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EXÉRCITO BRASILEIRO
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
CDoutEx
AS FUNÇÕES DE COMBATE
ÍNDICE DE ASSUNTOS
1. OBJETIVO ............................................................................................................... 03
2. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 03
Intencionalmente em branco
Nota de Coordenação Doutrinária Nr 02/2013 – C Dout Ex, de 2 de maio de 2013. Fl 3
AS FUNÇÕES DE COMBATE
1. FINALIDADE
Definir o emprego das Funções de Combate como modalidade de planejamento
de operações que considera as funcionalidades das atividades e tarefas a serem
executadas para que o objetivo almejado seja obtido.
2. REFERÊNCIAS
- Lei Complementar Nr 97 – de 9 de junho de 1999 - Dispõe sobre as normas gerais
para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas, alterada pelas Leis
Complementares Nr 117, de 02 de setembro de 2004, e Nr 136, de 25 de agosto de
2010.
- Manual de Doutrina de Operações Conjuntas – MD-30-M-01, Portaria Normativa Nr
3810/MD, de 08 de dezembro de 2011.
- MD33-M-11 Apoio de Fogo nas Operações Conjuntas, Portaria Normativa Nr
862/MD, de 4 de abril de 2013.
- Lista de Tarefas Universais do Exército dos Estados Unidos da América (The Army
Universal Task List, FM 7-15), edição de fevereiro de 2009, com a modificação Nr
10, de 29 Jun 12.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
3.1 Com a complexidade do cenário estratégico mundial e a evolução da natureza
das potenciais ameaças ao Estado brasileiro que podem requerer o emprego da
Força Terrestre (F Ter), fica evidente a necessidade de que a Força desenvolva ou
adquira novas e mais adequadas capacidades.
3.2 Acompanham essas capacidades novas competências individuais e coletivas,
que habilitem os quadros da Força a desempenharem seu papel na condução das
operações que, afinal, dependerão basicamente desses profissionais das armas.
3.3 Fundamental a esse processo é ampliar a eficiência e a efetividade das técnicas
e métodos de planejamento empregados pela F Ter em apoio ao processo decisório.
3.4 No complexo contexto descrito resumidamente nesta NCD, comandantes e seus
estados-maiores devem ter a correta percepção quanto ao emprego das
capacidades mais adequadas que estejam a seu alcance, antes de decidir como
alcançar os objetivos almejados. A missão a ser cumprida, portanto, não é uma
questão de como empregar os oito sistemas operacionais do campo de batalha, mas
de quais capacidades podemos empregar para cumprir as tarefas necessárias para
atingir o objetivo e, consequentemente, moldar o ambiente operativo para que ele
chegue ao estado final desejado pelo maior escalão em presença.
3.5 Quanto maior a precisão dos estados-maiores no levantamento dessas
capacidades e no seu relacionamento às atividades e tarefas a executar, maiores
serão as chances de sucesso.
3.6 É necessário que as ferramentas empregadas no planejamento das operações
utilizem uma “construção mental” que facilite essa identificação e seleção dos
atuadores a empregar em função das atividades e tarefas. O emprego das
capacidades mais adequadas a cada atividade e tarefa a executar é a essência da
missão, nas operações da F Ter no amplo espectro dos conflitos.
3.7 Os comandantes e seus estados-maiores empregarão as ferramentas do
processo decisório de forma a garantir que a seleção das capacidades considere
aquelas mais adequadas a cada uma das tarefas que compõem a missão e, em
última instância, à própria missão a ser cumprida. As tarefas são “a chave” nesse
processo.
Nota de Coordenação Doutrinária Nr 02/2013 – C Dout Ex, de 2 de maio de 2013. Fl 4
LIDERANÇA
Movimento e
Manobra
Proteção Inteligência
Comando e
Controle
Logística Fogos
INFORMAÇÕES
tropa para as situações mais críticas. Capacidades não letais que possam dissuadir
o oponente ou retirar-lhe a legitimidade das ações podem e devem ser exploradas,
antes de optar-se pelo emprego de capacidades letais.Quanto maior a precisão no
levantamento das atividades e tarefas a executar e na seleção das capacidades a
empregar, maiores serão as chances de sucesso nas operações.
4.3.5 A F Ter emprega as Funções de Combate para facilitar o trabalho de seleção
das capacidades mais adequadas às tarefas e, em última instância, à cada missão
que executa. As tarefas são “a chave” nesse processo de planejamento dos
estados-maiores terrestres, para que o estado final desejado seja alcançado.
4.3.6 Uma Função de Combate é, portanto, um conjunto relativamente homogêneo
de atividades e tarefas afins, que atendem a uma finalidade comum, além dos
sistemas empregados na sua execução (pessoas, organizações, informações e
processos), que orienta o preparo e o emprego dos meios no cumprimento de suas
missões.
4.3.7 As Funções de Combate proporcionam uma forma eficaz para os estados-
maiores relacionarem as tarefas que cada missão impõe, reunirem os sistemas e as
formas de atuação possíveis, selecionando a mais adequada, e, por fim, integrarem
e coordenarem essas atividades e tarefas, de modo a assegurar que todos os
aspectos necessários à condução das operações tenham sido abordados.
de helicópteros (ZPH)
Conduzir operações de abertura de
brecha
Conduzir a remoção de obstáculos
5.2.7.1 Transpor barreiras, obstáculos e áreas de determinada área ou de um eixo
minadas Conduzir operações de transposição
de curso d’água e de fosso
Conduzir apoio de transposição para
as linhas de comunicação
Construir estradas e caminhos em
apoio ao combate
5.2.7 Executar ações Construir aeródromos de campanha
para garantir a e ZPH
liberdade de
movimento Conduzir o gerenciamento de um
aeródromo de campanha
5.2.7.2 Facilitar o movimento e a manobra
Apoiar o movimento de pessoal e
equipamento nas transposições de
obstáculos e ultrapassagens
Desenvolver um plano de controle de
movimento
Conduzir patrulhamento de eixos
5.2.7.3 Melhorar as condições da área de
operações
5.2.7.4 Proporcionar apoio de mergulhadores Em situações específicas
5.2.8.1 Selecionar o posicionamento de
obstáculos
5.2.8.2 Construir ou instalar um obstáculo ou
5.2.8 Conduzir ações produzí-lo por detonação
de contramobilidade
5.2.8.3 Demarcar, registrar e informar sobre
obstáculos
5.2.8.4 Manter a integração dos obstáculos Obstáculos batidos por fogos
5.2.9 Apoiar o - integrar capacidades
movimento e a complementares das Funções de
manobra Combate Proteção e Logística à
Função de Combate Movimento e
Manobra, em apoio à mobilidade e à
contramobilidade
financeira Força
Prover serviços de pagamento de
pessoal
Prover apoio de contabilidade e
gestão dos custos
Executar o planejamento e as ações
relacionadas à gestão financeira
Prover apoio à Justiça Militar
Assistir o comando quanto às Leis
Internacionais
Assistir o comando quanto às
legislações administrativa e civil
5.5.2.4 Proporcionar apoio Jurídico
Prover apoio quanto às legislações
fiscal e de contratação
Prover apoio relacionado às ações
legais movidas pela Força ou contra
ela
Prestar e coordenar a assistência
religiosa
Prover aconselhamento religioso
Assessorar o comando quanto à
5.5.2.5 Planejar ações de assistência religiosa assistência religiosa
Executar ritos, sacramentos e
ordenações
Prover apoio administrativo e de
gestão da assistência religiosa
(pessoal e capelania)
Prover educação religiosa
5.5.2.6 Prover apoio de banda de música -
Prover tratamento médico (orgânico
e por área)
Prover hospitalização
5.5.3.1 Proporcionar tratamento a feridos em
Prover tratamento dentário
combate
Prover serviço laboratorial
Prover tratamento neuropsiquiátrico
5.5.3 Proporcionar
e de saúde comportamental
apoio de Saúde
5.5.3.2 Prover evacuação médica (terrestre ou
aérea)
5.5.3.3 Prover apoio de regulação médica Triagem e movimento de pacientes
Proporcionar manutenção e
5.5.3.4 Prover logística médica reparação de equipamento médico-
hospitalar
Suprir sangue e derivados
Recuperar áreas danificadas pelo
combate
Prover apoio de engenharia a
instalações de campanha
5.5.4.1 Desenvolver infraestrutura (construção e manutenção)
Prover tratamento de resíduos
(coleta e tratamento)
Prover apoio de engenharia às bases
e aquartelamentos
5.5.4 Proporcionar Construir estradas
apoio geral de
Construir instalações na faixa
construção
litorânea
Construir portos
Construir instalações ferroviárias
5.5.4.2 Garantir condições para a prestação
Construir instalações de aeródromos
do apoio logístico
Construir sistemas de abastecimento
de combustíveis
Construir pontes
Fornecer materiais de construção
(específicos)
Nota de Coordenação Doutrinária Nr 02/2013 – C Dout Ex, de 2 de maio de 2013. Fl 17
contradissimulação
Executar contrainteligência
Dissuadir a Inteligência de imagens
Dissuadir a Inteligência humana
Dissuadir a Inteligência de sinais
Dissuadir a Inteligência de assinatura
e medidas
Garantir a segurança das
Informações (negar acesso ao
5.6.10.4 Garantir a proteção das Informações oponente)
Empregar segurança das Com
Manter a segurança das emissões
5.6.11.1 Conduzir ações relativas aos
engenhos falhados e restos de guerra
5.6.11.2 Remover engenhos presos e/ou
falhados do interior de sistemas de armas
Planejar as ações
5.6.11.3 Conduzir operações contra
Reagir a dispositivos explosivos
dispositivos explosivos improvisados
improvisados
5.6.11.4 Conduzir ações de descarte de
engenhos químicos
5.6.11.5 Apoiar com ações de descarte as
operações contra armas de destruição em
massa
Prover varredura QBRN
Prover apoio especializado a
depósitos de armas e munições
Prover apoio especializado a
programas de desarmamento e
5.6.11 Proporcionar
anistia
apoio na destruição de 5.6.11.6 Conduzir ações de proteção contra
Prover apoio especializado aos
engenhos falhados engenhos falhados e dispositivos explosivos
serviços mortuários
improvisados
Conduzir Inteligência técnica relativa
aos engenhos falhados, dispositivos
explosivos improvisados e agentes
QBRN
Conduzir análise de crateras e
fragmentos
5.6.11.7 Responder a incidentes ou acidentes
que envolvam itens QBRN militares
Prover apoio na limpeza de campos
de instrução e tiro
Destruir munição inservível
5.6.11.8 Proporcionar apoio de destruição de Proporcionar apoio de destruição de
engenhos falhados na guarnição engenhos a órgãos governamentais
Proporcionar treinamento a pessoal
especializado em destruição de
engenhos falhados
Conduzir ações relacionadas aos
prisioneiros de guerra
5.6.12 Conduzir 5.6.12.1 Operar Centros de Detenção
Conduzir ações de detenção de
internações
prisioneiros não combatentes e civis
5.6.12.2 Conduzir ações de relocação de civis Populações deslocadas
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 Até que os aspectos doutrinários estabelecidos nesta NCD tenham sido
incorporados em novos manuais da Doutrina Militar Terrestre (DMT), eles serão
utilizados apenas como referência para experimentação, em ambientes escolares e
em exercícios de adestramento da Força Terrestre.
6.2 De acordo com os Art. 29 e 40 das Instruções Gerais para o Sistema de Doutrina
Militar Terrestre – SIDOMT (IG-01.005 – 3ª Edição, aprovadas pela Portaria Nr 989
do Comandante do Exército, de 27 Nov 12, e disponíveis no Portal do C Dout Ex, em
http://www.cdoutex.eb.mil.br/index.php/sidomt, os integrantes do sistema –
Nota de Coordenação Doutrinária Nr 02/2013 – C Dout Ex, de 2 de maio de 2013. Fl 21
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Gen Div MARIO LUCIO ALVES DE ARAUJO
Chefe do Centro de Doutrina do Exército