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Universidade Federal do ABC – UFABC

Centro de Engenharia Modelagem e


Ciências Sociais Aplicadas – CECS

ESZX09713 - Planejamento Operação de


Sistemas Hidrotérmicos de Potência

Aula 6– 22/03/2023.

Laboratório de Tecnologias
e Soluções Bioinspiradas
Introdução
2
- Considerações iniciais: a representação das usinas por reservatórios
equivalentes de energia – modelagem estocastica
Tabela 1: Relação das variáveis de usinas individualizadas com o sistema equivalente de
energia.

Usinas individualizadas Sistemas equivalentes de energia


Volume armazenado máximo Energia armazenada máxima
Vazão dos reservatórios (controlável) Energia controlável
Vazão das usinas fio d´água Energia fio d´água
Volume evaporado do reservatório Energia evaporada
Turbinamento máximo Geração hidráulica máxima
Turbinamento mínimo Energia de vazão mínima
Volume armazenado Energia armazenada
Volume de enchimento de volume morto Energia de enchimento de volume morto
Vazão vertida Energia vertida
Vazão natural afluente Energia natural afluente

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano Fonte: Curso de Extensão – POSH – Maio 2015 - UFABC 2
Introdução
3
- Considerações iniciais: ados
Nesse caso, os parâmetros representação
sistemas das usinas por reservatórios
equivalentes desão
equivalentes energia – modelagem
calculados em energia estocastica
(MWmédio), em vez
Tabela 1: Relação dasde em (hm³)
variáveis paraindividualizadas com o sistema equivalente
de usinas de
volume armazenado m³/s para vazão, no
energia.
caso de usinas individualizadas.
Usinas individualizadas Sistemas equivalentes de energia
Volume armazenado máximo Energia armazenada máxima
Vazão dos reservatórios (controlável) Energia controlável
Vazão das usinas fio d´água Energia fio d´água
Volume evaporado do reservatório Energia evaporada
Turbinamento máximo Geração hidráulica máxima
Turbinamento mínimo Assim,Energia
pode-se associar
de vazão mínima uma variável do
Volume armazenado sistema equivalente
Energia armazenada de energia a uma
Volume de enchimento de volume morto variável
Energia das usinas
de enchimento individualizadas.
de volume morto
Vazão vertida Energia vertida
Vazão natural afluente Energia natural afluente

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Representação por Sistema
Equivalente de energia
• Objetivo é determinar as metas de geração de cada usina, em
cada estágio, a fim de atender à demanda e minimizar o valor
esperado do custo total de operação.

• O cálculo da política operativa é influenciado:


– Condições hidrológicas;
– Demanda;
– Preços dos combustíveis;
– Custo do déficit
– Entrada de novos aproveitamentos hidráulicos e plantas
térmicas;
– Disponibilidade de equipamentos de geração e transmissão.

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Representação por Sistema
Equivalente de energia
• Por meio da agregação dos reservatórios em reservatórios
equivalentes de energia, tem-se uma redução no esforço
computacional.

• Portanto, a metodologia que será trabalhada neste primeira etapa


pode ser assim resumida:
– Agregação das usinas hidrelétricas pertencentes a bacias hidrográficas
situadas geograficamente próximas em um reservatório equivalente;
– Agregação das afluências das usinas de cada reservatório equivalente em
afluência energéticas equivalentes;
– Representação das afluências energéticas por meio de um modelo
estocásticos adequados

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Parâmetros das Usinas

• Para que se consiga representar os paramentos das usinas de


forma equivalente, será necessário definir alguns paramentos das
usinas hidráulicas do SIN.

• Os dados necessários para os cálculos são fornecidos pelo ONS.

• Devido a constante expansão do sistema é recomendável que seja considerada


essa expansão na modelagem.

• A seguir serão apresentados alguns parâmetros das usinas hidráulicas


necessários para o calculo dos parâmetros do sistema equivalente de energia.

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Parâmetros das Usinas

• A produtibilidade de uma UHE informa a energia gerada em


função do turbinamento de água ocorrido e é dada pelo produto
entre a produtibilidade especifica da usina (MW/m³/s/m) e a
altura de queda do reservatório (m).

• Essa altura de queda é calculada em função do nível do


reservatório, ou seja, da energia armazenada nele.

• Dessa forma, sabe-se que a produtibilidade é uma função não


linear da queda d´agua, e para considerar esse efeito é necessário
um conjunto de dados referente ás usinas.

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Parâmetros das Usinas

• A cota é definida pela diferença de nível entre a superfície de água


do reservatório e a superfície da água do oceano, e, em função do
armazenamento, temos a cota referente por meio do polinômio
cota-volume, como mostrado na equação 1:

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Parâmetros das Usinas

• Pode ser necessário também a cota média referente a dado


volume, feito de acordo com a equação 2, apresentada abaixo:

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Parâmetros das Usinas
• Para cálculo da altura de queda relativa a uma cota, desconta-se a cota do canal
de fuga e as perdas. Dependendo do tipo de perda hidráulica na usina (TPHID-j),
podemos ter duas condições:

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Parâmetros das Usinas
• Os armazenamentos Vol, utilizados para o cálculo dos parâmetros
do sistema equivalente são:

• Min: armazenamento correspondente ao armazenamento


mínimo;
• Med: armazenamento correspondente a 65% do volume útil;
• Max: armazenamento correspondente ao volume máximo;

• Quando não é referido o índice relativo ao nível de


armazenamento da usina ou somente a altura equivalente,
considera-se a altura de queda equivalente à média do volume
mínimo ao volume máximo da usina. Dessa forma, temos as
seguintes definições para as produtibilidades
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Parâmetros das Usinas
12 Dessa forma, temos as seguintes definições para as produtibilidades:

𝜌𝑗 ,𝑡 = 𝜂𝑗 𝑥𝐻𝐸𝑄𝑗 ,𝑡 (7)

𝜌𝑗𝑉𝑜𝑙 𝑉𝑜𝑙
,𝑡 = 𝜂𝑗 𝑥𝐻𝑗 ,𝑡 (8)

𝑒𝑞 ,𝑉𝑜𝑙
𝜌𝑗 ,𝑡 = 𝜂𝑗 𝑥𝐻𝐸𝑄𝑗𝑉𝑜𝑙
,𝑡 (9)

Onde:

𝜌𝑗 ,𝑡 : produtibilidade equivalente da usina j no estágio t (MW/(m/s)).

𝜌𝑗𝑉𝑜𝑙
,𝑡 : Produtibilidade da usina j (MW/(m³/s)), correspondente á cota correspondente ao volume Vol no
estágio t.
𝑒𝑞 ,𝑉𝑜𝑙
𝜌𝑗 ,𝑡 : polinômio cota-volume, do volume mínimo da usina ao volume Vol considerado no estágio t.

𝜂𝑗 : Produtibilidade especifica da usina j (MW/(m³/s) /mês).

HEQ: Altura de queda associada à cota média de armazenamento, do mínimo ao volume, Vol, da usina j
no estágio t(m).
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Parâmetros das Usinas

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No desenvolvimento desse trabalho será considerado o FATORt para converter
m³/s em hm³/s/mês, e vice-versa, e é calculado de acordo com o número de dias
do mês. Neste trabalho, adotou-se como dias um número médio de dias por
mês, resultando em 2,63, conforme é possível ver na demonstração
abaixo[Alencar,2012]:

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Parâmetros das Usinas
Capacidades das Usinas
Para definir capacidade de geração das usinas, necessita-se
de diversos parâmetros, como:
– Tipo da usina,
– Potência
– Queda nominal das máquinas
– Índices de indisponibilidade

Neste contexto, a expansão é um fator essencial a ser


analisado, pois podem ocorrer alterações na operação,
como a entrada de máquinas.
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Parâmetros das Usinas
• A geração disponível de uma usina hidrelétrica é igual à
sua capacidade instalada, descontada a taxa equivalente
de indisponibilidade forçada (TEIF) e a indisponibilidade
programada (IP).

• A TEIF reflete o percentual médio do tempo que


determinada usina ficou fora de operação por causa de
problemas aleatórios, como falha inesperada em
componente da turbina, e a IP reflete o percentual
médio do tempo que a usina não operou por causa de
manutenções programadas.

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Parâmetros das Usinas
• A capacidade instalada é calculada com base na potência
efetiva de cada máquina multiplicada pelo número de
máquinas existentes na usina.

• Como em uma mesma usina podem existir diferentes


tipos de máquinas, estas são agrupadas em conjuntos
formados por máquinas com as mesmas características.

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Parâmetros das Usinas
• Essa definição é caracterizada pela expressão a seguir:

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Parâmetros das Usinas
• A capacidade instalada depende da potência efetiva, que
é um dado físico de cada máquina da usina, e é calculada
com base na vazão nominal para a qual foi fabricada,
mas sofre variação de acordo com o volume armazenado
no reservatório.
• A seguir apresenta-se o cálculo da potência nominal:

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Parâmetros das Usinas

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Parâmetros das Usinas
• O engolimento máximo da usina, em determinado
estágio, é dado pela expressão:

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Sistema Equivalente de Energia
ENERGIA ARMAZENADA
Cálculo da Energia Armazenada Máxima

Considera-se energia armazenada máxima a maior


quantidade de energia produzida quando se esvazia o
reservatório de seu nível máximo até seu nível mínimo.

Assim, a soma de todas as energias de todos os


reservatórios que compõem o sistema reflete a capacidade
máxima de energia armazenada no sistema.

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Sistema Equivalente de Energia
Vale ressaltar que se considera a operação em paralelo dos
reservatórios, ou seja, mantém-se a mesma proporção do
volume útil armazenado nos reservatórios.

Além disso, desconsidera-se o efeito de novas afluências


aos reservatórios.

A água utilizada para gerar energia em uma usina também


gerará energia em todas as usinas a jusante.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 22
Sistema Equivalente de Energia
Dessa forma, a energia armazenável máxima é calculada
somando-se os produtos do volume útil de cada
reservatório por sua produtibilidade acumulada.

Entende-se por produtibilidade acumulada a soma da


produtibilidade do próprio reservatório e as
produtibilidades de todos os reservatórios e usinas fio
d’água a jusante até o final da cascata.

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Sistema Equivalente de Energia
A seguinte equação expressa esse procedimento para se
calcular a energia armazenada máxima do sistema i no
instante t.

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Sistema Equivalente de Energia
Cálculo da energia armazenada
A energia armazenada pode, também, ser calculada em
função de um dado volume, de acordo com a seguinte
expressão:

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Sistema Equivalente de Energia
Fator de correção da energia armazenada em função de
mudança de configuração
Os valores em energia da água armazenada nos
reservatórios serão alterados quando ocorrer a entrada de
uma nova usina hidrelétrica em determinado período.

Cada alteração no quadro de usinas do sistema é


considerada uma nova configuração.

Não ocorrer variação na capacidade máxima de


armazenamento de cada uma das usinas, mas a
produtibilidade acumulada de algumas ou em cada uma
delas será alterada.
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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 26
Sistema Equivalente de Energia
O novo valor da energia armazenável máxima difere do
anterior por um fator que pode ser descrito em função das
energias armazenáveis máximas depois e antes da
alteração da configuração, além da energia armazenada
pelas usinas que entram na configuração, dado pela
expressão a seguir:

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Sistema Equivalente de Energia
ENERGIA CONTROLÁVEL
Cálculo da Energia Controlável
Energia controlável é a quantidade de energia que pode ser
gerada pelas afluências aos reservatórios, desde que a
afluência seja totalmente convertida em energia pelo
próprio reservatório e as usinas fio d’água a jusante até o
rio.

A energia controlável também pode ser obtida pela soma


das vazões incrementais a cada reservatório multiplicada
pela produtibilidade média equivalente em todas as usinas
a jusante dele.
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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 28
Sistema Equivalente de Energia
A vazão incremental é dada pela afluência natural
descontada das afluências naturais às usinas de
reservatório imediatamente a montante. Isso é feito por
meio da seguinte expressão:

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Sistema Equivalente de Energia
Fator de correção da energia controlável

A energia controlável do sistema é calculada em função da


altura de queda equivalente de cada reservatório, mas os
armazenamentos das usinas variam ao longo dos meses, e
portanto a altura de queda também é variada.

Uma forma de tentar corrigir o erro é aplicar uma correção


quando se tem uma variação nessa altura.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 30
Sistema Equivalente de Energia
Supondo que existe uma proporcionalidade entre as vazões
naturais às várias usinas ao longo do histórico de vazões,
isto é, supondo que não exista grande diversidade
hidrológica entre as bacias hidrográficas, a contribuição de
cada reservatório à energia controlável do sistema é
constante ao longo do tempo.

Logo, deve ser calculado um fator de correção associado


aos níveis máximos, médio e mínimo.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 31
Sistema Equivalente de Energia
O fator de correção para cada um desses níveis é
determinado dividindo-se o somatório das energias
controláveis das várias sequencias hidrológicas do histórico,
calculadas com as produtibilidades correspondentes a
esses níveis, pelo somatório análogo de energia
controláveis calculadas com produtibilidade equivalentes.

Os fatores de correções são obtidos em função do mês


para cada sistema i por meio da expressão a seguir, em que
a variável mês é definida em função do estágio t:

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Sistema Equivalente de Energia

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 33
Sistema Equivalente de Energia
Em função dos valores calculados de correção da energia
controlável associados aos volumes mínimos, médio e
máximo, é ajustada uma parábola de correção que
determina o valor da correção em função da energia
armazenada no sistema.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 34
Sistema Equivalente de Energia
ENERGIA FIO D’ÁGUA

Energia fio d’água é a energia gerada pelas vazões


incrementais as usinas fio d’água, pois estas não são
passíveis de armazenamento.

Vale ressaltar que parte da energia gerada nas usinas fio


d’água é controlada pelos reservatórios a montante da
usina; assim, essa parcela controlável gerada pelas usinas
fio d’água já foi computada na energia controlável.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 35
Sistema Equivalente de Energia
Cálculo da energia fio d’água bruta

A determinação da vazão incremental é feita a partir da


vazão natural, da qual são descontadas as vazões naturais
às usinas de reservatório imediatamente a montante da
usina fio d´água.

Desse modo, a energia fio d’água bruta é dada pelo


somatório da vazão incremental entre a usina e os
reservatórios a montante multiplicado pela produtibilidade
da usina.
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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 36
Sistema Equivalente de Energia

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 37
Sistema Equivalente de Energia
Cálculo da energia fio d’água líquida

Como a usina fio d’água não apresenta a capacidade de


regularização, as únicas opções são turbinar ou verter a
água que chega à usina.

Nesse caso, vale ressaltar que a máxima vazão incremental


que pode ser transformada em energia é limitada pelo
engolimento máximo das turbinas da usina fio d’água.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 38
Sistema Equivalente de Energia
Assim, a energia fio d’água liquida gerada em um sistema i
em um estágio t é dada por:

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Sistema Equivalente de Energia
Energia natural afluente

A energia natural afluente é a soma da energia controlável


com a energia fio d’água a um sistema em um dado estágio
t.

A série histórica de energias afluentes é usada para o


cálculo dos parâmetros do modelo estocástico de energia
afluentes e posterior geração de séries de energia afluentes
sintéticas.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 40
Sistema Equivalente de Energia
Energia natural afluente

Com o sistema equivalente, não é possível identificar quais


usinas atingiram a limitação de engolimento máximo.

Logo, para compor a série de energias afluentes, são


somadas a energia controlável e a energia fio d’água bruta.

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Sistema Equivalente de Energia
Perdas de energia fio d’água por limitação de engolimento
máximo
Como apresentado anteriormente, as usinas apresentam
uma limitação com relação ao engolimento das turbinas;
dessa forma, pode haver redução na energia gerada pela
usina.

As perdas oriundas dessa limitação física das usinas fio


d’água são obtidas pela diferença entre a energia fio d’água
bruta e a fio d’água líquida

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 42
Sistema Equivalente de Energia
Como obter um valor fixo para o valor das perdas não seria
uma boa aproximação, visto que existem diversas
combinações de vazões que geram diferentes valores de
energia, uma solução é utilizar as vazões históricas e
determinar uma curva de perdas.

A curva de perdas pode ser obtida pelo ajuste de uma


parábola pelo método dos mínimos quadrados com os
pares:

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 43
Sistema Equivalente de Energia
De acordo com CEPEL, se o coeficiente a da parábola for
negativo, a relação de perdas e energia fio d’água bruta
passa a ser descrita por uma reta.

A reta também é ajustada pelo método dos mínimos


quadrados. Para isso dois pontos importantes da parábola
devem ser determinados:
1 – EFIMIN – é o ponto que indica o valor da energia fio d’água bruta abaixo do
qual a perda é nula. Logo, se a energia fio d’água bruta for menor que EFIMIN, não
há perdas. Para o caso da parábola, esse valor é definido como a maior raiz
positiva ou, quando não há raiz real, o ponto de mínimo. No caso da reta, ele é
calculado pela interseção da reta e do EFIOB. Destaca-se que EFIMIN deve ser
sempre maior que zero.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 44
Sistema Equivalente de Energia
2 – EFIMAX – é o ponto a partir do qual a diferença entre a energia fio d’água bruta
e EFIMAX se transformará totalmente em perdas. Para o caso da reta, esse valor
tende ao infinito, pois a inclinação da reta é sempre a mesma e deve ser sempre
menor que 1, pois, caso contrário, as perdas seriam maiores do que a energia fio
d’água bruta. No caso da parábola, EFIMAX corresponde ao valor da energia fio
d’água bruta quando a derivada da parábola que define as perdas em relação a
EFIOB for igual a 1.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 45
Sistema Equivalente de Energia
Fator de separação da energia controlável da energia
natural afluente
Pelo modelo, são geradas diversas séries sintéticas de energia
afluentes, as quais não têm separadas a parte correspondente à
energia afluente controlável e a fio d’água bruta. Para obter as duas
parcelas, é necessário calcular previamente, a partir do histórico, a
participação média da energia controlável na energia natural afluente
total
Relação entre
energia
controlável e
energia natural
afluente.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 46
Sistema Equivalente de Energia
Através do gráfico pode–se observar a dispersão comparando a
energia natural afluente com a energia controlável de um dado
sistema.

O coeficiente , será responsável pela separação entre a energia


controlável e a energia natural afluente, é obtifo pela minimização da
soma de desvio (distância entre o ponto observado e a reta ajustada)
ao quadrado.

Relação entre
energia
controlável e
energia natural
afluente.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 47
Sistema Equivalente de Energia
O coeficiente , será responsável pela separação entre a energia
controlável e a energia natural afluente, é obtifo pela minimização da
soma de desvio (distância entre o ponto observado e a reta ajustada)
ao quadrado.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 48
Sistema Equivalente de Energia
Energia de vazão mínima

A energia de vazão mínima é definida como a quantidade de energia


gerada pela mínima defluência obrigatória dos reservatórios.

A energia de vazão mínima pode ser calculada como a energia


produzida pela vazão mínima incremental (considerando apenas
usinas com reservatório a montante) ao reservatório multiplicada
pela produtibilidade equivalente acumulada.

A energia de vazão mínima depende exclusivamente da configuração


do sistema, ou seja, a série hidrológica em questão não afeta seu
cálculo.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 49
Sistema Equivalente de Energia
Dessa forma, o valor da energia de vazão mínima, no estágio t,
relativo ao volume Vol é dado por:

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 50
Sistema Equivalente de Energia
Ressalta-se que a energia de vazão mínima depende diretamente da
produtibilidade, que é calculada em função de um dado volume
armazenado no reservatório.

Tal como comentado para o fator de correção da energia controlável,


a estratégia será determinar uma parábola de correção para ajustar
os valores de energia da vazão mínima de acordo com o nível dos
reservatórios.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 51
Sistema Equivalente de Energia
Energia para enchimento de volume morto

Quando uma usina com reservatório for entrar em dada


configuração, é necessário encher o reservatório até o volume
mínimo operativo da usina.

Esse volume de água é retido no reservatório e não gera energia.

Dessa forma, a energia perdida ao encher o volume morto da usina


deve ser descontada da energia controlável do sistema, implicando
uma perda para o sistema.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 52
Sistema Equivalente de Energia
Energia para enchimento de volume morto

Quando uma usina com reservatório for entrar em dada


configuração, é necessário encher o reservatório até o volume
mínimo operativo da usina.

Esse volume de água é retido no reservatório e não gera energia.

Dessa forma, a energia perdida ao encher o volume morto da usina


deve ser descontada da energia controlável do sistema, implicando
uma perda para o sistema.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 53
Sistema Equivalente de Energia
Energia para enchimento de volume morto

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 54
Sistema Equivalente de Energia
Energia para enchimento de volume morto

O reservatório das usinas fica exposto à evaporação da água. Quanto


maior o volume armazenado no reservatório, maior a área alagada e
maior também será a evaporação da água.

Essa evaporação causa perdas de energia, que é calculada pelo


produto dos coeficientes de evaporação médios mensais, pela área
da superfície alagada e pela produtibilidade acumulada nos
reservatórios das usinas a jusante do reservatório em questão,
inclusive.

A área da superfície do reservatório é uma função do volume de água


no reservatório e, portanto, é uma função da energia armazenada no
reservatório.
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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 55
Sistema Equivalente de Energia
Energia para enchimento de volume morto

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 56
Sistema Equivalente de Energia
A energia evaporada também depende diretamente da
produtibilidade, que é calculada em função de um dado volume
armazenado no reservatório.

Assim, determina-se um parábola de correção para ajustar os valores


de energia evaporada de acordo com o nível dos reservatórios.

Em determinados meses do ano pode haver maior precipitação


pluviométrica do que evaporação. Nessa circunstancia, a energia
evaporada é negativa.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 57
Sistema Equivalente de Energia
Geração hidráulica máxima

A geração hidráulica de um sistema pode ser calculada em função


dos engolimentos máximos de cada um dos aproveitamentos, como a
seguir:

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 58
Sistema Equivalente de Energia
Geração hidráulica máxima

O cálculo da geração hidráulica máxima pode também ser obtido


somando-se a potência nominal de cada um dos aproveitamentos
ponderados pela taxa de indisponibilidade forçada e taxa de
indisponibilidade programada, sendo a geração máxima associada ao
armazenamento máximo, médio e mínimo.

Assim como nas energias anteriores, é necessário realizar o ajuste de


um parábola, a fim de obter a geração hidráulica máxima em relação
ao nível do reservatório equivalente.

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 59
Sistema Equivalente de Energia
Geração hidráulica máxima

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 60
Estudo de Caso
Considerações iniciais:

1. Será utilizado trecho de bacias definido no capitulo 2, página 51,


para demonstrar as metodologias de cálculos dos principais
parâmetros.

2. O sistema é considerado sem expansão e, assim, os dados são


estáticos no tempo. Além disso, não serão consideradas as perdas
por evaporação ou enchimento de volume morto, nem restrições
de vazão mínima.

3. Também não serão feitas correções por meio das parábolas de


correção, considerando-se sempre as produtibilidade equivalente
das usinas.
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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 61
Estudo de Caso
4. Após reprodução do exemplo disponível no livro, fazer o teste
considerando os dados de 3 anos para aquisição dos dados de
vazão de 2014, 2015, 2016).

5. Fazer as tabelas e gráficos correspondentes a :


– PARÂMETROS CALCULADOS PARA AS USINAS DO CASO EXEMPLO
– ENERGIA CONTROLÁVEL DO SISTEMA
– ENERGIA FIO D ÁGUA DO SISTEMA
– GERAÇÃO HIDRÁULICA MÁXIMA
– COMPLEMENTAÇÃO TÉRMICA MÁXIMA (D-Ghmáx onde D = 100% Pot.
instalada)

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Profa Dra Patrícia Teixeira Leite Asano 62
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