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RESUMO: O presente ensaio acadêmico tem por objetivo demonstrar as vantagens que

a simulação de combate proporciona ao adestramento de tropas nas organizações


militares de formação de oficiais e sargentos, possibilitando aos mesmos atuarem em
um ambiente imersivo idêntico ao combate real onde suas atitudes e tomadas de decisão
terão consequências imediatas, tudo isso caminhando paralelamente a uma economia de
meios, fator fundamental na manutenção do poder de combate da força terrestre.

1. INTRODUÇÃO

A simulação do combate não é algo recente no meio militar, alguns historiadores


estimam seu emprego em séculos A.C. outros, mais moderados, apontam para um
período mais recente, precisamente na Prússia do início do Sec. XIX, quando o
Marechal de campo Helmuth von Molkte tornou obrigatório a prática de um jogo de
guerra chamado kriegsspiel (jogo de guerra), considerado o primeiro jogo de emprego
militar, que ficou famoso principalmente após uma incrível vitória da Prússia sobre o
exército francês na guerra Franco-Prussiana (1870-1871), vitória esta, associada ao
treinamento dos oficiais no referido jogo, no qual duas equipes confrontam-se utilizando
um mapa como tabuleiro e também pequenas peças pintadas e classificadas quanto ao
tipo e valor de tropa como peças de manobra, emitindo suas ordens através de decisões
escritas e entregues à um terceiro imparcial que vai mover as peças de acordo com o que
a referida tropa faria em uma situação real, dentro de um contexto doutrinário e
empregando a resolução de conflitos através de cálculos matemáticos. CABE UMA
REFERÊNCIA DE ONDE VOCÊ TIROU IDSO
Com o passar dos séculos, em face da grande demanda de recursos que exigem
um treinamento militar completo, outras formas de simulação foram desenvolvidas,
tanto no meio civil quanto no meio militar, este último, muitas vezes buscando soluções
no primeiro. NÃO ENTENDI DIREITO ESSE BUSCANDO SOLUÇÕES NO
PRIMEIRO
Para os militares o termo “jogo” não se aplica uma vez que a finalidade não é
recreativa, exércitos de todo o mundo compactuam que o termo mais acertado é
simulação. A própria palavra já explica que se trata de uma reprodução de uma situação
real, ou seja, ao contrário das finalidades recreativas, são levados em consideração todos
os detalhes que possam deixar a experiência a mais imersiva possível exigindo do
combatente decisões e habilidades sem, no entanto, ter o mesmo preço em meios e,
principalmente, em vidas.
Assim sendo, a evolução tecnológica da humanidade não poupou esforços em
aplicar tal ferramenta de aprendizado como um meio de se obter um produto final o
mais profissional possível, em outras palavras, o adestramento através da simulação de
situações reais vem providenciando combatentes cada vez mais experientes e aptos a
atuar nos mais variados espectros da guerra moderna.
No Brasil a simulação começou a ganhar grande vulto com a criação do Núcleo
de Avaliação de Adestramento do Exército (NuCAAEx), unidade militar que tinha
como objetivo fazer uma análise precisa do nível técnico-profissional e consequente
poder de combate das mais variadas tropas do Exército Brasileiro e aumentar através do
adestramento estes mesmos índices. Logo depois, em 1996, passou a ser chamado
CAADEx (Centro de avaliação de adestramento do Exército), foi o início da utilização
de equipamentos tecnológicos, para a época, que simulavam o combate real impondo a
tropa adestrada que tomasse atitudes tais quais a situação real exigiria. Tal metodologia,
inédita na América do Sul, trouxe incríveis resultados em termos de experiência e
técnica para as tropas que ali treinavam, estava plantada a semente que colocaria a força
terrestre nos primeiros lugares dentre exércitos de todo o mundo. ACHO QUE CABE
UMA REFERÊNCIA DE ONDE VOCÊ TIROU A HISTÓRIA DO CENTRO
A introdução de tais meios em escolas de formação passa a ser extremamente
importante, principalmente pela potencialidade de se ter profissionais da guerra cada
vez mais habilitados, experimentados e taticamente maduros a cumprir seu dever da
forma mais eficiente possível e ser, assim, um instrumento potencializador do objetivo
comum de toda a força terrestre, a vitória final sobre qualquer ameaça de guerra ou
forma de condução de guerra no Sec. XXI. OPERAÇÕES DE NÃO-GUERRA
TAMBÉM?

2 O SISTEMA DE SIMULAÇÃO
Trata-se de uma ferramenta de adestramento que visa o aprimoramento técnico-
profissional, ou seja, a excelência do indivíduo como combatente individual ou da peça
de manobra, enquanto conjunto de indivíduos, agindo de forma coesa e técnica de
acordo com a doutrina que rege a forma nacional de condução de guerra.
Para fins de melhor compreensão de tal sistema de adestramento, se faz
necessário o aprofundamento na ciência de suas modalidades e finalidades. TALVEZ
FOSSE O CASO VER E REFERENCIAR A PORTARIA DO SISTEMA DE
SIMULAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO.

2.1 SIMULAÇÃO CONSTRUTIVA


Uma ferramenta de adestramento que envolve pessoas simulando tropas,
operando sistemas simulados, em ambiente simulado. É aplicado por um Grande
Comando (comando aplicador) definido pelo COTER no Programa de Instrução Militar
(PIM). O software COMBATER, de origem sueca, é a ferramenta responsável por fazer
executar esta modalidade de simulação, comumente chamada de Jogo de guerra (JG),
onde as peças de manobra são inseridas em uma carta topográfica vetorizada da mesma
região de responsabilidade do Comando Aplicador. Os embates, deslocamentos,
estacionamentos ou até mesmo a forma como a tropa é mantida logisticamente é
realizado, pelo software, através de um cálculo de probabilidades. Por exemplo, uma
unidade pode ficar retida em um terreno impeditivo, ou ainda, suas defesas e trabalhos
de OT melhoram com o passar das jornadas de trabalho. A definição dessa forma de
adestramento pode ser assim classificada:

“(...) refere-se a um exercício tático realizado no contexto de um exercício de posto de


comando, no qual são empregados meios computacionais para a apresentação digital
do cenário e para a simulação de operações continuadas de combate, apoio ao
combate e logística. Dessa forma, provê-se realismo aos resultados das integrações
quanto ao consumo de suprimentos, de tempo e as perdas em pessoal e material. ”
EB-70-CI-11-410 pág 1-1 SOFTWARE ITÁLICO? ACHO QUE A CITAÇÃO TÁ
ERRADA, OU DESCONFIGUROU AQUI

2.1.1 MONTAGEM DO JOGO DE GUERRA


O JG (Jogo de Guerra) é dividido em equipes (partidos) com objetivos distintos
a serem alcançados. O Cmdo aplicador é o responsável pela condução do exercício e
atua como Esc Sup das tropas empregadas, atendendo conforme sua possibilidade as
demandas dos Elm a ele subordinadas. O Cmdo Executante é a tropa que estará sendo
adestrada, responsável por alcançar os objetivos impostos pelo Esc Sup, para isso
deverá empregar corretamente a doutrina e agir de acordo com o planejamento
previamente determinado. Como o simulador é realizado através computador, a referida
simulação necessita de um controlador e um operador. O controlador será um militar de
arma ou quadro específico de cada tipo de tropa e também conhecedor da manobra da
unidade que controlará, o qual fará cumprir a ordem do cmt de sua unidade. Nos JG
nível Divisão de Exército comandará uma OM orgânica da Bda, nos JG nível Bda
comandará SU das unidades vinculadas a Bda. O operador é o militar responsável por
fazer a ligação entre o simulador e o controlador (CT) e também com a Direção do
Exercício (Direx), será o responsável por executar as ordens do controlador e informa-lo
da resposta de cada ação executada. Para que o operador desenvolva afinidade com o
software, o mesmo realiza um treinamento pelo período de uma semana no qual aprende
todas as funções de forma a poder executar plenamente os comandos do CT. A Direx,
será composta de acordo com as particularidades de cada Comando militar de área, após
a definição do tema tático que será o principal objetivo do adestramento. A Direx
também possuirá seus controladores e operadores. JÁ DEIXOU CLARO QUE JG É
JOGO DE GUERRA ANTES
2.1.2 EXECUÇÃO DO JOGO DE GUERRA
Tomadas as providências iniciais teremos então dois ou mais partidos, vermelho,
azul e etc., que buscarão alcançar seus objetivos realizando assim um exercício de dupla
ação. Como ambos estarão sendo operados por militares seguindo um planejamento de
seus escalões superiores, a fidelidade do embate atinge níveis incrivelmente reais, uma
vez que o programa Combater proporciona um ambiente que permite uma variedade de
respostas incalculável, tropas podem sofrer com deslizamentos de terra, enchentes,
revoltas civis, o cálculo de probabilidades dirá com perfeição o resultado do embate
entre tropas de naturezas diferentes de acordo com o clima, período do dia ou ainda
quando uma dessas tropas está reforçada ou há dias sem suprimento. Supervisionando
toda a atividade e podendo interferir diretamente no exercício, estará a Direx, que além
de supervisionar, apresentará PMS (problema militar simulado) ao comando executante,
para observar a reação do mesmo, todas essas informações serão coletadas e
apresentadas em forma de relatório na análise pós ação (APA), onde cada elemento
poderá ver de uma forma geral tudo que foi executado, as melhores práticas e as
oportunidades de melhoria.

Imagem 1 – controladores e operadores durante a execução de um jogo de guerra realizado no


Centro de Adestramento Leste

2.1.3 POTENCIALIDADES E APLICAÇÕES DA SML CONSTRUTIVA


Por se tratar de uma metodologia de adestramento voltada para o comando, a
simulação construtiva providencia um constante adestramento que caminha lado a lado
com as situações apresentadas nos conflitos atuais, com a possibilidade de emprego, no
software, de aeronaves, lançamento de tropas paraquedistas, missões logísticas,
emprego de engenharia, ação de choque ou ainda uma missão de esclarecimento sutil
por parte de tropas especializadas, contando ainda com uma ampla gama de viaturas,
equipamentos, tipos de tropas, civis em revolta ou até mesmo ajuda humanitária, essa
modalidade de adestramento vem contribuindo consideravelmente quando o assunto é
revisão doutrinária, pois é possível passar por todo o processo de experimentação da
doutrina empregada, análise criterioso de seu emprego e levantamento de suas
possibilidades e limitações gerando relatórios que contribuirão diretamente no
aperfeiçoamento da doutrina Terrestre.

Imagem 2 - Fases da revisão doutrinária – Revista Doutrina Militar Terrestre Jan – Mar
2021.

Devido ao público adestrado pela simulação construtiva, no âmbito escolar, seu


escopo será o aperfeiçoamento de oficiais intermediários e militares que estão cursando
a ECEME.

2.2 SIMULAÇÃO VIRTUAL TÁTICA


Trata-se de uma simulação que envolve pessoas reais, operando sistemas
simulados ou gerados no computador, no ambiente simulado. Reproduz com baixo grau
de fidelidade o equipamento real, mas em nível adequado o seu funcionamento,
operação e efeito, possuindo grande flexibilidade de configuração e emprego,
normalmente empregada para tropas no escalão pelotão, subunidade e unidade.

“Permite o treinamento da operação de sistemas de armas, veículos, aeronaves e


outros equipamentos, cuja operação exija elevado grau de adestramento ou que
envolva riscos e/ou custos elevados para tal. ” EB-70-CI-11-443, pág. 1-2.

2.2.1 O EMPREGO E METODOLOGIA DA SML VIRTUAL TÁTICA


Na simulação virtual tática o militar é responsável direto pelas ações que deseja
executar, com interferência mínima do software. Em outras palavras, o adestrado irá
controlar um combatente virtual, com os mesmos equipamentos que conduzirá em uma
situação real, executando uma manobra previamente planejada em um ambiente virtual
onde, posteriormente, irá atuar. Tal simulação é o ensaio perfeito de uma ação futura
onde os líderes deverão pôr em prática suas medidas de coordenação e controle
baseando-se na doutrina e vivenciando os efeitos de seus erros e acertos. Toda a
manobra é monitorada e gravada por uma equipe OCA (Observador e Controlador do
Adestramento) conhecedora dos objetivos a serem alcançados, determinados no
programa de instrução militar (PIM) e que, fazendo o devido assessoramento,
conduzirão o exercício. Nesta modalidade de simulação também teremos a Direx, que
atuará como escalão superior provendo ressuprimento, apoio aéreo, fogos de artilharia
dentre outras possibilidades. O software, Virtual Battlespace 3 (VBS3), ferramenta que
proporciona o adestramento, é utilizado por exércitos dos EUA, França, Reino Unido,
dentre outros e sua principal característica é justamente a possibilidade da integração
das funções de combate. O exercício pode se dar com a força adestrada enfrentando
uma inteligência artificial ou ainda na forma de dupla ação onde enfrentará uma força
oponente (FOROP) que opera o mesmo equipamento.
As principais vantagens que podemos destacar no emprego do Simulador virtual
Tático são a economia de meios reais, a execução de manobras que demandariam
exorbitantes recursos à União, sendo que as mesmas poderiam ser repetidas e
aprimoradas inúmeras vezes até que se obtenha um patamar desejado para emprego real
no terreno, dentre estas atividades podemos citar uma manobra de FT Blindada, uma
operação de abertura de brecha, uma demonstração de fogos de preparação ou
iluminativos, um Ass aeromóvel ou aeroterrestre, mostrando de forma fiel o
funcionamento ou não do plano executado, inclusive com um relatório produzido pelo
próprio software, onde é possível ver o gasto de munição de todos os tipos, combustível,
número de feridos, mortos, fratricídio etc.
Após a realização do exercício a equipe OCA conduzirá uma APA apontando as
melhores práticas e as oportunidades de melhorias apresentadas no decorrer do
exercício.

Imagem 3 - Cia da Bda Inf Pqdt realizando um exercício de simulação tática durante a preparação
para Op. Culminating que seria realizada em Fort Polk, Louisiana, USA.

Imagem 4 – OCA orientando força adestrada sobre os procedimentos no Sofware VBS3


2.3 SIMULADOR VIRTUAL TÉCNICO

“São simuladores que integram um cenário virtual a periféricos que simulam um


equipamento real, com variável grau de similaridade/fidelidade. Esse tipo de simulador
tem por objetivo proporcionar o treinamento técnico de indivíduos, guarnições e
pequenas frações para operação do equipamento simulado. ” EB-70-CI-11-443, pág. 1-
2
Dentro das modalidades de simulação virtual, encontramos a simulação virtual
técnica, que, em função do elevado custo dos simuladores, poucas unidades do Exército
Brasileiro dispõem dos mesmos. O custo, no entanto, é compensado pelos altos níveis
de adestramento obtidos pelas tropas que ali treinam e se adestram.
Os simuladores técnicos são encontrados nas três forças armadas e também são
amplamente utilizados no meio civil, basicamente, no âmbito militar, ensinam
elementos a operarem veículos ou sistemas de armas. Em função da fidelidade de
reprodução da realidade, é possível formar guarnições com alto nível técnico e
amplamente conhecedora dos meios que irão operar.

Imagem 5 – Militar operando simulador técnico do carro de combate Leopard 1A5 no


Centro de Instrução de blindados

Imagem 6 – Militares brasileiros realizando curso de instrutor de emergências em simulador de voo


em Dallas, Texas, USA em Dez 2014. Revista Pegasus nº21, artigo 4.

Podemos observar que a simulação virtual técnica se torna uma ferramenta


multiplicadora do poder de combate em função do alto nível de adestramento que
possibilita, combinada com uma economia de meios sem precedentes em outras formas
de treinamento e adestramento.
2.3.1 ECONOMIA DE MEIOS
Tabela 01. DAMEPLAN dos gastos com Classe V, por armamento, nas operações em questão.
Fonte: 1EB60-ME-11.401.

Tabela 2. Estimativa de gastos em classe V de 01 (uma) Companhia de Fuzileiros de


Infantaria Paraquedista, tomando por base 01 (um) ataque a posição sumariamente organizada e
01 (uma) defesa de posição. Fonte: CA-Leste.

Como podemos observar nas tabelas acima, a economia de recursos de faz um


fator decisivo na hora da escolha da metodologia de adestramento, deve-se observar
também que não foi citado o gasto com combustíveis e ração. Quanto mais se repete a
manobra em um ambiente virtual, mais se economiza recursos e mais se ganha em
adestramento.

2.4 SIMULAÇÃO VIVA


“Modalidade na qual são envolvidos agentes reais, operando sistemas reais
(armamentos, equipamentos, viaturas e aeronaves de dotação), no mundo real, com o
apoio de sensores, dispositivos apontadores laser e outros instrumentos que permitam
acompanhar o elemento e simular os efeitos dos engajamentos. Com o emprego de
equipamentos adequados é possível a integração com outros sistemas de simulação. A
Sml Viva pode ser utilizada em proveito do adestramento, do treinamento individual e
dos estabelecimentos de ensino. ” EB-70-CI-11-461, pág. 1-3.

A simulação viva é a modalidade de simulação que mais se aproxima do real,


através de uma metodologia extremamente técnica e objetiva, esta forma de
adestramento consegue expor um panorama real das condições de emprego da tropa
adestrada.
Por se encontrar em um ambiente real, com equipamento real e podendo sofrer
as baixas do combate real, a sml viva é de longe a principal forma de análise de uma
tropa, inclusive, essa metodologia de adestramento é largamente utilizada pelas
principais nações desenvolvidas em todo o mundo.
A integração das funções de combate, o estabelecimento do fluxo logístico, os
reconhecimentos, a guerra eletrônica, situação com prisioneiros de guerra, e
basicamente todas as situações vividas nos conflitos atuais podem ser reproduzidas
nesta modalidade de simulação.
2.4.1 CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO DA SML VIVA
A tropa que será adestrada na simulação viva, necessita obrigatoriamente ter
concluído com êxito os programas de treinamento estipulados no PIM, ou seja, devem
já ter executado a IIB, IIQ, CTTEP e PAB, quando se trata de escolas de formação
deve-se buscar alunos e cadetes em uma fase de sua formação que já tenham passado
pelos referidos treinamentos.
Após a seleção da tropa a ser adestrada, são definidos os objetivos do
adestramento, também baseados no PIM. A força a ser adestrada também deverá
confeccionar toda documentação necessária a execução da missão, como ordens de
operações, planos logísticos e etc.
Concomitante a toda essa preparação, são definidos pelo aplicador do
adestramento os elementos que comporão a DIREX, que terá como objetivo aplicar
situações de contingência e problemas militares simulados com objetivo de coleta de
dados específicos da tropa adestrada, também são definidas as equipes de OCA e o
valor e natureza da Força Oponente (FOROP).

Imagem 8 – composição da equipe OCA em adestramento nível SU. Fonte EB-70-CI-11-461

Como a simulação viva demanda mais recursos, normalmente ela será a parte
final de um programa de adestramento, ou seja, as tropas deverão atingir um padrão
mínimo de adestramento antes de serem empregadas no terreno. Esse padrão mínimo
será obtido com o emprego das outras modalidades de simulação em função de sua
economia de meios.

Imagem 9 – quadro mostrando o equilíbrio entre realismo operacional e modelagem e simulação,


fonte Artigo de Raymond R. Hill e J. O. Muller, A History of United States military simulation. 2017.

2.4.2 EQUIPAMENTOS ESPECIAIS NA APLICAÇÃO DA SML VIVA


De forma a complementar e dar mais realismo a simulação viva, no Brasil e no
mundo equipamentos que simulam os embates dos conflitos reais são incorporados a
tropas e veículos.
Nas tropas em adestramento no Brasil utiliza-se o DSET (dispositivo eletrônico
de engajamento tático) que é classificado em passivo, composto por um colete utilizado
junto ao corpo e um tirante que é preso ao capacete, ambos possuem captadores de laser
que juntos formam um campo em volta do combatente, temos o DSET ativo que é
acoplado ao fuzil ou metralhadora e emite um laser a cada disparo do armamento
Além de metralhadoras e fuzis também encontramos DSET ativos em CSR, Lç
Roj, IED (improvised explosive device), cordéis de tropeço, encontramos DSET passivo
em VBTP e outras Vtr, também temos a combinação de ambos, passivo e ativo, nos
carros de combate.

Imagem 10 – OCA realizando análise de TTP das tropas em adestramento. Fonte: CA-Leste

Imagem 11 – FOROP em combate com a força adestrada. Fonte: CA-Leste

Imagem 12 – Tropas paraquedistas brasileiras, utilizando DSET americano (miles), em conduta


com PG durante Op. Culminating, Fort Polk, Louisiana, 2021. Fonte: CA-Leste

CONCLUSÃO

Diante do exposto, a simulação de combate vem para proporcionar uma plena


capacitação da For Terrestre com significativa economia de recursos e como uma
ferramenta multiplicadora de resultados. A aplicação dessa ferramenta no treinamento e
adestramento das escolas de formação e aperfeiçoamento de oficiais e sargentos torna-
se um fator primordial no aumento do poder de combate das tropas, uma vez que os
líderes de pequenas frações chegarão à tropa mais experientes e em melhores condições
de emprego no âmbito nacional e internacional, seja operando veículos de emprego
especial ou operando sistemas de armas. Em outras palavras, o emprego da SML de
combate na formação dos futuros oficiais e sargentos do Exército Brasileiro coloca a
força terrestre em condições de enfrentar novas ameaças, ou ainda a executar um
adestramento que consiga envolver todos os espectros do combate moderno,
paralelamente a todo esse processo temos também a evolução da doutrina nacional e
produção de relatórios que indicarão precisamente o diagnóstico do poder de combate
de cada tropa em todas as regiões do país, a partir destes diagnósticos ocorre a
otimização da aplicação dos recursos, evitando-se assim um atendimento generalizado
que não atende as especificidades de cada tipo de tropa.
Com o implemento do treinamento e adestramento destes novos líderes teremos
o surgimento de soluções militares em todas as esferas, pois ter-se-á um produto mais
experiente e decisivo nas missões militares. Se este adestramento puder ser associado e
complementado com intercâmbio em nações amigas, vide Op. Culminating e Op Core
21, que aplicam a mesma modalidade de treinamento e adestramento, qual seja, a SML
de combate, ter-se-á uma evolução significativa em todos os setores militares e a
principal vantagem dessa evolução impactará diretamente os novos líderes, tendo como
resultado um efeito multiplicador e ao mesmo tempo nivelador em todos os setores da
Força Terrestre.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres.


EB60-ME-11.401 Dados Médios de Planejamento, 2017.

BRASIL. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres.


EB70-CI-11.410 Exercícios de Simulação Construtiva. Brasília, 2017.

BRASIL. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres.


EB70-CI-11.443 Exercícios de Simulação Virtual. Brasília, 2020.

BRASIL. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres.


EB70-CI-11.461 Exercícios com emprego de Simulação Viva. Brasília, 2021.

BRASIL. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres.


Revista Doutrina Militar Terrestre, nº25, Jan-Mar 2021.

USA. Department of Operational Sciences. Air Force Institute of Technology. Hill,


Raymond R. MILLER, J. O. A History of United States Military Simulation, 2017.

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