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Aula 16 - Prof.

Antonio
Daud (somente PDF)
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho -
2024 (Pós-Edital)
Autor:
Antonio Daud, Equipe Mara
Camisassa, Mara Queiroga
Camisassa de Assis

17 de Fevereiro de 2024
Antonio Daud, Equipe Mara Camisassa, Mara Queiroga Camisassa de Assis
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Índice
1) Fiscalização trabalhista
..............................................................................................................................................................................................3

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1 - INTRODUÇÃO
Oi amigos (s),

Nesta aula, trataremos, em especial, do Regulamento da Inspeção do Trabalho (RIT), além do processo de
multas administrativas.

O assunto tinha sofrido significativas alterações promovidas por meio da MP 905, de novembro de 2019. No
entanto, aquela medida provisória foi revogada, em abril de 2020, pela MP 955.

Vamos ao trabalho!

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2 – DIREITO ADMINISTRATIVO DO TRABALHO


Em Direito Administrativo do Trabalho veremos as previsões normativas sobre a Inspeção do Trabalho e, de
forma mais aprofundada, o Regulamento de Inspeção do Trabalho, que trata do Sistema Federal de Inspeção
do Trabalho e dos aspectos atinentes à carreira da Auditoria Fiscal do Trabalho.

Inicialmente cumpre salientar que existe previsão, na Convenção OIT nº 81, de que os signatários
mantenham sistema de inspeção do trabalho, cujos inspetores de trabalho estarão encarregados de
assegurar a aplicação das disposições legais relativas às condições de trabalho e à proteção dos
trabalhadores no exercício da profissão.

Nossa Constituição Federal atribui à União competência para organizar, manter e executar a inspeção do
trabalho:

CF/88, art. 21. Compete à União:

(...)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

No plano infraconstitucional, destaque-se o artigo 626 da CLT, segundo o qual

CLT, art. 626 - Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, Indústria e


Comercio, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento
das normas de proteção ao trabalho.

Antes, porém, de avançar, é importante destacar que o Ministério do Trabalho voltou a ganhar status
ministerial, de 2021. Anteriormente, as atribuições trabalhistas do Poder Executivo Federal encontravam-se
concentradas na Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

Sobre a maneira como está estruturado o MTb convém ressaltar que os Auditores-Fiscais do Trabalho são
subordinados tecnicamente à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho, que
atualmente é a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho – SIT.

Além disso, também falaremos sobre as Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego – SRTE -, que
são as unidades descentralizadas do MT.

Segue abaixo um trecho do organograma da Secretaria do Trabalho que facilita a visualização:

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Ministério do Trabalho e
Previdência Social

... SIT ...

Conforme disposto no Decreto 10.761/2021, a SIT é enquadrada como órgão que possui atribuições no
tocante à formulação de diretrizes para a inspeção do trabalho, normas de atuação da área de segurança e
saúde do trabalhador, etc.

Deste modo, a SIT, atualmente, é o órgão nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

Já as SRTE, previstas expressamente na estrutura do Ministério do Trabalho, são unidades descentralizadas


da Secretaria do Trabalho nos estados da federação, a quem compete a execução, supervisão e
monitoramento de ações relacionadas a políticas públicas afetas ao Ministério do Trabalho na sua área de
jurisdição, especialmente as de fiscalização do Trabalho.

Em diversos dispositivos legais existe menção às Delegacias Regionais do Trabalho (DRT), que eram a
designação anterior das atuais SRTE.

Administrativamente, no âmbito dos estados, as SRTE são divididas em Gerências Regionais do Trabalho e
Emprego – GRTE.

Na estrutura da SRTE/SC, por exemplo, temos as GRTE de Joinville, Blumenau, Chapecó, Lages e Criciúma. Já
na SRTE/PR temos as GRTE de Ponta Grossa, Maringá, Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu. Na SRTE/RS, por
sua vez, há uma grande quantidade de GRTE.

Os AFT, desta forma, são lotados (em sua grande maioria) nas SRTE e GRTE.

Bom pessoal, feita esta introdução, passaremos agora a comentar os principais dispositivos do Regulamento
de Inspeção do Trabalho, organizados por assunto.

2.1. Comentários ao Decreto 4.552/02 (RIT)

Seguiremos, de uma forma geral, a sequência disposta no Regulamento de Inspeção do Trabalho (RIT); em
algumas passagens irei fugir da ordenação dos dispositivos de modo a agrupar artigos que devam ser
comentados em conjunto.

Trarei também alguns dispositivos da legislação (CF/88, CLT, etc.) quando necessário.

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Art. 1º O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, a cargo do Ministério do Trabalho e


Emprego, tem por finalidade assegurar, em todo o território nacional, a aplicação das
disposições legais, incluindo as convenções internacionais ratificadas, os atos e decisões
das autoridades competentes e as convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho,
no que concerne à proteção dos trabalhadores no exercício da atividade laboral.

Como vimos no início da aula, o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho está estruturado de acordo com o
Decreto 5.063/04, que possui fundamento na CLT e na CF/88.

Os citados dispositivos, em conjunto com o RIT, estabelecem as atribuições dos órgãos singulares,
descentralizados e dos próprios AFT para que a fiscalização do trabalho atinja seus objetivos.

 Organização da fiscalização

Art. 2º Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:

I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas indicadas em leis,


regulamentos e demais atos atinentes à estrutura administrativa do Ministério do Trabalho
e Emprego;

II - Auditores-Fiscais do Trabalho;

III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funções auxiliares de inspeção do


trabalho.

Autoridade de direção nacional está relacionada à figura do Secretário de Inspeção do Trabalho, que dirige
a SIT. Autoridade regional será o Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, enquanto a local será o
Gerente Regional do Trabalho e Emprego.

Sobre o inciso II, todos os integrantes da carreira são, a partir de 2003, designados com Auditores-Fiscais do
Trabalho (AFT); anteriormente havia diferenciação entre Fiscal do Trabalho, Médico do Trabalho e
Engenheiro do Trabalho.

Agente de Higiene e Segurança do Trabalho é uma carreira em extinção. Na SRTE/SC, salvo engano, só há 02
(dois) ainda em atividade.

Art. 3º Os Auditores-Fiscais do Trabalho são subordinados tecnicamente à autoridade


nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

A subordinação técnica dos AFT se dá em relação à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), a quem cabe
formular e propor de diretrizes para a inspeção do trabalho, normas de atuação da área de segurança e
saúde do trabalhador, diretrizes da fiscalização dos recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço - FGTS -, baixar normas relacionadas com a sua área de competência, entre outras atribuições.

Art. 4º Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será dividido em
circunscrições, e fixadas as correspondentes sedes.

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Parágrafo único. As circunscrições que tiverem dois ou mais Auditores-Fiscais do Trabalho


poderão ser divididas em áreas de inspeção delimitadas por critérios geográficos.

Art. 5º A distribuição dos Auditores-Fiscais do Trabalho pelas diferentes áreas de inspeção


da mesma circunscrição obedecerá ao sistema de rodízio, efetuado em sorteio público,
vedada a recondução para a mesma área no período seguinte.

§ 1º Os Auditores-Fiscais do Trabalho permanecerão nas diferentes áreas de inspeção pelo


prazo máximo de doze meses.

Cada unidade da federação possui as unidades descentralizadas do MTb, denominadas Superintendências


Regionais do Trabalho e Emprego – SRTE.

Conforme disposto no art. 4º, o território de cada unidade federativa será dividido em circunscrições, cujas
sedes são as Gerências Regionais do Trabalho e Emprego – GRTE.

Neste contexto, a atuação funcional do AFT, salvo casos excepcionais, dar-se-á nos limites da circunscrição
da unidade na qual esteja lotado.

O mesmo artigo 4º admite a possibilidade de, por critério geográfico, dividir-se a circunscrição em áreas de
inspeção (exemplo: a circunscrição abrange 50 municípios e é feita a divisão destes em áreas de inspeção).

Esta divisão é facultativa, e, caso feita, a distribuição dos AFT lotados na GRTE será procedida mediante
sorteio, com a necessidade de rodízio.

Desconheço a aplicação prática desta previsão normativa, principalmente pelo motivo que será exposto a
seguir.

Art. 5º, § 2º É facultado à autoridade de direção regional estabelecer programas especiais


de fiscalização que contemplem critérios diversos dos estabelecidos neste artigo, desde
que aprovados pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

Art. 6º Atendendo às peculiaridades ou circunstâncias locais ou, ainda, a programas


especiais de fiscalização, poderá a autoridade nacional competente em matéria de
inspeção do trabalho alterar os critérios fixados nos arts. 4º e 5º para estabelecer a
fiscalização móvel, independentemente de circunscrição ou áreas de inspeção, definindo
as normas para sua realização.

Segundo o art. 5º, no âmbito da SRTE, desde que autorizado pela SIT, poderão ser estabelecidos programas
especiais de fiscalização que contemplem critérios diversos dos estabelecidos neste mesmo artigo.

Esta possibilidade tem sido aplicada atualmente, de modo que a atuação dos AFT tem sido dividida por meio
de Projetos de Fiscalização.

Assim, as demandas são segmentadas de acordo com a natureza dos empreendimentos e/ou do enfoque da
fiscalização. São exemplos desta metodologia os Projetos da Construção Civil, Turismo, Comércio, Rural,
FGTS, Trabalho Infantil e Inserção de Aprendizes no Mercado de Trabalho.

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No decorrer de 2012, eu, por exemplo, integrei os Projetos de Fiscalização Indústria Metalúrgica e da
Madeira, Indústria da Construção Civil e Indústria da Mineração.

Desta maneira, minha atuação ocorre em toda a circunscrição da unidade em que estou lotado, havendo a
segmentação por projetos, e não por áreas de inspeção.

Art. 20. A obrigação do Auditor-Fiscal do Trabalho de inspecionar os estabelecimentos e


locais de trabalho situados na área de inspeção que lhe compete, em virtude do rodízio de
que trata o art. 6º, § 1º, não o exime do dever de, sempre que verificar, em qualquer
estabelecimento, a existência de violação a disposições legais, comunicar o fato,
imediatamente, à autoridade competente.

Parágrafo único. Nos casos de grave e iminente risco à saúde e segurança dos
trabalhadores, o Auditor-Fiscal do Trabalho atuará independentemente de sua área de
inspeção.

Neste artigo o RIT estabelece que o AFT, independente de sua área de inspeção, comunique à autoridade
competente as violações identificadas aos preceitos trabalhistas de que tomar conhecimento.

Quanto ao parágrafo único, é importante associar o risco grave e iminente1 a esta possibilidade de atuação
independente de sua área de inspeção: é uma exceção à regra geral que vincula o AFT a sua área de atuação.

Em outras palavras: regra geral, o AFT somente pode atuar na área de inspeção para o qual foi designado.
Entretanto, caso constate risco grave e iminente, poderá intervir (procedendo ao embargo ou interdição, no
caso) mesmo que este evento esteja ocorrendo fora de sua área de inspeção.

Art. 7º Compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:

I - organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da


inspeção do trabalho.

II - elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua


competência;

III - proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do


trabalho; e

IV - receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos
do poder público.

§1º As autoridades de direção local e regional poderão empreender e supervisionar


projetos consoante diretrizes emanadas da autoridade nacional competente em matéria
de inspeção do trabalho.

1
O aprofundamento do conceito de risco grave e iminente interessa mais à disciplina Segurança e Saúde no Trabalho (SST), que
possui curso específico, também de minha autoria, no site Estratégia Concursos.

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§2º Cabe à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho elaborar


e divulgar os relatórios previstos em convenções internacionais.

Art. 8º O planejamento estratégico das ações de inspeção do trabalho será elaborado pelos
órgãos competentes, considerando as propostas das respectivas unidades
descentralizadas.

§1º O planejamento de que trata este artigo consistirá na descrição das atividades a serem
desenvolvidas nas unidades descentralizadas, de acordo com as diretrizes fixadas pela
autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

Estes dispositivos ressaltam o papel das unidades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.

As ações fiscais a serem empreendidas pelos milhares de Auditores-Fiscais do trabalho devem ser precedidas
de planejamento estratégico do órgão, através do qual serão definidos os objetivos institucionais, setores
prioritários, estabelecimento de metas, etc.

2.1.1. Inspeção do trabalho

Art. 9º A inspeção do trabalho será promovida em todas as empresas, estabelecimentos e


locais de trabalho, públicos ou privados, estendendo-se aos profissionais liberais e
instituições sem fins lucrativos, bem como às embarcações estrangeiras em águas
territoriais brasileiras.

Este artigo destaca que, de forma bastante abrangente, os mais diversos empregadores estão abrangidos
pela fiscalização trabalhista.

Art. 10. Ao Auditor-Fiscal do Trabalho será fornecida Carteira de Identidade Fiscal (CIF),
que servirá como credencial privativa, com renovação qüinqüenal.

§ 1º Além da credencial aludida no caput, será fornecida credencial transcrita na língua


inglesa ao Auditor-Fiscal do Trabalho, que tenha por atribuição inspecionar embarcações
de bandeira estrangeira.

§ 2º A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho fará publicar,


no Diário Oficial da União, relação nominal dos portadores de Carteiras de Identidade
Fiscal, com nome, número de matrícula e órgão de lotação.

§ 3º É proibida a outorga de identidade fiscal a quem não seja integrante da Carreira


Auditoria-Fiscal do Trabalho.

A Carteira de Identidade Fiscal (CIF) é o documento que comprova aos empregadores fiscalizados a
identificação funcional do AFT.

Art. 11. A credencial a que se refere o art. 10 deverá ser devolvida para inutilização, sob
pena de responsabilidade administrativa, nos seguintes casos:

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I - posse em outro cargo público efetivo inacumulável;

II - posse em cargo comissionado de quadro diverso do Ministério do Trabalho e Emprego;

III - exoneração ou demissão do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho;

IV - aposentadoria; ou

V - afastamento ou licenciamento por prazo superior a seis meses.

Como a CIF é privativa dos AFT, ela somente deve estar de posse de quem esteja exercendo as atribuições
do cargo.

Por este motivo, quando o Auditor passa a exercer função não relacionada à Auditoria Fiscal do Trabalho (ou
deixa de ser AFT), deve devolver a sua CIF.

Para evitar transtornos de ordem maior, nem sempre o afastamento implicará na devolução da CIF; se o AFT
tira férias, por exemplo, não irá devolver a credencial para depois tê-la restituída.

Por este motivo o inciso V exige a devolução somente quando o afastamento for superior a seis meses.

Art. 12. A exibição da credencial é obrigatória no momento da inspeção, salvo quando o


Auditor-Fiscal do Trabalho julgar que tal identificação prejudicará a eficácia da fiscalização,
hipótese em que deverá fazê-lo após a verificação física.

Parágrafo único. O Auditor-Fiscal somente poderá exigir a exibição de documentos após a


apresentação da credencial.

Em linhas gerais uma ação fiscal ocorre da seguinte maneira: é feito um planejamento prévio, inclusive com
pesquisas em sistemas informatizados, depois o AFT visita a empresa para entrevistar empregados e verificar
as condições de trabalho e, após, analisa a documentação para verificar a regularidade dos atributos
trabalhistas (registro, jornada, descanso, salário, férias, FGTS, etc.).

A regra é que o AFT exiba sua credencial, para identificar-se com tal ao empregador que será fiscalizado.

Com fundamento neste artigo do RIT, o AFT pode iniciar a verificação física sem apresentar-se como Auditor-
Fiscal, isto quando, a seu critério, julgar que tal identificação prejudicar a eficácia da fiscalização.

Em diversas ocasiões, chegando à empresa, eu, por exemplo, converso com os empregados, vejo se tem
pessoas sem carteira assinada, trabalho infantil, fraude ao Seguro-Desemprego, e somente após coletar os
dados necessários me apresento como AFT. ;-)

A par disto, vejam que a regra é a obrigatoriedade da exibição da credencial no momento da inspeção.

Quanto à solicitação de exibição de documentos, não há exceção: deve-se, sempre, apresentar previamente
a CIF.

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Na CLT há o seguinte dispositivo, que serviu de fundamento para a regulamentação do RIT que acabamos de
comentar:

CLT, art. 630. Nenhum agente da inspeção poderá exercer as atribuições do seu cargo sem
exibir a carteira de identidade fiscal, devidamente autenticada, fornecida pela autoridade
competente.

Art. 13. O Auditor-Fiscal do Trabalho, munido de credencial, tem o direito de ingressar,


livremente, sem prévio aviso e em qualquer dia e horário, em todos os locais de trabalho
mencionados no art. 9º.

Art. 14. Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços, empresas,


instituições, associações, órgãos e entidades de qualquer natureza ou finalidade são
sujeitos à inspeção do trabalho e ficam, pessoalmente ou por seus prepostos ou
representantes legais, obrigados a franquear, aos Auditores-Fiscais do Trabalho, o acesso
aos estabelecimentos, respectivas dependências e locais de trabalho, bem como exibir os
documentos e materiais solicitados para fins de inspeção do trabalho.

Estes dispositivos indicam que não há amparo para se obstruir o acesso do AFT às dependências da empresa
a ser fiscalizada. Independente do horário e da ocasião, o AFT terá livre acesso aos estabelecimentos.

A Consolidação das Leis do Trabalho já previa o livre acesso do AFT:

CLT, art. 630, § 3º - O agente da inspeção terá livre acesso a todas as dependências dos
estabelecimentos sujeitos ao regime da legislação, sendo as empresas, por seus dirigentes
ou prepostos, obrigados a prestar-lhes os esclarecimentos necessários ao desempenho de
suas atribuições legais e a exibir-lhes, quando exigidos, quaisquer documentos que digam
respeito ao fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho.

O art. 13 do RIT, acima transcrito, também frisa a desnecessidade de prévio aviso da fiscalização, até porque,
se o empregador fosse pré-avisado da ação fiscal, poderia encobrir as irregularidades trabalhistas.

Art. 15. As inspeções, sempre que necessário, serão efetuadas de forma imprevista,
cercadas de todas as cautelas, na época e horários mais apropriados a sua eficácia.

Como dito acima, a ação fiscal será efetuada de forma imprevista, e a verificação física na empresa dar-se-á
na época e horários mais apropriados.

Se, por exemplo, em determinas das culturas agrícolas há problema de falta de registro na época da colheita,
a ação fiscal será planejada para ocorrer neste período.

Quanto a horário, se, por exemplo, há denúncia sobre trabalho infantil em após às 22h00min, a ação fiscal
será levada a termo durante a noite.

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Art. 16. As determinações para o cumprimento de ação fiscal deverão ser comunicadas por
escrito, por meio de ordens de serviço.

Parágrafo único. As ordens de serviço poderão prever a realização de inspeções por grupos
de Auditores-Fiscais do Trabalho.

O AFT não sai na rua escolhendo o que vai fiscalizar. Em atendimento ao planejamento estabelecido pelo
órgão, a chefia imediata seleciona as empresas a serem fiscalizadas e distribui as correspondentes Ordens
de Serviço (OS) ao AFT designado para a ação fiscal.

O parágrafo único salienta que a chefia poderá escalar mais de um AFT para a mesma ação fiscal, o que pode
acontecer em face do porte do estabelecimento, complexidade da fiscalização, etc.

Art. 17. Os órgãos da administração pública direta ou indireta e as empresas


concessionárias ou permissionárias de serviços públicos ficam obrigadas a proporcionar
efetiva cooperação aos Auditores-Fiscais do Trabalho.

Em face do caso concreto, é possível que o AFT necessite de apoio de outros órgãos para proceder à
fiscalização, e este artigo dispõe acerca da obrigatoriedade de cooperação por parte de outras entidades.

Cite-se, por exemplo, as solicitações de apoio policial nos raros casos em que o empregador se recusa a
permitir o acesso do AFT às dependências do seu estabelecimento.

Um exemplo desta previsão constante da própria CLT é o seguinte:

CLT, art. 630, § 8º - As autoridades policiais, quando solicitadas, deverão prestar aos
agentes da inspeção a assistência de que necessitarem para o fiel cumprimento de suas
atribuições legais.

Pessoal, este próximo artigo é um pouco mais extenso, então comentarei item por item. Aqui também farei,
quando necessário, algumas alterações na ordem das alíneas, para agrupar disposições semelhantes.

Art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território nacional:

I - verificar o cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive as


relacionadas à segurança e à saúde no trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de
emprego, em especial:

a) os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), visando à redução dos


índices de informalidade;

Um dos problemas mais frequentes na rotina trabalhista é encontrar empregados laborando sem registro
em CTPS. Empregado sem CTPS assinada pelo empregador está na informalidade, e por conta disto não tem
o FGTS depositado, não conta tempo para se aposentar, não recebe férias, não recebe décimo terceiro
salário, etc.

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Em vista disso, os AFT devem exigir o registro dos empregados visando à redução dos índices de
informalidade.

Ainda em relação ao registro de empregados, destaco alteração promovida na CLT por meio da reforma
trabalhista (Lei 13.467/2017). Fixaram-se novos valores de multa (para empresas em geral e para ME/EPP)
no caso de descumprimento do dever estatuído no art. 41 da CLT (registro dos trabalhadores).

Veja abaixo uma comparação com a redação anterior:

Antes Depois
Art. 47 - A emprêsa que mantiver empregado não
CLT, art. 47. O empregador que mantiver
registrado nos têrmos do art. 41 e seu parágrafo
empregado não registrado nos termos do art.
único, incorrerá na multa de valor igual a 1 (um)
41 desta Consolidação [livro de registro de
salário-mínimo regional, por empregado não
empregado] ficará sujeito a multa no valor de
registrado, acrescido de igual valor em cada
R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado
reincidência.
não registrado, acrescido de igual valor em
cada reincidência.
§ 1º Especificamente quanto à infração a que
Parágrafo único. As demais infrações referentes ao se refere o caput deste artigo, o valor final da
registro de empregados sujeitarão a emprêsa à multa multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos
de valor igual à metade do salário-mínimo regional, reais) por empregado não registrado, quando
dobrada na reincidência. se tratar de microempresa ou empresa de
pequeno porte.

Portanto, em relação ao valor das multas por falta de registro (CLT, art. 47), temos o seguinte:

Porte da empresa Valor (R$) Reincidência


não há previsão de
ME/EPP R$ 800,00 / empregado não registrado
valor diferenciado
R$ 3.000,00 + R$ 3.000
R$ 3.000,00 / empregado não
Demais empresas / empregado não
registrado
registrado

Seguindo adiante...

b) o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), objetivando


maximizar os índices de arrecadação;

A falta de recolhimento do FGTS também é comum, e um dos atributos a serem fiscalizados é justamente o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, com o objetivo de maximizar os índices de arrecadação.

c) o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados


entre empregados e empregadores; e

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Como resultado das negociações coletivas de trabalho, entabuladas entre empresas, sindicatos patronais e
sindicatos obreiros, são elaborados as convenções coletivas de trabalho (CTT) e os acordos coletivos de
trabalho (ACT), cujas cláusulas obrigam as partes pactuantes.

No decurso da ação fiscal, com base na documentação apresentada, o AFT deve verificar se as partes estão
cumprindo as disposições dos diplomas coletivos de trabalho.

d) o cumprimento dos acordos, tratados e convenções internacionais ratificados pelo


Brasil;

Várias Convenções da OIT foram regularmente internalizadas, as quais o Brasil se obrigou como signatário.

Sendo assim, cabe ao AFT, nas ações fiscais, observar o cumprimento das normas oriundas do direito
internacional do trabalho.

II - ministrar orientações e dar informações e conselhos técnicos aos trabalhadores e às


pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, atendidos os critérios administrativos de
oportunidade e conveniência;

Além da lavratura de Autos de Infração, notificação para regularização de problemas identificados,


elaboração de embargos e interdições, também cabe ao AFT orientar os empregados quanto aos preceitos
estabelecidos na legislação.

Estas orientações podem se dar, por exemplo, durante a fiscalização e, também, nos plantões de orientação
ao público.

III - interrogar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, seus prepostos ou representantes


legais, bem como trabalhadores, sobre qualquer matéria relativa à aplicação das
disposições legais e exigir-lhes documento de identificação;

Para a apuração de possíveis infrações (como falta de registro em CTPS, desobediência a normas de
segurança e saúde, etc.) o AFT precisa obter informações junto aos empregados e aos representantes da
empresa. As entrevistas podem ser, inclusive, um dos elementos de convicção para a lavratura de Autos de
Infração.

IV - expedir notificação para apresentação de documentos;

Para que seja possível avaliar o cumprimento das disposições legais sobre diversos itens da legislação o AFT
deve analisar a documentação trabalhista (recibos de salário, controles de jornada, guias de recolhimento
do FGTS, ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, etc.).

Para obter tais documentos o AFT expede a Notificação para Apresentação de Documentos (NAD), que
formaliza esta solicitação junto ao empregador.

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V - examinar e extrair dados e cópias de livros, arquivos e outros documentos, que entenda
necessários ao exercício de suas atribuições legais, inclusive quando mantidos em meio
magnético ou eletrônico;

Em face de irregularidades identificadas, e com vistas a subsidiar a lavratura de Autos de Infração, Termos
de Interdição, Relatórios a serem encaminhados a outros órgãos etc., o AFT pode extrair cópias de
documentos relacionados, e também obter arquivos eletrônicos (como no caso da folha de pagamento, para
se proceder ao levantamento de débito do FGTS).

VI - proceder a levantamento e notificação de débitos;

Esta alínea se relaciona aos casos em que foi identificada falta de recolhimento do FGTS, quando será
necessário levantar o débito e emitir a Notificação de Débito do Fundo de Garantia e da Contribuição Social2
– NDFC.

VII - apreender, mediante termo, materiais, livros, papéis, arquivos e documentos, inclusive
quando mantidos em meio magnético ou eletrônico, que constituam prova material de
infração, ou, ainda, para exame ou instrução de processos;

XII - coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de análise, bem como
apreender equipamentos e outros itens relacionados com a segurança e saúde no trabalho,
lavrando o respectivo termo de apreensão;

De acordo com as circunstâncias o Auditor-Fiscal poderá apreender documentos que constituam prova de
irregularidades trabalhistas, lavrando o correspondente Termo de Apreensão e Guarda.

Este Termo irá formalizar o ato e conterá a identificação dos documentos apreendidos, motivo da apreensão,
entre outros.

VIII - inspecionar os locais de trabalho, o funcionamento de máquinas e a utilização de


equipamentos e instalações;

IX - averiguar e analisar situações com risco potencial de gerar doenças ocupacionais e


acidentes do trabalho, determinando as medidas preventivas necessárias;

X - notificar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho para o cumprimento de obrigações


ou a correção de irregularidades e adoção de medidas que eliminem os riscos para a saúde
e segurança dos trabalhadores, nas instalações ou métodos de trabalho;

A maioria dos aspectos relacionados à segurança e saúde no trabalho demanda inspeção no local onde os
empregados laboram.

2
Contribuição Social (CS), instituída pela Lei Complementar 101/2011.

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Nestas inspeções o AFT irá verificar que tipos de agentes insalubres existem, quais máquinas são utilizadas,
como os empregados desenvolvem suas atividades, quais são as condições gerais em termos de organização
do trabalho, iluminação, aspectos ergonômicos, etc.

Com esta visão geral, aprofundada com análise de documentos, programas e laudos, será possível adotar as
medidas cabíveis, entre elas a notificação para correção de irregularidades.

XI - quando constatado grave e iminente risco para a saúde ou segurança dos


trabalhadores, expedir a notificação a que se refere o inciso X deste artigo, determinando
a adoção de medidas de imediata aplicação;

XIII - propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento,


ou o embargo de obra, total ou parcial, quando constatar situação de grave e iminente
risco à saúde ou à integridade física do trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico
que indique a situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas que deverão
ser adotadas pelas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, comunicando o fato de
imediato à autoridade competente;

Em sendo identificado o risco grave e iminente, caberá o embargo da obra ou interdição de máquina,
equipamento, estabelecimento ou setor de serviço, cuja elaboração inclui a indicação das medidas a serem
adotadas para o saneamento da condição gravosa à integridade dos trabalhadores.

Originariamente a competência é do Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, havendo diversas


delegações da atribuição de interditar e embargar aos AFT.

O Termo de Interdição ou Embargo deve ser acompanhado de laudo técnico que indique a situação de risco
verificada e especifique as medidas corretivas que deverão ser adotadas.

Os assuntos embargo e interdição, em detalhes, são tratados nos artigos 160 e 161 da CLT e na Norma
Regulamentadora nº 3 do então MTb, dispositivos estes que são pormenorizados no curso de Segurança e
Saúde no Trabalho.

XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais,
bem como as situações com potencial para gerar tais eventos;

A Análise de Acidentes de Trabalho é um dos projetos de fiscalização atualmente existentes no MTb, e em


seu âmbito são emitidas Ordens de Serviço para investigação de tais infortúnios. O RIT possui disposição
adicional sobre investigação de acidentes, que é a seguinte:

Art. 21. Caberá ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego promover a


investigação das causas de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, determinando
as medidas de proteção necessárias.

XV - realizar auditorias e perícias e emitir laudos, pareceres e relatórios;

XXI - elaborar relatórios de suas atividades, nos prazos e formas previstos em instruções
expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho;

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O resultado das fiscalizações deve ser formalizado em sistema informatizado do MTb e, quando for o caso,
devem ser elaborados relatórios para encaminhamento ao Ministério Público Federal, Ministério Público do
Trabalho, Polícia Federal, etc.

XVI - solicitar, quando necessário ao desempenho de suas funções, o auxílio da autoridade


policial;

A solicitação de apoio policial geralmente ocorre quando o AFT é impedido de acessar o estabelecimento do
empregador. É uma situação atípica, que ocorre poucas vezes (comigo nunca aconteceu).

Em vista da natureza peculiar de determinadas ações fiscais, como o combate ao trabalho escravo em regiões
distantes, é comum a solicitação de acompanhamento das Polícias Federal ou Rodoviária Federal.

XVII - lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção;

O Termo de Compromisso é o que formaliza o procedimento especial para a ação fiscal, conforme previsto
na CLT. Falaremos sobre isto mais adiante, pois envolve outro trecho do RIT.

XVIII - lavrar autos de infração por inobservância de disposições legais;

A regra é a seguinte: identificada a irregularidade, o AFT deve lavrar o correspondente Auto de Infração (AI).
Sobre esta regra e suas exceções falaremos mais adiante, comentando os correspondentes artigos da CLT.

XIX - analisar processos administrativos de auto de infração, notificações de débitos ou


outros que lhes forem distribuídos;

Alguns AFT não realizam a atividade rotineira de fiscalização de empresas, pois são incumbidos das análises
de processos Autos de Infração lavrados por outros AFT (e respectivas defesas apresentadas pelos
empregadores autuados).

Há também Auditores-Fiscais que analisam as Notificações de Débito do Fundo de Garantia e da Contribuição


Social – NDFC.

A atividade destes Auditores consiste em avaliar a regularidade destes documentos fiscais. Feita a análise, o
Auditor irá opinar pela subsistência (ou insubsistência), para a posterior decisão da autoridade competente
sobre a imposição de multa ao administrado.

XX - devolver, devidamente informados os processos e demais documentos que lhes forem


distribuídos, nos prazos e formas previstos em instruções expedidas pela autoridade
nacional competente em matéria de inspeção do trabalho;

A fiscalização tem várias origens: conforme o planejamento, solicitações de outros órgãos, denúncias de
sindicatos, denúncias de empregados, etc.

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Quando o AFT receber um processo ou documento que contenha informações ou fatos a serem apurados
sob ação fiscal, findo o prazo estabelecido deverá devolver à chefia o expediente recebido, com as devidas
conclusões.

XXII - levar ao conhecimento da autoridade competente, por escrito, as deficiências ou


abusos que não estejam especificamente compreendidos nas disposições legais;

Esta alínea trata de casos em que o Auditor-Fiscal verifique situações não tipificadas que considere como
abusos.

O encaminhamento à autoridade competente objetiva que esta situação seja analisada por quem de direito
para, eventualmente, vir a ensejar alteração normativa que aumente a proteção dos trabalhadores contra
abusos do empregador.

XXIII - atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos planejamentos


nacional e regional.

A ação dos AFT decorre de planejamento realizado institucionalmente, e neste contexto a atuação funcional
do Auditor deve respeitar as prioridades estabelecidas pelo escalão superior.

----

Antes de iniciar o próximo tópico, aproveito para destacar que a Lei 14.261/2021 instituiu o “Domicílio
Eletrônico Trabalhista”, que consiste em um sistema que busca facilitar a notificação de empregadores pelo
Ministério do Trabalho:

Art. 628-A. Fica instituído o Domicílio Eletrônico Trabalhista, regulamentado pelo


Ministério do Trabalho e Previdência, destinado a:

I - cientificar o empregador de quaisquer atos administrativos, ações fiscais, intimações e


avisos em geral; e

II - receber, por parte do empregador, documentação eletrônica exigida no curso das ações
fiscais ou apresentação de defesa e recurso no âmbito de processos administrativos.

Interessante é que as comunicações eletrônicas realizadas pelo Domicílio Eletrônico Trabalhista dispensam
a sua publicação no Diário Oficial da União e o envio por via postal e são consideradas pessoais para todos
os efeitos legais. Nesse sentido, a ciência pelo sistema, com utilização de certificação digital ou de código de
acesso, possuirá os requisitos de validade.

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2.1.2. Modalidades de fiscalização

Existem diferentes maneiras de se proceder à fiscalização trabalhista, e também diferentes origens da


demanda que justificou a ação fiscal. Inicialmente vejamos as disposições do RIT:

Art. 30. Poderão ser estabelecidos procedimentos de fiscalização indireta, mista, ou outras
que venham a ser definidas em instruções expedidas pela autoridade nacional competente
em matéria de inspeção do trabalho.

§ 1º Considera-se fiscalização indireta aquela realizada por meio de sistema de notificações


para apresentação de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do
Trabalho e Emprego.

§ 2º Poderá ser adotada fiscalização indireta:

I - na execução de programa especial para a ação fiscal; ou

II - quando o objeto da fiscalização não importar necessariamente em inspeção no local de


trabalho.

§ 3º Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita ao local de trabalho e


desenvolvida mediante notificação para apresentação de documentos nas unidades
descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego.

As modalidades de fiscalização foram enumeradas por meio da Portaria MTPS 547, de outubro de 2021, que
revogou a Portaria 643/2016, cujo regramento pode ser mais bem visualizado da seguinte maneira:

Modalidade de
Descrição
fiscalização

Modalidade na qual ocorre pelo menos uma visita no estabelecimento do


empregador.
Fiscalização direta ›››
Ou resulta do planejamento do órgão ou é destinada ao atendimento de
demanda externa.

É aquela que envolve apenas análise documental, a partir de notificações


Fiscalização indireta ›››
aos empregadores.

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É aquela decorrente da constatação de grave e iminente risco à saúde e


Fiscalização imediata ››› segurança dos trabalhadores, que obriga a comunicação à chefia técnica
imediata.

É aquela resultante de OS originada de notícia sobre a ocorrência de


Fiscalização para
acidente de trabalho grave ou fatal, que tem como objetivo a coleta de
análise de acidente do ›››
dados e informações para identificação do conjunto de fatores causais
trabalho
envolvidos na gênese do acidente.

Percebe-se que a “fiscalização por denúncia”, que existia na vigência da Portaria 546/2010, não foi mais
trazida nas últimas portarias sobre o tema.

Além disso, fazendo uma comparação entre o RIT e a Portaria MTPS 547/2021 vemos que a identificação
tem ligeiras diferenciações, tendo em vista o critério para a designação das demandas.

O RIT trata mais do modus operandi na ação fiscal, enquanto o Portaria se preocupa com a natureza e a
origem da demanda. Sobre a maneira como o RIT distinguiu as ações fiscais, podemos resumir no quadro
abaixo:

Modalidade de
Descrição
fiscalização
O AFT procede à verificação física no estabelecimento, entrevistando
Fiscalização
››› empregados e observando as condições de trabalho, analisando
direta posteriormente a documentação necessária no próprio estabelecimento.

É realizada por meio de sistema de notificações para apresentação de


documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e
Emprego. A empresa é notificada pelo MTb (pelos Correios) para que, em dia
e horário marcados, apresente os documentos requeridos; neste caso, não
Fiscalização
››› há verificação física na empresa. Ocorre na execução de programa especial
indireta para a ação fiscal e quando o objeto da fiscalização não importar
necessariamente em inspeção no local de trabalho (exemplo desta última
hipótese: fiscalização do atributo FGTS, que somente demanda consulta a
sistemas informatizados e análise documental).

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Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita ao local de


trabalho e desenvolvida mediante notificação para apresentação de
documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e
Fiscalização Emprego. É a mais comum, pois analisar documentação na própria empresa,
›››
mista geralmente, é inviável. Aqui o AFT faz a verificação física e, posteriormente,
a empresa leva os documentos solicitados até a unidade do MTb, em dia e
horário marcados pelo AFT na correspondente Notificação para
Apresentação de Documentos (NAD).

2.1.3. Lavratura de Autos de Infração

A regra é que, identificada a irregularidade durante a ação fiscal, seja lavrado o correspondente Auto de
Infração (AI).

Segue abaixo o dispositivo da CLT que vincula a lavratura do AI:

CLT, art. 628. Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A, a toda verificação em que o Auditor-
Fiscal do Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal deve corresponder,
sob pena de responsabilidade administrativa, a lavratura de auto de infração.

Nesta linha, se o AFT, através de verificação física e análise documental, identifica empregados sem registro,
atraso de salário, excesso de jornada, irregularidade na concessão de intervalo intrajornada, irregularidade
na concessão de intervalo intrajornada, concessão extemporânea de férias, falta de recolhimento do FGTS e
quitação de verbas rescisórias fora do prazo, deverá, em princípio, lavrar os 8 Autos de Infração
correspondentes a estas infrações.

Caso o AFT identifique total descumprimento das NR 6 (EPI), 7 (PCMSO) e 9 (PPRA), por exemplo, lá se vão
algumas dezenas de Autos de Infração.

Vejam que o art. 628 inclui a palavra “toda” e, após, admite as exceções legais, que são a dupla visita (art.
627) e o procedimento especial para a ação fiscal (art. 627-A).

O RIT possui regra similar, conforme disposto abaixo:

Decreto 4.552/02, art. 24. A toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir
pela existência de violação de preceito legal deve corresponder, sob pena de
responsabilidade, a lavratura de auto de infração, ressalvado o disposto no art. 23 [dupla
visita] e na hipótese de instauração de procedimento especial de fiscalização.

Parágrafo único. O auto de infração não terá seu valor probante condicionado à assinatura
do infrator ou de testemunhas e será lavrado no local da inspeção, salvo havendo motivo
justificado que será declarado no próprio auto, quando então deverá ser lavrado no prazo
de vinte e quatro horas, sob pena de responsabilidade.

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A previsão do parágrafo único é importante porque, geralmente, o local da fiscalização não é adequado para
a lavratura dos Autos. Por este motivo, nem sempre o AI é lavrado no local da inspeção (é o caso, por
exemplo, da fiscalização mista).

Nestes casos, no campo “Histórico” do Auto de Infração o AFT descreve o motivo pelo qual o AI foi lavrado
fora do local da inspeção.

Outro aspecto a ser destacado é que o AI não terá seu valor probante condicionado à assinatura do infrator
ou de testemunhas.

Isto significa que se, por exemplo, o empregador autuado se recusar a receber o AI, isto não o invalidará: o
AFT poderá encaminhar o documento pelos correios, com Aviso de Recebimento (AR), que será anexado ao
processo.

Sobre o local da lavratura de documentos fiscais, além desta regra que vimos quanto aos Autos de Infração,
existe também outra relativa às Notificações de débito:

Art. 25. As notificações de débitos e outras decorrentes da ação fiscal poderão ser lavradas,
a critério do Auditor-Fiscal do Trabalho, no local que oferecer melhores condições.

Percebe-se, desta maneira, que aqui não há a necessidade de justificar o motivo da não lavratura no local da
inspeção.

 Dupla visita

Algumas situações tipificadas em lei limitam a imposição de Autos de Infração a quem descumpre a legislação
trabalhista. Nestes casos, ao invés de aplicar os Autos (que se converteriam em multas administrativas), o
enfoque da fiscalização deverá ser prioritariamente orientativo.

Para tratar do tema dupla visita falaremos sobre a CLT, o RIT, a Lei Complementar 123/06 e a Lei 10.593/2002
(que foi alterada pela LC 150, em 2015).

Inicialmente vejamos a disposição celetista:

CLT, art. 627 - A fim de promover a instrução dos responsáveis no cumprimento das leis de
proteção do trabalho, a fiscalização deverá observar o critério de dupla visita nos seguintes
casos:

a) quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções


ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a
instrução dos responsáveis;

b) em se realizando a primeira inspeção dos estabelecimentos ou dos locais de trabalho,


recentemente inaugurados ou empreendidos.

Assim, vemos que a CLT impôs regras gerais, que necessitavam ser mais bem delineadas; o que é “lei nova”?
E o que seria estabelecimento “recentemente inaugurado”?

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O RIT (Decreto 4.552/02) definiu estes comandos gerais da seguinte maneira, estendendo, também, as
hipóteses de cabimento da dupla visita:

Art. 23. Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e advertir as pessoas


sujeitas à inspeção do trabalho e os trabalhadores quanto ao cumprimento da legislação
trabalhista, e observarão o critério da dupla visita nos seguintes casos:

I - quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções


ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a
instrução dos responsáveis;

II - quando se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho


recentemente inaugurados ou empreendidos;

Estes dois incisos apenas reproduziram o que já estava previsto a CLT. A definição do prazo em que aplicável
a dupla visita consta do parágrafo 1º deste mesmo artigo, que segue abaixo:

§ 1º A autuação pelas infrações não dependerá da dupla visita após o decurso do prazo de
noventa dias da vigência das disposições a que se refere o inciso I ou do efetivo
funcionamento do novo estabelecimento ou local de trabalho a que se refere o inciso II.

Desta maneira, somente durante os primeiros 90 dias de vigência da nova lei ou dos primeiros 90 dias do
efetivo funcionamento do novo estabelecimento é que caberá a dupla visita.

No entanto, se estivermos diante da inauguração de uma filial de matriz preexistente ou da inauguração de


estabelecimento resultante de sucessão empresarial, não se aplicará o referido critério, caso a filial ou a
sucedida tenha sido anteriormente fiscalizada:

PN 118/SIT-MTb. DUPLA VISITA. MATRIZ E FILIAIS. SUCESSÃO TRABALHISTA. GRUPO


ECONÔMICO.

I - Não se aplica o critério da dupla visita:

a) À matriz e às filiais, desde que qualquer uma delas tenha sido anteriormente fiscalizada;

b) À empresa sucessora, desde que a sucedida tenha sido anteriormente fiscalizada;

Indo adiante...

III - quando se tratar de estabelecimento ou local de trabalho com até dez trabalhadores,
salvo quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou de anotação
da CTPS, bem como na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à
fiscalização; e

Aqui o RIT trouxe uma exceção e, também, uma exceção da exceção ;-)

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Ou seja: em geral, pequenos estabelecimentos estão abrangidos pela dupla visita, salvo se as irregularidades
forem as descritas no inciso acima.

Assim, mesmo que se trate de uma empresa com um empregado, se este estiver sem registro, deverá ser
lavrado o correspondente Auto de Infração.

Outra exceção à dupla visita foi positivada na CLT por meio da reforma trabalhista. Assim, buscou-se deixar
claro que a falta de anotação do empregado no livro de registro constitui exceção à dupla visita:

CLT, art. 47. O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do art. 41
desta Consolidação [livro de registro de empregado] ficará sujeito a multa no valor de R$
3.000,00 (três mil reais) por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada
reincidência.

(..)

§ 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceção ao critério da dupla
visita.

Nesse sentido, a disposição inserida pela Lei 13.467/2017 coaduna-se com que já dispunha a Lei 10.593, que
estrutura a carreira dos Auditores-Fiscais do Trabalho (AFT):

Lei 10.593/2002, art. 11-A, § 2º Será observado o critério de dupla visita para lavratura de
auto de infração, salvo quando for constatada infração por falta de anotação na Carteira
de Trabalho e Previdência Social ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude,
resistência ou embaraço à fiscalização.

A disposição do art. 23, III, do RIT já se encontrava disposta na Lei 7.885/89, de modo idêntico:

Lei 7.885/89, art. 6º, § 3º Será observado o critério de dupla visita nas empresas com até
dez empregados, salvo quando for constatada infração por falta de registro de empregado,
anotação de sua Carteira de Trabalho e Previdência Social e na ocorrência de fraude,
resistência ou embaraço à fiscalização.

Ainda quanto a este inciso III é oportuno mencionar o § 2º do mesmo artigo:

§ 2º Após obedecido o disposto no inciso III, não será mais observado o critério de dupla
visita em relação ao dispositivo infringido.

Caso, por exemplo, tenha sido identificada concessão de férias após o período concessivo, a empresa com
até dez trabalhadores (desde que não tenha havido fraude, resistência ou embaraço à fiscalização) será
orientada.

Conforme o dispositivo acima, se, em nova ação fiscal, a mesma irregularidade for identificada, não caberá
a dupla visita.

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IV - quando se tratar de microempresa e empresa de pequeno porte, na forma da lei


específica.

Neste item o legislador buscou impor viés orientativo quando cabível, às microempresas (ME) e empresas
de pequeno porte (EPP).

A lei específica mencionada no RIT, atualmente, é a Lei Complementar 123/2006, que instituiu o Estatuto
Nacional da Microempresa (ME) e da Empresa de Pequeno Porte (EPP) e dá outras providências.

Sobre isto a Lei Complementar 123/2006 prevê o seguinte:

LC 123/2006, art. 55. A fiscalização, no que se refere aos aspectos trabalhista, metrológico,
sanitário, ambiental, de segurança, de relações de consumo e de uso e ocupação do solo
das microempresas e das empresas de pequeno porte, deverá ser prioritariamente
orientadora quando a atividade ou situação, por sua natureza, comportar grau de risco
compatível com esse procedimento.

§ 1º Será observado o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração, salvo
quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou anotação da Carteira
de Trabalho e Previdência Social - CTPS, ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude,
resistência ou embaraço à fiscalização.

Frise-se que a própria Lei (art. 55, caput) indicou que caberá a natureza orientadora da fiscalização quando
a situação comportar grau de risco compatível com esse procedimento.

Nesse sentido, vale destacar a Portaria 396/2021, que sistematizou as situações incompatíveis com a
fiscalização orientadora de MEs e EPPs, constituindo exceção à dupla visita para tais empresas:

Art. 2º O benefício da dupla visita não será aplicado quando constatado trabalho em
condições análogas às de escravo ou trabalho infantil, bem como para as infrações
relacionadas a:

I - atraso no pagamento de salário;

II - acidente de trabalho, no que tange aos fatores diretamente relacionados ao evento,


com consequência:

a) Significativa: lesão à integridade física e/ou à saúde, que implique em incapacidade


temporária por prazo superior a 15 (quinze) dias;

b) Severa: que prejudique a integridade física e/ou a saúde, provocando lesão ou sequela
permanentes; ou

c) Fatal.

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III - risco grave e iminente à segurança e saúde do trabalhador, conforme irregularidades


indicadas em Relatório Técnico, nos termos da Norma Regulamentadora NR 3, aprovada
pela Portaria SEPRT nº 1.068, de 23 de setembro de 2019;

IV - descumprimento de embargo ou interdição.

Seguindo adiante:

§ 3º A dupla visita será formalizada em notificação, que fixará prazo para a visita seguinte,
na forma das instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de
inspeção do trabalho.

Este é o §3º do mesmo artigo 23 (falamos dos outros 2 parágrafos ao longo dos comentários sobre as suas
alíneas).

Como descrito no parágrafo, caberá formalização da dupla visita, fixando prazo para a visita seguinte.

Além dessas hipóteses de dupla visita, a Lei dos Domésticos (LC 150) alterou a Lei 10.593/2002, para indicar
que a fiscalização do trabalho doméstico por parte dos AFT terá caráter orientadora e observará o critério
da dupla visita:

Lei 10.593/2002, art. 11-A. A verificação, pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, do cumprimento


das normas que regem o trabalho do empregado doméstico, no âmbito do domicílio do
empregador, dependerá de agendamento e de entendimento prévios entre a fiscalização
e o empregador.

§ 1º A fiscalização deverá ter natureza prioritariamente orientadora.

§ 2º Será observado o critério de dupla visita para lavratura de auto de infração, salvo
quando for constatada infração por falta de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência
Social ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à
fiscalização.

§ 3º Durante a inspeção do trabalho referida no caput, o Auditor-Fiscal do Trabalho far-se-


á acompanhar pelo empregador ou por alguém de sua família por este designado.

É importante destacar, ainda, o Precedente Normativo 118 da SIT/MTb, publicado em 2018, que firma
entendimentos sobre o critério da dupla visita em situações de sucessão empresarial, de grupo econômico
e a relações matriz/filial:

DUPLA VISITA. MATRIZ E FILIAIS. SUCESSÃO TRABALHISTA. GRUPO ECONÔMICO.

I - Não se aplica o critério da dupla visita:

a) À matriz e às filiais, desde que qualquer uma delas tenha sido anteriormente fiscalizada;

b) À empresa sucessora, desde que a sucedida tenha sido anteriormente fiscalizada;

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II - Não se considera empreendimento recém-inaugurado a filial ou sucessora cuja matriz


ou sucedida estejam em funcionamento há mais de 90 (noventa) dias.

III - O critério da dupla visita será observado individualmente em relação a cada uma das
empresas integrantes do grupo econômico.

REFERÊNCIA NORMATIVA: art. 23, inciso II, parágrafos 1º e 2º do Decreto nº 4.552/02.

Vejamos agora as disposições sobre o procedimento especial para a ação fiscal, que também representa
exceção à regra de que a toda irregularidade deverá ser lavrado o AI.

 Procedimento especial para a ação fiscal

O procedimento especial para a ação fiscal está previsto na CLT, nos seguintes termos:

CLT, art. 627-A. Poderá ser instaurado procedimento especial para a ação fiscal,
objetivando a orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como
a prevenção e o saneamento de infrações à legislação mediante Termo de Compromisso,
na forma a ser disciplinada no Regulamento da Inspeção do Trabalho.

No RIT, as disposições são as seguintes:

Art. 27. Considera-se procedimento especial para a ação fiscal aquele que objetiva a
orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção
e o saneamento de infrações à legislação.

Art. 28. O procedimento especial para a ação fiscal poderá ser instaurado pelo Auditor-
Fiscal do Trabalho quando concluir pela ocorrência de motivo grave ou relevante que
impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista por pessoas ou setor
econômico sujeito à inspeção do trabalho, com a anuência da chefia imediata.

Neste contexto, podemos verificar que a legislação estabeleceu uma situação bastante genérica para o
cabimento do procedimento especial para a ação fiscal: ocorrência de motivo grave ou relevante que
impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista.

Podemos imaginar, por exemplo, o caso de um segmento econômico que foi duramente afetado por alguma
crise e, por este motivo, as empresas que o compõem passaram a pagar salário em atraso e deixar de
recolher o FGTS.

Sobre o caput do art. 28, note-se que a instauração do procedimento depende do juízo de oportunidade e
conveniência do AFT que esteja atuando naquele segmento e, também, da anuência da chefia imediata.

Art. 29. A chefia de fiscalização poderá, na forma de instruções expedidas pela autoridade
nacional competente em matéria de inspeção do trabalho, instaurar o procedimento
especial sempre que identificar a ocorrência de:

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I - motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação


trabalhista pelo tomador ou intermediador de serviços;

II - situação reiteradamente irregular em setor econômico.

Parágrafo único. Quando houver ação fiscal em andamento, o procedimento especial de


fiscalização deverá observar as instruções expedidas pela autoridade nacional competente
em matéria de inspeção do trabalho.

Este dispositivo consolida o que comentamos anteriormente: cabe à chefia imediata a instauração do
procedimento especial, nas hipóteses elencadas pela legislação.

Art. 28, § 1º O procedimento especial para a ação fiscal iniciará com a notificação, pela
chefia da fiscalização, para comparecimento das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, à
sede da unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego.

Nas fiscalizações em geral, como vimos, o AFT faz a verificação física nas dependências da empresa e solicita
a documentação para análise.

Aqui, entretanto, a lógica não é essa. Instaurado o procedimento especial para a ação fiscal, é a chefia que
notificará (geralmente pelos Correios) as empresas para comparecimento na unidade do MTb (SRTE ou
GRTE).

§ 2º A notificação deverá explicitar os motivos ensejadores da instauração do


procedimento especial.

A Notificação encaminhada pela chefia irá explicitar os motivos da instauração do procedimento especial,
que serão relacionados às irregularidades trabalhistas identificadas naquele ramo da economia (atraso de
salários, falta de recolhimento de FGTS, falta de registro em CTPS, problemas de segurança e saúde no
trabalho, etc.).

§ 3º O procedimento especial para a ação fiscal destinado à prevenção ou saneamento de


infrações à legislação poderá resultar na lavratura de termo de compromisso que estipule
as obrigações assumidas pelo compromissado e os prazos para seu cumprimento.

Feitas as reuniões e esclarecimentos sobre os problemas identificados, os representantes das empresas


atingidas pelo procedimento irão, quando for o caso, ser notificados a assinar termo de compromisso.

Este termo irá indicar quais são os problemas e as obrigações a que as partes pactuantes se obrigarão
(obrigações de fazer e/ou de não fazer).

§ 4º Durante o prazo fixado no termo, o compromissado poderá ser fiscalizado para


verificação de seu cumprimento, sem prejuízo da ação fiscal em atributos não
contemplados no referido termo.

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Vimos que o procedimento especial não será instaurado aleatoriamente: ele terá lugar quando da ocorrência
de motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista.

Deste modo, em havendo êxito na lavratura do termo de compromisso, não serão necessariamente lavrados
os Autos de Infração cabíveis.

Apesar disto, o procedimento especial se circunscreve aos atributos trabalhistas contidos em suas cláusulas,
não havendo qualquer óbice à fiscalização e autuação de irregularidades não contempladas no referido
termo

Exemplo: o procedimento especial se relacionava a atraso de salário e a empresa foi fiscalizada, tendo sido
identificado excesso de jornada e falta de concessão de intervalos: a lavratura dos correspondentes Autos
não será prejudicada pela existência do termo de compromisso.

§ 5º Quando o procedimento especial para a ação fiscal for frustrado pelo não-atendimento
da convocação, pela recusa de firmar termo de compromisso ou pelo descumprimento de
qualquer cláusula compromissada, serão lavrados, de imediato, os respectivos autos de
infração, e poderá ser encaminhando relatório circunstanciado ao Ministério Público do
Trabalho.

Aqui se trata da frustração do procedimento especial, pelos motivos expostos no parágrafo. Nestes casos,
como as irregularidades foram identificadas, todos os Autos deverão ser lavrados.

O dispositivo cita, ainda, encaminhamento de relatório ao Ministério Público do Trabalho (MPT). É frequente
a interação entre MTb e MPT, e, além disso, cite-se que o MPT também busca a resolução de problemas
específicos por meio de procedimentos nominados Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Para fins de prova, é importante saber que o termo de compromisso firmado nos termos do RIT não é
sinônimo do TAC firmado pelo MPT.

§ 6º Não se aplica o procedimento especial de saneamento às situações de grave e iminente


risco à saúde ou à integridade física do trabalhador.

O termo de compromisso se aplica nos casos em que seja identificada irregularidade que comporte a
concessão de prazo para sua regularização (onde, inclusive, nem haverá autuação).

Quando a irregularidade (notadamente na seara da segurança e saúde no trabalho) for configurada como
risco grave e iminente, incabível a concessão de prazo para sua regularização.

Nestas hipóteses, cabe ao AFT embargar a obra ou interditar a máquina, equipamento, setor de serviço, etc.

Para facilitar a memorização do conteúdo que foi estudado até agora sobre lavratura de Autos de Infração
elaborei um esquema compilando as regras mais importantes:

Lavratura de Autos de Infração

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Regra

CLT, art. 628. Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A, a toda verificação em que o Auditor-Fiscal do
Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal deve corresponder (...) a lavratura
de auto de infração.
Exceções

Procedimento especial
Dupla visita
para a ação fiscal

CLT, art. 627-A. Poderá ser


instaurado procedimento
Promulgação ou expedição especial para a ação fiscal,
Prazo de 90 dias, a contar da
de novas leis, regulamentos »» objetivando a orientação
vigência do novo normativo.
ou instruções ministeriais. sobre o cumprimento das
leis de proteção ao
trabalho, (...)
Primeira inspeção nos
Prazo de 90 dias, a contar
estabelecimentos
»» do efetivo funcionamento
recentemente inaugurados
do novo estabelecimento.
ou empreendidos.

Estabelecimento ou local de
trabalho com até dez »» Ressalva é feita quanto a
trabalhadores. registro e anotação em
CTPS, reincidência, fraude,
Trabalho doméstico »» resistência ou embaraço à
fiscalização.
ME/EPP »»

Ainda sobre o assunto Auto de Infração, consta da CLT previsão de sua lavratura em duas vias, sendo uma
entregue ao empregador autuado:

CLT, art. 629 - O auto de infração será lavrado em duplicata, nos termos dos modelos e
instruções expedidos, sendo uma via entregue ao infrator, contra recibo, ou ao mesmo
enviada, dentro de 10 (dez) dias da lavratura, sob pena de responsabilidade, em registro
postal, com franquia e recibo de volta.

Atualmente os Autos de Infração (AI) são lavrados em três vias, de modo que uma delas fique de posse do
AFT autuante, para controle.

O dispositivo da CLT, entretanto, ainda fala de apenas duas vias (uma do processo administrativo e outra do
autuado).

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2.1.3. Disposições gerais

Neste tópico falaremos sobre os dispositivos finais do RIT e, também, de alguns outros assuntos constantes
da CLT.

 Passe livre

O passe livre representa a possibilidade do AFT, no uso de suas atribuições, ficar isento do pagamento de
pedágio e tarifas de empresas de transporte.

A previsão celetista é a seguinte:

CLT, art. 630, § 5º - No território do exercício de sua função, o agente da inspeção gozará
de passe livre nas empresas de transportes, públicas ou privadas, mediante a apresentação
da carteira de identidade fiscal.

O RIT, à semelhança da disposição da CLT, estabeleceu que

Decreto 4.552/02, art. 34. As empresas de transportes de qualquer natureza, inclusive as


exploradas pela União, Distrito Federal, Estados e Municípios, bem como as
concessionárias de rodovias que cobram pedágio para o trânsito concederão passe livre
aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, no
território nacional em conformidade com o disposto no art. 630, § 5º, da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), mediante a apresentação da Carteira de Identidade Fiscal.

Parágrafo único. O passe livre a que se refere este artigo abrange a travessia realizada em
veículos de transporte aquaviário.

 Livro de Inspeção do Trabalho

A previsão sobre obrigatoriedade do Livro de Inspeção do Trabalho foi incluído na CLT em 1967:

CLT, art. 628, § 1º Ficam as empresas obrigadas a possuir o livro intitulado "Inspeção do
Trabalho", cujo modelo será aprovado por portaria Ministerial.

§ 2º Nesse livro, registrará o agente da inspeção sua visita ao estabelecimento, declarando


a data e a hora do início e término da mesma, bem como o resultado da inspeção, nele
consignando, se for o caso, todas as irregularidades verificadas e as exigências feitas, com
os respectivos prazos para seu atendimento, e, ainda, de modo legível, os elementos de
sua identificação funcional.

À época da instituição desta obrigação legal o uso de computadores, internet e sistemas informatizados eram
bastante restritos, e atualmente todos os registros de ações fiscais (irregularidades identificadas, Autos de
Infração lavrados, FGTS recolhido, etc.) são registrados em sistema informatizado do MTb.

Apesar disto, o citado artigo continua em vigor, e as empresas em geral são obrigadas a manter tal livro.

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Uma exceção à obrigatoriedade de posse do Livro de Inspeção do Trabalho (LIT) recai sobre as ME/EPP, em
face da já mencionada LC 123/06, que as isentou de tal obrigação:

LC 123/06, art. 51. As microempresas e as empresas de pequeno porte são dispensadas:

(...)

IV - da posse do livro intitulado “Inspeção do Trabalho”.

 Vedações ao AFT

Ao seu final, o RIT dispõe sobre condutas vedadas ao Auditor-Fiscal do Trabalho.

Segue abaixo o artigo 35, com os correspondentes comentários:

Art. 35. É vedado aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança
do Trabalho:

I - revelar, sob pena de responsabilidade, mesmo na hipótese de afastamento do cargo, os


segredos de fabricação ou comércio, bem como os processos de exploração de que tenham
tido conhecimento no exercício de suas funções;

O AFT, ao proceder à verificação física nas empresas, entrevista os empregados e tem contato com o
maquinário utilizado, métodos e processos de trabalho, etc., tudo com o objetivo de identificar potenciais
problemas que possam causar danos à integridade dos trabalhadores.

O que este inciso impede é que o AFT revele a terceiros os segredos de fabricação e comércio de que tenha
tomado conhecimento ao inspecionar os estabelecimentos fiscalizados.

II - revelar informações obtidas em decorrência do exercício das suas competências;

Este inciso tem o mesmo raciocínio do anterior, mas é mais amplo: não trata apenas de segredos de
fabricação ou processos de exploração, e sim das informações em geral que tenha adquirido sobre a empresa
fiscalizada.

III - revelar as fontes de informações, reclamações ou denúncias; e

Em alguns casos o AFT recebe denúncias de empregados contra seu empregador, e com base neste inciso
seria vedado ao AFT, por exemplo, revelar a identidade do denunciante à empresa para evitar retaliação.

IV - inspecionar os locais em que tenham qualquer interesse direto ou indireto, caso em


que deverão declarar o impedimento.

Caso seja repassada ao AFT Ordem de Serviço que contemple empresa com a qual este tenha algum interesse
direto ou indireto, deverá declarar-se impedido, para evitar que a ação fiscal deixe de ser imparcial.

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É o caso, por exemplo, do AFT ser designado para fiscalizar empresa da qual seja sócio.

Este é um entendimento análogo ao que existe na Lei 9.784/90, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal (estudamos sobre isso em Direito Administrativo):

Lei 9.784/99, art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou


autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou


se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro
grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo


cônjuge ou companheiro.

Lei 9.784/99, art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve
comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.

RIT, art. 35, parágrafo único. Os Auditores Fiscais do Trabalho e os Agentes de Higiene e
Segurança do Trabalho responderão civil, penal e administrativamente pela infração ao
disposto neste artigo.

Este parágrafo único ressalta o que já está previsto na Lei 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais (também objeto de
estudo em Direito Administrativo):

Lei 8.112/90, art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo
exercício irregular de suas atribuições.

Art. 36. Configura falta grave o fornecimento ou a requisição de Carteira de Identidade


Fiscal para qualquer pessoa não integrante do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.

Parágrafo único. É considerado igualmente falta grave o uso da Carteira de Identidade


Fiscal para fins outros que não os da fiscalização.

É com base na CIF que o administrado tomará ciência da pessoa do Auditor-Fiscal, no uso de suas atribuições.
Sendo assim, incabível fornecer a CIF para terceiros, que podem se fazer passar por AFT perante os
empregadores.

Além desta falta grave, o parágrafo único destaca que igualmente será grave o uso da CIF para fins outros
que não os da fiscalização.

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Cito como exemplo desta falta grave o uso da CIF, durante as férias, para tentar não pagar pedágio em viagem
de turismo.

 Vedações impostas às autoridades de direção do MTb

O artigo 19, em suas 3 alíneas, enumera condutas vedadas às autoridades de direção (Diretores,
Coordenadores, Superintendentes, etc.) do MTb:

Art. 19. É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho e Emprego:

I - conferir aos Auditores-Fiscais do Trabalho encargos ou funções diversas das que lhes são
próprias, salvo se para o desempenho de cargos de direção, de funções de chefia ou de
assessoramento;

O AFT deve exercer as atribuições próprias da carreira, conforme definidas na CLT e no próprio Regulamento
de Inspeção do Trabalho.

A exceção aberta no inciso diz respeito aos casos em que o Auditor-Fiscal é nomeado para cargos definidos
em lei como livre nomeação e exoneração, de que são exemplos os de Direção e Assessoramento Superiores
(DAS) e funções de confiança (FG).

II - interferir no exercício das funções de inspeção do trabalho ou prejudicar, de qualquer


maneira, sua imparcialidade ou a autoridade do Auditor-Fiscal do Trabalho; e

O AFT deve atuar, em todas as fiscalizações, de maneira técnica, tomando as decisões necessárias sem
interferências indevidas.

Nesta linha, as ações fiscais não devem sofrer ingerências políticas de ocupantes de cargos de direção, cujas
atribuições não estão relacionadas à fiscalização, até porque a maioria dos ocupantes de determinados
cargos em comissão sequer compõe a carreira da Auditoria-Fiscal do Trabalho.

III - conferir qualquer atribuição de inspeção do trabalho a servidor que não pertença ao
Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.

Se a legislação definiu as atribuições do AFT, seria ilegal atribuir as competências relacionadas à inspeção do
trabalho a terceira pessoa, inclusive porque esta medida caracterizaria desvio de função.

 Solicitação de auxílio de especialistas

Quando a verificação da regularidade de determinado atributo seja muito complexo e demande


conhecimento especializado, é possível ao AFT solicitar o apoio de especialistas ou laboratórios:

Art. 22. O Auditor-Fiscal do Trabalho poderá solicitar o concurso de especialistas e técnicos


devidamente qualificados, assim como recorrer a laboratórios técnico-científicos
governamentais ou credenciados, a fim de assegurar a aplicação das disposições legais e
regulamentares relativas à segurança e saúde no trabalho.

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Esta situação pode se dar, por exemplo, para a verificação dos requisitos técnicos dos equipamentos de
proteção individual. Neste aspecto ressalte-se que, na estrutura do MTb, existe a FUNDACENTRO, que é uma
fundação cujas atribuições se relacionam com pesquisa científica e tecnológica na área de segurança e saúde
no trabalho.

 Atividades auxiliares à inspeção do trabalho

Nos seus artigos 31 e 32 o RIT elenca as atividades auxiliares de apoio operacional à inspeção do trabalho, a
cargo dos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho.

Como dito no início da aula, a carreira de Agente de Higiene e Segurança do Trabalho está em extinção. O
RIT elenca as atividades que deveriam ser por eles desenvolvidas, como o levantamento de dados para fins
de cálculo dos coeficientes de frequência e gravidade dos acidentes, a avaliação quantitativa ou qualitativa
dos riscos ambientais, etc.

Este é um dos trechos do RIT que menos interessa à carreira de AFT, mas tem sido exigido nas provas da
ESAF.

O maior cuidado a ser tomado neste tópico é não confundir as atribuições do AFT com as dos Agentes de
Higiene.

No caso das atribuições do AFT fizemos um detalhamento, alínea por alínea, comentando os aspectos mais
relevantes. Aqui irei apenas enumerá-las, pois a cobrança tem sido literal.

Art. 31. São atividades auxiliares de apoio operacional à inspeção do trabalho, a cargo
dos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho:

I - levantamento técnico das condições de segurança nos locais de trabalho, com vistas à
investigação de acidentes do trabalho;

II - levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e gravidade


dos acidentes;

III - avaliação qualitativa ou quantitativa de riscos ambientais;

IV - levantamento e análise das condições de risco nas pessoas sujeitas à inspeção do


trabalho;

V - auxílio à realização de perícias técnicas para caracterização de insalubridade ou de


periculosidade;

VI - comunicação, de imediato e por escrito, à autoridade competente de qualquer


situação de risco grave e iminente à saúde ou à integridade física dos trabalhadores;

VII - participação em estudos e análises sobre as causas de acidentes do trabalho e de


doenças profissionais;

VIII - colaboração na elaboração de recomendações sobre segurança e saúde no trabalho;

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IX - acompanhamento das ações de prevenção desenvolvidas pela unidade


descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego;

X - orientação às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho sobre instalação e


funcionamento das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) e
dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho (SESMT);

XI - prestação de assistência às CIPA;

XII - participação nas reuniões das CIPA das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, como
representantes da unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego;

XIII - devolução dos processos e demais documentos que lhes forem distribuídos,
devidamente informados, nos prazos assinalados;

XIV - elaboração de relatório mensal de suas atividades, nas condições e nos prazos
fixados pela autoridade nacional em matéria de inspeção do trabalho; e

XV - prestação de informações e orientações em plantões fiscais na área de sua


competência.

3 – PROCESSO DE MULTAS ADMINISTRATIVAS


Inicialmente cumpre esclarecer que multa administrativa e Auto de Infração não são expressões sinônimas.

No contexto da inspeção do trabalho a multa administrativa será aplicada no processo administrativo que se
inicia com o Auto de Infração.

Como vimos, é atribuição do AFT lavrar autos de infração por inobservância de disposições legais (RIT, art.
18, XVII).

A imposição de penalidade, entretanto, é atribuição da autoridade regional, que atualmente é o


Superintendente Regional do Trabalho e Emprego:

CLT, art. 634 - Na falta de disposição especial, a imposição das multas incumbe às
autoridades regionais competentes em matéria de trabalho, na forma estabelecida por
este Título [Do Processo de Multas Administrativas].

Sendo assim, podemos concluir que os AFT lavram Autos de Infração, mas não cabe a eles aplicar penalidades
pecuniárias.

Outro aspecto a ser destacado é que, por motivo de erro ou vício diverso, o Auto de Infração poderá ser
declarado insubsistente, e neste caso não haverá imposição de multa ao empregador.

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Acerca da formalização do processo administrativo, a CLT dispõe o seguinte:

CLT, art. 629, § 2º Lavrado o auto de infração, não poderá ele ser inutilizado, nem sustado
o curso do respectivo processo, devendo o agente da inspeção apresentá-lo à autoridade
competente, mesmo se incidir em erro.

CLT, art. 629, § 4º O auto de infração será registrado com a indicação sumária de seus
elementos característicos, em livro próprio que deverá existir em cada órgão fiscalizador,
de modo a assegurar o controle do seu processamento.

Vê-se, portanto, que após sua lavratura o AI deve ser encaminhado, pelo AFT autuante, à sua chefia, que
providenciará a constituição do processo.

O “livro próprio” mencionado no §4º, atualmente, é um sistema informatizado por meio do qual o processo
é cadastrado e tem seu trâmite registrado eletronicamente.

Também existe previsão celetista quanto à possibilidade de interposição de defesa por parte do autuado:

CLT, art. 629, § 3º O infrator terá, para apresentar defesa, o prazo de 10 (dez) dias contados
do recebimento do auto.

Poderá compor o processo, portanto, a defesa apresentada pelo empregador contra quem foi lavrado o AI.
Esta é uma faculdade, e caberá ao autuado decidir por apresentar ou não defesa.

Há também previsão na CLT de que o autuado requeira audiência de testemunhas:

CLT, art. 632 - Poderá o autuado requerer a audiência de testemunhas e as diligências que
lhe parecerem necessárias à elucidação do processo, cabendo, porém, à autoridade, julgar
da necessidade de tais provas.

Transcorrido o prazo de 10 dias contados do recebimento do auto o processo é encaminhado para outro
AFT, que fará a análise do Auto de Infração (e da defesa, se houver).

Este AFT irá opinar pela subsistência ou in subsistência do AI, subsidiando a decisão da autoridade regional,
que julgará o Auto de Infração. Sendo procedente, será aplicada a multa administrativa.

Sobre a forma de se notificar o autuado quanto à multa aplicada, a CLT estabelece que

CLT, art. 636, § 2º - A notificação somente será realizada por meio de edital, publicada no
órgão oficial, quando o infrator estiver em lugar incerto e não sabido.

Com isso, o administrado atingido pela multa deve ser notificado pelos correios. Somente será admitida a
notificação por edital quando o infrator estiver em lugar incerto e não sabido (ocorre quando não é
encontrado endereço atualizado do empregador nos bancos de dados disponíveis).

Recebida a multa, o administrado terá a possibilidade de pagá-la com desconto ou apresentar recurso.

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Estas possibilidades constam do art. 636, caput e §6º:

CLT, art. 636. Os recursos devem ser interpostos no prazo de 10 (dez) dias, contados do
recebimento da notificação, perante autoridade que houver imposto a multa, a qual,
depois de os informar encaminhá-los-á à autoridade de instância superior.

§ 6º - A multa será reduzida de 50% (cinqüenta por cento) se o infrator, renunciando ao


recurso a recolher ao Tesouro Nacional dentro do prazo de 10 (dez) dias contados do
recebimento da notificação ou da publicação do edital.

Assim, se após a notificação (pelos correios ou por edital) o empregador pagar a multa em até 10 dias, poderá
se beneficiar do desconto de 50% do valor da multa; caso decida interpor recurso, terá o prazo de mais 10
dias (e perderá o desconto).

Para poder interpor recurso da multa aplicada, o administrado deve instruí-lo com o comprovante de
depósito da multa?

A previsão original da CLT dispunha que sim:

CLT, art. 636, § 1º - O recurso só terá seguimento se o interessado o instruir com a prova
do depósito da multa.

Entretanto, a jurisprudência entendeu que este dispositivo (exigência de depósito prévio para
admissibilidade de recurso) fere o contraditório e a ampla defesa, conforme previsto na CLT.

Por este motivo, o TST editou Súmula considerando que o art. 636, § 1º, da CLT não foi recepcionado pela
CF/88:

SUM-424 RECURSO ADMINISTRATIVO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE. DEPÓSITO


PRÉVIO DA MULTA ADMINISTRATIVA. NÃO RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO §
1º DO ART. 636 DA CLT

O §1º do art. 636 da CLT, que estabelece a exigência de prova do depósito prévio do valor
da multa cominada em razão de autuação administrativa como pressuposto de
admissibilidade de recurso administrativo, não foi recepcionado pela Constituição Federal
de 1988, ante a sua incompatibilidade com o inciso LV do art. 5º3.

Esta Súmula do TST foi editada após o STF publicar a Súmula Vinculante 21, cuja redação é a seguinte:

SÚMULA VINCULANTE Nº 21

3CF/88, art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

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É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para


admissibilidade de recurso administrativo.

Caso o administrado não pague a multa e não tenha interposto recurso (ou, se interpôs, o recurso foi julgado
improcedente), caberá à União cobrar a dívida.

Nestes casos, o débito é inscrito em dívida ativa para posterior cobrança judicial.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Assinale a opção incorreta.
(A) Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços, empresas, instituições, associações, órgãos
e entidades de qualquer natureza ou finalidade ficam obrigados a franquear, aos Auditores-Fiscais do
Trabalho, o acesso aos estabelecimentos, respectivas dependências e locais de trabalho e, desde que
notificados com antecedência mínima de vinte e quatro horas, exibir os documentos e materiais solicitados
para fins de inspeção do trabalho.
(B) Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será dividido em circunscrições, que, por
sua vez, poderão ser divididas em áreas de inspeção, pelas quais os Auditores-Fiscais do Trabalho serão
distribuídos de acordo com sistema de rodízio, efetuado em sorteio público.
(C) Os Auditores-Fiscais do Trabalho integram o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho e são subordinados
tecnicamente à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
(D) Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço,
máquina ou equipamento, ou o embargo de obra, total ou parcial, quando constatar situação de grave e
iminente risco à saúde ou à integridade física do trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico que
indique a situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas que deverão ser adotadas pelas
pessoas sujeitas à inspeção do trabalho.
(E) Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e advertir as pessoas sujeitas à inspeção do
trabalho e os trabalhadores quanto ao cumprimento da legislação trabalhista, e observarão o critério da
dupla visita quando se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho recentemente
inaugurados.

Comentários:

A letra (A) está incorreta, pois não existe previsão de “antecedência mínima de vinte e quatro horas” da
notificação para exibição dos documentos.

Na alternativa (B) tratou-se das circunscrições (atuais GRTE) e da possibilidade de divisão da circunscrição
em áreas de inspeção:

Decreto 4.552/02, art. 4º Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será
dividido em circunscrições, e fixadas as correspondentes sedes.

Parágrafo único. As circunscrições que tiverem dois ou mais Auditores-Fiscais do Trabalho


poderão ser divididas em áreas de inspeção delimitadas por critérios geográficos.

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A alternativa (C) reproduziu o art. 2º, combinado com o art. 3º, do RIT:

Decreto 4.552/02, art. 2º Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:

I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas indicadas em leis,


regulamentos e demais atos atinentes à estrutura administrativa do Ministério do Trabalho
e Emprego;

II - Auditores-Fiscais do Trabalho;

(...)

Decreto 4.552/02, art. 3º Os Auditores-Fiscais do Trabalho são subordinados tecnicamente


à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

A alternativa (D) reproduziu o art. 18, XIII do RIT:

Decreto 4.552/02, art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território
nacional:

(...)

XIII - propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento,


ou o embargo de obra, total ou parcial, quando constatar situação de grave e iminente
risco à saúde ou à integridade física do trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico
que indique a situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas que deverão
ser adotadas pelas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, comunicando o fato de
imediato à autoridade competente;

Por fim, a alternativa (E) tratou da atribuição orientar e advertir as pessoas sujeitas à
inspeção do trabalho e os trabalhadores quanto ao cumprimento da legislação trabalhista
e citou uma das possibilidades de cabimento da dupla visita, que é o caso da primeira
inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho recentemente inaugurados.
Relembrando as hipóteses legais sobre lavratura de Autos de Infração e suas exceções:

Lavratura de Autos de Infração

Regra

CLT, art. 628. Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A, a toda verificação em que o Auditor-Fiscal do
Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal deve corresponder (...) a lavratura
de auto de infração.
Exceções

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Procedimento especial
Dupla visita
para a ação fiscal

CLT, art. 627-A. Poderá ser


instaurado procedimento
Promulgação ou expedição especial para a ação fiscal,
Prazo de 90 dias, a contar da
de novas leis, regulamentos »» objetivando a orientação
vigência do novo normativo.
ou instruções ministeriais. sobre o cumprimento das
leis de proteção ao
trabalho, (...)
Primeira inspeção nos
Prazo de 90 dias, a contar
estabelecimentos
»» do efetivo funcionamento
recentemente inaugurados
do novo estabelecimento.
ou empreendidos.

Estabelecimento ou local de
trabalho com até dez »» Ressalva é feita quanto a
trabalhadores. registro e anotação em
CTPS, reincidência, fraude,
Trabalho doméstico »» resistência ou embaraço à
fiscalização.
ME/EPP »»

Gabarito (A)

2. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2006


Compete ao Auditor-Fiscal do Trabalho, no exercício de suas atribuições, exceto:
a) lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção.
b) ministrar orientações, dar informações e conselhos técnicos às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho.
c) exibir a credencial no momento da fiscalização ou após a verificação quando considerar que a identificação
prejudicará a eficácia da fiscalização.
d) observar o critério da dupla visita quando se tratar de estabelecimento que tenha causado embaraço à
fiscalização.
e) apreender, mediante termo, documentos, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico,
que constituam prova material de infração.

Comentários:

O gabarito é (D), pois havendo embaraço não caberá dupla visita.

As alternativas (A), (B) e (E) constam do art. 18 do RIT:

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Decreto 4.552/02, art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território
nacional:

(...)

II - ministrar orientações e dar informações e conselhos técnicos aos trabalhadores e às


pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, atendidos os critérios administrativos de
oportunidade e conveniência;

(...)

VII - apreender, mediante termo, materiais, livros, papéis, arquivos e documentos,


inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico, que constituam prova
material de infração, ou, ainda, para exame ou instrução de processos;

(...)

XVII - lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção;

A alternativa (E), por sua vez, trata da obrigatoriedade de exibição da credencial, que encontra exceção
quando o AFT entender que poderá prejudicar a eficácia da ação fiscal:

Decreto 4.552/02, art. 12. A exibição da credencial é obrigatória no momento da inspeção,


salvo quando o Auditor-Fiscal do Trabalho julgar que tal identificação prejudicará a eficácia
da fiscalização, hipótese em que deverá fazê-lo após a verificação física.

Parágrafo único. O Auditor-Fiscal somente poderá exigir a exibição de documentos após a


apresentação da credencial.

Gabarito (D)

3. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003


Considerando o disposto no Decreto nº 4.552, de 27/12/2002, que aprovou o Regulamento da Inspeção do
Trabalho, compete aos Auditores- Fiscais, em todo o território nacional:
(A) coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de análise, bem como apreender
equipamentos e outros itens relacionados com a segurança e saúde no trabalho, lavrando o respectivo termo
de apreensão.
(B) colaborar na elaboração de recomendações sobre segurança e saúde no trabalho.
(C) promover levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e gravidade dos
acidentes.
(D) participar nas reuniões das CIPAS das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, como representantes da
unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego.
(E) proceder levantamento e análise das condições de risco das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho.

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Comentários:

O gabarito é (A). A alternativa reproduziu uma das alíneas do artigo 18, que trata justamente da possibilidade
de o AFT, no curso da ação fiscal, coletar materiais e apreender itens com a correspondente lavratura do
termo de apreensão, que formaliza o ato:

Decreto 4.552/02, art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território
nacional:

(...)

XII - coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de análise, bem como
apreender equipamentos e outros itens relacionados com a segurança e saúde no trabalho,
lavrando o respectivo termo de apreensão;

As demais alternativas tratam das atribuições a cargo dos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho:

Decreto 4.552/02, art. 31. São atividades auxiliares de apoio operacional à inspeção do
trabalho, a cargo dos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho:

(...)

II - levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e gravidade


dos acidentes;

(...)

IV - levantamento e análise das condições de risco nas pessoas sujeitas à inspeção do


trabalho;

(...)

VIII - colaboração na elaboração de recomendações sobre segurança e saúde no trabalho;

(...)

XII - participação nas reuniões das CIPA das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, como
representantes da unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego;

Gabarito (A)

4. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003


Não constitui atividade auxiliar de apoio operacional à inspeção do trabalho, a cargo dos Agentes de Higiene
e Segurança do Trabalho, prevista no Decreto nº 4.552, de 27/12/2002, que aprovou o Regulamento da
Inspeção do Trabalho, a seguinte tarefa:

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(A) orientação às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho sobre instalação e funcionamento das Comissões
Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) e dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).
(B) acompanhamento das ações de prevenção desenvolvidas pela unidade descentralizada do Ministério do
Trabalho e Emprego.
(C) análise e investigação das causas dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais, bem como as
situações com potencial para gerar tais eventos.
(D) participação em estudos e análises sobre as causas de acidentes do trabalho e de doenças profissionais.
(E) comunicação, de imediato e por escrito, à autoridade competente de qualquer situação de risco grave e
iminente à saúde ou à integridade física dos trabalhadores.

Comentários:

O gabarito é (C), pois analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho é uma atribuição do AFT, e
não do Agente de Higiene:

Decreto 4.552/02, art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o


território nacional:

(...)

XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais,
bem como as situações com potencial para gerar tais eventos;

As demais alternativas, corretas, enumeram as atribuições dos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho:

Decreto 4.552/02, art. 31. São atividades auxiliares de apoio operacional à inspeção do
trabalho, a cargo dos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho:

(...)

VI - comunicação, de imediato e por escrito, à autoridade competente de qualquer situação


de risco grave e iminente à saúde ou à integridade física dos trabalhadores;

VII - participação em estudos e análises sobre as causas de acidentes do trabalho e de


doenças profissionais;

(...)

IX - acompanhamento das ações de prevenção desenvolvidas pela unidade descentralizada


do Ministério do Trabalho e Emprego;

X - orientação às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho sobre instalação e funcionamento


das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) e dimensionamento dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT);

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Gabarito (C)

5. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003


No que concerne ao Procedimento Especial para a Ação Fiscal previsto no Decreto nº 4.552, de 27/12/2002,
que aprovou o Regulamento da Inspeção do Trabalho, é correto afirmar que:
(A) não poderá ser adotada fiscalização indireta na execução de programa especial para a ação fiscal.
(B) o procedimento especial para a ação fiscal destinada à prevenção ou saneamento de infrações à
legislação poderá resultar na lavratura de termo de compromisso que estipule as obrigações assumidas pelo
compromissado e os prazos para seu cumprimento.
(C) o procedimento especial para a ação fiscal poderá ser instaurado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho quando
concluir pela ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da
legislação trabalhista por pessoas ou setor econômico sujeito à inspeção do trabalho, sem anuência da chefia
imediata.
(D) se considera fiscalização mista aquela realizada por meio de sistema de notificações para a apresentação
de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego.
(E) se considera fiscalização direta aquela iniciada com a visita ao local de trabalho e desenvolvida mediante
notificação para apresentação de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e
Emprego.

Comentários:

O gabarito é (B), pela literalidade do art. 28, § 3º:

Decreto 4.552/02, art. 28, § 3º O procedimento especial para a ação fiscal destinado à
prevenção ou saneamento de infrações à legislação poderá resultar na lavratura de termo
de compromisso que estipule as obrigações assumidas pelo compromissado e os prazos
para seu cumprimento.

Neste tipo de ação fiscal a modalidade de fiscalização é justamente a indireta, e por isso a alternativa (A)
está incorreta:

Decreto 4.552/02, art. 28, § 1º O procedimento especial para a ação fiscal iniciará com a
notificação, pela chefia da fiscalização, para comparecimento das pessoas sujeitas à
inspeção do trabalho, à sede da unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego.

A regularidade da instauração do procedimento especial demanda anuência da chefia, ao contrário do que


propôs a alternativa (C):

Decreto 4.552/02, art. 28. O procedimento especial para a ação fiscal poderá ser
instaurado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho quando concluir pela ocorrência de motivo
grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista
por pessoas ou setor econômico sujeito à inspeção do trabalho, com a anuência da chefia
imediata.

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As alternativas (D) e (E) se referem às modalidades indireta e mista, conforme quadro abaixo:

Modalidade de
fiscalização Descrição
segundo o RIT

O AFT procede à verificação física no estabelecimento, entrevistando


Fiscalização empregados e observando as condições de trabalho, analisando
›››
direta posteriormente a documentação necessária no próprio
estabelecimento.

É realizada por meio de sistema de notificações para apresentação de


documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho
e Emprego. A empresa é notificada pelo MTb (pelos Correios) para
que, em dia e horário marcados, apresente os documentos
Fiscalização requeridos; neste caso, não há verificação física na empresa. Ocorre
›››
indireta na execução de programa especial para a ação fiscal e quando o objeto
da fiscalização não importar necessariamente em inspeção no local de
trabalho (exemplo desta última hipótese: fiscalização do atributo
FGTS, que somente demanda consulta a sistemas informatizados e
análise documental).

Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita ao local de


trabalho e desenvolvida mediante notificação para apresentação de
documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho
e Emprego. É a mais comum, pois analisar documentação na própria
Fiscalização
››› empresa, geralmente, é inviável. Aqui o AFT faz a verificação física e,
mista
posteriormente, a empresa leva os documentos solicitados até a
unidade do MTb, em dia e horário marcados pelo AFT na
correspondente Notificação para Apresentação de Documentos
(NAD).

Gabarito (B)

6. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Assinale a opção incorreta.
(A) O processo especial para ação fiscal poderá ser instaurado de imediato pelo Auditor-Fiscal do Trabalho,
independentemente de anuência da chefia imediata, quando concluir pela ocorrência de motivo grave ou
relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista por pessoas ou setor
econômico sujeito à inspeção do trabalho.

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(B) O levantamento técnico das condições de segurança nos locais de trabalho, com vistas à investigação de
acidentes do trabalho; o levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e
gravidade dos acidentes; e a avaliação quantitativa ou qualitativa dos riscos ambientais são atividades
auxiliares de apoio operacional à inspeção do trabalho, sendo desenvolvidas pelos Agentes de Higiene e
Segurança do Trabalho.
(C) Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo território nacional, verificar o cumprimento das
disposições legais e regulamentares, inclusive as relacionadas à segurança e à saúde do trabalho, no âmbito
das relações de trabalho e de emprego, em especial os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social
e o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
(D) O Auditor-Fiscal do Trabalho poderá solicitar o concurso de especialistas e técnicos devidamente
qualificados, bem como recorrer a laboratórios técnico-científicos governamentais ou credenciados, com o
objetivo de assegurar a aplicação das disposições legais e regulamentares relativas à segurança e saúde no
trabalho.
(E) As empresas de transportes de qualquer natureza, inclusive as exploradas pela União, Distrito Federal,
Estados e Municípios, bem como as concessionárias de rodovias que cobram pedágio para o trânsito,
concederão passe livre aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho,
dentro do território de exercício da sua função, diante da apresentação da Carteira de Identidade Fiscal,
estando abrangida pelo passe livre a travessia realizada em veículos de transporte aquaviário.

Comentários:

O gabarito é (A), pois a instauração do processo especial para ação fiscal depende da anuência da chefia
imediata:

Decreto 4.552/02, art. 28. O procedimento especial para a ação fiscal poderá ser
instaurado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho quando concluir pela ocorrência de motivo
grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista
por pessoas ou setor econômico sujeito à inspeção do trabalho, com a anuência da chefia
imediata.

A alternativa (B) está correta, tendo enumerado algumas das atribuições dos Agentes de Higiene e
Segurança do Trabalho conforme disposto no art. 31 do RIT.

A alternativa (C), também correta, trouxe a alínea I do art. 18:

Decreto 4.552/02, art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território
nacional:

I - verificar o cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive as


relacionadas à segurança e à saúde no trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de
emprego, em especial:

a) os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), visando à redução dos


índices de informalidade;

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b) o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), objetivando


maximizar os índices de arrecadação;

A alternativa (D), por sua vez, reproduziu o art. 22 do RIT, que confere ao AFT a prerrogativa de solicitar
apoio de especialistas nos casos em que seja necessário:

Decreto 4.552/02, art. 22. O Auditor-Fiscal do Trabalho poderá solicitar o concurso de


especialistas e técnicos devidamente qualificados, assim como recorrer a laboratórios
técnico-científicos governamentais ou credenciados, a fim de assegurar a aplicação das
disposições legais e regulamentares relativas à segurança e saúde no trabalho.

Por fim, a alternativa (E) citou a regra disposta no RIT quanto ao passe livre:

Decreto 4.552/02, art. 34. As empresas de transportes de qualquer natureza, inclusive as


exploradas pela União, Distrito Federal, Estados e Municípios, bem como as
concessionárias de rodovias que cobram pedágio para o trânsito concederão passe livre
aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, no
território nacional em conformidade com o disposto no art. 630, § 5º, da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), mediante a apresentação da Carteira de Identidade Fiscal.

Gabarito (A)

7. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003


Não compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:
(A) organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da inspeção do trabalho.
(B) elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua competência.
(C) divulgar amplamente nos meios de comunicação os resultados das inspeções realizadas bem como as
medidas eventualmente adotadas ou sugeridas.
(D) proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do trabalho.
(E) receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos do poder público.

Comentários:

O gabarito é (C), pois seria incabível a divulgação dos resultados de ações fiscais. As irregularidades
identificadas não podem ser amplamente nos meios de comunicação, como sugeriu a alternativa.

As demais alternativas constam do art. 7º do RIT:

Decreto 4.552/02, art. 7º Compete às autoridades de direção do Sistema Federal de


Inspeção do Trabalho:

I - organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da


inspeção do trabalho.

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II - elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua


competência;

III - proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do


trabalho; e

IV - receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos
do poder público.

Gabarito (C)

8. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003


Considerando o disposto no Decreto nº 4.552, de 27/12/2002, que aprovou o Regulamento da Inspeção do
Trabalho, assinale a opção correta.
(A) É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho e Emprego conferir aos Auditores-Fiscais
do Trabalho encargos ou funções diversas das que lhes são próprias, ainda que para o desempenho de cargos
de direção, de função de chefia ou de assessoramento.
(B) Excepcionalmente as autoridades de direção do Ministério do Trabalho e Emprego poderão conferir
atribuição de inspeção do trabalho a servidor não pertencente ao Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.
(C) As notificações de débitos e outras decorrentes da ação fiscal deverão ser lavradas obrigatoriamente no
local da inspeção.
(D) O procedimento especial para a ação fiscal terá início com a notificação, pela chefia da fiscalização, para
comparecimento das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, à sede da unidade descentralizada do
Ministério do Trabalho e Emprego.
(E) Não se considera procedimento especial para a ação fiscal aquele que tem como escopo a mera
orientação acerca do cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o saneamento
de infrações à legislação.

Comentários:

O item correto é a letra (D) pois o procedimento especial para a ação fiscal se inicia com a notificação pela
chefia:

Decreto 4.552/02, art. 28, § 1º O procedimento especial para a ação fiscal iniciará com a
notificação, pela chefia da fiscalização, para comparecimento das pessoas sujeitas à
inspeção do trabalho, à sede da unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e
Emprego.

A alternativa (A) está incorreta porque os encargos, ao AFT, de chefia e assessoramento são uma exceção à
regra geral estabelecida no art. 19:

Decreto 4.552/02, art. 19. É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho


e Emprego:

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I - conferir aos Auditores-Fiscais do Trabalho encargos ou funções diversas das que lhes são
próprias, salvo se para o desempenho de cargos de direção, de funções de chefia ou de
assessoramento;

A alternativa (B) foi considerada incorreta em face deste mesmo artigo 19, item III:

Decreto 4.552/02, art. 19. É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho


e Emprego:

(...)

III - conferir qualquer atribuição de inspeção do trabalho a servidor que não pertença ao
Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.

A alternativa (E) também está incorreta, pois há previsão de procedimento especial para a ação fiscal para
orientação dos administrados:

Decreto 4.552/02, art. 27. Considera-se procedimento especial para a ação fiscal aquele
que objetiva a orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem
como a prevenção e o saneamento de infrações à legislação.

Gabarito (D)

9. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2006


Quanto ao processo de aplicação de multa administrativa, é correto afirmar que:
(A) o auto de infração lavrado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho tem seu valor probante condicionado à
assinatura do infrator.
(B) o prazo para defesa é de 10 (dez) dias, quando o autuado reside no mesmo local em que estabelecida a
autoridade.
(C) não é admitida a audiência de testemunhas.
(D) o pagamento da multa exime o infrator de outras penalidades.
(E) a admissão do recurso não exige o depósito da multa.

Comentários:

O gabarito é (E). O entendimento dos Tribunais superiores é de que a exigência de depósito prévio para
admissibilidade de recurso não se coaduna com o art. 5º da CF/88:

SUM-424 RECURSO ADMINISTRATIVO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE. DEPÓSITO


PRÉVIO DA MULTA ADMINISTRATIVA. NÃO RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO §
1º DO ART. 636 DA CLT

O §1º do art. 636 da CLT, que estabelece a exigência de prova do depósito prévio do valor
da multa cominada em razão de autuação administrativa como pressuposto de

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admissibilidade de recurso administrativo, não foi recepcionado pela Constituição Federal


de 1988, ante a sua incompatibilidade com o inciso LV do art. 5º.

As demais alternativas, corretas, estão previstas nos seguintes dispositivos da CLT:

CLT, art. 629, § 1º O auto não terá o seu valor probante condicionado à assinatura do
infrator ou de testemunhas, (...).

CLT, art. 629, § 3º O infrator terá, para apresentar defesa, o prazo de 10 (dez) dias contados
do recebimento do auto.

CLT, art. 632 - Poderá o autuado requerer a audiência de testemunhas e as diligências que
lhe parecerem necessárias à elucidação do processo, cabendo, porém, à autoridade, julgar
da necessidade de tais provas.

CLT, art. 634, parágrafo único - A aplicação da multa não eximirá o infrator da
responsabilidade em que incorrer por infração das leis penais.

Gabarito (E)

10. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010


Acerca da inspeção do trabalho e do processo de multas administrativas, é correto afirmar:
(A) comprovada a má-fé do agente de inspeção, quanto à omissão ou lançamento de qualquer elemento no
livro empresarial “Inspeção do Trabalho”, responderá ele por falta grave no cumprimento do dever, ficando
passível, desde logo, da pena de advertência, instaurando-se, facultativamente, em caso de reincidência,
inquérito administrativo, a depender da discricionariedade do Delegado do Trabalho.
(B) o auto de infração terá seu valor probante condicionado à assinatura de duas testemunhas ou do infrator
e será obrigatoriamente lavrado no local da inspeção.
(C) qualquer funcionário público da administração federal, estadual ou municipal, bem como o representante
legal de entidade sindical podem comunicar à autoridade competente do Ministério do Trabalho as infrações
que verificar à legislação de proteção trabalhista.
(D) uma vez lavrado o auto de infração, poderá o autuado requerer a audiência de testemunhas e as
diligências que entender necessárias à elucidação do processo, não podendo a autoridade competente
indeferir as provas requeridas.
(E) de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior do Trabalho, o
seguimento do recurso interposto contra decisão que impuser multa por infração da legislação trabalhista
dependerá de o interessado instruí-lo com a prova do depósito do valor da penalidade.

Comentários:

Gabarito (C), que traz uma regra de pouca utilidade:

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CLT, art. 631 - Qualquer funcionário público federal, estadual ou municipal, ou


representante legal de associação sindical, poderá comunicar à autoridade competente do
Ministério do Trabalho, Industria e Comercio as infrações que verificar.

Na prática as denúncias são originadas de servidor público federal, estadual ou municipal, empregados,
sindicatos, associações, cidadãos, pessoas jurídicas de direito privado, pessoas jurídicas de direito público,
etc.

Na mesma linha, a alternativa (A) dispôs sobre uma regra de conteúdo esvaziado, que talvez tivesse alguma
utilidade prática nos idos de 1970:

CLT, art. 628, § 2º Nesse livro [de Inspeção do Trabalho], registrará o agente da inspeção
sua visita ao estabelecimento, declarando a data e a hora do início e término da mesma,
bem como o resultado da inspeção, nele consignando, se for o caso, todas as
irregularidades verificadas e as exigências feitas, com os respectivos prazos para seu
atendimento, e, ainda, de modo legível, os elementos de sua identificação funcional.
(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

CLT, art. 628, § 3º Comprovada má fé do agente da inspeção, quanto à omissão ou


lançamento de qualquer elemento no livro, responderá ele por falta grave no cumprimento
do dever, ficando passível, desde logo, da pena de suspensão até 30 (trinta) dias,
instaurando-se, obrigatoriamente, em caso de reincidência, inquérito administrativo.

Voltando ao século XXI, a alternativa (B) está incorreta porque o Auto de Infração não tem seu valor
probante condicionado à assinatura do autuado; por este motivo é que se admite, em determinadas
situações, que o AI seja encaminhado pelos correios, com aviso de recebimento:

CLT, art. 629, § 1º O auto não terá o seu valor probante condicionado à assinatura do
infrator ou de testemunhas, (...).

Além disso, é possível que o Auto de Infração não seja lavrado no local da inspeção, quando haja motivo que
justifique sua lavratura em outra ocasião:

Decreto 4.552/02, art. 24, parágrafo único. O auto de infração não terá seu valor probante
condicionado à assinatura do infrator ou de testemunhas e será lavrado no local da
inspeção, salvo havendo motivo justificado que será declarado no próprio auto, quando
então deverá ser lavrado no prazo de vinte e quatro horas, sob pena de responsabilidade.

Sobre a alternativa (D), de fato é possível que o autuado requeira audiência de testemunhas para sua defesa:

CLT, art. 632 - Poderá o autuado requerer a audiência de testemunhas e as diligências que
lhe parecerem necessárias à elucidação do processo, cabendo, porém, à autoridade, julgar
da necessidade de tais provas.

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Ao seu final, o dispositivo permite que a autoridade julgue a necessidade da audiência para elucidação dos
fatos.

Quanto à alternativa (E), reproduzo abaixo a Súmula 424 do TST e a Súmula Vinculante 21 do STF, ambas
relacionadas à inconstitucionalidade de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo:

SUM-424 RECURSO ADMINISTRATIVO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE. DEPÓSITO


PRÉVIO DA MULTA ADMINISTRATIVA. NÃO RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO §
1º DO ART. 636 DA CLT

O §1º do art. 636 da CLT, que estabelece a exigência de prova do depósito prévio do valor
da multa cominada em razão de autuação administrativa como pressuposto de
admissibilidade de recurso administrativo, não foi recepcionado pela Constituição Federal
de 1988, ante a sua incompatibilidade com o inciso LV do art. 5º.

SÚMULA VINCULANTE Nº 21

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para


admissibilidade de recurso administrativo.

Gabarito (C)

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LISTA DE QUESTÕES
1. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010
Assinale a opção incorreta.
(A) Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços, empresas, instituições, associações, órgãos
e entidades de qualquer natureza ou finalidade ficam obrigados a franquear, aos Auditores-Fiscais do
Trabalho, o acesso aos estabelecimentos, respectivas dependências e locais de trabalho e, desde que
notificados com antecedência mínima de vinte e quatro horas, exibir os documentos e materiais solicitados
para fins de inspeção do trabalho.
(B) Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será dividido em circunscrições, que, por
sua vez, poderão ser divididas em áreas de inspeção, pelas quais os Auditores-Fiscais do Trabalho serão
distribuídos de acordo com sistema de rodízio, efetuado em sorteio público.
(C) Os Auditores-Fiscais do Trabalho integram o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho e são subordinados
tecnicamente à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.
(D) Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço,
máquina ou equipamento, ou o embargo de obra, total ou parcial, quando constatar situação de grave e
iminente risco à saúde ou à integridade física do trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico que
indique a situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas que deverão ser adotadas pelas
pessoas sujeitas à inspeção do trabalho.
(E) Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e advertir as pessoas sujeitas à inspeção do
trabalho e os trabalhadores quanto ao cumprimento da legislação trabalhista, e observarão o critério da
dupla visita quando se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho recentemente
inaugurados.
2. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2006
Compete ao Auditor-Fiscal do Trabalho, no exercício de suas atribuições, exceto:
a) lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção.
b) ministrar orientações, dar informações e conselhos técnicos às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho.
c) exibir a credencial no momento da fiscalização ou após a verificação quando considerar que a identificação
prejudicará a eficácia da fiscalização.
d) observar o critério da dupla visita quando se tratar de estabelecimento que tenha causado embaraço à
fiscalização.
e) apreender, mediante termo, documentos, inclusive quando mantidos em meio magnético ou eletrônico,
que constituam prova material de infração.
3. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003
Considerando o disposto no Decreto nº 4.552, de 27/12/2002, que aprovou o Regulamento da Inspeção do
Trabalho, compete aos Auditores- Fiscais, em todo o território nacional:
(A) coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de análise, bem como apreender
equipamentos e outros itens relacionados com a segurança e saúde no trabalho, lavrando o respectivo termo
de apreensão.
(B) colaborar na elaboração de recomendações sobre segurança e saúde no trabalho.

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(C) promover levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e gravidade dos
acidentes.
(D) participar nas reuniões das CIPAS das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, como representantes da
unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego.
(E) proceder levantamento e análise das condições de risco das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho.
4. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003
Não constitui atividade auxiliar de apoio operacional à inspeção do trabalho, a cargo dos Agentes de Higiene
e Segurança do Trabalho, prevista no Decreto nº 4.552, de 27/12/2002, que aprovou o Regulamento da
Inspeção do Trabalho, a seguinte tarefa:
(A) orientação às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho sobre instalação e funcionamento das Comissões
Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) e dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).
(B) acompanhamento das ações de prevenção desenvolvidas pela unidade descentralizada do Ministério do
Trabalho e Emprego.
(C) análise e investigação das causas dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais, bem como as
situações com potencial para gerar tais eventos.
(D) participação em estudos e análises sobre as causas de acidentes do trabalho e de doenças profissionais.
(E) comunicação, de imediato e por escrito, à autoridade competente de qualquer situação de risco grave e
iminente à saúde ou à integridade física dos trabalhadores.
5. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003
No que concerne ao Procedimento Especial para a Ação Fiscal previsto no Decreto nº 4.552, de 27/12/2002,
que aprovou o Regulamento da Inspeção do Trabalho, é correto afirmar que:
(A) não poderá ser adotada fiscalização indireta na execução de programa especial para a ação fiscal.
(B) o procedimento especial para a ação fiscal destinada à prevenção ou saneamento de infrações à
legislação poderá resultar na lavratura de termo de compromisso que estipule as obrigações assumidas pelo
compromissado e os prazos para seu cumprimento.
(C) o procedimento especial para a ação fiscal poderá ser instaurado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho quando
concluir pela ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da
legislação trabalhista por pessoas ou setor econômico sujeito à inspeção do trabalho, sem anuência da chefia
imediata.
(D) se considera fiscalização mista aquela realizada por meio de sistema de notificações para a apresentação
de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego.
(E) se considera fiscalização direta aquela iniciada com a visita ao local de trabalho e desenvolvida mediante
notificação para apresentação de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e
Emprego.
6. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010
Assinale a opção incorreta.
(A) O processo especial para ação fiscal poderá ser instaurado de imediato pelo Auditor-Fiscal do Trabalho,
independentemente de anuência da chefia imediata, quando concluir pela ocorrência de motivo grave ou

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relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação trabalhista por pessoas ou setor
econômico sujeito à inspeção do trabalho.
(B) O levantamento técnico das condições de segurança nos locais de trabalho, com vistas à investigação de
acidentes do trabalho; o levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e
gravidade dos acidentes; e a avaliação quantitativa ou qualitativa dos riscos ambientais são atividades
auxiliares de apoio operacional à inspeção do trabalho, sendo desenvolvidas pelos Agentes de Higiene e
Segurança do Trabalho.
(C) Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo território nacional, verificar o cumprimento das
disposições legais e regulamentares, inclusive as relacionadas à segurança e à saúde do trabalho, no âmbito
das relações de trabalho e de emprego, em especial os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social
e o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
(D) O Auditor-Fiscal do Trabalho poderá solicitar o concurso de especialistas e técnicos devidamente
qualificados, bem como recorrer a laboratórios técnico-científicos governamentais ou credenciados, com o
objetivo de assegurar a aplicação das disposições legais e regulamentares relativas à segurança e saúde no
trabalho.
(E) As empresas de transportes de qualquer natureza, inclusive as exploradas pela União, Distrito Federal,
Estados e Municípios, bem como as concessionárias de rodovias que cobram pedágio para o trânsito,
concederão passe livre aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho,
dentro do território de exercício da sua função, diante da apresentação da Carteira de Identidade Fiscal,
estando abrangida pelo passe livre a travessia realizada em veículos de transporte aquaviário.
7. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003
Não compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:
(A) organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da inspeção do trabalho.
(B) elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua competência.
(C) divulgar amplamente nos meios de comunicação os resultados das inspeções realizadas bem como as
medidas eventualmente adotadas ou sugeridas.
(D) proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do trabalho.
(E) receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos do poder público.
8. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2003
Considerando o disposto no Decreto nº 4.552, de 27/12/2002, que aprovou o Regulamento da Inspeção do
Trabalho, assinale a opção correta.
(A) É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho e Emprego conferir aos Auditores-Fiscais
do Trabalho encargos ou funções diversas das que lhes são próprias, ainda que para o desempenho de cargos
de direção, de função de chefia ou de assessoramento.
(B) Excepcionalmente as autoridades de direção do Ministério do Trabalho e Emprego poderão conferir
atribuição de inspeção do trabalho a servidor não pertencente ao Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.
(C) As notificações de débitos e outras decorrentes da ação fiscal deverão ser lavradas obrigatoriamente no
local da inspeção.

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(D) O procedimento especial para a ação fiscal terá início com a notificação, pela chefia da fiscalização, para
comparecimento das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, à sede da unidade descentralizada do
Ministério do Trabalho e Emprego.
(E) Não se considera procedimento especial para a ação fiscal aquele que tem como escopo a mera
orientação acerca do cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o saneamento
de infrações à legislação.
9. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2006
Quanto ao processo de aplicação de multa administrativa, é correto afirmar que:
(A) o auto de infração lavrado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho tem seu valor probante condicionado à
assinatura do infrator.
(B) o prazo para defesa é de 10 (dez) dias, quando o autuado reside no mesmo local em que estabelecida a
autoridade.
(C) não é admitida a audiência de testemunhas.
(D) o pagamento da multa exime o infrator de outras penalidades.
(E) a admissão do recurso não exige o depósito da multa.
10. ESAF/MTb – Auditor Fiscal do Trabalho - 2010
Acerca da inspeção do trabalho e do processo de multas administrativas, é correto afirmar:
(A) comprovada a má-fé do agente de inspeção, quanto à omissão ou lançamento de qualquer elemento no
livro empresarial “Inspeção do Trabalho”, responderá ele por falta grave no cumprimento do dever, ficando
passível, desde logo, da pena de advertência, instaurando-se, facultativamente, em caso de reincidência,
inquérito administrativo, a depender da discricionariedade do Delegado do Trabalho.
(B) o auto de infração terá seu valor probante condicionado à assinatura de duas testemunhas ou do infrator
e será obrigatoriamente lavrado no local da inspeção.
(C) qualquer funcionário público da administração federal, estadual ou municipal, bem como o representante
legal de entidade sindical podem comunicar à autoridade competente do Ministério do Trabalho as infrações
que verificar à legislação de proteção trabalhista.
(D) uma vez lavrado o auto de infração, poderá o autuado requerer a audiência de testemunhas e as
diligências que entender necessárias à elucidação do processo, não podendo a autoridade competente
indeferir as provas requeridas.
(E) de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior do Trabalho, o
seguimento do recurso interposto contra decisão que impuser multa por infração da legislação trabalhista
dependerá de o interessado instruí-lo com a prova do depósito do valor da penalidade.

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GABARITO

1. A
2. D
3. A
4. C
5. B
6. A
7. C
8. D
9. E
10. C

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CONCLUSÃO
Bom pessoal,

Esta aula foi apenas uma revisão das partes mais tormentosas e não dispensa uma leitura atenta à legislação
‘seca’ comentada aqui.

Para o cargo de AFT, a aula deve ser estudada com atenção redobrada!

Grande abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud

www.facebook.com/professordaud

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LISTA DE LEGISLAÇÃO, SÚMULAS E OJ DO TST


RELACIONADOS À AULA

Constituição Federal/88

CF/88, art. 21. Compete à União:

(...)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

CLT

CLT, art. 47. O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do art. 41 desta
Consolidação [livro de registro de empregado] ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três
mil reais) por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência.

§ 1º Especificamente quanto à infração a que se refere o caput deste artigo, o valor final da multa
aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registrado, quando se tratar de
microempresa ou empresa de pequeno porte.

§ 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceção ao critério da dupla visita.

Art. 626 - Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, Indústria e Comercio,


ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de
proteção ao trabalho.

Art. 627 - A fim de promover a instrução dos responsáveis no cumprimento das leis de proteção
do trabalho, a fiscalização deverá observar o critério de dupla visita nos seguintes casos:

a) quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções


ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução
dos responsáveis;

b) em se realizando a primeira inspeção dos estabelecimentos ou dos locais de trabalho,


recentemente inaugurados ou empreendidos.

Art. 627-A. Poderá ser instaurado procedimento especial para a ação fiscal, objetivando a
orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o
saneamento de infrações à legislação mediante Termo de Compromisso, na forma a ser
disciplinada no Regulamento da Inspeção do Trabalho.

Art. 628. Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A, a toda verificação em que o Auditor-Fiscal do
Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal deve corresponder, sob pena de
responsabilidade administrativa, a lavratura de auto de infração.

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§ 1º Ficam as empresas obrigadas a possuir o livro intitulado "Inspeção do Trabalho", cujo modelo
será aprovado por portaria Ministerial.

§ 2º Nesse livro, registrará o agente da inspeção sua visita ao estabelecimento, declarando a data
e a hora do início e término da mesma, bem como o resultado da inspeção, nele consignando, se
for o caso, todas as irregularidades verificadas e as exigências feitas, com os respectivos prazos
para seu atendimento, e, ainda, de modo legível, os elementos de sua identificação funcional.

Art. 629 - O auto de infração será lavrado em duplicata, nos termos dos modelos e instruções
expedidos, sendo uma via entregue ao infrator, contra recibo, ou ao mesmo enviada, dentro de
10 (dez) dias da lavratura, sob pena de responsabilidade, em registro postal, com franquia e
recibo de volta.

§ 1º O auto não terá o seu valor probante condicionado à assinatura do infrator ou de


testemunhas, e será lavrado no local da inspeção, salvo havendo motivo justificado que será
declarado no próprio auto, quando então deverá ser lavrado no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, sob pena de responsabilidade.

§ 2º Lavrado o auto de infração, não poderá ele ser inutilizado, nem sustado o curso do respectivo
processo, devendo o agente da inspeção apresentá-lo à autoridade competente, mesmo se incidir
em erro.

§ 3º O infrator terá, para apresentar defesa, o prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento
do auto.

§ 4º O auto de infração será registrado com a indicação sumária de seus elementos


característicos, em livro próprio que deverá existir em cada órgão fiscalizador, de modo a
assegurar o controle do seu processamento.

Art. 630. Nenhum agente da inspeção poderá exercer as atribuições do seu cargo sem exibir a
carteira de identidade fiscal, devidamente autenticada, fornecida pela autoridade competente.

§ 3º - O agente da inspeção terá livre acesso a todas dependências dos estabelecimentos sujeitos
ao regime da legislação, sendo as empresas, por seus dirigentes ou prepostos, obrigados a
prestar-lhes os esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições legais e a exibir-
lhes, quando exigidos, quaisquer documentos que digam respeito ao fiel cumprimento das
normas de proteção ao trabalho.

§ 5º - No território do exercício de sua função, o agente da inspeção gozará de passe livre nas
empresas de transportes, públicas ou privadas, mediante a apresentação da carteira de
identidade fiscal.

§ 8º - As autoridades policiais, quando solicitadas, deverão prestar aos agentes da inspeção a


assistência de que necessitarem para o fiel cumprimento de suas atribuições legais.

Art. 632 - Poderá o autuado requerer a audiência de testemunhas e as diligências que lhe
parecerem necessárias à elucidação do processo, cabendo, porém, à autoridade, julgar da
necessidade de tais provas.

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Art. 634 - Na falta de disposição especial, a imposição das multas incumbe às autoridades
regionais competentes em matéria de trabalho, na forma estabelecida por este Título [Do
Processo de Multas Administrativas].

Parágrafo único - A aplicação da multa não eximirá o infrator da responsabilidade em que


incorrer por infração das leis penais.

Art. 636. Os recursos devem ser interpostos no prazo de 10 (dez) dias, contados do recebimento
da notificação, perante autoridade que houver imposto a multa, a qual, depois de os informar
encaminhá-los-á à autoridade de instância superior.

§ 1º - O recurso só terá seguimento se o interessado o instruir com a prova do depósito da multa


[vide Súmula 424].

§ 2º - A notificação somente será realizada por meio de edital, publicada no órgão oficial, quando
o infrator estiver em lugar incerto e não sabido.

§ 6º - A multa será reduzida de 50% (cinqüenta por cento) se o infrator, renunciando ao recurso
a recolher ao Tesouro Nacional dentro do prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento da
notificação ou da publicação do edital.

Decreto 4.552/02 (RIT)

Art. 1º O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego,


tem por finalidade assegurar, em todo o território nacional, a aplicação das disposições legais,
incluindo as convenções internacionais ratificadas, os atos e decisões das autoridades
competentes e as convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho, no que concerne à
proteção dos trabalhadores no exercício da atividade laboral.

Art. 2º Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:

I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas indicadas em leis, regulamentos e


demais atos atinentes à estrutura administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego;

II - Auditores-Fiscais do Trabalho;

III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funções auxiliares de inspeção do trabalho.

Art. 3º Os Auditores-Fiscais do Trabalho são subordinados tecnicamente à autoridade nacional


competente em matéria de inspeção do trabalho.

Art. 4º Para fins de inspeção, o território de cada unidade federativa será dividido em
circunscrições, e fixadas as correspondentes sedes.

Parágrafo único. As circunscrições que tiverem dois ou mais Auditores-Fiscais do Trabalho


poderão ser divididas em áreas de inspeção delimitadas por critérios geográficos.

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Art. 5º A distribuição dos Auditores-Fiscais do Trabalho pelas diferentes áreas de inspeção da


mesma circunscrição obedecerá ao sistema de rodízio, efetuado em sorteio público, vedada a
recondução para a mesma área no período seguinte.

§ 1º Os Auditores-Fiscais do Trabalho permanecerão nas diferentes áreas de inspeção pelo prazo


máximo de doze meses.

§ 2º É facultado à autoridade de direção regional estabelecer programas especiais de fiscalização


que contemplem critérios diversos dos estabelecidos neste artigo, desde que aprovados pela
autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

Art. 6º Atendendo às peculiaridades ou circunstâncias locais ou, ainda, a programas especiais de


fiscalização, poderá a autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho
alterar os critérios fixados nos arts. 4º e 5º para estabelecer a fiscalização móvel,
independentemente de circunscrição ou áreas de inspeção, definindo as normas para sua
realização.

Art. 7º Compete às autoridades de direção do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:

I - organizar, coordenar, avaliar e controlar as atividades de auditoria e as auxiliares da inspeção


do trabalho.

II - elaborar planejamento estratégico das ações da inspeção do trabalho no âmbito de sua


competência;

III - proferir decisões em processo administrativo resultante de ação de inspeção do trabalho; e

IV - receber denúncias e, quando for o caso, formulá-las e encaminhá-las aos demais órgãos do
poder público.

§ 1o As autoridades de direção local e regional poderão empreender e supervisionar projetos


consoante diretrizes emanadas da autoridade nacional competente em matéria de inspeção do
trabalho.

§ 2º Cabe à autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho elaborar e


divulgar os relatórios previstos em convenções internacionais.

Art. 8º O planejamento estratégico das ações de inspeção do trabalho será elaborado pelos
órgãos competentes, considerando as propostas das respectivas unidades descentralizadas.

§ 1º O planejamento de que trata este artigo consistirá na descrição das atividades a serem
desenvolvidas nas unidades descentralizadas, de acordo com as diretrizes fixadas pela autoridade
nacional competente em matéria de inspeção do trabalho.

Art. 9º A inspeção do trabalho será promovida em todas as empresas, estabelecimentos e locais


de trabalho, públicos ou privados, estendendo-se aos profissionais liberais e instituições sem fins
lucrativos, bem como às embarcações estrangeiras em águas territoriais brasileiras.

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Art. 10. Ao Auditor-Fiscal do Trabalho será fornecida Carteira de Identidade Fiscal (CIF), que
servirá como credencial privativa, com renovação qüinqüenal.

§ 1º Além da credencial aludida no caput, será fornecida credencial transcrita na língua inglesa
ao Auditor-Fiscal do Trabalho, que tenha por atribuição inspecionar embarcações de bandeira
estrangeira.

§ 2º A autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho fará publicar, no


Diário Oficial da União, relação nominal dos portadores de Carteiras de Identidade Fiscal, com
nome, número de matrícula e órgão de lotação.

§ 3º É proibida a outorga de identidade fiscal a quem não seja integrante da Carreira Auditoria-
Fiscal do Trabalho.

Art. 11. A credencial a que se refere o art. 10 deverá ser devolvida para inutilização, sob pena de
responsabilidade administrativa, nos seguintes casos:

I - posse em outro cargo público efetivo inacumulável;

II - posse em cargo comissionado de quadro diverso do Ministério do Trabalho e Emprego;

III - exoneração ou demissão do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho;

IV - aposentadoria; ou

V - afastamento ou licenciamento por prazo superior a seis meses.

Art. 12. A exibição da credencial é obrigatória no momento da inspeção, salvo quando o Auditor-
Fiscal do Trabalho julgar que tal identificação prejudicará a eficácia da fiscalização, hipótese em
que deverá fazê-lo após a verificação física.

Parágrafo único. O Auditor-Fiscal somente poderá exigir a exibição de documentos após a


apresentação da credencial.

Art. 13. O Auditor-Fiscal do Trabalho, munido de credencial, tem o direito de ingressar,


livremente, sem prévio aviso e em qualquer dia e horário, em todos os locais de trabalho
mencionados no art. 9o.

Art. 14. Os empregadores, tomadores e intermediadores de serviços, empresas, instituições,


associações, órgãos e entidades de qualquer natureza ou finalidade são sujeitos à inspeção do
trabalho e ficam, pessoalmente ou por seus prepostos ou representantes legais, obrigados a
franquear, aos Auditores-Fiscais do Trabalho, o acesso aos estabelecimentos, respectivas
dependências e locais de trabalho, bem como exibir os documentos e materiais solicitados para
fins de inspeção do trabalho.

Art. 15. As inspeções, sempre que necessário, serão efetuadas de forma imprevista, cercadas de
todas as cautelas, na época e horários mais apropriados a sua eficácia.

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Art. 16. As determinações para o cumprimento de ação fiscal deverão ser comunicadas por
escrito, por meio de ordens de serviço.

Parágrafo único. As ordens de serviço poderão prever a realização de inspeções por grupos de
Auditores-Fiscais do Trabalho.

Art. 17. Os órgãos da administração pública direta ou indireta e as empresas concessionárias ou


permissionárias de serviços públicos ficam obrigadas a proporcionar efetiva cooperação aos
Auditores-Fiscais do Trabalho.

Art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o território nacional:

I - verificar o cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive as relacionadas à


segurança e à saúde no trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de emprego, em especial:

a) os registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), visando à redução dos índices
de informalidade;

b) o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), objetivando maximizar os


índices de arrecadação;

c) o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados entre


empregados e empregadores; e

d) o cumprimento dos acordos, tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil;

II - ministrar orientações e dar informações e conselhos técnicos aos trabalhadores e às pessoas


sujeitas à inspeção do trabalho, atendidos os critérios administrativos de oportunidade e
conveniência;

III - interrogar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, seus prepostos ou representantes


legais, bem como trabalhadores, sobre qualquer matéria relativa à aplicação das disposições
legais e exigir-lhes documento de identificação;

IV - expedir notificação para apresentação de documentos;

V - examinar e extrair dados e cópias de livros, arquivos e outros documentos, que entenda
necessários ao exercício de suas atribuições legais, inclusive quando mantidos em meio
magnético ou eletrônico;

VI - proceder a levantamento e notificação de débitos;

VII - apreender, mediante termo, materiais, livros, papéis, arquivos e documentos, inclusive
quando mantidos em meio magnético ou eletrônico, que constituam prova material de infração,
ou, ainda, para exame ou instrução de processos;

VIII - inspecionar os locais de trabalho, o funcionamento de máquinas e a utilização de


equipamentos e instalações;

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IX - averiguar e analisar situações com risco potencial de gerar doenças ocupacionais e acidentes
do trabalho, determinando as medidas preventivas necessárias;

X - notificar as pessoas sujeitas à inspeção do trabalho para o cumprimento de obrigações ou a


correção de irregularidades e adoção de medidas que eliminem os riscos para a saúde e
segurança dos trabalhadores, nas instalações ou métodos de trabalho;

XI - quando constatado grave e iminente risco para a saúde ou segurança dos trabalhadores,
expedir a notificação a que se refere o inciso X deste artigo, determinando a adoção de medidas
de imediata aplicação;

XII - coletar materiais e substâncias nos locais de trabalho para fins de análise, bem como
apreender equipamentos e outros itens relacionados com a segurança e saúde no trabalho,
lavrando o respectivo termo de apreensão;

XIII - propor a interdição de estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o


embargo de obra, total ou parcial, quando constatar situação de grave e iminente risco à saúde
ou à integridade física do trabalhador, por meio de emissão de laudo técnico que indique a
situação de risco verificada e especifique as medidas corretivas que deverão ser adotadas pelas
pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, comunicando o fato de imediato à autoridade
competente;

XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho e das doenças ocupacionais, bem
como as situações com potencial para gerar tais eventos;

XV - realizar auditorias e perícias e emitir laudos, pareceres e relatórios;

XVI - solicitar, quando necessário ao desempenho de suas funções, o auxílio da autoridade


policial;

XVII - lavrar termo de compromisso decorrente de procedimento especial de inspeção;

XVIII - lavrar autos de infração por inobservância de disposições legais;

XIX - analisar processos administrativos de auto de infração, notificações de débitos ou outros


que lhes forem distribuídos;

XX - devolver, devidamente informados os processos e demais documentos que lhes forem


distribuídos, nos prazos e formas previstos em instruções expedidas pela autoridade nacional
competente em matéria de inspeção do trabalho;

XXI - elaborar relatórios de suas atividades, nos prazos e formas previstos em instruções
expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do trabalho;

XXII - levar ao conhecimento da autoridade competente, por escrito, as deficiências ou abusos


que não estejam especificamente compreendidos nas disposições legais;

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XXIII - atuar em conformidade com as prioridades estabelecidas pelos planejamentos nacional e


regional.

Art. 19. É vedado às autoridades de direção do Ministério do Trabalho e Emprego:

I - conferir aos Auditores-Fiscais do Trabalho encargos ou funções diversas das que lhes são
próprias, salvo se para o desempenho de cargos de direção, de funções de chefia ou de
assessoramento;

II - interferir no exercício das funções de inspeção do trabalho ou prejudicar, de qualquer maneira,


sua imparcialidade ou a autoridade do Auditor-Fiscal do Trabalho; e

III - conferir qualquer atribuição de inspeção do trabalho a servidor que não pertença ao Sistema
Federal de Inspeção do Trabalho.

Art. 20. A obrigação do Auditor-Fiscal do Trabalho de inspecionar os estabelecimentos e locais


de trabalho situados na área de inspeção que lhe compete, em virtude do rodízio de que trata o
art. 6o, § 1o, não o exime do dever de, sempre que verificar, em qualquer estabelecimento, a
existência de violação a disposições legais, comunicar o fato, imediatamente, à autoridade
competente.

Parágrafo único. Nos casos de grave e iminente risco à saúde e segurança dos trabalhadores, o
Auditor-Fiscal do Trabalho atuará independentemente de sua área de inspeção.

Art. 21. Caberá ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego promover a investigação
das causas de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, determinando as medidas de
proteção necessárias.

Art. 23. Os Auditores-Fiscais do Trabalho têm o dever de orientar e advertir as pessoas sujeitas à
inspeção do trabalho e os trabalhadores quanto ao cumprimento da legislação trabalhista, e
observarão o critério da dupla visita nos seguintes casos:

I - quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções


ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução
dos responsáveis;

II - quando se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho


recentemente inaugurados ou empreendidos;

III - quando se tratar de estabelecimento ou local de trabalho com até dez trabalhadores, salvo
quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou de anotação da CTPS, bem
como na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização; e

IV - quando se tratar de microempresa e empresa de pequeno porte, na forma da lei específica.

§ 1º A autuação pelas infrações não dependerá da dupla visita após o decurso do prazo de
noventa dias da vigência das disposições a que se refere o inciso I ou do efetivo funcionamento
do novo estabelecimento ou local de trabalho a que se refere o inciso II.

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§ 2º Após obedecido o disposto no inciso III, não será mais observado o critério de dupla visita em
relação ao dispositivo infringido.

§ 3º A dupla visita será formalizada em notificação, que fixará prazo para a visita seguinte, na
forma das instruções expedidas pela autoridade nacional competente em matéria de inspeção do
trabalho.

Art. 24. A toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência de
violação de preceito legal deve corresponder, sob pena de responsabilidade, a lavratura de auto
de infração, ressalvado o disposto no art. 23 e na hipótese de instauração de procedimento
especial de fiscalização.

Parágrafo único. O auto de infração não terá seu valor probante condicionado à assinatura do
infrator ou de testemunhas e será lavrado no local da inspeção, salvo havendo motivo justificado
que será declarado no próprio auto, quando então deverá ser lavrado no prazo de vinte e quatro
==14b95d==

horas, sob pena de responsabilidade.

Art. 25. As notificações de débitos e outras decorrentes da ação fiscal poderão ser lavradas, a
critério do Auditor-Fiscal do Trabalho, no local que oferecer melhores condições.

Art. 27. Considera-se procedimento especial para a ação fiscal aquele que objetiva a orientação
sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o saneamento
de infrações à legislação.

Art. 28. O procedimento especial para a ação fiscal poderá ser instaurado pelo Auditor-Fiscal do
Trabalho quando concluir pela ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou
dificulte o cumprimento da legislação trabalhista por pessoas ou setor econômico sujeito à
inspeção do trabalho, com a anuência da chefia imediata.

§ 1º O procedimento especial para a ação fiscal iniciará com a notificação, pela chefia da
fiscalização, para comparecimento das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, à sede da
unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego.

§ 2º A notificação deverá explicitar os motivos ensejadores da instauração do procedimento


especial.

§ 3º O procedimento especial para a ação fiscal destinado à prevenção ou saneamento de


infrações à legislação poderá resultar na lavratura de termo de compromisso que estipule as
obrigações assumidas pelo compromissado e os prazos para seu cumprimento.

§ 4º Durante o prazo fixado no termo, o compromissado poderá ser fiscalizado para verificação
de seu cumprimento, sem prejuízo da ação fiscal em atributos não contemplados no referido
termo.

§ 5º Quando o procedimento especial para a ação fiscal for frustrado pelo não-atendimento da
convocação, pela recusa de firmar termo de compromisso ou pelo descumprimento de qualquer
cláusula compromissada, serão lavrados, de imediato, os respectivos autos de infração, e poderá
ser encaminhando relatório circunstanciado ao Ministério Público do Trabalho.

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§ 6º Não se aplica o procedimento especial de saneamento às situações de grave e iminente risco


à saúde ou à integridade física do trabalhador.

Art. 29. A chefia de fiscalização poderá, na forma de instruções expedidas pela autoridade
nacional competente em matéria de inspeção do trabalho, instaurar o procedimento especial
sempre que identificar a ocorrência de:

I - motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte o cumprimento da legislação


trabalhista pelo tomador ou intermediador de serviços;

II - situação reiteradamente irregular em setor econômico.

Parágrafo único. Quando houver ação fiscal em andamento, o procedimento especial de


fiscalização deverá observar as instruções expedidas pela autoridade nacional competente em
matéria de inspeção do trabalho.

Art. 30. Poderão ser estabelecidos procedimentos de fiscalização indireta, mista, ou outras que
venham a ser definidas em instruções expedidas pela autoridade nacional competente em
matéria de inspeção do trabalho.

§ 1º Considera-se fiscalização indireta aquela realizada por meio de sistema de notificações para
apresentação de documentos nas unidades descentralizadas do Ministério do Trabalho e
Emprego.

§ 2º Poderá ser adotada fiscalização indireta:

I - na execução de programa especial para a ação fiscal; ou

II - quando o objeto da fiscalização não importar necessariamente em inspeção no local de


trabalho.

§ 3º Considera-se fiscalização mista aquela iniciada com a visita ao local de trabalho e


desenvolvida mediante notificação para apresentação de documentos nas unidades
descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego.

Art. 31. São atividades auxiliares de apoio operacional à inspeção do trabalho, a cargo dos
Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho:

I - levantamento técnico das condições de segurança nos locais de trabalho, com vistas à
investigação de acidentes do trabalho;

II - levantamento de dados para fins de cálculo dos coeficientes de freqüência e gravidade dos
acidentes;

III - avaliação qualitativa ou quantitativa de riscos ambientais;

IV - levantamento e análise das condições de risco nas pessoas sujeitas à inspeção do trabalho;

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V - auxílio à realização de perícias técnicas para caracterização de insalubridade ou de


periculosidade;

VI - comunicação, de imediato e por escrito, à autoridade competente de qualquer situação de


risco grave e iminente à saúde ou à integridade física dos trabalhadores;

VII - participação em estudos e análises sobre as causas de acidentes do trabalho e de doenças


profissionais;

VIII - colaboração na elaboração de recomendações sobre segurança e saúde no trabalho;

IX - acompanhamento das ações de prevenção desenvolvidas pela unidade descentralizada do


Ministério do Trabalho e Emprego;

X - orientação às pessoas sujeitas à inspeção do trabalho sobre instalação e funcionamento das


Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) e dimensionamento dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT);

XI - prestação de assistência às CIPA;

XII - participação nas reuniões das CIPA das pessoas sujeitas à inspeção do trabalho, como
representantes da unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego;

XIII - devolução dos processos e demais documentos que lhes forem distribuídos, devidamente
informados, nos prazos assinalados;

XIV - elaboração de relatório mensal de suas atividades, nas condições e nos prazos fixados pela
autoridade nacional em matéria de inspeção do trabalho; e

XV - prestação de informações e orientações em plantões fiscais na área de sua competência.

Art. 34. As empresas de transportes de qualquer natureza, inclusive as exploradas pela União,
Distrito Federal, Estados e Municípios, bem como as concessionárias de rodovias que cobram
pedágio para o trânsito concederão passe livre aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes
de Higiene e Segurança do Trabalho, no território nacional em conformidade com o disposto no
art. 630, § 5º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mediante a apresentação da Carteira
de Identidade Fiscal.

Parágrafo único. O passe livre a que se refere este artigo abrange a travessia realizada em
veículos de transporte aquaviário.

Art. 35. É vedado aos Auditores-Fiscais do Trabalho e aos Agentes de Higiene e Segurança do
Trabalho:

I - revelar, sob pena de responsabilidade, mesmo na hipótese de afastamento do cargo, os


segredos de fabricação ou comércio, bem como os processos de exploração de que tenham tido
conhecimento no exercício de suas funções;

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II - revelar informações obtidas em decorrência do exercício das suas competências;

III - revelar as fontes de informações, reclamações ou denúncias; e

IV - inspecionar os locais em que tenham qualquer interesse direto ou indireto, caso em que
deverão declarar o impedimento.

Parágrafo único. Os Auditores Fiscais do Trabalho e os Agentes de Higiene e Segurança do


Trabalho responderão civil, penal e administrativamente pela infração ao disposto neste artigo.

Art. 36. Configura falta grave o fornecimento ou a requisição de Carteira de Identidade Fiscal
para qualquer pessoa não integrante do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.

Parágrafo único. É considerado igualmente falta grave o uso da Carteira de Identidade Fiscal
para fins outros que não os da fiscalização.

Legislação específica

LC 123/06, art. 51. As microempresas e as empresas de pequeno porte são dispensadas:

(...)

IV - da posse do livro intitulado “Inspeção do Trabalho”

LC 123/2006, art. 55. A fiscalização, no que se refere aos aspectos trabalhista, metrológico,
sanitário, ambiental, de segurança, de relações de consumo e de uso e ocupação do solo das
microempresas e das empresas de pequeno porte, deverá ser prioritariamente orientadora
quando a atividade ou situação, por sua natureza, comportar grau de risco compatível com esse
procedimento.

§ 1º Será observado o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração, salvo quando
for constatada infração por falta de registro de empregado ou anotação da Carteira de Trabalho
e Previdência Social – CTPS, ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou
embaraço à fiscalização.

Lei 7.885/89, art. 6º, § 3º Será observado o critério de dupla visita nas empresas com até dez
empregados, salvo quando for constatada infração por falta de registro de empregado, anotação
de sua Carteira de Trabalho e Previdência Social e na ocorrência de fraude, resistência ou
embaraço à fiscalização.

Lei 10.593/02

Lei 10.593/02, art. 3º O ingresso nos cargos das Carreiras disciplinadas nesta Lei far-se-á no
primeiro padrão da classe inicial da respectiva tabela de vencimentos, mediante concurso público

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de provas ou de provas e títulos, exigindo-se curso superior em nível de graduação concluído ou


habilitação legal equivalente.

Lei 10.593/02, art. 3º, § 1º O concurso referido no caput poderá ser realizado por áreas de
especialização.

§ 2º Para investidura no cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho, nas áreas de especialização em


segurança e medicina do trabalho, será exigida a comprovação da respectiva capacitação
profissional, em nível de pós-graduação, oficialmente reconhecida.

Lei 10.593/02, art. 3º, § 3º Sem prejuízo dos requisitos estabelecidos neste artigo, o ingresso nos
cargos de que trata o caput deste artigo depende da inexistência de:

I - registro de antecedentes criminais decorrentes de decisão condenatória transitada em julgado


de crime cuja descrição envolva a prática de ato de improbidade administrativa ou incompatível
com a idoneidade exigida para o exercício do cargo;

II - punição em processo disciplinar por ato de improbidade administrativa mediante decisão de


que não caiba recurso hierárquico.

Lei 10.593/02, art. 4º O desenvolvimento do servidor nas carreiras de que trata esta Lei ocorrerá
mediante progressão funcional e promoção.

§ 1º Para os fins desta Lei, progressão funcional é a passagem do servidor para o padrão de
vencimento imediatamente superior dentro de uma mesma classe, e promoção, a passagem do
servidor do último padrão de uma classe para o primeiro da classe imediatamente superior.

§ 2º A progressão funcional e a promoção observarão requisitos e condições fixados em


regulamento.

§ 3º O servidor em estágio probatório será objeto de avaliação específica, sem prejuízo da


progressão funcional durante o período, observados o interstício mínimo de 12 (doze) e máximo
de 18 (dezoito) meses em cada padrão e o resultado de avaliação de desempenho efetuada para
esta finalidade, na forma do regulamento.

Lei 10.593/02, art. 9º A Carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho será composta de cargos de Auditor-
Fiscal do Trabalho.

§ 1º É de 40 (quarenta) horas semanais a jornada de trabalho dos integrantes da Carreira


Auditoria-Fiscal do Trabalho, não se lhes aplicando a jornada de trabalho a que se refere o art.
1º, caput e § 2º, da Lei no 9.436, de 5 de fevereiro de 1997, (...).

Lei 10.593/02, art. 10. São transformados em cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho, na Carreira
Auditoria-Fiscal do Trabalho, os seguintes cargos efetivos do quadro permanente do Ministério
do Trabalho e Emprego:

I - Fiscal do Trabalho;

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II - Assistente Social, encarregado da fiscalização do trabalho da mulher e do menor;

III - Engenheiros e Arquitetos, com a especialização prevista na Lei no 7.410, de 27 de novembro


de 1985, encarregados da fiscalização da segurança no trabalho;

IV - Médico do Trabalho, encarregado da fiscalização das condições de salubridade do ambiente


do trabalho.

Lei 10.593/02, 11. Os ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho têm por atribuições
assegurar, em todo o território nacional:

I - o cumprimento de disposições legais e regulamentares, inclusive as relacionadas à segurança


e à medicina do trabalho, no âmbito das relações de trabalho e de emprego;

II - a verificação dos registros em Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, visando a


redução dos índices de informalidade;

III - a verificação do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, objetivando


maximizar os índices de arrecadação;

III - a verificação do recolhimento e a constituição e o lançamento dos créditos referentes ao


Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e à contribuição social de que trata o art. 1o da
Lei Complementar no 110, de 29 de junho de 2001, objetivando maximizar os índices de
arrecadação;

IV - o cumprimento de acordos, convenções e contratos coletivos de trabalho celebrados entre


empregados e empregadores;

V - o respeito aos acordos, tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil seja signatário;

VI - a lavratura de auto de apreensão e guarda de documentos, materiais, livros e assemelhados,


para verificação da existência de fraude e irregularidades, bem como o exame da contabilidade
das empresas, (..)

VII - a verificação do recolhimento e a constituição e o lançamento dos créditos decorrentes da


cota-parte da contribuição sindical urbana e rural.

Art. 11-A. A verificação, pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, do cumprimento das normas que regem
o trabalho do empregado doméstico, no âmbito do domicílio do empregador, dependerá de
agendamento e de entendimento prévios entre a fiscalização e o empregador.

§ 1º A fiscalização deverá ter natureza prioritariamente orientadora.

§ 2º Será observado o critério de dupla visita para lavratura de auto de infração, salvo quando
for constatada infração por falta de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social ou,
ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização.

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§ 3º Durante a inspeção do trabalho referida no caput, o Auditor-Fiscal do Trabalho far-se-á


acompanhar pelo empregador ou por alguém de sua família por este designado.

TST

SUM-424 RECURSO ADMINISTRATIVO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE. DEPÓSITO PRÉVIO


DA MULTA ADMINISTRATIVA. NÃO RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO § 1º DO ART.
636 DA CLT

O §1º do art. 636 da CLT, que estabelece a exigência de prova do depósito prévio do valor da
multa cominada em razão de autuação administrativa como pressuposto de admissibilidade de
recurso administrativo, não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, ante a sua
incompatibilidade com o inciso LV do art. 5º.

STF

SÚMULA VINCULANTE Nº 21

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para


admissibilidade de recurso administrativo.

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