo das
texturas.
A temática da seção Gaveta do Diabo publicada na revista número 4 envolve as tradições
culturais dos imigrantes alemães em Curitiba, que parecem ter causado o estranhamento da
população, ao ponto de ser destacado pelos desenhistas (figura 4). Na tentativa de recontar os
fatos, a seção propõe-se representar “os efeitos e causas dos sonhos dourados dos paulistas, o
zumzum das velhas contra a falta de procissão e a imensa alegria dos alemães” (GALERIA
ILLUSTRADA, 20/12/1888, p. 27)

2281
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

Figura 4 – Narciso Figueras. A Gaveta do Diabo. Galeria Illustrada, n.4, 20/12/1888, p. 34


Acervo: Biblioteca Pública do Paraná
O primeiro quadrinho mostra “a causa” expressa no texto “Eis o sonho dourado dos paulistas”
e no embate entre uma mulher caracterizada por símbolos da República (como o barrete
frígio), que flutua, parecendo afastar a mulher com símbolos da monarquia (manto, coroa,
cetro). Esta última está com os pés no chão, curvando-se para trás e com os braços esticados,
tentando defender-se dos corvos que já levaram seu cetro e querendo afastar a ameaça
republicana. O cenário remete a um cemitério, ou um campo de batalha, com cruzes e
caveiras. No segundo quadrinho mostram-se “os efeitos”: trata-se de uma cena com grande
movimentação, uma batalha onde soldados a cavalo, de costas para os leitores, atacam
homens e mulheres com crianças. Os traços lembram a rapidez do bico de pena e os índices
de poeira ressaltam os corpos ao chão. Na sequência, criam-se paralelos entre a população em
geral - à qual pertenciam os negros, os poloneses, o Zé Povinho -, e os imigrantes alemães. De
um lado, observa-se o grupo de poloneses, com destaque para a caracterização das mulheres
com lenços na cabeça; uma negra sentada no chão com pernas cruzadas e um negro sentado
com as pernas esticadas. Ao fundo vê-se o casario, a fachada e a torre de uma igreja. No
quadrinho ao lado vê-se um pequeno grupo de homens alemães, com espingardas penduradas
ao ombro ou apoiadas no chão, alinhados, paralelos à calçada, liderados por um único homem
que se encontra à frente, de costas. O primeiro da fila usa uma farda que o distingue dos
demais. O casario ao fundo tem traços que insinuam ornamentos clássicos, com destaque para
as fachadas. O desfecho cria uma surpresa visual, pois vemos o dinamismo dos alemães
protegendo-se da chuva, sem interromper suas festividades. Além do guarda-chuva, usam a
mesa, as cadeiras, os caixotes para se esconderem e continuarem brindando e bebendo.
É interessante observar a estratégia escolhida para comentar as mudanças trazidas com o fim
da escravidão e a vinda de novas levas de imigrantes, apontando os diferentes hábitos, os
contrastes entre a religiosidade provinciana, as tradicionais procissões e as novas práticas
sociais. Adivinham-se, conformam-se, pelos traços irônicos do cotidiano, os novos cenários às
vésperas da República.
Optamos por destacar apenas as seções da Gaveta do Diabo que foram feitas com a linguagem
dos quadrinhos. Essas quatro histórias em imagens sequenciadas tem sido consideradas como
o início das histórias em quadrinhos no Paraná. Nos casos aqui analisados, o enunciado verbal
2282
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

aparece como uma única frase que vai se completando na leitura conjugada com as imagens;
assim, acentua-se a ideia de sequência e o direcionamento da leitura. Trata-se de um narrador
que assume o ponto de vista da revista, usando, na maior parte das vezes, a primeira pessoa do
plural. A partir da revista número 5, a seção Gaveta do Diabo é dedicada a charges e
caricaturas de página inteira, com desenhos mais elaborados, menos dinâmicos, porém mais
contundentes. É como se a linguagem da caricatura, as sombras e os volumes mais definidos,
os traços mais carregados, trouxessem maior nitidez para os alvos a serem atacados em um
momento de fortes mudanças políticas.

Referências bibliográficas

CAGNIN, Antonio Luiz. "Foi o Diabo!", in DIABO COXO: São Paulo, 1864-1865. Edição
fac-similar. São Paulo, Edusp, 2005, pp. 9-19.
CARNEIRO, Newton. O Paraná e a Caricatura. Curitiba: Grafipar, 1975
CAROLLO, Cassiana Lacerda. Edição Fac-Similar Galeria Illustrada. Curitiba, Biblioteca
Pública do Paraná, 1979.
CHARTIER, Roger. A história cultural. Entre práticas e representações. Tradução Maria
Manuela Galhardo. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.
CHAUÍ, Marilena & FRANCO, Maria Sylvia Carvalho, Ideologia e Mobilização Popular Rio
de Janeiro: Paz e Terra:CEDEC, 1978.
COWAN, Ruth. A social history of technology. New York: Oxford University Press, 1997
DONALD, Diana. The age of caricature. Satirical prints in the reign of George III. London:
Yale University Press, 1996
FONSECA, Joaquim da. Caricatura: a imagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes &
Ofícios, 1999
GALERIA ILLUSTRADA, Curitiba, 1888-1889. Edição Fac-similar. Curitiba, Biblioteca
Pública do Paraná, 1979
GORDON, Ian. Comic Strips and Consumer Culture 1890-1945. London: Smithsonian
Institution Press, 1998
HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo.
Educação & Realidade, Porto Alegre, v.22, n.2, p. 15-46, jul./dez. 1997.
JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Campinas, SP: Papirus, 1996
LIMA, Herman. História da Caricatura no Brasil. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963.
MARTINS, Ana Luiza. Revistas em revista. Imprensa e práticas culturais em tempos de
República, São Paulo (1890-1922). São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo: Fapesp:
Imprensa Oficial do Estado, 2001
NOVAIS, Fernando A. (org.) A história da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras, 1997, 4 vs.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. Porto Alegre Caricata: a imagem conta a história. Porto
Alegre, EU/Secretaria Municipal da Cultura, 1993.

2283
IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem
07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR

QUELUZ, Marilda P. Traços urbanos: a caricatura em Curitiba no início do século XX. São
Paulo: PUC-SP, tese de doutorado, 2002
SALIBA, Elias Thomé. A dimensão cômica da vida privada na República. In SEVCENKO,
N. org. História da Vida Privada no Brasil. República: da Belle Epoque à Era do Rádio. São
Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 289-365.
SUSSEKIND, Flora. Cinematógrafo de Letras: literatura, técnica e modernização no Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
TURAZZI, Maria Inez. Poses e Trejeitos. A fotografia e as exposições na era do espetáculo
(1839-1889). Petrópolis: Funarte/Ed. Rocco, 1995.
VEZZANI, Iriana Nunes. Uma revista de tipo europeu: educação e civilização na Galeria
Illustrada (1888-1889). Curitiba: Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Educação, da universidade Federal do Paraná, 2013. (inédito)
WOSK, Julie. Breaking Frame. Technology and Visual Arts in the Nineteenth Century. New
Brunswick, New Jwersey: Rugters University Press, 1992

• O texto deverá ser salvo em formato .doc.


• Título (Times New Roman, 14, Negrito, Centralizado)
• Nome do(s) Autor(es) à direita e em rodapé os dados como: vínculo institucional, titulação e
e-mail.
• Abaixo do título, deve-se incluir um resumo com até 15 linhas e 3 palavras-chave em
português e em língua estrangeira (inglês, francês ou espanhol)
• Os subtítulos devem ser numerados, diagramados à esquerda em negrito, com fonte
tamanho 12;
• Devem ter no mínimo 07 e máximo 20 páginas, escritos em Times New Roman, 12,
espaçamento 1,5, Margens: superior e esquerda 3 cm, inferior e direita 2cm e alinhamento
justificado.
• As Citações de até 3 linhas deve constar em corpo de texto entre aspas e acima de 3 linhas
devem estar em recuo de 4cm, espaço simples, letra tamanho 10.
• As referências bibliográficas dentro da obra devem ser da seguinte forma: AUTOR, DATA, PAG,
logo após cada citação ou referência ao autor;
• Não será permitida nota de pé de página.
• Referências Bibliográficas ao final da obra de acordo com as normas da ABNT: Livro -
SOBRENOME, Nome. Título. Edição. Cidade: editora, ano.

• Capítulo - SOBRENOME, Nome. Título. In: SOBRENOME, Nome. Título. Edição. Cidade:
editora, ano, pp.
Na mesma seção são destaques algumas das muitas referências sobre a Lei 917 de 31 de
agosto de 1889, também chamada pela revista como Lei Balbino que, segundo as Atas da
Câmara Municipal de Curitiba - setor de Leis e Regulamentos da Província do Paraná -
alterou a classificação das escolas e extinguiu muitas cadeiras de ensino elementar na capital e
arredores, fechando as escolas públicas.”
2284

Você também pode gostar