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BAURU
2023
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BAURU
2023
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SUMÁRIO
1. A MATERNIDADE EM UMA PERSPECTIVA
HISTÓRICA……..................................................................................………………4
2. INFLUÊNCIAS DO MITO DO INSTINTO MATERNO NA MULHER……….
………..……………………………………………………………6
3. MATERNIDADE E MATERNAGEM………..................................
………………………………….…...7
4. REFERÊNCIAS………………………………………………………………………8
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METODOLOGIA: Para a produção desse documento foram utilizados como base de dados a
literatura dos textos “A injunção social da maternagem e a violência”, “O ‘instinto materno’
como uma construção de gênero: Discussões sobre o desejo de amamentar”, “Maternidade e
formas de maternagem desde a idade média à atualidade”, “O consentimento do cônjuge
como condição para realização de laqueadura no Brasil: Violação da autonomia sobre o corpo
e do direito ao livre planejamento familiar” e “A dupla jornada de trabalho feminino:
Realidade, implicações e perspectivas”. Também se recorreu aos materiais digitais da matéria
de Psicologia Social produzidos pelo Prof. João Paulo Martins, disponibilizados na
plataforma Teams. Em adição, foram utilizadas as anotações realizadas durante as aulas de
Psicologia Social, do curso de psicologia da instituição Faculdades Integradas de Bauru.
da maternidade de modo inato. Para a autora, o instinto materno é irreal, conceituando o amor
como uma escolha circunstancial, dependente das condições vividas e possuídas pela mãe
(BALUTA, et al. 2019).
Na hodiernidade, é cada vez mais comum que muitas mulheres optem por não ter
filhos ou adiar a maternidade para focar em suas carreiras, o que reflete uma mudança na
percepção social acerca do papel feminino na sociedade ao ir além da ideia tradicional da
maternidade como o destino natural de todas as mulheres. Porém, mesmo com o avanço dos
movimentos feministas e diversas transformações culturais, muitas mulheres ainda sofrem
com as persistentes pressões sociais e expectativas em relação à maternidade. Esse cenário
pode ser observado na presente idealização do papel materno disseminado na sociedade, que
estabelece a promessa da maternidade a todas as mulheres junto a função de educadora
dedicada e amorosa, responsável pelo cuidado e formação dos filhos. As consequências dessa
projeção social do instinto materno na saúde emocional das mulheres podem ser diversas,
como o sentimento de culpa, autocrítica, estresse, ansiedade e consequentemente a diminuição
da autoestima (GRADVOHL, et al. 2014). As mulheres podem se sentir ainda
sobrecarregadas e sob pressão constante para corresponder a um ideal inatingível de
maternidade. Tal desgaste é reforçado ao ser analisado inserido em uma sociedade capitalista,
na qual os deveres familiares dividem espaço com o trabalho remunerado que muitas
mulheres realizam fora de casa, na chamada dupla jornada de trabalho. A prática do serviço
externo ao lar, além de possibilitar uma independência financeira, também permite à mulher
estabelecer outras características de sua identidade que não a maternidade, contudo, devido a
maior parte da demanda domiciliar ser direcionada às mulheres, o período de trabalho se torna
infindável e exaustivo. Essa sobrecarga pode ser vista desde a inserção das mulheres no
mercado de trabalho que passou a ser mais intensa no século XIX em decorrência do
desenvolvimento industrial nas cidades e dos movimentos feministas que buscavam pelo
direito ao trabalho e à educação. O dever da maternidade perfeita, trazido pelo instinto
materno, junto a constante necessidade feminina de se reafirmar e ser valorizada no mercado
de trabalho em resistência às desigualdades de gênero presentes no âmbito profissional, são
fatores contribuintes aos índices de adoecimento psíquico e físico das mulheres
contemporâneas (SIQUEIRA, 2016).
A expectativa pela maternidade pode se manifestar sobre a mulher de várias maneiras,
como por meio de pressões familiares, expectativas culturais e influências sociais. A projeção
social do instinto materno pode ainda acarretar a redução da identidade da mulher apenas à
maternidade, comprometendo de maneira prejudicial outros aspectos de suas vidas, como
carreira, interesses pessoais e relacionamentos. Essa idealização pode levar as mulheres a se
sentirem coagidas a se encaixar nesse papel, mesmo que não seja o que desejam, já que
aquelas que optam por não ter filhos ou que não podem os ter enfrentam uma constante
estigmatização e invalidação social (GRADVOHL, et al. 2014). Outro reflexo da imposição
do suposto impulso à maternidade, é a diminuição da autonomia que a mulher possui sobre o
próprio corpo. Esse impacto é exemplificado neste trabalho por meio da Lei do Planejamento
Familiar, lei 9.263 de 1996, antes de sua modificação em 2023. Ela estabelece as diretrizes
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MATERNIDADE E MATERNAGEM
REFERÊNCIAS
CALAFATE, J.M.S. O “instinto materno” como uma construção de gênero: Discussões sobre
o desejo de amamentar. Dissertação (Pós-graduação) - Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Tocantins, Palmas - TO, 2014. 119f.