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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO AMERICANA - UNILA

FELIPE MARQUES
HUESLEY CÂNDIDO
LIDIA ABRANTES
MARIO REGATIERI
RAFAEL CUNHA

RELATÓRIO:
Carga elétrica

Foz do Iguaçu
2019
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Eletrômetro - BASIC ELECTROMETER ES-9078A.......................................8


Figura 2 - Gaiola de Faraday...............................................................................................9
Figura 3 - Discos gerador (Azul Marinho, Prata e Branco)............................................10
Figura 4 - Condutor Esférico..............................................................................................11
Figura 5 - Condutor não-Esférico......................................................................................11
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Eletrização por atrito................................................................................12


Tabela 2 - Eletrização por contato.............................................................................12
Tabela 3 - Eletrização por indução............................................................................12
Tabela 4 - Distribuição de carga em diferentes pontos da esfera para uma tensão
fixa............................................................................................................................. 13
Tabela 5 - Distribuição de carga em diferentes pontos de uma superfície não-
esférica para uma tensão fixa....................................................................................13
SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................................... 5
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................6
2. DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL...........................................................................8
3. DADOS E ANÁLISE DOS DADOS....................................................................12
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................14
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................18
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RESUMO
Essa prática é focada em medidas de eletrização por atrito, contato e indução.
As medidas foram realizadas pelo Eletrômetro - BASIC ELECTROMETER ES-9078A
e as incertezas foram dadas por ele. Utilizaram-se superfícies de diferentes
materiais para serem atritadas. Nos procedimentos A, B e C utilizou-se uma gaiola
de Faraday ligada ao eletrômetro e nos procedimentos D e E utilizaram-se
condutores carregados que possuíam geometrias esférica e oval respectivamente,
também ligados ao eletrômetro.
Nos procedimentos A, B e C as cargas são conservadas pelo princípio da
conservação da carga elétrica, onde o número de elétrons em excesso em um dos
corpos é igual ao número de prótons em excesso no outro. No procedimento D
comprovou-se que uma esfera condutora possui uma distribuição de cargas
uniforme. Já no procedimento E foi observado que a região mais pontiaguda do
condutor oval é onde se concentram as cargas.
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1. INTRODUÇÃO

A carga elétrica é uma propriedade intrínseca das partículas que compõem o


átomo: os elétrons, prótons e nêutrons. Diz-se que um corpo ou partícula está
carregado positivamente se há maior quantidade de prótons que elétrons, e de
forma análoga, negativamente se este tem mais elétrons que prótons. Neste sentido,
um corpo ou partícula neutra deve conter a mesma quantidade de prótons e
elétrons. Um próton e um elétron têm valores absolutos iguais, embora tenham
sinais opostos. O valor da carga de um próton ou um elétron é chamado carga
elétrica elementar e simbolizado por e. A unidade de medida adotada
internacionalmente para a medida de cargas elétricas é o coulomb (Só física, 2019).
Os corpos ou partículas podem ser classificados como condutores ou
isolantes. Um condutor permite o fluxo de elétrons de forma que as cargas estejam
livres para se deslocarem ou serem transmitidas pelo condutor. No isolante estas
cargas ficam retidas sem o movimento pelo material. No caso específico de um
condutor elétrico esférico, a carga elétrica no equilíbrio eletrostático e isolada de
outras cargas, distribui-se uniformemente pela sua superfície, devido à repulsão
elétrica (Ribeiro, 2019).
Para que um corpo, inicialmente neutro, fique eletricamente carregado, ele
precisa passar por um processo de eletrização, que pode ocorrer de três formas: por
atrito, por contato ou por indução.
A eletrização por atrito ocorre quando dois corpos neutros e feitos de
diferentes materiais são atritados entre si. Desta forma um deles ganha elétrons
(adquire carga negativa) e o outro perde elétrons (adquire carga positiva). Nesse tipo
de eletrização, os dois corpos ficam com carga de módulo igual, mas de sinais
contrários (UFRGS, 2019).
A eletrização por contato acontece quando dois corpos condutores, estando
um deles eletrizado, são colocados em contato e a carga elétrica é redistribuída
entre os dois, estabelecendo-se o equilíbrio eletrostático. Ao fim desse processo, os
dois corpos ficam com a mesma carga líquida (UFRGS, 2019).
Por fim, a eletrização por indução é composta por três etapas: Inicialmente
se aproxima um corpo eletrizado de um corpo neutro, fazendo com que neste haja a
separação de cargas; em seguida, conecta-se um condutor ao corpo neutro, ligando-
o a terra, fazendo com que uma parte do condutor seja neutralizada; por fim,
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desconecta-se o corpo da terra e ele fica eletrizado com mesma carga, porém com
sinal oposto às cargas do corpo usado para induzir a separação de cargas (UFRGS,
2019). Complementarmente os objetivos desse experimento foram, a saber:
averiguar as características da eletrização de um objeto por atrito, contato e indução;
explorar o conceito de conservação da carga elétrica e por último investigar a forma
de distribuição da carga ao longo de uma superfície condutora.
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2. DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL

O Procedimento Experimental A consistiu no estudo do mecanismo de


eletrização por atrito. Para tal, primeiramente, escolheu-se a escala de ‘10V’, com
base na sensibilidade do eletrômetro, vide figura 1. Posteriormente, aterrou-se a
gaiola de Faraday, como ilustra a figura 2, por meio do contato direto com a palma
da mão ou dedos após essas etapas atritaram-se os discos (Branco e Azul Marino),
por cerca de 10 segundos, inserindo um dos discos na gaiola, sem contato direto,
enquanto o outro disco permaneceu isolado. Após isso, registrou-se a tensão
medida na Tabela I e repetiu-se todo o processo outra duas vezes para cada disco,
alternando-os no processo.

Figura 1 - Eletrômetro - BASIC ELECTROMETER ES-9078A

O Procedimento B compreendeu a eletrização por contato, nas etapas


iniciais repetiram-se as etapas (a), (b) e (c) do procedimento A. Após isso, inseriu-se
um dos discos dentro da gaiola de Faraday, em seguida com o disco ainda dentro da
gaiola, encostou-se o disco na gaiola registando-se a tensão medida na Tabela II.
Em seguida, removeu-se o primeiro disco e se aterrou a gaiola inserindo-se outro
disco, todo o processo foi repetido por mais duas vezes, intercalando-se os discos.
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Figura 2 - Gaiola de Faraday

No Procedimento C utilizou-se o método de eletrização por indução,


novamente repetiram-se as etapas de (a) à (c) do procedimento A, sem demora foi
inserido um dos discos, figura 3, dentro da gaiola de Faraday, sem encostar nela.
Simultaneamente mantendo-o dentro, aterrou-se a gaiola de Faraday, por meio do
contato e, posteriormente, se removeu o aterramento e retirou-se o disco gerador de
carga. Os dados foram registrados a tensão a tabela III, aterrou-se novamente a
gaiola e repetiram-se as etapas de (b) até (d) para o outro disco, todo o processo foi
realizado outras duas vezes, até completar-se a tabela III;
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Figura 3 - Discos gerador (Azul Marinho, Prata e Branco)1

Já o Procedimento D trabalhou a distribuição de carga em diferentes regiões


da superfície externa de um condutor esférico, como mostra a figura 4. Inicialmente
foi escolhido a escala de ‘3V’ do eletrômetro, com base na sensibilidade.
Subsequentemente conectou-se a esfera ao terminal do eletrômetro, por meio de
uma conexão ‘jacaré’ atritaram-se os discos (Branco e Azul Marino), por cerca de 10
segundos e foi aproximado um dos discos à parte superior do condutor esférico.
Assim, realizado essas etapas registrou-se a tensão medida na tabela IV e repetiu-
se todo o processo, escolhendo outros dois pontos de medição (um em seu centro e
outro na parte inferior), completando o preenchimento da tabela IV.

1
Da esquerda para direita, respectivamente.
11

Figura 4 - Condutor Esférico

Por fim, o Procedimento E empregou o método de distribuição de carga em


diferentes regiões da superfície externa de um condutor não-esférico, conforme
figura 5. A priori repetiram-se as etapas de (a) à (c) do procedimento C e a posteori
aproximou-se um dos discos à parte superior do condutor não-esférico e registrou-se
a tensão medida na tabela V, todo o procedimento foi repetido, escolhendo-se outros
dois pontos, um em seu centro e outro na parte inferior, preenchendo-se a tabela V
com as medições respectivas.

Figura 5 - Condutor não-Esférico


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3. DADOS E ANÁLISE DOS DADOS

Nesta etapa serão mostrados todos os resultados coletados


experimentalmente em laboratório.

Experimento A:

Tabela 1 - Eletrização por atrito

Tensão disco Tensão disco


Medida
branco (V ± ΔV) preto (V ± ΔV)
1 -1 V ± 0,01 ΔV 4 V ± 0,04 ΔV
2 -1 V ± 0,01 ΔV 5 V ± 0,05 ΔV
3 -6 V ± 0,06 ΔV 2 V ± 0,02 ΔV
ΔV= Variação da tensão

Experimento B:

Tabela 2 - Eletrização por contato

Tensão disco Tensão disco


Medida
Branco (V ± ΔV) Preto (V ± ΔV)
1 -2 V ± 0,02 ΔV 6 ± 0,06 ΔV
2 -6 V ± 0,06 ΔV 4 ± 0,04 ΔV
3 -5 V ± 0,05 ΔV 2 ± 0,02 ΔV
ΔV= Variação da tensão

Experimento C:

Tabela 3 - Eletrização por indução

Tensão disco Tensão disco


Medida
Branco (V ± ΔV) Preto (V ± ΔV)
1 2 V ± 0,02 ΔV -5 ± 0,05 ΔV
2 6 V ± 0,06 ΔV -1 ± 0,01 ΔV
3 4 V ± 0,04 ΔV -1 ± 0,01 ΔV
ΔV= Variação da tensão
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Experimento D:

Tabela 4 - Distribuição de carga em diferentes pontos da esfera para uma tensão


fixa

Medida Tensão no ponto A Tensão no ponto B Tensão no ponto C


(V ± ΔV) (V ± ΔV) (V ± ΔV)
1 0,8 V ± 0,008 ΔV 0,8 V ± 0,008 ΔV 0,8 V ± 0,008 ΔV
ΔV= Variação da tensão

Experimento E:

Tabela 5 - Distribuição de carga em diferentes pontos de uma superfície não-


esférica para uma tensão fixa

Medida Tensão no ponto A Tensão no ponto B Tensão no ponto C


(V ± ΔV) (V ± ΔV) (V ± ΔV)
1 1,5 V ± 0,015 ΔV 1,6 V ± 0,016 ΔV 0,8 V ± 0,008 ΔV
ΔV= Variação da tensão
.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em todos os experimentos o erro foi calculado com o auxílio do manual de


instruções do BASIC ELECTROMETER ES-9078A da empresa PASCO. Observou-
se sua precisão que indica 1% em todas as medidas. Porém é necessário ressaltar
que os experimentos necessitaram uma rápida visualização dos valores de tensão,
portanto é possível que houve erros do operador ao coletar os dados apresentados.
Pelo experimento A, observa-se que os discos branco e azul possuem
cargas opostas quando atritados como mostra-se na tabela 1, deve-se ao fato de
que inicialmente estavam neutros, e após o atrito o disco azul cedeu elétrons ao
branco e no final do experimento os dois discos foram eletrizados e com cargas
opostas. Foi possível registrar uma diferença de potencial nos discos apenas
quando estavam dentro da gaiola de Faraday pelo princípio da blindagem
eletrostática, pois um condutor carregado espalha as cargas por todo o campo
elétrico, porém em decorrência do efeito de repulsão das cargas, elas se distanciam
e se alocam nos arredores desse campo elétrico. Assim, os efeitos que acontecem
no seu interior se anulam, o que torna o campo elétrico nulo. Portanto só é
registrada essa diferença de potencial dentro da gaiola pois as cargas são nulas.
Na eletrização por contado do experimento B, também se observa que os
discos possuem cargas opostas como mostra-se na tabela 2, porém diferentemente
da eletrização por atrito, o valor de tensão obtido provém da rápida transferência da
carga dos discos para a gaiola de Faraday quando colocados em contato. As folhas
da gaiola de Faraday possuem cargas permanentes proveniente do equilíbrio
eletrostático, que consiste em cargas que foram divididas através da superfície
quando foram eletrizadas, e não possuem mais movimentações.
Pelo procedimento C, analisa-se que os discos azul e branco possuem
cargas opostas, porém possuem uma ddp com sinais diferentes do experimento A e
B, como pode ser observado na tabela 3. Na eletrização por indução não há uma
troca de cargas, portanto os discos foram eletrizados na primeira etapa em que
foram atritados e assim houve apenas uma atração ou repulsão dos elétrons
presentes na gaiola de Faraday quando estavam próximos. Esses elétrons
diferentemente do experimento B são aqueles que estavam sendo repelido pelas
folhas da gaiola, portanto, essas cargas são produzidas para cancelar o campo
elétrico.
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Nos procedimentos A, B e C podemos dizer que as cargas são conservadas


pelo princípio da conservação da carga elétrica, no qual podemos dizer que o
número de elétrons em excesso em um dos corpos é exatamente igual ao número
de prótons em excesso no outro.
Em uma esfera condutora a distribuição de cargas em diferentes pontos
ocorre de maneira análoga, ou seja, um condutor afasta as cargas com toda a força
que possui, porém como as cargas tem o mesmo sinal, elas se distribuem e se
movimentam sobre sua superfície, portanto como a superfície possui um formato
regular as cargas são distribuídas uniformemente como se observa no experimento
D na tabela 4. Os valores de tensão foram coletados em 3 pontos distintos com uma
escala de 3V e a mínima variação da ddp iria ser observada, o que não ocorreu.
Analisando um objeto de formato não esférico observa-se que a distribuição
de cargas ocorre de maneira distinta como apresenta-se na tabela 5 do experimento
C. Deve-se ao fato que de as cargas se concentram em regiões mais pontiagudas,
como comprova-se pela maior ddp ser medida no ponto B, em que consiste na
região menos esférica. A densidade superficial de cargas elétricas é maior em
regiões pontiagudas e permite explicar o funcionamento dos para raios por exemplo:
os elétrons localizados nas pontas dos para raios faz gerar um campo elétrico mais
intenso nessa região. Em razão do campo elétrico, surgem forças de repulsão entre
as cargas elétricas, fazendo com que elas se empurrem até que algumas sejam
lançadas fora do condutor.
Observando o material condutor oval como duas esferas, uma de raio r 1 e
outra de raio r2, tal que r1>r2; e utilizando-se da expressão matemática que mostra a
relação entre o potencial e a carga elétrica (Equação 1):

1 Q
V= ( Equação1 )
4 πε r

E sabendo que a densidade superficial de carga de uma esfera consiste da Equação


2:

Q
σ= 2
(Equação 2)
4πr
Temos que:


σ= (Equação 3)
r
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Como a esfera é uma superfície equipotencial, podemos afirmar que a diferença


de potencial das duas é a mesma e, portanto, a densidade superficial de carga
depende tão somente do raio da esfera. Como r1>r2, temos que, pela equação 3,
σ2>σ1.
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5. CONCLUSÃO
Utilizando as propriedades elétricas dos materiais, sua tendência ao estado de
equilíbrio entre cagas e sua movimentação nos materiais, foi possível realizar a
eletrização dos corpos por atrito, indução e por contato, assim como a distribuição
das cargas em cascas metálicas com superfícies esféricas e não-esféricas. Como
foram utilizados equipamento que não possuem coleta de dados automatizada (data
logger) sendo as medidas realizadas durante os experimentos dependeram da
percepção do experimentador as medidas sofreram erros aleatórios, contudo, as
medidas se comportaram conforme previsto pelos princípios teóricos, assim foi
possível observar o comportamento das cargas elétricas dentro desses sistemas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. UFRGS. 2019. Carga


Elétrica. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20031/Letiano/Carga_Eletrica.htm>. Consultado
em 12/09/2019 às 19:39h.

RIbeiro, Thyago. 2019. Condutores esféricos. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/eletricidade/condutores-esfericos/>. Consultado em
12/09/2019 às 18:04h.

Só Física. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2019. Consultado em


12/09/2019 às 18:13. Disponível na Internet em
<http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrostatica/cargas.php>.

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