Você está na página 1de 28

A HISTÓRIA DO CAVALO

Na maior parte da idade glacial, o Equus passou das Américas


para a Europa e para a Ásia. O processo chegou ao fim há cerca de
10 mil anos, quando o cavalo desapareceu do continente
americano. Quatro cavalos primitivos se desenvolveram na Ásia e
na Europa, influenciados pelo meio em que viviam. Na Ásia, o
cavalo das estepes, Equus przehevalski, hoje, conhecido como
cavalo selvagem da Ásia ou Cavalo de Przehevalski, que pode ser
considerada uma subespécie do atual cavalo doméstico; mais para
ao oeste apareceu o tarpan, uma cavalo com ossatura mais fina e
membros mais afilados que os da estepes; e, ao norte da Europa,
surgiu o cavalo das florestas ou diluvial, pesado e vagoroso. No
noroeste da sibéria há evidência de outro primitivo, o cavalo da
tundra.
CAVALO DE PRZEWALSKI - O cavalo selvagem da Ásia ou da Mongólia agora só pode ser encontrado
nos Zoos.
Há mais de 5 mil anos o cavalo é um animal doméstico. Acredita-se que o cavalo foi domesticado no
Neolítico (Idade da Pedra Polida), seus vestígios foram encontrados (ossadas, gravuras, pinturas
rupestres) nas grutas de Lascaux, de Madaleine e de Altamira.
Em 1967, encontrou-se um esqueleto numa rocha da época eocena do sul dos Estados Unidos. É o
Eohippus, a partir do qual o desenvolvimento dos eqüinos pode ser traçado por um período de 60
milhões de anos, até surgir, há cerca de 1 milhão de anos, do Equus caballus, o antepassado do cavalo.
O Eohippus tinha o tamanho aproximado de uma raposa, com quatro dedos nos pés dianteiros e três
nos posteriores. Sua pelagem era, provavelmente, mosqueada ou listrada para que ele pudesse
confundir-se com o seu ambiente.
No Novo Continente, as formas mais primitivas se relacionam com os períodos geológicos mais
antigos. Os tipos principais são os seguintes:

Espécie Época Descrição


Quatro dedos adiante, com
rudimento de quinto, quatro dedos
atrás; o mediano mais
desenvolvido. Supunha-se que
Eoceno Inferior
pesava cerca de 5,4 Kg com uma
Eohippus altura média de 36 cm, tal como
uma raposa.
O vestígio do quarto dedo
desapareceu. 4 dedos adiante e
Orohippus Eoceno superior
tres atrás; tamanho de um tapir.
O 2º 3 4º dedos apenas tocam o
Oligoceno solo; 3 dedos adiante e um
rudimento estilóide e 3 dedos
Mioceno inferior atrás. Tamanho de uma ovelha. Foi
Mesohippus
neste período que a espécie deixou
de habitar florestas e passou a
vagar pelas planícies.
3 dedos quase do mesmo tamanho.
Miohippus Mioceno superior Menor que o protohipo.
Semelhante ao cavalo, quase do
tamanho do jumento. Apenas o
Plioceno inferior
Protohippus dedo central toca o solo, os laterais
são muito reduzidos.
Muito semelhante ao cavalo,
menor; ossos estilóides maiores do
Plioceno médio
que no cavalo, cascos pequenos,
Pliohippus falanges mais larga
Não difere do cavalo atual; existiu
muito difundido na América do
Equus fossilis Norte e do Sul, onde se extinguiu
antes dos tempos históricos.
O NASCIMENTO DO CAVALO
NASCIMENTO

Num parto normal aparecem as primeiras contrações

Aparecem primeiro as patas dianteiras do potro

Aparece a cabeça apoiada sobre as patas dianteiras.

Com o aparecimento das espáduas, a pior parte está concluída

O Potro mexe-se e solta-se da membrana saco.

A poucos minutos do fim do parto a mãe corta o cordão umbilical


A placenta é expulsa durante as 4 horas seguintes ao parto
Se assim não for, será necessária intervenção veterinária.

O Potro levanta-se sozinho.


Mais ou menos meia hora depois de ter nascido, começa a mamar.
O primeiro leite que recebe será vital.
A GESTAÇÃO

Tempo 2 meses

Tamanho 7 - 10 cm / Peso 200 g

Tempo 4 meses

Tamanho 20 - 23 cm / Peso 1Kg

Tempo 6 meses

Tamanho 56 cm / Peso 5,5 Kg

Tempo 8 meses

Tamanho 68-73 cm / Peso 16 - 19 Kg

Tempo 10 meses

Tamanho 85-92 cm / Peso 29 - 33,5 Kg

Tempo 12 meses

Tamanho 109 cm / Peso 38,5 - 48,5 Kg


O CRESCIMENTO

Após o parto, o potro mal consegue levantar-se

Agora ele tenta ficar em pé.

Quando consegue se erguer, o potro tenta equilibrar-se.


Suas patas ainda estão sem muita firmeza.

Ao conseguir andar, logo procura a mãe.

Com certeza, o que o potro procura é o leite, que lhe dará a força para se manter em pé.
Nos primeiros meses, o afeto e o carinho de sua mãe será essencial para o crescimento sadio do potro

O Potro, que já cresceu consideravelmente, se tornará um grande cavalo de raça.

CHECK-UP GERAL

É sabido que olho do dono não engorda apenas o boi, mas também o cavalo - ninguém
mais interessado do que o proprietário, na saúde física e mental do seu companheiro de
lazer e de competições. Sem falar no investimento representado, entre custos de aquisição
e manutenção de um bom cavalo.
Apresentamos a seguir um roteiro pequeno, porém completo, que ajudará você a
checar não apenas a saúde e a disposição do seu animal, como também as instalações e
itens de manejo. A versão mais elaborada não consome mais do que 10 minutos, mas pode
ser resumido para 5, quando a situação exigir.
Procure fazer desta checagem parte da sua rotina diária, levando em conta que é sua
familiaridade com o normal que o habilitará a detectar os primeiros sinais de anormalidade
- prevenindo problemas e economizando o seu dinheiro.

Como está a aparência geral das cocheiras?

Enquanto você caminha pelo corredor até a baia de seu cavalo, observe e absorva a impressão geral do lugar. Está limpo e varrido? E
os cavalos (todos eles, não apenas o seu), estão olhando pelas portas, atentos e espertos, demonstrando assim, saúde e disposição, em
vez de indiferença ou até medo do mundo que os rodeia? Os tratadores estão trabalhando normalmente, ou sentados aos pares e trios
batendo papo?
Interior da baia

Ao entrar na baia do seu cavalo, qual a primeira impressão, e principalmente o primeiro cheiro - de serragem seca e cavalo limpo, ou
de vapores de amônia e "cavalo molhado"?
Qual a situação da cama?

A serragem deve estar seca não só na superfície porém também em profundidade. A presença de placas "ocultas" de urina e serragem
molhada indica uma limpeza deficiente nas baias. Uma boa profundidade de serragem é de 20-30cm e o mínio aceitável, 10cm. O cocho
de água está limpo? E o de ração?
Como está o estado geral do cavalo?

Olhe para seu cavalo como se estivesse vendo pela primeira vez na vida, e pergunte-se: ele está feliz e saudável? Ele confia nas
pessoas ou está receoso com alguma coisa? Se alguma dessas respostas for negativa, você tem problemas a resolver. Repare
principalmente no brilho do pêlo, se o animal é curioso e amistoso em relação a você, e se ele tem apetite. Todo cavalo saudável e
guloso, mesmo que tenha acabado de comer a ração. Ele sempre deverá se interessar por alguma guloseima, açúcar, cenouras ou uma
maçã. Aliás, trazer sempre um petisco para seu cavalo ajudará a fazer com que ele conheça e goste de você.
Estado das pernas do cavalo

Após este primeiro exame visual, passe a uma rápido exame físico, começando pelas pernas. Observe se as quatro pernas estão
"secas", ou seja, sem aumento de volumes anormais para aquele animal, especialmente na área de boletos e tendões. Se o cavalo estiver
em posição de descanso - com um dos posteriores flexionado - anime-o a dar alguns passos, dentro da baia mesmo, e observe se ele
distribui o peso por igual sobre as quatro patas no momento em que ficar parado novamente. Se uma das pernas suportar muito mais
peso que seu par - principalmente nos anteriores - esses pode ser um sinal de desconforto.
A seguir, apalpe rapidamente as quatro pernas, descendo a mão por sua face posterior, do alto até os cascos, pressão especial
atenção na temperatura e volume dos tendões. Veja se há frieiras ("casquinhas") nas quartelas. Termine o movimento levantando o
casco, verificando se ele foi limpo, e se está saudável com áreas de broca ou podridão, além de verificar o estado das ferraduras.
Quanto mais você praticar este exame das pernas - que é o item isolado mais importante deste roteiro - mais rápido conseguirá fazê-
lo, e mais prontamente você perceberá qualquer início de alteração.
Passe a mão pelo corpo do animal

Prossiga seu exame passando as mãos pelo corpo do animal, verificando se ele, de modo geral, reage com prazer (ou no mínimo
placidez) ou com desconfiança ao seu contato físico. Esta última tem duas causas mais freqüentes: dor ou medo de apanhar. O medo de
apanhar deve originar-se de um tratador impaciente. Alguns tipos de dor no corpo são sentidas com mais facilidade no cavalo parado,
tendendo a desaparecer quando o animal já está com o "corpo quente", por isto este exame é menos eficiente se feito depois do trabalho.
Aproveite para verificar a limpeza do animal, especialmente nas áreas que geralmente são negligenciadas na escovação diária, tais
como cabeça e membros. Repare também nos olhos, narinas e também períneo (região anal) - tanto quanto a limpeza como a presença
de secreções, que podem ser indícios de problema de saúde.
Veja o animal trotar

Se for possível, coloque o cabresto no cavalo e leve-o para trotar por 20 ou 30 metros numa superfície dura, pode até ser o corredor
em frente às baias. Melhor ainda, peça ao tratador que trote com ele enquanto você observa. Lembre-se de que é no animal "frio" que
manqueiras e outros problemas de locomoção se manifestam com mais clareza. Uma vez treinado a trotar na mão, o cavalo saudável e
disposto deverá fazê-lo com facilidade e entusiasmo, e não tendo que ser arrastado a força.
Observe a selaria

Tendo se despedido do seu cavalo com um agrado - tal como a cenoura mencionada - dê uma rápida passada pela selaria onde seu
material está guardado, fazendo um inventário instantâneo desde a sela e a cabeçada até os itens menores - chicote, espora, escovas e
etc. Lembre-se também de que a limpeza dos equipamentos após cada uso faz parte das normas de funcionamento de qualquer hípica
profissional.
Observe o quarto de ração

O que foi dito para a selaria vale para o quarto de ração e o depósito de feno, com ênfase para a limpeza, organização e higiene. Se
você dá a seu cavalo alimentos ou suplementos adicionais àqueles fornecidos pelo hípica, tais como cenouras, aminoácidos, feno de
alfafa, controle discretamente a quantidade dos mesmos, para saber a hora de comprar mais ou identificar se ele vem sendo usado
conforme o recomendado.
Pequenas dicas construtivas

Cultive a amizade de todos as pessoas que são de alguma maneira responsáveis pelo seu cavalo.
Tudo que foi dito acima pode lhe parecer negativo, à medida que possa implicar em excesso de controle e falta de confiança de sua
parte em relação às pessoas que trabalham com seu cavalo. Pelo contrário: tenha certeza de que todos os profissionais do meio hípico
preferem um proprietário consciente àquele "bonzinho", que se faz notar pela ausência ou pela indiferença... até o momento que o cavalo
apresenta algum problema, e seu dono aparece perguntando porque ninguém havia lhe avisado.
A mencionada amizade decorrerá como conseqüência natural do respeito que os profissionais do cavalo desenvolverão por você e pelo
interesse que você demonstra pelo seu animal e pelo trabalho deles. E, todos sabemos, que por melhor que seja o agrado aos tratadores,
não substituem um sincero "muito obrigado".

ALIMENTAÇÃO CORRETA

Quando se fala em alimentar cavalos, existe


sempre uma questão que vem à mente daqueles
que desejam cuidar bem de seu animal, e também
as sugestões mais variadas – “Dê somente rolão e
pasto”, dizem alguns. “Não, o bom mesmo e dar
farelo de soja”, dizem outros. E surgem misturas
mirabolantes das mais variadas matérias-primas.
Mas qual é a realmente melhor alimentação para o
cavalo? A mesma alimentação serve para todos os
usos que se dá o animal?
Qual a quantidade adequada para ser
fornecida?

Estas e outras questões que surgem na nossa cabeça são dúvidas nem sempre são respondidas de forma satisfatória , e é
comum que se dê ao animal uma alimentação errada, que pode deixá-lo com desempenho aquém do desejado ou, em casos mais
graves, causar até a morte dele.
Por isso é necessário que se tome muito cuidado com a alimentação dos cavalos, observando-se sempre o uso que se dá ao
animal e o seu biótipo. De Acordo com o Dr. Alexandre A. de Oliveira Gobesso, professor da faculdade de Medicina Veterinária da
Usp e especialista em nutrição e produção animal, o cavalo é por natureza um herbívoro, alimentando-se de gramíneas e
leguminosas, pelo menos enquanto vivia em estado selvagem, sem a interferência do homem. O cavalo só passaria a comer
grãos a partir do momento em que foi domesticado e teve então inicio o seu processo de seleção pelo homem, que buscava os
animais que mais se adequavam às necessidades.
Portanto, é fundamental que se dê sempre a forragem, o trato verde ao animal, pois este é o alimento que a natureza
preparou para seu consumo.
Outro ponto que tem explicação na pré história do cavalo é o tamanho do seu estômago, que é diminuto, ao contrário
dos ruminantes, que possuem um gigantesco. Esta característica tem origem no fato de que, além da escassez de alimentos, o
cavalo também era obrigado a fugir dos predadores, deslocando-se constantemente, ora fugindo de seus algozes, ora em busca
de alimentos.
Outra característica importante é a extrema eficiência do seu aparelho digestivo, a começar pelo aparelho mastigatório que
tem enorme capacidade de triturar alimentos, transformando-os em partículas muito pequenas para que possam sofrer ação das
enzimas do trato digestivo, com estômago tão pequeno, o cavalo era então obrigado a alimentar-se várias vezes ao dia para
poder manter-se. Os cavalos também apresentam um grande instestino delgado, que é onde se dá a digestão por enzimas e a
absorção dos nutrientes, para que possa extrair destes alimentos o máximo possível de nutrientes. Após o intestino delgado
temos o ceco e o intestino grosso, que também são grandes, onde existem bactérias que ajudam o cavalo a digerir fibras, como a
celulose, que são transformadas em compostos importantes para o seu metabolismo, daí se dizer que o animal não pode deixar
de ingerir fibras.

Para alimentar adequadamente o animal, é


importante que se conheçam estas características
descritas acima, sabendo-se, pelo menos
grosseiramente, como funciona o seu aparelho
digestivo e quais as características. Com base
nestas informações, podemos dizer que o ideal é
fornecer os alimentos ao animal em pequenas
quantidades várias vezes ao dia.

Cada animal, uma necessidade

Numa propriedade, normalmente temos garanhões, potros, éguas em gestação e éguas com potro ao pé, ou seja, em
lactação. Cada um deles possui uma necessidade específica em termos de alimentação.
No caso dos garanhões, que são cavalos cuja finalidade principal é a reprodução do plantel, uma boa dieta deve fornecer
proteínas, não necessariamente em grande quantidade, uma pequena quantidade de energia e um volumoso de boa qualidade. É
interessante atentar-se para as rações prontas, os concentrados, para não oferecer elementos em excesso.
Para os potros é importante fornecer uma dieta onde o concentrado tenha ênfase na parte protéica, pois, como o animal se
encontra em fase de crescimento, seu consumo de proteínas é alto, sendo importante então que recebam uma ração específica
para potros. A hora certa para começar a fornecer a ração aos potros é ainda durante o período da amamentação, podendo-se
para isso utilizar um “Clipper”, que nada mais é que um cercado onde só entra o potro, evitando-se assim que animais adultos
consumam esta ração. Esta primeira ração é específica para os animais nestas condições e costuma inclusive ter em sua
composição leite em pó. Estudos mostram que os animais que receberam arraçoamento com concentrado a partir do segundo
mês de vida, apresentaram melhor desenvolvimento que outros que a receberam mais tardiamente. Neste caso, vale lembrar que
não há recuperação de perdas, ou seja, um animal que tenha deixado de se alimentar adequadamente em algum período de seu
desenvolvimento, jamais recuperará este prejuízo.
Após o desmame, os potros vão então para um regime de pasto, onde devem ter à sua disposição pastagem de boa qualidade
e receber uma suplementação no cocho, via ração concentrada, sempre com alto valor protéico, pois a maioria das gramíneas
tropicais não o possui.
No caso de éguas vazias, ou seja, sem prenhez, potros ao pé, apenas a pastagem de boa qualidade é suficiente para que
possam se manter satisfatoriamente, não se dispensando, porém o sal mineral. Nos dois primeiros terços da gestação, também
não há necessidade de alterar alimentação do animal, quadro que muda no terço final. Daí a importância de monitorar os cios e
prenhez das éguas. Neste período final de gestação, a exigência de proteína, carboidratos solúveis e minerais chega a aumentar
em 30%, sendo necessário que se modifique, então, a alimentação do animal.

Após o parto, é aconselhável manter-se esta


alimentação até o quarto mês de lactação, cujo
pico acontece aproximadamente aos 60 dias após o
parto, que é o período de maior produção de leite,
quando o animal é mais exigido.
Resumindo, você deve ter na propriedade um
pasto de boa qualidade, com um suplemento de
forragem para o inverno, que pode ser feno, ou
mesmo silagem de milho, mais as rações
específicas para cada caso acima descrito.

O cavalo de Esporte

Um cavalo de esporte é uma animal do qual o cavaleiro exige uma performance. Hoje em dia é muito difundida a prática de
esportes eqüestres, como o enduro e hipismo. Para cada um destes esportes há uma exigência para que o animal possa ter bom
desempenho, pois são esportes diferentes. O esforço do cavalo pode ser longa duração (caso do enduro) ou de curta duração
(provas de salto). Por isso você deve estar atento para fornecer ao seu animal a dieta certa para um bom desempenho.
O cavalo de enduro

O enduro, como todos sabem, é um esporte de longa duração. O animal percorre vários quilômetros, as contrações
musculares são lentas, é um exercício aeróbico com alto consumo de oxigênio.
Desta forma devemos fornecer ao animal uma dieta que propicie condições as mais favoráveis possíveis para a realização da
prova. E qual seria esta alimentação? O que pode mudar para otimizar o desempenho do animal? Segundo o Dr. Gobesso, uma
boa dieta para o cavalo de enduro deve ser composta de volumoso e alta qualidade, sempre em grande quantidade, pequena
quantidade de concentrado e uma dose de gordura, que pode ser fornecida através do óleo de cozinha comum, de soja ou de
milho. É importante notar que a sua exigência em proteína é pequena, por isso uma ração com baixo teor de proteína, ao redor
de 8%, é suficiente. Estas rações normalmente são mais baratas, já que a proteína é a parte mais cara do concentrado. É muito
importante que se forneça a gordura para o animal, pois esta é a fonte de energia.
O cavalo de salto

Diferentemente do cavalo de enduro, o cavalo de salto é um animal que realiza atividade de curta duração, com movimentos
rápidos, sendo assim um exercício anaeróbico, porque o animal, neste caso, não consegue absorver oxigênio na quantidade que
seria ideal para suprir as suas necessidades.
Por isso o ideal é fornecer lhe uma fonte de carboidrato solúvel, ou seja, o amido, que é uma boa quantidade de fibras, para
evitar problemas digestivos, como cólicas.
O cavalo de corrida

Os cavalos de corrida como o PSI e o Quarto-de-Milha são animais que realizam exercícios que são em parte aeróbicos e em
parte anaeróbicos, por isso sua alimentação deve conter fibras, gordura e amido.
O cavalo de passeio

Estes animais só são usados em passeio, como romarias e desfiles, e não são trabalhados diariamente, por isso é importante
que se observe aqui também uma alimentação adequada, a fim de se evitarem problemas como cólicas e outros mais. Estes
animais devem consumir uma dieta composta de fibras, como um volumoso de boa qualidade, pouco concentrado, de preferência
uma formulação com pouco amido e óleo (100 ml por dia são suficientes).
Um problema comum com este tipo de animal é o fornecimento de ração rica em amido. Os animais que consomem esta
ração podem apresentar-se irritadiços, pois o excesso de amido. Os animais que consomem esta ração podem apresentar-se
irritadiços, pois o excesso de amido causa neles um acúmulo de energia deixando-os inquietos e agressivos. Muitos proprietários
têm hábito de adicionar o rolão à ração a raça pronta, fornecendo assim excesso de amido ao animal. Por vezes, estes animais
ficam tão excitados que entram em um quadro de anaerobiose, produzindo então muito ácido lático, o que provoca dores
musculares, diminuição no pH do Organismo e até o aguamento do cavalo.
O cavalo de lida

O cavalo de lida; é aquele usado na propriedade para serviços diários. Pode ser mantido de maneira satisfatória apenas com
pasto de boa qualidade, pouco concentrado, aproximadamente 2kg por dia, sem muito amido e com teor de proteína bruta ao
redor de 8%.

PASTAGEM
A pastagem cumpre um importante papel na alimentação do cavalo, pois fornece, além das
fibras vegetais, importantes para o processo digestivo, também parte das proteínas
necessárias ao bom desenvolvimento do animal, sendo indispensável o fornecimento de
volumoso, matéria verde, na forma fresca ou em conserva (feno ou silagem).
E o que, afinal das contas, é o tal do alimento verde? O alimento verde pode ser definido
como sendo as partes aéreas de vegetais cujo crescimento ainda não está concluído,
podendo ser cultivados ou naturais.
Os pastos naturais são aqueles que não foram formados pelo homem e que, portanto,
não foram de forma alguma planejados. Embora podendo ser utilizados, apresentam alguns
problemas. Neste tipo de pasto podem crescer até 100 diferentes espécies de plantas, entre
gramíneas, ervas, trevos, etc.
Algumas espécies de plantas podem causar podem causar danos a língua e aos lábios dos
animais mais sensíveis, além da possível ocorrência de ervas tóxicas, como Erva - de - Rato
e a Erva - de - São João, que podem causar sérios distúrbios ou até mesmo a morte dos
animais.
Só por este motivo já seria vantajoso que se formasse uma área de pasto destinada aos
animais, com maior rigor e cuidado na sua formação e manutenção.
Além disto, há o problema da escolha do local. Devemos evitar locais muito úmidos, de
difícil acesso, sem sombra para os animais e que não tenha água disponível.
Bem, e como podemos então formar este pasto, para deixar estes nossos animais devidamente à vontade e seguros?
Os cavalos são muitas vezes objetos de prazer para seus proprietários e por isso há um desejo de se estar em constante contato com
eles, seja para passeios ou para que recebam todos os cuidados que prazerosamente lhe dispensamos. Por isso o pasto deve estar em
local de fácil acesso, evitando-se locais excessivamente acidentados ou distantes de instalações, como cocheiras e troncos de contenção.
Outro aspecto importante na escolha do local é que se evitem lugares muito úmidos, ou que possam ser inundados, como as várzeas,
pois o excesso de umidade pode trazer problemas como doenças parasitas.
Escolhido o local, escolha qual a forragem que será utilizada para a formação do pasto. Neste caso é bom que se observe a
disponibilidade de sementes ou mudas em sua região, a fim de facilitar o seu trabalho. Atualmente no Brasil se utiliza muito o coast cross
como alimento para cavalos, mas os capins do gênero Cynodon apresentam também resultados bastante satisfatórias,

Cada nutriente vai cumprir um papel no desenvolvimento da pastagem, sendo, portanto, indispensável por isso procure
informar-se, de
preferência com profissionais, sobre o qual é a melhor opção para o seu caso.
Agora que já definimos qual o melhor local para a formação do pasto e qual a melhor forragem, é hora de preparar o terreno. Como
qualquer plantação, devemos antes de mais nada providenciar a análise do solo para corrigir problemas de fertilidade e de acidez que
possam existir no terreno. só após a retirada da amostra e de posse de seu resultado é que daremos seguimento ao plantio, fazendo a
aração e a gradagem, como em qualquer outra cultura. A adubação é feita também com o mesmo rigor, utilizando-se a formulação de
NPK, comum a todas a lavouras. Cada nutriente vai cumprir um papel no desenvolvimento da pastagem, sendo, portanto, indispensável.
Apesar disso, nem sempre a adubação potássica se faz necessária, pois as pastagens não são grandes consumidoras deste mineral,
porém isto só pode ser observado com segurança pela análise do solo. Em compensação, o fósforo deve ser aplicado em grande
quantidade, pois a maioria de nossos solos é pobre em fósforo. Normalmente é aplicados 20Kg de N, de 80 a 120Kg de P e 30 Kg de
K/ha. Note que esta recomendação se refere ao elemento puro e não a formulações.
Bem, já estamos com o solo devidamente preparado, corrigido, a forragem já foi escolhida e é chegada a hora do plantio
propriamente dito. Este plantio pode ser feito por duas vias: através de sementes ou de mudas. No caso de se optar por uma espécie
propaganda através de mudas, como é o caso do coast cross por exemplo, utilizamos ramas que são espalhadas pelo terreno,
preferencialmente após uma chuva, a fim de garantir um bom pegamento, pois, se o plantio for feito em solo seco, ficaremos na
dependência de uma chuva em seguida. Uma vez lançadas as mudas, faz-se uma gradagem leve a fim de incorporá-las ao solo. Para as
espécies propagadas através de sementes, podemos agir de dois modos: com semeadura a lanço ou em sulcos. Quando de opta por fazer
a semeadura a laço, simplesmente jogamos a sementes ao solo, já devidamente adubado, manualmente ou com o auxílio de uma
esparramadeira de calcário ou máquinas próprias para o plantio de forrageiras, fazendo-se depois uma leve compactação do solo, para
garantir uma boa germinação. É importante frisar que a semente não deve ficar enterrada a mais do que 2cm e nem expostas, pois
podem ser comidas por aves. Este método traz a desvantagem de nem sempre se conseguir uma germinação uniforme. No caso da
semeadura em sulcos, o trabalho é feito por máquinas apropriadas, que distribuem o adubo juntamente com a semente. Neste método
conseguimos uma germinação mais uniforme, com menor gasto de semente por ha.
Agora que você já sabe como formar o pasto para o seu animal, preste atenção em mais alguns conselhos.

 Não utilize arame farpado para cercar o pasto, pois ele pode trazer danos à pele e à pelagem do animal, prefira arame liso.
 Tenha sempre água em abundância disponível para o animal. Se for preciso, faça um cocho, um bebedouro com água sempre
limpa e fresca.

 Procure sempre formar pastos em locais amplos, para que o animal possa se exercitar a vontade

Para saber mais:

>>Como formar pastagens


-Lúcio Deon Nunes de Souza
-Editora Ediouro

>>Alimentação de Cavalos
Helmut Meyer
Livraria Varela

Cor e aparência: Indícios para:


Verde, fresco Condições de colheita favorável, pouca perda de nutrientes
Colheita tardia, chuva na colheita ou armazenamento por muito
Esbranquiçado, pálido
tempo, baixo teor em caroteno
Superaquecimento durante armazenamento, perda de nutrientes,
Marrom a negro
baixa digestabilidade das proteínas.
Cinza sujo até manchas esbranquiçadas Contaminação por fungos
Cheiro Indícios para:
Fresco, agradável Boas condições de colheita e armazenamento
Aromático Eventualmente alto, conteúdo em trevos, leguminosas ou ervas.
Superaquecimento no armazenamento, diminuição no teor de
Queimado
nutrientes e da digestabilidade.
Contaminação por fungos (perda em nutrientes, pode conter
Mofado, abafado e podre
substâncias tóxicas) não usar para alimentação.
Tato Indícios para:
Material rico em folhagem, pobre em talos, alto teor em proteína,
Macio, suave
baixo em fibra bruta, eventualmente pobre em Ca
Menos folhagem e mais talos, diminuição do teor em proteínas e
Áspero
aumento de fibra bruta.
Bruto, resistente Muitos talos, poucas folhas, baixa digestabilidade.
Umidade ainda acima de 20%, dessecamento ainda não concluído,
Hirto, úmido
risco de se estragar, não utilizar
Contaminação Indícios para:
Dependendo do tipo e volume diminui a qualidade e prejudica a
Terra, palha, esterco, pedras, poeira (fungos)
saúde

Em alimento jovem, excessivamente adubado pobre em Ca, Mg e


Composição botânica Na, rico em P e proteína.
Predominante gramíneas
Maior proporção em leguminosas e ervas Teor alto em Ca, Mg e proteína
Equisetum palustre (erva de rato), Pteridium aquilinum (samambaia
Plantas tóxicas - observar invasora), Colehicum autumnale (cólquico), Senecio vulgaris (erva
das queimadas), Adenis vernalis (família das ranunculáceas).

O BANHO

DEPOIS DE UMA CAVALGADA OU UMA SESSÃO DE EXERCÍCIOS, NADA MELHOR DO QUE UM BOM
BANHO PARA REFRESCAR E RELAXAR. ESTE MOMENTO PARA O CAVALO É MUITO IMPORTANTE, É O
INDICATIVO QUE O TRABALHO ACABOU E CHEGOU A HORA DA RECOMPENSA.

A ducha só com água e escovação deve


acontecer quase que diariamente ou sempre que o
animal terminar o trabalho, chegar do piquete ou
estiver muito empoeirado devido ao pó de feno ou a
serragem das baias. Já um bom banho com
shampoo deve ser dado pelo menos uma vez por
semana com bastante calma e prazer. Quando
chegar este dia é provável que seu cavalo já espere
ansiosamente, pois ele já perceberá as pequenas
alterações que naturalmente acontecem. A
movimentação dos tratadores ao pegar os
materiais, a arrumação do local do banho, com tudo
isso ele já saberá que o grande dia do banho
chegou!

A Hora Certa
O ideal é que este banho aconteça nas horas em que o sol estiver forte para que o
animal não sinta frio e a secagem seja rápida. Dê preferência a um local que tenha
piso de cimento, um amarrador seguro e uma torneira com bastante água. Amarre o
cabresto com uma certa folga, pois provavelmente, na hora que você for lavar a
cabeça do cavalo, ele vai querer se esquivar-se, levantando-a fortemente, podendo
estirar e provocar um sério acidente.
Deixe-o ver e cheirar todo material que você vai utilizar durante o banho, para
evitar que ele estranhe alguma coisa e fique estressado. Lembre-se que este deve ser
um momento prazeroso. Mesmo em relação à água, antes de molha-lo, ofereça-o
para beber um pouco caso tenha vontade.
É importante que a pressão da água não seja muito forte. Nada de esguichos ou
vaporizadores use a mangueira. O cavalo é um ser vivo, e pressão demais pode
acabar machucando a pele, principalmente nas áreas mais sensíveis.
É importante antes de molhar o cavalo, ficar atento se a respiração já voltou ao
normal (caso tenha sido trabalhado antes) e a temperatura do corpo esteja amena. A
temperatura da água pode até ser fria, desde que o dia não esteja gelado. O grande
perigo está no choque térmico entre o clima pós-banho e a água, pois pode resfriar
demais alguns membros e provocar friagem, dificultando até a locomoção.
Passo a Passo

Comece molhando todo o animal. Inicie sempre pelas patas. Jogue água nos
cascos, boletos e pernas. Vá subindo pelos membros anteriores e depois posteriores.
Suba com o esguicho para a garupa e vá seguindo em direção a cernelha. Molhe bem
a crina e tenha cuidado para não deixar entrar água nos olhos e ouvidos do cavalo.
Deixe que ela escorra entre as orelhas e, se ele deixar, use um chumaço de algodão
embebido com oleo mineral para tirar o excesso de cera. Alguns animais podem ser
arredios a este contato. Se isto acontecer, procure acalmá-lo para evitar que ele se
esquive todas as vezes que você tocar esta região. Não se esqueça dos pêlos do
topete. Puxe-os para trás das orelhas e junte-os à crina. Certifique-se de que a água
penetra até a pele, na raiz dos pêlos. Feito isso é hora de partir para a limpeza. Dilua
em um balde uma parte de shampoo para três partes de água.

Ao lavar o corpo do cavalo, pode-se usar a luva, esponja ou mesmo as mãos. Vá


passando o shampoo com água por todo o corpo do animal em movimentos
circulares.
Para os cascos, use uma escova com cerdas firmes e bastante sabão, esfregue
com bastante força e enxágüe bem. Depois, levante a pata e use um limpador de
ranilha para tirar todos os resíduos de sujeira e serragem que se encontram nos
cascos. Tome cuidado para não ferir esta região que é bastante sensível.
Em seguida ensaboe bem as patas e esfregue-as com uma escova macia. É
comum que o cavalo levante a pata na hora da esfregação. Caso isto aconteça não
se assuste, apenas tome cuidado para não ser atingido. Outra parte bastante
sensível a cócegas é a região das costas e da garupa. Na hora da esfregação, o
cavalo costuma encolher-se ou tentar esquivar-se. Se isso acontecer, alivie um
pouco a pressão para que ele não se sinta incomodado.

Para a limpeza do focinho, chanfro e


Dica: caso o animal esteja com pêlo gananchas, utilize uma escova muito macia ou
muito ressecado, você pode usar o uma esponja e passe levemente. Estas também
condicionador em todo o corpo, após são regiões sensíveis e o excesso de pressão
o banho. Espalhe o produto em todo pode assustar o animal.
o cavalo com o auxílio de uma escova Use um sabonete ou um shampoo suave
em movimentos circulares e deixe para lavar a crina. Não use detergente. Pegue
agir por 5 minutos. Em seguida uma escova de plástico e faça penetrar bem a
enxágüe com bastante água. espuma, para remover toda a sujeira. Deixe o
Terminando o banho, pegue o shampoo atuar por alguns minutos e enxágüe
escorredor (um rodinho de madeira e com água corrente. Procure tirar o excesso com
borracha) e passe pelo corpo do as mãos e evite o uso de pentes para não
cavalo, acompanhando o sentido da quebrar os fios da crina. Se você preferir, pode
musculatura (paleta, garupa, usar um creme condicionador para
pernas), de cima para baixo, e deixe desembaraçar os fios. Retire a água do pescoço
secar no sol. com um raspador de suor. Com a cauda, faça a
mesma coisa, escove-a inteira, molhe e
desembarace. Depois de enxaguar o condicionador, passe uma escova de cerdas
largas para que os fios fiquem bem soltos.

CALÇANDO O ANIMAL
Ao contrário do que possa parecer, ferrar um cavalo é muito mais do que simplesmente pregar-lhe uma ferradura nos
cascos. É necessário que se conheça a anatomia do animal, as técnicas para o bom ferrageamento, etc.
Costuma-se dizer que
existem vinte e nove Além destes problemas, existem ainda outros, como a inibição dos
problemas: movimentos do animal mal ferrado, a penetração do cravo na matéria
córnea sob a ferradura.
Por isso para o bom ferrageamento, devemos ter certos cuidados,
 Quatro cascos
os quais mostraremos a seguir:
aparados
adequadamente
- Os ossos do sistema digital devem estar alinhados. Quando
 Vinte e quatro cravos
observamos o animal de lado, a parede frontal do casco e os talões
bem posicionados devem estar paralelos ao eixo antero-posterior.

 Um ferrador -As ferraduras não devem ser menores do que o plano da sola, já
consciente parada, devendo ultrapassar o casco em um ou dois milímetros, a fim
de favorecer o crescimento do casco do animal.

-Os dois últimos cravos não devem ficar atrás


da linha do segundo terço da periferia do casco e
o arrebitamento destes deve ser feito de 1,5 a
2,5 cm acima do casco do animal.

-Após o ferrageamento, os digitais devem ter


as mesmas dimensões, estética e peso.

-Quando o alinhamento dos talões não é


paralelo ao casco, então a ferradura deve ser
maior do que o plano da sola, a fim de se
aumentar a base de sustentação do animal.

Ao escolher a ferradura, saiba que


basicamente existem três tipos: as planas, as
tanoladas e as arqueadas.
É preciso que se tenha sempre em mente que
a ferradura deve proporcionar proteção ao casco
do animal, sem causar desconforto ou atrapalhar
sua locomoção. Além da ferradura, no
ferrageamento temos outra parte importante: os
cravos. Um bom cravo deve ter uniformidade de têmpera, elasticidade, homogeneidade , haste delgada e
suave, cabeça com conicidade perfeita, pontas adequadamente chanfradas para facilitar a saída do casco
e o perfeito rebitamento.
Atualmente existem algumas alternativas à ferradura, como a bota de neoprene, que é uma bota
flexível, calçado no casco do animal e fixada por pressão ou com cola, mas este é um recurso ainda
pouco usado.
O ferrageamento pode ainda ser utilizado como correção para defeitos, como os talões não paralelos
casco e alinhamento ou angulação do eixo antero-posterior. Mas sempre que necessário, não se esqueça
procure um ferrageador, pois a ferradura é um instrumento muito importante para o bom desempenho
do animal e não vale a pena ficar gastando com serviços de curiosos.

AIE - ANEMIA INFECCIOSA EQÜINA

Certamente a Anemia Infecciosa Eqüina é, senão a pior doença, uma das piores a atacar os
rebanhos eqüinos mundo afora, uma vez que é uma doença mortal, que não tem cura, matando
em pouco tempo. Também é conhecida como febre da montanha ou febre dos pântanos. A
princípio achava-se que esta era uma doença que acontecia somente em animais que vivem em
lugares baixos, ou alagados, porém hoje já se sabe, que ela ataca cavalos de qualquer lugar,
independentemente da localização do criatório.
A AIE é uma virose, isto é, é causada por um vírus e foi descrita pela primeira vez em 1843
na França. De lá para cá se espalhou por diversas partes do mundo inclusive no Brasil.
Normalmente os animais doentes apresentam febre alta e intermitente, rigidez dos
membros, debilidadde generalizada, mas mais pronunciada na parte posterior, anemia,
icterícia, desnutrição e perda de peso, embora não haja perda de apetite. O vírus causador da
AIE pode ficar no organismo do animal por longos períodos, e os animais podem até se
recuperar temporariamente. Este vírus pode ser transmitido por insetos ou pela inoculação de
uma pequena quantidade de sangue com agulhas contaminadas. Segundo estudiosos do
assunto, qualquer fator que venha a diminuir a resistência dos animais, além de predispô-lo à
doença, contribui para o seu desenvolvimento. É importante lembrar que, não existindo vacina,
devem-se tomar algumas medidas preventivas contra a sua disseminação:

 Use sempre agulhas descartáveis e esterilize sempre outros objetos a serem utilizados
para penetrar o corpo do animal.
 Procure manter a baia sempre limpa e livre de insetos sugadores.Em caso de suspeita de
contaminação, procure o mais rápido possível um veterinário, a fim de que se faça o
diagnóstico preciso da doença.
 Em caso de diagnóstico positivo, deve-se sacrificar imediatamente o animal, pois mais
doloroso que isto possa ser, queimando-se em seguida o seu cadáver.
 Ao comprar um animal, exija sempre um exame de AIE, atestando-lhe a sanidade,
lembrando sempre que este exame tem validade de sessenta dias.

 É responsabilidade de todos aqueles que possuem cavalos combater a AIE, para que
possamos evitar que esta doença se torne um pesadelo para aqueles que têm com seus
animais uma relação de amor e de carinho.

CÓLICA EQÜINA
As cólicas são resultantes de doenças do aparelho digestivo ou de outros órgãos e, são classificadas
como verdadeiras e falsas.
As cólicas verdadeiras são causadas por doenças dolorosas do estômago e intestinos, com
defecação anormal.
As falsas cólicas são oriundas de enfermidades do peritônio, baço, rins, órgãos internos, assim como
de doenças infecciosas ou intoxicações alimentares.
Como o cavalo tem um estômago pequeno, que exige rações freqüentes e pouco volumosas, a
maioria dos casos de cólicas tem origem em uma irregularidade na alimentação. Os ataques de cólicas
surgem como conseqüência de alterações bruscas na qualidade de alimentos, irregularidade na
distribuição da ração, alimentos finamente moídos, refeição imediatamente antes da entrada no
trabalho e amamento depois da refeição e alimentos deteriorados.

SINTOMAS - existe dois tipos de cólica: a espamódica e a flatulenta.

 Espamódica - a dor é contínua, de maneira que, entre os ataques, o cavalo pode mostrar
aparência normal. Durante o ataque, os principais sintomas são os seguintes: o animal deita-se
e levanta-se; retorce-se no solo; dá cabeçadas na barriga; dá patadas e transpira
profundamente; apresenta a boca seca e conjuntiva injetada; à medida que o mal progride, os
períodos de calma vão se tornando mais curtos e os espasmos mais intensos.
 Flatulenta - que resulta da distensão do estômago ou intestino pelos gases produzidos em
excesso pela fermentação dos alimentos, mostra estes sintomas: dor contínua, porém, pouco
intensa; o abdome apresenta-se distendido e o animal muda constantemente de posição, com
vontade de deitar-se mas com medo de fazê-lo.

TRATAMENTO - o tratamento da cólica é feito com a finalidade de eliminar a causa e aliviar a


dor. O animal deve ser colocado numa baia, sem comida. Em seguida o médico veterinário deve
ser comunicado para que possa aplicar a medicação correta.
ANATOMIA EQÜINA

CABEÇA

Nuca
Extremidade superior Garganta
Parótida

Fronte
Face Anterior Chanfro
Focinho

Orelha
Fonte
Olhal
Faces laterais
Olho
Bochecha
Narina

Fauce
Faces posterior Ganacha
Barba

Extremidade Inferior Boca

1. orelha
2. olhal
3. olho
4. chanfro
5. narina
6. boca
7. nuca
8. topete
9. fonte
10. fronte
11. pálpebra
12. bochecha
13. ponta do focinho

Pescoço
Bordo superior
Faces laterais Crineira
Bordo inferior Tábuas

1. Crineira e bordo superior


2. Bordo
3. Tábua
Tronco
Cernelha
Dorso
Face Superior Lombo
Anca
Garupa
Peito
Extremidade anterior Inter-axila
Axila
Costado
Faces Laterais
Flanco
Cilhadouro
Face Inferior Ventre
Virilha
Cauda
Ânus
Extremidade posterior
Períneo
Orgãos Genitais

Membros
Espádua
Braço
Regiões Próprias dos anteriores Codilho
Antebraço
Joelho
Coxa
Nádega
Regiões Próprias dos posteriores Soldra
Perna
Jarrete
Canela
Bolêto
Regiões comuns aos quatro membros Quartela
Coroa
Casco

19. Espédua
20. Braço
21. Codilho
22. Antebraço
23. Joelho
24. Canela
25. Boleto
26. Quartela
27. Coroa
28. Casco
29. Coxa
30. Nádegas
31. Soldra
32. Perna
33. Jarrete

Esqueleto
1. Escápula ou Omoplata
2. Junta da espádua
3. Úmero
4. Junta do Cotovelo
5. Rádio
6. Pisiforme
7. Ossos Cárpeos do Joelho
8. Canela
9. Quartela Comprida
10. Quartela Curta
11. Ossos Cuneiforme do pé
12. Boleto
13. Costelas
14. Cintura Pélvica
15. Osso sesamóide
16. Metacarpo Rudimentar Externo
17. Jarrete
18. Tíbia e Fíbula
19. Fêmur

A ÚLCERA
Os Sintomas

Um potro deitado de costas, com todas as 4 pernas viradas para o ar, dormindo calmamente, parece
ser uma posição ideal para uma foto, mas não deixe que este momento da foto perfeita engane você;
esta posição não é normal para um potro ou qualquer outro cavalo.
No intuito de tentar livrar-se de uma dor de estômago, o potro pode ficar de costas, contorcer-se ao
redor, deitando-se repetidamente; o que poderá conduzi-lo a problemas mais imediatos. O potro
poderá machucar-se por debater-se ao redor da baia, ou poderá sofrer depressão respiratória e
circulatória por longos períodos, colocando sua vida em risco; ou ainda poderá ficar preso contra a
parede, embaixo do cocho de alimentação.
Muitos cavalariços, apenas os provocam estupidamente a levantar-se, quando o potro fica
repetidamente deitado; enquanto que pode ser as vezes o caso para garantir -se ;de chamar o médico
veterinário. O potro pode estar tentando amenizar a dor de uma úlcera gástrica, através de uma
inversão de seu estômago para que o ácido gástrico flua longe da úlcera. A ulcera gástrica é uma
erosão da parede do estômago, causada pela ação do ácido gástrico.
Sintomas de Ulceras: letargia, perda do apetite e ocasionalmente ranger de dentes"
Especialista em síndrome de úlcera."Os potros não nascem com úlcera, porque eles não secretam ácido
até atingirem os 2 dias de vida. Metade dos potros nascidos desenvolvem úlceras durante o primeiro
mês de vida, mas as lesões normalmente curam-se espontaneamente, e não ocorrem em potros que
são saudáveis e alegres. Os verdadeiros problemas ocorrem quando o "stress" ou enfermidade
perturbam o ambiente do potro".
O potro recém-nascido que possua uma enfermidade, possui portanto, um grande risco de
desenvolver úlceras. Embora as úlceras sejam causadas pela ação do ácido, elas ocorrem até certo
ponto devido à debilidade das defesas.
O "Stress"
O "stress" é um grande fator na causa de úlceras, porque ele perturba o horário normal de mamada
do potro. Quando o potro mama o leite, forma-se na verdade, um coágulo no estômago que absorve o
ácido, fazendo com que este não fique diretamente em contato com a parede do estômago. Dentro de
30 minutos após mamar, a acidez do estômago do potro, eleva-se acentuadamente.
Qualquer coisa que cause ao potro, a ficar longos períodos sem mamar, poderá danificar a parede do
estômago. Se observarmos um potro que não está mamando como deveria ser, haverá então, uma
razão para se preocupar. Um dos acontecimentos mais estressantes, na precoce vida do potro, ocorre
quando a sua mãe tem que deslocar-se para padreação, e então ele é colocado no carro de transporte
com a mãe , ou é contido enquanto ela é levada a ser padreada, ou ainda é deixado no haras, gritando
e atirando-se na cocheira até o retorno de sua mãe. A qualquer hora o potro é exposto ao "Stress", e
faz sentido tomar as devidas precauções, para preservar o seu estômago. Muitos potros são tratados
com drogas anti-úlceras, antes durante e depois de viagens, ou quando o potro é deixado só, no
haras". Cuidado também com diarréias que os potros experimentam, quando aos 10 a 14 dias de
idade, não sendo estas, as típicas do cio do potro.
É importante observar potros que deitados podem mostrar sinais de letargia, ranger de dentes
contorcer-se inconfortavelmente, estes são sinais indicativos de úlcera.
O potro doente

Qualquer enfermidade de condição muscular dolorosa, como joelhos contraídos ou outros problemas
onde o potro tenha que usar talas, e esteja em dor constante, são razões para se precaver de um potro
com desenvolvimento de possível úlcera. Mudanças da circulação sangüínea da parede do estômago,
que ocorrem durante doenças severas podem ser um fator. Potros doentes, também não mamam
normalmente, ou em casos de potros com septicemia, podem absolutamente não mamar. O "Stress"
novamente tem o papel importante , potros doentes podem desenvolver distúrbios digestivos
decorrentes de ansiedade associada com confinamento, depressão e medicação forçada, por várias
horas, dia e noite.
Nunca associe antibióticos com úlceras, a menos que eles causem ao potro parar de mamar; se você
estiver dando ao potro antibióticos, você deverá rotineiramente administrar uma úlcera profilática, mas
não devido aos antibióticos, forneça então drogas ácido bloqueadoras, como Omeprazole ou Ranitidina.
Antiinflamatórios não esteróides como a fenilbutazona podem causar úlceras gástricas pela destruição
de prostaglandinas; a proteção natural da mucosa do estômago. Isto tem gerado preocupação, quando
uma égua a qual foi administrada Fenilbutazona, Banamine ou outro antiinflamatório não esteróide,
venha a transferir a droga para o potro, através do leite, causando úlceras. Isto não é a causa, em
estudos realizados anos atrás, foi medido teores de fenilbutazona no leite de éguas que receberam esta
medicação, e os teores encontrados foram em quantidades tão baixas, que quando atingiam o potro
não foi absolutamente a questão ,como causa da úlcera.
Administrado diretamente aos potros, os antiinflamatórios não esteróides entretanto, podem causar
úlceras. Enquanto, veterinários muitas vezes recomendam a administração de Sucralfate(Carafate)
para proteger o estômago quando um potro é tratado com antiinflamatórios não esteróides, pesquisas
sugerem que isto pode não ser utilizado, há um estudo no qual potros tomaram fenilbutazona com
Carafate, e o Carafate não preveniu a fenilbutazona de causar úlceras. Poderá ser melhor, então, usar
uma droga que suprima a acidez gástrica.
O ponto mais importante, é não exceder a dose da bula, dos produtos antiinflamatórios não
esteróides; defensores de dietas naturais, sugerem que administrando-se a potros recém-nascido,
probióticos, acredita-se que bactérias benéficas ajudariam na digestão, modificariam o equilíbrio ácido
do estômago e proporcionariam a proteção contra a úlcera.
O bicarbonato de sódio para potros tem conseqüências desastrosas, pois sua absorção no sangue
poderia causar uma séria alcalose; o potro tornar-se-ia muito doente, comatoso podendo nesta
conduta, matar um potro bem facilmente.
Diagnóstico e tratamento

O exame endoscópico do estômago é o único caminho para confirmar que o potro possui úlceras,
mas alguns veterinários podem não estarem equipados para este tipo de exame. Se você tem uma
séria preocupação com o seu potro, recomenda-se colocá-lo em uma clínica que faça os procedimentos
regulares, que não oferecem riscos na maioria dos potros; havendo entretanto alguns potros que
tornam-se muito doentes para sofrerem uma endoscopia. Se o exame endoscópico, é uma das opções,
você poderá retardá-lo, sugere-se que inicie-se um tratamento agressivo, com drogas ácido-
bloqueadoras. Ele previne que, com o tempo você reconhecerá que o potro tem sintomas e as úlceras
são provavelmente já consideradas graves.
Mas se o potro adquiriu úlceras de outros problemas, você deverá solicitar ao veterinário, um exame
de sangue e minucioso exame para encontrar com o que mais você está tratando. Tratar úlceras e
parasitas ao mesmo tempo é uma boa estratégia, a desverminação não tornaria as úlceras piores; é
certamente razoável desverminar o potro ao mesmo tempo em que você está tratando de úlceras, se
este lhe parece apático. Uma vez que o tratamento tenha progredido por dois ou três dias, os sintomas
provavelmente desaparecerão, mas as úlceras não serão cicatrizadas, então não deve-se parar o
tratamento. Para casos benignos, recomendamos que o tratamento continue ao menos por uns 10
dias; casos mais sérios, requerem 1 mês ou mais, antes que a úlcera seja cicatrizada.
Incidência

Úlceras gástrica e duodenais são condições médicas comuns e representam um dos maiores
problemas de saúde em potros e cavalos adultos. Uma alta incidência de úlceras gástricas e duodenais,
tem sido reportadas em potros (25 - 50%) e cavalos adultos(66%)podem contribuir para sintomas
como, dor, sofrimento e perda da performance.
Úlceras gástricas e duodenais, provavelmente resultam de um desequilíbrio de fatores agressivos da
mucosa (ácido e pepsina) e fatores protetores(camada mucosa, mucosa gástrica e prostaglandinas). Os
acertos da terapia anti-úlcera são o controle dos sinais clínicos da ulceração (dor abdominal, ranger de
dentes, salivação, pouca performance, diarréia e perda de peso), inibir fatores gástricos agressivos,
ampliar os fatores gastro-protetores, promover a cicatrização da úlcera e prevenir as complicações
relacionadas com a úlcera. Correntemente, uma variedade de medicamentos anti-úlceras com
diferentes ações farmacológicas, potencialidade e inteiração, são disponíveis aos atuantes na clínica
diária. Esta variedade poderá tornar o plano da terapia racional, complicada e confusa. Uma melhor
compreensão dos medicamentos anti-úlceras disponíveis, e relação custo-efeito da terapia, poderá ser
planejada.
Histórico e exame físico

O cavalo que é suspeito de sofrer de ulceração gástrica ou duodenal, precisa ser intensamente
analisado; historicamente, será de grande ajuda, perguntar sobre a utilização do cavalo, seu regime de
treinamento, dieta, uso de drogas, tais como anti-inflamatórias não esteróides, aspirina e medicações
anti-úlceras; e freqüência caráter e duração dos sinais clínicos.
Um minucioso exame físico do potro ou cavalo adulto, pode revelar sinais de ulceração gástrica, tais
como cólica, diarréia, perda de peso, bruxismo ou salivação; também deve-se ter em mente que nem
todos os casos de cólicas são resultados de ulcerações gástricas e se o tratamento da úlcera gástrica ou
duodenal não surtir efeito ou resolver os sinais clínicos, uma nova avaliação do potro ou cavalo adulto,
deverá ser efetuada.
Metas da terapia anti-úlcera

A meta da terapia anti-úlcera, é aliviar a dor que é associada com úlceras gástricas, reduzir a acidez
do conteúdo gástrico, reduzir a carga ácida do duodeno, reduzir a atividade da pepsina, pelo aumento
do PH(> 3,5-4,0) e aumentar o muco da mucosa, o bicarbonato e o fluxo sangüíneo. O controle da dor
associada a úlceras gástricas poderá ser reservado, em casos de cavalos ou potros, desconfortáveis por
apresentação de síndrome cólica. A Xylazina (0,22-0,55mg/kg) ou Butorphanol (0,11- 0,22 mg/kg)
poderão reduzir a dor abdominal associada com úlceras gástricas ou duodenais. A segurança da
Xylazina em potros neonatais, é questionável. O Diazepan (0,05- 0,1 mg/kg) em potros pode também
reduzir a dor abdominal decorrente de úlceras gástricas ou duodenais. O uso freqüente de sedativos é
contra-indicado, sem o constante assessoramento, pois estas medicações podem mascarar sintomas de
doenças graves. Também o Butorphanol, quando usado sozinho em eqüinos, poderá causar excitação e
mudanças de comportamento, tais como: vagar a esmo, pressão cerebral alta e ataxia. Estes sinais
podem ser minimizados quando a Xylazina for usada em combinação com o Butorphanol. Drogas anti-
inflamatórias não esteróides, como o Flunixin Meglumine, Fenilbutazona, Naprofen ou Ketaprofen
poderão serem usadas com precaução em animais que estejam suspeitos de possuírem alto risco de
desenvolver úlceras gástricas ou duodenais. Estas drogas inibem a formação de prostaglandinas, as
quais tem efeito de proteção da mucosa do estômago, entretanto quando as drogas anti-inflamatórias
não esteróides forem necessárias, por outras condições, o Ketaprofen, poderá ser a droga de escolha.
Em recentes estudos, eqüinos tratados com Ketaprofen (2,2mg/Kg por 10 dias) tem menos úlceras
gástricas, e mostraram menos lesões renais do que eqüinos tratados com fenilbutazona ou Flunixin
Meglumine(Mac Allister CG., Margan,SJ, Borne ,AT., et al).Consequentemente, o Ketaprofen pode ser
uma alternativa para a Fenilbutazona ou o Flunixin Meglumine, no tratamento de condições dolorosas
em potros e cavalos adultos, e podem reduzir o risco de formação de úlceras gástricas. Uma vez que a
dor causada pela úlcera gástrica ou duodenal esteja sob controle, medicações específicas anti-úlceras
podem então ser prescritas para reduzir os fatores agressivos e providenciar a proteção da mucosa.
Agentes específicos Anti-Úlceras

Medicações anti-úlceras que reduzem os fatores agressivos da mucosa, incluem: Antiácidos,


Histamina tipo 2 bloquedora de receptores (Ranitidina, Cimetidina Famotidina), um próton-íon
bloqueador de secreção (Omeprazole) e estimulante da motilidade(Metoclopramida Hydrochloride).
Protetores

Medicamentos anti-úlceras que atuam nos fatores de proteção da mucosa do estômago, são o
Salicilato de Bismuto, o Sucralfate e o Misoprostol. O Salicilato de Bismuto pode ser a curto tempo,
benéfico no tratamento de úlceras gástricas e duodenais em eqüinos; ele une-se a matérias protéicas
nas úlceras gástricas e forma uma coberta protetora sobre a úlcera; entretanto ele pode ser também
convertido em Salicilato de Sódio, causando então irritação gástrica.
O Sucralfate é um complexo de Sal de Alumínio do Sulfato de Sucrose; ao encontrar proteínas do
ácido gástrico, o Sucralfate torna-se altamente condensado, um material viscoso que forma uma
bandagem proteinácea sobre as úlceras gástricas. É prudente para o tratamento de potros e cavalos
adultos com úlceras, associar o Sucralfate com outro antiácido sistêmico. Como efeitos indesejáveis, o
Sucralfate pode causar constipação em potros.
O Misoprostol, é um análogo sintético da Prostaglandina E1, que estimula os fatores protetores da
mucosa estomacal, e reduz a secreção do ácido gástrico. Prostaglandinas exógenas podem aumentar o
fluxo sangüíneo da mucosa, aumentar a secreção gástrica de Bicarbonato e reduzir a reação gástrica
aos alimentos.
Abordagem a potros e cavalos com sinais de Ulceração

Devido ao "Stress" ser a causa mais comum das ulcerações gástricas e duodenais, encontrar a fonte
do "Stress" pode ser a resposta, na resolução da úlcera. Na abordagem ao potro ou cavalo com
ulcerações gástricas ou duodenais, o clínico tentará alcançar as seguintes metas:
- Alivio dos sinais clínicos
- Cicatrização da úlcera
- Manutenção da cicatrização da úlcera
-Prevenção das complicações relacionadas á úlcera
-Minimização dos efeitos adversos da terapia
Se um potro ou cavalo, apresenta-se com sinais de ulceração gástrica ou duodenal, 2 semanas com
tratamento com antiácido ou terapia com Sucralfate, poderá ser útil na redução dos sinais clínicos e
promoverá a cicatrização da úlcera. Se os sinais clínicos persistirem, então uma nova avaliação clínica
do paciente, será necessária, ou pela endoscopia gástrica, ou contraste radiográfico se um endoscópio
de comprimento suficiente não estiver disponível. Se úlceras não forem encontradas, então novo
tratamento ou nova avaliação clínica será necessária para determinar a causa dos sinais clínicos.
Comentários finais

Um dos líderes mundiais de pesquisas nesta área afirma que 100% dos cavalos domésticos, tiveram
úlceras em algum estágio de suas vidas. Ulceras são um destes problemas que afetam o cavalo desde
remotos tempos, porém somente na última década, devido ao desenvolvimento do endoscópio com
fibra ótica, longo o suficiente para alcançar o estômago do eqüino adulto, é que a reconhecemos e
pudemos diagnosticá-la com certeza.
Uma grande companhia farmacêutica, recentemente criou e comercializa o primeiro medicamento
que de fato promove a cura de úlceras. Em estudos científicos, o Omeprazole é a primeira droga de seu
tipo, que recebeu aprovação da FDA, por curar úlceras gástricas em cavalos, inclusive aquelas com
incidência periódica.
O tratamento não é barato, custa U$ 40 a U$ 60 por dia, dependendo ainda do tipo de
administração, da circunstância e da localização. Hoje o Omeprazole parece ser a melhor combinação
de tratamento anti-úlcera disponível, mas talvez nem todo o proprietário de cavalo poderá dispor dele,
devido a seu alto custo. Há entretanto, tratamentos alternativos que entretanto, não são tão eficientes
como o Omeprazole. A melhor aproximação parece ser a administração de antagonistas dos receptores
de Histamina do tipo H2; com este tratamento, pesquisadores afirmam sucesso no tratamento de
lesões gástricas. Os dois, mais comumente usados são a cimetidina e a Ranitidina; ambos inibem a
secreção gástrica do estômago do eqüino, até mesmo estas drogas são de custo dispendioso, muito
embora sejam bem mais baratas que o Omeprazole.
Um bom manejo poderá ajudar o eqüino com úlcera, porém até que se reconheça o problema, deve-
se evitar situações que estimulem o seu desenvolvimento, e considerar que cavalos com úlceras não
serão "felizes campeões" e tendem a ser indivíduos amuados e tristes.
Um pesquisador afirma, ao estudar úlceras em eqüinos através da endoscopia, que estas tiveram
uma melhor resposta de cura, quando os cavalos apresentavam-se mais calmos e tranqüilos em seu
ambiente de vida .Não são todavia, todos os cavalos irritadiços que possuem a propensão de adquirir
ulceras, mas desde que esta conexão foi citada, entre a sua atitude temperamental e a incidência de
úlcera, considerou-se este fato não como um estudo, mas apenas uma observação, de grande valia
para que o médico veterinário dê mais atenção àquele cavalo mais aborrecido, para então definir se ele
tem uma razão especial para reclamar; pois talvez ele esteja tentando dizer alguma coisa sobre lesões
em seu intestino. Deixe de apertar o seu focinho(uso do cachimbo) e gritar com ele e descubra se ele
não tem uma razão chamada úlcera para este seu comportamento, irrequieto e as vezes até agressivo.

SARNA EM CAVALOS

São os eqüinos em geral parasitados por várias espécies de Sarnas, entre as quais as
seguintes:

Psoroptes equi, que ataca preferentemente as zonas do corpo revestidas por pelagem
mais densa, tais como o topete e a crina, seguindo-se em ordem de freqüência as regiões
escapular e a de inserção da cauda. Raramente ataca as regiões como o ventre, garupa,
curvilhão ou orelhas, e quando isso acontece, em geral está associada com a Sarna
Sarcóptica que será mais especificamente tratada abaixo.
Para seu tratamento, simples banhos com água e sabão, preferentemente sendo este do
tipo sarnicida, são suficientes para debelarem o parasita.

Chorioptes equi, ou simplesmente Sarna Corióptera, também


conhecida como Sarna da patas, pelo fato de quase sempre encontrar-se o
parasita localizado nessa região exterior do animal. Produzindo intensa
coceira, os animais quando parasitados demonstram-se irritadiços,
andando de um lugar para outro sem se manterem calmos como
usualmente acontece quando não parasitados. Dão patadas contra o chão,
golpeiam com suas próprias patas as paredes dos locais onde se
encontram alojados, mordem-se assim como os objetos circunvizinhos,
demonstrando assim o prurido que sentem em suas extremidades. Essa
irritação do animal é mais intensa principalmente a noite devido a grande
atividade do ácaro parasita nesse horário, levando o dono ou o tratadordo
animal a pensar tratar-se de vício do animal.
Durante os meses mais quentes há remissão dos sintomas, que tendem a voltar quando durante o
Inverno ou noites frias, daí ser conhecida também pelo nome de Sarna Invernal.
Afeta inicialmente e mais freqüentemente as extremidades posteriores que a anteriores, e
principalmente as chamadas regiões das quartelas. Invade em seguida as regiões das espáduas, do
pescoço e do tronco, para invadir em seguida todo o corpo do animal. Aqueles animais de porte mais
avantajado e de pelagem mais densa, pelos alemães chamados de Animais de " sangue frio ", são mais
freqüentemente e primeiro parasitados que os demais com os quais convivam, e principalmente
aqueles mais deficientemente cuidados com banhos ou simples rasqueamentos.
As zonas da pele atacadas pelo parasita, apresentam-se com infiltrações serosas e formação de
nódulos e vesículas, para em seguida aparecerem crostas e por fim engrossamento cutâneo resultante
da cornificação epidérmica (hiperqueratose). Por fim sobrevem queda de pêlos, e aparecimento de um
eczema seco nesses locais parasitados. Com o passar do tempo sem tratamento condizente, pode
evoluir para Eczema úmido e mesmo flegmonoso, sobrevindo calosidades e rugosidades das quartelas,
daí o nome que lhe é dado de: pé eriçado.
Juntam-se ao quadro lesões traumáticas nesses locais, produzidas pelo ato de coçar mordendo a
região pelos próprios animais.

Afeta inicialmente e mais freqüentemente as extremidades posteriores


que a anteriores, e principalmente as chamadas regiões das quartelas.
Invade em seguida as regiões das espáduas, do pescoço e do tronco, para
invadir em seguida todo o corpo do animal. Aqueles animais de porte mais
avantajado e de pelagem mais densa, pelos alemães chamados de Animais
de " sangue frio ", são mais freqüentemente e primeiro parasitados que os
demais com os quais convivam, e principalmente aqueles mais
deficientemente cuidados com banhos ou simples rasqueamentos.
Sarcoptes equi, ou simplesmente Sarna Sarcóptica, também chamada
de Escabiose por semelhança com a produzida no homem e em algumas
espécies animais pelo seu primo Sarcoptis scabiei.

Diferentemente das anteriores, esta espécie dá preferência para localizar-se em zonas da pele
revestidas por pêlo mais curto. Em geral começa atacando a região da cabeça do animal, arcadas
orbitarias, nariz, lábios e orelhas. Avança em seguida para o pescoço e região escapular, e nos cavalos
utilizados como montaria ou tração, na região da sela. Todo o corpo pode ser invadido pelo parasita em
prazo curto de 4 a 6 semanas, porém, excepcionalmente são parasitadas as regiões baixas como
ventre e extremidades do corpo. Provoca prurido intenso, principalmente durante a noite. É mais
freqüente que a Psoróptica, podendo associar-se a esta, produzindo então um quadro clínico não
definido como quando acontece estar presente sozinha.
PATOGENIA - Tanto aquela psoróptica quanto a Sarcóptica, conforme já descrito, o que chama a
atenção é o aparecimento de nódulos da pele, apresentando-se os folículos pilosos carcomidos, além de
pontos avermelhados nas regiões mais claras (despigmentadas), devido infiltração serosa da epiderme.
Algumas vezes podem ser claramente visíveis hemorragias cutâneas. Evolui para vesículas, e em
algumas vezes para pústulas cutâneas.O conteúdo dessas vesículas que se rompem junto com as
células de descamação da epiderme desprendidas por queratinização, formam verdadeiras escamas
cobrindo a pelagem do animal e de coloração branco-acizentada. Sua aglutinação dá origem as crostas
que sobrevem sobre a pele, o que serve também de estímulo para novos processos de queratinização
cutânea. De permeio a essas crostas são encontradas verdadeiras galerias que servem de abrigo ao
parasita e com o qual se nutre, além do próprio sangue do animal. Pela debilitação do próprio pêlo,
sobrevem sua queda e em conseqüência o aparecimento de zonas depiladas na superfície parasitada.
TRATAMENTO - Entre os existentes, quando o número de animais parasitados é suficientemente
grande que o justifique, podem ser utilizados câmaras fechadas, onde é insuflado anidrido sulfuroso, na
proporção de quatro e cinco por cento com o ar atmosférico e na temperatura de 25-30 graus durante
pelo menos uma hora. Deve esse tratamento ser repetido pelo menos durante uma semana e
diariamente.
Aplicações sobre a pele, principalmente se o parasitismo for localizado como na cabeça e pescoço, e
o número de animais for pequeno, são indicadas soluções com os seguintes medicamentos: Em
primeiro lugar aplicação de solução de Hipossulfito de sódio a 40 %, com utilização de um pincel ou
brocha, para logo em seguida ser aplicada uma solução de Ácido Clorídrico a 4 %. A reação química
que sobrevem entre essas soluções,dá origem ao Enxofre nascente, que tem ação fortemente
acaricida, debelando o mal e o parasitismo dessas regiões do animal.
Medicamentos do tipo: Acarsan, que contem Benzoato de Benzila também têm indicação e são
utilizados quando o número de animais for pequeno.
Igualmente sabões medicinais Sarnicidas, também podem ser utilizados em banhos diários dos
animais, assim como lavagem dos utensílios utilizados no trato dos próprios animais, como escovas,
raspadores, arreios e baixeiros de selas e arreios, assim como panos utilizados.
Alguns inseticidas de contato, a base de substâncias fosforadas ou cloradas, também podem ser
utilizadas, desde que se tomem os devidos cuidados para ser evitada absorção pela pele, e
conseqüente intoxicação do animais tratados.
Como última recomendação para evitar-se que tais parasitas cheguem até os animais, recomendaria
banhos diários dos eqüinos do plantel, simplesmente com água, sabão e escova, alem de cuidados
especiais no uso de objetos ou arreios de terceiros que podem estar contaminados por parasitas.
BERNES
São tanto os bernes quanto as miíases, causadas
por larvas de algumas espécies de moscas, que pelo fato
de serem carnívoras necessitam penetrar na pele de
algum animal, para se nutrirem da sua carne, e assim
cumprirem seu ciclo biológico, transformando-se em
seguida em insetos adultos.
Diferenciam-se os bernes das miíases cutâneas, além
do fato de serem as larvas de espécies de moscas
diferentes, pela particularidade biológica dos bernes
serem encontrados sempre isolados, uma única larva em
determinado lugar.

Nunca mais de uma larva num mesmo loco, a não ser quando pelas suas proximidades, poderem
vir a se unirem os locais de ambos pelo desenvolvimento posterior das larvas; Já nas miíases
cutâneas,além das larvas serem menores que as das larvas de moscas do berne, são encontradas
larvas em número em geral grande, que chega até algumas centenas,todas em comum no mesmo
local da penetração, formando verdadeiras crateras na superfície do corpo de suas vítimas.
São várias as famílias à que pertencem tais moscas, porém sob o ponto de vista clínico
parasitológico, são as mesmas agrupadas em dois grandes

l - Larvas que se nutrem de tecido vivo - Larvas biontófagas;


2 - Larvas que se nutrem de tecido morto - Larvas necrobiontófagas

Como ressaltado anteriormente, são encontradas as


larvas de moscas que constituem a doença com o nome
de BERNE, sempre isoladas, em lócus individuais, por
isso denominadas também de furunculosas, e
pertencentes às seguintes espécies de insetos:
Dermatobia hominis - Constitui-se a espécie tipo,
que recebe no Brasil o nome de berne, e na região
Amazônica o nome de Ura. Mede o inseto quando
adulto, de 14 até 17 mm e chama a atenção o colorido
metálico de cor azulada da sua região abdominal.
O tórax castanho escuro com tonalidade azulada manchada de negro, apresentando as bochechas
de cor amarelo escura e brilhante. No ano de 1911, Rafael Morales, estudante de medicina na
Guatemala, descobriu por observação, que o ovo dessa mosca era transportado por outros mosquitos
para os locais em que em seguida sendo depositado, vinham a reproduzir a doença.
Como todo inseto, seu ciclo evolutivo passa por fases: Os insetos adultos alados, acasalando-se
entre si dão origem a ovos que são postos pelas fêmeas, e destes em seguida nascem larvas , que no
caso por serem carnívoras necessitam se alimentar de tecido vivo de outros animais, vindo então a
parasitarem suas vítimas, constituindo-se essa fase propriamente o que é chamado de berne.
Completado seu desenvolvimento no local em que se instalaram, essas larvas abandonam o local
para continuarem seu desenvolvimento, transformando-se então em pupa, para darem em seguida
origem ao nascimento de novos insetos adultos. Vinte e quatro horas após a mosca ter abandonado o
invólucro pupal, efetua-se a primeira cópula, iniciando-se a postura no sétimo dia; Os ovos são
depositados diretamente sobre a parte lateral do abdome de outros dípteros (insetos com duas asas),
como moscas silvestres e mesmo a mosca doméstica (Mosca doméstica). Daí o fato da Dermatobia
procurar animais visitados assiduamente pelas moscas silvestres e por culicíneos (família a que
pertencem os pernilongos).
Segundo Neiva e Gomes, a Dermatobia fica a espreita de outras moscas e mosquitos e procura
agarra-los com as patas anteriores, mesmo sendo eles de pequenas dimensões. Conseguindo
apanhar um inseto, cavalga-o rapidamente, e presa à ele,alça o vôo durante o qual deposita seus
ovos que ficam solidamente aderentes, graças à uma substância especial que os reveste.
A Dermatobia põe em geral somente 15 a 20 ovos pôr vez, e pôr inseto que apreende, porém
pode chegar sua postura até a 400 ovos. Estes outros insetos, e não a própria Dermatobia são os
veículos pelos quais a mesma se serve para levar seus ovos, e com eles, as larvas que vão em
seguida, tendo contato com outros animais, e mesmo o homem, penetrar na sua pele, constituindo o
que é denominado BERNE. No local em que se alojam referidas larvas após a penetração na pele, à
custa da própria carne de suas vítimas vão se desenvolvendo, pois é o tecido vivo seu alimento; Ao
cabo de 40 dias completado seu desenvolvimento, o que em alguns casos pode chegar a 70 dias,
deixam o local em que estavam alojadas, e caindo no solo, transformam-se em pupas, a qual ao
cabo de alguns dias dão nascimento ao inseto adulto, para novamente repetirem um novo e idêntico
ciclo.
A larva desta mosca é facilmente identificável pelo seu tamanho, por ser das maiores que se
conhece, em torno de até 10 mm (veja figura a cima) e outras características só visíveis ao exame
com lupa ou microscópio entomológico.
Outras espécies de insetos parecidos com a Dermatobia, como as abaixo nomeadas, determinam
doenças agora no aparelho digestivo de animais, com ciclo próprio de desenvolvimento :
Gastrophilus veterinus e G. intestinalis - Ambos, em suas fases de larvas, têm localização no
aparelho digestivo de animais da espécie bovina.

Gasterophilus haemorrhoidalis e G. nasalis.


Os hospedeiros habituais são cavalos e outros eqüídeos.
Quando adultos não se alimentam e por isso têm vida curta;
As fêmeas põem os ovos nos pêlos dos animais e destes, as
larvas que eclodem, vão ter à boca, vivendo em túneis
cavados no tecido sub-epitelial da mucosa bucal e da língua.
Seu desenvolvimento larval completa-se no estômago ou nos intestinos, onde penetram na mucosa
desses órgãos, provocando escaras que algumas vezes podem inclusive provocar perfurações com
complicações graves pela associação com germes patogênicos contidos no interior do aparelho digestivo.
Ambas podem provocar no homem,ainda que raramente, miíase do tipo larva migrans (Dermatose linear
serpiginosa).
Hypoderma bovis - H.lineatum - As larvas desses insetos muito se assemelham às da Dermatobia, com
a diferença de serem parasitas habituais de animais, principalmente bovinos. Causam prejuízos
consideráveis ao couro dos animais explorados na produção de carne, pelo fato de seus couros ficarem
danificados quando não imprestáveis ao aproveitamento na indústria do couro.
Oestrus ovis - Estes insetos têm a particularidade de serem parasitas habituais de animais das espécies
ovina e caprina, e com localização nasal em sua fase de larva. Já assinalado como hóspede do homem,
porém sem haver chegado a sua fase adulta.
Em ovelhas, têm localização sempre nasal, ou nos seios frontais e maxilares, causando forte irritação e
excitação em seus hospedeiros, com sintomatologia que pode ser confundida com outras doenças.

INFLUENZA EQÜINA

A influenza eqüina é uma doença causada por um vírus e transmitida por contato direto entre os
animais doentes e sadios. Ela também é conhecida como gripe ou tosse cavalar e assemelha-se à gripe
humana e é comum onde há aglomeração de animais. Além dos eqüinos, são sensíveis também os
asininos e muares. Esta doença é altamente contagiosa e ataca, principalmente, animais com menos de
5 anos e aqueles trazidos do campo para a cocheira.
SINTOMAS - Produz febre, calafrio, respiração acelerada, perda de apetite, lacrimejamento,
corrimento nasal, e ocular, inflamação da garganta, primeiro prisão de ventre depois diarréia fétida,
tosse. Os garanhões podem apresentar orquite e o vírus se encontra no sêmen muito tempo depois. É
freqüente o aparecimento de edemas nas partes baixas e a presença de catarros nas vias digestivas e
respiratórias. São contagiosas as secreções nasais, a urina, fezes, por isso os animais devem isolados,
protegidos para evitar complicações. O contágio também pode ser por via indireta através da água,
alimentos e objetos contaminados.
Nos casos simples os animais se recuperam de 1 a 2 semanas. As perdas em conseqüência de mortes
são pequenas e, geralmente ocorrem devido às complicações (infecções secundárias como:
peneumonia, enterite, degeneração do coração, fígado, etc.), porém, os prejuízos que causa por
incapacitar os animais doentes para o trabalho são grandes.
PROFILAXIA - Isolamento dos doentes e manter, os animais recém-adquiridos, em quarentena.
TRATAMENTO - Proporcionar ao animal doente repouso absoluto protegido contra correntes de ar
e provido de boa cama e alimentação nutritiva e de fácil mastigação e água limpa. Quando há
complicações, usar medicamentos à base de sulfanilamida e antibióticos associados e de largo espectro
de ação. Toda medicação deve ser dada com a orientação de um médico veterinário.
ENCEFALITE EQÜINA
Esta doença também é conhecida como falsa raiva, peste-de-cegar, doença de Aujesky. Ela é
causada por vírus que atacam o sistema nervoso central dos eqüinos e causam perturbações diversas.
O índice de mortalidade é de 60%.
A encefalite eqüina é uma virose aguda e grave que atinge, principalmente os rebanhos dos Estados
Unidos da América e algumas regiões do norte da América do sul. Além dos eqüídeos, pode também
atacar outros mamíferos como o homem, pássaros e répteis. Dentre os eqüídeos, os cavalos são os
mais suscetíveis.
Nos animais doentes o vírus se encontra no sangue, vísceras e medula óssea. É transmitida por
morcegos hematófagos, carrapatos e provavelmente mosquitos. Pode contagiar pelas fossas nasais e
pelas vias digestivas.
Sua incidência é variável e ataca animais de todas as idades, principalmente potros. A encefalite
eqüina é produzida por três tipos de vírus já diagnosticados: tipo Leste; tipo oeste; tipo Venezuelano.
No Brasil foi isolado apenas o vírus tipo Leste americano. Estes vírus são imunologicamente distintos,
variando também sua virulência, ainda que seus sintomas sejam análogos.
SINTOMAS - no Brasil, especialistas que estudaram a enfermidade descrevem os sintomas que se
seguem:

 perturbações na locomoção - incoordenação motora, andar irregular e em círculo;


 febre (no processo inicial de viremia);

 hipersensibilidade ao ruído, tato e períodos de excitação com aparente cegueira;

 sonolência, apatia, quedas freqüentes;

 visão comprometida, daí o nome de "peste-de-cegar".

 emagrecimento rápido;

 pálpebras caídas

 apatia e apoio da cabeça nos obstáculos, do que resulta o aparecimento de escoriações mais ou
menos extensas;

Na última das o animal deita-se em decúbito lateral completo e debate-se desordenadamente com
os membros, perfurando o solo numa profundidade de 20 a 30 cm, em forma de segmento de círculo
(movimento de pedalagem). Geralmente a duração da moléstia é de 2 a 7 dias.

PROFILAXIA - resume-se nas seguintes medidas:

combate aos mosquitos;

desinfecção dos alojamentos;

vacinação dos animais suscetíveis - Não se deve esquecer, porém, que as vacinas só protegem contra o
tipo de vírus com que foram preparadas.

TRATAMENTO - Os animais doentes devem ser retirados do trabalho e colocados em local sossegado e
escuro, mantidos sob boas condições higiênicas. O soro antiencefalomielítico, eficaz apenas no início da
enfermidade, que deve ser aplicado por um médico veterinário.

LAMINITE
A laminite caracteriza-se por inflamação das lâminas sensíveis dos cascos. Pode ser aguda ou
crônica e afetar um ou os quatro pés.
É possível o diagnostico através do histórico do caso, postura do animal, aumento da temperatura
dos cascos, expressão de dor e ansiedade do animal. O Raio X pode ser usado nos casos crônicos.
As causas da laminite são:
Ingestão de água fria por animal recém-esquentado; ingestão excessiva de grãos; comoção durante
o trabalho árduo e rápido, na preparação para corridas; trabalho excessivo a animais destreinados;
toxemias como seqüela de metrites.
SINTOMAS - Ela pode ter aparição repentina trazendo sintomas locais e generalizados, tais como:
na laminite aguda, estes aparecem repentinamente;
 elevação da temperatura, da respiração e do pulso;
 espasmos crônicos e sudorese aumentada devido à forte dor;
 oposição dos animal à movimentação;
 temperatura elevada das extremidades afetadas;

 os animais se apresentam nervosos e inquietos.

TRATAMENTO - Deve-se solicitar a intervenção do médico veterinário pois, seu diagnóstico deve
ser imediato, para que que se evite a rotação do osso terceira falange em direção à sola do
casco e o provável descolamento do casco das laminas.

ESPECIAL - DOENÇAS

Qualquer suspeita mostrada abaixo consulte um Profissional qualificado


para o bem estar de seu animal
Conheça, identifique e saiba prevenir algumas doenças que podem afetar a qualidade de sua
criação. E não esqueça de que um bom plantel deve ter sempre disponível todos os medicamentos
necessários para manter o desenvolvimento e saúde ideais para o animal
CARBÚNCULO VERDADEIRO OU ANTRAZ
BROCA-DOS-CASCOS OU PIETIN
Nome genérico: Carbúnculo hemático
Nome genérico: Pododermatite infecciosa, Agente responsável: Bacillus anthracis
necrobacilose Sintomas: Febre alta, depressão, e presença
Agente responsável: Sphaerophorus necrophorus de edemas debaixo da pele nas regiões do
(Actionomyces necrophorus) pescoço, tórax e abdômen. O animal passa a
Sintomas: Pé inflamado com deformação e perda do ter urina sanguinolenta e sangue que não
casco. Apresenta mau cheiro e profundas rachaduras. coagula saindo pela boca, nariz, ouvido e
Como evitar: Cuidando para que animais doentes ânus, levando-o a morte rapidamente.
não permaneçam junto com o restante do plantel. Por Como evitar: Vacinando anualmente todo o
isso, é importante que a introdução de novos eqüinos plantel a partir do quinto mês de idade.
no rebanho seja precedida de quarentena. A higiene é Como tratar: A doença é muito rápida e
fundamental na criação. Mantenha as instalações normalmente não há tempo para tratamento.
livres de lama e umidade excessiva. mas se houver, aplique soro anticarbúnculo.
Como tratar: O local afetado dever ser totalmente
limpo, retirando toda a parte escura. O tratamento é
feito com a aplicação local de tintura de iodo, sulfato
de cobre ou licor de Vilate. O ideal é fazer com que o
animal passe em pedilúvio com sulfato de cobre.

FEBRE DO LEITE
FARINGITE
Nome genérico: Febre puerperal, febre
Nome genérico: Faringite vitular ou eclampsia.
Agente Responsável: Streptococus sp. Agente responsável: Carência de cálcio
Sintomas: Sensibilidade na garganta, falta de Sintomas: Um pouco antes ou logo após o
apetite, tosse seca e dificuldade para engolir o parto, as fêmeas apresentam excitação e
alimento. tremores, temperatura baixa e andar
Como evitar: Evitando a exposição do animal à cambaleante.
chuva, ventos frios e umidade. Como evitar: Suprindo a carência de cálcio
Como tratar: Fornecendo apenas alimentos pastosos. na alimentação do animal.
Além disso, é necessário medicar o animal com Como tratar: Fornecendo sal mineral com
antibiótico associado a substâncias broncodilatadoras. alta dosagem de cálcio na alimentação e
aplicando soluções de cálcio na veia.
GARROTILHO ENCEFALOMIELITE

Nome genérico: Adenite eqüina Nome genérico: Encefalomielite infecciosa


Agente responsável: Streptococus equi eqüina
Sintomas: O animal apresenta corrimento nasal Agente responsável: Toga virus e Alfa virus
purulento, tosse, dificuldade para respirar, febre e Sintomas: Andar cambaleante, sonolência e
acúmulo de pus em algumas regiões do corpo. membros separados. o Animal passa a se
Como evitar: Mantendo a higiene, desinfetando apoiar em muros, cercas ou paredes, e
baias, comedouros e bebedouros com substâncias quando coloca na boca não consegue
iodadas e isolando os animais recém-adquiridos mastigar. A morte acontece entre dois e sete
(quarentena) dias.
Como tratar: Aplicando antibióticos, Vitamina C, Como evitar: Vacinado anualmente o animal
expectorantes e secretolíticos a partir dos seis meses de idade, isolando
animais doentes, mantendo a higiene e
desinfetando baias, comedouros, bebedouros
e objetos utilizados por animais doentes.
Como tratar: Infelizmente não há
tratamento.
HIPOCALCEMIA MAL TRISTE

Nome genérico: Raquitismo ou osteomalacia Nome genérico: Peste-dos-polmões,


Agente responsável: Carência de cálcio. piobacilose
Sintomas: O Animal apresenta crescimento Agente responsável: Corynebacterium
retardado, andar cambaleante, articulações e ossos pyogenes.
deformados e pêlos opacos. Sintomas: Inchaço localizado, quente e
Como evitar: Suprindo a carência de cálcio na dolorido.
alimentação dos animais. Como evitar: Vacine devidamente todos os
Como tratar: Fornecendo sal mineral na alimentação animais da criação e mantenha a higiene nas
e aplicando soluções de cálcio na veia. instalações.
Como tratar: O local afetado deve ser
aberto, drenado e lavado com soluções anti-
sépticas. A utilização externa de um
antibiótico é fundamental
AFOSFOROSE OU HIPOTOSTOROSE BOTULISMO

Nome genérico: Afosforose Nome genérico: Botulismo


Agente responsável: Carência de Fósforo Agente responsável: Clostridium botulinum
Sintomas: O animal passa a ter dificuldade para Sintomas: Paralisia Muscular, vômitos,
andar, não tem um bom desenvolvimento, o que diarréias e incoordenação de movimentos
compromete seu crescimento, as juntas aumentam de levando o animal à morte.
tamanho, apresenta baixa fertilidade, com períodos Como evitar: Mantendo total higiene nas
demorados entre partos e costuma roer ossos no instalações e alimentação. Além disso, elimine
pasto. por completo animais mortos, enterrando-os
Como evitar: Suprindo a carência de fósforo na devidamente, pois o contágio se dá através
alimentação do animal. de carcaças.
Como tratar: Fornecendo alta dosagem de fósforo na Como tratar: Normalmente não há tempo
alimentação para tratamento.
OTITE PNEUMONIA

Nome genérico: Otite Nome genérico: Broncopneumonia


Agente Responsável: Bactérias piogênicas, Agente responsável: Pneumococus sp.
Streptococus sp. Sintomas: Falta de Apetite, respiração
Sintomas: Inflamação do ouvido facilmente percebida dificultada, febre alta, tosse e corrimento
quando o animal passa a balançar a cabeça purulento pelas narinas e olhos.
constantemente, ficando com a cabeça baixa e virada Como evitar: Deixando os animais livres de
para o lado afetado. ventos frios, umidade e chuva, além de isolar
Como evitar: Não deixando entrar água no ouvido do os dentes e manter a higiene nas instalações.
animal durante os banhos e limpando o local com Como tratar: Aplicando antibióticos e
algodão e éter. estimulantes respiratórios e cardíacos
Como tratar: Aplicando antibióticos otológicos.
MAL-DE-COITO ou MAL-DE-FAVEIRO MAMITE

Nome genérico: Durina, tripanossomíase ou sífilis Nome genérico: Mastite


dos cavalos. Agente responsável: Corinebacterium sp.,
Agente responsável: Tripanossoma equiperdum Pseudomonas sp., Streptococus sp., e
Sintomas: As fêmeas apresentam o úbere e a vulva Staphylococus sp.
inflamados com partes despigmentadas. Já os Sintomas: Úbere inchado e duro com mamas
machos, ficam excitados e urinam com freqüência, doloridas. O leite fica alterado apresentando
apresentando o pênis inchado com regiões do ânus e grumos ou sangue com presença de pus.
órgãos genitais despigmentados. Como evitar: Mantendo a higiene nas
Como evitar: Higienizando as instalações, isolando instalações e desinfetando úbere das éguas
áreas contaminadas e combatendo moscas e insetos. regularmente.
Como tratar: Isolando animais doentes e aplicando Como tratar: Aplicando pomadas antibióticas
substâncias quimioterápicas derivadas da uréia. e anti-inflamatórios pelo canal do reto.
LEMBRETE:

Uma criação tratada com higiene, água potável e ração de boa qualidade,
dificilmente terá problemas de saúde
CUIDADO COM OS DENTES

Muitos problemas poderiam ser evitados se alguns cuidados básicos com os dentes fossem
tomados. Quanto antes as medidas forem tomadas, melhor viverá seu animal
O objetivo deste assunto é esclarecer ao proprietário, criador, tratador, que, apesar do eqüino
ter um sistema digestivo bastante longo, o que dificulta a sua digestão desde a quebra do alimento
na boca passando todo o processo de digestão até pela eliminação, é possível proporcionarmos uma
vida melhor, mais saudável ao animal e com menos peso na consciência de quem trata do cavalo, e
também do seu proprietário. Nós sabemos que grande parte das cólicas e outros problemas
digestivos que acometem os animais são causados por deficiência no manejo, quantidade de ração
fornecida e também pela qualidade das mesmas. O que muita gente não sabe que tais problemas
podem também estar começando pela boca.

Ao longo dos anos, os eqüinos tendem a apresentar


irregularidades nos dentes, pontas dentárias, que podem ser
conseqüências de defeitos na arcada dentária, desgaste
irregular, ração de má qualidade etc., podendo com isso levar a
uma dificuldade na quebra de alimentos. Ao ser deglutido em
pedaços maiores, a digestão é dificultada, acarretando problemas
digestivos diversos e até mesmo a tão temida cólica.
O animal pode apresentar sérios problemas de ferimentos na
língua e também no domínio e na obediência quando montado,
já que ascendentes pontiagudos atrapalham na embocadura com
freios ou bridões deixando o animal nervoso, irritado e até
mesmo, diminuindo a sua performance quando, no caso, estiver
participando de uma competição. Um outro grande problema é a
dor que ele pode sentir.
Muitas vezes o animal apresenta um emagrecimento
progressivo e os responsáveis pensam que pode ser, dentre
outras coisas, travagem. Entretanto a causa pode estar na boca,
mas especificamente nos dentes, já que não existe o hábito de
olhar coma mais atenção o interior da boca do eqüino em um
exame clínico.

Mexer nos dentes... Por que?

Parece estranho para muita gente, mas é muito importante a odontologia veterinária. Se isso
fosse falado em alguns anos atrás, talvez fosse motivo de risos. Imagine tratar dentes de cavalos!.
Mas as pesquisas mostram que um cavalo com os dentes em ordem pode render muito mais no
esporte, no lazer e ter uma vida mais saudável e duradoura.
Dentes de lobo

Os dentes de lobo são pequenos dentes localizados logo no início da arcada superior. Suas raízes
não são tão profundas, fazendo com que sejam, até certo ponto, fáceis de serem extraídos.
Muitas vezes não se nota a sua presença por muitos anos, já que o cavalo não apresenta nada
de diferente que seja significativo ao responsável pelo seu manejo, mas também podem apresentar
problemas já que esses dentes podem atrapalhar a embocadura e deixar o animal nervoso devido às
fortes dores causadas.
Esses dentes podem aparecer em número de dois ou quatro na arcada superior. É claro que para
extrair esses dentes, é preciso o mínimo de conhecimento de anatomia para que se possa fazer o
serviço rápido e bem feito sem estressar o animal e sem maiores conseqüências. Não se esqueça
nunca de verificar o material que será utilizado, pois se o material usado não for correto, na hora da
extração o dente pode ser quebrado ficando pedaços do dente dentro da arcada.
Caninos

Em relação aos
dentes caninos
podemos dizer que
são dentes
encontrados,
geralmente, nos
machos, em
fêmeas é mais
difícil de acontecer.
São dentes que se
apresentam mais
longos que os
outros e são
facilmente vistos
assim que se abre
a boca do animal.
Esses dentes
chegam a crescer
tanto que podem
até mesmo
apresentar uma
envergadura
prejudicando
muitos cavalos.
sendo que também
podem ficar muito
pontiagudos
fazendo com que o
animal possa
rasgar outro
quando brincando,
além de prejudicar
a embocadura.
Os animais
também podem
apresentar sérios
ferimentos na
língua com risco de
infecções. Esses
dentes podem
apresentar de 1,5 a
2 centímetros de
comprimento.

Material Usado

Os materiais usados na Odontologia veterinária são bastante específicos, já que para cada
procedimento é necessária uma ferramenta. Posso citar o speculum, que é usado para para abrir a
boca em um determinado angulo que se queira alcançar e que é estritamente necessário, pois sem
ele não se tem acesso e segurança quando o objetivo for os dentes do fundo.
Em seguida temos as grosas dentárias que são usadas para dar o desgaste necessários aos
dentes do fundo.
Em seguida temos as grossas dentárias que são usadas para dar o desgaste necessário aos
dentes, retirando as pontas e deixando os dentes nivelados. Há também o extractor forceps e
elevator, que são específicos para manipulações nos dentes de lobo.
Cada animal é um caso diferente de ser analisado, por isso deve ser feito por profissionais
habilitados e com conhecimentos em anatomia e odontologia veterinária eqüina.
Limpeza

A limpeza também é importante já que além de mostrar uma estética melhor, também é
necessário pois estando os dentes limpos fica muito mais difícil aparecer infecções.
O procedimento é um dos mais simples em relação ao tratamento completo, pois praticamente não
é necessário o uso do especulum nem de sedativos ou tranqüilizantes. Apenas em último caso,
quando o animal não deixa manipular com facilidade, que tais recursos devem ser usados

Finalizando

Para um bom manejo é necessário que se faça exames com freqüência na boca dos animais, para
que se detecte o mais cedo possível qualquer tipo de problemas. Esse exame pode ser feito a partir
dos 6 meses de idade. Quanto antes melhor, pois se houver um problema mais sério, a correção é
feita antes acarretando um crescimento mais saudável.
Em seguida é importante que se faça um exame clínico pelo menos uma vez por ano com
manutenção das correções para que se possa ter certeza de que o trabalho está sendo bem feito e
de que tudo corre bem.
É muito importante salientar a todas as pessoas envolvidas com os cavalos que dever ser
introduzido no manejo do dia a dia do haras o hábito de apurar a boca desses animais. Feito isso, ele
viverá mais e melhor.
Pelo fato da odontologia veterinária ainda não ser muito praticada, mesmo porque o material é
praticamente todo importado e de alto custo, é necessário o conhecimento através de cursos que são
ministrados no exterior.

EXPERIÊNCIA, PERSISTÊNCIA E FÉ

Para o tratamento de casos crônicos e complicados


O argumento é uma das afecções que mais impressiona pelo grau de sofrimento constante
demonstrado pelo animal. A vivência aqui no hospital tem nos ensinado que mesmo os casos mais
graves, tem uma melhora com os cuidados intensivos que conseguimos proporcionar.
A pergunta que normalmente nos fazem é se usamos algum método novo, moderno e misterioso. A
resposta é a usual em tudo o que fazemos: - Não! O que fazemos é o que se encontra em toda
literatura consagrada desde o trabalho pioneiro no Brasil de René Straunard, professor da faculdade de
medicina veterinária e zootecnica da Universidade de São Paulo em 1957 ( Revista FMVZ - USO, 81 )
até as recomendações atuais dos principais podologistas internacionais.
O tratamento do aguamento crônico consiste na manutenção e acompanhamento das funções vitais
com tratamento de seu porte e nutrição apropriada para que o animal possa ter o mínimo de conforto
enquanto a própria fisiologia se encarrega de resolver o problema. Assim tão simples? Claro que é
necessário um acompanhamento dos cortes feito por um veterinário. o Uso de palmilhas, botas
ortopédicas e ferraduras que facilitem o processo de cicatrização. Além disso, promover a higiene das
regiões afetadas, o que muitas vezes não se restringe aos cascos uma vez que por ficarem deitados
muito tempo, faz com que esses animais desenvolvam feridas chamadas, ulceras de decúbito. A
monitorização dos sistemas respiratórios e cardiovascular devem constantes e freqüentes, uma vez que
a pouca mobilidade destes animais favorece o acometimento de pleuropneumonias, endocardites
doenças que devem ser tratadas rapidamente.
Nestes anos de acompanhamento, sempre vem a lembrança de um comentário feito por um velho
administrador de fazenda de Castilho, o Sr. Nogueira, um dos homens mais sábios, que esta vida me
deu o privilégio de conhecer. Diante de um cavalo aguado e sofredor que tratávamos conjuntamente,
ele comentou: "É ... é difícil suportar o sofrimento do animal. "Ao que respondi na minha
inexperiência: "Estamos tentando tudo que podemos e não conseguimos minorar o sofrimento do
animal." E respondeu: "Não falo do sofrimento do cavalo, mas sim do seu, Doutor.." ao me olhar
inquisitivo ele continuou: "Parece que toda vontade sua de vir à fazenda fica prejudicada quando o Sr.
se lembra que vai ter que se defrontar com este bicho sofrendo, fico até com pena quando percebo que
o Sr. se dirigi constrangido para as cocheiras esperando que desta vez ele vai estar melhor, ou até
mesmo curado. E como o Sr. faz exame clínico rapidamente e tenta sair logo de perto do sofrimento.
"Olhei para este amigo que tentava dizer, com muito respeito, uma lição muito importante e respondi:
"O Senhor tem razão, vamos voltar para perto do nosso paciente e desta vez vamos dividir com ele um
pouco da carga, vamos compartilhar o sofrimento e verificar se não deixamos nada para trás." Ao que
o nosso amigo respondeu e com uma frase exultante: "Agora a coisa vai!"
E porque desta lembrança agora? Em primeiro lugar porque é bom lembrar dos amigos e de tudo
que somaram e enriqueceram a nossa existência e em segundo lugar porque a principal mensagem
quando estamos falando de doenças crônicas e de difícil solução como o aguamento crônico é que é
preciso fé e capacidade de luta porque as coisas não se resolve, de uma hora para outra. Parece
simples, porém de rara aplicação nestes dias de consumismo e pressa. As vezes parece que os seres
vivos podem ser descartáveis. Definitivamente eles não são.

Testes de prenhez em éguas

1. Somente a análise do nível de progesterona não será suficiente para confirmar a prenhez da égua. O teste de
progesterona informará se a égua está produzindo este hormônio em níveis suficientes para a manutenção da
prenhez.
2. BET prefere o teste para PMSG (gonadotropina de égua prenha) também conhecido como Gonadotropina
Coriônica Equina, quando as éguas estiverem entre o 45º e o 90º dia de prenhez. Este teste tem um índice de
falso negativo de aproximadamente 5% e falso positivo de 10%. Os valores de PMSG superiores a 1 U.I. por
ml são considerados positivos. Todavia, os valores normais se situam entre 10 e 100 U.I. por ml. Éguas que
apresentem índices inferiores a 10 U.I. mas que estejam prenhas podem correr o risco de perder a prenhez a
não ser que as mesmas sejam mantidas por meio de terapia de progestina.
3. Do 90º dia até o termo, a análise de estrôgenos totais é utilizada para confirmar a prenhez e monitorar a
viabilidade fetal. Este teste inclui sulfato de estrona e tem nível de confiabilidade de aproximadamente 99%.
Os testes de estrógenos são mais confiáveis quando feitos entre o 100 º dia e 2 semanas antes do parto.

Estrógenos totais
Dias de gestação
Concentração média (pg/ml)

5-50
Vazia/não prenha
90-100 75
100-110 205
110-120 356
120-130 469
130-140 857
140-150 1040
150-320 superior a 1000

Aproximadamente 2 semanas antes do parto, os níveis de estrógenos totais reduzem-se rapidamente


para 300pg/ml.

Os progestágenos se elevam e os estrógenos totais caem antes do parto , na égua. Parece que esta
rápida elevação dos progestágenos seja devida à secreção de corticóide pelo feto. A co-relação típica
entre os progestágenos e estrógenos totais antes do parto é apresentada à seguir. Nem todas as
éguas seguem este padrão. A presença de alcalóides nas gramíneas e em outras plantas evita esta
dramática elevação dos progestágenos. No entanto, o funcionamento deste mecanismo ainda é
desconhecido.

CONCENTRAÇÃO MÉDIA ANTES DO PARTO

Dias antes do parto Progestágenos


Estrogenos totais (pg/ml)
15 4.8 3300
10 8.2 2100
9 10.1 1700
8 14.1 1600
7 21.0 900
6 25.0 850
5 27.0 600
4 29.0 550
3 31.0 400
2 35.0 410
1 36.0 300

Você também pode gostar