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CANAL DE BÊNÇÃOS

Atos 6.8-15
Se você já observou um pequeno riacho, especialmente depois de uma boa chuva, deve ter notado
que os galhos podem se acumular em determinado ponto impedindo a água passar, criando um pequeno
represamento da água. Mas, quando o obstáculo é removido ou vencido, a água volta a fluir normalmente,
seguindo o curso natural e levando vida.
Como vimos anteriormente, a igreja primitiva crescia e se multiplicava (v. 7). No entanto, alguns
obstáculos foram sendo criados para que a água viva não corresse livremente. Alguns problemas – incluindo
algumas pessoas - insistiam em represar o agir de Deus. Nos versículos propostos, encontramos, de um lado,
Estevão, um dos sete diáconos escolhidos, homem cheio do Espírito, fé, sabedoria, graça e poder. Uma
pessoa que não queria represar a Água Viva, mas queria ser canal de bênçãos na vida das pessoas. Do outro
lado, a oposição por parte dos membros da sinagoga de língua grega, que inventaram acusações contra ele,
tentando obstruir que a Água Viva chegasse ao maior número de pessoas possível.
O texto nos adverte sobre a importância de sermos facilitadores para que a Água Viva flua em nós e
por meio de nós. As lições aqui postas, nos ajundam a limparmos as nossas vidas a fim de que não sejamos
um impedimento para que Jesus se torne acessível aos outros. Para tanto, devemos nos inspirar no exemplo
de Estevão, primeiro mártir do cristianismo. Se você deseja ser um canal de bênçãos e não um obstáculo,
convido você a observar três marcas que encontramos em Estevão.
1. VIDA IRREPREENSÍVEL (vv. 3, 8)
Uma das palavras que melhor definem Estevão e o cristão que deseja ser um canal de bênçãos é
“cheio”. Estevão vivia a plenitude de Deus em sua vida. Estevão era cheio de Deus!
A verdade é que toda pessoa está cheia de alguma coisa. Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes,
você pode estar cheio do Espírito, ou de si mesmo, ou do pecado. Estevão estava cheio do Espírito de Deus,
cheio da vontade de Deus. Por isso era um canal de Água Viva.
Quando o cristão está cheio de Deus não há um abismo entre o que fala e o que vive. Ele era homem
íntegro. É sobre esse tipo de pessoa que versa o Salmo 1.3: “Ele é como árvore plantado junto a corrente
de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será
bem sucedido”. Para ser canal de bênçãos, e não obstáculo, é preciso estar com sua vida plantada e cheia de
Deus.
Quem sou eu: alguém que está cheio de Deus ou de si mesmo? Cheio de Deus ou de pecados? Será
que temos sido obstáculos para que Jesus chegue as outras pessoas, ou temos sido facilitadores?
2. PALAVRA IRRESISTÍVEL (v. 10)
No v. 10, lemos que eles não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito pelo qual Estevão falava. Os
adversários de Estevão, que queriam obstruir que Jesus chegasse a outras pessoas, não podiam resistir a
sabedoria de suas palavras. Então, como não podiam vencer a ação de Deus na vida de Estevão, tramaram
contra ele levantando falsas testemunhas e o acusaram de blasfêmia. Saíram do campo das palavras para a o
campo da violência. Aliás, é sempre assim que acontece, quando cessam os argumentos, as pessoas
costumam recorrer a força. Mas não com Estevão. Estevão era alguém que jorrava Água Viva de sua boca.
As palavras de Estevão era canal para que Jesus chegasse às pessoas. Você precisa refletir se suas
palavras são facilitadoras ou obstáculos para que as pessoas conheçam a Jesus. A Bíblia nos ensina que não
pode sair dois tipos de água de uma única fonte. Ou a água é amarga, ou ela é doce.
3. OBRAS IRRESISTÍVEIS (v. 8)
O v. 8 diz que Estevão era cheio da graça e poder e, por isso, fazia prodígios e grandes sinais entre
o povo. “Estevão não apenas pregava aos ouvidos, mas, também, aos olhos”.1 Estevão não era apenas um
diácono da Palavra, mas também era um diácono das ações. Não apenas sua vida e palavra era
irrepreensível, mas tudo que fazia era agradável aos olhos de Deus e proclamava a salvação. Por ser cheio de
Deus, ele era um canal de Deus para transformar a vida das pessoas.

1
LOPES, p. 144
A nossa vida, quando cheia de Deus, pode sim ser um instrumento poderoso. É escolher amar e não
praticar a violência. É escolher agir com justiça e não aderindo a cultura do “esperto”. É optar por
ajudar, ao invés de negligenciar. É perdoar, ao invés de guardar o rancor. As nossas atitudes demonstram
se estamos cheios de Deus ou de nós mesmos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando somos cheios de Deus, possuímos uma vida, palavra e obras irresistíveis. Mas, o final dessa
passagem (v. 15), nos apresenta mais uma qualidade de quem está cheio de Deus, que é: paz inexplicável.
Mesmo diante de todas as acusações que eram feitas contra Estevão, ele estava calmo e seu rosto era como
de um anjo. A paz de Estevão é um duro golpe na raiva de seus acusadores. Essa cena demonstra
nitidamente a diferença entre aqueles que são canal de bênçãos daqueles que são obstáculo.
O convite feito a cada um de nós é para que o nosso rosto brilhe em meio a um mundo de obstáculos.
Que a beleza de Cristo se veja em nós!

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